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Resumo A MORENINHA

O enredo inicia-se com três amigos e estudantes de Medicina,


Augusto, Fabrício e Leopoldo, sendo convidados por outro colega,
Filipe, para passar o dia de Sant'Ana na casa de praia de sua avó. (O
mês de julho era considerado o mês de Sant'Ana.)

Apenas Augusto hesita e se diz disposto a não ir. Mas, a presença da


irmã, Carolina - a Moreninha -, e das primas de Filipe, Joana - a
pálida, e Joaquina - a loira, entre outros divertimentos, servem
como incentivo, e logo todos se põem prontos para a viagem.

Os amigos decidem ainda fazer uma aposta: se Augusto


conseguisse apaixonar-se por uma única jovem durante quinzes
dias ou mais, visto que se julgava incapaz para tanto, ele assumiria
o compromisso de escrever um romance relatando tal paixão.

O jovem evita cair nas graças das mulheres que encontra,


desfazendo as esperanças nele depositadas e mostrando-se leviano
às investidas românticas. Causando tanto mais medo do que
mesmo infelicidade na imaginação das senhoritas, Augusto passa a
ser rejeitado nesse círculo. Todavia, Carolina, a Moreninha, uma
jovem de quinze anos, inteligente e zombeteira, trará uma nova
atmosfera à alma de Augusto.

Tomado por sentimentos perturbadores, o rapaz acaba


confessando a D. Ana, avó da menina, um segredo guardado há sete
anos, no qual estava a explicação para a sua personalidade obscura
e instável. Passemos ao episódio.

Augusto tinha treze anos quando esteve na Corte e, durante um de


seus passeios pelas praias cariocas, conheceu uma linda menina,
contando não mais do que oito anos. Ela então observava uma
concha à beira-mar, mas o ir e vir das ondas impedia que ela
avançasse sobre a areia para pegar o objeto de seus caprichos.

Depois de tanto brincar com as vagas, até cair, a menina dirigiu-se a


Augusto mimosamente, lastimando não ter conseguido apanhar a
concha. Prontamente, ele se dispôs a trazê-la para a menina; foi
assim que fizeram amizade e viriam a passar longas horas de
deliciosas brincadeiras infantis.

Em meio às travessuras, a garotinha perguntou-lhe se desejava um


dia casar-se com ela. Embora aturdido, Augusto acabou por aceitar
a ousada proposta. A promessa fez com que seus nomes deixassem
de ter importância, e assim passaram a tratar-se por "meu marido"
e "minha mulher".

Mas, a aproximação de um garoto aos prantos anunciando a morte


do pai viria quebrar o encanto do momento. Augusto e a menina
foram conduzidos até uma pequena casa, onde se achava um
homem agonizante junto a sua família em sofrimento. Pouco, ou
nada, poderia ser feito.

Uma caridade realizada por Augusto e sua nova amiga fez o velho
abençoá-los, profetizando a união de ambos... deu-lhes, então, dois
breves: um branco, que levaria costurado um camafeu de Augusto,
presenteado à garota; e outro verde, cosido a um botãozinho de
esmeralda da blusa da menina, por sua vez oferecido a Augusto.

Pouco antes de o ancião expirar, os dois partiram. Despediram-se


na praia, mantendo o enigma de seus nomes, mas vivo o juramento
de amor feito diante do homem: o de um dia se encontrarem e
serem felizes juntos.

Assim, Augusto termina a sua curiosa história. No entanto, além de


D. Ana, os ouvidinhos aguçados de Carolina também tinham
acompanhado secretamente sua narrativa.

Em outra conversa com a velha senhora, Augusto comenta sobre o


malogro de suas paixões: ele já tinha sido enganado por três jovens
que escarneceram de suas devoções afetivas. A primeira, uma
moreninha, deixou-o esperançoso pelo período de oito dias,
finalmente casando-se com um velho. A segunda, uma coradinha,
mostrava-se ciumenta e possessiva, mas ria-se dele pelas suas
costas, enamorada de outro. A terceira, uma jovem pálida, fazia-o
acreditar ser o único em sua vida, mas enganava-o com um primo.
Tantas desilusões levaram-no a crer que a melhor saída era
namoriscar todas e não dar o coração a nenhuma.

O fim de semana termina e os jovens voltam à Corte. Augusto traz


consigo mais do que uma lembrança da agradável companhia dos
amigos e de D. Ana; ele guarda um sentimento profundo que irá
rendê-lo à afabilidade de Carolina. Isso o fará retornar a casa da
jovem, e juntos descobrir-se-ão amigos e enamorados.

Após um breve período de distância entre os dois, o que os leva a


uma grande tristeza, Augusto corre ao encontro da amada. Porém,
a Moreninha repreende-o por trair o voto feito à garotinha que
conhecera há sete anos e ao homem em seu leito de morte. Augusto
declara ser impossível reconhecê-la, ou mesmo encontrá-la e, ainda
que isso fosse possível, como ele poderia negar o amor sincero que
agora sentia por Carolina?
É o momento de desfazer-se o mistério: a jovem revela o breve que
um dia ganhara de um velho às vésperas de sua morte, e nele
estava enrolado o camafeu pertencente a Augusto.

Comovidos, concluem que a espera e a busca tinham chegado ao


fim.

Também a aposta antes lançada pelos amigos estava ganha:


Augusto escreveria sua história, uma história de amor e final feliz,
intitulada A Moreninha.

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