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Aula 7

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


Cibele Schwanke
Lara Moutinho da Costa

META DA AULA
- Apresentar a história da educação ambiental no Estado do Rio de Janeiro,
seus marcos legais, a legislação pertinente e as políticas públicas e programas
de educação ambiental desenvolvidos.

OBJETIVOS
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
 identificar os aspectos legais referente à Educação Ambiental no Estado
do Rio de Janeiro;
 perceber os inúmeros desafios existentes na implementação de políticas
públicas de educação ambiental no Estado do Rio de Janeiro.
 identificar projetos de Educação Ambiental desenvolvidos no Estado do
Rio de Janeiro.

PRÉ-REQUISITO
Para esta aula, é importante que você tenha compreendido os principais
marcos legais da Educação Ambiental no Brasil apresentados na aula anterior.
Introdução
O planejamento e a execução de projetos de Educação Ambiental devem estar
atrelados não somente às políticas nacionais, mas devem, também, respeitar
as diretrizes estaduais e municipais, levando em consideração as
particularidades e as necessidades regionais. Nessa aula abordaremos a
constituição da educação ambiental no Rio de Janeiro, seus marcos legais, sua
relação com os documentos internacionais de EA, com a gestão ambiental,
com a pratica da cidadania, com a Agenda 21 e com os movimentos sociais,
em especial o movimento ambientalista, o por justiça ambiental, o movimento
inter-religioso e o LGBT. Esperamos, com isso, traçar um panorama que auxilie
a compreensão dos contextos de desenvolvimento desta pratica educativa em
nossa sociedade, especialmente no Estado do Rio de Janeiro. Também
enfatizaremos alguns aspectos específicos da Lei que estabelece a política
estadual de educação ambiental.

Boa leitura!

A estruturação da educação ambiental no


Estado do Rio de Janeiro
Partimos da ideia de que a educação ambiental, enquanto prática educativa,
integra um conjunto de relações sociais que se constitui em torno da
preocupação com o ambiente, com os aspectos naturais e sociais dos
problemas ambientais, que alguns autores denominam de Campo Ambiental.
Esse campo no Brasil, e também no Rio de Janeiro, é resultado de um
processo histórico de articulação de políticas nacionais e internacionais
relativas ao meio ambiente e à educação, e também de relações estabelecidas
entre os movimentos sociais e ambientais que se mundializaram e aumentaram
sua esfera de ação e de influência. Portanto, a educação ambiental no Rio de
Janeiro não está descolada da EA no Brasil e não pode ser compreendida fora
de um sistema de relações mundializadas.
A EA no Rio do Janeiro também não se constituiu num processo linear. Tendo
se estruturado aos poucos, desde a publicação da Lei 3.335 em 1999 à
estruturação nos órgãos estaduais, entre 2007 e 2011, diversas foram as
iniciativas desenvolvidas e implantadas e que influenciaram a estruturação da
educação ambiental enquanto política pública.
Assim, de modo a facilitar o entendimento dos aspectos históricos envolvidos
na estruturação da educação ambiental no Estado do Rio de Janeiro ao longo
dos últimos 40 anos, dividiremos a análise em quatro momentos históricos:
1. FASE I (de 1973 à 1999) – A EA EM GESTAÇÃO: A estruturação da
SEMA, a EA nas políticas públicas nos anos 1980, passando pela
publicação da Constituição Federal, em 1989, pela realização da Rio92,
até a publicação das Leis 9.795/99 e 3.335/99, que estabelecem
respectivamente as políticas federal e estadual de educação ambiental
2. FASE II (de 1999 até 2006) - OS ANOS VACILANTES: abrange o
período pós publicação da Lei 3.235, em 1999 até 2006.
3. FASE III (de 2007 à 2014) - OS ANOS DOURADOS: Estruturação da EA
nos órgãos estaduais: Secretarias de Estado do Ambiente, de Educação
e de Segurança Pública, INEA, Batalhão Florestal, e junto aos fundos
FECAM e Câmara de Compensação.
4. FASE IV (2014 até o presente momento): OS ANOS SOMBRIOS. Fase
do desmonte, da desestruturação da educação ambiental no Estado do
Rio de Janeiro.

FASE I (1973 à 1999) - A Fase de estruturação legal e constitucional

da educação ambiental no país e no Estado do Rio de Janeiro.

No Brasil, a EA aparece pela primeira vez na legislação em 1973, enquanto


atribuição da primeira Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), ligada à
Presidência da República. Importa aqui saber que esta Secretaria foi criada
especialmente para atender às recomendações da I Conferência Internacional
da ONU sobre Meio Ambiente, realizada em 1972, em Estocolmo, na Suécia,
que é considerada um dos marcos iniciais do debate ambiental em nível
internacional e que recomenda a Educação ambiental para políticas públicas
de todos os países participantes. Depois disso, à nível internacional, temos a
EA aparecendo em 1973 como tema da I Conferência sobre Educação
Ambiental em Tbilisi (na ex-URSS), e 20 anos depois, da II Conferência, em
Tessalônica, Grécia. Tais conferências influenciarão tanto a elaboração do
Tratado Internacional de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e
Responsabilidade Global, escrito em 1992 durante a Rio 92, quanto às Leis
federal e estadual de EA, e foram promovidas pela ONU dentro de um conjunto
de outras temáticas voltadas para questões sociais (gênero, população,
cidades, etc.) entre as décadas de 1970 e 1990, num ciclo de 20 anos que se
convencionou chamar o “ciclo social” da ONU. Toda essa mobilização
internacional estimulou, durante essas décadas, a adoção, por parte de
diversos países, de políticas e programas mediante os quais a EA passou a
integrar políticas públicas nacionais.
Mas será, principalmente nas décadas de 1980 e 1990, com o avanço da crise
ambiental e social associada, que a consciência ambiental e a EA se
expandem no país e se tornam objeto de um conjunto significativo de políticas
públicas e da agenda de movimentos sociais, ganhando aos poucos corpo e
estrutura.
Então, como resposta a toda essa pressão internacional e das lutas
socioambientais, o Brasil cria, em 1981, a Lei 6.938, que estabelece a Política
Nacional de Meio Ambiente e coloca EA como instrumento dessa política. E em
1989, publica a nova Constituição Federal, que no seu artigo 225 coloca a EA
como dever do Estado e da sociedade, de modo a garantir o direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, que é visto como um direito essencial à
sadia qualidade de vida de todos os cidadãos, e das gerações futuras também.
Assim, no Brasil, a EA avança a partir dos anos 80, mas vai se consolidar
mesmo de forma significativa nos anos 1990, a partir da Conferência da ONU
para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável (CNUMAD), realizada
em 1992 no Rio de Janeiro. Durante o Fórum Global, um evento paralelo à
CNUMAD organizado pelas ONGs (também conhecido como Eco-92 ou Rio-
92), foi criada a Rede Brasileira de EA (REBEA), composta por ONGs,
educadores, e instituições diversas relacionadas à educação. No Fórum
Global, a REBEA esteve envolvida na promoção da I Jornada de EA e na
elaboração do Tratado de EA para Sociedades Sustentáveis e
Responsabilidade Global, um documento internacional de referência para a EA
até hoje.
Como resultado desse intenso processo de discussão iniciado depois da Rio92,
e das disputas entre as diferentes tendências de EA no país, nasce em 1994 o
Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA), e que sinaliza
claramente para um novo patamar de compreensão do processo educativo.
Articula as mudanças de percepção e cognição no aprendizado às mudanças
sociais e explicita o reconhecimento de que a intenção básica da educação não
está apenas em gerar novos comportamentos ou trabalhar no campo das
idéias e valores. Propõe compreender as especificidades dos grupos sociais, o
modo como produzem seus meios de vida, como criam condutas e se situam
na sociedade, para que se estabeleçam processos coletivos pautados no
diálogo, na problematização do mundo e na ação. Com isso, passa-se a ter,
por pressuposto, que é a transformação das condições materiais e simbólicas
que expressa a concretude do ato educativo na superação das formas
alienadas de existência e das dicotomias entre sociedade/natureza.

Na exposição dos princípios norteadores do ProNEA, alguns se destacam: (1) respeito


à liberdade e apreço à tolerância; (2) vinculação entre ética, estética, educação,
trabalho e práticas sociais; (3) liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a
cultura, o pensamento, a arte e o saber; (4) compromisso com a cidadania ambiental
ativa; (5) transversalidade construída a partir de uma perspectiva interdisciplinar; entre
outros igualmente importantes, que apontam para a vinculação da Educação
Ambiental à construção da cidadania.

Também nesse ano, iniciam-se debates sobre a criação de uma Lei para a
educação ambiental e os primeiros esboços de um texto legal são feitos. No
Rio de Janeiro, o primeiro Projeto de Lei para a criação de uma política
estadual de EA é apresentado em 1997, e discutido com os movimentos
sociais e educadores em duas audiências públicas. Finalmente, em 1999, são
publicadas as Leis que irão definir as políticas federal e estadual de educação
ambiental: a Lei 9.795/99, primeira do gênero na América Latina e que
estabelece a Política Nacional de Educação Ambiental, e a Lei 3.235/99, que
estabelece a Política Estadual de Educação Ambiental para o Estado do Rio de
Janeiro. Ambas se inspiram nos documentos internacionais de EA e irão
expressar a superação de dúvidas comuns quanto aos pressupostos da
Educação Ambiental, principalmente quanto aos seus objetivos e finalidades,
procurando institucionalizar os pontos consensuais. Há em ambas as Leis uma
preocupação com a construção de atitudes e condutas compatíveis com a
“questão ambiental” e a vinculação de processos formais de transmissão e
criação de conhecimentos a práticas sociais. Há também efetiva preocupação
em fazer com que os cursos de formação profissional insiram conceitos que os
levem a padrões de atuação profissional minimamente impactantes sobre a
natureza e que todas as etapas do ensino formal tenham a Educação
Ambiental de modo interdisciplinar.

Conhecendo a lei 3.325/99


Sem dúvida, o marco estadual para a Educação Ambiental no Estado do Rio de
Janeiro é a Lei nº 3.325, que entrou em vigor em 17 de dezembro de 1999.
Iremos agora enfatizar alguns aspectos básicos dessa lei, mas alertamos que
esta deve sempre ser analisada na íntegra ao se desenvolver projetos em
Educação Ambiental. Ao dispor sobre a Educação Ambiental, quando instituiu a
política estadual de Educação Ambiental, a Lei nº 3.325/99 criou o Programa
Estadual de Educação Ambiental e complementou a Lei Federal nº 9.795/99 no
âmbito do Estado do Rio de Janeiro, definindo, em seu artigo primeiro, a
Educação Ambiental:
Entende-se por Educação Ambiental os processos através dos quais o
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
atitudes, habilidades, interesse ativo e competência voltados para a
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à
sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Em seu artigo segundo, destaca como meta não restringir a Educação


Ambiental a espaços de ensino formais e reitera a necessidade de articulação
de ações atreladas à política nacional:
A Educação Ambiental é um componente essencial e permanente da
educação estadual e nacional, devendo estar presente, de forma articulada,
em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal
e não-formal.

Ao estabelecer as competências dos diversos setores da sociedade, esta lei


considera a Educação Ambiental um direito de todo cidadão e a entende como
uma responsabilidade de todos, definindo atribuições diferenciadas ao poder
público, às instituições educativas, aos órgãos integrantes do Sistema Estadual
de Meio Ambiente, às organizações não-governamentais, aos movimentos
sociais e da sociedade.

Para saber mais sobre a Lei Federal nº 9.795/99 acesse a página


http:// portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/educacaoambiental/lei9795.pdf

De acordo com a Lei nº 3.325/99, os objetivos fundamentais da Educação


Ambiental no âmbito do Rio de Janeiro devem promover desde

o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente e


suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos,
psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e
éticos.
até
o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do Estado, em níveis
micro e macro-regionais, com vistas à construção de uma sociedade
ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade,
solidariedade, democracia, justiça social e sustentabilidade.

Para saber mais sobre a Lei Estadual nº 3.325/99 acesse a página


http://www.lei.adv.br/3325-99.htm.

Cabe destacar a amplitude do entendimento acerca da Educação Ambiental,


não apenas restringindo-se aos componentes ambientais relacionados à fauna,
à flora e aos recursos naturais renováveis e não-renováveis, como também
preconizando a inserção da utilização racional dos bens naturais:
A concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a
interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural sob o
enfoque da sustentabilidade (Artigo 5, § 2).

Do ponto de vista educacional, essa lei introduz a Educação Ambiental em


todos os graus e modalidades de ensino de forma transversal, destacando que
...não pode haver apenas uma disciplina com conceitos ecológicos e as
demais ignorarem completamente os ecossistemas e as relações entre
transportes, indústria, agricultura, urbanização, saúde e o meio ambiente
(SEAM, 2008).

Ao instituir a Política Estadual de Educação Ambiental como veículo articulador


do Sistema Estadual de Meio Ambiente e do Sistema de Educação, a lei define
que:
 A Política Estadual de Educação Ambiental engloba o conjunto de
iniciativas voltadas para a formação de cidadãos e comunidades
capazes de tornar compreensíveis a problemática ambiental e de
promover uma atuação responsável para a solução dos problemas
ambientais (art. 7º).
 A Política Estadual de Educação Ambiental engloba, em sua esfera de
ação, instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de
ensino do estado e dos municípios, de forma articulada com a União,
com os órgãos e instituições integrantes do Sistema Estadual de Meio
Ambiente e organizações governamentais e não-governamentais com
atuação em Educação Ambiental (art. 8º).
 As atividades vinculadas à Política Estadual de Educação Ambiental
devem ser desenvolvidas nas seguintes linhas de atuação,
necessariamente interrelacionadas e dispostas conforme a lei:

I. Educação Ambiental no ensino formal.


II. Educação Ambiental não-formal.
III. Capacitação de recursos humanos.
IV. Desenvolvimento de estudos, pesquisas e experimentações.
V. Produção e divulgação de material educativo.
VI. Mobilização social.
VII. Gestão da informação ambiental.
VIII. Monitoramento, supervisão e avaliação das ações.

Com relação aos aspectos relacionados à análise e acompanhamento da


Política Estadual de Educação de Ambiental, a lei define que:
Art. 17 - Caberá aos Órgãos Estaduais de Educação e de Meio Ambiente, ao
Conselho Estadual de Educação (CEE) e ao Conselho Estadual de Meio
Ambiente (CONEMA) a função de propor, analisar e aprovar, a política e o
Programa Estadual de Educação Ambiental.
§ 1º - Fica o Poder Executivo autorizado a constituir o Grupo Interdisciplinar de
Educação Ambiental, formado por representantes dos órgãos de Meio
Ambiente, Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia, Saúde, Trabalho,
Universidades, da Assembléia Legislativa e de representantes de organizações
não-governamentais, que terá a responsabilidade do acompanhamento da
Política Estadual de Educação Ambiental.
§ 2º - O Grupo Interdisciplinar de Educação Ambiental, além de exercer a
função de supervisão, poderá contribuir na formulação da política e
programa de Educação Ambiental, encaminhando suas propostas para
análise e aprovação do CEE e CONEMA.
§ 3º - A coordenação da Política Estadual de Educação Ambiental deve ser
efetivada de forma conjunta pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente e pelo
Sistema Estadual de Educação

Cabe destacar que, com relação ao Grupo Interdisciplinar de Educação


Ambiental, o Decreto nº 40.710 dá nova redação a decretos anteriores
e determina que fica “instituído, no âmbito da Secretaria de Estado do
Ambiente – SEA, o GRUPO INTERDISCIPLINAR DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

A esta altura, você pode estar se perguntando qual o seu papel enquanto
educador. Nesse sentido, a lei é muito clara e esclarece que:
Art. 18 - As escolas da rede pública estadual de ensino deverão priorizar
em suas atividades pedagógicas práticas e teóricas:
- a adoção do meio ambiente local, incorporando a participação da
comunidade na identificação dos problemas e busca de soluções;
- realização de ações de monitoramento e participação em campanhas
de defesa do meio ambiente como reflorestamento ecológico, coleta
seletiva de lixo e de pilhas e baterias celulares;
- as escolas situadas na área de entorno da Baía de Guanabara deverão
incorporar, nos seus programas de Educação Ambiental, o
conhecimento e acompanhamento do Programa de Despoluição da Baía
de Guanabara - PDBG;
- as escolas situadas nas demais baías do Estado, como Ilha Grande e
Sepetiba, assim como as próximas dos rios, lagoas e lagunas
fluminenses deverão adotar em seus trabalhos pedagógicos a proteção,
defesa e recuperação destes corpos hídricos.
Art. 19 - As escolas técnicas estaduais deverão desenvolver estudos e
tecnologias que minimizem impactos no meio ambiente e de saúde do
trabalho, como controle e substituição do CFC (Cloro Flúor Carbono);
substituição do amianto e mercúrio e incentivo ao controle biológico das
pragas.
Art. 20 - As escolas técnicas e de 2º grau deverão adotar em seus
projetos pedagó- gicos o conhecimento da legislação ambiental e das
atribuições dos órgãos respon- sáveis pela fiscalização ambiental.
Art. 21 - As escolas situadas nas áreas rurais deverão incorporar os
seguintes temas: programa de conservação do solo, proteção dos
recursos hídricos, combate à deser- tificação e à erosão, controle do uso
de agrotóxicos, combate a queimadas e incêndios florestais e
conhecimento sobre o desenvolvimento de programas de micro-bacias e
conservação dos recursos hídricos.

Como obter recursos para estas ações? Em seus artigos 25 e 26, a lei define
que:
Art. 25 - Os recursos do FECAM poderão ser destinados a programas e
projetos de Educação Ambiental desde que aprovados pelo seu
Conselho Gestor, nos termos do Art. 263 da Constituição Estadual.
Art. 26 - Os programas de assistência técnica e financeira relativos a
meio ambiente e educação, em nível estadual, devem alocar recursos
às ações de Educação Ambiental.

O Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam),


considerando a necessidade de se incrementar as ações de Educação Ambiental, deliberou,
mediante Deliberação Normativa nº 22, de 15 de fevereiro de 2007, que:
“Os projetos/programas deverão incluir investimentos em ações de Educação Ambiental de
no mínimo 1% (um por cento) até 5% (cinco porcento) do total de recursos aprovados. A
Superintendência de Educação da Secretaria de Estado do Ambiente participará,
juntamente com o proponente, da defi- nição e proposição dessas ações de Educação
Ambiental, assim como, do acompanhamento de sua execução e da sua prestação de
conta (item 2.2 do Artigo 1º, Deliberação Normativa nº 22)”
ATIVIDADE
Esta atividade propõe a análise de alguns itens da Lei nº 3.325/99. Sugira de
que forma você realizaria tais abordagens em sua atividade docente:
A elaboração de diagnóstico socioambiental em nível local e regional, voltado
para o desenvolvimento e o resgate da memória ambiental, do histórico da
formação das comunidades ou localidades e as perspectivas para as atuais e
futuras gerações (prevista no art. 27).
Ação proposta:

O art. 29 destaca que os projetos e programas de Educação Ambiental


incluirão ações e atividades destinadas à divulgação das leis ambientais
federais, estaduais e municipais em vigor, como estímulo ao exercício dos
direitos e deveres da cidadania.
Ação proposta:

COMENTÁRIO
Não há uma resposta única para a atividade proposta, mas destacamos que é
fun- damental que suas ações estejam contextualizadas de acordo com a faixa
etária na qual você atua como docente, com a realidade local e com o
atendimento à política nacional e estadual de Educação Ambiental

FASE II (de 1999 até 2006) – abrange o período pós publicação da

Lei 3.235, em 1999 até 2006, ano de novas eleições e de mudanças a


condução do governo estadual.

Nos anos subsequentes a criação da Lei 3.325/99, temos a publicação de dois


decretos regulamentadores que estabelecem a composição do Grupo
Interdisciplinar de Educação Ambiental, responsável por propor, analisar e
aprovar a política e o programa estadual de educação ambiental:
 Decreto Nº 27.599, de 18 de Dezembro de 2000.
 Decreto Nº 27.781, de 15 de Janeiro de 2001. Composição do Grupo
Interdisciplinar de Educação Ambiental GIEA predominantemente
governamental. A sociedade civil tem apenas um assento e é representada
pela ABONG, associação brasileira de Ongs.

De caráter predominantemente governamental, com a sociedade civil sendo


representada apenas por um assento, o GIEA inicia suas reuniões em 2000, e
durante três anos se limitará a discutir o regimento interno de funcionamento do
Grupo, esvaziando a participação e tornando os encontros maçantes e
monótonos.
Apesar da criação da Lei, da publicação dos decretos regulamentadores e do
estabelecimento formal do GIEA, nesse período a educação ambiental não
aparece em nenhuma estrutura administrativa dos órgãos públicos
responsáveis pela Política Estadual de Educação Ambiental. Tampouco
aparecem na Lei de Diretrizes Orçamentarias qualquer recurso de investimento
para o desenvolvimento da educação ambiental.
Assim, durante o período de 2000 à 2006, a educação ambiental é realizada
pelos órgãos responsáveis de modo pontual e pouco estruturado, sem equipes
específicas, prestígio político ou recursos orçamentários próprios, limitando-se,
na maioria das vezes, a atender demandas do calendário ambiental.
Destacam-se, nesse período, o Programa Cidadania Ambiental, realizado pela
Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano durante 8 meses no
ano de 2002, com recursos de multas pagas pela Petrobrás pelo derrame de
óleo na Baía de Guanabara.

FASE III (de 2007 à 2014) - período de estruturação da EA nos

órgãos estaduais: Secretarias de Estado do Ambiente, de Educação e de


Segurança Pública, INEA, Batalhão Florestal, e junto aos fundos FECAM e
Câmara de Compensação.

Com o processo eleitoral de 2006, um novo grupo entra no governo e é criada a


Secretaria de Estado do Ambiente – SEA, e nela a Superintendência de
Educação Ambiental, que investe maciçamente na estruturação e no
desenvolvimento da educação ambiental, realizando diversas ações
estruturantes:
 Reestruturação do GIEA através de dois decretos:
 Decreto Nº 40. 710, de 10 de Abril de 2007 - Estabelece novas
funções e composição do Plenário do GIEA, que passa a ser
paritário: 6 instituições governamentais e 6 não-governamentais
(universidades e instituições científicas), mas sem a participação
dos movimentos sociais, redes e coletivos. A coordenação passa a
ser exercida pela Secretaria de Estado do Ambiente.
 Decreto Nº 40.887, de 07 de agosto de 2007 - Recomposição das
instituições membros da plenária do GIEA. A sociedade civil passa
a ter assento através dos sindicatos de professores, rede de
educadores do Estado do Rio de Janeiro, coletivo jovem.

 Gestão da EA integrada entre 3 Secretarias de Governo (Educação,


Ambiente e Ciência e Tecnologia), e articulada entre 9 Secretarias (as
anteriores, mais Saúde, Agricultura, Ação Social e Direitos Humanos,
Segurança Pública, Cultura e Transporte);
 Estabelecimento de uma política de financiamento própria.
 FECAM – Fundo Estadual de Conservação Ambiental.
Deliberações Normativas Nº 22 e 24: Estabelece que de 1 à 5%
dos recursos aprovados para projetos/programas sejam
destinados à ações de educação ambiental;
 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL – recursos provenientes do
sistema de licenciamento de atividades poluidoras. São
destinados às Unidades de Conservação de Proteção Integral.
Financia ações de EA dentro do contexto da gestão dessas
unidades, envolvendo os conselhos gestores, visitantes,
fiscalização e comunidades locais residentes no entorno.
 Estabelecimento de parceria com a Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, UERJ, para execução dos processos formativos em diferentes
espaços pedagógicos.
 Estruturação da Gerência de EA no INEA em 2009;
 Apoio político à criação de uma estrutura administrativa de educação
ambiental no âmbito da Secretaria de Estado de Educação, que cria a
Coordenação de EA da SEEDUC em 2010.
 Apoio político e financeiro para estruturação do Serviço de EA do
Batalhão Florestal;
 Construção de Diretrizes Pedagógicas de EA para licenciamento, obras,
unidades de conservação, uso dos recursos hídricos;
 Enraizamento da EA nas escolas, com a implementação de uma Política
de Formação Continuada do professor, segunda demanda nacional da
categoria, através dos Programas Elos de Cidadania e Nas Ondas do
Ambiente;
 Realização de cursos de formação em educação ambiental voltado para
os Gestores Públicos (Programa Ambiente em Ação).
 Realização de processo de construção coletiva do Programa Estadual
de Educação Ambiental, através da realização de 8 seminários regionais
para discussão de texto base e de duas audiências públicas.
 Fortalecimento do SISNAMA, através da realização de processos
formativos de técnicos e gestores públicos municipais e estaduais.

A SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (SEAM)


Tendo como objetivo o enraizamento e o fortalecimento da Educação
Ambiental no Estado do Rio de Janeiro, a SEAM/SEA é criada em 2007 e, pela
primeira vez na história da EA no Rio de Janeiro, a educação ambiental ganha
status, prestígio, poder, equipe própria e recursos para o seu desenvolvimento.
Nasce com a missão de apoiar a formação de uma nova cultura ambiental, a
cultura da participação na gestão do ambiente, visando estimular a
conservação da natureza, a redução do consumo, o desenvolvimento
sustentável com justiça social, o protagonismo jovem, a prática cidadã e a
participação de diferentes atores sociais na gestão do ambiente.

CARACTERISTICAS DA SEAM/SEA:
MISSÃO:
Promover uma Nova Cultura Ambiental, a cultura da participação popular na
gestão ambiental.
OBJETIVOS
 Criar condições para a participação social (de forma permanente,
responsável e politizada) nos processos decisórios, sobre o acesso e
uso dos recursos ambientais;
 Realizar processos educativos com grupos sociais diretamente afetados
pelas atividades de gestão ambiental, para que possam participar das
decisões que afetam o ambiente no qual estão inseridos e exercer o
controle/monitoramento/avaliação/vigilância da qualidade ambiental
local, visando atender a diretriz Nº1 do Ministério do Meio Ambiente
(participação e controle social) e fortalecer o SISNAMA.
LINHA PEDAGÓGICA: Educação Ambiental Crítica
METODOLOGIA: Educação no Processo de Gestão Ambiental
 Estabelecimento de processos formativos voltados para gestão
ambiental participativa:
 Usa o espaço da gestão ambiental como espaço pedagógico de
aprendizagem;
 Incentivo à prática da Cidadania, instrumentalizando os diferentes atores
sociais para a participação na vida pública e uso dos instrumentos de
gestão ambiental como prática de cidadania;
 Criação de condições para a participação política dos diferentes atores
(comunidades, alunos, professores, etc), tanto na formulação como na
execução de projetos de intervenção socioambientais e políticas
públicas que digam respeito à realidade local.
 Ambiente de exercício da criatividade voltada para a conservação
ambiental, desenvolvimento social, pratica cidadã, justiça social e
participação jovem.
PREMISSAS:

 O acesso e uso dos recursos ambientais na sociedade é conflituoso


(cheio de disputas, tensões, problemas);
 A Gestão ambiental é um processo de mediação de interesses e
conflitos.
 A gestão ambiental não é neutra.
 A assimetria na distribuição dos custos e benefícios na sociedade não é
evidente;
 A noção de sustentabilidade está na base da gestão ambiental, porém o
que é sustentável para um grupo social pode não ser para outro;
 A noção de sustentabilidade é polissêmica, ou seja, é portadora de
sentidos diversos (tem uma dimensão econômica, social, cultural,
ecológica, territorial, etc)‫;‏‬
 A participação e o controle social na gestão ambiental depende da
superação de assimetrias.
 A prática de educação ambiental deve ser: Crítica, Transformadora e
Emancipatória.

O QUE QUEREM?

 O exercício da cidadania, expresso através da participação coletiva e


permanente, tanto na elaboração e execução de políticas públicas de
gestão do uso dos recursos naturais quanto nas decisões que afetam a
qualidade do ambiente.

O QUE ESPERAM COMO RESULTADO?

 Intervenção qualificada e participação no processo político a partir da


sensibilização, mobilização, organização e formação dos grupos sociais;
 Efetividade maior nas políticas de descentralização da gestão ambiental;
 Disjudicialização e diminuição dos conflitos socioambientais;
 Diminuição das assimetrias e melhoria da qualidade de vida;
COM QUEM TRABALHAM? QUAL O PUBLICO?

 Grupos sociais historicamente excluídos dos processos decisórios


(sujeitos da ação educativa), prioritariamente:
 Escolas, com foco na comunidade escolar ampliando sua atenção
e ação para o ambiente do seu entorno (vizinhança), buscando
trabalhar as vulnerabilidades presentes;
 Populações tradicionais (caiçaras, pescadores, ribeirinhos,
quilombolas, indígenas, etc);
 Agricultores, pequenos produtores rurais;
 Grupos sociais residentes em Unidades de Conservação e no seu
entorno;
 Grupos sociais afetados por empreendimentos de alto impacto
ambiental, expostos à riscos ambientais e tecnológicos;
 Técnicos e gestores ambientais.

QUAL O PONTO DE PARTIDA?

Análise (crítica e historicizada) da realidade socioambiental vivida pelos


sujeitos da ação educativa:
Identificação dos:
 Problemas e conflitos ambientais existentes;
 das potencialidades ambientais;
 dos possíveis parceiros;
 da vulnerabilidade socioambiental;
 das prioridades;

O QUE SE PRODUZ?

Uma agenda de prioridades (Plano de Ação) transformadas em ações e


projetos com objetivos, metas e resultados alcançáveis a curto, médio e longo
prazo.

COMO SE ORGANIZA?

Para poder atuar em diferentes espaços pedagógicos a SEAM/SEA se


organizou através de três eixos ou coordenações principais. Vamos conhecê-
las:
 Coordenadoria de Educação (eixo de educação ambiental formal).
Voltada para ações que envolvem o sistema público de ensino (escolas,
centros profissionalizantes, universidades etc.).
 Coordenadoria de Projetos Socioambientais (eixo de educação
ambiental não-formal). Envolve as unidades de conservação da natureza
(reservas, parques, dentre outras categorias de UCs), comitês de bacia
hidrográfica, grupos, comunidades e movimentos sociais, o setor
produtivo e o turismo.
 Coordenadoria de Educomunicação (Educação e Comunicação
Ambiental). Atravessa os dois eixos anteriores e se fundamenta em uma
política de comunicação ambiental que esteja baseada nos princípios de
democratização da informação, promoção e inclusão das questões
socioambientais no debate público, no direito à comunicação comunitária
e à informação em TV, rádio, jornal, revista, internet etc. Articula
comunicação popular com processos decisórios coletivos, usando as
novas tecnologias de informação e comunicação.

I – COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL:


Está voltado para as ações que envolvem o sistema público de ensino
(escolas, centros profissionalizantes, universidades etc.).
A Superintendência de Educação Ambiental (SEAM/SEA), durante os sete
anos de sua existência, atuou em parceria com as Secretarias Estaduais de
Educação e de Ciência e Tecnologia no enraizamento da educação ambiental
formal no Estado do Rio de Janeiro. A ação conjunta entre essas secretarias
envolveu a estruturação de um programa de formação continuada dos
profissionais de ensino, que teve sua capacidade significativamente ampliada
com os investimentos feitos para a UERJ, a elaboração de material pedagógico
impresso e a aquisição de uma plataforma de ensino a distância para o sistema
CEDERJ/CECIERJ, fato esse importantíssimo pois possibilitou a capilarização
da política de EA, levando o Programa para os 92 municípios do Estado do Rio
de Janeiro.
O principal Programa desenvolvido, o ELOS DE CIDADANIA, visou
comprometer as escolas com o ambiente no qual elas estão inseridas,
qualificando professores e alunos no uso dos instrumentos de gestão ambiental
e na elaboração e execução de Plano de Ação Socioambientais (a Agenda 21
Escolar), de forma participativa e integrada. Processo que significou, na prática,
a inclusão da temática ambiental e de desenvolvimento na escola, em sua
relação com a comunidade local, e a inserção da educação ambiental nos
projetos políticos pedagógicos escolares de forma transversal.
O Programa ELOS DE CIDADANIA foi um marco histórico no Rio de Janeiro.
Primeiro por ter se configurado como um programa de formação continuada,
depois por criar as condições necessárias e oportunizar aos participantes o
desenvolvimento de habilidades e capacidades para o exercício da cidadania
ambiental, incentivando a participação na vida pública local, a ocupação dos
espaços públicos decisórios, como os conselhos municipais de meio ambiente,
conselhos gestores de unidades de conservação, comitês de bacias
hidrográficas, entre outros, para que pudessem participar das discussões e
influenciar as decisões sobre alterações e usos dos recursos ambientais das
regiões nas quais eles estão inseridos, comprometendo-se com o exercício do
controle social sobre as ações de gestão ambiental praticada pelo Estado.
O PROGRAMA ELOS DE CIDADANIA foi realizado de 2007 à 2014, executado
em parceria com a UERJ e o CEDERJ/CECIERJ, e financiado com recursos do
FECAM.

II – COORDENADORIA DE PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS


O Eixo Não Formal envolve os Mosaicos de unidades de conservação da
natureza (reservas, parques, dentre outras categorias de UCs), comitês de
bacia hidrográfica, grupos, comunidades e movimentos sociais, o setor
produtivo, o turismo, técnicos de prefeituras e os conselhos municipais de meio
ambiente.
A Coordenadoria de Projetos Socioambientais teve como objetivo atuar na
organização social e na formação de grupos, comunidades e movimentos
sociais para a participação na vida pública e no uso dos instrumentos de
gestão ambiental, e executou os programas AMBIENTE LOCAL (2008 à 2010),
voltado para a formação de técnicos, gestores públicos municipais e membros
de conselhos municipais de meio ambiente; e o Programa AMBIENTE EM
AÇÃO (de 2011 à 2014), voltado para o enfrentamento dos conflitos e das
injustiças socioambientais, e que se articulou em três eixos principais
envolvendo público LGBT (componente Ambiente Saudável é Sem Homofobia),
Inter-religioso (componente Elos da Diversidade voltado para o enfrentamento
da intolerância religiosa nas unidades de conservação da natureza) e
moradores de favelas e comunidades cariocas.
Os Programas foram financiados pelo FECAM e executados em parceria com a
AEMERJ e a UERJ.

III – COORDENADORIA DE EDUCOMUNICAÇÃO SOCIOAMBIENTAL;


A Educomunicação Socioambiental associa processos educativos participativos
com comunicação popular de conteúdo socioambiental, e atravessa os dois
eixos anteriores. Fundamenta-se em uma política de comunicação ambiental
que esteja baseada nos princípios de democratização da informação,
promoção e de inclusão das questões socioambientais no cotidiano, construção
coletiva, no direito à comunicação e informação em TV, rádio, jornal, revista,
internet e demais veículos de comunicação.

Tem como principais objetivos (baseado em Documentos Técnicos – 2 –


Programa de Educomunicação Socioambiental, do Órgão Gestor da Política
Nacional de Educação Ambiental- MMA/MEC):
1. Promover o acesso democrático à produção e difusão de informação;
2. Facilitar a percepção da maneira como o mundo é editado nos meios;
3. Facilitar o ensino/aprendizagem pelo uso criativo dos meios de
comunicação, não apenas do ponto de vista instrumentalista, mas
partindo da percepção de suas peculiaridade e da importância de
democratizar seu acesso;
4. Promover a expressão comunicativa dos membros da comunidade
educativa.
De 2007 à 2014 a Coordenadoria de Educomunicação desenvolveu o
PROGRAMA NAS ONDAS DO AMBIENTE, envolvendo escolas da rede
pública, unidades de conservação, Mosaicos, comunidades tradicionais e
rádios comunitárias. O programa foi executado com recursos do FECAM e em
parceria com a UERJ e o Viva Rio.
FASE IV (2014 ao presente momento) – Fase de desmonte da Política
Estadual de Educação Ambiental.
Infelizmente, com a mudança política ocorrida no Governo do Estado em 2014,
ano eleitoral, mudaram-se os Secretários de Ambiente e de Educação, e com
eles as prioridades políticas até então estabelecidas, desarticulando-se as
parcerias implantadas desde 2007. A SEAM foi extinta em 2015, e todos os
programas cancelados. Também foi desmontada a política de finaciamento da
educação ambiental desenvolvida pela SEA juto a Camara de Compensação
Ambiental e ao FECAM, que teve suas deliberações 22 e 24 revogadas. A boa
notícia é que essa política de financiamento inspirou a criação de um Projeto
de Lei Estadual para tornar ela legal e estruturada através de uma norma legal
mais forte que uma Deliberação Normativa, como são as Leis.

POLÍTICA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Marco Legal: Lei nº 3.325, de 17/12/1999 – Institui a Política Estadual de


Educação Ambiental, cria o Programa Estadual de Educação Ambiental e o
Grupo Interdisciplinar de Educação Ambiental - GIEA.
Coordenação: Sistema Estadual de Educação e de Meio Ambiente
Responsáveis legais por propor, analisar e aprovar a Política e o Programa
de EA:
• Órgãos Estaduais de Educação e de Meio Ambiente (SEDUC e SEA).
• Conselho Estadual de Educação (CEE).
• Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONEMA).
• GIEA (CIEA).
Decretos regulamentadores da Lei 3.325/99
• Decreto Nº 27.599, de 18 de Dezembro de 2000.
• Decreto Nº 27.781, de 15 de Janeiro de 2001. Composição do Grupo
Interdisciplinar de Educação Ambiental GIEA predominantemente
governamental. A sociedade civil tem apenas um assento e é representada
pela ABONG, associação brasileira de Ongs.
• Decreto Nº 40. 710, de 10 de Abril de 2007 - Estabelece novas
funções e composição do Plenário do GIEA, que passa a ser paritário: 6
instituições governamentais e 6 não-governamentais (universidades e
instituições científicas), mas sem a participação dos movimentos sociais,
redes e coletivos. A coordenação passa a ser exercida pela Secretaria de
Estado do Ambiente.
• Decreto Nº 40.887, de 07 de agosto de 2007 - Recomposição das
instituições membros da plenária do GIEA. A sociedade civil passa a ter
assento através dos sindicatos de professores, rede de educadores do
Estado do Rio de Janeiro, coletivo jovem.
Conclusão
Como foi visto, a educação ambiental no Rio de Janeiro acompanhou o
processo de criação da política nacional de educação ambiental e teve seu
marco legal no mesmo ano que a nacional. Entretanto, apesar da Lei que a
criou ter sido publicada em 1999, foi apenas a partir de 2007 que a educação
ambiental conseguiu se estruturar administrativamente nos órgãos
relacionados ao meio ambiente e a educação, conseguido uma política de
financiamento própria que tornou possível levar os diferentes programas de
formação para todo o Estado. A maioria dos Programas da SEAM/SEA
desenvolvidos no período de 2007 à 2014 atingiram os 92 municípios do Rio de
Janeiro, fato nunca antes registrado na história de uma política pública de
educação ambiental no Rio de Janeiro, constituindo-se num marco histórico
importante. Atuando tanto nos espaços formais de educação quanto nos não-
formais, os Programas criaram as condições necessárias para o
desenvolvimento de habilidades e capacidades para o exercício da cidadania
ambiental, incentivando a participação na vida pública local, o uso dos
instrumentos de gestão ambiental, a ocupação dos espaços públicos
decisórios, como os conselhos municipais de meio ambiente, conselhos
gestores de unidades de conservação, comitês de bacias hidrográficas, entre
outros, para que pudessem participar das discussões e influenciar as decisões
sobre alterações e usos dos recursos ambientais das regiões nas quais eles
estão inseridos, comprometendo-se com o exercício do controle social sobre as
ações de gestão ambiental praticada pelo Estado.

Infelizmente, com as mudanças políticas ocorrida no Governo do Estado em


2014, a educação ambiental perde poder, prestígio e influência, culminando na
extinção da SEAM/SEA e no cancelamento de todos os programas.
Atividade Final (atende aos objetivos 1, 2 e 3)
A partir da atividade proposta na Atividade Final da aula anterior, contextualize-
a no âmbito das políticas públicas relacionadas à Educação Ambiental no
Estado do Rio de Janeiro.

Resposta comentada
Caso você tenha conseguido correlacionar sua proposta às ações e aos
objetivos previstos na legislação referente à Educação Ambiental no Estado do
Rio de Janeiro, você concluiu esta aula. Porém, se ainda encontra dificuldades,
releia os aspectos legais nela destacados.

Referencia bibliografica
SEA. Agenda 21 Escolar: a Agenda 21 Local em construção. Disponível em
http://www.semadur.rj.gov.bres/sup_edu_amb/edu_ambiental_agen_21.html.
Acessado em 30 jul. 2009

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