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PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA–UFTM

Edital 04/2018 - Projeto de Pesquisa para Programa de Iniciação Científica:


Jovens Talentos /UFTM

Projeto de Pesquisa

Uberaba – MG
2018
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA–UFTM

Edital 04/2018- Projeto de Pesquisa para Programa de Iniciação Científica: Jovens


Talentos /UFTM

Título:
A definir

RESUMO ??
Sumário

1. Introdução e fundamentação teórica.............................................................4

2. Objetivos...........................................................................................................6

2.1 Objetivos específicos.......................................................................................6

4. Método..............................................................................................................6

5. Cronograma.....................................................................................................9

6. Referências Bibliográficas............................................................................10
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1 – Introdução
De acordo com a UNICA (União da Indústria de Cana de Açúcar), as usinas instaladas
no centro-sul do país estão priorizando a produção de etanol na safra 2018/2019. Foram
fabricados 993,25 milhões de litros de etanol, alta de 44,65% em comparação com os 686,66
milhões da safra passada (TOLEDO, 2018).
Diante disso, Júnior et al. (2007) destaca o incremento populacional desenfreado,
aliado à expansão industrial, resulta em uma maior demanda energética e da geração de
resíduos sólidos e águas residuárias, passíveis de poluição ambiental. Além da utilização
intensiva da água como insumo produtivo, a produção do etanol e do açúcar é geradora de
inúmeros resíduos, por exemplo, a vinhaça. (ANA, 2009).
A vinhaça possui forte odor, pH ácido e elevada carga orgânica com demanda química
de oxigênio (DQO) variando entre 20.000 e 35.000 mg.L -1 (SZYMANSKI; BALBINOT;
SCHIRMER, 2010). Esta, possui um potencial poluidor cem vezes maior que o esgoto
doméstico, visto que este não é um resíduo inerte. O volume de vinhaça gerado é 12 a 15
vezes maior que o volume de etanol produzido, evidenciando a necessidade de uma correta
destinação final para tal resíduo (JÚNIOR et al., 2007).
Historicamente, a vinhaça era lançada indiscriminadamente no solo, nos corpos d’água
ou nas chamadas áreas de sacrifícios, contribuindo na degradação do meio ambiente. No
entanto, no Brasil foram criadas leis que respaldam o meio ambiente. Aquino (2012) cita o
Decreto da lei n 303, de 28 de fevereiro de 1967 que proibiu definitivamente a disposição dos
resíduos nos rios, lagos, e cursos de água do Brasil. Bem como, a Resolução CONAMA nº
357, de 17 de março de 2005 que dispõe sobre as condições e padrões de lançamentos de
efluentes.
No que tange as formas de tratamento da vinhaça, pode-se destacar os processos
físicos, biológicos e químicos. No entanto, o presente estudo tem seu foco direcionado na
alternativa de tratamento chamado digestão anaeróbia (processo biológico). Segundo
Conceição (2016), o processo da digestão anaeróbia consiste basicamente na degradação da
matéria orgânica na ausência de oxigênio, gerando gás metano (ch4) e dióxido de carbono
(co2), além de outros produtos gasosos em menores proporções.
Parte dos produtos da degradação anaeróbia é constituída por gases que se desprendem
da água, formando uma fase gasosa, o biogás. Este, apresenta considerável potencial
energético, uma vez que, se submetido a um processo de purificação, seu poder calorifico
pode se aproximar daquele observado no gás natural, com a vantagem de ser um combustível
renovável e disponível (CONCEIÇÃO, 2016).
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Segundo Souza (2016), os gases gerados nos processos anaeróbios, apesar de serem
nocivos ao meio ambiente, também podem ser úteis para outros fins, sendo que,
principalmente o metano, gerado no processo, pode ser utilizado como fonte de energia. A
utilização do biogás como combustível alternativo, com certeza, é a maneira mais prática e
simples de se gerar energia alternativa hoje, devido a seu reaproveitamento energético
(SOUZA, SILVA & BASTOS, 2010).
O reaproveitamento energético do biogás gerado pode ser potencializado através dos
Processos Oxidativos Avançados (POA). Aquino (2012), em seu estudo, expõe que os
processos oxidativos avançados é uma importante classe de tecnologias para oxidação e
destruição de um grande número de poluentes presentes em águas e efluentes. Estes, são
caracterizados por uma variedade de reações radicalares que envolvem a combinação de
agentes químicos como (ozônio - O3, peróxido de hidrogênio - h2o2).
A vinhaça pré-ozonizada em reatores anaeróbios resultou em ganhos no rendimento de
metano da ordem de 15% (mlCH4/gDQO removida), em reatores anaeróbios que processaram
vinhaça previamente ozonizada, em comparação com a vinhaça que não sofreu ozonização
(AQUINO, 2012).
Uma alternativa utilizada para o tratamento de águas residuárias se dá pela cavitação
hidrodinâmica. A cavitação pode ser classificada como um processo oxidativo avançado
(POA), caracterizada pela geração de cavidades, com posterior crescimento e colapso de
bolhas que liberam grandes quantidades de energia (NETO et al, 2014).
. Desta maneira, os processos cavitacionais hidrodinâmicos são, portanto, mais
vantajosos, devido aos baixos custos de aplicação, fácil operação, baixos consumos
energéticos e a simplicidade do processo. Segundo Moravia, Lange e Amaral (2011) em
relação aos POAs, a utilização do peróxido de hidrogênio pode ser considerada como espécie
chave para a oxidação de compostos orgânicos, visto que, este, é considerado de melhor custo
benefício no que tange ao processo de cavitação.
Gomes (2015) em seu estudo sobre água residual industrial, utilizou-se da cavitação
hidrodinâmica combinada com peróxido de hidrogênio, na presença de um catalizador, que
resultou numa remoção de carbono orgânico total entre os 60 e os 80 %. Bagal et al. (2013)
também usaram a cavitação hidrodinâmica combinada com peroxido de hidrogênio que
resultou numa degradação completa do composto orgânico 2,4- dinitrofenol.
Diante o exposto, e em virtude da elevada quantidade de vinhaça gerada, este trabalho
justifica-se como um maior incentivo por estudos científicos, uma vez que, segundo Campos,
Santos e Santos (2009), a pesquisa científica está tomando o seu espaço nos cursos de
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educação superior em diversas universidades. Contudo, faz-se necessário a busca por estudos
alternativos que possam vir a contribuir no tratamento da vinhaça, bem como no seu
reaproveitamento energético e na mitigação dos impactos ambientais
Com o intuito de remover e/ou diminuir as concentrações dos contaminantes presentes
na vinhaça, principalmente a carga orgânica, surge a necessidade de se estudar alguns
coagulantes e tratamentos que possibilitem a remoção de poluentes a fim de proporcionar
alternativas seguras e economicamente viáveis.
Desta forma, o presente estudo tem como problema de pesquisa investigar a influência
da cavitação hidrodinâmica como pré-tratamento à biodigestão anaeróbia da vinhaça
proveniente de uma usina sucroalcooleira localizada no interior de São Paulo, além de
verificar seu grau de metanização. Diante disso, espera-se que o pré-tratamento da vinhaça
diminua o potencial poluidor da mesma, de forma que a carga orgânica seja reduzida.

Objetivo
Avaliar a influência da cavitação hidrodinâmica como pré tratamento do reator
anaeróbio do efluente vinhaça e verificar o potencial de geração do biogás de uma usina
sucroalcooleira do interior do estado de São Paulo.
Objetivos específicos
Determinar as melhores condições operacionais de pressão e tempo da cavitação
hidrodinâmica.
Verificar o potencial de tratamento em termos de eficiência de remoção de DQO
anterior e posteriormente o pré tratamento.
Determinar o potencial de utilização de biogás produzido no tratamento anterior e
posteriormente o pré tratamento.

Métodos

Efluente – Vinhaça
O efluente a ser tratado será disponibilizado por uma das unidades operacionais da
Biosev (Usina Continental), na cidade de Colômbia-SP, localizada na Rodovia Brigadeiro
Faria Lima, km 458,5.

Pré tratamento com cavitação


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Embora o pré tratamento da vinhaça será feito mediante a um processo cavitacional,


este acontecerá sem e com adição de peróxido de hidrogênio (H2O2), afim de verificar seu
potencial oxidante. A cavitação será realizada em uma bancada didática, denominada como
aparato de cavitação (figura 1), que consiste em um reservatório com capacidade de 7,5 L,
duas bombas centrífugas em série (KSB, Hydrobloc P, 0,5 HP e Thebe, TH16S, 96 3HP),
uma placa de orifício, registros de controle de vazão, medidores de pressão e tubulações de 32
mm de diâmetro.

Figura 1 – Aparato de cavitação utilizado no pré tratamento da vinhaça.

Fonte: Cappa, 2018.


O experimento será mediante à variação da pressão na entrada da placa de orifício afim de
encontrar as melhores condições de operação, com um tempo de cavitação pré-estipulado em

15 minutos. Cappa (2018) constatou em seu estudo que a pressão de entrada de 730 kPa
apresentou maior atividade cavitacional, sendo este um ponto chave para o sucesso deste
experimento.
Posteriormente, com as condições de trabalho já bem definidas, o experimento será
novamente realizado, porém, com a adição de peróxido de hidrogênio (H2O2) na proporção
molar 1:20.
Reator Anaeróbio de bancada

O reator que será utilizado nesta pesquisa foi confeccionado em acrílico, com formato
cilíndrico, separados em dois compartimentos, denominados corpo e parte superior. A figura 2
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ilustra um esquema do reator e suas respectivas dimensões, conferindo-o um volume de 1,5L.


Acima do corpo principal, situa-se o sistema de separação gás/líquido, na forma de pirâmide
de tronco invertido, que permite o resgate do biogás gerado na digestão anaeróbia.

Figura 2 - Reator Anaeróbio de bancada.

Fonte: Do autor, 2018.


O tempo no qual a vinhaça permanecerá no reator é denominado tempo de detenção
hidráulica (TDH), e será definido posteriormente pois este é função da qualidade da cavitação,
embora atrelado à carga orgânica volumétrica (COV), estipulada em 5kgDQO/m³d.

Análises físico-químicas

Serão monitorados, em forma de triplicata para maior precisão experimental, os


seguintes parâmetros físico-químicos: Nitrato (NO-3), Potássio (K+), potencial hidrogeniônico
(pH), temperatura e turbidez pela Sonda Horiba.
O ensaio de alcalinidade para quantificar e determinar a presença dos íons hidróxido,
carbonato e bicarbonato será por meio do Standard Methods, como sugerido por Apha (2012).
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Análise da produção de biogás

A produção de biogás será medida empregando-se o método de deslocamento de


liquido. Para tal, será utilizado frascos de Mariotte, que serão acoplados ao reator. A partir da
quantificação de metano (CH4), os dados serão extrapolados (mediante análise estatística, pelo
teste de T de Student) para escala industrial, analisando a viabilidade do reaproveitamento
energético do biogás gerado nesta pesquisa.

Cronograma de execução
Visando otimizar este projeto de pesquisa, o desenvolvimento do mesmo será
mediante as seguintes etapas:

1. Projeto e instalação dos equipamentos experimentais;


2. Planejamento dos experimentos sujeito às normas de segurança do laboratório;
3. Revisão Bibliográfica;
4. Realização dos ensaios de cavitação hidrodinâmica;
5. Operação do reator sem pré tratamento;
6. Operação do reator com pré tratamento;
7. Realização dos cálculos acerca do potencial energético;
8. Tratamento estatístico e análise dos resultados;
9. Elaboração do relatório final de pesquisa;
10. Elaboração de pôsteres para apresentação em eventos científicos;

O quadro 1 apresenta o cronograma de acordo com as etapas mencionadas.

Quadro 1: Cronograma de procedimento da pesquisa.


Ago/2018

Nov/2018

Mar/2019
Out/2018

Abr/2019

Mai/2019
Dez/2018

Jun/2019
Jan/2019

Fev/2019
Set/2018

Jul/2019

Etapas

1 X X

2 X

3 X X X X X X X X X X X X
10

4 X X
5 X X X
6 X X X
7 X
8 X X
9 X X
10 X

Fonte: Do autor, 2018.

REFERÊNCIAS

SZYMANSKI, M. S. E.; BALBINOT, R.; SCHIRMER, W. Biodigestão anaeróbia

da vinhaça: aproveitamento energético do biogás e obtenção de créditos de carbono –

estudo de caso. Londrina: Semina: Ciências Agrárias, 2010.

GOMES, M. Cavitação hidrodinâmica para tratamento de águas. 2015. 77 f.

Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Mecânica, Universidade de Coimbra, Coimbra,

2015.

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente (2005). Resolução nº 357, de 17

de março de 2005. Ministério do Meio Ambiente, 23p.

BAGAL, V.; LELE, J.; GOGATE, R. Removal of 2, 4-dinitrophenol using hybrid

methods based on ultrasound at an operating capacity of 7 L. Ultrasonics

sonochemistry. v. 20, n. 5, p. 1217-1225, 2013.

MORAVIA, W.; LANGE, L.; AMARAL, M. Avaliação de processo oxidativo

avançado pelo reagente de Fenton em condições otimizadas no tratamento de lixiviado


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de aterro sanitário com ênfase em parâmetros coletivos e caracterização do lodo

gerado. Quím. Nova, São Paulo, v. 34, n. 8, p. 1370-1377, 2011

NETO, E. F. et al. O uso da cavitação hidrodinâmica aplicado ao tratamento de

água. Engenharia Sanitária Ambiental, v. 19, n. 2, p. 105-112, 2014.

AQUINO, S. Avaliação da aplicação de ozônio como pré-tratamento ao

processamento anaeróbio de vinhaça. 2012. Tese de Doutorado. Universidade de São

Paulo.

SOUZA, R. G.; SILVA, R. M.; BASTOS, A. C. Desempenho de um conjunto

motogerador adaptado a biogás. Ciênc.agrotec.,Lavras,v.34,n. 1, p. 190-195, jan. /fev.

2010.

CONCEIÇÃO, V. Reator anaeróbio serial (RAS) aplicado no processamento de

vinhaça de cana-de-açúcar. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo

.ANA. Manual de conservação e reuso da água na agroindústria sucroenergética.

Agência Nacional da Águas – FIESP – ÚNICA- CTC – Brasília, 2009. Disponível em:

<www.fiesp.com.br/ambiente/downloads/publicaguab.pdf> Acesso em:22 abril de 2018.

JÚNIOR, L. et al. Produtividade e qualidade de cana-de-açúcar cultivada em solo

tratado com lodo de esgoto, vinhaça e adubos minerais. Engenharia Agrícola, p. 276-283,

2007.

SOUZA, F.  Avaliação da produção e estimativa de geração de energia através do

biogás originado no tratamento de efluente de uma indústria de refrigerante com reator

anaeróbio. 2016. 66 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Ambiental, Universidade

Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, 2016.

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