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EXMO. SR.

JUIZ DE DIREITO DA VARA D REGISTRO PUBLICO DA


COMARCA DO RIO DE JANEIRO.

Quintino brasileiro, casado, agricultor, inscrito no cpf sob o n° xxxxxx,


residente e domiciliado na rua xxxxx, bairro xxxx, na cidade, Estado do rio de
Janeiro, cep xxxx.

Carolina brasileira, casada, do lar, inscrita no cpf sob o n° xxxxxx, residente


e domiciliada na rua xxxxx, bairro xxxx, na cidade, Estado do Rio de Janeiro,
cep xxxx.

Vem por meio de sua advogada devidamente inscrita no OAB/XX sob o n°


xxx com escritório profissional na Rua xxx, n° xxx, cidade, Estado do Rio de
Janeiro

AGRAVO DE INSTRUMENTO

Contra decisão interlocutória que indeferiu o pedido de Assistência


Judiciária Gratuita ao ora Agravante, pelo R. Juízo da vara de registro público
da comarca do Rio de Janeiro, nos autos do processo nº XXX, em que é
requerido AÇÃO DE USOCAPIÃO ESPECIAL RURAL, COM PEDIDO DE
LIMINAR DE TUTELA DE URGÊNCIA, por intermédio do seu representante
legal, pelas razões que acompanham a presente peça de interposição.
Diante da verificação de dano e incerta reparação é que se justifica a
interposição do presente recurso na modalidade de Instrumento.
Com fulcro no art. 525, I e II do CPC, vem indicar que junta as peças
obrigatórias que formam e instruem o Agravo, o qual declara, seu patrono,
para os devidos fins que são documentos autênticos.
Informa, que, deixa de realizar o devido preparo, pois o motivo do presente
recurso é discutir o direito de assistência gratuita.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Rio de Janeiro 19 de outubro de 2021

Anderson de Paula Santos


OAB XXXXX
DAS RAZÕES DO AGRAVO
O agravante propôs ação de XXX, requerendo dentre outros pedidos a
concessão dos benefícios da justiça gratuita, por não ter condições financeiras
de arcar com as despesas processuais, o que fez por meio de declaração de
hipossuficiência de recursos anexo aos autos.
Mesmo diante da declaração expressa de que “não tem condições de pagar as
custas processuais sem prejuízo do próprio sustento e/ou família” requerendo
assim a concessão da justiça gratuita, nos termos da Lei nº 1.060/50, bem
como nos termos da declaração de hipossuficiência que foi assinada e juntada
aos autos, o Juízo daquela vara assim decidiu, conforme transcrição in verbis
“Vistos. Recebo a contestação apresentada pela requerida. Em sede de preliminares, a Sra.
Maria Capitolina Santiago alega a nulidade de citação, frisando que ela não foi realizada
pessoalmente, conforme determina o art. 242 do Código de Processo Civil. A requerida alega
ainda ser casada com o Sr. Bento Santiago, no regime de comunhão universal de bens, frisando
que, juntos, detêm a titularidade do bem, e este não foi citado para contestar a ação, em que
pese seu nome contar da matrícula. Quanto ao alegado, rejeito as preliminares arguidas, posto
que não consta dos autos a informação de que a requerida reside em endereço diverso,
portanto, ante a teoria da aparência, que decorre do dever geral de boa-fé objetiva, entendo
por citada a Sra. Maria Capitolina Santiago e seu cônjuge, Sr. Bento Santiago, não havendo que
se falar em nulidade de citação. Quanto à gratuidade de justiça requerida por Quinzinho
Machado de Assis e Carolina Machado de Assis, INDEFIRO, posto que consta da exordial
informação de que eles trabalham com agricultura, razão pela qual entendo ser possível o
recolhimento das custas processuais. Intimem-se os autores para recolhimento das custas em
15 dias, sob pena de extinção do feito. Rio de Janeiro, dia, mês e ano.”

Merece reforma a decisão do Juízo a quo, haja vista que para concessão da
justiça gratuita não é necessário caráter de miserabilidade do requerente, pois
a simples afirmação da parte no sentido de que não está em condições de
pagar as custas do processo sem prejuízo do próprio sustento ou da família já
é suficiente, nos termos do art. 4º da Lei nº 1.060/50.
O Juízo de piso recusou a declaração juntada aos autos, sob os argumentos de
que o ora agravante declarado na exordial como trabalhador rual e, portanto,
com condições de efetuar as custas devidas, argumento para o indeferimento
da gratuidade da justiça.
Ora, Nobre Julgador, quanto ao primeiro argumento, quanto a está inscrito em
programas assistenciais, a lei não recepciona tal hipótese, o art. 4º da Lei
nº 1.060/50, assim leciona:
Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante
simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições
de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo
próprio ou de sua família. (Redação dada pela Lei nº 7.510, de 1986) (grifou-
se).
A lei é clara “mediante simples afirmação, na própria petição inicial”, sendo a
letra da lei fria neste sentido, o fato do Agravante ser trabalhador rural não
definindo aqui ofício remunerado, mas sim condição de agricultor de
subsistência tendo como única presunção da declaração informar ofício do
agravante.

DO PEDIDO
Ex positis, requer que os Nobre Julgador receba o presente Agravo de
Instrumento e que seja conhecido e provido, para que seja reformada a decisão
do Juízo a quo para conceder os benefícios da Assistência da Justiça Gratuita
ao Agravante.
Requer, a juntada dos documentos em anexo sem a devida autenticação, por
estarem sendo declarados cópias fiéis dos originais, sob responsabilidade
deste advogado.
Nestes termos,

Pede deferimento,

Rio de Janeiro 19 de outubro de 2021

Anderson de Paula Santos


OAB XXXXX

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