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Cromatografia

Licenciatura em Farmácia
Química Analítica em Farmácia II, 2º ano
Ana Paula Fonseca
SUMÁRIO
7.CROMATOGRAFIA
7.1. Princípios básicos
7.2. Cromatografia líquida
7.2.1. Em papel
7.2.2. Em camada fina (TLC)
7.2.3. Em coluna
7.2.3.1. Líquido-líquido
7.2.3.2. Líquido-sólido

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Cromatografia – Origens
Botânico Russo, Foi o fundador
Mikhail Tswet da cromatografia
(1872-1919)

Foi durante as suas


pesquisas sobre a clorofila

Surgiu com designações,


tais como:
Método cromatográfico
Cromatograma

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Cromatografia – Princípios Básicos


 A cromatografia
- técnica da química analítica
- utilizada para a separação de misturas
- baseando-se no princípio de adsorção seletiva

 Tswett separou pigmentos de


plantas (clorofilas)

adicionou um extrato de folhas verdes em éter de


petróleo sobre uma coluna com carbonato de cálcio
em pó num tubo de vidro vertical

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Cromatografia – Princípios Básicos


 Enquanto a solução desceu
através da coluna

os componentes individuais da
mistura migraram para baixo em
taxas diferentes de velocidade

apresentando-se a coluna marcada


com gradientes horizontais de cores

a este gradiente chama-se


cromatograma

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Cromatografia – Princípios Básicos


não designa um único método
mas um conjunto de métodos
afins de separação

AFINAL DO QUE
SE TRATA?

Processo físico de separação:


os componentes a separar
distribuem-se entre duas fases

móvel estacionária

Gasosa, líquida ou Sólido ou líquido


um fluído disposto sobre um
supercrítico suporte sólido

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Cromatografia – Princípios Básicos


A separação

resulta das diferenças de


velocidades dos componentes
arrastados pelo solvente móvel

As diferenças nas
velocidades

Devem-se às diferentes interacções dos


componentes da mistura com a fase
estacionária

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Cromatografia – Princípios Básicos

Viajam no ar

Flores

Comparando a
nossa mistura a um FASE MÓVEL FASE ESTACIONÁRIA
conjunto de
As abelhas separam-se das
abelhas e moscas
moscas, pois têm maior
afinidade para as flores
A separação deve-se à existência de uma (fase estacionária)
diferença de afinidade entre o analito, a
fase móvel e a fase estacionária

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Cromatografia – Princípios Básicos

A separação entre os
diferentes componentes da
mistura vai acentuando-se ao
longo do tempo

E pode dever-se a diferentes


mecanismos de distribuição

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Cromatografia – Classificação dos Métodos Cromatográficos


Podemos definir os tipos
de cromatografia O sistema
cromatográfico

- cromatografia líquida
Baseada em - cromatografia gasosa
termos físicos
- cromatografia de fluídos
supercríticos
- cromatografia em coluna O mecanismo de
- cromatografia planar distribuição

- cromatografia de adsorção
- cromatografia de partição
- cromatografia de troca iónica
- cromatografia de exclusão molecular
- cromatografia de afinidade

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Cromatografia – Classificação em termos físicos

Baseada em
termos físicos

Cromatografia planar

- a fase estacionária encontra-se disposta num prato fino ou nos


interstícios de uma papel, onde a fase móvel se move através da
fase estacionária por acção capilar ou por influência da gravidade

Ex: cromatografia papel ou cromatografia camada fina (TLC)

Cromatografia em coluna

- a fase estacionária encontra-se num tubo de pequeno diâmetro por


onde a fase móvel passa através de uma pressão
Ex: cromatografia gasosa (GC) ou cromatografia líquida de alta pressão (HPLC)

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Cromatografia – Classificação mecanismos de distribuição

As separações ocorrem através de interações electroestáticas e forças de Van


Der Waals entre a fase estacionária (sólida) e a fase móvel (líquida ou gasosa)

Fase
estacionária
sílica, alumina

Fase Móvel

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Cromatografia – Classificação mecanismos de distribuição

As separações baseiam-se nas diferenças de solubilidade dos componentes


na fase estacionária (líquida) e na fase móvel (líquida)

Fase normal: Fase reversa:


F. estacionária: polar F. estacionária: apolar
F. móvel: apolar F. móvel: polar

Fase
estacionária

Fase Móvel

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Cromatografia – Classificação mecanismos de distribuição

As separações baseiam-se no equilíbrio de troca iónica entre a


fase estacionária (trocadora de iões) e a fase móvel

• Fortemente catiónica (sulfónico)


• Fortemente aniónica (amina quater.)
Fase
• Fracamente catiónicas (carboxílico)
estacionária
• Fracamente aniónicas (amina prim.)

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Cromatografia – Classificação mecanismos de distribuição

As separações devem-se à existência de diferenças em


relação ao tamanho da molécula

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Cromatografia – Classificação sistema cromatográfico


O sistema
cromatográfico

•atende apenas à natureza física da fase móvel:

Cromatografia Líquida

Cromatografia Gasosa

Cromatografia Fluídos
supercríticos

fluido comprimido a uma pressão superior à


crítica (cromatografia de fluido, gasosa de
alta pressão ou gasosa densa)

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Cromatografia – Classificação sistema cromatográfico


Estes tipos de cromatografia podem ser subclassificados segundo a natureza da
fase estacionária

Fase Fase Técnica Processo


estacionária móvel cromatográfica Cromatográfico
Adsorção
Camada fina Troca iónica
Líquida Coluna
Sólida Exclusão molecular

Gás Coluna Adsorção

Papel
Líquida Camada fina Partição
Líquida Coluna

Gás Coluna Partição

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Cromatografia Líquida

Utiliza-se a designação de cromatografia líquida em oposição à gasosa

quando a fase móvel é líquida

- distribuído sobre uma superfície plana:


Cromatografia líquida plana
O suporte sólido Ex: papel e camada fina

- no interior de uma coluna:


Cromatografia líquida em coluna

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Cromatografia Líquida

Diferenças importantes entre a cromatografia plana e a de coluna, para


além da distribuição da fase estacionária

 O fluxo da fase móvel:


cromatografia plana – por capilaridade
cromatografia em coluna – por acção da força da gravidade

 Reprodutibilidade:
cromatografia plana – inferior reprodutibilidade
cromatografia em coluna – maior reprodutibilidade

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Cromatografia Líquida

Cromatografia líquida Cromatografia líquida


plana em coluna

• Líquido – Líquido
• Em papel • Líquido – Sólido
• Em camada fina - TLC • Troca iónica
• Exclusão molecular

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Cromatografia Líquida Plana

 O fluxo da fase móvel dá-se por ação capilar

 O solvente móvel deve ser escolhido de modo que as constantes


de partição dos solutos entre a fase estacionária e a móvel
sejam diferentes entre si e > 1
Conc. de soluto na fase estacionária
Cs >1
KD =
CM
Conc. de soluto na fase móvel

 A deteção das zonas pode realizar-se por: observação da sua


cor, por absorção e ou transmissão visível e UV ou por
fluorescência

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Cromatografia Líquida Plana

Cromatografia em papel

fase estacionária: é um líquido – água adsorvida à superfície do papel


fase móvel: é um líquido – a acetona, álcool ou mistura de solventes orgânicos

1. A mistura de materiais é 2. A extremidade do papel 3. À medida que o solvente,


colocada na parte inferior é colocada na fase líquida contendo o soluto flúi através
móvel, que sobe no papel
de um papel por atracção capilar do papel

4. dá-se a partição entre a


fase móvel (orgânica) e a
fase estacionária (aquosa)

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Cromatografia Líquida Plana

Cromatografia em papel

Com o fluxo contínuo o efeito desta partição


do solvente entre as fases

possibilita a transferência do soluto do


ponto de partida, para um ponto localizado
a alguma distância do local de aplicação

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Cromatografia Líquida Plana

Cromatografia em papel

Os componentes da mistura que não são fortemente atraídos para o papel:


- movem-se para cima com o líquido
Os que são mais fortemente atraídos pelo papel:
- mover-se-ão mais lentamente

provocando a sua separação

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Cromatografia Líquida Plana

Cromatografia em papel

 Após a aplicação da amostra numa das extremidades do papel, este é


colocado numa câmara cromatográfica que já contém o eluente
 O desenvolvimento do cromatograma pode ocorrer em vários sentidos:
- Ascendente
- Descendente
- Espiral
- Circular

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Descendente
Ascendente

Horizontal
Horizontal radial Espiral

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 Quando a cromatografia unidimensional não é satisfatória recorre-se à


bidimensional, recorrendo-se a um outro solvente
Frente do solvente 2
Frente do Frente do
solvente solvente 1

Cromatografia Cromatografia Cromatografia


unidimensional bidimensional (1ª Etapa) bidimensional (2ª Etapa)

Comparação de dois cromatogramas da mesma mistura,


obtidos por cromatografia unidimensional e bidimensional.

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Cromatografia Líquida Plana

Cromatografia em camada fina

fase estacionária: é um sólido – gel de sílica, alumina ou um determinado tipo de


celulose

colocada num material de suporte (normalmente vidro) sobre o qual se


espalha de forma uniforme, fazendo uma camada fina

amostra: é colocada sobre a fase estacionária próximo a uma das extremidades da


placa
fase móvel: é um líquido – solvente apropriado escolhido de acordo com a amostra

a extremidade da placa que contém a amostra é colocada em contacto


com o solvente de eluição numa câmara de cromatografia

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Cromatografia Líquida Plana

Cromatografia em camada fina


O solvente sobe por capilaridade pela fase estacionária
levando os componentes a serem separados

cada molécula da mistura desloca-


se a uma velocidade diferente
sobre a fase estacionária

E estará a uma distância


específica de um ponto de origem,
quando cessar o fluxo de solvente

Factor de retenção
(RF)

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Cromatografia Líquida Plana

Cromatografia em camada fina

COMO SE
CALCULA O RF?

D2
D1

A B C D

RF = Dist. amostra A (D1)


Dist. do solvente (D2)

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Cromatografia Líquida Plana

Cromatografia em camada fina

Para que serve?

Uma conhecida (padrão)


Duas amostras

Uma desconhecida (amostra)

Analisadas sob
condições idênticas
Se forem iguais
terão o mesmo
valor de RF

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Cromatografia Líquida Plana

Cromatografia em camada fina

Princípio básico dos processos cromatográficos:


Uma diferença de RF  considerado prova que as amostras são
diferentes
Valores idênticos  são apenas um indício que podem ser iguais, no
entanto duas estruturas diferentes podem apresentar o mesmo RF,
sob determinadas condições

Actualmente já existem no mercado placas de camada fina com a


fase sólida distribuída (pre-coated):
- mais fácil a utilização deste tipo de cromatografia
- mais dispendiosa

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Cromatografia Líquida em Coluna

Cromatografia Líquido-Líquido em Coluna


fase estacionária: é um líquido
imiscíveis ou fracamente miscíveis
fase móvel: é um líquido

a separação de solutos resulta da


existência de diferentes constantes de
partição entre as duas fases

Cromatografia Líquido-Sólido em Coluna

fase estacionária: é um sólido o processo predominante de distribuição


dos solutos entre as fases é
fase móvel: é um líquido tradicionalmente a adsorção

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Cromatografia Líquida em Coluna

 É realizada numa coluna

 fase estacionária: enchimento sólido ou uma fase líquida

 fase móvel: líquida

 O movimento da fase líquida ao longo da coluna pode ocorrer por


acção da gravidade ou sob pressão (HPLC)

 As colunas podem ser construídas a partir de tubos de vidro


(buretas de borossilicatos), ou tubos de aço inoxidável adquiridas
comercialmente

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Cromatografia Líquida em Coluna

A- Enchimento
B, B’- Camisa e líquido
termostatizado
C- Embolo ajustável
E- Anel de vedação em O
F- Superfície porosa
G- Capilar

Coluna cromatográfica para fluxo descendente ou ascendente


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Cromatografia Líquida em Coluna

Fase móvel
Mistura a separar

Enchimento da
coluna (fase Separação de
estacionária) componentes

Algodão e areia

Passo 1 Passo 2 Passo 3

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Cromatografia Líquida em Coluna


A amostra é colocada no topo da
coluna (to)

A separação deve-se ao facto de


os componentas (A+B) migrarem a
velocidades diferentes

Através da adição contínua de


solvente à coluna – eluição

A taxa à qual o soluto migra pela


coluna vai depender da fracção de
tempo que este passa na fase móvel

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Cromatografia Líquida em Coluna Solutos fortemente


retidos pela fase
estacionária

Passam menos tempo


na fase móvel

Componente B
Solutos fracamente
retidos pela fase
estacionária

Passam mais tempo na


fase móvel sendo os
primeiros a sair da coluna

Componente A

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Cromatografia Líquida em Coluna

As diferenças na taxa à qual


o soluto migra pela coluna

Origina a separação dos


componentes da mistura em
bandas ou zonas, localizadas
ao longo da coluna

Chegando ao detector
separadamente no tempo

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Cromatografia Líquida em Coluna A amostra contendo o analito é


aplicada no topo da coluna

Sendo o seu tamanho significativamente


mais pequeno do que qualquer das
restante zonas da coluna

Mesmo a que atinge o


detector
Este alargamento
da banda

Provoca a diluição do
analito ao longo da coluna

São necessários detectores mais sensíveis, do que os que


seriam se não tivéssemos o processo de separação

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Cromatografia Líquida em Coluna


O detector responde à
concentração do soluto

Se este for colocado no final da coluna e


se o sinal for representado em função do
tempo (ou volume adicionado)

Obtemos uma série de picos

Cromatograma

Útil quer em termos qualitativos


quer em termos quantitativos

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Cromatografia Líquida em Coluna


A posição no eixo
dos xx

Pode servir para identificar os


componentes

A área dos picos

Fornece uma medição


quantitativa da quantidade de
cada componente na amostra

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Cromatografia Líquida em Coluna t1 t3

Concentração
B B

A A

Distância de migração
A espécie B é retida
mais fortemente

O movimento pela coluna a baixo


aumenta a distância entre as duas zonas
do analito

Ocorre um alargamento de ambas as zonas, diminuindo a


eficiência da coluna como instrumento separativo

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Cromatografia Líquida em Coluna

Cromatografia líquida de alta pressão (HPLC)

Trata-se de uma cromatografia


em que a fase móvel é liquida

Utiliza-se a alta pressão para forçar a fase


móvel (líquida) a passar através da coluna que
contém quantidades mínimas de amostra

O HPLC, distingue-se das outras técnicas:


- não apenas pela diferença de pressão
- mas também pelo facto de utilizar colunas com enchimento de partículas
de dimensões reduzidas

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Cromatografia Gasosa em Coluna

agrupam-se todos os métodos cromatográficos, nos quais


 a fase móvel é um gás quimicamente inerte (hidrogénio ou
azoto)
 fase estacionária: poderá ser um sólido ou um líquido
 os componentes da mistura analisada, são transportados pela fase móvel,
na forma de gás ou vapor

 Utiliza-se este tipo de cromatografia quando se pretendem determinar os


componentes voláteis de uma mistura
 técnica cromatográfica de coluna
 o eluente é um gás (gás arrastador) que atravessa, sob pressão, a coluna (a
qual contém a fase estacionária sólida ou líquida) arrastando consigo a amostra
em estudo

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Cromatografia – Análises qualitativas e quantitativas

A cromatografia pode  Análises qualitativas


ser utilizada para:
 Análises quantitativas

Determinações qualitativas:
•Utilização de padrões para comparação
•Mesmas condições

Determinações quantitativas:
• Curvas de calibração
• Adição de padrão

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Qualitativa

x x x x x x

Identificação Pureza Ausência

Quantitativa Preparativa

x x x x

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Cromatografia – Análises qualitativas e quantitativas

Determinações qualitativas

Determinações quantitativas

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Cromatografia
Fundamentos

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Cromatografia – Fundamentos Teóricos

Baseia-se no facto dos componentes


Cromatografia
da mistura “migrarem” a diferentes
velocidades

Interacção de forma
diferente com a fase
estacionária

Skoog, “Principles of Instrumental Analysis” – Capítulo 26


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Cromatografia – Fundamentos Teóricos

Cromatograma

Gráfico que mostra a resposta


(detector) em função do tempo de
eluição (processo de passagem do
líquido/gás através da coluna)

Informação contida:
- tempo de retenção (identificação do
composto): tempo necessário para o
analito, depois de injectado, percorrer
a coluna e chegar ao detector
- intensidade do sinal (área ou altura)

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Cromatografia – Coeficiente de Partilha, KD


A velocidade de migração depende da afinidade que o analito tem para
cada uma das fases

Coeficiente de
partilha KD:

nS Vm CS KD Baixo ---- maioritariamente


KD   KD 
nm VS Cm fase móvel

Velocidade de migração
superior à dos compostos com
Parâmetro específico de uma dada KD alto
combinação de fase estacionária/fase
móvel (a um dado valor de T)

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Cromatografia – Coeficiente de Capacidade, k’


Coeficiente de É largamente utilizado para descrever a taxa de
capacidade, k’: migração dos solutos em colunas

k 'VM
K D  k ' KD 
VS

Coeficiente de  Razão da fase: é específica para uma dada


coluna com um dado r e df
capacidade
r
 Raio da coluna
2d f
Diâmetro do filme

Influência nos tempos


de retenção

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Cromatografia – tempo de retenção, tR

Tempo de retenção, tR: Tempo que um determinado composto leva a percorrer


a coluna até chegar ao detetor

tR

tM – tempo morto: tempo que uma espécie


tM t’R não retida demora a chegar ao detector

t’R – tempo de retenção ajustado: tempo que


uma espécie passa na fase estacionária

t=0 t  tR  tM
'
R

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Cromatografia – tempo de retenção, tR


Tempo de retenção, tr:
Os valores de tM e t’r são proporcionais às quantidades
de composto na fase móvel e estacionária, assim pode
t R'  t R  t M demonstrar-se que:

t R  t M t R'
tR Coeficiente de
capacidade
k' 
tM tM
tM t’R

Considerando as expressões anteriores:


r
K D  k ' 
2d f
t=0
É óbvia a influência de KD, r e df sobre o tempo de retenção

Se aumentarmos o raio da coluna o tempo de retenção diminui


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Cromatografia – Largura do sinal cromatográfico, W

Para uma boa separação cromatográfica é necessário que as bandas


cromatográficas se mantenham o mais estreitas possível durante a sua
passagem na coluna

A banda cromatográfica tende


alargar naturalmente devido a
Wh vários factores

Wb E torna-se um aspecto chave em cromatografia


reduzir o mais possível o seu alargamento

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Cromatografia – Largura do sinal cromatográfico, W


Admitindo que a distribuição de concentrações do soluto na banda
cromatográfica é Gaussiana:

O pico cromatográfico não é mais que uma representação dessa distribuição


e pode ser tratado matematicamente como uma curva de Gauss

O soluto ao mover-se ao longo da coluna


tende a ter uma forma gaussiana com
Wi= 2
desvio-padrão, 
(ponto de
inflexão)
Wh= 2.354
(meia altura) Que corresponde a
aproximadamente 34% da área
sobre a curva

Wb= 4

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Cromatografia – Eficiência da coluna


Conceito de Prato Teórico
(Princípio da destilação fraccionada)

Os compostos evoluem ao longo da coluna


estabelecendo 1 equilíbrio em cada prato

A eficiência da coluna depende do número de pratos:


“em cada prato é estabelecido um equilíbrio”

A mistura é progressivamente enriquecida no


composto mais volátil

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Cromatografia – Eficiência Separativa


Na coluna cromatográfica:
(em cada prato é estabelecido um equilíbrio)

Dois termos relacionados são largamente utilizados como medidas


quantitativas da eficiência de uma coluna cromatográfica:

 altura do prato teórico, H

 número de pratos teóricos, N

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Cromatografia – Eficiência Separativa

 altura do prato teórico, H


 número de pratos teóricos, N

Comprimento da
coluna
L
N (cm)
H

A eficiência aumenta com: aumento de N


diminuição de H

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Cromatografia – Equação de Van Deemter


A separação de substâncias na coluna depende de uma séries de
parâmetros da própria coluna (A-C) e da velocidade do gás (), que
afectam o valor de H

Equação de Van Deemter

 A – Difusão tumultuosa
B
H  A  C  B – Difusão Longitudinal
  C – Resistência à transferência de massa

Altura do
Velocidade linear
prato teórico
da fase móvel
(cm/s)

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Cromatografia – Equação de Van Deemter


A – Difusão tumultuosa (Eddy)

Resulta da capacidade das moléculas do mesmo


analito percorrerem percursos diferentes entre dois
pontos equidistantes

Logo, o tempo de residência de moléculas da


mesma espécie é também variável

chegando ao final da coluna (detector) num


dado intervalo de tempo

alargamento da banda

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Cromatografia – Equação de Van Deemter


A – Difusão tumultuosa (Eddy)

A difusão de Eddy é directamente proporcional


 ao diâmetro das partículas do empacotamento da coluna
 ao empacotamento deficiente

Origina caminhos diferentes percorridos pelas


partículas, originando tempos diferentes até
chegarem ao detector

alargamento da banda

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Cromatografia – Equação de Van Deemter


A – Difusão tumultuosa (Eddy)

Este factor é pouco importante nas colunas de


alta resolução modernas

Especialmente em colunas capilares

Para estes casos temos a equação de Golay

B
H  C

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Cromatografia – Equação de Van Deemter


B – Difusão Longitudinal

Mede o alargamento do pico resultante da difusão


das moléculas da zona da banda com maior
concentração para as zonas de menor concentração

B  2 DG Onde DG é o
coeficiente de difusão
do gás (fase móvel)

O efeito aumenta com o aumento do coeficiente de difusão do gás

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Cromatografia – Equação de Van Deemter


B – Difusão Longitudinal

A difusão longitudinal é inversamente proporcional à


velocidade da fase móvel

Quando a velocidade da fase móvel é grande, o


tempo que o analito passa na coluna é menor

Assim, a difusão do centro da banda para as


pontas tem menor tempo para ocorrer

Este efeito é muito menos pronunciado na cromatografia líquida, do que na gasosa


Coef. difusão dos líquidos  ordem de grandeza inferior à dos gases

Em alguns líquidos B/ = 0

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Cromatografia – Equação de Van Deemter


C – Resistência à transferência de massa
Mede o efeito do transporte contínuo do soluto pelo gás de arraste sem que
ocorra o estabelecimento do equilíbrio KD

Quanto maior a velocidade da fase móvel menor é


o tempo para que se estabeleça o equilíbrio

Logo maior o alargamento do pico

O aumento destes parâmetros


Dois parâmetros importantes:
provocam um aumento de C
 a espessura do filme (fase estacionária)
 diâmetro interno do capilar
Aumento de H e diminuição da
eficiência separativa (N)

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Cromatografia – Optimização da performance da coluna


Optimização de H
Pretende obter-se um valor de
H mínimo
B
H  A  C
 Não se deve trabalhar em zonas
de velocidades da fase móvel
H muito baixas

C
Pois pequenas variações de
A
velocidade origina grandes
B/ variações na eficiência

Necessário atingir um compromisso entre a velocidade da fase móvel e H

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Cromatografia – Determinação de H e/ou N


O número de pratos teóricos pode ser determinado através do tempo
de retenção e da largura do pico
Número de Pratos:

2 2
 tR   tR 
 
N  16    5.54 
 Wb   Wh 

A eficiência aumenta com:


 aumento de N

Obtenção de um pico mais


estreito

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Cromatografia – Determinação de H e/ou N


A eficiência da coluna reflecte-se na largura dos picos cromatográficos
Sendo que a largura pode ser
expressa em termos de 

A variância por unidade de comprimento é usada como


medida de eficiência da coluna:

Prato teórico: Comprimento de coluna que contém


a fracção de analito retida entre L e L + 
L-  L+ 

H 2
L

 o cálculo de H em função de L e  (cm) nem L


sempre é fácil
Det.

Geralmente calcula-se através de N


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Cromatografia – Determinação de H e/ou N

 altura do prato teórico, H


 número de pratos teóricos, N

Valores específicos para um dado composto ou


grupo de compostos

Nas mesmas condições de análise

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Cromatografia – Resolução
A resolução Rs de uma coluna fornece-nos um valor quantitativo
relacionado com a habilidade de separação de dois compostos

Para que dois compostos se separem, os seus tempos de retenção


têm de ser diferentes, ou seja:

A retenção relativa AB deve ser diferente de 1

t 'R ( B )
 A, B  Mas A,B não tem em conta a largura
t ' R ( A) dos picos cromatográficos

Geralmente usa-se a
Resolução

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Cromatografia – Resolução

definição:

Largura da Largura do
base do pico pico a meia
altura

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Cromatografia – Resolução
Factores que afectam a resolução

Variação em N
N – número de pratos teóricos
N    1  k 'B   – retenção relativa dos 2 picos
R   
4    1  k ' B  k’B – coeficiente de capacidade
componente B

De forma a aumentar a resolução, é necessário L


N (cm)
aumentar N… aumentado L H

Este aumento vai influenciar o tempo de análise

Assim, podemos tentar diminuir H

Problema: Conseguir separar com a máxima resolução e no mínimo tempo


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Cromatografia – Análise qualitativa

Análise qualitativa

CROMATOGRAFIA:

Análise quantitativa

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Cromatografia – Análise qualitativa


Análise qualitativa

Numa análise qualitativa, para a identificação do componente em


estudo podemos utilizar alguns parâmetros:

 o volume de retenção, Vr: volume de gás arrastador necessário para


eluir uma partícula do soluto da coluna

 tempo de retenção, tr: tempo correspondente à definição anterior

Medindo estes valores e comparando-os com os


tempos de retenção de compostos conhecidos
(padrões), pode identificar-se o soluto em estudo

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Cromatografia – Análise quantitativa


Análise qualitativa

Numa análise quantitativa, consideram-se os dados obtidos diretamente


de um cromatograma: a área ou a altura dos picos cromatográficos

 de um modo geral, a quantidade de um componente é proporcional à


área do seu pico, e não à sua altura  recorre-se a métodos de medida
de área

Porém, esta área não fornece indicação Necessário uso de padrões e


da quantidade ou concentração do de estabelece uma relação
soluto correspondente entre a concentração e a área

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