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A expansão do Ensino Técnico no Brasil,fator importante para melhoria de nossos recursos
humanos, é um dos pilares do desenvolvimento do País. Esse objetivo, dos governos estaduais
e federal, visa à melhoria da competitividade de nossos produtos e serviços, vis-à-vis com os dos
países com os quais mantemos relações comerciais.

Em São Paulo, nos últimos anos, o governo estadual tem investido de forma contínua na
ampliação e melhoria da sua rede de escolas técnicas – Etecs e Classes Descentralizadas
(fruto de parcerias com a Secretaria Estadual de Educação e com Prefeituras). Esse esforço fez
com que, de agosto de 2008 a 2011, as matrículas do Ensino Técnico (concomitante, subsequente e
integrado, presencial e a distância) evoluíssem de 92.578 para 162.105. Em 2019, foram registradas
460.421 inscrições para 119.885 vagas em cursos para os períodos da manhã, tarde, noite e integral.

A garantia da boa qualidade da educação profissional desses milhares de jovens e de


trabalhadores requer investimentos em reformas, instalações, laboratórios, material
didático e, principalmente, atualização técnica e pedagógica de professores e gestores escolares.

A parceria do Governo Federal com o Estado de São Paulo, firmada por intermédio do
Programa Brasil Profissionalizado, é um apoio significativo para que a oferta pública de
Ensino Técnico em São Paulo cresça com a qualidade atual e possa contribuir para o desenvolvimento
econômico e social do Estado e, consequentemente, do País.

Almério Melquíades de Araújo


Coordenador do Ensino Médio e Técnico
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
Diretora Superintendente
Laura Laganá
Vice-Diretor Superintendente
Emilena Lorenzon Bianco
Chefe de Gabinete da Superintendência
Armando Natal Maurício
REALIZAÇÃO
Unidade do Ensino Médio e Técnico
Coordenador
Almério Melquíades de Araújo
Centro de Capacitação Técnica, Pedagógica e de Gestão - Cetec Capacitações
Responsável
Lucília dos Anjos Felgueiras Guerra
Responsável Brasil Profissionalizado
Silvana Maria Brenha Ribeiro
Professora Coordenadora de Projetos
Ana Raquel Elisa Satim Rodrigues
Parecer Técnico
Paulo Vinícius de Omena Pina
Revisão
Fernando Souza
Diagramação
Rafael Vinicius Leme Habermann
Projeto de formação continuada de professores da educação profissional do
Programa Brasil Profissionalizado - Centro Paula Souza - Setec/MEC
FOTOGRAFIA APLICADA A
PRODUTOS PARA ROBÓTICA
APRESENTAÇÃO
Prezado cursista,

Essa capacitação vem sendo estruturada há mais de um ano, foi fruto de várias
conversas com os coordenadores do eixo de Informação e Comunicação e a mi-
nha participação na Campus Party. E foi desenvolvida com o intuito de orien-
tar o docente com formação na área de tecnologia para conseguir aproveitar o
máximo de seus equipamentos (celular e câmera) e conseguir fotografar peças,
equipamentos para o desenvolvimento de apostilas e materiais para as aulas,
como também as atividades dos alunos e participação de eventos. Foram meses
de elaboração do material, muitas reuniões para entregar para você um ótimo
material de fotografia aplicado ao universo de tecnologia com linguagem simples
e didática e material bem completo para auxilia-ló no dia-a-dia, com uma lin-
guagem simples e com um conteúdo bem completo. Pensamos em diversas pos-
sibilidades de utilização e níveis de entendimentos e conhecimento diferentes.
Espero que após a realização dessa capacitação, você consiga melhorar seus re-
gistros fotográficos e possa utilizar tanto para material digital como impresso.
Boa leitura e um ótimo curso!

Ana Raquel Elisa Satim Rodrigues


Professora Coordenadora de Projetos
Cetec – Centro Paula Souza
NOTA ...
A proposta desse material é fazer o participante ganhar uma bagagem
técnica sobre luz, o seu comportamento, dicas e truques para isolar um
objeto a fim de que o fundo não interfira na leitura visual da fotografia,
entre outras técnicas que vão melhorar cada vez mais o olhar fotográ-
fico de cada participante.

O contato com a fotografia tomou conta da maioria da população já


que as câmeras estão cada vez mais portáteis. Os celulares e as câme-
ras compactas permanecem em processo constante de evolução a pon-
to de termos fotos profissionais através de aparelhos sempre menores.

Os aparelhos menores, muitas vezes subestimados pelo seu tamanho,


tem potencial de sobra para a criação de imagens para um acervo ma-
terial, catálogos impressos, e-commerce entre outras necessidades.

Sejam todos bem vindos, porque depois desse conteúdo, o seu olhar
ficará bem mais técnico que anteriormente e as suas fotografias serão
apresentadas de forma ímpar.
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A FOTOGRAFIA
SUMÁRIO
Sobre Fotografia 12 Abertura 48

Pensamento Fotográfico 14 Velocidade 50

Luz 22 Iso 55

Características da Luz 26 Composição Fotográfica 58

Cor da Luz 29 Fundo Branco 60

Contraste da Luz 33 Publicitária 61 10

Manipulando a Luz 35 Documental 62

Fotografando Objetos 38 Regra dos Terços 65

Como Montar um Rebatedor 41 Resolução X Tamanho 68

Objetos pequenos 45 Tamanhos de Arquivos 74

Os 3 pilares da Fotografia 46 Referências Bibliográficas 78


“NÃO FAZEMOS UMA FOTO APENAS COM UMA CÂMERA;
AO ATO DE FOTOGRAFAR TRAZEMOS TODOS OS
LIVROS QUE LEMOS, OS FILMES QUE VIMOS, A MÚSICA 11

QUE OUVIMOS, AS PESSOAS QUE AMAMOS.”

ANSEL ADANS
SOBRE 12

FOTOGRAFIA
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Alexander Andrews on Unsplash


Robert Fludd, (1574 - 1637)
PENSAMENTO FOTOGRÁFICO
“DIXITQUE DEUS FIAT LUX ET FACTA EST LUX” GENESIS - 1

No início dessas reflexões, é posto o terceiro ato do livro de Gênesis sobra


a criação do Mundo: “ Disse Deus, Faça-se Luz e assim se fez a luz. O fun-
damento da fotografia provém da luz. A mesma luz que dividiu o “mundo
das trevas escuras” é a mesma luz matéria prima da fotografia que no seu
conceito ipsis literis Foto = Luz, grafia = escrita denominando-se a escrita
com a luz e ou desenho da luz.

Desde a escrita do genesis um dos marcos no estudo da criação do mundo

Cosmic Stratum from Utriusque Cosmi - Robert Fludd 1617


14 no conceito “Fiat Lux” surge um nome relevante na discussão e ilustração
da criação do mundo. Estamos falando de Robertus de Fluctibus ou Robert
Fludd, um médico paracelsista, alquimista, astrólogo, matemático e cos-
mologista inglês que estudou artes em Oxford, no Saint John the Baptist
College, e medicina no College of Physicians de Londres. Especula-se atra-
vés de estudos na Europa que ele pode ter sido um dos responsáveis pela
tradução da bíblia e entre os seus principais trabalhos incluem tratados
sobre o macrocosmo e o microcosmo.

Ao citá-lo como um estudante de artes, na hipótese de ser um dos tra-


dutores da bíblia, o que chama a atenção é de como ele ilustra a criação
do mundo e o posicionamento do homem perante esse evento. Nota-se na
ilustração a seguir que ele posiciona Deus criando a Luz e

cartaz 4º salao
Robert Fludd-Utriusque cosmi maioris
scilicet et minoris metaphysica
(Oppenhemii 1617)

History of Science Collections, University


of Oklahoma Libraries
a pomba que sinaliza o espírito santo
criando esse “campo de luz” que no
caso sendo a Terra o centro do universo
na ocasião e no seu interior o Homem.

Na representação clara do Big Bang,


teoria essa que é uma discussão eter-
na entre a ciência e a religião, vemos
a ilustração que nos leva a um devaneio
sobre a tal explosão defendida pela te-
16 oria científica e a religiosidade que na
sua justificativa de Deus como o criador
do universo.
O objetivo de iniciar esse livro com
essa abordagem é fazer um paralelo da
ilustração da criação do mundo segun-
do Robert Fludd com o olho humano.
Claramente, se traçarmos um paralelo
entre as ilustrações de Fludd e a ana-
tomia humana, fica claro que desde a 17
primeira ilustração da explosão de Deus
com a pomba até a sua última com um
sol no meio simbolizando o homem,
consegue-se notar uma semelhança gri-
tante da ilustração com uma íris. Íris
essa que simboliza a luz, luz física,
para o homem e matéria-prima para a
fotografia.

Victor Freitas on Unsplash


Edward_Steichen - Milk bottles on a fire escape - 1915
Desde o surgimento da fotografia, muito
se fala que fotos são imagens idealizadas.
Discute-se até então que a fotografia não
era uma arte por ser apenas um mero meio
de registro ou a tentativa da cópia do real.
Ainda na mente de muitos fotógrafos ama-
dores ou entusiastas, a bela imagem é aque-
la clichê da flor bonita com uma borboleta
bonita em um lugar totalmente florido onde
o verde e as cores “gritam” mais do que
18 qualquer coisa. Esta ótica pode ser basea-
do no seguinte pensamento: “fotografar o
deserto do Atacama, até um cego, traz boas
fotos pois o lugar é lindo com uma luz per-
feita e composições paradisíacas.”

Em contraponto, porém, nesta mesma linha


de raciocínio, em 1915, Edwad J. Steichen
faz uma foto de uma garrafa de leite
que mexe com o conceito de “boa foto”.
Podemos partir da premissa que a boa foto-
grafia é aquela que tem as características
técnicas para tal função.
Luz e Sombra - Rafael Habermann 2009

Vamos dividir o estilo fotográfico em 2 modalidades: As fotografias artísticas e as


fotografias comerciais.

As fotografias artísticas: não devemos nem entrar na eterna discussão técnica


pois ela vai muito mais além das fronteiras da beleza, não necessariamente exis-
tindo ou se debuçando em cima de uma técnica, dependendo assim de um con-
texto em que o artista fotográfico está inserido.

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Formas - Rafael Habermann 2007


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Sandália Schutz e Joias Brumani- Rafael Habermann 2018


Nosso objetivo é estabelecer um rol de técni-
cas e a criação de regras para a cosntrução de
uma fotografia documental que bebe da fon-
te da fotografia publicitária bem próximo aos
estilos fotográficos da fotografia para e-com-
merce que carrega em si alguns padrões que
além de muito legíveis e claros à sua comuni-
cação com quem tem acesso à imagem. 21

Podemos dizer que à luz da criação do mun-


do, a fotografia a ser estudada neste livro vai
nortear todos aqueles que queiram comunicar
de forma linear com pessoas sejam elas em
uma fotografia para material técnico ou uma
fotografia comercial que poderá claramente
ser inserida tanto em um e-commerce quanto
em um manual de instrução.

Cerveja Campanária e Biscoitos Cosme e Damião- Rafael Habermann 2017


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LUZ
Atelier
Pirassununga SP - Rafael Habermann 2018 Angra dos Reis RJ - Rafael Habermann 2019 Chalo Garcia on Unsplash
AlexanderW-unsplash
Vamos introduzir este capítulo mencionando os
diferentes tipos de luz. Nós temos as luzes na-
turais, como o Sol. Os raios, quando nós temos
as tempestades tropicais, são uma fonte de luz
de energia elétrica tão potente quanto o Sol,
porém menos duradoura, pois em uma fração
de segundos um raio é capaz de iluminar lon-
gas distâncias uma vez que o seu raio de ação
é muito menor que o Sol por estar dentro da
atmosfera da Terra e o Sol a milhões de qui-
24 lômetros do nosso planeta. Devemos também pode emitir fonte luminosa ou até mesmo fontes
mencionar que a reação dos gases que incandescentes através das suas reações, tra-
zendo luz e cores.

Um outro conceito de Fontes de luz seria luz ar-


tificial. A luz artificial pode ser reproduzida atra-
vés de diversos recursos, seja ele uma lanterna
ou farol de carro, uma lâmpada industrial, den-
tre outras fontes luminosas que podemos emitir
lightscape-unsplash

a partir da invenção do homem.


O momento mágico da fotografia começa a partir Para que nosso conhecimento fique mais apurado em fotografia, nós vamos dividir a
do momento em que temos uma fonte de luz. luz em 3 tópicos importantíssimos a fim de que possamos saber quando a luz tem uma
Essa fonte de luz chega ao clímax quando ela co- qualidade excelente para a fotografia e quando precisamos aprimorá-la. Vamos falar das
meça a refletir uma página impressa em cima de características da luz na sua qualidade de brilho, cor e contraste.
uma mesa ou irradiação de um monitor ou televi-
sor atingindo o olho humano e assim acontecen-
do a mágica da projeção de imagens.

Uma câmera fotográfica não diferente do olho


humano, é capaz de obter luz através de suas
objetivas, conhecidas como lentes, do mesmo 25
modo em que as nossas pupilas recebem a luz.
Uma câmera fotográfica é capaz através das suas
lentes diminuir as suas “pupilas” para que uma
imagem fique legível e mais nítida. O nosso cé-
rebro é capaz de armazenar em nossa memória
as imagens assim como uma máquina fotográfica,
se analógica, registra essas imagens em um filme
fotográfico e se digital armazena as imagens em
um cartão de memória.

Malte Wingen-Unsplash
CARACTERÍSTICAS DA LUZ

BRILHO

O brilho da luz é uma das características fun-


damentais para se conseguir uma fotografia na
qual provavelmente iremos ter uma qualidade de
imagem sem ruído, nítida a fim de que o nosso
assunto fotografado seja iluminado por completo
26 facilitando assim o entendimento e leitura da
imagem. uma luz com ouco brilho só é utilizada
para fotógrafos quando em algum trabalho técni-
co ele deseja uma luz com uma linguagem mais
artística que não tem a necessidade de mostrar
algo por completo.

Tudo vai depender do controle da intensidade !

alexander-dummer-unsplash
27

Rafael Habermann Rafael Habermann

No âmbito técnico quando não se tem uma fonte com muito brilho chama-se de low key, baixa intensidade de luz ou ape-
nas uma fonte de luz, já quando se tem várias fontes a fim de deixar a imagem bem iluminada ou em partes até mesmo
com excessos de luz a ponto de perder informação é chamado de high key.
O low key é muito usado para retratos e uma das suas características é não ser rico em informação de cores por não ter
muito brilho.
28
Rafael Habermann

LOW KEY
Fabian-gieske-unsplash

lukasz Szmigiel-unsplash Fanny Gustafsson-unsplash


HIGH KEY
COR

Em uma fotografia, nós podemos usar luzes coloridas.


Partindo do pressuposto de que todas as luzes são Podemos afirmar, nessa parte dos estudos, que as cores pri-
brancas, tecnicamente podemos afirmar que o branco márias RGB são as a linguagem de cores dos eletro eletrôni-
da luz vem de uma gama de cores. Cores essas cores, cos e as secundárias, CMYK, são as cores da gráfica, as cores
as quais chamamos de primárias, vermelho, azul e ver- das tintas daquela sua impressora.
de, e a combinação de cada duas primárias cria-se as
secundárias, ciano, magenta e amarelo que permeiam Todos os que olham um objeto tendem a presumir que as
o campo onde o olho humano enxerga a composição cores são aquelas, mas se enganam. Qualquer que seja o ob- 29
como incolor se misturadas. jeto, a sua imagem e suas cores resultam da iluminação em-
pregada e que incide na sua superfície. Se iluminarmos um
objeto como um morango, por exemplo, ele vai parecer ser
G vermelho porque está refletindo o vermelho do espectro de
R: Red radiação absorvendo a luz nos outros comprimentos de onda.
G: Green Y C
B: Blue Se de alguma forma aplicarmos um filtro capaz de remover
Y: Yellow a porção do vermelho da luz que ilumina o morango, certa-
C: Cian R M B mente ele se apresentaria quase que preto porque chegaria
M: Magent muito pouca luz.
30

Fotografia com iluminação comum sem o filtro de remoção de Fotografia com iluminação comum com o filtro de remoção
raios vermelhos da luz de raios vermelhos da luz

É sábio pensar que podemos aplicar filtros para remover as cores R / G/ B de qualquer feixe de luz.
É leviano pensar que para os olhos humanos todas Ajuste de correção de cor sobre as diferentes luzes
as fontes de luz em sua maioria são brancas, mas
profissionalmente quando mergulhamos no mercado
fotográfico refinamos os conceitos de luz e fonte de
luz nós devemos prestar atenção na origem. Quando
é abordado a origem da luz os fotógrafos e os equi-
pamentos impressão a escala de cor física com me-
didas em Kelvin “K”.

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Um equipamento fotográfico pode reconhecer a luz e configurar o seu


sistema para corrigir as cores devido a fonte de luz em que a fotografia
vai ser executada. Uma imagem poderá ser iluminada sob a luz do Sol,
com o dia nublado, durante a noite, com flash portátil “que pode simular
um relâmpago próximo à luz do Sol”, ao lado de uma fogueira, ou com
uma luz incandescente, ou com uma luz halógena, ou com uma luz flo-
rescente, dentre outras possibilidades que podemos iluminar um objeto.
Podemos tomar como exemplo que uma luz de cor
alta, azulada e até lilás. São chamadas de cores
frias. A medição fica em média de 10.000 a 12.000
na escala Kelvin, como, por exemplo, podemos indi-
car as luzes Xenon automotivas de 10.000 a 12.000k.
32 A luz do Sol fica entre 5500 K e a luz de tungstênio,
muito comum em decoração de casas ou em locais
onde ainda mantém o padrão da famosa luz “de bo-
linha “, essa luz tem a medição de 3200k a 4200k e
são chamadas de cores quentes.
CONTRASTE

O contraste é um assunto fundamental quando estamos falando da incidência da luz em um objeto. Para estudar-
mos contraste de luz, nós vamos ter que observar a sombra desse objeto onde podemos encontrar uma sombra
com contraste acentuado, uma sombra com contraste suave. Como exemplo, podemos ter um objeto iluminado
num dia de sol, é um objeto iluminado em um dia nublado. Percebemos que o objeto iluminado num dia de sol 33
onde colocamos o objeto diretamente exposto. Vemos que a sombra é muito mais acentuada, ficando muito mais
nítida. Em contrapartida, se colocarmos um objeto para ser iluminado num dia nublado, a sombra desse objeto
certamente será difusa, como no exemplo a seguir.
34 Luz direta Luz difusa
MANIPULANDO A LUZ
35
Para fotografar um objeto, devemos definir a luz
e saber os caminhos para modificá-la. Tudo vai
depender do seu objetivo para com o objeto e
definir se vai ser modificado em contexto de cor
ou contexto de contraste ou ambos.
Para modificar as cores da sua fonte de luz, nós
temos diversos recursos como papel celofane,
gelatinas de cinema, a cor da própria fonte de
luz ou filtros de edição para a fotografia. Se for-
mos fotografar ao ar livre, podemos também
fo- tografar no período da manhã quando a luz
é mais amarelada, ao meio-dia quando a luz é
mais bran- ca, ou ao entardecer quando a luz é
36 mais laranjada

Fotografia realizada às 7h30 Fotografia realizada às 12h Fotografia realizada às 18h20


Sem difusão de luz

Se o objetivo da fotografia for modificar o con-


traste da luz, nós também temos diversos recur-
sos como, por exemplo, fotografar algo em am-
biente externo em dias nublados ou embaixo de
superfícies que difundam a luz como telhados de 37
acrílico ou coberturas de vidros jateados capazes
de difundir a luz do Sol. Em caso de luzes arti-
ficiais, com alguns artifícios para difundir luzes
Luz difundida com uma cortina

de lanterna, flash, abajur, ou pendentes, pode-


mos fazer o uso de papel vegetal, cortinas, panos
translúcidos, entre outros materiais que possam
difundir a luz emitida.
FOTOGRAFANDO
OBJETOS
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Agora, chegou a hora de colocarmos em prática Folha sulfite
todos os conceitos anteriores, principalmente
quando formos fotografar objetos pequenos como
capacitores, transistores, dentre outros objetos
pequenos que necessitem o lugar limpo claro e de
fácil visualização de médios e micro componen-
tes, além de projetos já montados e prontos para
serem apresentados ou catalogados.
39
A solução para fotografar esses objetos é muito Objeto posicionado
simples a ponto de necessitarmos apenas de uma
folha sulfite em um ambiente bem iluminado.
Como já foi mencionado, uma solução interes-
sante é colocar o objeto de frente a uma janela
por onde entra bastante luz e colocar sobre uma
folha sulfite ou uma cartolina dependendo da
área abrangente do objeto.
Objeto fotografado
Se for necessário complementarmos a
luz que ilumina o nosso objeto, podere-
mos dispor de algumas traquitanas que
vamos ensinar a seguir para você ter
um ganho de luz a mais no seu objeto
fazendo-se assim uma iluminação bem
mais interessante.
40
Através de uma cartolina ou um pe-
daço de papelão, nós podemos envol-
vê-lo com papel alumínio e rebater a
luz natural que utilizaremos na fotogra-
fia. Veja o passo a passo se o resultado
dessa solução simples pode dar um ga-
nho muito grande na iluminação do seu
objeto.

foto sem rebatedor foto com rebatedor


COMO MONTAR UM REBATEDOR CASEIRO

[
41

RECEITA MILAGROSA

Caixa de papelão + papel aluminio +


fita auto adesiva + tesoura
1-) Abra a caixinha
2-) Recorte as rebarbas
3-) Envolva o papelão com papel alumínio
4-) Cole a parte de trás e pronto!
Luz do sol através da cortina

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Luz da cortina rebatida

Também é usado como recurso: espelhos, papéis cartão, color set coloridos, em que os lamina-
dos rebatrão mais intensamente a luz e os foscos rebaterão, porém, com menos intensidade.
DIY

Você pode também iluminar o seu objeto através


de uma lanterna ou até mesmo fazer a construção
de caixas de luz ou box de luz como também é co-
nhecido no mercado “do it yourself”. Nesses pro-
jetos, são utilizadas caixas de papelão cortadas nas
laterais e revestidas com papel vegetal a fim de
difundir a luz, bem semelhante ao efeito da ilus- 43
tração na página 35 desta publicação. Ao redor da
caixa, são colocadas luminárias simples que podem
ser encontradas em qualquer comércio de artigos
para iluminação ou escritório.
No tutorial a seguir, o website espanhol Dzoom.org
ensina uma das maneiras de se criar uma caixa de
luz com papelão, fita adesiva, papel vegeral ou pa-
pel manteiga e percevejos
PROVA DA CAIXA DE LUZ COM LAMPADAS CASEIRAS

44

Os fundos fotográficos, fixados com


percevejos podem ser trocados
LIGHT BOX
Na página anterior, pudemos ver a construção da
caixa de luz e dentre essas engenhocas podemos
utilizar caixas leitosas conforme o blog tipsfroma-
typicalmomblog.com. No projeto, eles usaram uma
caixa leitosa de armazenamento, comumente en-
contrada em supermercados e lojas de limpeza, 2
luminárias e 2 lâmpadas de 5500k - luz do dia.
No projeto, eles serraram a caixa, mas podemos ti- 45
rar a tampa e tê-la deitada conforme a ilustração a
seguir. Além das lâmpadas, você pode apenas levar
a caixa ao sol e a própria superfície leitosa pode ab-
sorver a luz solar, muito mais potente, e difundi-la
de uma forma ímpar.
46 Podemos colocar a caixa em am-
biente externo ou até mesmo usar
luminárias prontas sem corta a cai-
xa como no exemplo abaixo.
Quando falamos em objetos pequenos ou até mesmo peças e com
ponentes eletrônicos que podem ter menos de 1 cm, nós estamos
falando de algumas configurações específicas para fotografá-los.
OBJETOS PEQUENOS Os objetos pequenos necessitam, se você estiver usando uma câ-
mera profissional, do auxílio de um equipamento específico que
são as lentes macro. Essas lentes são capazes de aproximar do
objeto de modo que consigamos ver detalhes até mesmo de um
inseto. Se você estiver usando uma câmera semiprofissional, uma
Cybershot que são câmeras compactas ou até mesmo o celular
você precisará ativar o recurso macro destes equipamentos que 47
facilitam o processo de fotografia de pequenos objetos ou de gran-
des aproximações.
Canon

A simbologia do recurso macro nestes equipamentos é dado pelo


símbolo de uma pequena flor.

Ao ativar esse recurso os pequenos objetos, na maioria das


vezes, ficarão mais nítidos e com o melhor foco na fotografia.
Florian Klauer
48

OS 3 PILARES
DA FOTOGRAFIA
Para entender melhor a fotografia e até mesmo ter uma boa noção para fazê-la, nós vamos mostrar neste capítulo 3 conhecimentos
fundamentais que toda pessoa que for fotografar algo deverá saber para que suas fotos sejam cada vez melhores.

Para que aconteça uma fotografia é necessário que haja 4 elementos fundamentais: objeto a ser fotografado, o fotógrafo, a câmera
e a luz. Um fotógrafo só consegue realizar uma foto a partir do seu recurso e o desempenho que o seu equipamento lhe proporciona.

Ao decidir entre usar uma câmera profissional ou semiprofissional, ou até mesmo uma câmera de aparelho celular, todo fotógrafo 49
pode configurar esses equipamentos manualmente. A partir de agora, nós vamos conhecer um pouco desses 3 pilares que todo o
equipamento, se configurado manualmente, alcança um desempenho muito além de alguns que utilizam recursos automáticos de
configurações em câmeras fotográficas

Esses recursos são nomeados como: abertura de diafragma, velocidade de obturador e ISO.
ABERTURA DE DIAFRAGMA

50

A abertura do diafragma é comandada pela lente do seu


equipamento que é responsável pela quantidade da en-
trada de luz para dentro do seu equipamento fotográfico.
O diafragma é nomeado pela consoante F e acompanhado
por uma numeração que identifica o quão aberto ou o quão
fechado está a entrada de luz da sua lente.
Na prática, se formos relacionar-se
conhecimento de uma forma bem F 1.4
mais didático e visual, podemos le-
var como referência que toda foto-
grafia que tiver um fundo desfocado,
o diafragma da sua lente estará mais
aberto. Se a fotografia estiver com
o fundo e o assunto focado, prova-
velmente o diafragma estará mais
fechado dando maior profundidade
de campo para a sua fotografia. 51

IMPORTANTE#
Se você utilizar um recurso automático do seu equipa- F 16
mento fotográfico, o próprio equipamento vai colocar
uma determinada profundidade de campo ( F ). Toda vez
que você executar uma foto neste modo onde a máquina
decide as configurações. Às vezes, podem funcionar ou
às vezes você não vai conseguir a tão sonhada fotografia.
VELOCIDADE DO OBTURADOR

Partindo do conhecimento de que a


fotografia é a escrita com a luz, nós
A primeira fotografia, oficialmente
deduzimos o que essa escrita tem realizada. “Vista da Janela em
Le Gras”, de 1826, foi a primeira
que ser fixada de algum modo por fotografia bem-sucedida. Ela foi
feita por Nicéphore Niépce, com
algum meio. Lá no início da fotogra- ajuda de Louis Daguerre

fia, a luz entrava em uma caixa preta


que também chamavam de Câmara
escura e ela era fixada em uma su-
52 perfície com sais de prata entre ou-
tros produtos, que na verdade essa
luz que entrava nesse dispositivo de
certa forma queimava uma chapa de

@georgeSampol 2015
metal embebedada com o material
químico.
Após a revolução da atividade fotográfica, a indústria criou o filme fotográfico e agora
em tempos modernos nós temos sensores que fazem a função deste filme o que faz a
função da chapa metálica criada lá nos primórdios da fotografia.

53

Ian Ruhter M.Spiske A. Andrews


1816 1885 1975
Nesta data, dá-se início aos primeiros proces- Nesta data, já começa o aparecimento dos A primeira imagem digital foi realizada por
sos fotográficos através da heliografia. A ima- primeiros filmes fotográficos e a sua popula- Russell Kirsch em 1957. Ele foi um engenheiro
gem acima é o processo de realização fotográ- rização. A partir daí, a fotografia já começa a estadunidense. Em 1975, o também engenheiro
fica através de uma chapa de vidro e colodium ser realizada por não profissionais. estadunidense Steven Sasson, dentro da empre-
úmido. sa Kodak, cria a primeira câmera digital que até
hoje está em constante evolução de sensores.
S = 1/10
O caminho em que a luz percorre até che-
Nessa primeira imagem, vemos que a luz conseguiu
gar nessa superfície que vai fixar a luz dá- entrar em 1/10 porém a foto ficou tremida devido
a respiração do fotografo. Qualquer milímetro de
-se a partir da luz que ilumina um objeto, edslocamento é o suficiente para borrar a imagem.
passa por entre as lentes da sua objetiva,
aí o obturador em formato de cortina se
abre com uma certa velocidade necessá-
ria para a luz ser fixada. Essa velocidade,
que se dá na divisão de frações de segun-
54 do e simbolizado pela letra “S” de shut- S = 1/40
ter speed, deverá ser controlada a modo
Nesse segundo, já podemos perceber que a luz
que se entrar muita luz a imagem vai ficar que entrou foi suficiente para iluminar o objeto
muito branca e tremida e se entrar pouca de forma que conseguimos ver o que é, sem borrar
porém com uma iluminação bem mais precária.
luz a imagem vai ficar escura ou nos 2 mo-
dos não teremos nenhuma imagem apenas
um quadro branco ou um quadro preto.

S = 1/125

Para realizar as imagens ao lado, foi utilizado F 4.5 e luz Nesse terceiro ensaio, mais veloz, conseguimos
fluorescente residencial normal. Luzes ambientes são ver em partes o que está sendo fotografado porém
categorizadas como baixas fontes de luz. Também não foi com uma precariedade alta de luz a ponto de
utilizado nenhum tripé para estabilizar a câmera quase não enchergar o objeto.
No caso de imagens em movi-
mento, quanto mais baixa ve-
locidade, mais borrada vai fi-
car a sua fotografia e quanto
mais alta a velocidade maior,
a sua capacidade de congela-
mento de algo em movimen-
to. Tudo vai depender da sua
condição de luz. Quando a
condição de luz é precária, é 55
comum fotógrafo usar a téc-
nica de longas exposições.
As longas exposições, propor-
ciona resultados fantásticos
a fim de criar alguns brilhos
em algumas imagens de tirar
o fôlego.

Rafael Habermann / 2019

Para realizar essa imagem, foram diversas tentativas em que a configuração do equipamento era F 16 - Iso ( vamos aprender ) estava em 100
e a velocidade 30 segundos de exposição. como a captação de luz era extremamente baixa, só se acontecesse um relâmpago para iluminar
a cena e realizar a fotografia. E foi o que aconteceu depois de aproximadamente 45 minutos clicando a câmera e aguardando 30s o shutter
speed aberto tentando a sorte de um raio até que ele apareceu, iluminou a região e o sensor capturou. Exercício de paciência que exige
uma câmera com configurações manuais e tripé.
Rafael Habermann / 2020
Esse é um outro caso
em que foi configu-
rado uma velocidade
muito baixa em um
drone DJi Mavic pro 2
e ele conseguiu fazer
a captura dos carros
em movimento na ro-
56 tatória e demais ruas.

DIAGRAMA
SHUTTER SPEED
ISO

Agora que já ficaram claras As regras de ISO para que o equipamento, através dos seus sensores, fique
funcionamento do diafragma Ih do obtu- mais sensível que absorva uma maior quantidade de luz. Se
rador vamos entender como “a luz e seus o profissional for realizar uma imagem em condições muito
desenhos” são fixados nas superfícies. iluminadas, por exemplo sob a luz do Sol do meio-dia, muito
Para isso, nós vamos falar da sensibili- provavelmente vai ser necessário que ele diminua o ISO con-
dade que esse sistema de fixação de luz trolado no seu equipamento.
precisa ter nas mais diversas condições de
iluminação de um objeto. Quanto mais alto o valor do ISO, mais granulado será o resul-
tado da sua imagem, porém com um resultado satisfatório 57
É chamado de ISO ou antigamente era quanto à iluminação e definição da imagem. Sob uma luz de
chamado de asa a sensibilidade na qual velas somos capazes de realizar uma fotografia de modo que
aplicamos em cada mecanismo de senso- conseguimos iluminar um objeto combinando valores de ISO,
res. O ISO é controlado ou orientado os abertura de diafragma e controle de velocidades.
equipamentos conforme a quantidade de
luz o que temos para cada situação.

Se o fotógrafo vai realizar uma imagem


onde a condição de luz não é muito alta,
é necessário aumentar a numeração do
ISO MENOR ISO MAIOR
Sob a mesma condição de luz ambiente

58

ISO 400 ISO 12.000


DIAGRAMA DE FUNCIONAMENTO
DE UMA CÂMERA FOTOGRÁFICA

Para uma melhor compreensão sobre o


caminho da luz dentro de uma câmera
fotográfica reflex, câmeras que têm um
espelho para projetar a imagem no visor
para o fotógrafo, a sony disponibilizou um
croqui do funcionamento desde o objeto 59
até a chegada da luz no sensor. Ela passa Diagrama criado pela Sony.
pelos elementos opticos, reflete para o
fotógrafo e no momento que ele diapara o
equipamento acontece a mágica de abrir
as cortinas de velocidade e em fração de
segundo os sensores captam a luz e trans-
põem a mágica da imagem.
COMPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA

60

Jesse Chan
Toda fotografia realizada ponente que faça parte de
tem um certo objetivo, um passo a passo da mon-
seja ele catalogar um pro- tagem de um equipamen-
duto, compor uma peça to, posso fotografar esse
publicitária, ser um do- equipamento montado com
cumento, ou até mesmo fundo branco ou ambienta- 61
conquistar um patamar ar- do como também posso fo-
tístico fazendo ou não um tografar esse equipamento
sentido visual. Trabalhando junto com o seu montador /
nessa linha quando nós tra- criador para uma notícia de
zemos a fotografia para o jornal ou até mesmo para
nosso dia a dia eu posso fo- documentar a vitória em
tografar uma peça um com- um concurso de robótica.
FOTOGRAFIA COM
FUNDO BRANCO

A fotografia de fundo branco ela não tem tanto se-


gredo para exibir o que realmente é necessário, a
62 fim do que realmente está sendo fotografado seja
apenas para catalogar ou exibir algo que tenha só
ele como foco principal.
FOTOGRAFIA PUBLICITÁRIA
OU AMBIENTADA

Quando falamos da criação da imagem


publicitária ou ambientada, nós falamos
de uma criação por trás do elemento
principal a ser fotografado. A exemplo do
material abaixo, nós podemos colocar um
brinquedo com o fundo ambientado onde 63
a fotografia terá um ganho visual muito
mais apelativo e atrativo.

Podemos trabalhar com recursos de luzes


ou criação / intervenção em cenários.
@thisisengineering
@thisisengineering

64

FOTOGRAFIA DOCUMENTAL

A fotografia documental um objeto, uma pessoa


ou jornalística é realiza- ou ambos. Esse tipo de fo-
da a fim de mostrar algo tografia aceita uma dose
que seja fotografado de de publicidade, fotografia
forma com que possamos de retrato ou coletiva de
mostrar ou documentar uma equipe de trabalho
CHRISTINA WOSINTECH
Outra questão também importante para a fo-
tografia documental, principalmente quando
envolvemos pessoas ou grupos de trabalho, é fi-
car atento aos ambientes. As fotografias podem
acontecer em um ambiente como uma feira, la-

MARIUS CIOCIRLAM
boratório de trabalho, em uma sala de aula ou
em qualquer outro lugar.
65
Objetos indesejados podem aparecer na foto-
grafia como uma tela de computador aberto
com imagens ou mensagens não desejadas, ex-
tintores ou equipamentos de segurança no fun-
do da foto. Esse tipo de informação só aparece
porque o fotógrafo não está atento ao que está
compondo dentro do visor da câmera.
DISRUPTIVO

THIS IS ENGINEERING
66

Portanto, a dica é que observe melhor os elementos que aparecem na


sua fotografia, em caso de feiras e eventos mantenha a composição
bem fechada nas pessoas, em laboratórios de sala de aula observe
atentamente se há computadores ligados o que tem exibido na tela. o
THIS IS ENGINEERING

ideal é que estejam todos desligados e você que vai fotografar a cena
observe o melhor ângulo com a melhor luz para que a sua fotografia
seja cada vez melhor.
O TERÇO

Para que todo trabalho fotográfico acon-


teça de forma harmônica e profissional, é
necessário nós termos conhecimento de 67
uma regra básica, de composição, em fo-
tografia chamada regra dos terços.

A regra dos terços, falando de uma forma mais


simplificada, é a de visão da cena em 9 quadrados
iguais em que os assuntos principais devem estar
posicionados nas extremidades do quadrado que
fica no centro da tela. Esse recurso é facilmente
encontrado em câmeras digitais modernas como
também nos aparelhos celulares.
68
Laura Kleffmann
@rafaelhabermann
@rafaelhabermann

A regra dos terços se aplica à qualquer assunto.


@rafaelhabermann

@rafaelhabermann
69
zoom
70 PLANOS FOTOGRÁFICOS
1 5
Plano Geral é o plano onde o fotografado, seja ele um Primeiro Plano é o tipo de enquadramento onde é o corte da
objeto ou uma pessoa ou até mesmo um grupo, mostra o fotografia é feito na altura dos ombros também muito usados
objeto como um todo e o local onde está o assunto fotogra- em fotografias documentais onde conseguem capturar uma ex-
fado. São os planos mais abertos onde o fotógrafo não usa pressão, sendo assim uma fotografia x pressa muito mais perso-
recursos de zoom. nalidade i muito usado em retratos fotográficos.

2 6
Plano Americano é o plano fotográfico onde é mostrado Close é o nome dado para esse enquadramento onde consegui-
¾ do plano geral. Quando estamos fotografando pessoas mos captar uma fotografia com o enquadramento bem fechado,
ou grupos, para memorizar esse tipo de plano, cortamos principalmente no rosto de pessoas. Esse tipo de enquadramen-
a imagem mais ou menos na altura do joelho das pessoas to normalmente preenche a tela toda com um rosto onde nós
onde você nem mostra todo o local e faz um corte através não conseguimos capturar nada e nem saber qual é o plano de 71
do zoom no assunto fotografado. fundo.

3 7
Plano Médio é o plano onde vamos fechando um pouco Big Close ou Plano Detalhe é o nome dado a este enquadra-
mais o enquadramento fotográfico e como exemplo quando mento onde os fotógrafos utilizam do zoom quase que total das
fotografamos pessoas fazemos um corte na linha da cintura câmeras de lentes que são capazes de capturar detalhes dos as-
evidenciando bastante o rosto junto ao corpo . suntos fotográficos bem como de objetos pequenos através do
uso dos recursos de macro muito poderosos tanto em fotografia

4
Plano Fechado é o enquadramento fotográfico em que fa- de gente além da possibilidade de capturar realçar texturas.
zemos o corte na linha do busto é muito usado em fotogra-
fias de mídia social, colunas de jornal, como também nas
fotografias de perfil muito usadas em biografias.
Alan Kirvan
72
RESOLUÇÃO X TAMANHO
É comum que resolução e tamanho de imagem sejam fatores que suscitam curiosidade e dúvida. Designers
gráficos, fotógrafos e pessoas envolvidas com artes gráficas em geral confundir-se sobre esse assunto, de
certa forma, confuso.

VOCÊ SABE QUAIS SÃO AS DIFERENÇAS ENTRE ESTES DOIS TERMOS?

Podemos de uma forma bem simplificada adotar o raciocínio


de que tamanho de imagem, em tempos digitais, é a capa-
cidade que o seu equipamento tem em gerar uma imagem
com um tamanho físico ou digital em uma escala horizontal
e vertical como, por exemplo, uma câmera de 12 megapixels
pode lhe entregar uma imagem de alta qualidade no tama-
nho de 1 m por 80 cm e uma câmera de 20 megapixels pode
me entregar uma imagem não tá morrendo de 4 m por 3 m
em alta resolução.
UM CELULAR COM 32 MEGAPIXELS OU UMA CÂMERA COM 12MEGAPIXELS?

74 Muitos profissionais se confun-


dem com a relação entre me-
gapixel com qualidade de ima-
gem. O megapixel refere-se ao
tamanho da imagem e a qua-
lidade refere-se a quantidade
de entrada de luz que o seu
aparelho tem a capacidade de
captar jogá-la para o sensor.
As objetivas de
câmeras começam
em 56mm e podem
chegar até 420mm
de raio

Cameras frontais
tem em média
2mm de diâmetro.

Câmeras traseiras
no máximo 3mm
Quando fotografamos duran- suas objetivas, muito maiores na sua maioria

te o dia, assim tanto os celula- que as dos celulares, conseguem


res quanto as câmeras têm uma captar muito mais luz e jogar
qualidade de imagem muito se- para os seus sensores comparado
melhantes devido ao fato da há uma câmera de celular quem 75
fonte de luz ser intensa. O que suas objetivas vão ter no máximo
realmente acontece é que se o 5 mm de abertura. Se comparar-
celular tem uma quantidade de mos na questão de qualidade as
megapixel maior do que a câme- câmeras de 12 megapixels terão
ra consequentemente podemos imagens menores que as dos celu-
imprimir a imagem do celular em lares em tamanho de impressão,
um tamanho maior. O problema porém com muito mais qualidade
acontece em baixas intensidades devido ao fato de ter maior en-
de luz. Uma câmera através das trada de luz.
PPI - Pixels per Inch
- monitores e telas

Quando falamos sobre resolução x ta-


manho de imagem, falamos também
de uma unidade de medida digital
denominado pixel, e no caso das ima-
gens para uma linguagem impressa
utiliza uma escala de medida classifi-
76 cada por pontos (dots) extremamen-
te pequenos que são chamados de
pixel. Já a resolução, podemos dizer
que se trata do elemento que mede a
chamada definição da imagem. A de-
finição ou resolução varia dentre as
seguintes situações e nomenclaturas:

DPI - Dots per Inch -


materiais impressos
PPI 72 DPI
Largura do arquivo digital: 1920 pixels
Altura do arquivo digital: 1080 pixels
Largura da imagem na impressão: 67,73 cm
Altura da imagem na impressão: 38,10 cm

150 DPI
Largura do arquivo digital: 1920 pixels
Altura do arquivo digital: 1080 pixels
DPI Largura da imagem na impressão: 32,51 cm
Altura da imagem na impressão: 18,29 cm
77
300 DPI
Largura do arquivo digital: 1920 pixels
Altura do arquivo digital: 1080 pixels
Largura da imagem na impressão: 16,26 cm
Altura da imagem na impressão: 9,14 cm

720 DPI
Largura do arquivo digital: 1920 pixels
Altura do arquivo digital: 1080 pixels
Largura da imagem na impressão: 6,77 cm
Altura da imagem na impressão: 3,81 cm
FORMATOS DE
ARQUIVOS
Pense que uma pessoa poderá utilizar uma mesma imagem para impressão e
para publicar na internet ou até mesmo exibi-la em um monitor. Como fazer
para que a fotografia fique boa o suficiente para apresentação em tela e em
materiais impressos? Quais são as configurações adequadas? A resposta é sim-
ples: as câmeras digitais e aparelhos celulares foram projetadas para ser um
meio digital. Portanto, a maioria desses aparelhos são construídas em torno da
ideia de que o resultado vai ser uma imagem para a web ou exibição em tela. 79
Recentemente, as câmeras digitais e os aparelhos celulares foram adaptadas
para produzir imagens com maior e melhor qualidade para impressão. A maio-
ria dos equipamentos vão trabalhar com formatos de imagem denominados
JPEG, PNG entre outros (compactados) ou TIFF (não compactados). Imagens
criadas através de arquivos compactados perdem qualidade e não resolução.
O formato do arquivo de imagem também é impor-
tante quando falamos a respeito de resolução e ta-
manho de imagem. O mais famoso e utilizado, por
exemplo, é o JPEG ou PNG, formatos que compac-
80 tam os arquivos. Um arquivo em formato JPEG ou
PNG, muito comum e usual em câmeras compactas
e aparelhos celulares, podem ser gerados com baixa
ou alta resolução (para internet ou para impressão).
Para arquivos que exi- riais impressos utiliza- PNG entre outros. Por
gem o máximo em qua- dos em grandes amplia- ser uma linguagem vol-
lidade de imagem e ções. Uma informação tada para impressão,
resolução, o ideal é sal- de suma importância é esses arquivos por ser
vá-lo no formato TIFF, que os arquivos em TIFF carregadas na internet 81
formato esse superior são astronomicamente tornam-se inviáveis de-
e que não compacta o mais pesados que os vido ao seu tamanho
arquivo. Um formato arquivos compactados em kilo bytes .
adequado para mate- como exemplo JPG,
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BARTHES, ROLAND. A Câmara Clara: nota sobre a fotografia (trad.: Julio Castañon Guimarães). Rio de Janeiro: Nova Fronteira.1984.

WEB

MANUAL OSRAM. Disponível em: <https://hosting.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/Livros/ManualOsram.pdf>. Acesso em: 10 de mai. de 2020.


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TUTORIAL LIGHT FOR BLOGGERS. Disponível em: <https://www.tipsfromatypicalmomblog.com/2014/02/diy-tutorial-light-box-for-blog-
gers.html>. Acesso em 10 de mai. de 2020.

ILUSTRAÇÕES 83

DZOMM. Disponível em: <https://www.dzoom.org.es/el-retrato-fotografico-tipos-de-plano>. Acesso em: 10 de mai. de 2020.


HOS GALLERIES. Disponível em: <https://hos.ou.edu/galleries/17thCentury/Fludd/1617-detail/Fludd-1617det-t1-049-image>. Acesso
em: 10 de mai. de 2020.
MANUAL CONSTRUÇÃO DA CAIXA DE LUZ. Disponível em:< https://www.dzoom.org.es/4-interesantes-tutoriales-para-hacer-tu-propia-ca-
ja-de-luz>. Acesso em: 10 de mai. de 2020.
PETA PIXEL – EXPOSURE EQUIVALENCE. Disponível em: <https://petapixel.com/2018/12/26/the-basics-of-equivalent-exposure-in-photo-
graphy>. Acesso em: 10 de mai. de 2020.
PUBLICDOMAINREVIEW. Disponível em: <https://publicdomainreview.org/essay/robert-fludd-and-his-images-of-the-divine> Acesso em:
10 de mai. de 2020.
Apaixonado por fotografia, Rafael Habermann é publicitário formado
em Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda
e especialista em Design de Produção e Tecnologia. Na bagagem de fo-
tógrafo profissional, traz quatro anos como fotógrafo do Acampamento
“Reppublica Lago” (Leme, SP), além de inúmeros trabalhos de fotografia
publicitária. Em 2011, a convite do Esquadrão de Demonstração Aérea da
Força Aérea Brasileira (“Esquadrilha da Fumaça”), Rafael viajou com a
equipe de pilotos para fotografar o “Circuito Sul 2011”.
Além disso, Rafael acumula mais de 15 anos como docente no Curso
Técnico em Comunicação Visual e Fotografia no Centro Paula Souza, em
Leme/SP, ministrando as disciplinas de Fotografia e Edição de Imagens
Digitais e é recém integrado ao corpo docente na Fatec de Araras à fren-
te da disciplina de Design Digital.

84

2020

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