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Esquema de aula Bourdieu

- Falar um pouco da história de Bourdieu

-Assim como Giddens, é um autor do pós consenso ortodoxo (domínio da abordagem estrutural)

- se engajou no debate ação/estrutura – proposta de síntese, diferente de Giddens, se volta para um


campo bastante amplo de fenômenos sociais: arte, religião, educação, linguagem, esporte, etiqueta,
as ciências sociais

- considera o debate entre as correntes que ele considera subjetivistas (Interacionismo simbólico,
correntes fenomenológicas da sociologia, Schutz e Etnometodologia) objetivistas (estruturalismo,
estrutural-funcionalismo, marxismo) pouco frutífero.

- Críticas ao subjetivismo menosprezo pelas condições estruturantes da ação, que não se explicam
por referência ao contexto imediato da ação. Teorização se contenta em ser uma descrição de
segunda mão do ponto de vista dos atores, não incorpora atitude científica de ruptura com o senso
comum). Segundo ele, essas correntes reduzem tudo à situação e não reconhecem que aquilo que
acontece depende de posições na estrutura social que os indivíduos carregam consigo sob a forma
de disposições independente da situação em que se encontram

- críticas ao objetivismo – Trata a prática como simples reação mecânica ao funcionamento de


estruturas preexistentes. A prática é apenas um dado bruto, que depois de desenvolvida a contrução
teórica, pode ser descartada, ficando apenas os códigos, regras, papéis, forças produtivas etc. Ou
seja, a prática é mera execução daquilo que já está dado na estrutura. Falta à teoria algo que dê
conta das capacidades criativas dos agentes.

- as duas abordagens tendem a hipostasiar (tratar uma abstração como uma realidade)
Objetivismo hipostasia conceitos como cultura, regras, modo de produção, estrutura social,
tratando-os como dotados de agência (planos, intenções) ou como realidades que impõem
coercitivamente sobre os indivíduos. Os conceitos de regra é uma abstração construída a partir das
ações (duplo sentido – normada formulada expressamente ou não necessariamente presente na
consciência dos agentes).
Subjetivismo – hipostasia do agente calculista ao retratar a ação como resultado de um projeto
consciente de indivíduos que adotam uma atitude reflexiva de avaliação ou cálculo frente ao meio.

- para se distanciar das duas abordagens, Bourdieu enfatiza a ações ancoradas em campos ou
contexto de prática, sem tratá-la como algo que depende apenas do arbítrio do sujeito (*).

- substitui:
regra por estratégia (inclui a situação)
sujeito por agente socializado
Introduz o tempo na análise e a incerteza da ação

- Senso prático – envolvimento e conhecimento prática do agente sobre o jogo, conhecimento


adquirido na própria experiência do jogo
Lógica do jogo está aquém da consciência e do discurso (exemplo do esporte)

- Saber prático é enraizado no corpo, distinto da atitude reflexiva/calculista, tanto melhor é um


jogador quanto menos ele precisa refletir sobre os movimentos ou jogadas. O bom jogador domina
criativamente as variadas situações.
“Jogadas são estratégias, são resultado de um senso do jogo adquirido na prática e sedimentado no
corpo”.

- Conceito de habitus: “um sistema de disposições transponíveis e duráveis, estruturas estruturadas


predispostas a funcionar como estruturas estruturantes, i.e. como princípio para a geração e
estruturação de práticas e representações que (...) [são] coletivamente orquestradas sem ser o
produto da ação orquestradora de um regente”.

- As jogadas ou práticas, entretanto, não podem ser deduzidas diretamente do habitus; antes são o
resultado da relação entre o habitus e a situação específica

- Corpo é moldado pelas regularidades do mundo, habitus é durável. Isso quer dizer que as
capacidades cognitivas doas agentes resultam da incorporação das estruturas do mundo em que ele
age

- Habitus muda? Sim, mas é pouco provável porque o agente tende a encontrar em seu mundo
situações que reforçam o habitus ao invés de transformá-los. Tendência à reprodução das estruturas

- Realidade social existe nas mentes e nas coisas, dentro e fora dos agentes
Reformulação da relação entre prática e representação (retomar o argumento durkheimiano), não
são exteriores uma a outra e nem têm uma relação de determinação

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