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8.

DA CONCLUSÃO

Por todo o exposto, concluímos que

1) No tocante a Conclusão da Fase de Execução do Contrato Nº 305/2011


há fortes indícios de atos ilícitos, praticados por:

a) Sr. Adelir Stolf, Sra. Carla Cristina Pereira e Sra Glauciane P.


Gonçalves pela Concessão do Segundo Termo Aditivo do Contrato nº
305/2011, no valor de R$ 441.600,00 (quatrocentos e quarenta e um mil
e seiscentos reais), gerando uma duplicidade de pagamento no referido
Contrato, favorecendo a CONTRATADA, sendo as penalizações aplicadas
aos demais extensiva ao Sr. Edu Franco responsável pela empresa
Paralella;

b) Sra. Carla Cristina Pereira pela aprovação e o pagamento do valor


integral referente ao Relatório RP02 que foi entregue incompleto,
favorecendo a CONTRATADA, já que no mesmo não constavam os
Projetos e Dados Completos relativos às realocações das interferências
(água, esgoto, drenagem pluvial, gás e energia elétrica) hábeis a subsidiar
a elaboração do Projeto Executivo da Obra, sendo as penalizações
aplicadas a esta extensivas ao Sr. Edu Franco responsável pela empresa
Paralella, empresas COBRAPE e PBLM estas duas últimas pela aprovação
de entrega incompleta;

c) Sr.Edu Franco responsável pela empresa Paralella pela apresentação


de orçamentos de realocações das interferências das redes de água,
esgoto, drenagem pluvial, energia elétrica e gás, terem sido especificados
por verba pela contratada e não com seus custos administrativos, de
materiais e serviços, dentre outros pormenorizados em quantitativos e
valores, contrariando as disposições da Lei nº 8.666/93, sendo as
penalizações aplicadas a este extensivas a Sra. Carla Cristina Pereira por
ter ordenado o pagamento dos serviços incompletos e a esta e as
empresas COBRAPE e PBLM por terem aprovado a entrega incompleta;

d) Sra. Carla Cristina Pereira pelas aprovações e os respectivos


pagamentos dos valores integrais referentes aos relatórios R02 a RP12
que foram entregues incompletos pela empresa CONTRATADA, sendo as
penalizações aplicadas a esta extensivas ao Sr. Edu Franco responsável
pela empresa Paralella, empresas COBRAPE e PBLM estas duas últimas
pela aprovação de entregas incompletas;

2) No tocante a Conclusão acerca da Concorrência 139/2013 e Da


Formalização dos Contratos Nº 126/2014 E Nº 127/2014 sem Projeto Executivo
Completo concluímos que há provas suficientes para se constatar que a publicação
do edital e a formalização dos contratos ocorreram sem projeto executivo completo,
com falta de planejamento adequado, tendo relação direta com as causas de atraso
na execução da Obra do Rio Mathias e os danos ao erário, provocando diversos
aditivos de contrato em face da ausência de detalhamento de projeto, o que
evidencia fortes indícios de prática de atos ilícitos, ensejando a apuração de
responsabilidade dos seguintes agentes públicos, imputando a eles as
responsabilidades administrativas, civis e criminais decorrentes dos prejuízos
causados a Joinville e a sua população, especialmente no que prevê o já citado
artigo 10 e seguintes da Lei nº 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa):
a) - DANIELA CIVINSKI NOBRE – Diretora Executiva da Secretaria de
Administração e Planejamento à época da Licitação e responsável pela
assinatura do Edital da Concorrência nº 139/2013;
b) - MIGUEL ANGELO BERTOLINI – Secretário da Secretaria de
Administração e Planejamento à época da Licitação e responsável pela
assinatura do Edital da Concorrência nº 139/2013;
c) - ROMUALDO THEOPHANES DE FRANCA JUNIOR - Secretário da
Secretaria de Infraestrutura à época da Licitação e responsável pela
requisição da obra que gerou a Concorrência nº 139/2013;
d) - UDO DÖHLER – Prefeito da cidade de Joinville à época da Licitação,
que conforme oitivas e documentos acompanhou diretamente todos os
atos relacionados a Concorrência nº 139/2013 e a execução da Obra do
Rio Mathias;
e) Demais nomes a serem apuradas de pessoas integrantes da equipe
responsáveis pelo planejamento e execução da Concorrência nº
139/2013.

3) No tocante a suposta prática de ato ilícito a respeito da Conclusão da


alteração injustificada do Edital de Concorrência Nº 139/2013 e de indícios de
burla à Licitação decorrente da Alteração de Documentos de Habilitação da
Empresa Vencedora do Certame referente à alteração do Capital Social, ensejando
a apuração de responsabilidade dos agentes públicos responsáveis pela elaboração
e publicação do edital e ao Licitante, imputando a eles as responsabilidades
administrativas, civis e criminais;
4) No tocante a suposto ato ilícito pratica pelos agentes públicos
DANIELA CIVINSKI NOBRE, MIGUEL ANGELO BERTOLINI, ROMUALDO
THEOPHANES DE FRANCA JUNIOR, UDO DÖHLER, e demais nomes a serem
apuradas de pessoas integrantes da equipe responsáveis pelo planejamento e
execução da Concorrência nº 139/2013, por deflagrar procedimento licitatório com
projeto executivo incompleto e sem orçamento adequado a representar de forma
detalhada, todos os custos unitários do serviço a ser realizado, em afronta ao
disposto no art. 6º, inc. X c/c art. 7º, §2º, inc. II, da Lei nº 8.666/93,
correspondentes à Execução do Contratos Nº 126/2014 e 127/2014 para serviços
de engenharia que envolvam execução/construção de galerias, estação de
bombeamento, muro de contenção, pavimentação asfáltica e micro drenagem para
execução de ampliação da capacidade hidráulica do Rio Mathias;
5) possível prática de ilícito penal pelos responsáveis pela empresa
Consórcio Motta Junior Ramos Terraplanagem, e do engenheiro responsável
Antônio Adevaldo Daniel, decorrente da apresentação dos Laudos de Rompimento
de Corpo de Prova nº 09/2017 e 10/2017, referentes ao concreto aplicado, pois
restou comprovado no Processo Administrativo SEI Nº 17.0.032341-2, que o
documento apresentado pelo Administrado como tendo sido realizados os ensaios
de rompimento pela empresa Autopista Litoral Sul – Aderis;
6) possível pratica de ato ilícito por parte dos membros da Comissão de
Acompanhamento e Julgamento que ao concluir no Processo Administrativo SEI
Nº 17.0.032341-2 deixaram de encaminhar a autoridade competente os
documentos relativos aos Laudos de Rompimento de Corpo de Prova nº 09/2017 e
10/2017, para apuração dos fatos.
7) possível prática de ato ilícito por conduta omissiva dos membros da
Comissão de Acompanhamento e Julgamento e das autoridades hierarquicamente
superiores DANIELA CIVINSKI NOBRE, Diretora Executiva da Secretaria de
Administração e Planejamento, MIGUEL ANGELO BERTOLINI, Secretário da
Secretaria de Administração e Planejamento e UDO DÖHLER Prefeito (Gestão
2013/2016 e 2017/2020), por retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de
ofício, constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública no poder-dever de punir o Administrado. Pois, além de terem
deixado de praticar ato de ofício relativo a não conclusão de 6 (seis) processos
administrativos, também retardaram, tornando ineficiente ou de pouca valia, as
decisões excessivamente tardias proferidas nos processos administrativos SEI Nº
17.0.026033-0 e SEI 17.0.032341-2, caracterizando, supostamente a conduta
prevista no Art. 11, II da Lei Nº 8.429/92.
8) responsabilizar administrativa, civil e criminalmente o senhor MIGUEL
ANGELO BERTOLINI, Secretário da Secretaria de Administração e Planejamento, o
senhor UDO DÖHLER Prefeito e a Companhia Águas de Joinville, na pessoa do
Presidente, senhor Jalmei José Duarte e os membros do Conselho Administrativo
da CAJ a época dos fatos, pelo pagamento indevido relativo aos custos
administrativo, de materiais e de serviços referentes a realocação das interferências
das redes de água.

9. DAS RECOMENDAÇÕES

Diante dos fatos relatados e documentos acostados ao presente Relatório,


esta CPI RECOMENDA ao Município:

a) Participação do Controlador Interno do Município em procedimentos


relativos a licitações e contratos, considerando que a CPI não localizou
na documentação que analisou, qualquer manifestação do órgão acerca
das ilegalidades apontadas;

b) Que sejam reavaliados todos os procedimentos de planejamento de


compras e licitações, especialmente no que concerne a elaboração de
editais, com atenção especial a alguns pontos:

- Transparência quanto a fase interna dos processos licitatórios, ou seja,


a disponibilização com fácil acesso ao público de todos os estudos, trocas
de correspondência, justificativas de tomadas de decisões, entre outros;
- Avaliação de necessidade de estudos complementares aqueles
vinculados a requisição (no caso em concreto: a complementação de
informações de projeto);
- O trabalha colaborativo entre as equipes responsáveis pela elaboração
do edital e os demais setores que requisitantes da contratação ou que de
alguma forma participariam da execução contratual;

c) a contratação de empresa especializada em perícia em obras de


engenharia, para elaboração de laudo pericial e parecer técnico de
engenharia a fim de diagnosticar in loco: a) se os trechos já executados
atendem as disposições do projeto executivo e se atendem aos critérios
de segurança da obra; b) identificar os trechos que ainda não foram
concluídos ou que precisam ser refeitos a fim de providenciar abertura
de processo licitatório para a conclusão da obra;
d) que encaminhe ao Ministério Público documentos relativos a possível
pratica de ilícito por parte dos membros da Comissão de
Acompanhamento e Julgamento que ao concluir no Processo
Administrativo SEI Nº 17.0.032341-2 deixou de encaminhar a autoridade
competente os documentos relativos aos Laudos de Rompimento de
Corpo de Prova nº 09/2017 e 10/2017, para apuração dos fatos;

e) exerça com urgência os meios conferidos em lei, dentre estes, o


ajuizamento de ação, para cobrança dos valores devidos pelo
Administrado em face da penalidade de multa aplicada pelo
descumprimento do contrato, conforme apurado no Processo
Administrativo SEI Nº 17.0.026033-0 sob pena de serem
responsabilizados civil, penal e administrativamente;

g) estudo a descentralização dos Processos Administrativos para


Apuração de Responsabilidade, considerando que a centralização dos
processos administrativos na SAP, como “intermediadora das apurações”
tornam o procedimento burocrático e moroso.

Assim, em razão dos compromissos assumidos estamos certos de que


agimos em cumprimento do dever parlamentar, dando resposta à altura a todos os
Vereadores desta Egrégia Casa de Leis e a toda a sociedade Joinvillense,
preservando, acima de tudo, a imparcialidade política ou partidária. Esperamos
que as recomendações, sugestões e encaminhamentos propostos no Relatório Final
sejam consideradas pelas autoridades a quem se destinam.
Por fim, com base no art. 70 do Regimento Interno Cameral
RECOMENDAMOS o envio deste Relatório Final para instauração de procedimento
investigatório dos fatos aqui identificados e narrados nas esferas administrativa,
civil e criminal contra os agentes públicos e privados:

a) à Mesa Diretora, para divulgação ao Plenário, oferecendo, conforme o


caso, projeto de decreto legislativo ou de resolução, que será incluído na ordem do
dia, segundo as normas contidas neste Regimento Interno;
b) ao Ministério Público, se for o caso de responsabilização civil ou
criminal;
c) ao Poder Executivo Municipal;
d) à Comissão Técnica afim com a matéria;
e) ao Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina;
f) para publicação no Jornal do
Município. ;e
g) Receita Federal do Brasil;

Confiantes no Juízo e no mais alto Espírito Público que move as ações de


todos os parlamentares que integram esta Novel Casa de Leis, entregamos o
presente relatório à apreciação.

É o Relatório, SMJ.

Vereador Diego Machado – PSDB


Relator da CPI das obras de macrodrenagem do Rio Mathias
10. DO PROJETO DE RESOLUÇÃO

Ante o exposto, esta Relatoria sugere o seguinte Projeto de Resolução:

Projeto de Resolução nº______/2021

“ Aprova o Relatório Final e as Conclusões da Comissão Parlamentar de


Inquérito Instituída Pelo Requerimento nº 1/2021”.

O Presidente da Câmara de Vereadores de Joinville, Estado de Santa Catarina, de


acordo com o art. 48, Parágrafo único da Lei Orgânica, c/c art. 70 do Regimento
Interno, faz saber que o Plenário aprovou e ele promulga a seguinte Resolução:

Art. 1º - Ficam aprovados o Relatório Final e as Conclusões da Comissão


Parlamentar de Inquérito instituída pelo Requerimento nº 01/2021.

Art. 2º - Esta Resolução entrara em vigor na data de sua publicação.

Joinville, 16 de junho de 2021.

Proponente: Comissão Parlamentar de Inquérito da “Obras de macrodrenagem na


sub-bacia hidrográfica do Rio Mathias, bacia do Rio Cachoeira”

Vereador Wilian Tonezi – (Patriota) Vereador Diego Machado – (PSDB)


Presidente Relator

Vereador Neto Petters – (NOVO) Vereador Claudio Aragão (MDB)


Secretário Membro:

Vereador Sales (PTB)


Membro

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