Você está na página 1de 85

Vivian Salas

1
2
Vivian Salas

Netebooks Editora
1ª Edição
2016
Brasil

3
Todos os direitos nacionais e internacionais
desta edição são reservados aos autores.

Copyright© 2016 by Vivian Nuñez Salas


1ª edição - novembro / 2016
São José dos Campos, SP

Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida - em


qualquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gra-
vação etc -, nem apropriada ou estocada em sistema de banco de da-
dos, sem a expressa autorização do autor (lei nº 9.610 de 19/2/98).

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO


NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

Editoração: Alexei A. Woelz


Capa: Cristian M. Salas Canales
Revisão: Mônica C. Núñez Fedatto
Assessoria editorial: Patricia Cristina R. de Sousa

Netebooks Editora - Av. Dr. Adhemar de Barros, 1.793 - Sala 4


Jd. Maringá - São José dos Campos - SP
www.netebooks.com.br - (12) 3302-1533

4
Agradecimentos

Minha permissão e reconstrução diária de pensamentos


e atitudes motivaram a execução deste projeto. A persis-
tência foi construída por meio de um contínuo aprendiza-
do, que proveio de capacitações, estudos de casos e princi-
palmente, das minhas lições de vida e das pessoas, que são
fontes de minhas inspirações.
Um dos fatores mais importantes para a conquista desta
obra foi ter ao meu lado pessoas desejosas de conhecer o
que eu poderia trazer a tona em um livro, estas que sempre
me estenderam o apoio incondicional que eu precisei du-
rante o desenvolvimento deste trabalho. Ter pessoas alia-
das, que só desejam o seu melhor e não querem nada em
troca é fundamental para preservar a determinação.
Assim foi a minha família e alguns amigos importantes,
sempre a favor do crescimento da minha carreira e da rea-
lização dos meus projetos profissionais. Com o apoio deles,
eu mantive o foco e determinação e, persegui os detalhes
desta obra com todo o cuidado, dedicação e atenção.
A feliz combinação entre os conceitos e conclusões
aprendidas com os cases de meus clientes e passagens da
minha própria história acerca deste tema, somadas a opini-
ões e sugestões de meu marido, família e amigos baseadas
em suas experiências, foi o que deu à luz a este livro.
Agradeço a Deus, minha fonte inesgotável de inspira-
ção, que me acompanha e orienta os passos para todos os
trabalhos que desenvolvo para as pessoas e empresas.
Gratidão sem limites aos meus pais, fiéis amigos, pre-
sentes constantes em minha vida, que me fortaleceram nos
momentos difíceis, dando-me orientações de vida, sendo

5
duas alavancas essenciais para concretizar este livro. Muito
obrigada meu amado marido Cristian e nosso filho David,
que me encorajam todos os dias a seguir em busca do meu
sonho incansável de ajudar o ser humano a seguir suas me-
tas e tornar-se melhor do que já é.
Aos meus familiares e irmãos queridos, minha gratidão
por apoiarem meu crescimento profissional e brindarem
minhas vitórias. As pessoas que considero meus amigos
agradeço o apoio, a amizade, as orações e encorajamento
no meu processo evolutivo. Meu obrigado especial ao meu
pai, Simone, Paula e Jeane, que acompanharam mais de
perto a construção deste livro, sendo meus avaliadores e
estimuladores.
Por todas as fontes de inesgotável generosidade que
fluíram na direção da minha vida profissional, sou imen-
samente grata! Espero que este livro seja um condutor e
um facilitador para as pessoas não estacionarem em suas
carreiras e vidas, pelo contrário, persistirem por meio do
contínuo desenvolvimento de crenças e atitudes assertivas
para se manterem no alvo de suas conquistas.

6
Sumário

7
8
Sobre o livro

Este livro ajudará você a realizar de forma consistente


as ações necessárias para atingir suas metas a partir da
automotivação e persistência, eliminando os “ladrões de
energia”, que muitas vezes podem deter o crescimento do
seu desempenho e levá-lo até desistir. Você conhecerá pas-
sos diferenciados para ativar sua motivação e sustentar sua
determinação, garantindo o foco e a disposição para alcan-
çar seus resultados esperados. Além disso, também propi-
ciará a autoimunização, uma espécie de proteção contra as
distrações que assaltam a força de vontade. O conteúdo e as
práticas tem sido desenvolvidas por mim ao longo de mais
de trezes anos de trabalho no desenvolvimento de compor-
tamentos dos profissionais de diversos cargos, que se bene-
ficiaram destas estratégias para se destacarem em seus ob-
jetivos. Possivelmente, você deseja também ter resultados
acima da média e elevar seu estilo de hábitos, tornando-se
um modelo a ser seguido. Talvez, você queira aumentar
sua credibilidade na empresa, ser promovido, mas precisa
apresentar melhores indicadores de desempenho.
Esta leitura não se trata somente de ganhar conheci-
mento sobre o assunto, mas seu benefício será estimular
a motivação e a persistência frente a qualquer desejo bem
como manter a determinação para conquistá-lo. Costumo
dizer que a persistência é como uma refeição, precisamos
ativá-la a cada três horas.
Em todo este tempo dedicado a treinar profissionais, já
me deparei com empresários que têm muito conhecimento
do negócio, porém se percebem desorientados para alavan-
car os números da empresa por uma questão de falta de

9
persistência, acabando por manterem uma atitude medí-
ocre frente a rotina do trabalho e frente ao seu estilo de
liderança. Quando isso acontece, não existe influência po-
sitiva do líder sobre a equipe, causando um efeito cascata
que arrebata o rendimento do time.
Em toda minha atuação como coach, o fator persistên-
cia foi fundamental para desenvolver com os profissionais
assistidos. É muito comum que as pessoas dependam de
motivos externos para abastecerem seus tanques de ener-
gia, sendo que quando tais razões não acontecem, a moti-
vação se torna insustentável e a persistência fracassa.
Existem profissionais que para se manterem motiva-
dos dependem de feedbacks positivos constantes e quando
estes não acontecem não se percebem capazes ou focados
para continuarem em seus projetos; outros precisam de
acompanhamento do chefe senão perdem o entusiasmo
durante o percurso; alguns só quando são mandados e
mesmo assim não estão 100% motivados; e é comum tam-
bém aqueles que só colocam seu pleno potencial em campo
quando se veem diante de problemas graves.
Também encontramos pessoas que são muito motiva-
das, querem muito fazer, entretanto, erram constantemen-
te seus alvos. Estas são a grande maioria. Existem aquelas
que nunca se motivam a fazer, sempre estão procrastinan-
do, são notadas pelos outros como apáticas, inseguras ou
desinteressadas. Talvez, você conheça alguém que quando
se reencontram ele está com o mesmo discurso, se queixan-
do da mesma coisa ou até soma com outras novas, porém
não fez nada ainda para alterar seus problemas. Tem tam-
bém aquele profissional que quer mudar, mas os obstácu-
los percebidos parecem ser maiores do que seus sonhos,
por isso acaba desistindo por várias vezes.
Para todos estes casos, é preciso desenvolver passos car-
deais para garantir uma performance constante durante a
jornada do sucesso pessoal e profissional. Lembre-se sem-
pre que quando falamos de atingir os objetivos, antes pre-

10
cisamos tratar os comportamentos através do conhecimen-
to de nossa mente. Mas, você pode estar se perguntando
por onde começar? Tudo começa com a motivação, sem ela
nenhuma ação acontece. Eu te pergunto, o que você quer?
Quando você se concentra naquilo que quer, você tem mo-
tivação. Mas, só querer não é poder. O que preserva o que-
rer é o permanecer, o que chamo de persistência.

11
12
Prefácio
O que você seria capaz de realizar se tivesse
a certeza absoluta da sua vitória?

Eu já fui uma dessas pessoas sem motivação ou até mes-


mo motivada, mas que não soube persistir e desisti várias
vezes.
Nas primeiras fases da minha vida, eu fui uma pessoa
que desistia facilmente. Quando criança, apesar do forte
desejo em ganhar nas provas individuais das olimpíadas do
colégio, não achava justo ganhar de quem era mais velho
do que eu ou que na minha mente tinha alguma qualidade
a mais do que eu; pensava que como sendo a filha caçula
não tinha o direito de me destacar de outras pessoas, deve-
ria estar sempre em posições menores. E foi por causa des-
sa crença limitante e sabotadora, que perdi muitas oportu-
nidades de fazer a minha melhor performance, apesar do
forte desejo de vencer nos jogos.
Quantas vezes, no começo de minha carreira profissio-
nal este mesmo problema se repetiu, fazendo com que eu
achasse que não merecia atingir resultados extraordiná-
rios, somente pessoas mais preparadas do que eu. Isto que
me levou a estimular o perfeccionismo e sempre achar que
nunca estaria 100% pronta para aquilo. Passei a estudar
muito, me especializar, porém sem aplicar todo o conheci-
mento adquirido, já que parecia faltar alguma informação.
Admirava pessoas iguais a mim, que colecionavam certifi-
cados.
Fatalmente, tudo isso fazia com que eu levasse muito
tempo para realizar qualquer atividade, me apegando mui-
to a detalhes, quase estourando o prazo das minhas entre-
gas. Sempre achava que meu trabalho continha erros ou
que ainda não estava bom o suficiente. Isso contribuiu para

13
aumentar a minha autocrítica e desenvolver um olhar críti-
co também sobre as outras pessoas; sendo grossa com elas
e afetando meus relacionamentos.
Passei a ser uma profissional que apesar de ter tempo
hábil para realizar as coisas, só reagia na última hora, mas
notava que ganhei uma habilidade, a de lidar até bem com
os imprevistos. Só que me trouxe graves prejuízos, tinha
sempre a sensação de improdutividade; estava sempre
orientada para tarefas e não para os resultados. Eu era
carrasca de mim mesma, estava sempre me reprovando e
quando conseguia ótimas notas ou feedbacks, não conse-
guia desfrutar do prazer, afinal isso na minha mente não
era para mim. Isso fez com que eu também não elogiasse
as pessoas e só notasse os seus defeitos. Além de me tornar
uma pessoa apressada, que sempre estava ligada no botão
da urgência, me tornou uma pessoa muito controladora de
pessoas, centralizando tudo em mim; na minha cabeça o
meu jeito era sempre o melhor jeito. Tornei-me uma pes-
soa muito preocupada com tudo, com os mais mínimos de-
talhes e o medo se acentuava, pois achava que o pior pode-
ria acontecer. Meu corpo somatizou o estresse, tive doença
psicossomática. Conheci a síndrome de pânico, tive que
conviver um bom tempo com a depressão, sempre pensava
coisas negativas que poderiam me ocorrer.
A minha motivação era muito baixa ou às vezes, até alta,
mas não se sustentava. Tornei-me uma profissional que ti-
nha altos e baixos, ora fazia muito ora fazia nada. Tinha
sempre desculpas na ponta da língua. Por vezes, notava
que não tinha opinião própria, notava que estava sempre
cedendo a vontade das pessoas por achar que o que eu pen-
sava não tivesse valor algum.
Quando notei que não evoluía profissionalmente, acen-
tuando desorganização, falta de disposição, reclamando
por pequenas coisas, não lidava bem mais com imprevistos
ou se lidava, depois sempre adoecia. Passei a ser uma pro-
fissional desmotivada, percebendo também a desmotiva-

14
ção até nas pessoas ao meu redor. No final das contas, era
uma profissional frustrada que perdia aos poucos o sentido
da minha missão e tampouco tinha um retorno financeiro
que desejava.
Por causa do cenário ruim, procurei fazer muitos cursos
motivacionais e de vários cunhos, me muni de ferramentas
e conceitos para melhorar minha segurança, organização
e meus relacionamentos, busquei por palestras motivacio-
nais que me elevassem. Mas tudo era paliativo, nada disso
alterava o cenário de forma definitiva, afinal, sempre havia
um novo problema ou novos obstáculos no caminho, que
exigiam de mim mais informação para lidar com eles.
A ficha caiu quando compreendi que para eu atingir
resultados melhores, precisava fazer coisas diferentes; ou
seja, nada de novo viria se eu não rompesse com o velho.
Era hora de mudar os padrões antigos dos meus compor-
tamentos. Só que os hábitos que já tinha eram gatilhados
pela minha mentalidade, conhecida como mindset, o tipo e
forma de pensamentos que guiavam minhas ações.
Então, descobri que não era o que eu sabia, mas era
o que eu pensava a meu respeito que estava controlando
meus resultados e, por mais que eu soubesse o caminho
para atingir os resultados esperados, era mais importante
saber como caminhar durante a jornada, pois não sabia li-
dar comigo, com as crenças sabotadoras, com as emoções
nem com as pessoas que faziam parte do meu cenário. Foi
quando eu me abri para mudar minha mente.
Depois de anos ajudando a desenvolver as metas dos
meus clientes com excelentes resultados, percebi que a for-
ma como trabalhava a motivação e a persistência deles ti-
nha um resultado muito eficaz e foi então, que me dediquei
a implantar esse método de forma didática para minha
performance pessoal e profissional e, deixá-lo estruturado
para aplicar com meus clientes.
Durante meus estudos, descobri algo que me surpre-
endou e marcou meu desenvolvimento. Uma pesquisa da

15
Universidade de Escranton (EUA) apontou que existe no
mundo 62% de pessoas que tem motivação para conquistar
seus objetivos e isso é ótimo! Mas, infelizmente 92% dessas
pessoas motivadas desistem e apenas 8% das pessoas con-
seguem cumprir a meta desejada.
Passei a estudar o perfil dos 8% dessas pessoas e tive
várias descobertas, entre elas, que as pessoas que atingem
suas metas conhecem e as constroem de forma muito cla-
ra e explícita, mas o mais importante é que aprendem a
lidar com o agente construtor do sucesso, com elas pró-
prias. Pessoas bem resolvidas estão preparadas para ven-
cer. Quanto mais o ser humano se conhece, mais alvos ele
acerta e menos tiros ele erra. Ele se torna um atirador de
elite! Aprendi que a atitude do profissional é que completa
o ciclo do sucesso de metas, só que para ter atitude, existe
um caminho a percorrer, que chamo de persistência.
Fato é que mais de 60% das pessoas no mundo são mo-
tivadas. Agora, sejamos honestos, na jornada de qualquer
objetivo é natural que apareçam obstáculos. Sim ou não?
Isso não é novidade para ninguém! Só que a questão é qual
é a atitude das pessoas quando surgem os obstáculos? A
grande massa desiste.
Aqui quero chamar sua atenção: outras pessoas não de-
sistem, este é o 8% da população mundial. Então, concluí
que não eram os obstáculos que levam as pessoas a desisti-
rem, são sim os limites dentro delas mesmas que precisam
ser vencidos.
Dentro da mente humana, existem limites internos cria-
dos e até estimulados, que detém o sucesso individual e
também o coletivo. Costumo dizer que o fato da pessoa não
brilhar impede a projeção de luz na vida dos outros. Mais
a diante, falaremos especificamente sobre os sabotadores.
Quando usei desse modelo para superar os limites e me
manter persistente, fez toda a diferença em minha vida pes-
soal e profissional, venho conquistando uma motivação im-
pulsionadora para o sucesso dos meus objetivos e também

16
dos meus clientes. Conquistei uma imunidade contra todas
as ameaças externas. Tenho um fortalecimento pessoal e
profissional. E, mesmo que surjam problemas comuns no
dia-a-dia, me permito sentir as emoções sem reprimi-las
e retomar o desejo de prosseguir. Meu lema passou a ser
desistir, jamais! Hoje, me percebo uma pessoa cada vez
mais persistente em tudo o que quero alcançar. Também
noto meus clientes obtendo sucesso em suas metas e o que
é principal, com mais felicidade, disposição, foco e deter-
minação, que se mantêm constantes.
Por isso, quero te ensinar neste livro, uma fórmula para
ajudar você a absorver, refletir pela sua história e aplicar
em sua vida aquilo que fizer sentido. Chamo essa fórmula
de MOTIVOS, serão sete passos para desenvolver e perma-
necer com a motivação na vida pessoal e profissional.

1. Monte um mapa do problema: Costumo dizer que as


pessoas que não conhecem o problema, sempre vão enxer-
gar problema em todo lugar, em todo momento e em toda
pessoa. Se você não sabe onde está, nunca saberá o cami-
nho pra onde ir.
2. Olhe quem você é: O autoconhecimento é a segunda
chave para despertar a motivação e estimular o desempe-
nho para seus resultados. Toda mudança começa a partir
de você, afinal você é a base para construir seus sonhos.
3. Tenha aliados: Somos influenciados e modelados por
12 pessoas que mais convivemos, você sabia?
4. Identifique seus sabotadores: Existem mais obstácu-
los internos dentro de cada indivíduo do que externos. Saber
enxergar as razões da sua desistência é muito importante.
Quando você as conhece, você identifica quando elas surgem
e reconhece a reprodução delas em qualquer lugar, momen-
to e pessoa e, aprende a superar a atuação de cada uma.
5. Visualize seus objetivos: Quem não sabe pra onde ir,
qualquer caminho lhe servirá. Muitas pessoas não saem do
lugar, porque estão constantemente recomeçando, procu-

17
rando por algo que nem sequer sabem o que é.
6. Organize seu tempo: A maior parte da população
acredita que fazer muito é ser produtiva. Existe diferença
entre produtividade e ativismo. Nem todas as pessoas ocu-
padas são produtivas. Já está comprovado que quem faz
uma coisa de cada vez, consegue manter mais a estabilida-
de no plano de ação. É preciso aprender a planejar.
7. Seja o melhor de você mesmo. Muitas pessoas
estão preocupadas em fazer. Para persistir nos objetivos, é
importante concentrar-se em ser. Desperte seu melhor eu,
sem comparações com as demais pessoas!

Continue comigo nesta leitura! Na sequência, vamos


conversar sobre como dar passos importantes para aumen-
tar e manter a persistência e ir até o fim daquilo que deseja.
Ao final deste livro, você terá aprendido como conquistar
o que a maioria não consegue fazendo o que a minoria faz.

18
Capítulo 1

Monte um mapa do seu problema

19
20
Não podemos dominar nada a menos
que a gente passe a conhecer melhor.

Você já pensou que quando as pessoas tem uma meta,


geralmente elas atravessam por problemas? Na realidade,
quando alguém tem objetivo, ele deverá percorrer uma dis-
tância entre o seu cenário atual até seu cenário desejado.
Algumas pessoas encaram essa distância como uma opor-
tunidade, outras como um problema.
A verdade é que a distância é a mesma para ambas, mas
a forma como cada uma pensará sobre o percurso é o fator
determinante do sucesso ou fracasso.
Fato é que a maior parte das pessoas só se motiva quan-
do está muito desconfortável.
Segundo a pesquisa da Universidade de Scranton (EUA),
38% da população mundial não criam objetivos para o ano
que começa. E 92% dos 62% que criam objetivos, desis-
tem deles. Em ambos os casos, podemos pensar que essas
pessoas estão confortáveis como estão ou são resistências
a mudanças. Existe uma crença popular limitante que diz
assim, pau que nasce torto nunca se endireita.
Infelizmente, a maior parte das pessoas só estimula
uma mudança permanente e eficaz, quando se vê em um
problemão. E existem aquelas que não querem mudar seus
padrões antigos e preferem ficar como estão.
Vamos ser honestos, quando a maioria das pessoas vai
ao médico? Quando estão doentes.
Já ouviu a frase, pior cego é aquele que não quer ver?
Pois é, existem pessoas que não querem enxergar seus pro-
blemas porque refletir sobre sua existência é um descon-
forto para a maioria delas. Também já escutei de alguns
que não gostam de ir ao médico porque podem encontrar

21
mais problemas. Fazer uma checagem na sua existência é
sim descobrir muitos ajustes a serem feitos porque somos
imperfeitos e sempre precisaremos de equilíbrio. Mas, é
comum as pessoas evitarem essa situação de autoavaliação.
Por isso, quando você reencontra com elas, os problemas
comumente são os mesmos, só mudam de nome, tamanho
e de cronologia.
Talvez você seja uma pessoa que deseja ter novidades
para contar aos seus amigos, para seu chefe e para sua fa-
mília. Talvez você queira melhorar sua situação econômi-
ca, seu desempenho profissional, seus relacionamentos,
os resultados da sua equipe. E, por isso, buscou por tantas
soluções, mas não começou por este passo, examinar onde
e como você está. Fazer vista grossa ou deixar para depois
poderá aumentar seu problema e poderá perder de vista
suas oportunidades de mudanças.
Certa vez, havia uma casa no meio deserto, onde vivia
um sábio. Do lado de fora da casa, ficava um cachorro que
estava com muita dor, se queixava a maior parte do dia e da
noite. Certa vez, um viajante, pediu ao sábio hospedagem
por uma noite. Muito incomodado com os gemidos do ca-
chorro, ele perguntou ao sábio sobre o cão. Sabendo que ele
estava com dor, quis saber a razão. O sábio contou que aque-
le cachorro estivera sentado em cima de um prego há muito
tempo. Espantado, o homem não entendeu porquê então ele
não saia de cima do prego. O sábio, com muita paciência, o
acalmou dizendo que o cachorro ainda não saía de cima do
prego simplesmente porque a dor não era tanta assim.
Infelizmente, as pessoas só buscam por resultados no-
vos e só se orientam a fazer de forma diferente, quando dói
muito. Ou até fazem alguma coisa pra mudar sim, só que
repetem formas e naturalmente, rescindem com os mes-
mos problemas ou não conseguem sair deles.
Sempre que quero sair da zona de conforto, costumo
pensar como seria se aquela situação piorasse. Afinal, o
morno sempre tende a esfriar, nunca a esquentar. Quando

22
me coloco nessa posição, logo reajo e tomo providências o
mais rápido possível para melhorar.
Talvez sua dor não seja tanta, talvez sim, mas é impor-
tante neste passo que você encare seu problema, perceba as
perdas que tem tido até aqui. Não espere que alguma área
de sua vida sucumba e venha derrubar as outras.
O problema não surge num passe de mágica, não nasce
da noite para o dia. Ele precisa de tempo para se instalar,
ele amadurece aos poucos. O problema se comunica todo
o tempo com você. Quando você vai ao médico, qual é pri-
meira pergunta que ele faz? - Me conte, onde está doendo?
As pessoas só despertam seu melhor desempenho,
quando conhecem seu problema na íntegra, quando sabem
qual é a dor, onde está e quando começou. Sempre quando
surge um problema, dialogue com ele, seja honesto com os
sentimentos que percebe. Dê nome a eles, deixe que eles
fluam de dentro para fora. Se tiver vontade de chorar, se
permita; isso é muito importante para desopilar o incons-
ciente e retomar a sobriedade da lógica dos pensamentos.
Por isso, é tão importante olhar para seu momento atu-
al, mapear seu cenário real para aumentar a consciência do
problema e despertar a motivação rumo à conquista dos seus
melhores resultados. Existem pessoas que não gostam de fa-
lar do cenário real, se iludem com uma mera fantasia que está
tudo bem, evitam aprofundar conversas porque é desconfor-
tável. Isso nós temos que concordar! Mas, costumo dizer que
tudo o que é desconfortável promove transformação.
Sempre quando a pessoa tem uma meta, ela precisa des-
cobrir onde ela está, qual é o seu problema e buscar for-
mas novas de superá-los, especialmente, quando estes são
reincidentes.
A boa notícia é que todo problema aponta para uma so-
lução. Não espere ele aumentar e, junto com ele os sintomas
ficarem mais graves, a ponto de você perder o controle e ficar
na média, como a maioria vive ou o que é pior, fracassar. De-
seje ser extraordinário, encontre-se e resolva-se primeiro!

23
Para mapear seu problema, é importante considerar as
perdas, as contribuições e as soluções. Você nunca saberá
para onde ir senão souber onde você está.
Daqui em diante na leitura, você vai precisar de um pa-
pel e lápis ou abrir um arquivo em seu computador para
que possa escrever todas as vezes que forem necessárias,
como agora:

1) PERDAS - Tomar consciência do problema. Responda:

- O que incomoda você?


- Quais perdas aconteceram?
- Quando e como o problema começou na linha do tempo?
- Quais são os sentimentos negativos que brotam em
meu interior?

2) CONTRIBUIÇÕES - Tomar consciência da oportuni-


dade. Responda:

- Dê um nome para sempre identificar seu problema,


exemplo: falta de tempo.
- Assuma a culpa do erro e perdoe-se rapidamente.
- Se o problema pudesse ensinar algo, o que seria? Repa-
re no exemplo (falta de tempo) que o próprio problema traz
a oportunidade de aprender: organização.
- Quais são os sentimentos positivos que despertam no
meu interior?

3) SOLUÇÕES - Tomar decisões para resolver o proble-


ma. Responda:

- O que manter a partir de agora?


- O que eliminar a partir de agora?
- O que iniciar a partir de agora?
- O que fortalecer a partir de agora?

24
Neste passo, a intenção é que você conheça seu proble-
ma, identifique-o para sempre poder reconhecê-lo quando
ele quiser ressurgir. Colhemos sempre o que plantamos.
E o mais importante é que seu foco esteja centrado
para a solução, tirando ao máximo de proveito das expe-
riências ruins.
A vida pessoal e profissional é como uma escola, quem
não aprende as lições, reprova. Nós apenas conseguimos
escalar em níveis pessoais e profissionais quando apren-
demos a transformar problemas em oportunidades de mu-
danças. Do contrário, precisará reviver a mesma oportuni-
dade por meio de novos problemas.
O maior nível de um profissional de sucesso é aquele
que não precisa errar, que aprende com as pessoas que já
erraram. É um nível de sabedoria, onde a pessoa sempre se
coloca como aprendiz, disposta a observar, pensar e ouvir
mais. Esse posicionamento é fundamental, estar sempre
aprendendo com pessoas. Iremos falar sobre este assunto
mais adiante. Hoje, compreendo quando Sócrates disse sei
que nada sei.
Então, começando por este passo, você se tornará uma
pessoa e profissional que transforma problemas em opor-
tunidades de sucesso e conseguirá avançar nos passos se-
guintes até completar seus objetivos.
Como já disse Charles Kettering “Um problema bem
formulado é um problema bem resolvido.”

25
26
Capítulo 2

Olhe para quem você é

27
28
Tudo começa a mudar a partir do olhar
que fizer para dentro de você. Os portões
da mudança só se abrem de
dentro para fora.

A maioria das pessoas sabe descrever sobre outras pes-


soas, mas quando se trata de falar sobre quem elas são não
conseguem definir muito bem. Passamos a maior parte do
tempo concentrando nosso olhar para o lado de fora, as-
sistindo notícias alheias, vendo filmes, conversando sobre
outras vidas, observando o que e como as pessoas fazem,
percebendo o nosso mundo exterior, quando deveríamos
dedicar a maior parte do tempo em perceber o nosso uni-
verso interior.
A verdade é que o ser humano não se dedica o suficiente
para se descobrir. Infelizmente, ouço mais pessoas falarem
da vida alheia do que pessoas contarem suas próprias his-
tórias. Pessoas comuns falam de situações, as medíocres
falam de pessoas e as extraordinárias falam de sonhos. A
cada dia mais me convenço de que as pessoas não se conhe-
cem como poderiam e a cada momento do crescimento se
distanciam de sua essência.
Nos últimos treze anos desenvolvendo pessoas e profis-
sionais para suas metas, costumo ouvir muitas desculpas
dos meus clientes, no início do processo. Incrível como
a maioria tem respostas na ponta da língua quando não
conseguem ir adiante a seus objetivos ou não conseguem
desvendar sua autoimagem. Os motivos mais comuns são
incapacidade, medo, ansiedade, desequilíbrio emocional,
falta de tempo, recursos e a transferência de culpa.
Pela minha experiência profissional, percebo que a difi-
culdade do ser humano está em gerar autodesenvolvimento
para chegar aonde ele quer chegar, especialmente o desen-
volvimento do autoconhecimento, posicionamento e moti-

29
vação. E estes elementos principais estão relacionados.
Uma pessoa só quer aquilo que sabe que quer. Parece
óbvio! Mas, para alguns é bastante complicado. Conhecer a
si mesmo revela o que se gosta, o que não se gosta, o que se
sabe muito e o que se sabe pouco, o que está ótimo, o que
está bom e pode melhorar.
Pessoas que se conhecem, assumem sua culpa no fra-
casso ou no sucesso, não mentem, são mais sinceras, não
se incomodam em revelar o que pensam porque são con-
fiantes. Costumo dizer que a pior das mentiras é aquela
que contamos para nós mesmos. A pior trapaça é quando
sabotamos nossos sonhos. A maior das traições é quando
desistimos de nós e nos abandonamos por completo. Suas
conquistas só serão reais quando conquistar a si mesmo!
No filme Alice no país das maravilhas, a protagonista
Alice estava no altar para se casar com um homem que não
amava. Ela estava tão perdida que quando o gato pergun-
tou pra onde queria ir, ela não soube dizer. Alice só foi cair
em si e definir sua direção quando passou um tempo no
país das maravilhas e descobriu a sua verdadeira identida-
de. Ela investiu tempo em se conhecer e venceu seus maio-
res desafios. O final do filme, você deve conhecer - se não
viu ainda, vale a pena assistir para seu desenvolvimento.
É comum encontrarmos pessoas que perderam muito
tempo afastadas de si, sem rumo, fazendo o que não gos-
tam ou cumprindo a jornada de trabalho porque assim de-
veria ser, mas sem nenhuma satisfação.
Atualmente com o alto nível de desemprego, tenho de-
senvolvido vários profissionais que precisam recolocação no
mercado ou desejam abrir um próprio negócio e, percebo em
minhas análises, as pessoas ficarem ansiosas e até desmoti-
vadas com o processo de ter que resgatar e construir suas
próprias metas e não mais trabalhar pelas metas alheias.
Infelizmente, as pessoas em geral são mais coadjuvantes
do que protagonistas de sua própria história, porque não
se empenham no autoconhecimento e superação de seus

30
limites, para crescerem sua carreira e negócios e usarem
seu potencial a favor dos seus sonhos.
Conheço muitos profissionais que acabam vivendo a
vida de outras pessoas, cumprindo obrigações ao invés de
desejos, sem rumo, se perdem durante anos de sua carreira
porque não conquistaram a si mesmos e, por isso, estacio-
naram no tempo e no espaço.
Não há nenhum problema em ser assim até quando você
percebe que está perdendo realizações ou que o tempo está
se esgotando para seus próprios sonhos. O curioso desta
vida é que as pessoas vivem como se nunca fossem morrer
e morrem sem nunca terem vivido. Muitas levam seus ta-
lentos, seus sonhos, seus maiores tesouros junto com elas
para dentro de seus caixões. Você já teve essa sensação de
que poderia ter feito melhor ou que agora é tarde, já passou
sua oportunidade?
A boa notícia é que nunca é tarde demais pra se conhe-
cer. A distância que você está dos seus resultados é a mes-
ma que você está de si mesmo.
Toda conquista das suas metas começa a partir da con-
quista de si mesmo. É quando você se descobre, conhece
seus valores, sua identidade, sua autoimagem e desenvol-
ve uma autoestima e autoconfiança, que seus objetivos ga-
nham direção e motivação.
Este passo é fundamental para ganhar foco e estabilida-
de na conquista de suas metas.
Tive um cliente executivo, seu nome é José, formado em
contabilidade. Ele não era destaque em sua empresa pela
entrega dos resultados, mas era uma pessoa que fazia tudo
para agradar da forma como os outros gostavam que fos-
se. Ele percebeu que perdia o direcionamento das tarefas
porque precisava saber como os outros gostariam que elas
fossem, sempre pedia sugestões. Não existe nenhum mal
em consultar a opinião das pessoas, mas não ter um posi-
cionamento - isso é um mal a você próprio.
Foi até que chegou um dia que José não sabia responder

31
a simples pergunta: o que gosto de vestir, quais são minhas
características, o que adoro fazer em meu tempo livre, no
que acredito, se sou feliz - perguntas do tipo que medem o
quanto você se conhece. Ele estava distante de si mesmo.
Sentia-se mal na maior parte do tempo e muito insatisfeito
no trabalho.
O resultado de uma pesquisa realizada pelo Deloitte’s
Shift Index nos EUA revelou que 80% das pessoas estão
insatisfeitas com seu trabalho. Nas empresas, não se trata
de maus funcionários, se trata de pessoas infelizes, insa-
tisfeitas porque ainda não se conhecem o suficiente para
trabalharem no que gostam e descobrirem seu propósito
para o trabalho.
A conquista dos seus sonhos depende muito do seu po-
tencial para persistir neles. Se a pessoa não descobrir a si
mesma, estará sempre travada ou com dificuldades para
conquistar seus objetivos e lidar com as situações que sur-
girem.
Quanto mais você se conhece, mais você melhora sua
autoconfiança e influencia para resultados positivos. Sabe
o que você ganha com isso? A consequência são pessoas
notando e reconhecendo seu valor.
Os resultados só aparecem concretamente quando se
descobre quem verdadeiramente você é e se torna quem foi
criado para ser.
E afinal, o que aconteceu com José? Depois de ter se co-
nhecido integralmente, optou por fazer uma 2ª faculdade
aos 60 anos. Hoje está fazendo o que o satisfaz, advogar,
tem uma empresa de advogados associados que tem exce-
lentes resultados nas audiências. Realizou-se profissional-
mente com aquilo que ama fazer e se aperfeiçoa para ser
melhor a cada dia.
Para você se conhecer melhor, vamos novamente usar
seu material de apoio, lembra? Uma folha e lápis ou seu
próprio computador. Responda numa escala de 1 a 10, qual
é a sua satisfação hoje nas áreas:

32
1 - Área da saúde física e bem estar ( )
2 - Área do equilíbrio emocional e espiritual ( )
3 - Área financeira ( )
4 - Área profissional ( )
5 - Área familiar e social ( )
Depois de dar uma nota para cada área, some e multi-
plique por dois.
( ) + ( ) + ( ) + ( ) + ( ) = ____ x 2 = ____%
Esse resultado representa a porcentagem do desempe-
nho em prol do seu sucesso e felicidade.
O seu desempenho nunca será maior que sua autocon-
fiança e autoconhecimento, acredite! Pessoas que se co-
nhecem, resolvem melhor seus problemas, evoluem, são
mais felizes e bem sucedidas.
Agora vem a segunda parte, avalie qual é a principal
área que precisa de sua atenção e intervenção imediata,
que funcionaria como uma espécie de alavanca para im-
pulsionar as demais áreas de sua vida e gerar o equilibrio
entre elas. Pode ser uma ou mais áreas, identifique.
Continue avançando na leitura e sugiro após ter lido o
capítulo 5 (Visualize seus objetivos), lembrar-se de retomar
sua folha e, responder o que falta fazer da sua parte para
aumentar a nota em cada área de sua vida. Se preferir fazer
neste momento, também fique à vontade. As respostas que
obter são as ações específicas para conquistar seus objetivos
por meio do autoconhecimento adquirido. Descubra-se!

33
34
Capítulo 3

Tenha aliados

35
36
Jamais se esqueça de se lembrar de que nin-
guém nunca irá dormir os seus sonhos, mas
você precisa sempre de guardiões para
que você possa sonhar.

Você sabia que TUDO na vida depende de relaciona-


mentos?
Entenda três pontos essenciais:

1. Você nunca conseguiu e nunca vai conseguir nada so-


zinho, até para ser independente você depende de pessoas.
2. Todos os seus diplomas, idiomas que domina, cursos e
conhecimentos, anos de experiência representam apenas uma
pequena parte do sucesso que você alcançará na vida, a gran-
de parte vai depender da sua habilidade em relacionamentos.
3. Na vida, as pessoas serão sempre ALIADAS ou OPO-
NENTES e, você com certeza sabe o papel que exerce cada
uma.

É muito comum na rede de seus relacionamentos, existir


pessoas que estejam a favor de seus objetivos ou contra eles.
Quando falamos de motivação e persistência nas metas,
é fundamental considerar este princípio - identificar quem
são as pessoas que convivem com você - elas são favoráveis
e possuem sintonia e congruência com aquilo que você de-
seja atingir?
A maioria das pessoas desiste porque se preocuparam
mais com a opinião de outras pessoas e acabam se sentin-
do na obrigação de agradar todo mundo, aceitando o que
sugerem ou observando através do ponto de vista das pes-
soas oponentes. Esses oponentes são aquelas pessoas que
ao invés de ajudar, apenas atrapalham seus objetivos. Já
consegue identificar alguém?
Como comentei anteriormente, precisamos ser eternos
aprendizes. Para isso, é necessário estar se relacionando

37
com pessoas relevantes. É preciso estar e caminhar ao lado
de quem está alinhado com seus valores, atitudes e pensa-
mentos. Para isso, sugere-se ter um círculo de pessoas que
respeitem e apoiem seus sonhos, seu plano de vida e carrei-
ra, que condensem forças e não as desperdicem.
Os relacionamentos são processos vitais para manter o
curso dos objetivos na vida. O ser humano jamais poderá
subsistir em nenhum plano sozinho, ele precisa estar cerca-
do de pessoas aliadas, com uma mesma visão. Quando so-
nhamos juntos, atingimos mais longe e voamos mais alto,
a probabilidade de dar certo é muito maior. É como se hou-
vesse uma terceira força em cada elo que une as pessoas.
Um dos principais motivos que observei da desistência
de objetivos das pessoas é a interferência negativa de quem
convive com elas. As pessoas com quem convivemos são as
que mais influenciam a nossa vida, depositamos nossa con-
fiança nelas, elas sabem de muitos detalhes a nosso respei-
to, elas têm a liberdade de opinar, de sugerir e de ajudar.
Assim deveriam ser todas as pessoas, não é mesmo? Mas,
não é assim. Existem indivíduos com perfil pessimista, ex-
cessivamente crítico, mentiroso, conflitivo, desorganizado
e desequilibrado, que são os modelos piores para se ter
como aliados. Eles travam nosso progresso. Geralmente,
são apagadores de sonhos, enfraquecem a motivação e es-
timulam a dúvida, o desânimo e a preguiça.
Todas as pessoas quando passam por um processo de
desenvolvimento pessoal, é chegado um momento em que
são convidadas a observar, identificar, abandonar seus
oponentes e escolher seus aliados. Se você não o fizer, a
vida se encarregará de fazer por você. Muitas vezes, quan-
do alguém se distancia de você pode ser que aquela pessoa,
naquele momento de seu processo, não fosse uma contri-
buição para seu sucesso por diversas razões.
Um cliente, chamado João, tinha pessoas ao seu lado
que ele considerava amigos, mas quando tratamos deste
assunto em uma sessão, ele percebeu que eles nem eram

38
tanto assim “amigos” porque notara que a maior parte das
vezes eles afastavam João dos objetivos que tinha, extraíam
e estimulavam seus defeitos e não suas virtudes. Alguns fi-
cavam tristes quando ele se aproximava da meta e atrapa-
lhavam seu planejamento e por vezes, se alegravam quando
João estava em dificuldades e nesses momentos mais neces-
sários, seus amigos se afastavam. Parece estranho tal com-
portamento, mas vou dizer que é bem comum nos relacio-
namentos, você concorda? Neste caso, João tomou a decisão
de não compartilhar seus objetivos com quem ele percebia
que era oponente, gradativamente, a vida se encarregou de
afastar tais pessoas ou mantê-las inativas em sua vida na-
quele momento de seu processo. O resultado disso foi uma
aceleração em seu desenvolvimento pessoal e consequente-
mente suas metas ganharam velocidade e consistência.
Não estou dizendo para você romper relacionamen-
tos, estou dizendo que não é a pessoa o problema, mas é
o problema que está na pessoa. Afastar-se dele é necessá-
rio, mesmo que seja por um período, depois você retoma a
relação, especialmente, quando são pessoas importantes.
Você pode manter um contato natural com seu oponente,
mas não intencional. Faz sentido? Agora, pode acontecer,
em alguns casos exclusivos, que romper definitivamente a
relação poderá até ser a melhor saída, mas precisa ser muito
bem avaliada a gravidade do assunto e sua real necessidade.
Lembre-se sempre que quando alguém diz para o outro
que ele não pode fazer, é bem provável que esteja se refe-
rindo a ele próprio. Ao consultar sugestões das pessoas que
convivem com você e compartilhar as suas ideias, considere:

- Falar com pessoas que são motivadas, que já tentaram,


conseguiram, erraram, mas não se frustraram nem desis-
tiram. Lembre-se sempre que as pessoas que nunca erram
são exatamente porque nunca tentam.
- Não falar com pessoas que são desmotivadas, negati-
vas, mal resolvidas, cheias de medos de tentar, é possível

39
que você se contamine. Já experimentou ficar ao lado de
alguém assim? Como foi o efeito depois de uma conversa
com essa pessoa?
Para aliar-se é preciso construir elos através do cultivo
do vínculo, respeito pela diversidade, diálogo transparente
e constante, confiança mútua, empatia e simpatia, compre-
ensão e escuta ativa. É preciso existir bons sentimentos.
Constantemente, a MUC (memória de uso contínuo)
de sua mente está em processo de renovação e desenvolvi-
mento, por isso, com quem você se relaciona determinará
o resultado de suas mudanças mentais positivas ou negati-
vas, seu sucesso ou seu fracasso.
A partir do modelo de um mestre, que considero o maior
de todos, Jesus Cristo, percebe-se que existe um padrão
para isso. Em minha formação em Teologia, estudei os
comportamentos cristãos e desenvolvi esta tese do proces-
so de modelagem. As pessoas com as quais você convive e
principalmente, interage seus objetivos, são como modela-
doras para seu desenvolvimento pessoal e profissional.
Nas Escrituras Sagradas, em sua missão de evangelis-
mo, Cristo tinha um círculo de relacionamentos que tota-
lizava em doze pessoas. Em suas andanças, ele observava
as atitudes, as ideias de cada uma e foi assim que formou
um grupo diversificado em temperamento, habilidades e
personalidade para atingir sua visão de objetivos. Jesus
mantinha uma relação frequente com todos, mas interes-
sante que ele tinha um grupo ainda menor com quem se
relacionava de forma mais íntima e aberta, eram três dos
doze: Pedro, João e Tiago.
Diante deste modelo espiritual, formulei uma teoria
que em nossa vida como um todo, nós somos os resultados
das doze pessoas que mais convivemos, considerando três
principais de cada grupo de nossos relacionamentos (fami-
liar, profissional, pessoal e social).
Convido você agora a identificar quem são essas três
pessoas de cada grupo? Caso você não identificar todas as

40
pessoas neste momento, poderá deixar em branco até con-
siderar uma nova relação importante.

Grupo Familiar: Grupo Profissional:


______________ ________________
______________ ________________
______________ ________________

Grupo Pessoal: Grupo Social:


______________ ________________
______________ ________________
______________ ________________

Note o que existe de comum entre elas. Quais são seus


pontos fortes? Como você se percebe quando está na pre-
sença delas e o que você ganha com elas?
Caso você perceba que existe alguém que se destoa deste
sentido positivo, é possível que você tenha um oponente
perto de você e não um aliado. Talvez até aqui não tivesse a
consciência dessa informação. Se for esse o seu caso, quan-
to mais você reforçar seu modelo existencial, o que você
acredita e se determina a alcançar, será natural que você
influenciará e não será o influenciado. Ainda assim, man-
tenha discrição, conte somente com seus aliados.
Convido você a fazer hoje uma meditação sobre este as-
sunto em particular. Você é o tipo de pessoa mais solitária?
Então, encontre e cultive aliados porque sozinho é muito
mais fácil desistir. Quando a pessoa está cercada de doze
pessoas, ela garante uma blindagem para seus objetivos. E,
se você é do tipo de pessoa que já tem um círculo estável de
pessoas ao seu lado, cultive pessoas aliadas e afaste-se de
quem são oponentes.
Não confunda pessoas aliadas com pessoas que só te
agradam, pessoas aliadas são pessoas que gostam de você,
que são sinceras, que te ajudam, são justas e falam o que
você precisa ouvir e não o que você quer ouvir. É comum

41
o ser humano querer ouvir somente aquilo que lhe agrada,
ressoa melhor aos ouvidos! Quando escutamos sugestões
de melhorias, as reações podem ser as piores. Isso é na-
tural, não se assuste. Olhar para nossas falhas é sentir-se
julgado e, esse não é nem nunca será nosso desejo. O certo
é que devemos valorizar as pessoas que dizem a verdade a
nosso respeito. Agora como elas dizem pode doer, incomo-
dar, mas já esse é outro assunto - saber dar feedback, vou
aprofundar sobre comunicação em outra oportunidade.
Já ouvi Barack Obama dizer em um discurso assim, “li-
vre-se dos bajuladores, mantenha perto de você pessoas
que te avisam quando você erra”. Por isso, busque estar ro-
deado de pessoas aliadas, que digam a verdade sobre quem
você é, quando você erra, tanto pontos fortes quanto os de
melhoria. O mais importante é fazer a leitura da intenção
que elas têm, se for de ajudar são aliadas, do contrário,
oponentes. Considerar este fator vai acelerar seu desenvol-
vimento de objetivos.
Com seus aliados, programe encontros frequentes para
contar seus projetos, peça feedbacks sinceros e constantes
sobre a sua evolução, aprenda a ouvi-los, peça a alguns um
monitoramento - espécie de checagem periódica sobre seus
avanços, que eles perguntem sobre o que se comprometeu
a fazer, que sejam parceiros naquilo que você precisar com
apoio de tempo, ferramentas, ideias e recursos, que te ou-
çam quando for necessário.
Jamais se esqueça de se lembrar que ninguém jamais irá
dormir os seus sonhos, mas você precisa sempre de guardi-
ões para que você possa sonhar.

42
Capítulo 4

Identifique seus sabotadores

43
44
O que você consegue em sua vida não é o que
você quer, é o que você pensa mais na maior
parte de seu tempo.

Todas as pessoas, que se sentem preparadas para dar


um salto, lançarem-se em algum novo objetivo, numa nova
relação afetiva, em uma nova experiência, em uma mudan-
ça pessoal ou profissional, num primeiro momento, estão
dispostas a enfrentar tudo, opiniões, julgamentos, riscos
e os obstáculos que possam surgir. Entretanto, elas não
sabem que em algum momento dessa jornada irão se en-
contrar com os seus sabotadores internos. Vencer eles é o
passo mais importante para persistir.
Confira aqui se você tem, respondendo sim ou não.

• Você sente cansaço físico, enxaqueca, mal estar,


sono fora de hora, peso e dores nas costas sem mo-
tivos embasados?

• Você sente infelicidade e desmotivação no trabalho?

• Você sabe o que fazer pra mudar sua vida, mas não
consegue colocar em prática?

• Você desmarca encontros por falta de vontade de


ir e arruma outras desculpas?

• Você tem dificuldades de lidar com pessoas, clien-


tes, fornecedores, seus pais, sua família e seus fun-
cionários?

• Você sente medos, que não se explica de onde eles


veem?

45
• Sabe que tem potencial e que é capaz de fazer coi-
sas maiores e melhores, mas sente-se travado?

• Sente as vezes que aquilo que não é para você e sim


para outra pessoa, como se não fosse merece dor?

Se você respondeu sim a alguns dos sintomas acima, é


muito provável que esteja sendo vítima de crenças sabotado-
ras. Agora, pegue sua folha e lápis e responda cada pergunta:

• O que você realizaria na vida caso não tivesse esse


sintoma que respondeu sim?

• O que você faria?

• Como seria seu trabalho?

• Quanto ganharia?

• Quais lugares você viajaria?

• Onde moraria?

• Qual tipo de clientes você teria?

• O que as pessoas falariam de você? Sua família,


seus amigos?

• Você seria admirado?

• Você teria chefe?

• Quais qualidades as pessoas perceberiam de você?

• Quais seriam suas conquistas materiais?

• Quem você ajudaria?

46
Só existe uma coisa que separa você de sua melhor ver-
são, são os seus pensamentos negativos.
Os sabotadores são uma espécie de ladrões da mente,
como costumo chamar, são inimigos que residem dentro
de nós mesmos, que assaltam a esperança, a motivação e a
persistência; eles atrapalham o avanço do projeto, poden-
do impedir completamente seu sucesso. Os sabotadores
são pensamentos ruins, sentimentos covardes, que amea-
çam os planos, bloqueando a inteligência emocional e pa-
ralisando as forças físicas, cognitivas e psíquicas, fazendo
que as coisas não aconteçam como o planejado.
Imagine que sua mente é como uma casa. O que você
hospeda hoje nela? Quais sentimentos e pensamentos
acordam, convivem e dormem com você todos os dias?
Ninguém costuma convidar ladrões para residir em suas
casas! Você não pode evitar que tipo de visitas irá bater
a sua porta, mas pode sim decidir quem irá entrar e ficar
dentro dela. Por que então é tão comum deixar estes la-
drões fazerem moradia dentro da mente humana? E quais
são os motivos que permitem a entrada e permanência de
sabotadores?
Quero compartilhar três motivos que eu considero os
mais importantes, que são responsáveis por desenvolver
sabotadores em nossa mente:

1- Perfeccionismo e Procrastinação: Nunca acha que


está pronto, preparado, tem que estudar mais um pouco,
esperar o tempo certo. Já errou em algumas tentativas, en-
tão se prova que não é capaz e deixa de tentar.

Não deseje ser perfeito, deseje ser melhor do que antes.


Concentre-se sempre no progresso e jamais na perfeição.
Por conta do perfeccionismo, as pessoas adiam as deci-
sões, uma nova estratégia de negócio, implantar melhorias,
conversar com alguém, resolver uma situação até mesmo
em seu próprio ambiente familiar. Esse sabotador é a pro-

47
crastinação, que impede que o momento desejado nunca
chegue, bloqueia o seu foco.
A procrastinação é estar sempre adiando coisas que são
realmente importantes. Você já reparou que não procrasti-
namos o que fazemos na rotina? Isso acontece justamente
porque nós fazemos mais aquilo que já está automático.
Aquilo que é novo, incomum, desconhecido e que ainda
não é rotina, a tendência que temos é prorrogar.

2- Medo, insegurança e timidez: Quer-se ter controle


de tudo e por isso, não se quer arriscar por medo de não
saber lidar com a falta de controle ou por registros internos
de ter causado um mal, exposto a um perigo ou ameaçado
a alegria ou o sucesso de alguém e de si mesmo.

As pessoas têm medo do que os outros irão pensar, falar


ou fazer com elas frente as suas ações. Por isso, se constrói
um cenário de ilusão negativo, tão pessimista que defende
uma tese de risco na maior parte do tempo. O famoso “e
se” entra em campo e o jogo não acontece mais, tipo, e se
eu não conseguir, e se ficar sem dinheiro, e se ficar doente...
O medo é o responsável direto por manifestar todas as
outras alterações emocionais no ser humano, como a raiva,
a ansiedade, fobias, tristeza, nervosismo, etc.
No campo da imaginação, tudo é possível! Então, imagi-
ne sempre positivo! Se estiver com medo, faça com medo e
terá a prova que conseguirá mesmo assim. O medo não está
em nenhum lugar a não ser na própria mente humana. Ele
é uma projeção de algo, mas não é real a não ser que você
passe a acreditar na tese do medo. Esse importante sabo-
tador impede a sua determinação, falta a coragem, os obs-
táculos parecem muito maiores do que realmente são. Um
problema pode multiplicar seu tamanho dentro da mente,
você sabia? Por isso, quando estiver com medo, sempre
peça ajuda, porque é bem provável que sua visão da situ-
ação esteja alterada em fator do medo. Pessoas que estão

48
de fora, sem esses sentimentos, conseguem ajudar você a
visualizar a real proporção das coisas.
É comum a pessoa envolvida na situação se preocupar
muito mais do que quem não está envolvido. A preocupa-
ção é comum em todo ser humano, em uns mais e em ou-
tros menos. A preocupação não é produtiva porque ela dis-
para ansiedade e medo, paralisando o indivíduo na maior
parte das vezes.
O palestrante Earl Nightingale, certa vez, comparou a
preocupação como uma névoa que pode impedir de ver as
coisas como realmente são. Por isso, conversar e comparti-
lhar com pessoas da sua confiança é saudável, recomendo.
Elas realmente veem diferente.
Quando ele comparou a preocupação com uma névoa,
ele explicou que uma neblina que cobre sete quarteirões,
com uma profundidade de 30 metros, é composta com me-
nos de um copo de água. Assim, ele classificou as nossas
preocupações como: 40% das coisas que nos preocupam
nunca acontecem; 30% são coisas do passado e não podem
ser alteradas, 12% tem relação com aspectos desnecessá-
rios da saúde e 10% são relativas a coisas sem importân-
cia. Ou seja, 92% das preocupações são neblina pura, sem
substância. Sobram 8% das preocupações, que realmente
são legítimas e merecem nossa preocupação.*
Sugiro que oriente suas forças mentais, emocionais e fí-
sicas para realizar e não para acolher a preocupação. Ela
produz na mente pensamentos de medo, reduz a confiança,
gera sintomas de ansiedade, a pessoa se torna pessimista e
deixa de acreditar naquilo que deseja.

3- Baixa autoestima: A crise do século, as pessoas não


apostam em seu potencial, não se amam mais o suficiente.
Em detrimento dela é que o ser humano está com tantas

* Fonte: Plano B: A resposta de Deus quando tudo parece dar errado, Pete Wilson.
Editora Pocket Ouro - Selo: Agir - Ediouro

49
dificuldades de conduzir seus objetivos, não confia em si
e não confia nas pessoas. Ninguém pode confiar em quem
não se ama e ninguém pode amar quem não conhece. É
como uma engrenagem - conhecer-se para criar um caso de
amor e estabelecer a confiança. Parece simples e, acredito
que seja! Mas, não é fácil por conta das recorrentes experi-
ências negativas e seus registros mentais.
O ser humano se julga muito e é muito julgado o tempo
todo, acaba valorizando mais os seus erros do que acertos.
Uma criança até os 5 anos de idade, recebe em média mil
invalidações por cada ano de vida, onde é treinada a ver
mais seus erros do que a perceber seus acertos. Você já
deve ter visto situações onde pais, educadores dizem “tira a
mão daí!”, “não faça isso”, “não pode”, “isso é feio”, “papai
do céu não gosta”, “você vai apanhar”, etc. E existem pais
que parecem gostar de contar os comportamentos ruins
dos filhos, exaltando seus defeitos. O resultado disso é um
adulto que critica, se irrita com pessoas que reproduzem
os mesmos erros, projetando sentimentos ruins com elas,
sem reconhecer nele e apontando para os outros. Já notou
que quando apontamos o dedo para alguém, os outros es-
tão virados para nós? Isso se chama projeção em razão da
autoestima baixa.
Quem a tem, o sentido da vida desaparece. Esse sabota-
dor impede que as pessoas acreditem em si mesmas e pen-
sem que não são merecedoras de bênçãos, de confiança, de
perdão e de amor.
A valorização dos aspectos negativos não permite que
você desenvolva seu amor próprio. Toda repetição ruim a si
mesmo solidifica uma autoestima baixa, levando a pessoa à
depressão e até ao óbito.
Quando as pessoas têm baixa estima por si mesmas, elas
se sentem sem direito, não se permitem, proíbem elas mes-
mas de ter a sintonia com o divino, com o sagrado, com
Deus, que é o poder maior de quem precisamos para ala-
vancar os resultados esperados e fazer com que as coisas

50
conspirem e deem certo.
Todo pensamento ruim a seu respeito que você acredita
torna-se uma fortaleza, uma verdade absoluta individual,
ou seja, uma crença.
A crença pode ser dividida em possibilitadora ou sabo-
tadora. Neste capítulo, quero aprofundar um pouco sobre a
sabotadora, responsável por limitar o potencial humano e
travar seu crescimento e sucesso.
Quem não conhece aquela velha história de pessoas que
estão sempre recomeçando - nesta segunda-feira eu come-
ço a dieta ou quem nunca esteve com pessoas que deram
desculpas sem pé nem cabeça para justificar a falta ou a fa-
lha em alguma atitude? Você já esteve com alguém que vive
dizendo que vai mudar e nunca muda? Ou já se encontrou
com uma pessoa depois de alguns anos e notou que nada
melhorou em sua vida? Já viu pessoas sem criatividade e
motivação para resolver seus problemas e totalmente pro-
ativas para ajudar outros?
Você deve estar se perguntando: por que e como isso
acontece? O que acontece é que em nosso cérebro, a MUC
(memória de uso contínuo) que é responsável por arma-
zenar os comportamentos e pensamentos através daquilo
que repetimos mais em todo tempo, fortalece cada sinapse,
construindo filamentos e fortalecendo a musculatura men-
tal, tornando o cérebro mais consolidado enquanto a hábi-
tos e atitudes. Esse fenômeno é responsável pelos 98% do
que existe registrado em nossa mente. Aprendemos coisas
novas todos os dias, mas apenas 2% da MUC são novas,
toda informação restante é antiga.
A existência de sabotadores começa quando aquilo que
está registrado e automático na MUC é de teor negativo e
limitante. Torna-se muito mais difícil libertar-se desses
pensamentos, o que acaba fazendo que a pessoa pare o que
começou, duvide, sinta medo, dê desculpas e minta até para
ela mesma. Toda mentira que é contada muitas vezes se
transforma em uma verdade e tudo aquilo que passa a ser

51
verdade, você acredita. Cuidado com o que você acredita!
Em nosso íntimo, escutamos um diálogo interno cons-
tante e obedecemos sem perceber as ordens de nosso in-
consciente. Essas ordens são frases que ficaram codificadas
desde a nossa infância, através de um aprendizado sobre
o ‘eu’ e da programação de ideias implantadas em nossa
mente por meio da linguagem e experiências vividas. Por
exemplo: se não comer vai ficar fraco, em boca fechada
não entra mosquito, não fale com estranhos, corre se não
vai perder a hora, tudo dá certo no final, em time que está
ganhando não se mexe, vai dar zebra, não seja oferecido,
cuidado é perigoso, parece um burro, quem é rico não vai
entrar no céu, entre tantos outros dizeres. E a cada frase
construída, existe uma lógica da mente para dar sequência
no comportamento e reprodução desse pensamento. Outro
exemplo, se não posso falar com estranhos fico mais reser-
vado, calado e deixo que eles se aproximem, mas eu não
manifesto nenhuma iniciativa. Neste caso, a pessoa pode
perder várias oportunidades de sucesso em relações pes-
soais e profissionais, perdendo a chance de outras que ve-
nham a surgir na decorrência dos encontros e diálogos.
No início, todo desafio é encorajador, mas quando sur-
gem algumas dificuldades que o cérebro identifica alguma
semelhança com aquela frase inconsciente, surge um sen-
timento de incapacidade, de covardia em lidar com aquele
novo empreendimento, com aquela mudança. Percebe-se
no inconsciente uma parte que discorda que se arrisque em
uma nova atitude porque tem lógica pensar assim. Aconte-
ce o nó mental, uma espécie de conflito que trava a pessoa
de seguir adiante, uma parte do cérebro deseja abrir-se e
outra parte o adverte, fazendo com que se feche.
Cada vez que duvidamos de nossa capacidade de superar as
dificuldades que surgem no caminho de nossos objetivos, o cé-
rebro poderá cultivar o sentimento sabotador ou encorajador.
Em meus estágios durante a faculdade de psicologia,
gostava muito de estar em contato com pacientes psiqui-

52
átricos, acompanhei clinicamente vários casos e aproveitei
para aprender durante um tempo sobre a loucura men-
tal. Ela, na verdade, é loucura para nós, porque temos um
consciente predominante sobre o inconsciente, mas não é
loucura para os pacientes porque tudo o que eles veem, ou-
vem e sentem é real.
O cérebro funciona sempre como estando em um jogo
de ilusão, na verdade ele jamais saberá diferenciar o que
é real do que é imaginário. Ou seja, para a mente humana
tudo o que está dentro dela é absolutamente real.
Quando as coisas vão muito bem, as pessoas, vítimas
de sabotagem, tendem a se comportar para que as coisas
deem errado; passam a reclamar e podem até tornarem-se
ingratas. E quando as coisas começam a dar errado, é co-
mum que as pessoas enalteçam os pensamentos negativos,
de ameaças e perigo. É como uma programação. Pessoas
que sempre chegam atrasadas estão programadas para o
atraso em suas vidas. Pessoas que estão sempre envolvidas
em conflitos estão programadas para brigas e conflitos.
Nossa mente foi feita para se preservar sempre. Fato é
que quando surge dificuldade, a mente humana sempre
buscará uma solução imediata, ou seja, ela buscará achar
a forma de se adaptar a uma situação difícil, mas que esta
não seja uma mudança ameaçadora. Por exemplo, uma
pessoa que na infância acreditou que rico não entraria no
céu, cada vez que existir a possibilidade de enriquecer, seu
cérebro se sentirá ameaçado. Então, a pessoa passa a criar
dívidas, comprando além da conta, porque uma parte dela
quer se sentir rica, mas a outra não quer ficar fora do céu.
Não é uma tarefa fácil perceber que a traição começa
dentro de nós mesmos porque as pessoas nem se dão con-
ta de que estão se autossabotando. É muito interessante
quando me deparo com o trabalho de desenvolvimento de
pessoas, como elas falam negativo, reclamam, dão descul-
pas, não tendo a consciência de que são mentiras e que es-
tão se enganando e cada vez mais sucumbe o sucesso.

53
Todas as pessoas podem ser muito bem sucedidas na-
quilo que querem, mas a mente delas é quem trama arma-
dilhas para não fazerem exatamente o que é preciso fazer,
pelo contrário, elas agem de forma contrária, mas criam
uma ilusão de que estão fazendo o possível.
Livrar-se de sabotadores e desenvolver crenças possibi-
litadoras não é um processo para ser feito sozinho, é neces-
sário um condutor para ajudar você em seu campo de bata-
lha da mente. Apenas através da linguagem com o outro é
que retomamos a consciência dos nossos atos. Uma pessoa
que está com sabotagens, se machuca muito e por isso, não
pode caminhar sozinha.
Exatamente porque sou psicoterapeuta e coach com mi-
lhares de horas de atendimentos acumuladas, que assisto
e investigo a mente humana há tantos anos, sei que isso é
uma ciência comprovada. Por isso, acredito sinceramente
que para descobrir a nossa mente precisamos da ajuda de
um profissional. Como já afirmaram homens renomados,
como Eric Schimidt e Bill Gates, “todos precisam de um
coach”. Sozinhas, as pessoas não conseguem tomar cons-
ciência de si mesmas, de sua linguagem e autopercepção
distorcida, de seus pensamentos negativos e destrutivos;
muitas não se autoconhecem o mínimo necessário, o que
dirá reconhecerem suas sabotagens. Um coach é um profis-
sional que é analista e treinador de comportamentos, que
auxilia no processo de autoconhecimento para desenvol-
ver habilidades necessárias e alcançar objetivos traçados.
Tudo isso a partir de um método, organizado, planejado
com uso de várias ferramentas para sustentar de forma ob-
jetiva toda análise e plano de ação.
Na ilusão da mente, tudo parece perfeito e certo, até
aquele pensamento limitante e mais pessimista como cul-
par pessoas. Tem gente que insiste em afirmar que sempre
o outro está errado.
O ser humano atribui ao tempo e as pessoas a solução
mágica de seus problemas como “com o tempo as coisas

54
vão se resolver, a dor vai passar, fulano vai se arrepender,
o dinheiro virá, a crise vai passar”. É um pensamento trai-
çoeiro, porque acomoda o ser humano em uma situação de
irresponsabilidade. Onde você está errando? Porque não
faz o que deve ser feito?
Sabe por que as coisas não dão certo para a maioria, por-
que a minoria não é vítima de autossabotagem, pelo con-
trário, ela se responsabiliza por tudo, pelos acertos e pelos
erros. Assumir a culpa do sucesso e do fracasso é uma das
formas de confrontar os pensamentos sabotadores. Apenas
quando passamos a ter essa consciência de que somos os
autores e protagonistas de nossa história e assumirmos a
culpa de nossos erros, principalmente, é quando não sere-
mos mais vítimas deles.
Outra forma de romper a sabotagem é questionar os
porquês que você acredita no pensamento sabotador. É
como desmascarar e convidar o inconsciente a tornar-se
consciente. Duvidar da crença sabotadora é o primeiro pas-
so para recodificar a sua mente.
Sempre existirá uma imagem ideal de nós mesmos, que
acredito que é ela que nos impede de sermos verdadeiros
e autênticos. A mente produz muitas ilusões, acredita em
muitas inverdades a partir dessa imagem ideal. Quantas
vezes, as pessoas falam o que não sentem de verdade! Isso
acontece porque as pessoas não sentem o que pensam, elas
pensam o que sentem e no campo consciente elas filtram e
falsificam informações. Como estão suas emoções? Você as
controla ou elas controlam você?
Na grande parte do nosso tempo, não queremos pensar
o que sentimos, porque temos dificuldades em lidar com
nossas emoções sem julgá-las. Aqui está uma chave! Não
julgue suas emoções, apenas compreenda; logo elas pas-
sam porque o desejo delas é apenas sair do inconsciente.
O que você fará consciente é o determinante, então, não
julgue, aproveite a emoção para algo produtivo.
No entanto, as pessoas em geral reprimem os sentimen-

55
tos, exprimem, estocam e sufocam eles porque julgam er-
rado permitir a sensação deles. Em razão disso, criam-se
falsas ideias e desculpas para sabotar a consciência.
Sermos sinceros com nossas emoções demanda honesti-
dade e amor próprio. Reconhecer que não sentimos o que de-
veríamos sentir já é um desafio para nós mesmos. Algumas de
nossas autoimagens nunca podem ser vistas de perto.
O ser humano pode simplificar o processo de seus pen-
samentos, simplesmente passando a ser verdadeiro com ele
mesmo, sendo livre do medo de aceitar o que tem dentro.
É a nossa autoimagem que produz todos os sentimentos
mais íntimos em nosso ser inconsciente. Ela é uma repro-
dução constante do nosso inconsciente. Não sabemos dife-
renciar a autoimagem do nosso ‘eu’. A autoimagem é uma
espécie de fixação, uma imagem estática, uma fotografia,
um retrato de si mesmo. Uma imagem que a mente cria
através de expectativas alheias, dos vários sistemas em que
somos inseridos, como escola, sociedade e família.
Existe uma forma prática para identificar a sua autoi-
magem e separar ela do seu “eu”. Todas as vezes que você
perceber frases prontas em seu diálogo interno, todas as
vezes que falar automaticamente para si, ou para outras
pessoas frases feitas, anote. Você notará que existe uma fo-
tografia de quem você imagina que é. Essas frases revelam
sua autoimagem e são responsáveis por manter comporta-
mentos repetitivos de autossabotagem.
A boa notícia é que a nossa autoimagem não é perma-
nente, ela é mutável. Ufa! A cada oportunidade que encon-
trar a autoimagem gerando sentimentos desagradáveis,
você terá a oportunidade de purificar ao invés de apenas
sentir-se mal.
O principal diferenciador entre a mente humana e a
animal é a nossa linguagem. Acredito que a linguagem é e
sempre será a maior ferramenta para transformar a mente
das pessoas. Já dizia na Bíblia que a palavra tem poder.

56
Tudo o que ouvimos e repetimos para nós mesmos, cria
filamentos neurológicos e vai construindo uma teia de pen-
samentos concretos a respeito do nosso universo. Lembre-
se que seu cérebro acredita em absolutamente tudo o que
você conta para ele. Então, decida contar histórias de triun-
fo, converse diálogos bons, cultive sentimentos agradáveis,
de bem estar, promova boas sensações. Tudo o que for
construtivo, desde ouvir uma boa música, relaxar, elevar
sua mente, estar em companhias boas, ler assuntos pro-
dutivos, fazer orações de agradecimento, contemplar pai-
sagens e momentos sublimes e únicos, isso tudo faça mais
em todo tempo. Mas, especialmente, saiba decifrar seus
pensamentos e alterar o estado deles para uma boa frequ-
ência através da sua linguagem. Repita diariamente frases
construtivas, elogie-se sempre que puder em frente ao es-
pelho, declare soluções, agradeça e, em cada oportunida-
de que puder deixe a sua luz brilhar. Quando você brilha,
você dá a permissão para que as outras pessoas também
brilhem. Em poucos dias, notará a sua mudança mental e
seus comportamentos estarão livres de sabotadores. Este é
um exercício para hoje, amanhã e sempre.
Costumo afirmar sempre que aquilo que as pessoas
acreditam, isso controla suas vidas. A história que você
conta sobre sua vida atual será responsável pela construção
dos próximos capítulos dela. Ninguém fará em seu lugar o
que só você é capaz de fazer, está em sua responsabilidade
renovar sua mente diariamente para direcioná-la em um
estado de sucesso e evolução. Tudo o que você é capaz de
sonhar, é capaz de realizar.

57
58
Capítulo 5

Visualize seus objetivos

59
60
Quem não sabe para onde vai,
qualquer caminho serve.

Uma das distinções entre nós, seres humanos e os outros


seres vivos é a capacidade que temos de sonhar. A partir do
momento que somos criados, já idealizamos caminhos para
seguir em frente. No começo, nossos pais colocam metas
para nós, o que comer, como se vestir, como se compor-
tar, qual nota tirar, como fazer amizades, como cuidar de
si mesmo, ganhar em uma competição, treinar um esporte,
fazer um curso extraclasse, entre tantos outros.
O que acontece é que à medida que crescemos, vamos
nos moldando e concebendo o que é melhor para cada um
de nós a partir do que nossos pais e mestres nos ensinam
a buscar. Daí surge a primeira pergunta que incomoda a
maior parte dos jovens adolescentes, quem nunca se fez: o
que eu vou ser quando crescer?
A partir da adolescência é que passamos de forma mais
independente a elaborar objetivos próprios, traçando pla-
nos para alcançá-los, desde como conquistar a namorada
(o), emagrecer, ganhar massa muscular, passar no vesti-
bular, conseguir o primeiro emprego, etc. E a vida se torna
um planejamento diário para conquistar os sonhos nas vá-
rias áreas da vida.
Cada área é como uma raia de uma bicicleta que susten-
ta o eixo da vida para que ela possa girar. Por isso considere
sempre ter objetivos em todas as áreas e em todas as suas
fases da sua história. E para que servem os objetivos, você
sabe? Para evoluirmos durante a jornada e deixarmos ensi-
namentos e legado àqueles que nos seguem.
Desenvolver a ambição de querer vencer, produzir, con-
quistar, comprar, apoiar, construir são verbos próprios

61
para a vida humana na terra. Até mesmo os animais têm
objetivos porque desejam realizações, eles migram de am-
biente em determinadas épocas para fins específicos, eles
planejam a sobrevivência, a procriação, cuidam do seu ter-
ritório e formulam estratégias para a caça.
Uma pessoa que não tem objetivos perde a razão de vi-
ver, porque a vida é feita para realizações. Somos criados
para isso, não estamos aqui por um acaso.
Nós temos uma visão interna e íntima dos nossos ob-
jetivos, mas essa visão só poderá ser concretizada se for
desejada. Aqui, cabe bem afirmar que querer é poder ou
eu diria, querer gera poder em nossa mente e a coloca em
ação. Deseje ardentemente seu objetivo!
Todo desejo existe porque internamente esse objetivo
representa uma possível satisfação. Tudo o que você dese-
ja, precisa ser sentido com toda sua alma. Destruindo-se o
desejo, a paixão, destrói-se a mente. Sem desejo, não existe
motivo, não existe ação.
Como você busca esse desejo? Com a sua visão, tudo
existe porque ela existiu primeiro. Olhe a sua volta, o que
você enxerga já esteve na visão de alguém.
Você sabe como identificar uma pessoa realista de uma
idealista? As duas têm objetivos e farão o que for preciso
para chegar lá, só que a idealista, quando atingir o objeti-
vo, estará lá pela segunda vez. Quem sonha e visualiza seus
objetivos sempre chegará primeiro aonde quer porque vi-
sualizar estimula e acelera o princípio do desejo e da ação.
Lembra-se do capítulo primeiro, em que sugeri para
avaliar a nota de cada área de sua vida? Agora, retome seu
material de apoio e escreva seus objetivos de cada uma,
projetando eles em intervalos de três a cinco anos, até onde
sua visão se permitir sonhar. Depois de formular todos os
seus objetivos, produza um painel em uma cartolina com
figuras, frases, os objetivos e a data que eles acontecerão.
Esta será uma ilustração da sua visão de futuro.

62
Depois, coloque seu painel em um lugar visível, no seu
radar de visão, de preferência na parede do seu quarto ou
escritório para que esse quadro se torne semântico, atrati-
vo para sua mente. Quando a pessoa constrói seu painel é
uma forma real de posicionar-se frente a sua vida e seus de-
sejos de realização. Para ela, é assumir e deixar claro para
todo o universo aquilo que quer.
Essa atividade, sem dúvida, remove os pensamentos sa-
botadores e promove seus ideais, encoraja sua ação por-
que você passará a ver diariamente a sua visão do lado de
fora também. Todos meus clientes produzem seu painel e
sempre estou sendo informada de realizações daquilo que
ilustraram como casamento, gravidez, novo negócio, uma
aquisição de bens e viagens. Este é um dos motivos mais
gratificantes da minha profissão!
Quanto mais você visualiza seus objetivos, menos você
se desviará deles e será mais provável que eles se concreti-
zem simplesmente porque eles são tudo o que passará a ver
daqui em diante para seu futuro.
No processo de atingir metas, existem pessoas que se
preocupam apenas com os objetivos finais e podem ficar
muito ansiosas. Elas não aproveitam enquanto caminham
na jornada e, o que pode ser pior, nem sequer desfrutam
quando triunfam porque a jornada foi tão cansativa que no
final não existe a sensação de conquista, simplesmente de
mais um dever cumprido. Por isso, que é necessário apren-
der este princípio antes de começar a caminhada rumo aos
seus objetivos - a jornada é mais importante do que o destino.
Vamos imaginar que a vida é como uma estrada e você é
como um carro. Sempre que prevalecer apenas querer che-
gar, vai acelerar muito e sempre que prevalecer apenas o
caminho, vai ir devagar demais. Acelerando muito, a meta
deixará você bastante ansioso e indo num ritmo devagar
demais, a meta deixará você entediado. O ideal para ir de-
trás dos seus objetivos é acelerar e tirar o pé do acelerador

63
quando for contemplar a paisagem e os momentos da sua
viagem, mas jamais desligue o motor. Sabe quando tiramos
as chaves da ignição do carro? Quando nós expiramos.
Costumo dizer que não existe um ponto de chegada,
nele sempre haverá um ponto de partida. Todas as vezes
que você atingir um objetivo, emergirá um novo.
Como um carro, enquanto você visualizar seu futuro no
painel frontal esteja atento às imagens a sua frente, celebre
cada micro meta, cada passo que dará rumo a seu objetivo,
aprenda a celebrar as pequenas vitórias, registre com foto,
brinde, faça memoriais. E de vez em quando observe os re-
trovisores para ter sempre a referência por onde passou,
eles são seus aprendizados do passado.
Seu cérebro acredita em tudo o que você vê, para ele
você estará sempre certo, tudo o que você enxerga dentro
de você é real e ele se prepara e se comporta conforme as
exatas coordenadas que sua visão der a ele. Aprenda a ser o
gestor de sua mente através daquilo que vê dentro.
Finalizo com uma frase de Monteiro Lobato, que mar-
cou a evolução de minha vida profissional: “Loucura? So-
nho? Tudo é loucura ou sonho no começo. Nada do que o
homem fez no mundo teve início de outra maneira, mas
tantos sonhos se realizaram que não temos o direito de du-
vidar de nenhum.”

64
Capítulo 6

Organize seu tempo

65
66
O nosso maior investimento é o tempo.

Ter a consciência que nosso tempo é finito é o primeiro


passo para respeitar cada fração do tempo que nos resta.
Por que quando se trata de coisas importantes, as pessoas
afirmam que não têm tempo e quando se trata de coisas
triviais e sem importância, as pessoas dispõem de tempo?
Interessante é que na primeira situação, elas ganham mais
tempo e na segunda elas perdem mais tempo! Então, qual o
real motivo desse comportamento equivocado e sabotador?
Para falarmos sobre o tempo e sua relação com a nossa
forma de viver, contarei uma metáfora - Um certo dia, sata-
nás convocou toda sua equipe para uma reunião extraordi-
nária. Nela, eles discutiram estratégias novas porque a po-
pulação no inferno estava diminuindo. Durante a conversa,
surgiam ideias com o objetivo de atrair pessoas para lá.
Um demônio sugeriu que eles interferissem para que todas
as pessoas trabalhassem muito e estivessem sempre ocu-
padas, assim não teriam tempo para evoluir, então iriam
para o inferno. Outro disse na reunião: “se fizermos com
que todos se preocupem mais com a vida uns dos outros,
descuidariam suas vidas e iriam para o inferno.” Ainda
assim, satanás descontente com as sugestões obtidas, ele
precisava de algo mais convincente. De repente, um esta-
giário levantou a mão, pedindo para falar e disse: “se colo-
carmos na mente do ser humano que ele tem todo o tempo
do mundo, que ele é um ser imortal, assim ele sempre irá
procrastinar as coisas mais importantes e não saberá usar
o tempo com propósito de evolução e, provavelmente iria
para o inferno.”
A verdade é que as pessoas vivem dessa forma, como
se nunca fossem morrer e não usam o seu tempo de forma

67
produtiva, inteligente e sistêmica, sendo que a maior parte
dele é desperdiçada.
Quando a mente acredita que os recursos estão sobran-
do, o ser humano não cuida dos recursos, não valoriza e é
comum que ele gaste tudo desenfreadamente. Este é um
dos problemas mais graves deste século em especial, o
consumismo - ato de gastar sem necessidade. E quando a
pessoa está com sua conta no vermelho, está sem recursos,
ela valoriza mais cada centavo, se torna mais consciente e
seletiva ao gastar. Infelizmente, quando faltam recursos,
nos tornamos mais controlados e cuidamos muito melhor
do que chamamos de nosso. Acredite nesta probabilidade:
100% das pessoas morrem, seu tempo está em contagem
regressiva.
Você já esteve com alguém no leito de sua morte? Todas
as pessoas que estão à beira da morte ou doentes pensam
em viver, mas em viver de verdade. Elas desejam estar com
a família em casa, fazer viagens, realizar sonhos importan-
tes, escrever um livro, rever os netos, pescar com o filho, ir
a um cinema e tantos outros desejos já não são mais possí-
veis diante do quadro de saúde. Temos que concordar que
só aprendemos o valor das coisas quando pagamos o custo
delas. Assim acontece com o nosso tempo, a maior parte
das pessoas só valorizam quando falta e não podem mais
ter de volta, isto é, quando perderam o tempo de suas vi-
das. Valorize seu momento!
Se tratando de tempo, quantas pessoas gastam o tempo
que não tem! Este é um problema, não saber dizer ‘não’.
Permita-se fazer do tempo, o seu tempo. Tenho aprendi-
do com o relógio, que não podemos investir tempo naquilo
que só nos faz perder tempo.
Cuidar do seu tempo com sabedoria é saber fazer esco-
lhas, priorizar o que é importante e de valor. Invista seu
tempo naquilo que você realmente sabe que te trará resul-
tados, isso inclui até pessoas.
Você sabe quanto vale seu tempo? Vale todos os seus so-

68
nhos e mais todas as pessoas que você ama a começar por
você. Neste exato momento, são uma e meia da madrugada
enquanto eu dedilho este livro porque eu estou investindo
tempo em minha família e em meus sonhos. Mas não são
apenas as horas que gastei na produção desta obra, mas to-
dos os anos da aquisição de conhecimento e experiência que
estão contidos neste material. Desde que venho estudando
sobre tempo, eu procuro investir ele nas coisas que eu amo.
Outro fator que atrapalha a organização do tempo é o
ativismo. Tem gente que enche o peito para dizer coisas do
tipo “estou cansado, não tenho tempo para nada (estes dois
em particular ouço com frequência dos meus clientes), es-
tou preocupado…” Isso não é nem nunca será o conceito
de produtividade e boa performance. São muitos termos,
cuidado com o que se declara porque cada vez que alguma
afirmação do tipo é reproduzida para o cérebro, a pessoa
vai se desenvolvendo mais egoísta e insatisfeita. E o que
parecia apenas um ativismo parece se concretizar em um
real estado de estresse e infelicidade.
Em geral, os relacionamentos são os primeiros a serem
prejudicados em detrimento da falta de tempo, casais se
separam, o amor esfria, pais e filhos se distanciam, o diá-
logo tornar-se cada vez mais escasso e, amigos apenas na
ilusão virtual.
Estamos vivendo uma era em que quem executa muito
acaba se tornando desleal consigo mesmo e com as pes-
soas que ama. O ativismo rouba a sensibilidade, o que era
importante deixa de ser, acaba-se a lealdade nos núcleos
familiares através de um eufemismo e egoísmo crescentes.
É importante que você esteja mais atento em como or-
ganizar e administrar melhor os eventos no tempo, em
como fazer escolhas e medir o gasto de tempo. Para algu-
mas coisas, até pode ser tarde demais. Conheço casos de di-
vórcio, de conflitos e doenças que foram o estopim de uma
sucessão de falhas nas escolhas enquanto ao que fazer com
seu tempo, com sua vida, com sua saúde, com sua família e

69
trabalho. Administrar melhor seu tempo é aprender a fazer
as melhores escolhas.
Organizar a roda da vida parece uma tarefa difícil, mas
é mais simples do que podemos imaginar. Costumo com-
parar a organização do tempo com uma gaveta bagunçada.
Você já deve ter visto em sua frente uma gaveta bagunça-
da! Parece que não cabe mais nada, não tem espaço para
acrescentar nem uma agulha. Mas quando você retira tudo,
limpa, escolhe o que vai ficar o que vai jogar fora e coloca as
coisas no lugar de forma ordenada, aquela mesma gaveta
parece que aumentou de tamanho.
Na administração do tempo acontece de igual maneira,
quando se organiza previamente sua agenda, se programa
horários para cada atividade, se faz uma priorização em es-
cala de importância para as ações nos próximos dias, se faz
escolhas e renúncias… parece que conseguimos dar conta
de todos os compromissos e como em um passe de mágica,
passa a sobrar tempo livre para novas atividades. Ganha-
mos mais qualidade de vida!
Isso que afirmo aqui não é história, é estudo de causa e
efeito, é ciência. Embora não exista um procedimento úni-
co de administração do tempo que possa ser aplicado com
sucesso a todos os casos, existem algumas medidas simples
que podem ser adaptadas aos objetivos. Em todos os casos
de planejamento, produtividade e administração de tempo,
os clientes ganham tempo e estão sempre adiantados por-
que experimentam e treinam hábitos como:
- planejamento - prever as ações que serão feitas nos
próximos cinco dias com detalhes como onde, com quem,
em qual dia e horário.
- organização - deixar as coisas no lugar, organizar a
mesa de trabalho, a área de trabalho do computador, as ga-
vetas, pastas e armário, ter agenda para descarregar no pa-
pel ou no seu aparelho todas as atividades de forma visível.
- rotina - estabelecer uma rotina fixa para algumas ativi-
dades importantes, passar a ter horários para cada ocupa-

70
ção, e inclusive para descansar e dormir, é essencial.
- renúncias - abrir mão de alguns ladrões de tempo como
ficar muito em redes sociais, em reuniões desnecessárias.
- e-mails - pesquisas mostram que perdemos 3 horas di-
árias escrevendo e lendo e-mails por dia, você trabalha por
atividades e não por e-mails.
- dizer não - negar a postura colaborativa pode ser vista
como positiva no contexto do trabalho, porém a orientação
é que você atue de maneira assertiva, que significa ser o
mais honesto possível, sem ser grosso com os demais. Co-
operar é importante, mas desde que isso não prejudique
suas atividades e resultados. Dizer sim é saudável, faz bem
a você quando existem ganhos de ambos lados.
- atividade física - investir tempo na saúde é multiplicar
o valor de seu tempo em qualidade de vida e longevidade.
- lazer e entretenimento - descontrair a mente é estar
na sua companhia, se divertir com seus filhos, conjugue
e amigos fazendo o que gosta com qualidade de tempo e
não quantidade. Mas, você pode me perguntar “dá tempo”?
Sim, claro e ainda acredito que sobrará tempo.
Como já disse anteriormente, o tempo é um valor e só
quem perde sabe o quanto custa recuperar. Organizar seu
tempo precisa se tornar um dos alvos diários para conseguir
preservar a persistência. Do contrário, a desordem instala-
rá o caos, as pessoas se desanimam com mais facilidade e
desistem porque tudo parece muito complicado. Como diz
o coach esportista brasileiro, Bernardinho “a disciplina é a
distância entre onde você está e aonde você quer chegar.”
Já parou para pensar que quando você recebe seu paga-
mento não é sobre as atividades que fez, é sobre o tempo
que consumiu trabalhando? Tempo é uma moeda de valor,
que precisa ser medida. Você sabe quantificar como faz a
administração do seu tempo?
Em minha família, estamos aprendendo a medir o nosso
tempo. Tratamos ele como uma moeda mesmo, conversa-
mos fazendo doação de minutos, exemplo: “filho, você pode

71
doar 10 minutos de seu tempo e me ajude a lavar a salada
e fazer o suco” ou “me empresta 1 hora do seu tempo e me
ajude com uma atividade que é minha, depois te devolvo
esse tempo ajudando você em seus estudos”.
Saber respeitar o tempo do outro e fazer respeitar o seu
é um princípio vital para termos persistência. Quantas ve-
zes, as pessoas já desistiram de algum compromisso por
não terem tempo, procrastinaram a entrega de um traba-
lho porque acumularam serviço ou perderam um prazo
porque não souberam dizer não, doaram seu tempo para
tantos pedidos de ajuda e ficaram sem nenhum tempo para
suas próprias coisas?
Vamos concordar que a nossa ampulheta está se esgo-
tando e encurtamo-lo mais sempre quando desperdiçamos
nosso tempo. A vida passa depressa demais para quem não
valoriza seu tempo, para quem tem muitas urgências e pou-
cas coisas importantes. Tempo é vida, quando você perde
tempo, você perde parte de sua vida. Aplique seu tempo
naquilo que vai render resultados, essa decisão certamente
trará benefícios para cultivar a sua persistência ao longo de
sua caminhada.

72
Capítulo 7

Seja o melhor de você mesmo

73
74
Obstáculos sempre irão existir, mas os
limites é você quem coloca.

Não podemos ter uma outra versão de nós mesmos, por-


que somos únicos e só podemos reparar e trazer de dentro
a nossa melhor versão. Mas, antes que mais nada, é im-
portante a autoaceitação. Comparar-se com outras pesso-
as é sempre um comportamento desencorajador, porque
sempre iremos encontrar pessoas melhores do que nós em
algum aspecto, isso é um fato. Precisamos encontrar o que
há de melhor em nós e construir nossos objetivos a partir
de nosso potencial, chamo este processo de “Eu a procura
de mim mesmo”.
Conta à história de um arquiteto italiano, artista renas-
centista, Michelangelo, que quando ele fez uma de suas es-
culturas mais famosas, ele foi abordado por jornalistas da
época. Ele havia esculpido Davi - um jovem pastor de ove-
lhas e que depois se tornara rei e um herói bíblico - numa
belíssima escultura de arte. As pessoas ficaram vislumbra-
das com tamanha exuberância daquele monumento e per-
guntaram sobre como ele conseguiu fazer aquele trabalho
e as dificuldades que ele teria tido enquanto transformava
uma rocha bruta de mármore em uma imagem perfeita.
Michelangelo explicou que não foi um trabalho árduo e di-
fícil. Ele disse que em todo tempo sabia que Davi estava
dentro daquela pedra e que seu único trabalho foi remover
os excessos que existiam nela.
Somos como a estátua de Davi, acredito que toda pessoa
tem a sua melhor versão guardada com um potencial incrí-
vel, criativo, realizador, único e peculiar.
Os problemas sempre irão aparecer e muitas vezes po-
demos perder e com isso nos desiludir com as pessoas e até
com nós mesmos. Mas a questão não é o que acontece em

75
nossa vida, é como lidamos com o que acontece que será
determinante para extrair ou não a nossa melhor versão.
Há vinte anos atrás, eu passei por um processo depres-
sivo intenso. Essa fase de minha vida contribuiu para eu
me conhecer e cooperou para a decisão da minha carreira,
estudar a mente humana para tornar-me uma psicóloga de
sucesso, ajudar, motivar e desenvolver as pessoas. Desde
lá, passei a ver todas as situações ruins como boas, absor-
vendo o melhor de tudo. Passei a acreditar que aquilo que
não nos mata nos fortalece e que tudo coopera para o nos-
so bem. Hoje, quando estou diante de um problema eu o
enxergo como minha promoção! Sei que através dele vou
‘esculpir a estátua de David’, me tornarei ainda melhor ao
descobrir mais um pouco do potencial que tenho guardado.
Você sabia que no Japão, os japoneses exaltam objetos
danificados? Eles consertam os objetos quebrados e preen-
chem as rachaduras com ouro porque acreditam que quan-
do algo sofre prejuízos, passa a ter uma história de valor e
por isso deve tornar-se mais bonito. É fato que sofremos
perdas, passamos por dores, faltas e decepções e, junto com
esses eventos sofremos reparações em nossas rachaduras.
Inevitavelmente, cada conserto em nossas vidas deixa uma
marca. As marcas contam histórias e expressam as mudan-
ças. Sem dúvida, o ser humano se torna melhor, claro que
isso dependerá de como ele vai enfrentar sua reforma.
Na idade média, os guerreiros eram vendidos e compra-
dos e, naquela época eles precificavam cada um por meio
do número das marcas de lutas, que expunham no corpo.
Com isso, convido você a pensar que o seu valor, a sua ha-
bilidade de luta, sua força e resistência são reconhecidas
pelas cicatrizes que você carrega, já pensou dessa forma?
Valorize suas cicatrizes, elas são marcas que honram sua
história. Que tal agora, você ter orgulho delas?
Vou te contar um segredo, não existe sucesso sem ci-
catrizes, não existe conquista se não precisar lutar. A pro-
paganda de um mundo que é perfeito, sem dor e sem pro-

76
blemas, é falsa. Estamos sempre sendo preparados para
vitórias, mas pouco se fala sobre como passar por proble-
mas. Lembre-se que não importa quão preparado você es-
teja, a verdade é que você atravessará problemas. Não co-
nheço ninguém que tenha passado nesta vida sem ter dias
ruins e sem se ferir, que não tenha vivido em altos e baixos
momentos.
Sempre teremos problemas e para atravessá-los é im-
portante desenvolver a resiliência. Ela é a capacidade de
enfrentar dificuldades e não se quebrar, a capacidade de
envergadura diante da tempestade, assim como a árvore,
que é perturbada com o vento mas consegue permanecer
firme.
Acredito que esta geração atual, que chamo de “geração
fast food” sofre a falta da resiliência porque está acostuma-
da ao conforto, a segurança, acesso fácil e rápido a infor-
mação, ao consumo, não precisa se esforçar muito para ter.
Por isso, tenho notado e analisado em meu trabalho que as
pessoas estão fracas para lidar com os problemas.
A zona de conforto enfraquece o potencial humano por-
que quando os problemas chegam, a reação mais comum
das pessoas é se desesperar, querer desistir daquilo que
são, acreditam e fazem e, também é comum desistirem até
das pessoas que amam. Saiba separar os problemas das
pessoas.
Acredite, os problemas tornam você mais forte e muito
mais preparado para chegar ao sucesso de sua vida. Apren-
da com as tempestades, com os problemas e as pressões.
Quando avistar um problema, celebre! Chegou sua promo-
ção, a oportunidade de se fortalecer, de aprender, de mu-
dar, de extrair mais recursos internos, de fazer e ser me-
lhor, de subir de nível.
Na vida tudo se resume a ser, o nosso próprio nome é
SER humano. Mas, parece que nos esquecemos disso! Mas
eu questiono, será que temos a plena consciência do que
precisamos ser?

77
O maior problema da humanidade é não saber ou se es-
quecer desta verdade. Na maior parte do tempo as pessoas
não se ocupam em ser, elas se ocupam muito em fazer e ter!
Por isso, por mais que consigam o que querem, não que-
rem o que se conseguem. Parece um paradoxo! Conheço
muitos casos de clientes que chegaram aonde desejavam,
mas tiveram um custo muito alto, perderam suas famílias,
se divorciaram, se corromperam, tiveram transtornos de
estresse, desenvolveram vícios e até doenças emocionais e
físicas. Tudo isso por se ocuparem apenas em fazer e ter e,
não se posicionaram em ser.
Ser a sua melhor versão é a maior chave para conquistar
todos os objetivos. Acredite! Esta é sua missão, primeiro
ser através de fazer para conseguir ter. Conjugar estes três
verbos é o segredo para se ter sucesso e, principalmente ser
feliz com ele.
Sucesso é conseguir aquilo que se quer e felicidade é que-
rer aquilo que se consegue. Podemos atingir os dois, tudo é
uma questão de respeitar a sua missão de vida. Quando se
tem uma missão bem definida, a persistência está segura,
porque se tem um motivo verdadeiro pelo qual persistir.
Pessoas que trabalham e vivem apenas por fazer e ter,
ter e fazer chamam seus objetivos de fardos, peso, estresse.
Agora a pessoa que primeiro se ocupa em ser, chama seus
objetivos de propósitos, motivos.
Você sabe qual é o seu motivo para persistir? A desco-
berta do PORQUÊ acelera suas conquistas, encurta cami-
nhos e te conduz ao alcance de suas metas com muito mais
segurança e menos dúvidas. Você voa certeiro feito uma
flecha! Quando você define o seu PORQUÊ, você une, atrai
e inspira pessoas com o mesmo propósito que o seu. Você
move as pessoas, construindo lealdade e confiança em tudo
àquilo que fizer. Saber o seu PORQUÊ moverá você, faça
chuva ou faça sol, em tempos favoráveis ou de dificuldades,
independente do que esteja acontecendo ao redor.
Sua vida tem quais MOTIVOS? Você sabe PORQUÊ você

78
existe? Qual legado você está construindo todos os dias?
Que tal construir sua missão de vida agora mesmo? No-
vamente, vamos usar seu material de apoio e você irá cons-
truir uma frase de sua missão em cada área de sua vida
(pessoal/ profissional/ saúde/ financeira/ familiar/ espiri-
tual) respondendo apenas esta pergunta: ser o quê (quali-
dades, valores e talentos) através de fazer o quê (atitudes
e comportamentos) para conquistar o quê (realizações e
legado). Por exemplo, esta é uma missão de um cliente:

“Ser um melhor pai, marido e filho me dedicando mais


a minha família, respeitando-os, tendo paciência e com-
preensão para ter uma boa família com harmonia, saúde
emocional e crescimento pessoal.”
“Ser gerente jurídico sendo um líder que influencia pes-
soas por meio da minha vibração e aperfeiçoamento téc-
nico para alcançar reconhecimento profissional e novos
desafios dentro da empresa.”
“Ser próspero por meio da dedicação ao trabalho, gra-
tidão e generosidade para conquistar uma ótima educa-
ção para meus filhos, viagens com a família, estudos e
bens materiais.”
“Ser um bom amigo participativo procurando estar
presente com as pessoas que convivo em meu meio social,
partilhando momentos importantes com elas, me dedi-
cando ao outro e a sociedade para dividir a felicidade,
ajudar e ser ajudado.”
“Ser uma pessoa equilibrada vigiando meus pensa-
mentos, atitudes e sentimentos e orando a Deus para ele-
var meu nível espiritual e dar o melhor de mim com senti-
mento de perdão para mim e para outros.”
“Ser um homem saudável e feliz com meu corpo pra-
ticando exercícios físicos regulares e tendo uma boa ali-
mentação com saúde emocional (ou seja, mais vale um
churrasco em excelente companhia do que uma hora de
academia) para ser feliz hoje, amanhã e sempre.”

79
Agora vamos fazer a sua? Elaborar sua missão de vida é
uma atividade profunda, para descobrir seus motivos é ne-
cessário estar em um ambiente sem pessoas para que não
seja interrompido e se deter um tempo razoável de uma
hora aproximadamente. Mãos à obra!
Como diz Simon Sinek, “na vida, as pessoas não com-
pram o que você faz, elas compram o porquê você faz.”
Toda missão é possível, desde que você esteja vivendo
aquela que foi programada pra ser sua, de ninguém mais.
Com sua missão desvendada, você se tornará como uma
flecha certeira, nunca mais errará seus alvos.
Lembre-se sempre que o propósito da vida não é sobre o
que você irá levar após sua morte, mais sobre o que você irá
deixar. Missão de vida tem a ver com legado. Então, con-
centre-se em ser aquilo que você deseja que faça eco após
sua partida, durante a eternidade.

80
Conclusão

“Os dias prósperos não vêm por acaso. Nascem de


muita fadiga e persistência.”
Henry Ford

Este livro foi escrito para ensinar como desenvolver a


sua persistência a partir de práticas simples, mas extrema-
mente poderosas, que estimulam ativamente a motivação e
o princípio de uma ação consistente.
Não é quem corre tanto na vida que chegará primeiro,
é quem mantém seu ritmo consistente, busca correr lado
a lado, quem consegue ser bem resolvido com sua autoes-
tima, sabe aonde quer chegar, consegue lidar com pessoas
e principalmente com seu tempo, quem se conhece, confia
em seu potencial e sabe o que pode melhorar em si mesmo.
Assim, toda pessoa poderá aumentar seu desempenho e
performar a favor dos seus próprios objetivos.
Tudo começa em você e a mudança começa quando você
se enxerga melhor e decide lidar com seu desenvolvimento.
Você é a sua ferramenta de trabalho.
Conta à história de um trabalhador, que estava desem-
prego, conseguiu uma vaga para cortar árvores na floresta.
No primeiro dia de trabalho, ele observou que existia um
lenhador que ficava debaixo de uma árvore, parecia que
não trabalhava na maior parte do tempo, não fazia nada
do que tinha que fazer. No final daquela semana, ele teve
a surpresa de que aquele homem foi quem cortou mais ár-
vores do que todos os outros lenhadores. Incomodado, o

81
novato foi até ele e perguntou como conseguiu cortar mais
árvores se na maior parte do tempo ele ficava fazendo
nada. O lenhador respondeu: “todas as vezes que você me
via sentado debaixo da sombra daquela árvore era porque
eu estava afiando o meu machado”.
A sorte é o encontro da oportunidade com a preparação.
Para atingir objetivos, é fundamental se preparar, se co-
nhecer, se avaliar e se desenvolver. Quando a oportunida-
de chega, você estará preparado para aproveitá-la. Assim
como o lenhador, afie seu machado, dedique tempo para
desenvolver a sua maior ferramenta, sua mente.
Para conseguir sua realização em seus sonhos profissio-
nais e pessoais, a principal atitude é persistir, desenvolver
uma mente persistente. Não seja como a maioria, 92% da
população mundial que desiste. Lembre-se que essas pes-
soas não se destacam porque querem ser iguais. Se diferen-
ciar e participar dos 8% das pessoas que persistem é ativar
a sua unicidade. Quem é você, quais talentos têm e o que
está guardado em sua mente para sonhar e fazer?
Para se desenvolver uma pessoa de alta performance
com comportamentos persistentes, mantidos no caminho
de sua missão e visão, é importante considerar três pilares:
a força, a resistência e a flexibilidade.
Nós precisamos nos tornar fortes e a única maneira de
fortalecer a mente é dar a ela todas as provações possíveis
para ela tonificar sua musculatura, sua velocidade e capa-
cidade. Estas provações são os famosos problemas. Pensar,
avaliar, resolver, decifrar e criar são formas para sua mente
desenvolver sua força interior.
Precisamos nos tornar resistentes e o único jeito é au-
mentarmos o peso dos problemas. Já percebeu que na vida,
à medida que crescemos, é que aumentam as responsabili-
dades e os compromissos? Pergunte a alguém de dez anos
qual o peso que ele carrega na vida? E depois compare com
alguém de sessenta anos, qual é o peso que ele carrega em
sua vida? Com certeza, as respostas não serão as mesmas!

82
Sabe por quê? Porque quanto mais você quiser ter conquis-
tas na vida, mais terá que assumir a responsabilidade para
si do que quer e cuidar para manter o que conquistou.
Assim, como na academia, para aumentar a muscula-
tura, teremos que colocar uma carga maior e é preciso fa-
zer séries de repetições para provocar essa consolidação. O
mesmo acontece em sua vida. Precisamos nos tornar resis-
tentes na vida para suportar tudo o que implica o sucesso e
o único jeito é aprendermos a aguentar o aumento grada-
tivo da carga dos problemas, através das fases do seu pla-
nejamento de vida e de carreira. Acredite ninguém chega
ao sucesso sem história, sem suor, sem trabalho, sem dor
e sem esforço.
Precisamos também nos tornar flexíveis e o único meio
é aprender a tolerar os erros das pessoas, a reconhecer os
seus, aceitar conselhos, ouvir, renovar sua mente por meio
de mudanças necessárias e principalmente praticar tudo o
que aprendeu nos passos desta leitura.
A sua parte você precisará fazer, ninguém fará por você.
Anime-se! Para se destacar, basta ser diferente, basta ser
você. Escreva a sua própria história, descubra o que quer
a partir do que tem. Não pegue carona, sonhe seus sonhos.
Conquiste uma mente persistente enquanto alguns en-
contram desculpas para desistir, você pode descobrir todos
os motivos para continuar. A escolha sempre será sua.
Que agora seja o começo, a retomada ou a continuidade
para você continuar vencendo seus desafios e avançar. Os
obstáculos irão surgir no caminho para provar o tamanho
do seu desejo. Assim como dizia Martin Luther King: “Se
não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não
puder andar, rasteje, continue em frente de qualquer jeito”.

83
Contatos para Agenda
Palestras, Treinamentos e Coaching
contato@viviansalas.com.br
www.viviansalas.com.br

Livro composto em Offset 75g/m2


Fonte Georgia, corpo 11

84

Você também pode gostar