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1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O Direito Processual Civil emerge, no mundo jurídico, com uma função bem
específica – regular as formas, meios e maneiras do cidadão buscar seu direito
material perante o Poder Judiciário.
Aparece, então, como forma de igualdade (já que fixa as mesmas normas para
todos os cidadãos, indistintamente) e instrumental (instrumento para busca do
reconhecimento do direito material pretendido.
Dessa forma e com esse objetivo, existem alguns conceitos básicos que devem
ser entendidos e fixados.
1.1 Jurisdição
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para agir por conta própria, ou seja, de ofício, deve necessariamente ser provocado
pela parte interessada, conforme o artigo 2º do CPC).
1.2 Ação
O cidadão, para tirar o Poder Judiciário da sua inércia, para provocar tal poder,
tem uma fora específica – A Ação judicial.
a) Ação de Conhecimento; e
b) Ação de Execução
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Emerge, então, um terceiro conceito clássico e necessário: o de rito ou
procedimento.
Ou seja, a lei define a soma de atos processuais que deverão acontecer entre
o início (petição inicial) e o fim da ação (sentença).
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A mais singela será simplesmente verificar o índice do CPC – lá consta (a partir
do art. 539) o capítulo dos Procedimentos Especiais. Ou seja: todos os pedidos que
vão tramitar utilizando ou respeitando um rito/procedimento especial devem ter
previsão expressa no CPC (importante: ou em lei especial – Ex.: Lei de Alimentos
prevê procedimento especial para o pedido de alimentos).
1.4 Competência
Diante disso, para fixar a competência federal basta verificar o art. 109 da
Constituição Federal – ali ficou definido quais seriam as circunstâncias que acarretam
a competência federal (da Justiça Federal).
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Já a competência estadual (Justiça Estadual) é definida de forma residual – o
que não for de competência federal, será de competência estatual.
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A modificação da competência poderá ocorrer apenas na competência relativa,
não sendo possível na competência absoluta. Está disciplinada nos artigos 54 a 63 do
CPC e tem as seguintes causas de modificação:
Aqui também ocorre a reunião de duas ou mais ações, visando evitar decisões
divergentes. As regras aplicadas à conexão aplicam-se também a continência.
O primeiro inciso dispõe que ninguém será processado nem sentenciado senão
pela autoridade competente, e o segundo, que não haverá juízo ou tribunal de
exceção.
Art. 5º, LV, CF: aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes;
Importante, aqui, chamar a atenção para o fato que o juiz não pode proferir
nenhuma decisão sem antes ter ouvido todas as partes, é vedada a decisão
surpresa, nem mesmo quando se tratar de matéria que deva ser decidida de ofício
(arts. 9º e 10 do CPC).
ATENÇÃO: Cabe ao Poder Judiciário fazer com que o devido processo legal e
o contraditório sejam respeitados, na forma da parte final do art. 7º do Código de
Processo Civil.
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Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,
incumbindo-lhe:
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios
de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir
maior efetividade à tutela do direito;
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos,
e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
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A parte que agir com má-fé pode ser penalizada com multa. As práticas
consideradas má-fé estão previstas no art. 80 do CPC:
Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como
autor, réu ou interveniente.
§ 3º O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível
mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos
próprios autos.
Está previsto no artigo 5º, inciso LXXVIII, da CF (“a todos, no âmbito judicial e
administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação”) e nos artigos 4º e 6º do CPC.
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2.8 Princípio do duplo grau de jurisdição
Está previsto nos artigos 5º, LX, 93, X, ambos da CF e artigos 11, caput, e 368
ambos do CPC, impõe que sejam públicos os julgamentos dos órgãos do Poder
Judiciário, justifica-se no fato de haver interesse público maior que somente das
partes, pois visa a garantia da paz e harmonia social.
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IMPORTANTE – recordar a exceção a este princípio: processos que tramitam
com segredo de justiça (art. 189 do CPC).
3. ACESSO À JUSTIÇA
Foi definido, no art. 82 do CPC, que o autor, ao propor uma ação, deverá fazer
o adiantamento das custas processuais (ou seja, a parte autora deverá fazer o
recolhimento das custas para ter sua ação distribuída).
O próprio art. 82 do CPC prevê que no caso de Justiça Gratuita restará a parte
isenta do pagamento de custas e despesas processuais.
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É concedido a qualquer das partes, podendo ser, inclusive, a um terceiro que
interveio no processo, desde que cumpra os requisitos impostos na lei.
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A parte vencida no processo é denominada de sucumbente – e deverá arcar
com os ônus desta derrota (da sucumbência).
Dentre os ônus está o pagamento das custas (art. 82, parágrafo segundo, do
CPC) para a parte vencedora (como já referido anteriormente).
Tal condenação deverá ser fixada na forma estabelecida no art. 85, parágrafo
segundo, do CPC.
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Os mesmos motivos de impedimento e suspeição vão ser aplicados ao
Ministério Público, auxiliares da justiça e demais sujeitos imparciais do processo
(quando a testemunha, impedimento e suspeição serão alegados através da
contradita).
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O juiz poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem
necessidade de declarar suas razões (§1º, art. 145, CPC), protegendo a sua
intimidade.
3.6 Litisconsórcio
Ainda, o litisconsórcio poderá ser simples, quando a sentença não tiver que ser
igual para todos os litisconsortes, ou unitário, quando necessariamente precisar ser
igual para todos.
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3.7 Intervenção de Terceiros
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e) Amicus Curie: O amicus Curie está previsto no art. 138 do Código de Processo
Civil e sua finalidade é auxiliar na formação de convencimento do juiz.
Para que seja admitido o Amicus Curie, deverá ser observada a relevância da
matéria, a especificidade do tema objeto da demanda e a repercussão social da
controvérsia.
4. ATOS PROCESSUAIS
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De acordo com art. 203, §1º, do CPC, sentença é o meio pelo qual o juiz
extingue a ação e a execução, com ou sem resolução do mérito (artigos 487 e 485 do
CPC).
Nestes casos definidos no art. 178 e art. 698, parágrafo único, do CPC, a
intimação do MP será obrigatória (179, I, do CPC), sendo que a falta de intimação
acarretará a nulidade do processo (art. 279 do CPC).
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Um ato processual será considerado nulo quando não observar todos os
requisitos de validade e acarretar algum prejuízo.
De acordo com o artigo 277 do CPC, o ato será considerado válido pelo juiz,
desde que tenha alcançado a finalidade para o qual foi previsto, mesmo que tenha
sido realizado de forma contrária a lei. Isso porque adota-se o princípio da
instrumentalidade das formas, que diz que a forma é necessária apenas para que o
ato alcance o seu objetivo, sendo que se atingir o objetivo por outro meio não existirá
o vício (exemplo: o réu é citado de forma incorreta, mas comparece à audiência e se
defende - o ato que inicialmente era nulo se tornará válido).
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Para efeito processual, além dos declarados em lei, também se consideram
como feriados, os sábados, os domingos e os dias em que não haja expediente nos
órgãos jurisdicionais (artigo 216 do CPC).
Ou seja, são dias úteis aqueles que não forem considerados feriado.
Os prazos, no direito processual civil, serão contados apenas em dias úteis (art.
219 do CPC).
Para contagem dos prazos, como regra, será identificado o dia do começo (art.
231 do CPC), excluindo-se tal dia conforme o art. 224 do CPC (exclui-se o dia do
começo e inclui-se o do final).
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Também incidirá o prazo em dobro no caso do art. 229 do CPC (litisconsórcio
com diferentes procuradores de escritórios distintos) – IMPORTANTE: segundo o
parágrafo segundo do 229 do CPC, tal dispositivo não se aplica aos processos em
autos eletrônicos.
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Art. 235. Qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá
representar ao corregedor do tribunal ou ao Conselho Nacional de
Justiça contra juiz ou relator que injustificadamente exceder os prazos
previstos em lei, regulamento ou regimento interno.
§ 1º Distribuída a representação ao órgão competente e ouvido previamente
o juiz, não sendo caso de arquivamento liminar, será instaurado procedimento
para apuração da responsabilidade, com intimação do representado por meio
eletrônico para, querendo, apresentar justificativa no prazo de 15 (quinze)
dias.
§ 2º Sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis, em até 48 (quarenta
e oito) horas após a apresentação ou não da justificativa de que trata o § 1o,
se for o caso, o corregedor do tribunal ou o relator no Conselho Nacional de
Justiça determinará a intimação do representado por meio eletrônico para
que, em 10 (dez) dias, pratique o ato.
§ 3º Mantida a inércia, os autos serão remetidos ao substituto legal do juiz ou
do relator contra o qual se representou para decisão em 10 (dez) dias.
4.8.1 Citação
Formas de citação:
Art. 246. A citação será feita:
I – pelo correio;
II – por oficial de justiça;
III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório;
IV - por edital;
V - por meio eletrônico, conforme regulado em lei.
Segundo o artigo 247 do CPC, a citação não poderá ser por correio quando:
A chamada citação por hora certa, nada mais é do que após duas tentativas
de citação pelo oficial de justiça, poderá o réu ser citado por hora certa, desde que
seja suspeito de ocultação (art. 252 do CPC)
Cuidado: o oficial que vai duas vezes na casa do réu e ele não se encontra
porque está trabalhando, não dá motivos para fazer a citação por hora certa.
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O Edital será publicado em plataformas digitais, no site do Tribunal de Justiça
(se em âmbito estadual) e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), sendo
FACULTATIVA a publicação em jornal local.
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente,
induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o
devedor, ressalvado o disposto nos
§ 1o A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a
citação, ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de
propositura da ação.
§ 2o Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez) dias, as providências
necessárias para viabilizar a citação, sob pena de não se aplicar o disposto
no § 1o.
§ 3o A parte não será prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao
serviço judiciário.
§ 4o O efeito retroativo a que se refere o § 1o aplica-se à decadência e aos
demais prazos extintivos previstos em lei.
De acordo com o artigo 244 e 245 do CPC, não poderão ser citados, salvo para
evitar perecimento do direito:
Art. 244.
I - de quem estiver participando de ato de culto religioso;
II - de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau,
no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes;
III - de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento;
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IV - de doente, enquanto grave o seu estado.
Art. 245. Não se fará citação quando se verificar que o citando é mentalmente
incapaz ou está impossibilitado de recebê-la.
4.8.2 Intimação
Forma de dar ciência as partes sobre atos e termos do processo – art. 269 do
CPC.
Intimação direta – feita pelo advogado de uma das partes para o advogado da
parte adversa, na forma do 269, parágrafo primeiro e segundo, do CPC.
4.8.3 Cartas
O art. 69, parágrafo segundo, do CPC elenca alguns atos processuais que
poderão ser produzidos via Cartas.
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autorizar a execução da carta rogatória, pois quem vai de fato executar, escutar a
testemunha ou parte, será o juiz federal (art. 109, X, da CF).
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5. TUTELAS PROVISÓRIAS
Por outro lado, a tutela de urgência exige, para sua concessão, a presença dos
requisitos do art. 300 do CPC (podendo ser requerida e analisada de forma incidente
ou antecedente).
A petição inicial deverá indicar se o autor deseja ou não de que lhe seja
designada audiência de conciliação ou mediação (art. 334 do CPC), bem como,
deverá juntar a procuração contendo nome do advogado, OAB, endereço completo
(art. 105, §2º, do CPC).
Se a petição inicial estiver irregular, por faltar algum dos requisitos dos arts.
319/320 do CPC, ou apresentar defeitos e irregularidades capazes de dificultar o
julgamento de mérito, o juiz determinará que o autor emende ou a complete, no prazo
de 15 dias (informando, com precisão, o que deve ser corrigido ou completado - artigo
321, do CPC).
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Não cumprida tal diligência, a petição inicial será indeferida (art. 321, parágrafo
único, do CPC) – restando a ação extinta sem resolução do mérito, na forma do art.
485, I, do CPC.
A decisão que indefere a inicial, por gerar a extinção sem resolução do mérito,
é uma sentença (recorrível via apelação).
Para que não viole o princípio da ampla defesa e do contraditório, o juiz deverá
ouvir o autor.
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DICA OLHO DE TIGRE
Também pode configurar causa/fundamento para a improcedência liminar
dos pedidos a identificação de prescrição ou decadência (art. 332, parágrafo
primeiro, do CPC) – neste caso, haverá extinção com resolução de mérito
conforme o art. 487, II, do CPC.
De acordo com o artigo 334 do CPC, o juiz ao receber a petição e não for caso
de improcedência liminar ou indeferimento, deverá designar a audiência de
conciliação ou mediação com antecedência mínima de 30 dias, sendo que o réu terá
que ser citado, pelo menos 20 dias antes da audiência,
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A audiência também não será realizada se o juiz, ao receber a inicial,
entender que não é o caso de autocomposição – situação onde mandará citar o
réu para contestar.
Contudo, se a parte não puder comparecer, poderá ser representada por seu
advogado, desde que tenha procuração com poderes específicos (art. 334, §10, do
CPC).
6.6 Contestação
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Em resumo, o prazo para contestação será contado:
a) Da audiência (se ocorrer audiência);
b) Da citação, se o réu for citado para contestar;
c) Da juntada do último comprovante citatório se vários forem os réus e todos
forem citados para contestar;
d) Do protocolo do pedido de cancelamento da audiência do art. 334 do CPC,
caso ela não ocorra por vontade das partes (sendo que, neste caso,
ocorrendo litisconsórcio no polo passivo, o prazo será independente para
casa réu, a partir do respectivo protocolo).
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E, aqui, fato não contestado será considerado presumidamente verdadeiro.
A não impugnação pelo réu, gera a preclusão, isto é, de acordo com o artigo
293, do CPC, não haverá outro momento para impugnar o valor da causa.
6.7 Reconvenção
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Além da contestação, o réu poderá se valer da reconvenção para contra-atacar
o autor, isto é, através da reconvenção o réu poderá formular pretensões, assim como
fez o autor na petição inicial.
Revelia
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Importante recordar que os do art. 345 do CPC são hipóteses que afastam a
aplicação dos efeitos da revelia (o réu permanece revel, mas contra ele não se aplicam
os efeitos, ou seja, a presunção de veracidade dos fatos):
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei
considere indispensável à prova do ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou
estiverem em contradição com prova constante dos autos.
IMPORTANTE - essa decisão poderá ser apenas uma parcela do processo, caso em
que será impugnável por agravo de instrumento, conforme parágrafo único, do artigo
354, do CPC.
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Reconhecendo o magistrado a desnecessidade de produção de mais provas
em audiência de instrução e julgamento (provas orais, periciais e inspeção judicial),
estará autorizado a proferir sentença com resolução de mérito, segundo artigo 355,
do Código de Processo Civil:
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I – Resolvendo e julgando as questões processuais pendentes;
II – Fixando os fatos controvertidos (os quais serão objeto de produção
probatória);
III – Estabelecendo o ônus (obrigação) de produzir a prova (respeitado o art.
373);
IV – Definindo os meios de prova;
V – Identificando as questões de direito relevantes (até em respeito ao art. 10);
VI – Aprazando audiência de instrução e julgamento, caso necessário.
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A audiência é pública, ressalvada algumas exceções legais (art. 368 e 189,
CPC):
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6.11 Teoria Geral da Prova
Conceito de prova
Ônus da prova
Prova emprestada
Ata notarial
Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados
ou documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por
tabelião.
Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em
arquivos eletrônicos poderão constar da ata notarial.
Depoimento pessoal
As partes serão ouvidas em separado, sendo vedado quem ainda não depôs,
assistir ao interrogatório da outra parte (Art. 385, §2º, CPC).
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Somente não será obrigada a prestar depoimento pessoal nas hipóteses
elencadas no artigo 388, do CPC (ou seja, nestes casos a negativa de prestar
depoimento ou de responder as perguntas não acarretará a pena de confissão):
Confissão
Eficácia da confissão por representante (art. 392, §2º, CPC e 213, parágrafo
único, CC): é possível a confissão espontânea feita pelo representante legal, contudo,
quem confessa é o representado, o representante é quem apresentará a confissão
espontânea ao magistrado, ou seja, ele é mero condutor da vontade declarada pelo
real confitente.
Para isso serão necessários poderes especiais (Art. 390, §1º, e 105, do
CPC).
A confissão, uma vez feita, é irrevogável, salvo se for provado que ela acontece
em decorrência de erro de fato ou coação (art. 393, caput, do CPC) – nesse caso
poderá ser anulada.
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O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se encontre em
seu poder, sempre que o exame desses bens seja útil ou necessário para a instrução
processual (art. 396, CPC).
Documentos públicos
O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos
que o escrivão, o chefe de secretaria, o tabelião ou o servidor declararem que
ocorreram em sua presença (Art. 405, CPC).
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Documentos particulares
Documentos particulares são, por óbvio, aqueles que não ocorrem por
interferência de órgão público em sua elaboração.
Sempre que uma das partes requerer a juntada de documento aos autos, o juiz
ouvirá a outra parte, no prazo de quinze dias, podendo esse prazo ser dilatado,
levando-se em consideração a complexidade da documentação (Art. 437, CPC).
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A prova testemunhal é um dos meios mais utilizados no processo civil, consiste
na inquirição em audiência de pessoas que não sejam as próprias partes, que tenham
presenciado ou possam contribuir sobre os fatos relevantes no julgamento.
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Será na decisão de saneamento que o juiz irá determinar quais provas serão
deferidas, quais testemunhas serão ouvidas, sendo designada audiência de instrução
para sua oitiva.
Cada parte poderá arrolar até 10 testemunhas, 3 para cada fato, podendo o
juiz dispensar as que considerar impertinentes (art. 357, §6º, CPC).
Contradita
Tem direito a parte de, caso a testemunha seja impedida, suspeita ou incapaz
de contraditá-la – ou seja, demonstrar que o depoente não pode prestar depoimento
sob o juramento (compromisso de dizer a verdade).
Intimação da Testemunha
A intimação deve ser realizada por carta com aviso de recebimento (AR),
devendo o advogado juntar aos autos, com antecedência de 3 dias da data da
audiência, cópia do AR e do comprovante de recebimento pela testemunha (Art. 455,
§1º, CPC).
Conforme §4º, do artigo 455, do CPC a intimação só será feita pela via judicial
quando:
I - For frustrada a intimação prevista no § 1o deste artigo;
II - Sua necessidade for devidamente demonstrada pela parte ao juiz;
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III - figurar no rol de testemunhas servidor público ou militar, hipótese em que o
juiz o requisitará ao chefe da repartição ou ao comando do corpo em que servir;
IV - A testemunha houver sido arrolada pelo Ministério Público ou pela
Defensoria Pública;
V - a testemunha for uma daquelas previstas no art. 454.
Prova pericial
A prova pericial é o meio utilizado quando a apuração dos fatos exige estudos
técnicos, conhecimento de profissionais especializados em determinadas áreas.
Nestes casos são nomeados peritos, que realizam exame, vistoria ou avaliação.
6.13 SENTENÇA
A sentença é ato do juiz que extingue o processo (art. 316 do CPC) com ou
sem resolução do mérito (art. 485 e 487, do CPC).
Sentença terminativa: que põe fim ao processo, sem resolver o mérito, conforme o
artigo 485, do CPC, o direito a ação permanece, mesmo após proferida a sentença.
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A extinção regulada pelo art. 485 do CPC terá como fundamento as
circunstâncias listadas nos incisos de tal dispositivo.
A fundamentação da sentença
A sentença possui limites que, se não respeitados, provocam sua nulidade, são
as chamadas sentenças ultra petita, citra petita e extra petita.
Sentença extra petita é aquela que o juiz julga pedido que não foi proposto pelo
autor.
Sentença ultra petita é aquela que o juiz condena o réu em quantidade superior
à pedida
A sentença infra ou citra petita é quando o juiz deixa de apreciar algum pedido
da parte, quando houver cumulação de pedidos.
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Remessa necessária
Nestes casos, se não for interposta apelação no prazo legal, o juiz ordenará a
remessa dos autos ao tribunal e se não fizer, deverá o presidente do respectivo
tribunal avocá-los.
Por primeiro, quanto ao valor (art. 496, parágrafo terceiro, do CPC) - não se
aplicará a remessa necessária quando a condenação for inferior a
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I - súmula de tribunal superior;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas
ou de assunção de competência;
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito
administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação,
Coisa Julgada
Efeito que atinge a decisão de mérito não mais sujeita a recurso, tornando-a
IMUTÁVEL e INDISCUTÍVEL – art. 502 do CPC.
Ação Rescisória
Somente é possível se fundamentada nos casos do art. 966 do CPC. Pode ser
proposta no prazo de dois anos a partir do trânsito em julgado (art. 975 do CPC).
7. AÇÃO DE EXECUÇÃO
Este título pode ser judicial (conforme art. 515 CPC) ou extrajudicial (aqueles
elencados art. 784 CPC), a fim de que a atividade executiva seja exercida.
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7.1 Requisitos do título executivo (judicial e extrajudicial)
Os arts. 783 e 785 do CPC dispõem que “A execução para cobrança de crédito
fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível”.
Ou seja:
*Esquema
Tal princípio pode ser extraído do art. 789 do CPC, que dispõe:
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros
para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas
em lei.
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7.4 Legitimidade na Execução
Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere
título executivo.
§ 1o Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão
ao exequente originário:
I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte
deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo;
III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for
transferido por ato entre vivos;
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
§ 2o A sucessão prevista no § 1o independe de consentimento do executado.
Art. 831. O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-rogado nos
direitos do credor; mas só poderá demandar a cada um dos outros fiadores
pela respectiva quota.
Parágrafo único. A parte do fiador insolvente distribuir-se-á pelos outros.
Art. 794. O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que primeiro
sejam executados os bens do devedor situados na mesma comarca, livres e
desembargados, indicando-os pormenorizadamente à penhora.
§ 2o O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos autos
do mesmo processo.
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Art. 779. A execução pode ser promovida contra:
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação
resultante do título executivo;
IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial;
V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do
débito;
VI - o responsável tributário, assim definido em lei.
Sobre a legitimidade passiva prevista no art. 779, III, do CPC (novo devedor
que assumiu com consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo)
é importante destacar a necessidade de concordância prévia do credor, já que o
devedor responde com seus bens pela execução.
O caso do art. 779, IV, do CPC é aquele em que figura no polo passivo da
execução o fiador do débito constante em título extrajudicial. É importante frisar que o
fiador, caso não tenha renunciado, tem direito ao benefício de ordem (art. 827 do CC),
podendo requerer que sejam executados primeiramente os bens do devedor, sitos no
mesmo munícipio, livres e desembargados (tantos quantos bastarem para quitação
do débito).
Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir,
até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do
devedor.
Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere
este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, livres
e desembargados, quantos bastem para solver o débito.
IMPORTANTE:
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A segunda parte do inciso 2º do art. 833 do CPC refere-se à possibilidade de
penhora dos ganhos excedentes a 50 salários mínimos mensais, seja qual for a origem
da obrigação.
SÚMULAS IMPORTANTES
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A execução por quantia certa tem o objetivo de compelir o devedor a pagar
determinada quantia em dinheiro.
Destaca-se que a penhora nada mais é do que a individualização dos bens que
serão afetados pelo pagamento da obrigação.
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Percebe-se, pela análise do parágrafo primeiro, que a referência é que a
penhora deva ser feita sobre dinheiro.
O art. 854, do CPC, na linha desta preferência, regula a PENHORA ON-LINE,
que ocorre quando o juiz determina o bloqueio de valores diretamente da conta do
devedor, através da emissão de comandos às unidades supervisoras das instituições
financeiras.
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Caso o valor do crédito seja inferior ao valor da avaliação, o credor deve
depositar a diferença em juízo, na forma do art. 876, §4º, I, do CPC).
ALIENAÇÃO DO BEM, que far-se-á por iniciativa particular (art. 866 do CPC)
ou em leilão judicial eletrônico ou presencial (art. 879, CPC).
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7.7 Embargos à execução
A propositura de embargos à execução é a forma que o executado ataca a ação
de execução fundada em título executivo extrajudicial.
Trata-se de uma ação autônoma, mas vinculada à execução (deve ser proposta
no juízo da execução e a distribuição deve ser por dependência com tramitação em
autos apartados).
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Importante destacar que o credor não poderá opor-se ao parcelamento, pois
se trata de um direito que a lei confere ao devedor, mas será intimado (art. 916, §1º,
do CPC) para manifestar-se em 5 dias sobre o preenchimento dos pressupostos.
EFEITO SUSPENSIVO
O art. 919 do CPC prevê que os Embargos a Execução não terão efeito
suspensivo (ou seja, prossegue a execução).
Como forma de exceção, poderá ser concedida tal efeito (para suspender a
execução, desde que presentes os requisitos do art. 919, parágrafo primeiro, do CPC).
O art. 523, §1º, do CPC dispõe que: “Não ocorrendo pagamento voluntário no
prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de
honorários de advogado de dez por cento.”
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Em caso de pagamento parcial do débito, aplica-se o §2º: “Efetuado o
pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no §
1o incidirão sobre o restante”.
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7.11 Cumprimento de Sentença contra Fazenda Pública
Tanto a fraude contra execução quanto a fraude contra credores visam atacar
o desfazimento do patrimônio pelo devedor.
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ATENÇÃO: Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o
terceiro adquirente, que, se quiser poderá opor EMBARGOS DE TERCEIRO, no
prazo de 15 dias, conforme art. 792, §4º, do CPC.
IMPORTANTE:
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arquivamento dos autos (§2º), nada impedindo seu posterior desarquivamento se a
qualquer tempo forem encontrados bens penhoráveis (§3º).
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Nos demais casos, quando houver a extinção da ação de execução e os
embargos versarem sobre questões de direito material, a extinção dos embargos
dependerá de concordância do embargante/impugnante (art. 775, parágrafo único, II,
do CPC).
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