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FACULDADE LIONS

PROFESSOR: MARCELO CATELLI/ NPJ IV


ALUNO: GUSTAVO OLIVEIRA DOS SANTOS
TURMA: 8° P MATUTINO.

Maria, parteira, já condenada por crime anterior, foi processada pelo


delito capitulado no art. 126 do Código Penal, por ter praticado aborto em uma
mulher que a procurou, tendo confessado a maneira abortiva tanto na fase policial
como na judicial. A vítima não foi submetida a exame de corpo de delito. Finda a
instrução preliminar, o Magistrado, com fundamento nas suas confissões,
pronunciou-a, intimada, a parreira procurou outro advogado. O prazo para
Recurso está fluindo, apresente a medida em favor da parteira.

Peça será redigida em seguida.


AO JUÍZO DE DIREITO DA __ VARA DO JÚRI DA COMARCA DE ______,
ESTADO DE _________

Processo n°

MARIA, já qualificada nos autos, por meio de seu advogado que está a
subscreve, vem respeitosamente á presença de Vossa Excelência, interpor
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com fundamento artigo 581, inciso IV do
Código de Processo Penal, por não se conformar com a sentença condenatória.

Requer, portanto, o recebimento o processamento do presente recurso,


com a retratação de Vossa Excelência, nos termos do art. 589 do Código de
Processo Penal.

Mantida a respeitável decisão postula-se, com as razões recursais em


anexo, a remessa dos autos á superior instância.

Termos em que,
Pede deferimento.

Local___________, data________
Advogado
OAB/UF
RAZÕES RECURSAIS
EGRÉRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ___________

Processo n°
Recorrente: Maria
Recorrida: Justiça Pública

Ilustre Procurador,
Colenda Câmara,
Eméritos Julgadores.

A respeitável decisão proferida pelo juiz a quo deve ser reformada pelos
fatos e fundamentos a seguir expostos.
I – DOS FATOS

Por ter praticado aborto, com a autorização da gestante, a


RECORRENTE foi denunciada, sendo processada e ao final pronunciada pela
conduta descrita no art. 126 do CP.

A vítima não foi submetida a exame de corpo de delito, embora a


Recorrente tenha confessado o delito no seu interrogatório policial e judicial.

É. Em. Síntese. Os Fatos.

II – DO DIREITO

Com efeito, o MM. Juiz a quo deixou de cumprir o art. 158 do CP, in
verbis: "Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame do corpo
de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado".

O aborto consiste na interrupção da gestação e, se esta não resultar


rigorosamente demonstrada, não há que se falar no delito do art. 126 do CP,
mesmo que o tenha confessado a acusada.

Tratando-se de delito que deixa vestígios, torna-se imprescindível a


comprovação da autoria e da materialidade do aborto, não se podendo submeter a
acusada, ora RECORRENTE, ao julgamento do Tribunal do Júri, sem
esclarecimento de laudo pericial baseado no exame de corpo de delito.

Não comprovada nem a gravidez, nem a existência do feto sacrificado, é


impossível a persecução penal, e, com maior razão, mostra-se inviável a
subsistência do decreto de pronúncia.

Nesse sentido, Guilherme de Sousa Nucci, traz:


Quando se está cuidando do exame de corpo de
delito (perícia), ele também pode realizar-se de
duas formas: direto e indireto. Quando o perito
analisa pessoalmente o objeto da perícia (ele vê o
cadáver, abre e faz a autópsia), cuida-se da
modalidade direta. Porém, por vezes, o perito
oficial precisa analisar dados colhidos por um
profissional da sua área, mas que não é perito.
Exemplo disso é a verificação nas fichas clínicas de
um hospital, assinadas por um médico, que
assevera ter atendido a paciente Fulana, que
acabou de praticar auto-aborto. Fez o exame na
modalidade indireta, atestando ao juiz ter
ocorrido aborto.

III – DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso,


impronunciando-se a ré, bem como seja expedido o competente contramandado de
prisão em seu favor, como medida de inteira justiça.

Local,_________data_________

Advogado
OAB/UF

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