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Resumo de Geografia

As disponibilidades hídricas

 De toda a água existente, apenas uma pequena parte pode ser utilizada
directamente para o consumo humano, constituindo os recursos hídricos
disponíveis. Estes englobam as águas superficiais – rios, lagos e albufeiras – e
as águas subterrâneas, que se encontram até 800 metros de profundidade.
 As disponibilidades hídricas, quer superficiais quer subterrâneas, dependem
essencialmente das quantidades de precipitação e de evapotranspiração

Balanço hidrológico

Para que se possam avaliar os recursos hídricos renováveis é fundamental


analisarem-se as várias componentes do balanço hidrológico.
 Precipitação : representa os “ganhos” de água que irão alimentar o
escoamento superficial e a infiltração;
 Evapotranspiração – representa as “perdas” de água para a atmosfera a partir
da evaporação da águas dos rios, lagos, albufeiras e solo e da transpiração
das plantas.

Bacia hidrográfica – área drenada por um curso de água ou por um sistema interligado de
cursos de água
Rede hidrográfica – sistema constituído pelo rio principal e seus afluentes e subafluentes.
(distinção) : rede hidrográfica é constituída pelo rio principal e pelos seus tributários, bacia
hidrográfica é toda a área drenada que recebe a influência desses rios.

Perguntas:
1. Caracteriza o regime dos rios de Portugal Continental. Justifica a resposta.
Os rios portugueses apresentam um regime que depende essencialmente da variação
temporal da precipitação e acompanha, de perto, os contrastes regionais na
distribuição das chuvas, ou seja, o comportamento dos rios é muito irregular, com
uma estiagem (acentuada redução do escoamento <25% do caudal médio) mais ou
menos prolongada provocada pela existência de uma estação quente e seca e com
caudais de cheia que podem atingir valores surpreendentes.
As bacias hidrográficas do noroeste (Minho, Lima e Cávado), são muito produtivos,
com escoamento mais regular e uma estiagem que, em média, dura três meses. As
bacias do sul (Sado, Guadiana, Mira e Ribeiras do Algarve) são as menos
produtivas, apresentam uma grande irregularidade de escoamento e uma estiagem
mais severa que pode durar até seis meses.
Na ilha da madeira, a rede hidrográfica apresenta uma distribuição radial: as
primeiras ribeiras nascem na parte central, correm em todas as direcções e desaguam
no mar. A exiguidade das bacias hidrográficas, aliadas aos grandes desníveis e fortes
declives gerais, marcam a extrema irregularidade e cheias muito repentinas no seu
regime hidrológico.
Nos Açores, as bacias hidrográficas, em consequência da dimensão territorial do
arquipélago, são de pequena extensão que, juntamente com o declive das vertentes e
a desflorestação de vastas áreas contribuem para o regime torrencial das ribeiras,
havendo um elevado risco de cheias.
2. Explica a seguinte afirmação: “No norte os rios apresentam um caudal mais
elevado e o seu regime caracteriza-se pela ocorrência de cheias”
O norte de Portugal apresenta maior densidade de cursos de água e estes envolvem
maiores volumes de escoamento. As condições climáticas do local influencia a
abundância de água numa determinada bacia hidrográfica.

3. Relaciona a ocorrência de cheias com as estações de ano.


Na Primavera e no Verão, ocorre menos cheias, pois é um período mais seco e
quente, menos propício às chuvas. No Outono ou no inverno, a estiagem é menor e
há mais cheias, pois é um período mais húmido e frio com ocorrência de chuvas a
longo prazo.

Rios de Portugal

Conceito Definição
Regime Variação do caudal do rio ao longo do ano.
Rápidos ou Secção rochosa de um rio onde as águas
cataratas correm a grande velocidade.
Caudal Volume de água que passa numa secção do
rio durante uma unidade de tempo.
Erosão Acção de desgaste, transporte e acumulação
exercida por um rio.
Leito Zona por onde ocorre um rio.
Foz Secção onde o rio desagua

A acção do Homem sobre os recursos de água

Construção de barragens – na época do ano em que os valores da precipitação são


muito elevados e permite a retenção de água nas albufeiras visando atenuar a
ocorrência de cheias. No período de Verão quando a precipitação é escassa
impedem que o leito seque completamente possibilitando a manutenção de um
escoamento mínimo.

* A acção do Homem pode ser negativa intensificando as consequências das cheias.


 Constrói edifícios sobre as linhas de água, impede a infiltração de água do
solo através, por exemplo, das pavimentações das ruas, destrói a cobertura
vegetal, aumentando o escoamento superficial.

Aspectos positivos da construção de barragens:


 Garantem o armazenamento de água em albufeiras;
 Podem ser utilizadas na produção de energia hidroeléctrica;
 Minimizam as inundações;
 Garantem o caudal ecológico;
 Garantem o abastecimento de águas às populações;
 Permitem uma regularização do caudal;
 Minimizam os problemas de escassez de água

Aspectos negativos da construção de barragens:


 São obras muito dispendiosas;
 Podem provocar a inundação de terrenos agrícolas;
 Podem provocar a submersão de aldeias;
 Provocam alterações na fauna e na flora ribeirinhas fluviais;
 Geram deterioração da qualidade da água.

Recursos Hídricos subterrâneos

As águas subterrâneas resultam da infiltração da água proveniente:


 Da precipitação;
 Dos cursos de água, lagos e albufeiras;
 Da rega;
 Das águas residuais urbanas.

 A precipitação que ocorre sobre a superfície infiltra-se parcialmente ou na totalidade,


no solo, até atingir uma camada impermeável, quer pela acção da gravidade, quer
pela capilaridade, dando origem à formação dos aquíferos. A existência de aquíferos,
as suas características e dimensões estão directamente relacionadas com o grau de
maior ou menor permeabilidade da rocha.

 Os aquíferos são importante reservatórios de água subterrânea que, em relação à água


superficial tem a vantagem de :
 Estarem mais protegidas da poluição (melhor qualidade da água);
 Não se reduzirem devido à deposição de detritos;
 Não estão sujeitos à evaporação;
 Não exigem encargos de conservação.

Os usos e a gestão dos recursos hídricos

A agricultura é ainda o grande consumidor de água subterrânea, essa elevada utilização


de água deve-se á actividade agrícola de regadio. Esta coloca problemas sobre estes
recursos, como a contaminação dos aquíferos devido ao regadio estar associada à
grande utilização de adubos e ainda devido a mais de 80% da área de regadio é de
natureza privada.
PROBLEMAS NA UTILIZAÇÃO DA ÁGUA

Consumo excessivo Diminuição das reservas Poluição

Domésticos
Efluentes Industriais
Salinização Alterações Desflorestação Agro-pecuários
climáticas

Eutrofização*

*enriquecimento excessivo da água em matérias nutritivas. Geram a absorção exagerada de


oxigénio e a consequente asfixia desse meio aquático.
As disponibilidades hídricas

Inventariadas como Na

Utilização dos recursos hídricos


Águas Águas
Subterrâneas Superficiais
Evidenciam-se

Apresentam em Portugal uma problemas na utilização

Ao nível
Irregularidade na distribuição
Quantidade Qualidade
Acrescida na dependência das
Passa pela Passa pela
racionalização protecção e
dos recursos controlo

Bacias hidrográficas Garantir o Drenar e tratar

Luso-espanholas abastecimento as águas residuais

Utilizar a água Controlar a


com maior eficiência qualidade da
água

Implicam a reflexão sobre a gestão dos recursos hídricos

Planear a utilização da água Potencializar os recursos

Integração na actividades de
política-comunitária recreio e lazer

protecção e conservação e navegação turística


comercial dos meios hídricos
actividades biogenéticas
cooperação luso-espanhola
extracção de inertes
A gestão dos recursos hídricos é um processo complexo, que implica um planeamento
cuidadoso e uma coordenação de esforços a nível local, nacional e internacional.

 Plano Nacional da água (PNA) – Foram criadas 10 regiões Hidrológicas


 Planos da Bacia Hidrográfica (PBH)

Estes planos são instrumentos de planeamento que permitirão:


 Melhor conhecimento das disponibilidades e potencialidades hídricas;
 Melhor distribuição e utilização da água;
 Protecção, conservação e requalificação dos recursos hídricos;
 Estabelecimento de um quadro estável de relacionamento com Espanha;
 Gestão dos recursos hídricos em articulação com os restantes sectores de
ordenamento do território.

A importância das albufeiras origina a elaboração de planos específicos:


 Planos de Ordenamento das Albufeiras de Águas Públicas (POAAP). Estes
compreendem uma área na qual se integra o plano de água e a zona envolvente de
protecção.

Recursos Marítimos

Morfologia submarina
 Plataforma continental – vai até cerca de 200 metros de profundidade. Constitui a
área morfológica do oceano que mais influência recebe das áreas emersas (detritos
minerais e orgânicos são continuamente ‘vertidos’ nela, originando uma
significativa cobertura sedimentar);
 Talude continental, área de forte declive e que efectua a transição entre a
plataforma continental e as áreas mais profundas e extensas;
 Zonas abissais;
 Montanhas submarinas

Fig 1 O fundo marinho

AS POTENCIALIDADES DO LITORAL

Linha de Costa é a linha de contacto entre a terra e o mar, ao nível atingido pela maré
mais alta, em período de calma atmosférica.

As paisagens litorais são dinâmicas e estão em constante alteração, devido:


- aos movimentos tectónicos e às variações climáticas, que se reflectem nas
oscilações do nível do mar:
Em Portugal encontramos áreas litorais emersas, em resultado da regressão marinha
( recuo das águas do mar ) – formou-se a chamada Costa de emersão.

- a influência das águas oceânicas


O mar exerce uma acção modeladora na linha de costa, através de processos de desgaste
(abrasão marinha), transporte e acumulação.
A abrasão marinha é resultante, fundamentalmente, da acção das ondas e marés,
enquanto que o transporte e a acumulação/sedimentação.
– O movimento contínuo da água sobre o litoral, bem como o material rochoso que o
mar transporta e a compressão do ar nas fendas das rochas no momento da rebentação,
vai provocando um desgaste mais ou menos acelerado da costa. Esta acção pode ser
favorecida pelas correntes marítimas, pela quantidade de materiais transportados pelas
ondas, pela velocidade, direcção dos ventos, dureza, coesão e estratificação das rochas.

Praia da Ursa Sintra

O Homem interfere na erosão costeira. A extracção de areias, a construção de barragens


nos principais rios dada a diminuição de sedimentos que atingem o litoral, a construção
de esporões, a urbanização crescente no litoral, a destruição dos sistemas dunares têm
efeitos prejudiciais sobre o litoral e acentuam a erosão marinha.

A linha de costa de Portugal continental apresenta um traçado quase rectilíneo, pouco


recortado, ou seja, com poucas reentrâncias e saliências.
O litoral português é dominado fundamentalmente por dois tipos de costa:
- Costa de arriba – é uma costa talhada em afloramentos rochosos de elevado grau de
dureza. Pode ser alta, rochosa e escarpada ou igualmente rochosa mas ais baixa. Pode
ser acompanhada por pequenas extensões de areia , muitas vezes só visíveis na maré
baixa.
- Costa de praia – costa baixa e arenosa, frequentemente associada a sistemas dunares.
Fig.2 - Costa de arriba: Cabo S. Vicente Fig. 3 Costa de Praia : Torreira

As Arribas em Portugal
“No Norte do país, no Minho e Douro Litoral, as arribas fósseis são talhadas em rochas
granitoides do Maçiço Antigo, são altas e recuadas da linha de costa. Porém localmente esse
mesmo rebordo alto e escarpado aproxima-se do mar e é batido por ele , funcionando como
arriba viva. É o caso do promontório de Montedor a Sul de Afife, um dos pontos importantes da
costa portuguesa, porque o seu farol é um dos centros de circunferência que, com 200 milhas de
raio, limita a Zona Económica Exclusiva (ZEE). A partir dai para sul até Espinho as arribas são
baixas até 5-6m de altura..
Para sul no Litoral Centro, as arribas aparecem para sul do cabo Mondego. Os cabos Mondego,
Carvoeiro, Roca, Raso e Espichel são talhados em calcários duros. A Costa Vicentina (Cabo de
Sines ao Cabo de S. Vicente) está talhada em rochas duras do Maciço Antigo.
A costa do Barlavento Algarvio (Cabo de S. Vicente à Quarteira) é talhada em calcários.
Na costa do Sotavento Algarvio ( Quarteira a Vila Real de Sto António as arribas recuadas ,
quase todas talhadas em rochas arenosas e areniticas, são, formas mortas e/ ou fossilizadas
frente às quais se desenvolveram ilhotas e cordões arenosos do sistema lagunar da “ria”
Formosa.

Praias e sistema dunares em Portugal


Cerca de 645 Km da costa continental portuguesa é constituída por praias, estreitas e rectilíneas
ou em forma de enseada ( arco) ora encostadas a arribas, a cordões litorais e/ ou sistemas
dunares ou ainda a paredões.

As arribas são formas frequentes em toda a costa continental, vivas, mortas ou


fósseis.
Como a acção erosiva do mar se dá essencialmente na base das arribas, a parte superior
deixa de ter apoio e cai desencadeando o recuo progressivo da arriba.
A repetição continua deste processo forma uma superfície levemente inclinada para o
mar denominada de plataforma de abrasão. A plataforma de abrasão fica
progressivamente mais larga, devido ao recuo das arribas, por isso as ondas e as marés
atingem a base com menos intensidade, sendo predominante a acção de acumulação. A
partir de certa altura, o mar já não atinge a arriba e dá origem à arriba morta. Com o
passar do tempo há a “colonização” pela vegetação passando a arriba fóssil.

Fig. 4 - Arriba Fóssil Costa da Caparica


Fig. 5 Evolução de uma arriba Fig. 6 - Acção de desgaste do mar

Acção do mar sobre a linha de costa

Abrasão marinha – os materiais, como areias e fragmentos rochosos, transportados pela


força dos movimentos das ondas exercem uma intensa acção erosiva.

Recuo da arriba
O progressivo recuo da arriba leva ao alargamento da plataforma de abrasão, que,
associado à sua inclinação, faz com que as ondas atinjam a base da arriba com menor
intensidade e com menor capacidade erosiva assim, a certa altura, o mar deixa de
conseguir atingir a arriba surgindo arriba fóssil ou morta.

Costa de emersão – surge no norte litoral de Portugal dado que a área do litoral que
imergiu devido ao recuo das águas do mar dando origem a pequenas reentrâncias e
algumas praias. A costa apesar de ser constituída por rochas duras a linha de contacto
com o mar apresenta-se predominantemente baixa.

Cabos e localização dos principais portos


Ao longo da costa portuguesa encontram-se alguns cabos, que constituem saliências
talhadas em informações rochosas de maior resistência geralmente em áreas de costa
alta e rochosa. Tal como os estuários, os cabos constituem protecções naturais que
permitem a instalação de portos marítimos, abrigando-os dos ventos que sopram de
oeste e de noroeste e protegendo-os das correntes marítimas superficiais de sentido
norte/sul. Assim os portos portugueses localizam-se geralmente no flanco sol dos cabos.
Apesar da extensa costa portuguesa, não existem em Portugal boas condições naturais
para a instalação de portos marítimos dado que a costa é pouco recortada e pouco
abrigada dos ventos e muito batida pelas ondas. Por isso, originou a construção de
portos artificiais, como o de Leixões, Viana do Castelo …

Principais acidentes de costa

Existem ao longo da costa alguns acidentes associados a reentrâncias e saliências.

Fig. 7 Os principais acidentes de costa

Os processos fluviais
Os rios debitam no mar grandes quantidades de água mas também detritos minerais e
orgânicos diversos. Em rios suficientemente caudalosos e quando a força das marés não
é significativo, estes materiais depositam-se no fundo da plataforma continental; em
situações de menor força do rio a deposição dá-se na secção terminal do mesmo,
originando o assoreamento progressivo que conduz, com frequência, à subdivisão do
curso de água em vários braços – há condições para a formação de um delta; em
situações intermédias, pode o rio fazer os detritos ao mar mas as ondas e as correntes
promovem a fixação destes junto á costa.

Transgressão – subida do nível do mar, que se traduz num avanço da linha de costa
sobre o continente. (opõe-se ao termo:)
Regressão – (descida do nível do mar, com o consequente recuo deste). A designação
“ria” aplica-se a costas de submersão, em que o mar ocupa actualmente espaços que
outrora eram vales fluviais.

Haff- delta de Aveiro

Delta – forma de desembocadura de um rio em que a carga de depósitos é significativa,


ultrapassando a da remoção provocada pelas ondas e marés. Estes depósitos acumulam-
se, assim, junto á foz, levando frequentemente o rio a subdividir-se em vários braços.

A “ria“de Aveiro resultou da regressão marinha e do assoreamento conjugado do rio


Vouga e do mar numa antiga reentrância do litoral - golfo.
Os sedimentos arrancados do litoral rochoso a Norte, foram arrastados pela corrente
marítima (Deriva Norte-Sul) dando origem a um cordão arenoso. À medida que este
cordão se ia estendendo, foi-se construindo um outro, agora de Sul para Norte. À
medida que estes cordões avançaram isolaram as águas marinhas, formando uma laguna
onde o rio Vouga e alguns afluentes passaram a desaguar e depositar os aluviões dando
origem a pequenas ilhotas arenosas.
O assoreamento (acumulação de sedimentos) acabou por aproximar os dois cordões,
fazendo-se actualmente a comunicação entre a água da laguna e do oceano por uma
barra artificial que o Homem tem constantemente de desassorear.

Fig. 8 Halff-delta de Aveiro

Concha de São Martinho


A concha de São Martinho é uma pequena baia que resultou da acumulação de
sedimentos num antigo golfo cujas dimensões foram sendo reduzidas.

Fig. 9 Concha de S. Martinho

Tômbolo
Tômbolo de Peniche é um istmo que formou devido á acumulação de sedimentos
arenosos transportados pelas correntes marítimas. Este uniu a pequena ilha ao
continente.

Fig. 10 Tômbolo de Peniche

Estuários do Tejo e Sado

Os estuários são áreas da foz dos rios que desaguam directamente no mar e onde é
importante a influência das correntes e das marés, (havendo assim uma mistura de água
doce com água salgada).

Os estuários do Tejo e do Sado são de grandes dimensões e assumem uma grande


importância no contexto nacional. A parte montante do estuário apresenta vários canais
e ilhas; a jusante o estuário alarga e é rodeado de sapais, onde se situa a Reserva
Natural. As suas dimensões favorecem a variedade e diversidade da fauna e da flora,
apresentando condições particulares para a desova e crescimento de espécies de peixe e
mariscos, habitat de aves aquáticas e outra fauna selvagem. Em termos económicos, os
estuários permitem o desenvolvimento de instalações portuárias essenciais ao
desenvolvimento do sector das pescas e dos transportes.

Fig 11 Estuário do Tejo


Lido de Faro
O Lido de Faro localizado no Sotavento Algarvio, resultou da acumulação de
sedimentos que foram arrastados por uma corrente de sentido W-E, originando um
conjunto de restingas e ilhotas separadas por braços de mar.
A Costa de Faro tem uma configuração diferente da Costa de Aveiro, mas em ambas as
regiões foram favorecidas por factores como as reentrâncias costeiras, as correntes
marítimas, as águas pouco profundas e uma costa alta, próxima. A costa de arriba tacada
pela erosão forneceu grandes quantidades de detritos que as correntes e os ventos as
marés foram transportando e depositaram nas águas baixas e abrigadas.

Fig 12 Lido de Faro

Plataforma Continental

Plataformas Continentais são superfícies


pouco inclinadas que prolongam o continente
sob o oceano e cuja profundidade não
ultrapassa os 200 metros.
A extensão da plataforma varia entre alguns
quilómetros e mais de mil e fornece cerca de
70% do total das pescas marinhas mundiais.
As plataformas continentais são, no oceano,
as áreas mais sujeitas à exploração, o que faz
com que devam ser bem conhecidas e bem
geridas.

A Plataforma continental Portuguesa só em


alguns locais ultrapassa os 70 Km de
extensão: para Norte da Nazaré apresenta-se
quase sempre paralela à linha de costa e com
uma extensão variável entre os 35 Km na foz
do rio Minho e mais de 60 Km no cabo
Mondego; entre a Nazaré e o rio Sado forma
um promontório limitado a Norte pelo canhão
da Nazaré e a Sul pelos canhões do Tejo e do
Sado atingindo neste promontório a extensão máxima de cerca de 70 Km.

Ao longo das costas do Alentejo e do Algarve a plataforma apresenta um paralelismo


com a linha de costa , estreitando para cerca de 20 Km e atingindo apenas 8 Km ao
largo de Santa Maria.
A plataforma continental é relativamente estreita ao longo do litoral de Portugal
Continental e é quase inexistente nas Regiões Autónomas devido á origem vulcânica.

A grande riqueza piscatória das plataformas continentais resulta:


 da pouca profundidade das águas, permitindo uma melhor penetração da luz,
indispensável ao desenvolvimento do fitoplâncton ,
 da grande agitação das águas, o que as torna ricas em oxigénio;
 da afluência das águas dos continentes sobretudo dos rios, as quais transportam
grandes quantidades de matéria orgânica e inorgânica;
 da menor salinidade , devido à agitação das águas e de receberem águas
continentais.

Correntes Marítimas

As correntes marítimas deslocam grandes quantidades de energia que influenciam os


litorais dos continentes, quanto à precipitação, à temperação e até à quantidade de
pescado.
As grandes correntes apresentam várias ramificações, quentes ou frias, conforme a
latitude a que se formam.
A costa portuguesa é influenciada por uma ramificação da corrente do Golfo (deriva
Norte-Sul) – corrente portuguesa.
A sudoeste do território encontramos a corrente fria das Canárias que favorece a
existência de pescado.

 O upwelling é o fenómeno que resulta do facto dos ventos (nortada – vento


marítimo frequente na costa ocidental portuguesa que sopra do quadrante norte,
especialmente no Verão) afastam as águas costeiras para o largo originando correntes
ascendentes de compensação, substituindo as que foram afastadas pelo vento, que
trazem águas profundas mais frias e agitadas. Este fenómeno faz também ascender à
superfície grandes quantidades de nutrientes atraindo assim os cardumes.
Potencialidades do litoral

Linha de costa Plataforma continental Correntes marítimas

Costa de arriba Maior quantidade e Condições favoráveis à


Costa de praia diversidade da fauna existência de pescado
Acção do mar sobre a marinha
linha de costa Em Portugal
Recuo das arribas
Acidentes do litoral Em Portugal Correntes de Portugal

Relativamente estreito no Fenómeno de upwelling


Continente de Verão
Influência na
localização dos Quase inexistente nas Corrente fria das canárias
principais portos Regiões Antónomas
marítimos
Influencia a actividade piscatória

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