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A expansão do Ensino Técnico no Brasil,fator importante para melhoria de nossos recursos
humanos, é um dos pilares do desenvolvimento do País. Esse objetivo, dos governos estaduais
e federal, visa à melhoria da competitividade de nossos produtos e serviços, vis-à-vis com os dos
países com os quais mantemos relações comerciais.
Em São Paulo, nos últimos anos, o governo estadual tem investido de forma contínua na
ampliação e melhoria da sua rede de escolas técnicas – Etecs e Classes Descentralizadas
(fruto de parcerias com a Secretaria Estadual de Educação e com Prefeituras). Esse esforço fez
com que, de agosto de 2008 a 2011, as matrículas do Ensino Técnico (concomitante, subsequente e
integrado, presencial e a distância) evoluíssem de 92.578 para 162.105. Em 2019, foram registradas
460.421 inscrições para 119.885 vagas em cursos para os períodos da manhã, tarde, noite e integral.
A parceria do Governo Federal com o Estado de São Paulo, firmada por intermédio do
Programa Brasil Profissionalizado, é um apoio significativo para que a oferta pública de
Ensino Técnico em São Paulo cresça com a qualidade atual e possa contribuir para o desenvolvimento
econômico e social do Estado e, consequentemente, do País.
Essa capacitação vem sendo estruturada há mais de um ano, foi fruto de várias
conversas com os coordenadores do eixo de Informação e Comunicação e a mi-
nha participação na Campus Party. E foi desenvolvida com o intuito de orien-
tar o docente com formação na área de tecnologia para conseguir aproveitar o
máximo de seus equipamentos (celular e câmera) e conseguir fotografar peças,
equipamentos para o desenvolvimento de apostilas e materiais para as aulas,
como também as atividades dos alunos e participação de eventos. Foram meses
de elaboração do material, muitas reuniões para entregar para você um ótimo
material de fotografia aplicado ao universo de tecnologia com linguagem simples
e didática e material bem completo para auxilia-ló no dia-a-dia, com uma lin-
guagem simples e com um conteúdo bem completo. Pensamos em diversas pos-
sibilidades de utilização e níveis de entendimentos e conhecimento diferentes.
Espero que após a realização dessa capacitação, você consiga melhorar seus re-
gistros fotográficos e possa utilizar tanto para material digital como impresso.
Boa leitura e um ótimo curso!
Sejam todos bem vindos, porque depois desse conteúdo, o seu olhar
ficará bem mais técnico que anteriormente e as suas fotografias serão
apresentadas de forma ímpar.
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A FOTOGRAFIA
SUMÁRIO
Sobre Fotografia 12 Abertura 48
Luz 22 Iso 55
ANSEL ADANS
SOBRE 12
FOTOGRAFIA
13
cartaz 4º salao
Robert Fludd-Utriusque cosmi maioris
scilicet et minoris metaphysica
(Oppenhemii 1617)
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LUZ
Atelier
Pirassununga SP - Rafael Habermann 2018 Angra dos Reis RJ - Rafael Habermann 2019 Chalo Garcia on Unsplash
AlexanderW-unsplash
Vamos introduzir este capítulo mencionando os
diferentes tipos de luz. Nós temos as luzes na-
turais, como o Sol. Os raios, quando nós temos
as tempestades tropicais, são uma fonte de luz
de energia elétrica tão potente quanto o Sol,
porém menos duradoura, pois em uma fração
de segundos um raio é capaz de iluminar lon-
gas distâncias uma vez que o seu raio de ação
é muito menor que o Sol por estar dentro da
atmosfera da Terra e o Sol a milhões de qui-
24 lômetros do nosso planeta. Devemos também pode emitir fonte luminosa ou até mesmo fontes
mencionar que a reação dos gases que incandescentes através das suas reações, tra-
zendo luz e cores.
Malte Wingen-Unsplash
CARACTERÍSTICAS DA LUZ
BRILHO
alexander-dummer-unsplash
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No âmbito técnico quando não se tem uma fonte com muito brilho chama-se de low key, baixa intensidade de luz ou ape-
nas uma fonte de luz, já quando se tem várias fontes a fim de deixar a imagem bem iluminada ou em partes até mesmo
com excessos de luz a ponto de perder informação é chamado de high key.
O low key é muito usado para retratos e uma das suas características é não ser rico em informação de cores por não ter
muito brilho.
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Rafael Habermann
LOW KEY
Fabian-gieske-unsplash
Fotografia com iluminação comum sem o filtro de remoção de Fotografia com iluminação comum com o filtro de remoção
raios vermelhos da luz de raios vermelhos da luz
É sábio pensar que podemos aplicar filtros para remover as cores R / G/ B de qualquer feixe de luz.
É leviano pensar que para os olhos humanos todas Ajuste de correção de cor sobre as diferentes luzes
as fontes de luz em sua maioria são brancas, mas
profissionalmente quando mergulhamos no mercado
fotográfico refinamos os conceitos de luz e fonte de
luz nós devemos prestar atenção na origem. Quando
é abordado a origem da luz os fotógrafos e os equi-
pamentos impressão a escala de cor física com me-
didas em Kelvin “K”.
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O contraste é um assunto fundamental quando estamos falando da incidência da luz em um objeto. Para estudar-
mos contraste de luz, nós vamos ter que observar a sombra desse objeto onde podemos encontrar uma sombra
com contraste acentuado, uma sombra com contraste suave. Como exemplo, podemos ter um objeto iluminado
num dia de sol, é um objeto iluminado em um dia nublado. Percebemos que o objeto iluminado num dia de sol 33
onde colocamos o objeto diretamente exposto. Vemos que a sombra é muito mais acentuada, ficando muito mais
nítida. Em contrapartida, se colocarmos um objeto para ser iluminado num dia nublado, a sombra desse objeto
certamente será difusa, como no exemplo a seguir.
34 Luz direta Luz difusa
MANIPULANDO A LUZ
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Para fotografar um objeto, devemos definir a luz
e saber os caminhos para modificá-la. Tudo vai
depender do seu objetivo para com o objeto e
definir se vai ser modificado em contexto de cor
ou contexto de contraste ou ambos.
Para modificar as cores da sua fonte de luz, nós
temos diversos recursos como papel celofane,
gelatinas de cinema, a cor da própria fonte de
luz ou filtros de edição para a fotografia. Se for-
mos fotografar ao ar livre, podemos também
fo- tografar no período da manhã quando a luz
é mais amarelada, ao meio-dia quando a luz é
mais bran- ca, ou ao entardecer quando a luz é
36 mais laranjada
[
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RECEITA MILAGROSA
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Também é usado como recurso: espelhos, papéis cartão, color set coloridos, em que os lamina-
dos rebatrão mais intensamente a luz e os foscos rebaterão, porém, com menos intensidade.
DIY
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OS 3 PILARES
DA FOTOGRAFIA
Para entender melhor a fotografia e até mesmo ter uma boa noção para fazê-la, nós vamos mostrar neste capítulo 3 conhecimentos
fundamentais que toda pessoa que for fotografar algo deverá saber para que suas fotos sejam cada vez melhores.
Para que aconteça uma fotografia é necessário que haja 4 elementos fundamentais: objeto a ser fotografado, o fotógrafo, a câmera
e a luz. Um fotógrafo só consegue realizar uma foto a partir do seu recurso e o desempenho que o seu equipamento lhe proporciona.
Ao decidir entre usar uma câmera profissional ou semiprofissional, ou até mesmo uma câmera de aparelho celular, todo fotógrafo 49
pode configurar esses equipamentos manualmente. A partir de agora, nós vamos conhecer um pouco desses 3 pilares que todo o
equipamento, se configurado manualmente, alcança um desempenho muito além de alguns que utilizam recursos automáticos de
configurações em câmeras fotográficas
Esses recursos são nomeados como: abertura de diafragma, velocidade de obturador e ISO.
ABERTURA DE DIAFRAGMA
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IMPORTANTE#
Se você utilizar um recurso automático do seu equipa- F 16
mento fotográfico, o próprio equipamento vai colocar
uma determinada profundidade de campo ( F ). Toda vez
que você executar uma foto neste modo onde a máquina
decide as configurações. Às vezes, podem funcionar ou
às vezes você não vai conseguir a tão sonhada fotografia.
VELOCIDADE DO OBTURADOR
@georgeSampol 2015
metal embebedada com o material
químico.
Após a revolução da atividade fotográfica, a indústria criou o filme fotográfico e agora
em tempos modernos nós temos sensores que fazem a função deste filme o que faz a
função da chapa metálica criada lá nos primórdios da fotografia.
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S = 1/125
Para realizar as imagens ao lado, foi utilizado F 4.5 e luz Nesse terceiro ensaio, mais veloz, conseguimos
fluorescente residencial normal. Luzes ambientes são ver em partes o que está sendo fotografado porém
categorizadas como baixas fontes de luz. Também não foi com uma precariedade alta de luz a ponto de
utilizado nenhum tripé para estabilizar a câmera quase não enchergar o objeto.
No caso de imagens em movi-
mento, quanto mais baixa ve-
locidade, mais borrada vai fi-
car a sua fotografia e quanto
mais alta a velocidade maior,
a sua capacidade de congela-
mento de algo em movimen-
to. Tudo vai depender da sua
condição de luz. Quando a
condição de luz é precária, é 55
comum fotógrafo usar a téc-
nica de longas exposições.
As longas exposições, propor-
ciona resultados fantásticos
a fim de criar alguns brilhos
em algumas imagens de tirar
o fôlego.
Para realizar essa imagem, foram diversas tentativas em que a configuração do equipamento era F 16 - Iso ( vamos aprender ) estava em 100
e a velocidade 30 segundos de exposição. como a captação de luz era extremamente baixa, só se acontecesse um relâmpago para iluminar
a cena e realizar a fotografia. E foi o que aconteceu depois de aproximadamente 45 minutos clicando a câmera e aguardando 30s o shutter
speed aberto tentando a sorte de um raio até que ele apareceu, iluminou a região e o sensor capturou. Exercício de paciência que exige
uma câmera com configurações manuais e tripé.
Rafael Habermann / 2020
Esse é um outro caso
em que foi configu-
rado uma velocidade
muito baixa em um
drone DJi Mavic pro 2
e ele conseguiu fazer
a captura dos carros
em movimento na ro-
56 tatória e demais ruas.
DIAGRAMA
SHUTTER SPEED
ISO
Agora que já ficaram claras As regras de ISO para que o equipamento, através dos seus sensores, fique
funcionamento do diafragma Ih do obtu- mais sensível que absorva uma maior quantidade de luz. Se
rador vamos entender como “a luz e seus o profissional for realizar uma imagem em condições muito
desenhos” são fixados nas superfícies. iluminadas, por exemplo sob a luz do Sol do meio-dia, muito
Para isso, nós vamos falar da sensibili- provavelmente vai ser necessário que ele diminua o ISO con-
dade que esse sistema de fixação de luz trolado no seu equipamento.
precisa ter nas mais diversas condições de
iluminação de um objeto. Quanto mais alto o valor do ISO, mais granulado será o resul-
tado da sua imagem, porém com um resultado satisfatório 57
É chamado de ISO ou antigamente era quanto à iluminação e definição da imagem. Sob uma luz de
chamado de asa a sensibilidade na qual velas somos capazes de realizar uma fotografia de modo que
aplicamos em cada mecanismo de senso- conseguimos iluminar um objeto combinando valores de ISO,
res. O ISO é controlado ou orientado os abertura de diafragma e controle de velocidades.
equipamentos conforme a quantidade de
luz o que temos para cada situação.
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60
Jesse Chan
Toda fotografia realizada ponente que faça parte de
tem um certo objetivo, um passo a passo da mon-
seja ele catalogar um pro- tagem de um equipamen-
duto, compor uma peça to, posso fotografar esse
publicitária, ser um do- equipamento montado com
cumento, ou até mesmo fundo branco ou ambienta- 61
conquistar um patamar ar- do como também posso fo-
tístico fazendo ou não um tografar esse equipamento
sentido visual. Trabalhando junto com o seu montador /
nessa linha quando nós tra- criador para uma notícia de
zemos a fotografia para o jornal ou até mesmo para
nosso dia a dia eu posso fo- documentar a vitória em
tografar uma peça um com- um concurso de robótica.
FOTOGRAFIA COM
FUNDO BRANCO
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FOTOGRAFIA DOCUMENTAL
MARIUS CIOCIRLAM
boratório de trabalho, em uma sala de aula ou
em qualquer outro lugar.
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Objetos indesejados podem aparecer na foto-
grafia como uma tela de computador aberto
com imagens ou mensagens não desejadas, ex-
tintores ou equipamentos de segurança no fun-
do da foto. Esse tipo de informação só aparece
porque o fotógrafo não está atento ao que está
compondo dentro do visor da câmera.
DISRUPTIVO
THIS IS ENGINEERING
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ideal é que estejam todos desligados e você que vai fotografar a cena
observe o melhor ângulo com a melhor luz para que a sua fotografia
seja cada vez melhor.
O TERÇO
@rafaelhabermann
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zoom
70 PLANOS FOTOGRÁFICOS
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Plano Geral é o plano onde o fotografado, seja ele um Primeiro Plano é o tipo de enquadramento onde é o corte da
objeto ou uma pessoa ou até mesmo um grupo, mostra o fotografia é feito na altura dos ombros também muito usados
objeto como um todo e o local onde está o assunto fotogra- em fotografias documentais onde conseguem capturar uma ex-
fado. São os planos mais abertos onde o fotógrafo não usa pressão, sendo assim uma fotografia x pressa muito mais perso-
recursos de zoom. nalidade i muito usado em retratos fotográficos.
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Plano Americano é o plano fotográfico onde é mostrado Close é o nome dado para esse enquadramento onde consegui-
¾ do plano geral. Quando estamos fotografando pessoas mos captar uma fotografia com o enquadramento bem fechado,
ou grupos, para memorizar esse tipo de plano, cortamos principalmente no rosto de pessoas. Esse tipo de enquadramen-
a imagem mais ou menos na altura do joelho das pessoas to normalmente preenche a tela toda com um rosto onde nós
onde você nem mostra todo o local e faz um corte através não conseguimos capturar nada e nem saber qual é o plano de 71
do zoom no assunto fotografado. fundo.
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Plano Médio é o plano onde vamos fechando um pouco Big Close ou Plano Detalhe é o nome dado a este enquadra-
mais o enquadramento fotográfico e como exemplo quando mento onde os fotógrafos utilizam do zoom quase que total das
fotografamos pessoas fazemos um corte na linha da cintura câmeras de lentes que são capazes de capturar detalhes dos as-
evidenciando bastante o rosto junto ao corpo . suntos fotográficos bem como de objetos pequenos através do
uso dos recursos de macro muito poderosos tanto em fotografia
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Plano Fechado é o enquadramento fotográfico em que fa- de gente além da possibilidade de capturar realçar texturas.
zemos o corte na linha do busto é muito usado em fotogra-
fias de mídia social, colunas de jornal, como também nas
fotografias de perfil muito usadas em biografias.
Alan Kirvan
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RESOLUÇÃO X TAMANHO
É comum que resolução e tamanho de imagem sejam fatores que suscitam curiosidade e dúvida. Designers
gráficos, fotógrafos e pessoas envolvidas com artes gráficas em geral confundir-se sobre esse assunto, de
certa forma, confuso.
Cameras frontais
tem em média
2mm de diâmetro.
Câmeras traseiras
no máximo 3mm
Quando fotografamos duran- suas objetivas, muito maiores na sua maioria
150 DPI
Largura do arquivo digital: 1920 pixels
Altura do arquivo digital: 1080 pixels
DPI Largura da imagem na impressão: 32,51 cm
Altura da imagem na impressão: 18,29 cm
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300 DPI
Largura do arquivo digital: 1920 pixels
Altura do arquivo digital: 1080 pixels
Largura da imagem na impressão: 16,26 cm
Altura da imagem na impressão: 9,14 cm
720 DPI
Largura do arquivo digital: 1920 pixels
Altura do arquivo digital: 1080 pixels
Largura da imagem na impressão: 6,77 cm
Altura da imagem na impressão: 3,81 cm
FORMATOS DE
ARQUIVOS
Pense que uma pessoa poderá utilizar uma mesma imagem para impressão e
para publicar na internet ou até mesmo exibi-la em um monitor. Como fazer
para que a fotografia fique boa o suficiente para apresentação em tela e em
materiais impressos? Quais são as configurações adequadas? A resposta é sim-
ples: as câmeras digitais e aparelhos celulares foram projetadas para ser um
meio digital. Portanto, a maioria desses aparelhos são construídas em torno da
ideia de que o resultado vai ser uma imagem para a web ou exibição em tela. 79
Recentemente, as câmeras digitais e os aparelhos celulares foram adaptadas
para produzir imagens com maior e melhor qualidade para impressão. A maio-
ria dos equipamentos vão trabalhar com formatos de imagem denominados
JPEG, PNG entre outros (compactados) ou TIFF (não compactados). Imagens
criadas através de arquivos compactados perdem qualidade e não resolução.
O formato do arquivo de imagem também é impor-
tante quando falamos a respeito de resolução e ta-
manho de imagem. O mais famoso e utilizado, por
exemplo, é o JPEG ou PNG, formatos que compac-
80 tam os arquivos. Um arquivo em formato JPEG ou
PNG, muito comum e usual em câmeras compactas
e aparelhos celulares, podem ser gerados com baixa
ou alta resolução (para internet ou para impressão).
Para arquivos que exi- riais impressos utiliza- PNG entre outros. Por
gem o máximo em qua- dos em grandes amplia- ser uma linguagem vol-
lidade de imagem e ções. Uma informação tada para impressão,
resolução, o ideal é sal- de suma importância é esses arquivos por ser
vá-lo no formato TIFF, que os arquivos em TIFF carregadas na internet 81
formato esse superior são astronomicamente tornam-se inviáveis de-
e que não compacta o mais pesados que os vido ao seu tamanho
arquivo. Um formato arquivos compactados em kilo bytes .
adequado para mate- como exemplo JPG,
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BARTHES, ROLAND. A Câmara Clara: nota sobre a fotografia (trad.: Julio Castañon Guimarães). Rio de Janeiro: Nova Fronteira.1984.
WEB
ILUSTRAÇÕES 83
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2020