Você está na página 1de 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

DEPARTAMENTO DE TEORIA DA ARTE


HISTÓRIA DAS ARTES – TEATRO / PROFESSORA HELENA PEDRA

6 - Renascença na Inglaterra

            Com a derrocada do teatro religioso (exceto na Espanha e Portugal), houve


uma procura maior por parte das elites pelo texto dramático. Willian Shakespeare
difundiu porém uma literatura voltada ao público popular, abordando temas diversos,
mantendo ainda a configuração teatral medieval, porém reciclando o conteúdo de
seus espetáculos. Essa tendência foi adquirida graças ao momento histórico da
Inglaterra, sua política e seu povo.

            Nessa época a Inglaterra, governada pela rainha Elizabeth I (1558 – 1603),
tinha uma das melhores economias do mundo e isso inevitavelmente se refletia na
educação e no desenvolvimento cultural. Os jovens escritores da época se
aventuravam a apresentar suas peças nos teatros de Londres recém construídos,
entre eles The Globe, The Theatre e The Rose, cujas estruturas eram bem
peculiares: feitos para receber Sua Majestade e um número vasto de pessoas.

            O teatro renascentista sentia o peso da quebra com a religiosidade. Os


atores e diretores eram protegidos por pessoas de alto escalão na corte e da
nobreza, que de um jeito ou de outro permitiam a continuidade das apresentações,
de forma que, por certo período, as peças ocorreram diariamente sem problema
algum. Entre outros temas polêmicos, Shakespeare escreveu Hamlet, cuja trama
mostra um jovem príncipe da Dinamarca em dúvida se prefere o conforto tangente
do poder ou se opta pelos riscos de uma grande aventura. Indeciso, ele se indaga:
“Ser ou não ser, eis a questão”.

Em Romeu e Julieta, o autor desafia normas sociais que ditavam regras


para casamento, provando que o amor deve ser um sentimento ministrado de
maneira individualista. Estudiosos dizem que se por um acaso houvesse perda total
dos documentos que falam a respeito da raça humana, bastariam as peças oriundas
desse poeta magistral para descrever o homem. Após a morte de Shakespeare, os
teatros ingleses fecharam as suas portas por causa da eterna guerra dos puritanos,
que se declaravam contra o teatro, afirmando ser um objeto trevoso do demônio. Os
teatros só reabririam as portas após vinte anos, apresentando peças de George
Eterege (1634 – 1691) e John Dryden (1631 – 1700).

Você também pode gostar