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Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA

Instituto de Ciências da Sociedade – ICS


Programa de Ciências Econômicas e Desenvolvimento Regional – PCEDR
Bacharelado em Ciências Econômicas – BCE
Disciplina: Economia do Meio Ambiente (EMA)
Docente: Profº. Dr. Abner Vilhena de Carvalho
Assunto: Economia da Poluição e a Negociação de Coase.

LEITURA (referências bibliográficas):


MORAES, Orozimbo Moraes. Economia Ambiental: Instrumentos Econômicos para o Desenvolvimento
Sustentável. 1ª edição. São Paulo: Centauro, 2009. Capítulo 2 (pag’s 63-70).

ATIVIDADE
Coase se preocupou com as atividades das empresas que provocam efeitos danosos em outros. O
exemplo padrão é o da fábrica que emite gases que prejudicam os ocupantes de propriedades vizinhas. A
análise econômica dessa situação era realizada usualmente em termos da divergência entre produto privado e
social da fábrica, em que os economistas seguiam o tratamento de Pigou contido em The Economics of Welfare.
As conclusões desse tipo de análise era de que o proprietário da fábrica deveria ser o responsável pelos danos
causados pelos gases produzidos e equivalente em valores monetários aos danos causados, ou finalmente
excluir a fábrica do distrito residencial (COASE, 1960, p. 1 apud MORAES, 2009, pags. 67-68).

1. Se a empresa A produz um bem, cujo preço estabelecido é 80 u.m. (unidades monetárias) e cujo custos totais
está definido pela função 𝐶(𝑎) = 𝑎 2. A empresa A fábrica, por exemplo, papel, e portanto contamina a água.
Contudo esta externalidade não está incluída em seus custos. Águas abaixo, existe a empresa B, cujo processo
de produção de seu produto b requer água limpa. Assim o grau de limpeza da água deve muito ao uso na qual
esta utiliza. Suponhamos que o produto b tem seu preço estabelecido de 100 u.m. e, que a função de custos da
empresa B é assim, 𝐶(𝑎𝑏) = 𝑏2 + 30𝑎. Portanto, os custos da empresa B depende de sua própria produção
como também depende da produção da empresa A. Considerando, por hora, somente as quantidades
produzidas por ambas as empresas, separadamente, calcule.

a) A quantidade que maximiza o lucro para a empresa A e para a B.


Lucro para a empresa A = 𝑅 (𝑎) − 𝐶 (𝑎) = 80𝑎 − 𝑎2
𝜕𝐿
= 80 − 20𝑎
𝜕𝑎
𝜕𝐿 80
=
𝜕𝑎 2
𝑞𝑎 = 40
Lucro para a empresa B = 𝑅 (𝑎) − 𝐶 (𝑎) = 100𝑏 − (𝑏2 + 30𝑎)
𝜕𝐿
= 100 − 2𝑏
𝜕𝑏
𝜕𝐿 100
=
𝜕𝑏 2
𝑞𝑏 = 50

Se ambas as empresas se fundirem, o custo da descontaminação da água implica custos iguais a 30a para
a nova empresa que realiza uma produção conjunta de a e b. Logo, a nova empresa internaliza as externalidades
dentro de seus custos. Após a fusão, calcule:
b) A quantidade que maximiza o lucro para a nova empresa.
Empresa A após a fusão:
𝐶 (𝑎) = 𝑎2 = 252 = 625
𝑅(𝑎) = 80𝑎 = 80 × 25 = 2000
𝑙 (𝑎 ) = 2000 − 625 = 1375
Empresa B após a fusão:
𝐶 (𝑏) = 𝑏2 − 30𝑎 = 502 + 30 × 25 = 3250
𝑅 (𝑏) = 100𝑏 = 100 × 50 = 5000
𝑙(𝑏) = 5000 − 3250 = 1750
Resultados conjuntos das empresas:
𝐶 (𝑎) + 𝐶 (𝑏) = 625 + 3250 = 3875
𝑅 (𝑎) + 𝑅 (𝑏) = 2000 + 5000 = 7000
𝑙 (𝑏) + 𝑙 (𝑎) = 1375 + 1750 = 3125
c) Após a resolução dos itens a) e b), preencha o quadro a seguir e, indique em qual das situações seria
melhor para as empresas (eficiência econômica) e para a sociedade e o meio ambiente (externalidades).

SITUAÇÃO DAS EMPRESAS ANTES DA FUSÃO SITUAÇÃO DAS EMPRESAS DEPOIS DA FUSÃO
CUSTOS RECEITA LUCRO CUSTOS RECEITA LUCRO
EMPRESA A 1600 3200 1600 EMPRESA A 625 2000 1375
EMPRESA B 3700 5000 1300 EMPRESA B 3250 5000 1750
TOTAIS 5300 8200 2900 TOTAIS 3875 7000 3125

Suponhando que, em outra situação as empresas não se fusem, e que os direitos de propriedade estão bem
definidos. Suponhamos também que é estabelecido que o contaminador paga pelo dano, e que não se pode
contaminar impunemente o direito de outro. Também suponhamos que a empresa A não tem o direito implícito
à contaminar, então a empresa B aceitará que a água seja (esteja) contaminada na medida em que a empresa
A lhe pague pelo custo da descontaminação.
d) No caso do problema acima, a solução para a internalização da externalidade seria, com base na
Teoria de Coase, uma negociação entre as empresas? Qual a escala de produção máxima seria definida para
a empresa A na negociação? Explique de forma a empresa A conseguiria arcar com o custo da
descontaminação dentro daquela escala de produção e, porquê não poderia passar de tal escala?
Sim, tendo em vista que a concepção de Coase sobre externalidades preve a definição dos direitos de
propriedades de cada um dos envolvidos no conflito, e dessa forma a negociação entre ambos deve ocorrer
com o intuito de compensar financeiramente as perdas nas quais que os afetados estão incorrendo. A escala de
produção adotada pela empres A em uma negociação com a empresa B seria aquela que atende a condição em
que o benefício marginal privado se torna igual ao custo marginal externo da empresa, dessa forma a empresa.
A empresa A caso fosse dona dos direitos de propriedade da terra na qual as instalações da empresa B estão
estabelecidas, poderia exigir o pagamento de um aluguel como forma de compensação pela sua perda de receita
no processo de descontaminação. A empresa A após estabelecido o acordo de compensação junto a empresa
B passa a estar limitada a condição que fora estabelecida, desse modo sua conduta deve ser de acordo com a
novas regras de poluição, do contrario podem haver sanções á emprea A impostas na negociação.

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