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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA -

UNIPÊ PRÓ-REITORIA ACADÊMICA


(PROAC)
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

TAÍS TIBURTINO SILVA

MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DO EDIFÍCIO DO INCRA


EM JOÃO PESSOA-PB.

JOÃO PESSOA
2019
TAÍS TIBURTINO SILVA

MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DO EDIFÍCIO DO INCRA


EM JOÃO PESSOA-PB.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


curso de Engenharia Civil do Centro Universitário
de João Pessoa (UNIPÊ), como requisito para
obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientadora: Evelyne Emanuelle P. Lima

JOÃO PESSOA
2019
S586m SILVA, Taís Tiburtino.
Manifestações patológicas do edifício do Incra em João
Pessoa-PB /
Taís Tiburtino Silva - João Pessoa-PB, 2019.

Orientador (a): Prof. Evelyne Emanuelle P. Lima


Monografia (Curso de Engenharia Civil) –
Centro Universitário de João Pessoa (UNIPE)

1. Manifestações patológicas. 2. Estrutura. 3. Recuperação.

UNIPÊ / BC CDU 624.01


MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DO EDIFÍCIO DO INCRA EM
JOÃO PESSOA-PB

Trabalho de Conclusão de Curso a ser


apresentado para a banca avaliadora, como
pré-requisito para a conclusão do curso.

Aprovado em / /

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª MSc. Evelyne Emanuelle P. Lima.


Orientador (a) – UNIPÊ.

Prof.° Dr. Antônio da Silva Sobrinho Júnior.


Examinador (a) – UNIPÊ.

Esp. Eng.ª Arquiteta Thaissa Ingrid Vaz de Carvalho


Examinador (a) – UNIPÊ.
AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me traçado um caminho certo.


Ao meu pai em especial, que deste do ínicio sonhou junto comigo, depositando
sua confiança e compreensão em mim.
A toda minha família, pela a ajuda para enfrentar as dificuldades, seja elas
emocional ou financeiras, sem permitir que eu desista.
A minha orientadora Evelyne Emanuelle P. Lima, que é uma excelente
profissional, pela disponibilidade para me auxiliar no desenvolvimento desse trabalho,
compartilhando suas experiências e conhecimentos técnicos.
A todos os professores, funcionários, colegas e principalmente ao coordenador
do curso o professor Antônio Da Silva Sobrinho Júnior pelo apoio e conhecimento
transmitido durante a graduação.
Também agradeço aos meus supervisores de estágio durante essa trajetória
Alfredo Neto da Cruz e Maria das Graças Menezes, que me direcionaram nas atividades
práticas.
Enfim, a todos que de maneira direta ou indireta contribuíram possitivamente para
a realização deste trabalho.
SILVA, Taís Tiburtino. Manifestações patológicas do edifício do Incra em João
Pessoa-PB. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) –
Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ). João Pessoa-PB, 2019.

RESUMO

A falta de conservação no edifício do Incra em João Pessoa-PB, motivou a realização


deste trabalho, pois visualmente é possível identificar as manifestações patológicas
presentes, analisando as causas e consequências para os ocupantes. Foi desenvolvido
com propósito de diagnosticar e apresentar soluções. Esse estudo de caso, descreve as
características e o comportamento atual da estrutura. Primeiramente, foi feito uma
vistoria local, analisando por meio de inspeção visual e fotografias via celular de cada
anomalia encontrada. Devido a estrutura ser antiga e não ter recebido uma manutenção
adequada, mostrou inúmeros problemas como: mofo, bolores, exposição da armadura,
fissuras, entre outros. Em seguida foi apresentado técnicas de recuperação para reforçar
a estrutura, possibilitando mais segurança para as pessoas e durabilidade na edificação.

Palavras-chave: Manifestações patológicas, Estrutura, Recuperação.


SILVA, Taís Tiburtino. Pathological manifestations of the Incra building in João
Pessoa-PB. Course Completion Work (Undergraduate in Civil Engineering) -
University Center of João Pessoa (UNIPÊ). João Pessoa-PB, 2019.

ABSTRACT

The lack of conservation in the building of Incra in João Pessoa-PB, motivated this work,
because visually it is possible to identify the pathological manifestations present,
analyzing the causes and consequences for occupants. It was developed for the purpose
of diagnosing and presenting solutions. This case study describes the characteristics and
current behavior of the structure. First, a local survey was made, analyzing by visual
inspection and cell phone photographs of each anomaly found. Due to the old structure
and not being properly maintained, it showed numerous problems such as mold, mold,
reinforcement exposure, cracks, among others. Then recovery techniques were
presented to reinforce the structure, allowing more safety for people and durability in the
building.

Keywords: Pathological Manifestations, Structure, Recovery.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Diferentes desempenhos de uma estrutura, com o tempo em função de diferentes


fenômenos patológicos. ........................................................................................................... 16
Figura 2 - Distribuição relativa da incidência de manifestações patológicas em estrutura de
concreto aparente. ................................................................................................................... 18
Figura 3 - Penetração do agente através da porosidade do concreto. ..................................... 24
Figura 4 - Fluxograma das etapas de uma inspeção preliminar e detalhada. ........................... 26
Figura 5 - Esboço das etapas e da importância de um diagnóstico nas estruturas com
manifestações patológicas. ...................................................................................................... 27
Figura 6 - Edificação Inspecionada .......................................................................................... 30
Figura 7 - Superfície com presença de mofo e bolor ................................................................ 31
Figura 8 - Eflorescência ........................................................................................................... 32
Figura 9 - Fissuras na alvenaria ............................................................................................... 33
Figura 10 - Fissuras na viga..................................................................................................... 33
Figura 11 - Descascamento na pintura .................................................................................... 34
Figura 12 - Corrosão em pilar .................................................................................................. 35
Figura 13 - Corrosão na janela ................................................................................................ 35
Figura 14 - Desagregação na calçada ..................................................................................... 36
Figura 15 - Desagregação na calçada ..................................................................................... 37
LISTA DE TABELA

Tabela 1- Percentual das principais causas de patologias na construção civil. ........................ 20


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

NBR – Norma Brasileira regulamentadora

INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 12
2 OBJETIVOS ............................................................................................................ 14
2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................... 14
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................ 14
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 15
3.1 O CONCEITO DE PATOLOGIA DA CONSTRUÇÃO ........................................... 15
3.2 O CONCEITO DE DESEMPENHO ...................................................................... 16
3.3 VIDA ÚTIL E DURABILIDADE ............................................................................. 16
3.4 O CONCEITO DE MANUTENÇÃO ...................................................................... 17
3.5 SINTOMAS ........................................................................................................... 17
3.6 MECANISMO ....................................................................................................... 18
3.7 ORIGEM E CAUSAS ............................................................................................ 19
3.8 PRINCIPAIS PATOLOGIAS NAS EDIFICAÇÕES................................................ 20
3.8.1 Fissuras .................................................................................................................. 20
3.8.2 Trincas e Rachaduras ............................................................................................ 21
3.8.3 Desagregação do concreto ................................................................................... 21
3.8.4 Eflorescências ....................................................................................................... 22
3.8.4 Umidade ................................................................................................................. 23
3.8.5 Corrosão das Armaduras ...................................................................................... 23
3.9 INSPEÇÃO PRELIMINAR E INSPEÇÃO DETALHADA ....................................... 24
3.10 DIAGNÓSTICO .................................................................................................. 26
4 METODOLOGIA ..................................................................................................... 29
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................ 30
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO................................................................ 30
5.2 MANISFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ENCONTRADAS ..................................... 31
5.2.1 Mofo/ Bolor ............................................................................................................. 31
5.2.2 Eflorescência ......................................................................................................... 31
5.2.3 Fissuras .................................................................................................................. 32
5.2.4 Descascamentos na pintura – Bolhas .................................................................. 34
5.2.5 Corrosão da armadura........................................................................................... 34
5.2.6 Corrosão nas esquadrias ...................................................................................... 35
5.2.7 Desagregação do piso ........................................................................................... 36
5.3 PROGNÓSTICO................................................................................................... 37
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 39
7 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ..................................................... 40
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 41
12

1 INTRODUÇÃO

A ciência da patologia nas construções civis pode ser conceituada como o ramo
da engenharia que estuda os sintomas, causas e origens dos vícios verificados na
construção de edificações. Diante do estudo das fontes dos problemas, é possível
evitar a ocorrência de vícios patológicos (DO CARMO, 2003).
As patologias apresentadas nos empreendimentos podem estar associadas á
deficiência do dimensionamento ou erros de execução, à corrosão eletroquímica das
barras de aço das armaduras, desconsideração do microclima do local da construção
a erros na área da execução do projeto devido a economias, mão de obra não
especializada e muitos materiais novos que surgem no mercado, e também pelas
intempéries, entre outras que são analisadas a parte e tem diagnósticos diferentes,
são as falhas mais comuns na hora da execução, que no futuro aparecerá patologias
na sua estrutura (VIEGAS, 2008).
As estruturas, em sua vida útil, estão sujeitas a perderem sua resistência, como
é o caso do edifício do Incra em João Pessoa-PB. Nesta edificação percebe-se
comprometimentos estruturais, possibilitando um colapso e acidentes com
consequências sérias para os ocupantes.
Assim realizou-se neste estudo especificar as soluções mais adequadas para
cada ambiente do edifício do Incra em João Pessoa-PB, pois apresenta mofo,
descascamento de pinturas, infiltração, ligações elétricas irregulares, rachaduras nas
paredes, pisos e fachadas.
Foi feito uma análise mais aprofundada para determinar se a estrutura está
comprometida, a fim de justificar se é possível recuperá-la ou se a situação exige a
demolição.
O prédio está degradado, não tem recebido atenção e conservação devida,
apresenta indícios de falha. É importante averiguar até que ponto essa má
conservação representa um risco de vida aos funcionários. Quanto mais estudar sobre
a doença patológica melhor será o tratamento.
Os problemas patológicos simples são os que admitem padronização, podendo
ser resolvidos sem que o profissional responsável tenha obrigatoriamente
conhecimentos altamente especializados. Já os problemas patológicos complexos
não convivem com mecanismos de inspeção convencionais e esquemas rotineiros de
13

manutenção, obrigando a uma análise pormenorizada e individualizada do problema,


sendo então necessários profundos conhecimentos de Patologia das Estruturas
(RIPPER; SOUZA, 1998).
Com a importância desse tema, destaca-se que o edifício estudado, não
necessita apenas de uma avaliação nas manifestações patológicas presentes, em
especial, a segurança estrutural, pois compromete a vida dos funcionários.
14

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Diagnosticar as manifestações patológicas presentes no edifício do Incra


em João Pessoa-PB, com o propósito de apresentar soluções.

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Apontar os causadores dos danos patológicos;


• Apresentar os riscos da estrutura;
• Mostrar as correções dos problemas encontrados.
15

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 O CONCEITO DE PATOLOGIA DA CONSTRUÇÃO

Patologias das construções é a área da engenharia civil que analisa o


desempenho insatisfatório de elementos que compõem uma edificação, desempenho
este, atualmente regido por normas técnicas, a análise do defeito em questão é o que
trata o ramo de patologias, fazendo uma análise através dos tipos de manifestações,
causas e origens, a engenharia utiliza o termo como a área de estudo das origens e
mecanismos de ocorrência das diversas falhas que afetam aspectos estruturais e
estéticos de uma edificação (CREMONINI, 1988).
O estudo das patologias nas construções é de grande importância na busca de
qualidade dos processos construtivos e na melhoria da habitabilidade e durabilidade
das edificações. Para evitarmos o surgimento de manifestações patológicas, é
necessário fazer um estudo detalhado das origens para melhor entendimento do
fenômeno e auxiliar nas decisões de definição de conduta e planos de ação contra os
problemas (NAZARIO; ZANCAN, 2011).
Trata-se ainda genericamente por patologia das construções o campo da
engenharia civil que se ocupa do estudo das origens, formas de manifestação,
consequências e mecanismos de ocorrência e tipo de falhas, tais fatores mostram a
necessidade de uma adequada organização dos respectivos conhecimentos nesta
área, para em seguida diagnosticar as gerações de planos de intervenção para
resolução das manifestações apresentadas. A resolução de um problema patológico
envolve um conjunto complexo de procedimentos a serem feitos, a prática profissional
usada na análise destes problemas tem sido muitas vezes caracterizada pela falta de
uma metodologia cientificamente reconhecida e comprovada prevalecendo em muitas
situações a experiência profissional do engenheiro, obtida ao longo dos anos e a
utilização de métodos empíricos de análise prévia, tal fator é relevante quando se
mostra necessária uma análise pormenorizada e individualizada do problema, quando
estes se mostram mais complexos (DO CARMO, 2003).
16

3.2 O CONCEITO DE DESEMPENHO

Segundo Souza e Ripper (1998), o fato de uma estrutura em determinado


momento apresentar-se com desempenho insatisfatório não significa que ela esteja
necessariamente condenada. A avaliação desta situação é, talvez, o objetivo maior
da Patologia das Estruturas, posto que esta é a ocasião que requer imediata
intervenção técnica, de forma que ainda seja possível reabilitar a estrutura. Na Figura
01 são representadas, genericamente, três diferentes histórias de desempenhos
estruturais, ao longo das respectivas vidas úteis, em função da ocorrência de
fenômenos patológicos diversos.

Figura 1 - Diferentes desempenhos de uma estrutura, com o tempo em função de


diferentes fenômenos patológicos.

Fonte: SOUZA e RIPPER (1998)

3.3 VIDA ÚTIL E DURABILIDADE

O comportamento da estrutura está diretamente ligado com a vida útil e


durabilidade dos materiais, por isso é essencial escolher e usa-los corretamente.
A vida útil é definida pela NBR 15575 (ABNT, 2013) como um período de tempo
em que um edifício e/ou seus sistemas, elementos e componentes se prestam às
atividades para as quais foram projetados e construídos considerando o atendimento
dos níveis de desempenho previstos nesta norma, a periodicidade e a correta
execução dos processos de manutenção especificados no respectivo Manual de Uso,
Operação e Manutenção.
17

Durabilidade é a capacidade de uma estrutura ou de seus componentes de


satisfazer, com dada manutenção planejada, os requisitos de desempenho do projeto,
por um período específico de tempo sob influência das ações ambientais, ou como
resultado do processo de envelhecimento natural (ISO 13823/ 2008).
A associação destes dois conceitos é inevitável. Conhecidas, ou estimadas, as
características de deterioração do material concreto e dos sistemas estruturais,
entende-se como durabilidade o parâmetro que relaciona a aplicação destas
características a uma determinada construção, individualizando-a pela avaliação da
resposta que dará aos efeitos da agressividade ambiental, e definindo, então, a vida
útil da mesma (RIPPER; SOUZA, 1998).

3.4 O CONCEITO DE MANUTENÇÃO

A NBR 15575, determina manutenção de edificações como um conjunto de


atividades a serem realizadas ao longo da vida útil da edificação para conservar ou
recuperar a sua capacidade funcional e de seus sistemas constituintes e atender as
necessidades e segurança dos seus usuários.
Toda construção tem sua vida útil e prazos para manutenções periódicas, a não
realização dessas manutenções pode gerar pequenas manifestações patológicas que
podem evoluir para situações onde a finalidade e seu desempenho da edificação
sejam comprometidos, tornando o ambiente insalubre, com deficiência na sua estética
e até mesmo insegurança estrutural, ocasionando um alto custa para sua recuperação
(IANTAS,2010).
Devido ao custo financeiro, as edificações não recebem manutenção devida e
acabam apresentando patologias, o que poderia ser evitado se fosse feita a
manutenção correta no prazo determinado por norma.

3.5 SINTOMAS

Para Helene (1992), os problemas patológicos, apresentam manifestação


externa característica, a partir da qual se pode deduzir qual a natureza, a origem e os
mecanismos dos fenômenos envolvidos, assim como pode-se estimar suas prováveis
consequências. Esses sintomas, também denominados de lesões, danos, defeitos ou
manifestações patológicas, podem ser descritos e classificados, orientando um
primeiro diagnóstico, a partir de minuciosas e experientes observações visuais. Os
18

sintomas mais comuns, de maior incidência nas estruturas de concreto, são as


fissuras, as eflorescências, as flechas excessivas, as manchas no concreto aparente,
a corrosão de armaduras e os ninhos de concretagem (segregação dos materiais
constituintes do concreto). Conforme apresentado na Figura 2, certas manifestações
têm elevada incidência, como as manchas superficiais, embora do ponto de vista das
consequências quanto ao comprometimento estrutural e quanto ao custo da correção
do problema, uma fissura de flexão ou a corrosão das armaduras sejam mais
significativas e graves.

Figura 2 - Distribuição relativa da incidência de manifestações patológicas em


estrutura de concreto aparente.

Fonte: Helene(1992)

3.6 MECANISMO

Todo problema patológico, chamado em linguagem jurídica de vício de


construção, ocorre através de um mecanismo. No caso da corrosão de armadura os
mecanismos principais são a carbonatação e a contaminação por cloretos. Conhecer
os mecanismos envolvidos no problema é essencial para uma terapia adequada
(POLITO, 2006).
A corrosão das armações ocorre quando a aço é atingido por elementos
agressivos, fazendo com que a parte oxidada aumente seu volume em
aproximadamente 8 vezes. Assim, a força de expansão expele o cobrimento do
concreto, expondo totalmente a armadura à ação agressiva do meio. Causada
principalmente por porosidade no concreto, existência de trincas e deficiência da
camada de cobrimento (VITÓRIO, 2002).
19

3.7 ORIGEM E CAUSAS

As origens das patologias são ocasionadas devido as falhas dos responsáveis


por cada etapa do processo da obra, na fase do projeto: o projetista, qualidade do
material: o fabricante, na fase de execução: a mão de obra e fiscalização, após o
término da obra: a manutenção.
De acordo com Oliveira (2013), as patologias não têm sua origem concentrada
em fatores isolados, mas sofrem influência de um conjunto de variáveis, que podem
ser classificadas de acordo com o processo patológico, com os sintomas, com a causa
que gerou o problema ou ainda a etapa do processo produtivo em que ocorrem, além
de apontar para falhas também no sistema de controle de qualidade próprio a uma ou
mais atividades. As manifestações patológicas são também responsáveis por uma
parcela importante da manutenção, de modo que grande parte das intervenções de
manutenção nas edificações poderia ser evitada se houvesse um melhor
detalhamento do projeto e escolha apropriada dos materiais e componentes da
construção.
Para haver entendimento de fenômenos patológicos que ocorrem em uma
edificação, normalmente se busca a origem do problema exposto, uma relação de
causa e efeito que possa ter gerado tal manifestação. Os problemas patológicos
normalmente têm origem em algum erro ou falha cometida em ao menos uma das
fases do projeto, as fases onde podem acontecer as causas que têm como efeito
possíveis defeitos futuros, são: planejamento, projeto, fabricação das matérias primas,
execução e uso, porém, das etapas previamente listadas, algumas são mais
contundentes quando se aborda o surgimento de patologias, podendo ressaltar as
fases de execução, controle de materiais e uso (HELENE, 2003).
Uma classificação das principais causas de ocorrência de problemas
patológicos, em função do tipo de falha cometida é apresentada na Tabela 1 disposta
a seguir:
20

Tabela 1- Percentual das principais causas de patologias na construção civil.

TIPOLOGIA PERCENTUAL (%)


Causas diversas 1,6%
Disposições defeituosas 2,5%
Erros de concepção 3,5%
Fenômenos químicos 4,0%
Erros nas hipóteses de cálculo e uso dos
8,5%
Materiais

Falhas de execução 16,5%


Deformações excessivas e sobrecargas 19,7%
Falhas resultantes de variações
43,7%
Dimensionais

Fonte: Adaptado pelo autor de Do Carmo (2003).

3.8 PRINCIPAIS PATOLOGIAS NAS EDIFICAÇÕES

3.8.1 Fissuras

As fissuras podem ser consideradas como a manifestação patológica


característica das estruturas de concreto, sendo mesmo o dano de ocorrência mais
comum e aquele que, a par das deformações muito acentuadas, mais chama a
atenção dos leigos, proprietários e usuários, para o fato de que algo de anormal está
a acontecer (RIPPER; SOUZA, 1998).
Segundo a NBR 6118, as fissuras são consideradas agressivas quando sua
abertura na superfície do concreto armado ultrapassa os seguintes valores:
a) 0,2 mm para peças expostas em meio agressivo muito forte (industrial e
respingos de maré);
b) 0,3 mm para peças expostas a meio agressivo moderado e forte (urbano,
marinho e industrial);
c) 0,4 mm para peças expostas em meio agressivo fraco (rural e submerso).
De acordo com Vitório (2003) as causas mais usuais do fissuramento das
estruturas são:
✓ Cura mal realizada – ressecamento
21

✓ Retração
✓ Variação de temperatura;
✓ Agressividade do meio ambiente;
✓ Carregamento;
✓ Erros de concepção;
✓ Mal detalhamento do projeto;
✓ Erros de execução;
✓ Recalques dos apoios;
✓ Acidentes.

3.8.2 Trincas e Rachaduras

Dentre os inúmeros problemas patológicos que afetam os edifícios, sejam eles


residenciais comerciais ou institucionais, particularmente importante é o problema das
trincas, devido a três aspectos fundamentais: o aviso de um eventual estado perigoso
para a estrutura, o comprometimento do desempenho da obra em serviço
(estanqueidade à água, durabilidade, isolação acústica, etc.), e o constrangimento
psicológico que a fissuração do edifício exerce sobre seus usuários. (THOMAZ, 1989)
De acordo com a NBR 9575:2003, as trincas são aberturas ocasionadas por
ruptura de um material ou componente com abertura superior a 0,5 mm e inferior a
1,0 mm. E as rachaduras de 1,5 a 5mm de espessura.
Portanto as rachaduras são consideradas mais perigosas que as trincas para a
segurança da estrutura, pois sua abertura é mais profunda.

3.8.3 Desagregação do concreto

Souza e Ripper (1998) entendem a desagregação do concreto, como a


separação física do mesmo em fatias, de modo que a estrutura acaba por perder a
capacidade resistente a esforços na região desagregada.
Segundo Piancastelli (1997) a desagregação inicia-se, geralmente, com a
alteração da coloração do concreto. A seguir surgem fissuras cruzadas em todas as
direções, que aumentam rapidamente de abertura, devido à expansão da pasta de
cimento. Um abaulamento da superfície do concreto pode também ser observado.
A desagregação do concreto pode ser provocada por:
• Ataques químicos, como o de sulfatos;
22

• Reação álcali-agregado;
• Águas puras (águas que evaporam e depois condensam) e as águas com
pouco teor de sais (águas de chuva), que arrancam-lhe sais pelos quais são ávidas;
• Águas servidas (esgotos e resíduos industriais) em dutos e canais, em função
da formação, dentre outros, do gás sulfídrico (H2S ⇒ bactérias ⇒ H2SO4);
• Micro-organismos, fungos, e outros, através de sua ação direta e suas
excreções ácidas;
• Substâncias orgânicas como: gorduras animais, óleos e vinho;
• Produtos altamente alcalinos (mais raramente).

3.8.4 Eflorescências

As eflorescências são ocasionadas pela cristalização de sais solúveis à


superfície dos elementos, em geral sulfato de sódio, potássio ou magnésio, contido
nos matérias das paredes, na argamassa ou no terreno e transportados pela água até
a superfície (BAUER, 1994).
Segundo Verçoza (1991 apud BELÉM, 2011) as eflorescências são muito
comuns nas paredes de tijolos. A argila que também é utilizado para fabricar tijolos
geralmente contém cal, que combinará para formar eflorescências de carbonato ou
de sulfato de cálcio. As eflorescências causam grandes transtornos estéticos.
Conforme UEMOTO (1988), caso a eflorescência ocorra em alvenaria externa
de edificação recém terminada, ela geralmente irá desaparecer sozinha. Isto porque
ainda estão ocorrendo reações e também devido ao fato desta patologia possuir
solubilidade em água, sumindo após a ação de chuvas. O que se deve fazer na
maioria dos casos é:
✓ Usar uma escova de aço para limpar o local, lavando com bastante água
abundante.
✓ O tratamento de bolores, em casos mais graves, para se retirar o mofo
das paredes:
✓ Devem-se verificar vazamentos ou infiltrações.
✓ Se não houver infiltrações é preciso retirar apenas a camada de pintura
e passar produto impermeabilizante;
✓ Em lugares com surgência de mofos é preciso lavar o local e tratá-lo com
produtos desinfetantes, impedindo a proliferação desses fungos.
23

3.8.4 Umidade

De acordo com PEREZ (1988), a umidade nas construções representa um dos


problemas mais difíceis de serem corrigidos dentro da construção civil. As
manifestações patológicas da umidade podem ocorrer em diversas partes das
edificações, tais como paredes, lajes, tetos, fachadas e pisos.
Segundo Bauer (1994), existe uma série de mecanismo que podem provocar
umidade nos materiais de construção, sendo os mais importantes relacionados:
✓ Absorção capilar de água;
✓ Absorção de águas de infiltração ou de fluxo superficial de água;
✓ Absorção higroscópica de água;
✓ Absorção de água por condensação capilar;
✓ Absorção de água por condensação.
3.8.5 Corrosão das Armaduras

As trincas em concreto armado devido à corrosão das armaduras são muito


comuns em nossas edificações e precisam ser tratadas adequadamente, a fim de
bloquear o processo e não as agravar como tem ocorrido em algumas obras, nas
quais não se procura identificar, diagnosticar e corrigir as verdadeiras causas do
problema. A figura 03 exemplifica o ataque de agentes externos por meio da
porosidade do concreto (MARCELLI, 2007).
24

Figura 3 - Penetração do agente através da porosidade do concreto.

Fonte: MARCELLI (2007)


De acordo com o ambiente os níveis de agressividade variam, portanto, a NBR
6118 estabelece os níveis aceitáveis de espessura das fissuras, como:
a) 0,1mm para peças não-protegidas em meio agressivo;
b) 0,2mm para peças não-protegidas em meio não-agressivo;
c) 0,3mm para peças protegida.

3.9 INSPEÇÃO PRELIMINAR E INSPEÇÃO DETALHADA

Inspeção é uma atividade técnica especializada que abrange a coleta de


elementos, de projeto e de construção, o exame minucioso da construção, a
elaboração de relatórios, a avaliação do estado da obra e as recomendações, que
podem ser de nova vistoria, de obras de manutenção, de recuperação, de reforço ou
de reabilitação da estrutura (HELENE, 2007).
Segundo Andrade e Andrea (2001), uma vez conhecida a estrutura, através da
inspeção e ensaios deve-se destacar as manifestações patológicas com o objetivo de
orientar as causas e origem dos problemas. Como exemplo:
• diferenciar as regiões com distintas exigências estruturais e mecânicas; •
identificar as características originais da estrutura;
• diferenciar as distintas regiões submetidas a distintos meios agressivos;
• estabelecer os graus de deterioração da estrutura ou seus elementos.
Deve-se também selecionar:
• técnicas e regiões de ensaio, medições e analises;
25

• plano de utilização de materiais e equipamentos;


• plano de execução da inspeção detalhada.
Caso a estrutura em análise seja de concreto armado, podem ser realizados os
seguintes ensaios:
a ) no concreto:
• resistividade;
• avaliação da dureza superficial da estrutura, através da esclerometria;
• determinação da velocidade de propagação da onda de ultrassom;
• profundidade de carbonatação;
• penetração de cloretos;
• resistência à compressão;
• porosidade.
b) na armadura:
• localização e espessura de cobrimento, através da pacometria;
• perda de diâmetro e seu limite elástico;
• medição de potenciais de corrosão;
• medição da velocidade de corrosão.
No final de uma inspeção detalhada devem ser disponibilizados todos os dados
necessários à caracterização dos danos existentes, de forma a realizar um diagnóstico
sobre o estado da estrutura, bem como prever o seu comportamento futuro (Helene,
1993). A figura 04 apresenta um fluxograma das etapas de uma inspeção preliminar
e detalhada.
26

Figura 4 - Fluxograma das etapas de uma inspeção preliminar e detalhada.

Fonte: Helene, 2007

3.10 DIAGNÓSTICO

Sendo essencial, o estudo de diagnóstico é também uma tarefa muito exigente


e de grande delicadeza, já que num processo patológico de uma dada construção se
cruzam problemas de uma enorme diversidade que, facilmente, atingem dimensão
que impõe o conhecimento generalizado, por um lado, especializado, por outro, de
tudo o que é a própria essência da construção (Appleton, 2002).
Segundo Helene (1993), diagnóstico é a identificação e descrição do
mecanismo, das origens e das causas responsáveis pela patologia encontrada em
uma estrutura ou elemento estrutural. A constatação de manifestações patológicas
pode decorrer tanto de um sintoma externo evidente, ou de uma vistoria cuidadosa
efetuada dentro de um programa rotineiro de manutenção. A fase do levantamento de
27

dados é extremamente importante, pois é esta etapa que fornecerá subsídios


necessários para que a análise possa ser feita corretamente.
Os sintomas possuem dinamismo, isto é, o diagnóstico de um problema
patológico não pode ser algo imediatista, mas sim, uma análise que entenda e leve
em consideração todo o processo de evolução do caso, pois, assim como o aspecto
de uma manifestação pode ser de uma maneira durante uma fase, em outro período
pode encontrase completamente diferente. A figura 05 apresenta um esboço das
etapas e da importância de um diagnóstico nas estruturas com manifestações
patológicas (Tutikian; Pacheco, 2013).

Figura 5 - Esboço das etapas e da importância de um diagnóstico nas estruturas


com manifestações patológicas.

Fonte: Tutikian e Pacheco (2013)

Logo após a etapa de diagnóstico, o profissional responsável poderá escolher


entre reparar o vício, impedir ou fazer o controle de sua evolução, ou apenas estimar
o tempo de vida da estrutura, limitando sua utilização ou, em casos mais extremos,
sua demolição. Um diagnóstico equivocado acarretará em desperdício de dinheiro,
caso seja recomendado um reparo inadequado, além de não solucionar o problema e
acabar atrapalhando em análises futuras que serão imprescindíveis para diagnosticar
28

corretamente o vício (TAVARES; COSTA; VARUM, 2011).

3.11 PROGNÓSTICO

Segundo Tutikian e Pacheco (2013), para a elaboração do prognóstico, o


técnico irá analisar e estudar o problema, baseando-se em determinados parâmetros,
ao longo do tempo, para a obtenção de possíveis alternativas de desenvolvimento da
falha. Alguns parâmetros a serem considerados são:
• quadro de evolução natural do problema;
• condições de exposição a que a edificação se encontra;
• tipo de terreno em que esta localizada;
• tipologia do problema.
No entanto o profissional também deve apresentar um prognóstico, explicando
as consequências que surgirão caso não sejam efetuadas as medidas corretivas para
a eliminação do problema, assim como também se faz necessário indicar quais são
estas medidas corretivas, contemplando a etapa da terapia a ser executada (Tutikian
e Pacheco, 2013).
29

4 METODOLOGIA

O estudo foi realizada no edifício da Superintendência do Instituto Nacional de


Colonização e Reforma Agrária (Incra), localizado na rua Desportista Aurélio Rocha, Bairro
dos Estados, João Pessoa-PB. O prédio é dividido em três blocos A, B e C.
Trata-se de uma pesquisa descritiva e qualitativa, visto que, descreve as
características e o comportamento atual da estrutura, explicando os fenômenos
encontrados.
Foi realizado um levantamento visual das manisfestações patológicas
presentes, registrando-se fotos via celular e fornecendo possíveis informações á
respeito das causas. Que apresentou fissuração, infiltração, desagregações, manchas
de umidade, mau funcionamento de esquadrias, ligações elétricas irregulares, entre
outros.
Os dados foram analisados conforme as normas técnicas da ABNT, a NBR
5674 – Manutenção de edificações e a NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto.
30

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O edifício apresenta manifestações patológicas por toda parte da estrutura,


podendo ocasionar graves acidentes, comprometendo á saúde e segurança dos
ocupantes. Trata-se de uma edificação antiga, que não tem manuntenção devida.
Os blocos A e B foram interditados pelo Ministério Público do Trabalho por
apresentar graves riscos ao trabalhadores, o que ocasionou super lotação no bloco A,
que também possui irregularidades.
Para este trabalho foi realizado uma ánalise, por meio de inspeção visual e
fotogravias via celular, apresentando soluções e correções para cada problema
encontrado.

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO

O edifício está localizado no Bairro dos Estados, trata-se de uma construção


antiga onde toda a estrutura apresenta patologias bastante evidentes.
Os problemas encontrados foram manchas, eflorescências, mofos, bolores,
trincas, corrosão na armadura, infiltrações, rachaduras, ausência de lâmpadas,
ligações elétricas e hidráulicas irregulares, descascamento na pintura e desloc
amento de esquadrias. A maior parte desses problemas manifestou-se devido a falta
de manuntenção. A figura 06 apresenta a frente da edificação:

Figura 6 - Edificação Inspecionada

Fonte: Autor(2019)
31

5.2 MANISFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ENCONTRADAS

5.2.1 Mofo/ Bolor


O mofo e o bolor foram causados devido a umidade e a infiltração nas paredes
externas.
São reconhecidos por apresentarem essas manchas com tonalidades escuras
ou esverdeadas. Conforme a figura 07:

Figura 7 - Superfície com presença de mofo e bolor

Fonte: Autor(2019)

5.2.2 Eflorescência

Essa manifestação ocorreu devido a presença de sais solúveis, que estão


presentes nos materiais de construção, água e pressão hidrostática.
Com aparecimento de manchas, alterando a cor do revestimento para um tom
esbranquiçado, modificando o aspecto visual. Como mostra a figura 08:
32

Figura 8 - Eflorescência

Fonte: Autor(2019)

5.2.3 Fissuras

A edificação apresenta muitas fissuras, podendo ser por diversos fatores e


causas distintas. Como podem terem surgido devido o tempo da construção.
Essas fissuras devem ter sido originadas pela sobrecargas, recalques de
fundações, entre outras fatores. Como mostram as figuras 9 e 10:
33

Figura 9 - Fissuras na alvenaria

Fonte: Autor(2019)

Figura 10 - Fissuras na viga

Fonte: Autor(2019)
34

5.2.4 Descascamentos na pintura – Bolhas

A pintura apresenta manchas, bolhas, descascamento e um aspecto estufado


nas paredes. Apareceram devido a absorção da umidade, tempo incorreto da cura
completa do reboco, aplicação ou escolha incorreta da tinta para aquela determinada
área e por não terem preparado a superfície corretamente. Como mostra a figura 11:

Figura 11 - Descascamento na pintura

Fonte: Autor(2019)

5.2.5 Corrosão da armadura

Os pilares estão com a armadura exposta, devido a presença de oxigênio,


agentes agressivos, umidade e a diferença de potencial.
Essa corrosão está afetando diretamente a durabilidade, diminuindo a a
seção do aço, reduzindo a vida útil da estrutura. Como mostra a figura 12:
35

Figura 12 - Corrosão em pilar

Fonte: Autor(2019)
5.2.6 Corrosão nas esquadrias

As esquadrias de alumínio possuem grande resistência a corrosão, devido ao


longo tempo de utilização, ficam protegidas até certo ponto. Pois, a poluição e a
presença do sal provocam um processo corrosivo. Como apresenta a figura 13:

Figura 13 - Corrosão na janela

Fonte: Autor(2019)
36

5.2.7 Desagregação do piso

O piso da calçada encontra-se quabradiço, havendo locais onde pode se


verificar desalinhamento no nível. Álem de ser extremamente antigo, possui uma baixa
resistência mecânica. Suas causas estão relacionadas devido as intempéries e
desgastes físicos, pois trata-se de uma área com grande cargas e movimentação de
pessoas. Como mostra a figura 14:

Figura 14 - Desagregação na calçada

Fonte: Autor(2019)

O piso tátil também está desgastado, com deslocamento nas placas de


borracha, além de está mal projetado para auxiliar pessoas com deficiência visual.
Como mostra a figura 15:
37

Figura 15 - Desagregação na calçada

Fonte: Autor(2019)

5.3 PROGNÓSTICO

As recomendações curativas para mofos e bolores são: executar limpeza das


superfícies contaminadas e utilizar materiais fungicidas durante os reparos. Além de
fazer a secagem e a eliminação das infiltrações.
Para as fissuras, a solução tradicional é retocar o reboco usando argamassa
ou massa acrílica. Outra alternativa é passar tinta elastomérica pura na região e
depois aplicar duas ou três demãos do mesmo produto, diluído conforme indicação do
fabricante. Para evitar fissuras nos revestimentos, sempre molhar a superfície antes
de aplicar a argamassa e após o acabamento molhar o revestimento.
Para retirar as eflorescências, deve-se fazer uma limpeza na área com água
corrente e esfregar o local com uma escova de aço. Aplicar um produto químico, se
for necessário fazer uma nova camada de revestimento.
O procedimento para recuperação da corrosão das armaduras é remover o
concreto deteriorado, reconstituir a seção original da armadura, aplicar produtos de
corrosão, pintando a superfície do metal para maior proteção e aplicar revestimento.
Para remover a camada que apresenta as bolhas é indicado eliminar as causas
de umidade, fazer a limpeza adequada da superfície, lixando e limpando o pó e
reaplicar o acabamento.
38

A recuperação do piso, é indicado recortar a área a ser recuperada e preecher


com argamassa de alta resistência, para que possa suportar o peso e os impactos.
No piso tátil, aplicar corretamente as placas de borrachas a ser perceptível para as
pessoas com deficiência visual, afim de orientar e direcionar o trajeto.
39

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os problemas patológicos encontrados atinge maior parte da edificação,


necessitando imediatamente de uma recuperação, a fim de assegurar a qualidade
de vida para todos que residem e aumentar a vida útil da obra.
Como se trata de uma obra construída há alguns anos, exige um cuidado
maior, onde o ideal seria a emissão de laudos, obtendo conhecimento das causas,
para executar a manutenção e restauração do edifício, com impermeabilizações
adequadas, pinturas nas áres externas e internas, reforma no piso, recuperação dos
pontos hidráulicos e elétricos, entre outros. Podendo assim evitar a evolução do
processo de deterioração.
Foram apresentados correções técnicas para os problemas escontrados.
O estudo destaca que é de extrema importância obedecer as normas
técnicas, executando o sistema de manuntenção das edificações, podendo assim
evitar possíveis problemas patológicos.
40

7 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Com o objetivo de melhorar a construção civil e a segurança das pessoas,


fica sugerido uma linha de estudo que pode ser adotado, reunindo um maior número
de idéias. Para pesquisas futuras:
✓ Explorar os critérios de desempenho na norma usada para
manuntenção de edifícios;
✓ Verificar através de ensaios e instrumentos de medição as patologias
e avaliar se estão de acordo com as referidas NBRs.
41

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