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Economia Brasileira Contemporânea I

. Processos desencadeados/efeitos da Crise de 1929 na economia brasileira e na DIT,


capitalismo tardio

. Um país que muda seus processos produtivos sem mudar suas bases sociais, tornando-se um
país industrializada, porém ainda subdesenvolvida

CEPAL -> pensar a América Latina

Analisam que os estudos econômicos, sobre a América L. vêm do centro para a periferia
(Schumpeter, Keynes, Ricardo). Partem do principio do que tal não deveria acontecer.

“A economia latina não pode se resumir a países primária exportadores”

Identificam uma tendência para a deterioração para a economia latina, pois os preços dos
produtos exportados aumentam menos, que os preços dos produtos importados. Idealmente,
a quantidade exportada deve suprir as importações.

Produção Brasil/séc XX -> café (SP)

. Estrutura primária (indústria surgindo sem conseguir manter um sistema)

. Ligações maiores entre as regiões e o exterior do que interegionalmente

. Exportação primária/importância de produtos manufaturados

. Inelasticidade da oferta x elasticidade da demanda -> grande risco

. Elasticidade de demanda devido à renda: o aumento da renda vai influenciar muito mais o
consumo das manufaturas que dos produtos primários. Lógicos de determinação de P
diferentes

FURTADO -> DIT (CEPAL preferia deve se industrializar) -> Adam Smith os países deverão se
especializar na produção daquilo que consegue produzir com menor custo de produção;
Ricardo: especialização na produção com menor custo comparado

 Dificuldade de se industrializar abandonar o escravismo; falta de mudanças sociais e


econômicos na independência; abolição e proclamação da República não geram as
mudanças necessárias endividamento

-> DIT (hegemonia inglesa, industrialização no centro) entra em crise em 1914 e só termina em
1945

PRÉ-1914 -> tendência à manutenção da denominação central sobre a periferia. Entre 1914 e
1945 -> crise de 29 grande abalo para a periferia do sistema

De acordo com Furtado, antes de 1914 não era possível criar um sistema industrial no mundo
periférico.

Industrialização = introdução do capitalismo industrial em diversas áreas de forma articulada.


Só existe a industrialização se há pelo menos uma cadeia completa instalada, no país, com
cada vez mais produtos finais
-> As indústrias que surgiam antes de 1914 estavam muito ligadas ao setor de exportação e
importação (suporte à exportação ou à importação) -> grande dependência do mercado
externo

-> Impossibilidade de concorrência com o centro

. Capitais industriais surgem, embora não dentro de um sistema

. Para Furtado, a janela da oportunidade é a Crise da DIT

Crise da DIT -> 1914-1945

. América Latina não consegue mais importar (1º GM) alarmado uma brecha para a produção
interna tal oportunidade vai depender de outros fatores:

1) Qual o tamanho do capital industrial já instalado?


2) Qual o tamanho do mercado interno?
3) Qual é a capacidade do Estado para orientar o processo?

Assim, os países latinos terão diferentes oportunidades de se industrializar

Brasil: 1ª GM -> surto industrializante (crescimento do capital com alguma articulação).

Crise 1929 é o grande marco (grande abalo) para a industrialização brasileira empresas deixam
de investir, famílias param de comprar por causa desemprego no exterior. -> Grande queda
das exportações do café (formação de MI) -> O BR tem capital industrial (principalmente SE),
tem menor do interno (assalariamento do café, diversificação da produção e das atividades
urbanas-da-economia)

-> Sem as exportações, o Brasil perde capacidade de importar -> menos exportações, menor
entrada de moeda estrangeira, menor importação

. Política de defesa do café (direcionamento de recursos para o setor cafeeiro, tentando


substituir o ME e tentando controlar a queda dos preços). Com a renda direcionada pelo
governo, alguns cafeicultores investem na indústria. Vazamentos de capitais do café para o
financeiro gera também investimento na indústria

Antes, o crescimento do país era de terminado pela variável X. Com a Crise de 1929 (crise da
DIT), as variáveis internas (I, GC) tornam-se fundamentais ainda que x ainda tenha sua
importante.

. Para Furtado, a política de defesa do café da década de 1930 é central para esse
deslocamento

Convênio de Taubaté: política descentralizada (governos estaduais); financiamento por capital


estrangeiro cambio prejudicado mercado financeiro retraído

Política de Defesa do Café 1930:

 Governo federal (socialização das perdas). A crise de 29 dificulta a manutenção da


política de Taubaté (capital estrangeiro). Assim:
 Financiamento: empréstimos internos, em impostos, emissão de moeda

Balança de Pagamentos

 Balança comercial
 Balança de serviços
 Conta renda do capital
 Transferências unilaterais
 Movimentos de capitais
 Investimentos
 Aplicações
 Amortiações
 Etc

Transações correntes

*ex: se lado real é negativo, o lado financeiro precisa de compesar

-> A crise da DIT altera o balanço no mundo dado

- Quando o mundo está bem, não costumam acontecer grandes problemas com o balanço
comercial

- Crise de 1929: crise do Balança de Pagamento, desvalorização da moeda nacional, aumento


da Política Monetária -> dificuldade

- Não se torna uma grande crise graças à defesa do café (governo substitui o ME)

- Governo transfere renda para exportadores: exportadores diversificam (deslocamentos de


renda para o setor industrial)

- industrialização segue demanda prévia -> modelo de substituição de importações

[SÓ HÁ INDUSTRIALIZAÇÃO QUANDO HÁ CADEIA PRODUTIVA ARTICULADA]

- trata-se de um processo

- produção industrial voltado para o MI

- aumento da urbanização sem capacidade de absorção de mão de obra: muito trabalho


informal

Capitalismo tardio

João Manuel não gosta do ponto de partida cepalino

Relações sociais de produção; meios de produção -> capitalismo

 Capital e salário: trabalho assalariado no Brasil a partir da abolição tardia da


escravidão
 D-M-D reprodução ampliada da capital (que o Brasil não tem condições)

Continuação: crise de ’29 não é primordial

João Manuel acha a análise cepalina suficiente, visto que, para ele, o ponto importante é a
transição. Parte do silencio cepalino, partindo do ponto de vista de transformação internos

Capitalismo tardio -> sistema capitalista -> moda de produção meios de produção -> relações
sociais de produção

. Passado colonial-inserção do Brasil no mundo capitalista ainda com estruturas coloniais ->
acumulação primitiva
. Quando começamos a criar estruturas capitalistas -> assalariamento (RS de P) -> dissociação
entre trabalho e capital (propriedade privada dos meios de produção meios de produção),
reprodução do capital direcionado à indústria (quando a indústria terá capacidade de
transformar D em D’)

1989-1933 -> Economia Capitalista Exportadora -> ainda não é industrial

1933-1956 -> Entrada num processo de industrialização, atribuída ao capital industrial formado
anteriormente e às características do café (sociais capitalistas) -> industrialização restringida
(incompleta)

Pós-1956 -> Industrialização pesada

. O capitalismo é tardio porque, enquanto o Brasil lentamente se industrializa, o sistema já está


num patamar bem mais avançado, levando à paradigmas tecnologias muito distantes da
realidade brasileira; além disso, há a relação café/indústria -> Capital agrícola/mercantil ->
capital industrial: tende a comandar o capitalismo, subordinando outras frações de capital

. No Brasil, até 1933, o capital industrial esta subordinação ao café

. Capital cafeeiro cria Capital Industrial

Capital cafeeiro:

 Mercado interno (trabalho assalariado). Demanda por manufaturas vai criando cap.

Industrial

 Excedentes que vazam para indústria (diretamente ou via setor financeiro) ->
surgimento de um sistema bancário
 Divisas (moeda estrangeira) -> bens de capital/equipamentos

Capital industrial: ao mesmo tempo que o café cria o cap. Industrial, ele o subordina o limita;
capital industrial nasce voltado para o mercado externo. Pré 1933: não tem reprodução
ampliada de capital, pois para D-D’ precisa de máquinas, equipamentos e matérias primas
importadas (mas tem reprodução da força de trabalho -> característica capitalista

. O capital cafeeiro sofre golpe com a Crise de 1929; enquanto capital industrial consegue se
manter (explicação coincide com Furtado)

Pós-1988: considerando todos os gatores pré-existentes, é natural que com a crise surgira uma
indústria. Setor industrial mais lucrativo “libertação do cap. Industrial do cafeeiro

 Uso de capacidade produtiva ociosa


 Aumento dos lucros
 Direcionamento de investimento para a indústria
 Política de defesa do café -> protecionismo + financiamento – direcionamento do
capital para a indústria
 Recuperação da economia a partir de 1933

*alguns bens de capital produzidos no país mais uso seletivo de divisas para importar outros ->
com dificuldade
Industrialização Restringida

 Reprodução da força de trabalho (desde a fase anterior)


 Parcial reprodução do capital -> ainda precisamos de muita tecnologia externa

. crescimento principalmente da indústria leve

LIMITES:

.externos -> escassez de divisas

.financeiro -> bancos/dinheiro/sistema financeiro -> necessidade de melhoria/fala de capital


de longo prazo

.técnicos -> tecnologia em falta (“paradigma tecnológico”)

Industrialização restringida (1933 a 1956)

.Limitações

- externas

- financeiras

- técnicas

Industrialização pesada (pós 1956)

- Indústria de base (química, petrolífera, siderurgia, bens de capital e equipamento)

. Indústria que vai rompendo com suas limitações (especialmente técnicas), criando condições
endógenas de crescimento (reprodução ampliada do capital)

. Grande dependência estatal: entra especialmente naqueles setores sem interesse privado.

Maria da Conceição Tavares -> especificidades da industrialização brasileira

Modelo de substituição de importações

. Industrialização restringida/industrialização pesada -> fazes da industrialização // a


especificidade independe da fase (fases dentro do modelo)

PAÍSES CENTRAIS

Y = C + I + G + X – M (Investimento para INOVAÇÃO) -> puxa o investimento

Central e carregado de inovação, inclusive as Rev. Industriais são grandes ondas de inovação

Exportações como complemento ao mercado interno/exp. do excedente industrial

PAÍSES LATINO AMERICANOS

Y = C + I + + X – M (Investimento sem inovação, dependente das importações de tecnologia)


[ mesmo na fase pesada, a produção de base tem tecnologia importada] -> MENOR
DINAMISMO

X – M -> apesar do setor externo não ser mais o eixo, ele ainda é primordial, pois é necessário
gerar divisas para importar tecnologia (dependência maior na indústria restringida / exp. de
primários/setor externo limita o investimento

 Fruto de restrição externa (crise 1929)


 Variáveis internas -> dinamismos ao conjunto da economia -> investimento ->
indústria
 A importação/produção doméstica, se diminuir, está havendo um processo de
substituição sistêmica de importações

. Restrição externa -> absoluta; menor em termos absolutos nas divisas provenientes das
exportações (1929) -> relativa: divisas das eXportações/PIB

 A industrialização brasileira ocorre inicialmente em restrição externa absoluta, mas


posteriormente passa a haver restrição externa relativa (o crescimento do PIB é
limitado pela não crescimento de mesma proporção nas exportações -> aumento do
PIB depende de M que depende de X [divisas])

Substituição de importações -> modelo de industrialização

1929: menos exportações -> menos importações -> restrição externa -> estrangulamento
externo

.1929-1945: restrição externa absoluta

.1945-1953: restrição externa relativa

 Uso seletivo das divisas -> política protecionista -> pauta de importação rígida ->
industrialização voltada ao mercado interno (falta de competitividade externa)

.Tecnologia: poupa mão de obra, baixos salários, capacidade produtiva ociosa, tendência à
elevação de preços

Incompatibilidade da indústria com a sociedade brasileira, maior população, urbanização


crescente, mão de obra, desqualificada, altos níveis de desemprego estrutural (manutenção de
desemprego mesmo com a economia crescendo), subemprego estrutural

Estado: orientar a economia no sentido da industrialização -> investimentos (áreas que não
atraem a iniciativa privada [infraestrutura, energia], indústria de base) -> políticas monetária,
fiscal, cambial, crédito

. Setor externo: variação de divisas/variação de PIB

(para PIB crescer, é preciso que as divisas também cresça na mesma proporção para não
limitá-lo. Quando essa limitação acontece, há a restrição externa relativa).

. Déc.30: bens de consumo não duráveis (indústrias de base vem depois)


.falta de diversificação agrícola/continuação da expansão do café, produtos agrícolas devem
atender ME e MI -> aumento dos preços é um dos motivos para o processo inflacionário
brasileiro

Só existe o sistema capitalista quando você tem o modo de produção baseado em relações
sociais de produção (assalariamento) e meios de produção (novas tecnologias). -> gera D’ Só
começa a estrutura capitalista quando há condições de reprodução ampliada do capital
(dinheiro gerando dinheiro, D gera D’)

É TARDIO NÃO PQ COMEÇOU MAIS TARDE, É TARDIO PQ NÃO TEMOS CONDIÇÕES DE


ALCANÇAR O MESMO PATAMAR DE TECNOLOGIA QUE O CENTRO POSSUI

Diferença de Furtado e Manoel:

Para Furtado, a partir de 1933 (a industrialização dessa época, feita a partir do dinheiro do
café), é o processo de industrialização

Para João Manuel, não está completo ainda, é uma industrialização restringida

Divisa -> moeda externa

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