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GRADUAÇÃO EM DIREITO
CARAGUATATUBA –SP
2020
GABRIEL GOMES DE OLIVEIRA
CARAGUATATUBA-SP
2020
RESUMO
The attendant monograph work arose with the need to understand the changes
generated by the publication of the Brazilian General Data Protection Law. In recent
decades, technology has advanced in an unimaginable way. With the world
increasingly connected to the internet, the incessant amount of new information has
made certain aspects of our lives go unnoticed. One of these details was the
dissemination of our personal data; With the impact of large data leaks and their use
to change the lives of thousands of people, worldwide organizations have started a
standardization process. Brazil was one of those countries, developing the General
Data Protection Law under the light of the European legal system. With the
perspective of the regulation coming into force, this research focused on
understanding what changes and challenges electronic commerce will have to go
through in order to comply with the law.
1. INTRODUÇÃO 6
4. IMPLEMENTAÇÃO DA LGPD 29
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 32
6
1. INTRODUÇÃO
2.1. DEFINIÇÃO
Para Tarcísio Teixeira (2015), “o comércio pode ser visto como o conjunto de
trocas e compras e vendas objetivando ganhos e/ou satisfações”.
2.2. HISTÓRICO
até que, em determinado momento, tornou-se indispensável para uma loja ter a
presença virtual. Arantes (2016) trás uma explicação sucinta a respeito:
Com o avanço acelerado da tecnologia, o acesso à internet é
cada vez maior, e o crescimento de usuários de e-commerce,
faz com que a partir de agora seja imprescindível à presença
das empresas na Web e comecem a pensar em investir no
comércio eletrônico para que tenham um novo canal de
vendas e possam ampliar seu alcance de público, vendas e
experiências. (ARANTES, 2016).
Schneider (2017) divide a história do e-commerce em três “ondas”. Dessa
forma, tracemos uma linha cronológica a respeito dessa modalidade de comércio:
De acordo com Sobhie e Oliveira (2013), o decreto foi criado para atualizar o
ordenamento jurídico em face aos novos meios de consumo online, tanto de
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Araújo (2017), explica que a Lei 12.965 veio para esclarecer determinados
aspectos do uso da Internet e das relações jurídicas concebidas dentro do ambiente
virtual que antes eram interpretadas de forma controversa, baseadas apenas no
Código Civil, Código de Defesa do Consumidor e as demais leis vigentes, gerando
uma estrutura legislativa mais precisa para o Poder Judiciário julgar decisões do
tema.
Outro ponto relevante deste capítulo é o inciso XIII do artigo 7º, assegura aos
usuários a aplicação das normas de proteção e defesa do consumidor nas relações
de consumo realizadas na internet, algo que já estava estabelecido na jurisprudência
e pela Lei do E-Commerce, mas que se concretizou com o Marco Civil.
Por fim, Blum (2018) destaca os artigos 11, 15 e 16, que tratam sobre
operações de movimentação de dados pessoais (coleta, armazenamento, etc).
Entretanto, tais normativas contornam especificamente a questão das provedoras de
internet do que do comércio eletrônico em si. Em razão disso e da ausência de uma
normativa especializada no tratamento de dados pessoais, foi criada a Lei Geral de
Proteção de Dados, tratada especialmente a seguir.
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3.1. HISTÓRICO
Ainda que grande parte das informações armazenadas pelos seres humanos
seja no papel, a tendência é que cada vez mais todo tipo de conteúdo existente seja
informatizado e transportado para os grandes bancos de dados e para o
armazenamento em nuvem.
A problemática nesse caso foi que, no ano de 2016, os dados (nome, email,
endereço, hábitos na internet, gostos pessoais como preferência política, etc),
coletados pela Global Science Research foram vendidos para a Cambridge
Analytica, empresa contratada por Donald Trump para utilização em sua campanha
eleitoral do mesmo ano, direcionando publicidade massiva para os usuários do
Facebook em prol de convencer seu eleitorado (ENCRIPT, 2019), o que funcionou,
visto que Donald Trump, mesmo depois de todas as pesquisas previsões políticas
dizendo o contrário, venceu as eleições presidenciais (G1, 2016).
Por conta desses e outros casos, era urgente que uma legislação que
protegesse os dados das pessoas fosse aprovada.
Como amplamente difundido, a lei teve como maior referência a General Data
Protection Regulation (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados), uma
regulação a respeito de proteção de dados e privacidade que abrange todo território
da União Europeia e sua área econômica, criada “com o objetivo de abordar a
proteção das pessoas físicas no que diz respeito ao tratamento de dados pessoais e
à livre circulação desses dados, conhecido pela expressão ‘free data flow’”
(PINHEIRO, 2018).
Destaca-se que a referida lei não dispõe apenas dos dados virtuais, pelo
contrário, ela aborda tanto a proteção dos dados armazenados em ambiente físico,
como em ambiente digital, conforme exposto em seu artigo 1°:
empresas diminuiu até mesmo para conseguirem se manter, muitas não teriam
recursos para investir na aplicação da LGPD (GOMES JÚNIOR, 2020).
3.4. SANÇÕES
A seção que mais gerou discussões no âmbito jurídico foi a de sanções. O
principal motivo dessas discussões foi o inciso II do artigo 52, da LGPD, onde o
agente de tratamento de dados pode ser multado em até 2% do faturamento da
pessoa jurídica, no limite de 50 milhões de reais, por infração. O alto valor limite, no
entanto, deve ser analisado: afinal, ele só será atingido se esses 2% do faturamento
forem acima disso.
Braz (2020) afirma que a maior parte das empresas não precisa se preocupar
com as multas no valor limite, afinal, para que a multa chegue a 50 milhões, a
empresa deve faturar, pelo menos, dois bilhões e quinhentos mil reais. O jurista
ainda destaca que as sanções mais severas que a multa estão ao decorrer do artigo:
4. IMPLEMENTAÇÃO DA LGPD
Desde sua origem, a Lei Geral de Proteção de Dados levantou discussões
tanto na área jurídica quanto na área empresarial; Marinho (2020) cita que muitos
empresários desenvolveram um medo por conta do desconhecido, temendo suas
penalidades. O jurista discorda desse temor e acredita que estar em conformidade
com a lei é mais simples do que parece, ainda que seja um procedimento
trabalhoso. Braz (2020) segue o mesmo pensamento.
Há diversos fatores necessários para que as empresas estejam de acordo
com a LGPD. Os conceitos e fundamentos da lei devem ser estudados e
compreendidos, para que então sejam aplicados no fluxo operacional da companhia.
Patrícia Pinheiro (2018) aponta, em geral, quais são as tarefas necessárias para a
adaptação:
Atender aos requisitos da LGPD exige adequação dos
processos de governança corporativa, com implementação de
um programa mais consistente de compliance digital, o que
demanda investimento, atualização de ferramentas de
segurança de dados, revisão documental, melhoria de
procedimentos e fluxos internos e externos de dados pessoais,
com aplicação de mecanismos de controle e trilhas de
auditoria e, acima de tudo, mudança de cultura. (PINHEIRO,
2018).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por todo o exposto, podemos compreender que a Lei Geral de Proteção de
Dados é, sem dúvida, o ponto de partida para incontáveis mudanças na questão da
privacidade. Pelos acontecimentos gerados a partir da lei de dados europeia, a
GDPR, a quantidade de multas e notificações de irregularidades foi impactante,
causando milhões de euros em multas e, no Brasil, a propensão é de que o cenário
seja similar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COM dois anos de atraso, governo cria estrutura de agência de proteção de dados.
Conjur, 2020. Disponível em:
<https://www.conjur.com.br/2020-ago-27/dois-anos-atraso-governo-cria-estrutura-an
pd>. Acesso em 30 de Novembro de 2020.
LEE, Xah. Internet Speed Growth Rate. Xah Code, 2020. Disponível em:
<http://xahlee.info/comp/bandwidth.html>. Acesso em: 25 de Novembro de 2020.
LGPD NA PRÁTICA: #01 Você sabe por que precisa se adequar à LGPD?
Entrevistado: Marcílio Braz. Entrevistadora: Mariana Dantas. Rádio Jornal. 24 set.
2020. Podcast. Disponível em:
35
PREEZ, Derek du. The impact of GDPR - 160,000 breach notifications in Europe and
€114m in fines. Diginomica. Disponível em:
<https://diginomica.com/impact-gdpr-160000-breach-notifications-europe-and-eu114
m-fines>. Acesso em 30 de Novembro de 2020.
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YOUNG, J. US ecommerce sales grow 14.9% in 2019. Digital Commerce 360,
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