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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO...........................................................3

ENCONTRO 1.................................................................4

ENCONTRO 2...............................................................10

ENCONTRO 3...............................................................14

ENCONTRO 4..............................................................20

ENCONTRO 5..............................................................24

ENCONTRO 6..............................................................29

ENCONTRO 7..............................................................35

TODA VEZ QUE ESTE SÍMBOLO APARECER,


TOQUE NELE E VOCÊ SERÁ REDIRECIONADO
PARA A MÚSICA NO YOUTUBE
APRESENTAÇÃO
O 27º Grito dos Excluídos e Excluídas acontecerá pelo segundo ano
em meio a pandemia da COVID-19 que já ceifou mais de 500 mil
vidas. O Grito traz como tema permanente a Vida em Primeiro Lugar,
e nesse ano de 2021 é preciso intensificar ainda mais esse clamor, de
que a vida é fundamental e precisa estar em primeiro lugar.

Em um pouco mais de um ano de pandemia, vislumbramos uma


realidade perversa, cruel e genocida, que tira vida das pessoas, seja
pelo vírus da COVID-19, pela fome ou pelas balas que matam jovens,
negros e periféricos.

Diante de um cenário tão desafiador somos chamadas e chamados a


novamente ir às ruas, e gritar por uma sociedade mais justa e
solidária, “lutar por participação popular, saúde, comida, moradia,
trabalho e renda, já! ”

Essas Rodas de Conversa que estamos disponibilizando são uma


ferramenta popular para ser trabalhada pelos diversos grupos, no
campo e na cidade, nas aldeias, nas periferias, nas ocupações, em
nossas casas, e assim podermos nos preparar para as ações do dia 07
de setembro e daquelas que virão posteriormente.

Com carinho organizamos esse material que está dividido em 7


encontros, que abordarão os 7 eixos que iluminam o processo do 27º
Grito dos Excluídos e Excluídas. Pedimos que esses encontros não se
encerrem no dia 07 de setembro, mas que possam ser subsídio
permanente de reflexão e estudo.

Bom encontro e nos encontraremos nas ruas!

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“Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás,
Esperançar é construir, esperançar é não desistir!
Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com
os outros Para fazer de outro modo.” (Paulo Freire)

Terra-Território, Teto e Trabalho:


a esperança está na organização popular

Cartaz do 27º Grito dos Excluídos/as; vasilha com terra,


carteira de trabalho, instrumentos de trabalho, chave da
casa, pão e produtos colhidos da terra.

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Animador/a: Sejam todas bem-vindas e bem-vindos em nossa
primeira roda de conversa sobre o 27º Grito dos Excluídos e
Excluídas, que anualmente acontece no dia 7 de setembro.

(0 animador acolhe a todos, pedindo a apresentação caso o grupo não


seja conhecido)

Animador/a: o Grito dos Excluídos desse ano, traz como tema: A Vida
em primeiro lugar e o Lema: Lutar por participação popular, saúde,
comida, moradia, trabalho e renda, já!
Para bem começarmos o encontro vamos ouvir o hino do 27º Grito
dos Excluídos/as.

Hino da 27º Grito dos Excluídos/as


(Autoria: Jadir Bonacina e Grupo Mistura)

Refrão:
Vida em primeiro lugar / Na luta por participação popular /
Saúde, comida, moradia / Trabalho e renda já!

1.O povo feliz / É o reino de Deus / O amor que prevalece / Entre


os filhos seus

2.O grito é bem forte / E veio anunciar / Que nessa sociedade /


Todos têm o seu lugar

1.ABRINDO A RODA
Animador/a: Todos os anos somos chamadas e chamados a refletir o
tema e o lema do Grito do Excluídos, que sempre está voltado a um
grito e clamor do povo brasileiro. Por muitos anos, essa atividade
mobilizou milhares de pessoas em torno de um mesmo objetivo:
garantir vida plena para todas as pessoas, de modo especial os
excluídos de nossa sociedade.

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Leitor/a 1: Vamos conhecer os objetivos que foram traçados pelo o 27º
Grito dos Excluídos na qual, todos nós, vamos nos organizar para
efetivarmos em nossa realidade.

Leitor/a 2: Possibilitar espaços de formação e reflexão sobre a


conjuntura social, política e econômica do país, denunciando
estruturas que geram desigualdade e exclusão, especialmente na
pandemia da COVID-19;

Leitor/a 3: Mobilizar as comunidades excluídas dos direitos básicos


para adesão e participação nas etapas de formação e mobilização
social, especialmente pelo direito à vacina, ao auxílio emergencial e
Fora Bolsonaro;

Leitor/a 4: Promover espaços de trocas de experiências através dos


saberes locais e da educação popular, para alimentar a esperança e
fortalecer projetos e iniciativas de transformação das realidades
desiguais;

Leitor/a 5: Defender os territórios e o direto à Terra, ao Trabalho e à


Moradia, na cidade e no campo, nos rios e florestas, por dignidade e
acesso aos diretos básicos de segurança alimentar, soberania popular,
protagonismo das juventudes e das mulheres;

Leitor/a 1: Potencializar os mutirões pela vida da 6ª Semana Social


Brasileira.

Leitor/a 2: Ocupar e resistir os espaços públicos: direito à rua e à


manifestação e à participação popular.

Animador/a: Para alcançar os objetivos apontados, foram


identificados sete eixos que nortearão o processo de animação do
Grito desse ano. No dia de hoje, vamos refletir sobre o Eixo 1: Terra-
Território, Teto e Trabalho: a esperança está na organização popular.

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Leitor/a 3: A fome no Brasil sempre foi uma triste realidade, porém
com a pandemia essa realidade se agravou ainda mais. Segundo o
IBGE, hoje são aproximadamente 117 milhões de pessoas que vivem
em insegurança alimentar, ou seja, não possuem alimentos
suficientes para 3 refeições diárias e com qualidade nutricional.

Leitor/a 4: ainda segundo os estudos, das 108 milhões de pessoas que


receberam o Auxílio Emergencial, 50% dessas gastaram com
alimentação, hoje com o valor reduzido pela metade, esse direito fica
ainda mais difícil de ser garantido.

Todos: A esperança nesses tempos sombrios, foram as inúmeras ações


de solidariedade espalhadas em todo território brasileiro: grupos de
voluntários nas organizações sociais ou pastoral social, e da
agricultura familiar agroecológica dos assentamentos da reforma
agrária, que doou 856,4 toneladas de alimentos de qualidade em toda a
região sul.

Leitor/a 5: Diante de um mar de excluídos são os excluídos que


matam a fome do outro.

Leitor/a 1: Estamos acompanhando também o aumento da população


em situação de rua, que de um ano para cá aumentou
significativamente. Com o agravamento da crise econômica, social e
política a população empobreceu muito, perdendo seus empregos e
consequente qualidade de vida.

Leitor/a 2: o Brasil possui um déficit habitacional de 7,78 milhões de


casas, ou seja, são milhões de famílias que sofrem com a falta de
moradia. Por outro lado, as políticas habitacionais vigentes não
contemplam a população mais vulnerável, pelo contrário, dificultam
cada vez mais o acesso a habitação.

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Todos: A esperança reside nos movimentos de moradia organizados
que, com ocupações e lutas por políticas públicas habitacionais,
defendem Moradia como direito social e não como lucro do mercado
imobiliário.

Leitor/a 3: Segundo os dados do IBGE (2021) temos 14 milhões de


desempregados, 5 milhões de desalentados, ou seja, que já perderam
a esperança de buscar emprego e mais de 50% da população
economicamente ativa na informalidade, sem direitos trabalhistas,
com destaques para os trabalhadores de aplicativos (Uber, 99, Rappi)
que configuram a escravidão moderna e precária.

Leitor/a 4: por outro lado, em plena pandemia, o Brasil contou com


novos milionários que obtiveram lucros exorbitantes enquanto a
classe trabalhadora sofre com a retiradas dos direitos.

Todos: A esperança são as mobilizações e greves feitas nas condições


mais adversas possíveis; os trabalhos da economia solidária; e a
certeza histórica de que somos nós, trabalhadores/as, que produzimos
as riquezas. Tudo o que nos rodeia é fruto do trabalho humano.

CANTO: AXÉ - IRÁ CHEGAR

2.ESTENDENDO A RODA
Animador/a: Como essa realidade toda nos toca? Estamos vivendo em
nossa casa, na família esses desafios? O que podemos fazer para
tornar essa reflexão e esses dados mais conhecidos em nossa
comunidade?

3.ESPERANÇANDO COM MÍSTICA


Animador/a: Nós organizamos o nosso ambiente com símbolos que
falam muito para nós, eles recordam a terra que é mãe e que nos dá o

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alimento, os instrumentos de trabalho e a carteira de trabalho que
garantem a direito e o sustento, e a chave de nossa casa que nos dão
segurança e abrigo. Pedimos a Deus que abençoe esses símbolos e
estenda a benção a todas as pessoas, sobretudo daquelas que sofrem
sem terra, teto e trabalho.

Todos: Querido Deus, Pai e Mãe de amor, abençoa esses símbolos que
para nós é tão importante, pois representam a terra, o teto e o trabalho,
direitos fundamentais da pessoa humana. Que sempre possamos
usufruir desses direitos com dignidade, olhe por aqueles que não tem e
tenha misericórdia deles. Por Jesus Cristo, nosso irmão. Amém.

CANTO: ANDAR COM FÉ


(GILBERTO GIL)

Gostou dessa roda de conversa?


Venha para a próxima e convide outras pessoas!

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O coração de vocês, coração jovem, quer construir um
mundo melhor. Os jovens nas estradas; são jovens que
querem ser protagonistas da mudança. Por favor, não
deixem para outros o ser protagonista da mudança!
(Papa Francisco)

Juventudes:
protagonismo juvenil e participação popular

Cartaz do 27º Grito dos Excluídos/as, fotografias de


jovens de nossas famílias e comunidades, símbolos que
representam as juventudes.

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Acolhida: Sejam todos e todas bem-vindas em nosso segundo
encontro. Hoje o tema a ser debatido será as juventudes e o
protagonismo. Para abrir a nossa roda de hoje, podemos fazer a
apresentação dos presentes, e verificar os que estão vindo pela
primeira vez.

CANTO:
DEIXA-ME SER JOVEM

1.ABRINDO A RODA
Animador/a: No processo de preparação e animação do 27º Grito dos
Excluídos/as a juventude tem seu lugar e espaço de participação. A
presença jovem em nossos espaços é muito importante, pois ela é
animadora e incentivadora de novas ações.

Leitor/a 1: Nos espaços dos movimentos e organizações sociais, a


juventude vem demonstrando grande envolvimento e preocupação
com a realidade atual.

Leitor/a 2: Para entendermos bem quem é esse jovem que falamos,


trazemos como base os critérios estabelecidos pela Política Nacional
de Juventude (PNJ) que considera jovem toda pessoa com faixa etária
entre 15 e 29 anos.

Leitor/a 3: Essa população é bem numerosa em nosso país, embora


tenha tido um decréscimo nos últimos anos. Segundo a Fundação
Getúlio Vargas Social, o país conta com 49,95 milhões de jovens entre
15 e 29 anos.

Leitor/a 4: Essa juventude é plural e diversa: está no campo e na


cidade, nas periferias e nos bairros, nos espaços de educação, no
mercado de trabalho, nos sistemas prisionais, nas situações de rua,
dentro de nossas casas.

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Leitor/a 5: O descaso com as políticas públicas e a precarização do
trabalho, afeta diretamente a juventude que estão entrando no
mercado de trabalho. São os jovens os principais trabalhadores de
aplicativos, da informalidade, com salários mais baixos e que sofrem
com a falta de direitos trabalhistas e previdenciários.

Animadora/a: Dos 753.966 encarcerados no país, segundo dados do


CANTO:
Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), a juventude soma um
DEIXA-ME SER JOVEM
percentual de 42% da população carcerária.

Leitor/a 1: Agora no período da pandemia, cerca de 4 milhões de


estudantes abandonaram os estudos, seja por falta de acesso as aulas
remotas, dificuldades para pagar mensalidades ou por terem que
entrar no mercado de trabalho para contribuir com o sustento da
família.

Leitor/a 2: São os jovens pobres e periféricos que mais morrem em


confrontos com a polícia em operações nas comunidades, da mesma
forma, são os jovens LGBTQIA+ que são as principais vítimas dos
crimes de homofobia.

Todos: A nossa juventude quer viver e gritar por mais dignidade,


justiça social e oportunidades. A juventude é a semente de esperança no
presente!

Leitor/a 4: A participação é um direito fundamental das juventudes.


De fato, encontra-se no Estatuto da Juventude (Lei 12.852/2013), onde
dentre os direitos expressos na lei, destaca-se que “o jovem tem
direito à participação social e política e na formulação, execução e
avaliação das políticas públicas de juventude”.

Leitor/a 5: E assim nós estamos vendo, uma infinidade de jovens


atuando nas organizações, mobilizações populares e lutas por
melhores condições de vida para todas as pessoas. Porém, ainda
vemos muitos jovens dispersos, desanimados e sem perspectivas.
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2.ESTENDENDO A RODA
Animador/a: Como vemos, avaliamos a realidade das juventudes hoje?
Qual a situação dos jovens de nossas famílias? Que sinais de
esperança e de desafios percebemos? O que devemos fazer para
promover cada vez mais o protagonismo da juventude nos grupos,
comunidades, pastorais e movimentos? (tempo para conversar)

3.ESPERANÇANDO COM MÍSTICA


Animador/a: Nesse momento de mística, vamos pedir por nossa
juventude desse país, de nossa cidade e de nossa comunidade. Cada
pessoa, pegue uma foto de um jovem e faça uma prece. Ao final,
digamos juntos: Olhe por nossa juventude, Senhor!

Animador/a: Olha Senhor, tua família aqui reunida. Que o Espírito


Santo nos ilumine e nos ensine a verdade completa de tua revelação.
Dá-nos a unidade de todos os discípulos e discípulas de Jesus, como
ele desejou. Pedimos isso em nome de Jesus, nosso Senhor. Amém!

HINO DO 27º GRITO


DOS EXCLUÍDOS/AS

Gostou dessa roda de conversa?


Venha para a próxima e convide outras pessoas!

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“O Altíssimo deu aos homens a ciência, para que
pudessem honrá-lo por suas maravilhas. Com os
remédios o médico acalma a dor e com eles, o
farmacêutico prepara as vacinas, assim, suas obras não
ficam inacabadas e a saúde se difunda sobre a terra”.
(Eclo38.6-8)

Vacina Já, para todos e todas

Cartaz do 27º Grito dos Excluídos/as, carteira de


vacinação, vela, cartaz com a palavras: SUS, Vacina Já!
500 mil vidas. Outros símbolos que desejar.

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Animador/a: Estamos em nossa terceira Roda de Conversa, e hoje
vamos refletir sobre a Saúde pública e o direito a Vacina. Um assunto
tão importante e fundamental nesse processo de construção do Grito
dos Excluídos. Sejam todos e todas bem-vindos em nosso encontro!
(Caso haja novos participantes faz-se a apresentação).

Animador/a: Para abrir a nossa roda de hoje, vamos ler juntos o


Poema sobre o SUS, escrito por Sergio Alves de Alagoas.

Gostaria de falar sobre o SUS Agora falando da equidade


Nosso sistema único de saúde Que luta pela igualdade
Que atende do rico ao pobre Lembre-se também de justiça
E concede um serviço nobre. Que é de suma prioridade.

O SUS tem seus princípios Querem privatizar a saúde


Vou citar os mais falados pública
Universalidade, integralidade Isso não podemos deixar
e equidade Devemos lutar pelos
São esses os mais citados. nossos direitos
E ao governo pressionar.
Quando o SUS traz
a universalidade Qualidade do serviço
é o que queremos
É para servir a todos
É preciso promover
Sem discriminação e preconceito
mudanças na organização
Pois todos temos direito.
Possibilitando melhoras
Ao falar de integralidade na qualidade dos
Pense no serviço integral cuidados oferecidos
Ouvindo aos usuários Atendendo a todos os
Pensando além de níveis de atenção.
um sistema assistencial.

1.ABRINDO A RODA
Leitor/a 1: O SUS faz parte da minha, da sua e da vida de todos os
brasileiros. O SUS é considerado o maior e melhor plano de saúde
pública do mundo, pois ele garante o direito à saúde a todas as
pessoas, independente da condição social e econômica.
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Leitor/a 2: Porém, com o passar dos anos vemos um desmonte geral
desse sistema de saúde, com a redução de investimentos financeiros,
tentativas de privatização e escassez das estruturas de atendimento.

Leitor/a 3: Nesse tempo de pandemia, o SUS foi o grande responsável


pelo atendimento à população com os atendimentos emergenciais,
internações e a oferta de vacinas.

Leitor/a 4: Os profissionais que atuam na linha de frente, mesmo


diante de um cenário de esgotamento e estafa não medem esforços
para garantir o atendimento de qualidade.

Leitor/a 5: Porém, forças contrárias como o negacionismo e a


ineficácia do Estado brasileiro no combate a pandemia, dificultam o
avanço na corrida contra o Coronavírus, sobretudo na oferta de
vacina para todos.

Todos: Defendemos a Vacina, o SUS e a ciência brasileira! Não ao


negacionismo!

Animador/a: Os grupos fundamentalistas vêm contaminando a


população com ideias negacionistas, em relação a eficácia das vacinas
e da ciência. O nosso país sempre foi uma referência no combate a
doenças por meio das vacinas, que sempre demonstraram resultados
positivos, inclusive erradicando muitas doenças.

Leitor/a 1: O negacionismo mata mais que o vírus, pois ele impede as


pessoas de buscarem imunização.

Leitor/a 2: Alinhado ao negacionismo e a desqualificação da ciência,


vemos a corrupção ativa em tempos de crise. Acompanhamos na CPI
da Covid depoimentos de pessoas que confirmaram que não houve
interesse do governo brasileiro em adquirir vacinas para a população,
ao contrário se incentivou o uso de medicamentos que são ineficazes.

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Leitor/a 3: Por outro lado, quando houve a possibilidade de compra,
usou-se de barganhas, superfaturamentos e propinas para a
aquisição.

Todos: Quanto vale a vida do povo brasileiro?

Leitor/a 4: A defesa dos direitos e de políticas sociais universais é uma


pauta e um compromisso ético. Vacina é direito! Direito a vida!

Leitor/a 5: A vacina é um bem coletivo e não pode ter seu acesso


medido pelo mercado, é fundamental pensar nos valores e princípios
éticos que sustentam a defesa de Vacina já para todas as pessoas.

CANTO: UTOPIA
(ZÉ VICENTE)

1.ESTENDENDO A RODA
Animador/a: Como estamos percebendo essa realidade do
negacionismo em nossa famílias e comunidades? Ao tomar a vacina,
que sentimentos surgiram ao ser imunizado/a? Se os projetos de
privatização do SUS se efetivarem, o que isso implicará em nossa
vida? A Ciência é um dos 7 dons do Espírito Santo, dado a
humanidade. Como olhamos esse dom nos dias de hoje?

2.ESPERANÇAR COM MÍSTICA


Animador/a: A Vacina é um direito, mas infelizmente ela está
chegando tarde demais, o Brasil perdeu mais de 500 mil vidas, que
talvez se tivessem sido imunizadas ainda estariam em nosso meio.
Muitos de nós já tivemos a graça de ser imunizado, o que nos dá mais
segurança frente a um vírus ainda desconhecido, no entanto, outros
não tiveram a mesma oportunidade.

Vamos trazer para o centro o cartaz com as palavras SUS, Vacina Já e


500 mil vidas, junto com a vela acesa. Não conhecemos todas as pessoas

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que morreram vítimas da pandemia, mas cada uma dessas é uma
irmã e um irmão para nós, filhos do mesmo Pai. Em voz alta
trazemos presente as pessoas que tiveram sua vida tombada pela
COVID-19, sobretudo aqueles que conhecemos. Após cada nome
lembrado, o grupo diz junto:

Todos: Todas as vidas são importantes e nós vamos lutar para que
essas vidas não sejam em vão!

Benção Final:
O Deus da vida, que se revela na pessoa de Jesus, nos encha do seu
Espírito e nos renove na alegria do seu amor materno, agora e sempre.
Amém!

Hino da 27º Grito dos Excluídos/as


(Autoria: Jadir Bonacina e Grupo Mistura)

Refrão:
Vida em primeiro lugar / Na luta por participação popular /
Saúde, comida, moradia / Trabalho e renda já!

3.O povo feliz / É o reino de Deus / O amor que prevalece / Entre


os filhos seus

4.O grito é bem forte / E veio anunciar / Que nessa sociedade /


Todos têm o seu lugar

Gostou dessa roda de conversa?


Venha para a próxima e convide outras pessoas!

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Podes cortar todas as flores, mas não podes
Impedir que a primavera floresça!
(Pablo Neruda)

Soberania:
princípio democrático

Cartaz do 27º Grito dos Excluídos/as, Bandeira do Brasil,


Constituição Federativa do Brasil de 1988, outros
símbolos que desejar.

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Animador/a: Estamos indo para o 4º encontro, e na roda de conversa
de hoje, vamos conversar sobre um tema fundamental para o
desenvolvimento de um país: a Soberania. Antes de iniciar a conversa
sobre o tema de reflexão de hoje, vamos nos aprochegar na roda com
um sorriso, e acolher quem chega pela primeira vez.

Hino da 27º Grito dos Excluídos/as


(Autoria: Jadir Bonacina e Grupo Mistura)

Refrão:
Vida em primeiro lugar / Na luta por participação popular /
Saúde, comida, moradia / Trabalho e renda já!

1.O povo feliz / É o reino de Deus / O amor que prevalece /


Entre os filhos seus

2.O grito é bem forte / E veio anunciar / Que nessa sociedade


Todos têm o seu lugar

1.ABRINDO A RODA
Animador/a: Hoje vamos prosear sobre Soberania, um tema que
talvez pouca gente conhece, e que é fundamental para o bom
desenvolvimento de um país e de seu povo. Daqui de nosso grupo,
quem sabe o que é Soberania? O que entende por Soberania? (deixar
as pessoas falarem).

Animador/a: Tudo depende da soberania. A soberania nada mais é


que a liberdade de que o país precisa para tomar suas próprias
decisões, tendo por base os autênticos interesses nacionais.

Leitor/a 1: Nos países democráticos a Soberania é um dos princípios


que regem uma nação. Os chefes de Estado executam programas e
projetos de desenvolvimento do pais, que trazem benefícios para o
território e para o povo.
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Leitor/a 2: Realizam tais ações com liberdade e sem amarras
internacionais, numa relação de igualdade e sem hierarquias entre
países.

Leitor/a 3: Um país que não defende sua soberania acaba guiado por
interesses alheios e se torna incapaz de desenvolver políticas internas
para promover seu desenvolvimento.

Leitor/a 4: Um país sem soberania não consegue desenvolver políticas


de desenvolvimento tecnológico, de ciência, industrialização, de
agricultura, entre outros.

Todos: É um país que se torna dependente de outros países no campo


econômico e político.

Leitor/a 5: Infelizmente em nosso país, vemos uma nação sem


soberania, que demonstra comportamentos subalternos em relação
ao mercado internacional e de forma especial aos Estado Unidos.

Animador/a: No plano econômico, esse processo resultou em


considerável fragilização de grandes empresas brasileiras, como a
Petrobras e as mais destacadas firmas de engenharia do Brasil, em
proveito único da projeção dos interesses estadunidenses em nosso
país e em nosso entorno regional.

Todos: Infelizmente não é só a Petrobras, o mercado internacional


vem demonstrando interesse na Amazônia, nas águas e em toda a
biodiversidade presente na floresta.

Animador/a: Para efetivar essas ações entreguistas, estão em debate


no Congresso Nacional projetos de lei que facilitam a inserção do
mercado internacional por meio da grilagem e da mineração,
expulsando assim, povos indígenas e comunidades tradicionais
dessas áreas de interesses internacionais.

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CANTO: ORDEM E PROGRESSO
(BETH CARVALHO)

1.ESTENDENDO A RODA
Animador/a: O nosso país é rico em água, riquezas naturais, temos a
Amazônia, Pantanal e os biomas brasileiros que despertam interesses
do mercado internacional. O atual governo reforça ações contrárias a
soberania, demonstrando subalternidade em relação ao Estados
Unidos. Que sentimentos, como brasileiros e brasileiras brotam em
nós?

2.ESPERANÇANDO COM MÍSTICA


Animador/a: Trazemos presente para o centro da roda, os símbolos
que organizamos o ambiente. Vamos por alguns segundos olhar para
esses objetos, sobretudo para o símbolo da bandeira nacional. E após
um tempo de silêncio façamos em forma de preces, os pedidos para
um país mais justo, solidário e soberano.
Após cada prece, digamos juntos e juntas: “Senhor, olha para o nosso
país e por todo o seu povo!”

Benção Final:
Todos: O Deus da vida, que se revela na pessoa de Jesus, nos encha do
seu Espírito e nos renove na alegria do seu amor materno, agora e
sempre. Amém!

Gostou dessa roda de conversa?


Venha para a próxima e convide outras pessoas!

22
Negro, índigena empobrecido a morrer neste chão
Nosso povo desespera de esperar libertação.
Senhor Deus dos aflitos, ouve nossos gritos, Senhor!

Militarização, Racismo e Preconceito

Cartaz do 27ºGrito dos Excluídos e Excluídas, Imagem


de Nossa Senhora Aparecida, imagens de pessoas
negras e indígenas, cartaz com as palavras: “Vidas
negras importam! “A causa indígena é de todos nós!”,
vela e flores. (Outros símbolos afros e indígenas que
tiver)
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Acolhida: Sejam todas e todos bem vindos. Estamos caminhando para
a nossa 5ª roda de conversa. Que alegria, mais uma vez estarmos
reunidas e reunidos.

BAIÃO DAS COMUNIDADES


(ZÉ VICENTE)

Animador/a: Nesses dias em que estivemos reunidos, pudemos


refletir os eixos que iluminam o Grito dos Excluídos desse ano. Foram
muitas experiências partilhadas e perspectivas de ações que
apontamos. Para quem vem caminhando conosco, que avaliação ou
que comentários gostaria de fazer sobre essas rodas de conversa?
(tempo para partilha)

1.ABRINDO A RODA
Animador/a: Na roda de conversa de hoje, vamos refletir sobre a
militarização, enquanto uma força repressiva do Estado, que está
presente nas periferias gerando violência e morte.

Leitor/a 1: O episódio ocorrido nos Estados Unidos, da violenta morte


do homem negro George Floyd que foi assassinado por um policial
militar com o joelho em seu pescoço, causou comoção mundial. A
execução aconteceu sob o olhar de centenas pessoas que
acompanhavam a ocorrência no local.

Leitor/a 2: Esse episódio não pode ser visto apenas com o recorte de
mais uma morte violenta, mas sim, como uma ação violenta da
polícia militar junto a população negra, resultando de um racismo
presente nas pessoas e organizações.

Leitor/a 3: Esse triste fato ocorreu nos EUA, mas aqui no Brasil não é
diferente: centenas de negros periféricos são mortos pelo Estado, que
de forma militarizada e racista mata homens, mulheres e crianças
por bala.
24
Leitor/a 4: A morte de George Floyd desencadeou vários debates
entorno do racismo presente na sociedade, manifestada por discursos
de ódio e morte da população negra.

Leitor/a 5: A atuação da polícia militar nas periferias, onde há um


grande contingente de pessoas negras, deixa muito evidente esse
racismo enraizado nas práticas dos policiais. É frequente as atitudes
de violência, autoritarismo e desrespeito com as pessoas que moram
nas periferias, muito diferente são as atitudes e operações feitas em
bairros de classe média e alta.

Animador/a: Mesmo orientado pelo Supremo Tribunal Federal (STF)


para que não ocorressem operações em áreas de periferias durante a
pandemia, em virtude de ter mais pessoas em casa, muitos estados
brasileiros não aderiram essa orientação, e mantiveram as operações.
Todos: O resultado foi desastroso: mortes de crianças brincando
dentro de casa, mulheres grávidas, estudantes voltando da escola,
dentro do transporte escolar entre outras vítimas.

Leitor/a 1: O atual governo mantém um sistema de segurança pública


que está a serviço de uma minoria, não garante a segurança da
população, pois agem com violência e repressão e, ainda mata os
pobres, negros e indígenas

Leitor/a 2: Por outro lado, temos as milícias, formada por militares e


ex- militares que estão a serviço do tráfico de drogas: aterrorizam as
famílias, agem na ilegalidade e muitos deles estão ligados a políticos e
governantes.

Leitor/a 3: A militarização do Estado que tem nas forças militares o


seu braço violento, gera mortes e a criminalização dos pobres, negros
e indígenas.

Animadora/a: O Estado militar expulsa indígenas de suas terras, agindo

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com violência junto as manifestações dos povos tradicionais em
defesa de suas terras. O Estado militar rouba dos povos originários
suas terras e entrega aos seus aliados.

CANTO: A CARNE
(ELZA SOARES)

1.ESTENDENDO A RODA
Animador/a: O período escravocrata libertou o povo negro da
escravidão, mas não o libertou de fato. Que situações no dia a dia que
vemos que constatam essa situação? Pessoas negras e indígenas hoje,
são a população mais empobrecida e que possuem as piores
condições de vida. Por que isso acontece? Já vimos, presenciamos ou
ouvimos alguma situação de violação dos direitos humanos por parte
da ação policial?

2.ESPERANÇANDO COM MÍSTICA


Animadora/a: Há mais de 300 anos a Mãe Aparecida apareceu aos
pescadores com o rosto escuro, retratando a compaixão e dor pela
escravidão vivida naquele período. Ainda hoje a Negra Mariama sente
a dor do sofrimento vivido por milhares de seus filhos e filhas que
sofrem com o racismo, ódio e a indiferença. Com a vela acesa, e as
frases de ordem que ambientalizam o nosso espaço, peçamos por
todas as pessoas que hoje sofrem por causa de sua pele, cultura e
etnia.
CANTO:
NEGRA MARIAMA

Benção Final:
Animador/a: O Deus da nossa libertação e garantia de nossa vitória
nos abençoe com a força do seu amor, agora sempre. Amém.

Gostou dessa roda de conversa?


Venha para a próxima e convide outras pessoas!
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Nem bela. Nem recatada. Nem do lar. Bonita mesmo,
é qualquer mulher que se levanta. E luta!!!

Mulheres:
Equidade de direitos

Vela, Incenso, Cruz, Cartaz do 27º Grito dos


Excluídos/as, fotografias/imagens de mulheres símbolo
de resistência de luta; imagens de mega-fone.

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Animador/a: Sejam todas e todos bem-vindas e bem-vindos nesta
roda, espaço de encontro, de escuta e de trocas, hoje na perspectiva
da equidade de Direitos na vida das mulheres, mais um eixo temático
de relevância que nos traz o 27º Grito dos Excluídos e Excluídas,
anualmente realizado no dia 7 de setembro.
(0 animador acolhe a todos, pedindo a apresentação caso o grupo não
seja conhecido)

Animador/a: Nessa ciranda das Rodas de conversa já fizemos ressoar


outros eixos temáticos ligados ao contexto do tema e do Lema deste
27º Grito dos Excluídos: Nosso encontro de hoje quer ser mais um
espaço de diálogo, de reflexão e, especialmente, ser mais um eco dos
clamores frente a negação dos direitos.
CANTO: HINO DO 27º GRITO
DOS EXCLUÍDOS/AS

1.ABRINDO A RODA
Animador/a: Refletir sobre a equidade de direitos, especificamente
para as mulheres, é refletir sobre “fazer justiça” considerando o fato
de que não somos todos iguais perante a realidade na qual vivemos,
nem todos tem acesso igual aos recursos econômicos, políticos,
sociais e demais.

Leitor/a 1: Uma sociedade democrática ela é amparada por suas


instituições políticas, sociais e econômicas, sendo que as suas
condições de justiça são baseadas no princípio da igualdade dos
direitos e deveres.

Leitor/a 2: Entretanto, apesar de todos terem direitos iguais, sabemos


que nem sempre esses direitos são disponibilizados a todos de
maneira justa. Há que se analisar cada situação e não simplesmente
tratando todos da mesma forma, independente das suas
necessidades.
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Animador/a: A promoção da equidade de direitos na vida das
mulheres está relacionada à diversidade e inclusão nos diversos
espaços e ambientes. Logo, demanda da formulação de políticas
públicas e de ações que realmente possam mitigar a intensidade dos
problemas vividos por elas.

Leitor/a 1: É necessário reconhecer e considerar as particularidades e


as diferentes necessidades de cada mulher e dar a ela os recursos
necessários para viver com dignidade e sendo respeitadas suas
posições e decisões.

Leitor/a 2: A capacidade de articulação e atuação na comunidade


fazem das mulheres um grande instrumento de força local, no campo
e na cidade. Mas, infelizmente, ainda são minoria na política.
Todas: A luta por equidade de direitos, nas diferentes dimensões da
política e da economia precisa ser de todos nós.

Animador/a: Quando falamos de cuidados com a vida e


sustentabilidade familiar e comunitária as mulheres são
protagonistas. Os instintos femininos de cuidado e proteção colocam
as mulheres como referência na família e na sociedade.

Leitor/a 1: Segundo dados da pesquisa Retrato das Desigualdades de


Gênero e Raça realizada pelo IPEA, no Brasil, há 28,9 milhões de
famílias chefiadas por mulheres, o que corresponde a 42% das
famílias do país. Esse número continua crescendo; mais que dobrou
nos últimos 15 anos de estudos. Isso não significa uma conquista de
direito e de espaço.

Leitor/a 2: A herança cultural de dominação masculina representa,


ainda hoje, enormes obstáculos para a implementação dos direitos
das mulheres.
CANTO: SEM MEDO DE SER
MULHER (ZÉ PINTO)

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Animador/a: No mercado de trabalho a sociedade precisa repensar
criticamente as desigualdades de gênero, e divisão sexual do trabalho.

Leitor/a 1: Podemos pegar como exemplo o tele-trabalho que vem


sendo considerado como novo modelo de trabalho, tem afetado
homens e mulheres diferentemente.

Leitor/a 2: Porém, as tele-trabalhadoras quando comparadas aos


colegas homens tem menos oportunidade de ter um espaço de
trabalho dedicado, exclusivo para o trabalho e raramente podem
contar com o cônjuge, quando tem, a disposição para manter os
filhos afastados durante o seu trabalho.

Leitor/a 3: No caso das trabalhadoras domésticas, por exemplo,


situações em que os afetos podem ser usados como moeda de troca
na negociação de direitos; Situações nas quais a intimidade, o
cuidado, o afeto e as emoções se convertem em abuso, exploração,
etc. e jamais de equidade.

Leitor/a 4: Referenciando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística – IBGE, cerca de 70% da categoria (trabalhadoras
domésticas), a qual reúne 5,7 milhões de mulheres, não possuem
carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) assinada. Há uma
lacuna entre a lei e a realidade social.

Leitor/a 5: Isso significa dizer que trabalham na informalidade e sem


a cobertura de direitos importantes, como o acesso a 13º salário,
seguro-desemprego, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Leitor/a 1: A falta de equidade relacionada a gênero (mulher x


homem quanto a salário, oportunidades, trabalho, etc) é fato. Mas, há
também, a falta de equidade de direitos entre mulheres: mulheres
brancas, negras, indígenas; mulheres pobres e ricas; mulheres trans;
mulheres lésbicas, mulheres héteros.

Todos: Equidade de direitos não é só em relação aos homens, mas em


relação a outras mulheres também.
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Animador/a: Em tempos de crise e, especialmente nestes tempos de
pandemia pelo COVID-19 as primeiras a verem os seus direitos
violados estão sendo as mulheres, especialmente por estarem nas
atividades informais ou atividades formais que foram interrompidas
pela política de isolamento, sobretudo, no comércio e no trabalho
doméstico. Observa-se nesse contexto uma situação extremamente
preocupante.

Leitor/a 1: Sim! Muito preocupante quando vemos resultados da


Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE (PNAD COVID-
19) que a taxa de ocupação das mulheres foi de 46%. Essa taxa nunca
ficou abaixo de 50% desde 1991. Um retrato da desvalorização de suas
atividades, e da redução do número de mulheres ocupadas.

Leitor/a 2: Além da saída do mercado de trabalho e a volta para casa


as mulheres passaram a dedicar mais tempo aos afazeres domésticos
e ao cuidado do que faziam antes da pandemia. Seu envolvimento
com as responsabilidades familiares aumentou em proporção maior
que o masculino, ou seja, o desiquilíbrio de gênero no espaço
doméstico permanece.

Leitor/a 3: Sobretudo as mães que passaram a acompanhar as


atividades escolares remotas dos filhos, cuidado com os idosos e
outros familiares, preparação dos alimentos e limpeza da casa.

Leitor/a 4: A pandemia visibilizou a dependência da sociedade do


trabalho das mulheres tanto na linha de frente da crise sanitária
(enfermeiras, médicas, auxiliares de enfermagem, serviço geral
dentro dos espaços de atendimento, etc) como na família.

Leitor/a 5: As conquistas das mulheres no mercado de trabalho ao


longo das últimas décadas se dissiparam com a crise sanitária. As
previsões de recuperação dos empregos femininos são bastante
sombrias. Será necessário um grande esforço de políticas públicas de

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emprego e de cuidado para amenizar os grandes prejuízos que as
mulheres estão tendo em termos de trabalho e renda.

1. ESTENDENDO A RODA
Animador/a: Você saberia dizer se prefere viver em uma sociedade
com igualdade ou com equidade? Qual das duas é mais justa? Você
concorda que as mulheres negras, as mulheres mais pobres, sofrem
mais violações dos seus direitos que as mulheres brancas e que não
são pobres? Você presenciou ou ouviu falar de violência de direitos,
violência doméstica? Onde podemos visualizar a falta de equidade de
direitos entre homens e mulheres e entre mulheres e mulheres?

2. ESPERANÇANDO COM MÍSTICA


Animador/a: refletimos, partilhamos nossas experiências, nossos
saberes, e isso fortalece a todos nós, mulheres e homens, na luta pela
equidade de direitos .Na oração encontramos a proteção com
palavras quando as mãos já não conseguem. Num gesto de
cumplicidade e de sororidade vamos olhar na telinha do
celular/computador e ver quem está a nossa direita e quem está na
nossa esquerda. Com nossos braços estendidos, simbolicamente
vamos abençoar essas companheiras e esses companheiros, falando o
nome delas e rezando juntos, a oração a seguir.

Todos: Senhor! Nos colocamos diante de vós, nosso Pai e Mãe.


Trazemos nossa fé entranhada no nosso cotidiano de lutas e de
sonhos; nossas preocupações que, muitas delas, estão enraizadas na
desigualdade social e de classe. Ajuda-nos a ir ao encontro dos
clamores de tantas Mulheres, de todas as raças, credos e gênero
vítimas das diversas violências. No firme propósito de
permanecermos no Vosso Evangelho, seguindo os Vossos
mandamentos, tudo isso vos pedimos por Jesus Cristo, nosso irmão.
Amém.
CANTO: MARIA, MARIA
(ELIS REGINA)
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“Movo-me na esperança enquanto luto
e se luto com esperança, espero”
(Paulo Freire)

Esperançar:
Nós podemos reinventar o Mundo

Cartaz do 27º Grito dos Excluídos/as; Bíblia, vela acesa,


flores ou uma planta, imagens/fotos de brasileiros/as
que se tornaram ícones na luta pela igualdade das
mulheres, bandeiras de movimentos sociais.

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Animador/a: Sejam todos bem-vindos e bem-vindas nesta nossa 7º
roda de conversa. No encontro passado, refletimos sobre equidade e
direitos das mulheres, e que temos muito a avançar na busca dessa
desigualdade. Hoje, nos propomos a aprofundar nossa reflexão sobre
a temática: “Esperançar: Nós podemos reinventar o mundo”.
(0 animador acolhe a todos, pedindo a apresentação caso o grupo
não seja conhecido)

Animador/a: Quando estamos sem forças, precisamos ter esperança,


que é diferente de ficar esperando, esperançar é sonhar, é definir o
que se quer, e o como irá alcançar, então esperançar passa a ser uma
força que nos torna resilientes.

Para começarmos a nossa roda de conversa vamos cantar, “Para dizer


que não falei das Flores” – Geraldo Vandré. Essa canção nos fala
como iguais, pois estamos dentro de um mesmo contexto e lutando
por algo em comum: o direito à vida.

Para dizer que não falei das Flores (Geraldo Vandré)

Caminhando e cantando e seguindo a canção


Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção

Vem, vamos embora, que esperar não é saber


Quem sabe faz a hora, não espera acontecer (2x)

1.ABRINDO A RODA
Animador/a: Hoje vamos refletir em como nos fortalecer na luta em
busca de uma sociedade mais justa e igualitária. Vamos conhecer as
ações de esperança que estão em funcionamento e nos iluminar delas
para as nossas ações locais.
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Leitor/a 1: As mulheres demonstram sua força atuando em vários
movimentos de luta e resistência.

Leitor/a 2: Desde quando surgiu, o conceito de feminismo foi criado


por uma série de preconceitos e aspectos negativos que não
correspondem ao que ele realmente é. O objetivo do movimento
feminista é alcançar uma sociedade em que homens e mulheres
tenham direitos iguais, ou seja, sem hierarquia de gênero. “O
feminismo é necessário, não apenas para que as mulheres tenham
direitos iguais, mas também para que possam ser respeitadas em sua
humanidade”, Djamila Ribeiro, filósofa, professora, escritora e
ativista.

Animador/a: “Enquanto mulheres, lideranças e guerreiras, geradoras


e protetoras da vida, iremos nos posicionar e lutar contra as questões
e as violações que afrontam nossos corpos, nossos espíritos, nossos
territórios. Difundindo nossas sementes, nossos rituais, nossa língua,
nós iremos garantir a nossa existência.” (Documento final da Marcha
das Mulheres Indígenas: “Território: nosso corpo, nosso espírito”.

Leitor/a 3: Frentes de lutas como a Frente Brasil Popular e a Frente


Povo sem medo, que reúnem dezenas de entidades de movimentos
sociais brasileiro, mantêm mobilizações e arrecadações de alimentos
nesse momento de pandemia, querem ajudar a combater a fome e
conscientizar sobre suas causas aonde milhares de pessoas sofrem
com a pobreza extrema no Brasil.

Leitor/a 4: Segundo a pesquisa Insegurança Alimentar e Covid-19 no


Brasil, publicada este ano pela Rede Brasileira de Pesquisa em
Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), a
estimativa é que cerca de 55,2% dos brasileiros apresentam algum
grau de insegurança alimentar e 9% enfrentando a fome, o que
aponta para um crescimento durante o período de pandemia, tanto
por conta da crise econômica como pelo desmonte de políticas de
segurança e soberania alimentar.
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Leitor/a 5: Infelizmente no Brasil, a fome e falta de saneamento
básico, tem cor, gênero, nível de escolaridade. Afeta 10,7% dos lares
negros e pardos, contra 7,5% dos lares de brancos; 11% dos lares
governado por mulheres e 7% governado por homens; os chefes de
14,7% dos lares não têm escolaridade ou não completaram o ensino
fundamental. Não têm acesso à água 44,2% dos lares.

Animador/a: O MST continua produzindo alimentos saudáveis e


abundantes e doando milhares de toneladas. Criando articulações
como a Plenária Nacional de Organização das Lutas Populares.

Leitor/a 1: O MST partilha sua colheita entre as trabalhadoras(es)


atingidas(os) pela crise alimentar que padece sobre o país. Em meio
ao cenário, onde mais da metade da população brasileira não tem
comida garantida na mesa.

Leitor/a 2: Neste sentido, e no enfrentamento da fome – somente


durante o primeiro ano da pandemia, em 2020 – o MST já doou mais
de 4 mil toneladas de alimentos e 700 mil marmitas para famílias de
trabalhadoras e trabalhadores em situação de vulnerabilidade social.

Todos/as: A resistência é necessária e deve se dar entre todos que


acreditam numa sociedade mais justa, onde todos possam comer e
viver com dignidade.

Leitor/a 3: Foi lançado o 1º Tribunal Popular Internacional sobre


Sistema de Justiça. Um marco para ampliação das reflexões sobre as
violações de direitos humanos cometidas pelo Sistema de Justiça
brasileiro.

Leitor/a 4: Economia de Francisco: traz como conceito “trazer gente


jovem”, além de diferenças crenças e nacionalidades, para um acordo
no sentido de repensar a economia existente, e de humanizar a
economia de amanhã. O objetivo é repensar a função da economia na
sociedade. Vários grupos debatem, apresentam e incentivam novas
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formas de se trabalhar sem exploração. E tem os grupos de economia
solidária que seguem produzindo e fornecendo produtos e serviços de
qualidade e com respeito ao meio ambiente.

Animador/a: Não há razão para se ter tanta miséria. Precisamos


construir novos caminhos no mundo não faltam recursos nem
dinheiro, o que há é falta de justiça e de partilha. Hoje, 1% da
população mundial detém mais riqueza do que os restantes 99%.

Leitor/a 5: Os grupos de economia solidária é uma importante


articulação que integra campo, floresta e cidade na construção de
alternativas que gerem processos coletivos e auto gestionários,
visando a inclusão social e produtiva de pessoas e famílias
vulneráveis afetadas pela pobreza e difícil acesso mercado de
trabalho, produzindo e fornecendo produtos e serviços de qualidade e
com respeito ao meio ambiente.

Leitor/a 6: A Campanha da Fraternidade deste ano teve como tema


"Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor'' e o lema “Cristo é a
nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade”. Com caráter
ecumênico, que congrega diversas denominações cristãs com o
objetivo de valorizar as riquezas em comum entre as igrejas.

Todos: “Precisamos destruir os muros e construirmos pontes,


dialogar, aproximar, e cada vez mais superar as barreiras que existem
entre nós” Papa Francisco.

Leitor/a 1: A 6° Semana Social Brasileira mobiliza milhares de pessoas


para se animarem, e se conectarem às lutas em “Mutirão pela Vida”
na luta por Terra, Território e Economia, diante do senário da
Pandemia do Covid-19.

Animador/a: O objetivo principal da 6° Semana Social Brasileira é


mobilizar a sociedade fortalecer a democracia, também fortalecer a
ação das Pastorais Sociais da Igreja na defesa da população e dos
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grupos que se encontram em situação de maior vulnerabilidade.

Leitor/a 2: Todas as ações coletivas: redes, mutirões, reuniões,


jornadas, paralisações e carreatas, são formas de reivindicações
específicas e unificadas para defender a VACINAÇÃO GRATUITA E
PELO SUS JÁ, PARA TODAS/OS/XS! E a RENDA BÁSICA UNIVERSAL
(retorno do Auxílio Emergencial e geração de empregos).

Leitor/a 3: Enquanto se reduz o valor do auxílio emergencial e


aumentam a inflação e os preços do gás de cozinha e da gasolina, os
dos alimentos subiram 15% nos últimos 12 meses. O menor valor da
cesta básica é de R$ 461,18 (Salvador) e o maior, R$ 632,75
(Florianópolis). Por isso, 1/3 das famílias brasileiras se encontram em
insegurança alimentar.

Todos: A resistência é necessária e deve se dar entre todos que


acreditam numa sociedade mais justa, onde todos possam comer e
viver com dignidade.

Todos: “Nós somos o povo da esperança, o povo da Páscoa. O outro


mundo possível somos nós! A outra Igreja possível somos nós! Devemos
fazer questão de vivermos todos cutucando, agitando, comprometendo.
Como se cada um de nós fosse uma célula-mãe espalhando vida,
provocando vida.” (Dom Pedro Casaldáliga,)
CANTO: SE CALAREM
A VOZ DOS PROFETAS

1.ESTENDENDO A RODA
Animador/a: Como podemos nos fortalecer na luta em busca de uma
sociedade mais justa e igualitária? Como estamos mantendo a
esperança em tempos de Pandemia? Estamos lutando pelos direitos
de todos? Em nossas comunidades, como estamos enfrentando esses
desafios? Como fazer para que nossa comunidade e famílias possam
conhecer mais sobre essas discussões?
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1.ESPERANÇANDO COM MÍSTICA
Animador/a: Em nosso ambiente, qual o símbolo que mais te chamou
atenção? Diante de tantas “perdas” amigos, familiares e direitos, a
vela acesa simboliza “Esperança” ... Esperança de melhores dias.
Esperança de direitos reconquistados, Esperança de vacina para
todos. Esperança de paz. Esperança de fé. Esperança de amor,
Esperança de uma sociedade mais justa e igualitária.

Todos: Querido Deus, Pai e Mãe de amor, abençoa esses símbolos que
para nós é tão importante, pois representam a terra, o teto e o
trabalho, direitos fundamentais da pessoa humana. Que sempre
possamos usufruir desses direitos com dignidade, olhe por aqueles
que não tem e tenha misericórdia deles. Por Jesus Cristo, nosso
irmão. Amém.

CANTO FINAL: SEMENTE DO


AMANHÃ (GONZAGUINHA)

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Realização:
Comissão Pastoral para a
Ação Sociotransformadora
do Regional Sul 4 da CNBB

Equipe de Redação
Carla Cristiani de Oliveira Guimarães
Inês Jalcira de Souza Nascimento
Juliana Kades Miglioranza

Projeto Gráfico:
Franklin Machado

Capa:
Cartaz do 27º Grito dos Excluídos e Excluídas

cnbbsul4.org.br

@cnbbsul4

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