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Exercício V
(2,0)
O caráter dual do trabalho, para Marx, é descrito como um dos melhores pontos de seu
livro. É a partir desta diferenciação que sua teoria se distancia da teoria de D. Ricardo e dos
economistas políticos, pois Ricardo foca na magnitude do valor das mercadorias, na tentativa
de prever os preços de mercado. Entretanto, Marx não estava interessado nestes preços ou na
medida em que o trabalho formava o valor de troca das mercadorias, mas na forma em que o
trabalho realizava esta função e no motivo cuja produção se destina aos mercados e não ao
uso direto. Assim, este caráter dual explica o trabalho como atividade social e cooperativa,
sendo ao mesmo tempo concreto e abstrato. Em vista disso, todos os tipos de trabalho são
úteis para a sociedade no sentido fisiológico e no sentido de estar especificado para um fim
social.
3. Explique: trabalho humano concreto produz valor de uso e trabalho humano abstrato
produz valor de troca.
Para Marx, o trabalho possui um caráter dual em que é ao mesmo tempo concreto e
abstrato. O trabalho concreto é aquele que gera a confecção de determinado produto, ou seja,
um trabalho específico que acaba gerando uma mercadoria com valor de uso. No sentido
social, o trabalho concreto não pode ser comparado, pois todas as pessoas precisam de uma
infinidade de mercadorias para sobreviver, sendo todos os tipos de trabalho importantes e
úteis.
Já o trabalho abstrato é aquele que todos fazem, que diz respeito ao esforço físico
independente da especificidade da produção e que gera um valor de troca por fato de que
pode ser comparado, pois todos produzem para a sociedade e não para o consumo individual,
além do próprio trabalho ser o denominador comum de troca.
O trabalho abstrato pode ser comparado e medido como um valor. A teoria do valor
trabalho diz que o valor de uma mercadoria será medido pelo tempo de trabalho abstrato
socialmente necessário para a produção de uma mercadoria. Ou seja, as condições de
produção de determinada sociedade, bem como tecnologias etc, determina de antemão o valor
deste trabalho, não sendo a produção individual como ocorria nas sociedades pré-capitalistas,
mas o tempo que a fábrica leva para produzir a mercadoria. Como toda mercadoria, a força de
trabalho é a unidade de valor de uso e de troca.
“[...] o valor das mercadorias é determinado não pela quantidade total de trabalho
usada para produzi-las, mas sim pelo tempo de trabalho socialmente necessário [...]”
(CALLINICOS, 2004, p. 4). Em outras palavras, toda mercadoria é socialmente necessária
desde que a sociedade queira comprar, caso contrário este trabalho não poderá ser
considerado como social. Se não há valor de uso, consequentemente não há valor de troca.