Você está na página 1de 14

ORIENTAÇÃO VOCACIONAL DE ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ESCOLHA

ATRAVÉS DA ABORDAGEM CLÍNICA DE RODOLFO BOHOSLAVSKY

RESUMO

O presente estudo é resultado do interesse pela abordagem clínica proposta pelo


argentino Rodolfo Bohoslavsky. Destarte, investigar sobre tal teoria, nas suas
possibilidades de intervenção na orientação vocacional de jovens em situação de
escolha será o principal norte deste trabalho. Para isso, foi utilizada a metodologia
denominada de pesquisa bibliográfica, com o intuito de responder a seguinte pergunta:
como se dá o processo de orientação vocacional na abordagem clínica do argentino
Rodolfo Bohoslavsky?

Palavras-chave: Orientação Vocacional, Abordagem Clínica de Rodolfo Bohoslavsky,


Adolescentes em Situação de Escolha.

INTRODUÇÃO.

A orientação ao longo de sua história serviu a uma necessidade inerente ao homem,


de ser aconselhado, seja para resolver um problema relativo à sua existência, seja em
relação a uma ocupação. Desse modo, homens de visão voltaram-se para as
necessidades humanas, e começaram a sistematizar conhecimentos, a partir de suas
próprias práticas, como também a partir das observações do cotidiano da vida das
pessoas, no desempenho das atividades simples às mais complexas, apesar de serem
passadas de forma hereditária.

Para Edwin L. Herr (2011), o século XX foi o mais produtivo em relação à preocupação
técnica no desenvolvimento e implementação de intervenções no campo da orientação
profissional, apesar de haver registros antes de 1900, de atividades nesse sentido,
que, segundo ele, “demonstraram a forma como diferentes sociedades praticavam a
ajuda às pessoas, no que respeita às questões do trabalho ou, mais precisamente, o
modo como se colocavam as pessoas num trabalho em função da sua condição social
ou casta, ou objetivos políticos” (p. 13).

Ele ainda observa, que “as abordagens contemporâneas das intervenções de carreira
são, na Europa, América do Norte e, mais recentemente, na Ásia, África e América do
Sul, essencialmente, manifestações do século XX” (p. 13). E que as abordagens desse
século, se configuraram nas duas últimas décadas do século XIX, nos serviços diretos
com adolescentes e adultos, nesse período e nas primeiras do século XX. Durante tal
período, surgiram relevantes trabalhos de investigações que configuraram o quadro
teórico, como também o surgimento das intervenções de carreira.

Pode-se citar como os pioneiros na área, segundo Herr (2011), na França, Alfred
Binet, com seus testes de inteligência; Spranger, na Alemanha, por ter estudado “a
relação entre os tipos de personalidade e os diferentes tipos de emprego; as
investigações de Munsterberg, também na Alemanha, nas áreas de escolha
vocacional e do rendimento do trabalho”, como também nos “Estados Unidos, sobre o
estudo dos problemas educacionais e da carreira dos estudantes”, contribuições de
Jesse B. Weaver e de Eli Weaver (p. 13). Além de outras.
Apesar de não haver, na ocasião, bases científicas ou teóricas que fundamentassem
tais “modelos de intervenções de carreira destinadas a melhor compreender e a
facilitar o ‘comportamento na carreira’ dos indivíduos, ou mesmo conhecer de que
forma as diferenças culturais poderiam estar refletidas nessas mesmas intervenções”
(pp. 13-14), devem-se reconhecer tais pessoas como os escultores da arte de orientar
pessoas para a vida profissional. Eles deram o ponto de partida para uma área que,
hoje, apesar da diversidade de modelos existentes, ainda há muito que fazer.

Com a Revolução Industrial, o mundo do trabalho se transforma, transformando o


modo de ser das relações entre o patrão e o empregado e com isso   mudanças
estruturais seriam necessárias para dar conta do novo tempo. O patrão com oferta de
emprego para manter o próprio capital, mas tendo que enfrentar os problemas de
constante rotatividade dos empregados, com isso necessitando reorganizar-se para
enfrentar tais problemas de inadaptabilidade dos trabalhadores às ocupações. Afinal,
os industriais precisavam encontrar solução para tais problemas de custos e rupturas
ocasionados com as constantes mudanças desses trabalhadores, Herr (2011).

Diante dos diversos problemas enfrentados com o advento da revolução industrial,


percebem-se crianças e adolescentes sendo exploradas com carga horária de trabalho
insuportável, em atividades insalubres. Trabalhadores sendo cerceados de seus
direitos como ser humano e dono de seus destinos, como os são, carecia de grandes
mudanças. Então, Herr (2011), coloca que:

Deste surto de mudança, sofrimento humano e reconhecimento da necessidade de


respeitar as diferenças individuais e a dignidade humana, surgem as primeiras
técnicas de intervenção especializadas. Estas eram encaradas como intervenções
práticas e humanistas, destinadas a ajudar às pessoas a <encaixarem-se> de acordo
com as necessidades da estrutura de emprego, de forma a preservarem a
racionalidade das suas escolhas, sem serem coagidas ou obrigadas a tal (p, 15).

Ele se refere à abordagem traço e fator, de Frank Parsons[3], como a mais conhecida
e venerada. Essa abordagem na atualidade ainda é respeitada. Partes dos seus
pressupostos foram tomados emprestados por outros modelos de intervenção em
orientação profissional. Herr (2011) acrescenta que “o particularmente importante no
modelo de Parsons é que este constituiu uma base conceitual que direcionou, durante
o século XX, muitas das investigações sobre carreira”. E, que ao modelo inicial foram
acrescentados outros passos, e “estabelecidas as bases científicas que
fundamentaram cada um dos três passos do referido modelo: identificar e medir as
diferenças individuais, apresentar as diferenças do conteúdo das atividades dentro de
cada profissão, e clarificar os elementos do processo de tomada de decisão” (p. 16).

Parsons em seu modelo de traço e fator desenvolveu uma forma particular


de avaliação. Herr (2011, p. 17) descreve três passos desse modelo teórico, que se
constituem nos seguintes:

O primeiro passo do modelo enfatizou a importância de compreender que


características individuais são estáveis mensuráveis e preditivas do comportamento
humano, no âmbito da formação, desempenho ou outros contextos de vida.

O segundo passo do modelo, estimulou análises do mundo educacional e profissional,


a análise das diferenças do conteúdo de distintas áreas educativas e profissionais, e a
análise dos traços individuais mais adequados para se ser eficientes em cada uma
delas.

O terceiro passo do modelo conduziu a esforços de compreensão do processo de


escolha e de avaliação das competências de tomada de decisão.

Desse modo, Herr coloca o leitor a par dos elementos básicos da teoria traço fator.

Em meados desse mesmo século (em referência ao século XX), surge uma nova visão
acerca da orientação vocacional, isso se deu através do argentino Rodolfo
Bohoslavsky (2015), que, contrário à psicotécnica, lança as bases de uma orientação
vocacional na abordagem clínica, cujo modelo teórico preconiza o sujeito como dono
de sua própria escolha. Então, a estratégia clínica passou a servir de norte para o
processo de orientação do adolescente em situação de escolha profissional, entre os
argentinos e posteriormente entre os brasileiros.

Destarte, investigar sobre a teoria proposta por Bohoslavsky, nas suas possibilidades
de intervenção na orientação de jovens em situação de escolha será o principal norte
desse trabalho. Para isso, será utilizada a metodologia denominada de pesquisa
bibliográfica, com o intuito de respondera à seguinte pergunta: como se dá o processo
de orientação vocacional na abordagem clínica de Bohoslavsky?

RODOLFO BOHOSLAVSKY: UM IDEALIZADOR

O argentino Rodolfo Bohoslavsky inicia na década de sessenta, os fundamentos


teóricos do enfoque clínico na orientação vocacional, sob a influência da psicanálise
inglesa, na figura de Melanie Klein, através dos conceitos de instâncias psíquicas: ego,
id e superego; de inconsciente, de narcisismo, de mecanismos de defesa, de
idealização (ideal-de-ego), de identificação, de sublimação e de reparação. Como
também da Psicologia do Ego de Kurt Lewin, da “psicanálise clínica”, preconizada pelo
argentino José Bleger e do “Grupo Operativo” de Pichon-Rivière. (Lehman, Silva,
Ribeiro & Uvaldo, 2011).

Em 1960, ele lança o livro “Orientação Vocacional: uma estratégia clínica”, que traz os
fundamentos da sua abordagem. Nesta obra, “propõe a compreensão do indivíduo
como sujeito de escolhas, numa crítica à modalidade psicométrica em Orientação
Vocacional que tomava o indivíduo como objeto de sua intervenção”. De nítidas bases
psicanalíticas, ele preconizava que: “o vocacional seria uma resposta do sujeito a
quem ele é, não ao que ele faz, da ordem do ocupacional” (Ibid., p. 120).

Bohoslavsky veio para o Brasil, convidado pela Professora Maria Margarida Carvalho,
a fim de ministrar aulas baseadas no livro que lançara, fundando aqui, “todo um modo
de trabalhar, denominado de abordagem clínica”. Influenciando sobremaneira a
Orientação Profissional no Brasil, particularmente na Psicologia. (Id.)

Descontente com o tratamento que a ele foi dispensado na USP, ele se muda para o
Rio de Janeiro, onde continua com suas atividades de orientador e leva uma vida
boemia. Morre em 1977, deixando outro livro, cujo título é: Vocacional: teoria, técnica
e ideologia. Nessa obra, ele reformula a estratégia clínica e a aproxima do social, além
de outros temas.
ORIENTAÇÃO VOCACIONAL/OCUPACIONAL

A PSICOLOGIA CLÍNICA

Para Bohoslavsky (2015, p. 6-7), a psicologia clínica está caracterizada como uma
estratégia de se abordar o seu objeto de estudo, o comportamento humano. O autor
tem consciência de que essa afirmativa não é compartilhada com muitos outros
autores. Para ele, ‘estratégia’ é aludida ao tipo de ‘observação’ e de ‘atuação’ sobre o
comportamento humano, sem dar tanta importância ao que é observado ou mesmo
‘sobre o que se age’. Tal estratégia serve para se estudar tanto o comportamento
sadio, como o doente. Pode ocorrer no âmbito do trabalho, ou seja: psicossocial,
sociodinâmico, institucional ou consultório; no campo de trabalho familial, penal,
educacional, recreativo, ocupacional e outros. Como também em relação ao “propósito
de quem empregue tal estratégia em situação humana”, seja a fim de modificar,
compreender ou explicar ou, ainda na prevenção de dificuldades. O autor, ainda afirma
que, a observação é uma estratégia, além de ser “uma atuação autoconsciente sobre
a condição humana”.

A ESTRATÉGIA CLÍNICA

Segundo Bohoslavsky (op. cit., p.10), a estratégia clínica pode estar a serviço de se
conhecer, investigar, compreender, modificar o comportamento humano. Isso pode
acontecer tanto no âmbito psicossocial (individual), quanto no sociodinâmico (grupal),
como também nos âmbitos institucional e/ou comunitário. Afastando-se desse modo
da modalidade estatística.

Para melhor compreensão entre a abordagem estatística e a modalidade clínica, toma-


se, aqui, o quadro proposto por Bohoslavsky (2015), que explicitamente coloca as
diferenças entre ambas (ver quadro 01).

Quadro 01 – Diferenças entre as abordagens estatística e clínica.

MODALIDADE ESTATÍSTICA MODALIDADE CLÍNICA

1)   O adolescente, dados a dimensão e o tipo


1)    O adolescente pode chegar a uma decisão
de conflito que enfrenta, não está em
se conseguir elaborar os conflitos e ansiedades
condições de chegar a uma decisão por si
que experimentam em relação ao seu futuro.
mesmo.
2)   Cada carreira ou profissão requer aptidões
específicas.
2)    As carreiras e profissões requerem
potencialidades, que não podem ser
Estas são:
definidas a priori, nem muito menos ser
medidas.
a)   definíveis a priori; Estas potencialidades não são estáticas, mas
modificam-se no transcurso da vida, incluindo,
b)   mensuráveis; por certo, o tempo de estudante e de
profissional.

c)   mais ou menos estáveis ao longo da vida.

3)   O prazer no estudo e na profissão depende


3)    Satisfação no estudo e na profissão do tipo de vínculo que se estabelece com eles.
depende do interesse que se tenha por eles. O O vínculo depende da personalidade, que não
interesse é específico, mensurável e é um a priori, mas que se define na ação
desconhecido pelo sujeito. (incluindo, certamente, a ação de estudar e
  trabalhar em determinada disciplina).
O interesse não é desconhecido pelo sujeito,
mesmo que, possivelmente, o sejam os
  motivos que determinam esse interesse
específico.

4)    A realidade sociocultural muda


4)   As profissões não mudam. A realidade incessantemente. Surgem novas carreiras,
sociocultural, tampouco. Por isso, pode-se especializações e campos de trabalho,
predizer, conhecendo a situação atual, o continuamente.
desempenho futuro de quem hoje se ajusta, Conhecer a situação atual é importante. Mais
por suas aptidões, ao que hoje é determinada importante é antecipar a situação futura.
carreira ou profissão. Se o jovem tem aptidões Ninguém pode predizer o sucesso, a menos
suficientes, não terá que enfrentar obstáculos. que seja entendido como a possibilidade de
Fará uma carreira bem-sucedida superar obstáculos com maturidade.

5)  O adolescente deve desempenhar um papel


5)    O psicólogo deve desempenhar um papel ativo. A tarefa do psicólogo é esclarecer e
ativo, aconselhando o jovem. Deixar de fazê-lo informar. A ansiedade não deve ser
aumenta indevidamente sua ansiedade, amenizada, mas resolvida; e isto somente se o
quando esta deve ser diminuída. adolescente elabora os conflitos que lhe deram
origem.
Fonte: Bohoslavsky, 2015, p. 4

O quadro representa os distanciamentos entre uma abordagem e outra. A abordagem


clínica, representa uma maior dinâmica referente ao ato de escolher, pois coloca o
sujeito que escolhe, numa posição ativa. Essa abordagem teórica, leva em
consideração, principalmente as potencialidades do sujeito para enfrentar os desafias
oriundos do processo de orientação vocacional. Dessa forma, a tarefa primordial do
orientador será a de orientar e esclarecer, colocando-se numa posição de coadjuvante
no processo de escolha.
Segue abaixo um quadro sistematizado a partir de Lehman, Silva, Ribeiro & Uvaldo
(2011, p. 125-127), objetivando a compreensão de alguns pressupostos da abordagem
clínica de Bohoslavsky (ver quadro 02).

Quadro 02 – Pressupostos da abordagem clínica

ABORDAGEM CLÍNICA PROPOSTA POR BOHOSLAVSKY

A estratégia clínica busca:

·       entender a psicodinâmica vocacional do sujeito;

·       compreender a problemática vocacional (conflito vocacional básico),


que seria o tipo específico de problemas de personalidade que envolve
Princípios, mecanismos de decisão diante de papéis ocupacionais;
objetivos e
funções ·       possibilitar a integração do devir vocacional com as possibilidades
ocupacionais (Veinstein, 1997);

·       dar oportunidade para os indivíduos se expressar como sujeito de


escolhas; um indivíduo em ação, no sentido de Arenet (1958/1987) lhe dá,
como atividade existencial, não só existente (Veinstein, 1994), sendo esta
a proposta ética da estratégia clínica em Orientação Profissional.

·       Para Bohoslavsky (2001), a Orientação Profissional seria


uma estratégia de observação e intervenção sobre o comportamento
humano e necessitaria de uma logística (quadro de referência teórico) de
uma estratégia (operacionalização da logística, transformando-a em ação
planejada e intencional sobre dada situação com finalidade de modificá-la,
segundo determinados propósitos) e de uma tática (recursos práticos a
serem utilizados).
Estratégia, tática ·       Instrumentos – a entrevista clínica é o principal instrumento técnico.
e técnica Alguns testes projetivos e técnicas de informação ocupacional (por
  exemplo, a técnica do RO), técnicas complementares básicas.

·       A Orientação Profissional pode ser, então, realizada na modalidade


individual ou grupal, sendo que ambas, guardadas as devidas
especificidades, obedecem aos mesmos princípios e etapas de
intervenção: diagnóstico, prognóstico e orientação profissional.

Fonte: elaborado pelo autor a partir de Lehman et al., (2011, p. 125-127 (v1))

O quadro apresenta, de forma resumida, aspectos da abordagem, porém é suficiente


para dar uma ideia clara de como se dá essa metodologia na prática.
De todo modo, a estratégia clínica, pressupõe, segundo Moura (2014), “colocar no
centro do processo a pessoa que escolhe e seu potencial transformador da sociedade.
Procura favorecer não só a tomada de consciência do conflito presente na escolha,
mas também aborda as sobredeterminações (sociais, econômicas e culturais) que a
envolvem”. E ainda, coloca o autor que, “o trabalho é concebido como importante elo
entre o mundo intrapsíquico e o contexto social”. Que a orientação profissional clínica
“não só se restringe à pontualidade de uma escolha, mas almeja igualmente a
construção de uma identidade vocacional, o estabelecimento saudável da pessoa com
seu papel sociolaboral e projeto de vida, de forma autônoma e contínua” (pp. 13-14).
Assim sendo, a estratégia clínica, não está a serviço de apontar uma carreira, como
ocorre na psicotécnica, mas vai muito mais além. Ela abarca todo o fenômeno
envolvido no processo decisório.

SOBRE A VOCAÇÃO

A questão da palavra “vocação” constitui-se motivo para discussão, chegando até a


negação da mesma, no que diz respeito ao campo da escolha profissional. Uma
observação muito interessante, no sentido de explicar melhor o uso da mesma, é que
se tomam, aqui, as explicações de Bohoslavsky (1983, p. 15), ao expor a instância
do vocante e a índole do vocado. Segundo ele, “no momento religioso pré-científico, o
vocante é Deus e o vocado, a alma posta a seu serviço”. Já o momento “científico-
acadêmico” denominado pelo autor como “pré-psicanalítico, o vocante é a estrutura
educacional e o vocado, os interesses e aptidões do sujeito mediante a intervenção do
psicometrista”. Ele coloca ainda que, no “momento psicanalítico, o vocante são os
objetos internos e o vocado, o Ego (relativamente autônomo) do sujeito”. E que no
momento atual, em referência àquela época em que ele inicia os pressupostos de sua
abordagem clínica, “reconhecemos no sistema produtivo e nos desejos do sujeito a
determinação em última instância do vocante, e no Ego de um sujeito-sujeitado, a
instância de reconhecimento-desconhecimento das demandas, daí as respostas
vocadas”. Desse modo, Bohoslavsky, faz uso da palavra vocação, afastando-se da
concepção de “chamado divino”.

A ORIENTAÇÃO VOCACIONAL E O ADOLESCENTE

Bohoslavsky (2015) refere-se ao termo orientação vocacional, quanto às distintas


atividades como aquelas correspondentes aos quadros de referências, as teorias que
orientam tal prática, como também as concepções filosóficas e de ciências; além de se
utilizar de técnicas diversas, apesar de tais diferenças não aparecerem de forma tão
clara. De posse de um conhecimento sólido, o orientador conduzirá o processo de
forma mais segura e, com isso, logrando maior êxito.

Percebe-se que tal tarefa carrega em si grande complexidade, desse modo, exigindo-
se do orientador, um conhecimento profundo na área, isso pressupõe também uma
continua formação a fim de levar a cabo tal tarefa. Pois “(…) sua prática, que atende a
uma imperiosa necessidade atual, requer não só a explicitação de técnicas e recursos
para uma análise exaustiva dos mesmos, como também a formulação de esquemas
conceituais pertinentes à sua temática específica” (Bohoslavsky, 2015, p. 2).

Segundo Bohoslavsky (2015,) a atividade de orientação vocacional não é tarefa


exclusiva de psicólogo, pois pedagogos, sociólogos, professores secundários e outros,
também estão implicados na tarefa do “processo de orientação frente à situação de
escolha”. Porém, “existe uma dimensão da tarefa que é campo privado do psicólogo: o
do diagnóstico e solução dos problemas que os indivíduos têm em relação a seu
futuro, como estudante e profissionais, no sistema econômico da sociedade a que
pertencem” (Id.)

Ainda, segundo Bohoslavsky (Id.) a orientação vocacional, são procedimentos de


psicólogos especializados para esse fim, e que tem como cliente, as pessoas que, em
certo momento de suas vidas, se deparam com a necessidade de se decidir. Isso pode
acontecer no momento da escolha por um curso. Desse modo, a escolha passa a ser
momento crítico, pois se constitui num processo de mudança. E a depender da forma
como as pessoas enfrentam e elaboram tais mudanças, dependerá o seu
desenvolvimento futuro, se para a saúde ou para a doença.

Os momentos críticos pelos quais passa a adolescência podem estar relacionados às


transformações biológicas, físicas e psicológicas. Mudanças que já se iniciaram na
infância. E é nessa nova fase que se darão a preparação para a vida adulta. Contudo,
o adolescente terá que aprender a lidar com elas, pois se constituem curso natural da
vida em transição. Adolescer inclui perdas e consequentemente, o surgimento do luto.
Um desses lutos pode estar atrelado ao momento de escolher uma profissão, tomando
aqui as palavras de Bohoslavsky (op. cit., p. 59) “O adolescente que escolhe e que
aceita crescer de certo modo ‘destrói’, desestrutura o grupo familiar, pois está dando o
grande salto, ou o primeiro grande salto, no sentido da separação do grupo familiar”,
essa ruptura pressupõe, o que o autor denomina de “reestruturação”, não somente de
si mesmo, mas também incluindo todo o grupo familiar. E isto é motivo suficiente para
gerar a culpa no adolescente.

Mas adolescer é isso: é experienciar o novo, para que haja aprendizado. Será
imperioso que se aprenda a enfrentar as mudanças oriundas dessa nova fase, criando
estratégias para o seu enfrentamento. Isso será imprescindível que se aprenda a lidar
com as perdas, mas que mantenha a esperança de que há os ganhos, as vitórias; o
aprendizado.

Adolescer é deixar para trás, a infância, e com ela vão-se os modos infantis de ser.
Vão-se os cuidados que uma criança requer. Com a nova fase, novos
comportamentos serão requeridos, surge a necessidade da responsabilidade sobre si,
e sobre o outro. Surgem novos modos de pensar, de agir. Surgem cobranças, como
exigências da própria vida. Surge, então, um novo sujeito que deverá construir o seu
próprio caminho que servirá como exercício para a vida adulta. Surgem os medos, os
novos interesses. O adolescente precisará aprender a lidar com as mudanças que lhe
são novas. Desse modo, será necessário o apoio da família, da escola, da
comunidade, dos amigos, a fim de que possa enfrentar as responsabilidades que
advirão que o fará constituir-se enquanto sujeito de “ser-no-mundo”. Será necessário
aprender a enfrentar o turbilhão de eventos que podem imobilizá-lo diante de tantas
coisas novas que surgirão, quase que de repente. Tudo isso para anunciar um novo
alvorecer: a vida adulta.

Para Bohoslavsky (2015) é na adolescência que eclodem as dificuldades e possíveis


soluções em relação à natureza vocacional. Isso se dá, entre os quinze e dezenove
anos, pois é nesse momento que as preocupações com a vida adulta e a entrada para
o mundo do trabalho ficam mais claras. Assim, o processo de orientação vocacional
pode ser muito importante, pois ajudará o adolescente, a resolver as dificuldades
inerentes à escolha profissional, futura.
A abordagem proposta por Bohoslavsky, segundo Moura (2014, pp. 26-27), “considera
fundamental que o orientando chegue a uma decisão autônoma a partir da elaboração
dos conflitos e ansiedades que experiencia em relação ao futuro; que o orientando
seja capaz de conhecer seus interesses e os motivos que os sustentam”; observa
ainda que: “o orientando aprenda a escolher e desenvolva maturidade para enfrentar
obstáculos futuros através da elaboração dos seus conflitos (…)”. Isso se deve porque,
segundo essa abordagem, “as profissões são dinâmicas e as potencialidades para
exercê-las são variáveis”. Nessa visão, não é função do orientador “buscar medi-las ou
defini-las”. Em consequência disso, a participação ativa do adolescente, no processo
decisório de uma escolha profissional, proporcionará ao mesmo, o exercício de
autonomia necessário para as decisões futuras.

E para Bohoslavsky (2015),

O futuro implica desempenhos adultos e se trata, novamente, de um futuro


personificado. Não há nenhum adolescente que queira ser engenheiro “em geral” ou
lanterninha de cinema “em geral” ou psicólogo “em geral”. Quer ser como tal pessoa,
real ou imaginada, que tem tais e quais possibilidades ou atributos e que
supostamente os possui em virtude da posição ocupacional que exerce. Isto quer dizer
que o “queria ser engenheiro” nunca é somente “queria ser engenheiro”, mas “quero
ser como suponho que seja Fulano de tal, que é engenheiro e tem tais ‘poderes’, que
quisera fossem meus” (p. 28).

Em vista disso, o adulto serve de estímulo para os adolescentes, que o transforma


num objeto de inspiração para suas escolhas futuras.

Bohoslavsky (2015, p. 28) coloca que “para um adolescente, definir o futuro não é
somente definir o que fazer, mas, fundamentalmente, definir quem ser e, ao mesmo
tempo, definir quem não ser. Ainda, segundo o autor, se o adolescente se preocupar
“somente com o que fazer, o psicólogo deve restituir-lhe a parte da realidade que
esteja escamoteada”, desse modo, “terá que lhe mostrar que forma deve ser escolhe
ou quer escolher. E quando se preocupa somente com que coisa ser, terá que lhe
mostrar que relação tem a ocupação com (sic) concreta com esse modo de ser que se
propõe a assumir”. Assim, o psicólogo orientador, estará à disposição do orientando,
no sentido de guiá-lo à autopercepção, que se faz tão necessária no processo de
tomada de decisão.

Continuando com Bohoslavsky (2015) aponta que “os verdadeiros problemas da


orientação vocacional se relacionam com o ‘realizar-se’, que o adolescente propõe na
entrevista. Com um realizar-se realizando, ou seja, com um ‘chegar a ser’, vinculando-
se a objetos. Criando-se e criando, na relação com determinados objetos da realidade
externa e interna”. A isso Bohoslavsky relaciona à questão de vínculos. E, ainda,
observa ele: “no vínculo que o adolescente estabelece com o futuro, teremos que
diferenciar aspectos manifestos e não manifestos. Estes últimos não são
necessariamente latentes, no sentido de inconscientes ou reprimidos”. Cabe então,
afirmar, segundo ele, que “entre vínculos manifestos e não manifestos poderá
produzir-se correlação, oposição, contradição, dissociação, etc. Os vínculos não
manifestos são tão ‘reais’ como os manifestos, e os manifestos também incluem
fantasias (conscientes e inconscientes)” (pp. 28-29).

Tais vínculos, segundo Bohoslavsky (2015) podem ser atuais, que são os “aspectos
manifestos e não manifestos da relação com o profissional. Condensam e expressam
vínculos passados (da história do sujeito) e potenciais (com o objeto do futuro, em
termos de projetos). O psicólogo concentrado nos vínculos atuais diagnostica os
vínculos passados e atua sobre os potenciais” (p. 29). Daí a importância do
estabelecimento do vínculo desde os primeiros contatos que se dão entre orientando e
orientador, pois isso facilitará todo o processo.

SOBRE A IDENTIDADE VOCACIONAL E O PROCESSO DE ESCOLHA

Outro conceito discutido por Bohoslavsky (2015) é a questão da identidade


ocupacional e identidade profissional. O autor não considera a identidade ocupacional
como algo definido, mas tão somente como “momento de um processo submetido às
mesmas leis e dificuldades daquele que conduz à conquista de identidade pessoal.
Esta colocação elimina a ideia de que a vocação é algo definido, um “chamado” ou
destino preestabelecido, que deve descobrir” (p. 30). E considera ainda que, “(…)
como a identidade ocupacional é um aspecto da identidade do sujeito, parte de seu
sistema mais amplo que a compreende, é determinada e determinante na relação com
toda a personalidade”. Por conseguinte, “os problemas vocacionais terão que ser
entendidos como problemas de personalidade determinados por falhas, obstáculos ou
erros das pessoas, no alcance da identidade ocupacional” (Id.).

Ele ainda coloca que “A identidade ocupacional é a autopercepção, ao longo do


tempo, em termos de papéis ocupacionais. Ele chama de “ocupação ao conjunto de
expectativas do papel. Assim, o autor destaca “o caráter estrutural, relacional, do
nosso problema, porque a ocupação não é algo definido a partir ‘de dentro’, nem ‘de
fora’, mas a sua interação. As ‘ocupações’ são os nomes com os quais se designam
expectativas, que têm os demais indivíduos, em relação ao papel de um indivíduo” (p.
30). Ele ainda acrescenta que “a identidade ocupacional se desenvolve como um
aspecto da identidade pessoal. Suas raízes genéticas assentam-se, basicamente,
sobre o esquema corporal e estão sujeitas, desde o nascimento, às influências do
meio humano”. Em razão disso, segundo o autor, “a identidade ocupacional, assim
como a identidade pessoal, devem ser entendidas como a contínua interação entre
fatores internos e externos à pessoa” (p. 31). Assim, o autor esclarece o sentido e
significado de “ocupação” e “identidade ocupacional”.

Conforme Bohoslavsky (2015), o processo de escolha passa por diferentes momentos.


No quadro abaixo, ele sistematiza dois tipos de dados: “a intervenção do ego em cada
momento do processo e os transtornos típicos em cada um deles” (p. 65) (ver quadro
03).

Quadro 03 – Representação dos momentos da escolha.

Momentos Função egoica comprometida Patologia mais frequente

Adaptação, interpretação e sentido “Não ver” e “não se ver” por confusão


Seleção de realidade. Discriminação. no vínculo. Identificações projetivas e
Hierarquização dos objetos introjetivas maciças.

Rapidez e estereotipadas ou
Relação de objeto. Tolerância da
Escolha excessiva labilidade de cargas.
ambiguidade e da ambivalência.
Bloqueios afetivos.
Transtornos na elaboração de lutos.
Decisão Ação sobre a realidade. Projetos.
Fracasso no controle de impulsos.

Fonte: Bohoslavsky – (2015, p. 65)

Os elementos constantes no quadro dão um norte para a orientação


vocacional/ocupacional, porque ajuda o orientador a compreender melhor o
adolescente e, com isso, conduzir de forma mais eficaz todo o processo.

O PROCESSO

O processo de orientação vocacional, na estratégia clínica, se divide em três


momentos: diagnóstico, prognóstico e a orientação propriamente dita.

O primeiro momento é o Diagnóstico, “o orientador identifica a problemática


vocacional, por meio da configuração de um campo, no qual o orientando recria essa
problemática, e realiza um diagnóstico da situação, que deverá gerar um prognóstico
quanto à orientabilidade do sujeito” (Lehman et al., 2011, p. 128).

Para uma melhor compreensão segue exposto abaixo os critérios diagnósticos, e logo


mais adiante, o prognóstico e a orientação vocacional propriamente dita, propostos por
Bohoslavsky, (2015, pp. 77-89):

DIAGNÓSTICO

1. Manejo do tempo – (passado, presente e futuro);


2. Momento em que o jovem se situa: o de seleção (reconhecimento das
possibilidades), o de escolha (estabelecimento do vínculo com o que foi
escolhido) e o de decisão (elaboração de projeto a partir do que foi
escolhido);
3. Ansiedades predominantes – (confusa, persecutória e depressiva), tal como
se manifesta nas entrevistas de orientação vocacional como defesa;
4. Carreiras como objeto – (o entrevistado fala das carreiras numa certa
ordem, agrupando-as segundo critérios mais ou menos conscientes; liga-as
a situações de êxito ou fracasso, facilidade ou dificuldade, prestígio ou
desprestígio, possibilidade de diferenciar-se ou não, etc.);
5. Identificações Predominantes – (com o ideal-de-ego, com os familiares,
com seus pares ou gênero);
6. Situações que o adolescente atravessa – A pré-dilemática (é aquela por
que passa o adolescente que “não se dá conta” de que deve escolher).
A dilemática (caracteriza-se pela presença de afetos confusos numa pessoa
que se dá conta de que enfrenta uma dúvida, uma dificuldade num
momento de mudança). A problemática (caracteriza-se por um grau elevado
de conflito, capaz de determinar no adolescente uma dinâmica tal que
possa superá-lo, integrando seus termos numa síntese superior. (…) o
adolescente está realmente preocupado. Suas funções (do ego) encontram-
se a serviço de uma análise exaustiva da situação). A situação
de resolução (nesta situação, o adolescente vê reativados seus antigos
mecanismos postos a serviço da elaboração de situações de perda. É
capaz de reconhecer seu medo e sua tristeza e, inclusive, alheações de
ambos os tipos de afeto);
7. Fantasias de resolução – (corresponde às expectativas conscientes ou
inconscientes frente ao processo de orientação vocacional. (…) Torna-se
neste aspecto do diagnóstico é o que o adolescente “necessita” e o que
“procura”. Este último é a fantasia consciente de resolução);
8. Deuteroescolha – (Define-se como o adolescente escolhe escolher).

PROGNÓSTICO

O segundo momento é o prognóstico, isso ocorre devido a funcionalidade do


diagnostico, que o permite realizar-se através dos seguintes critérios:

1. Estrutura da personalidade – (modelo típico de relações do indivíduo com o


ambiente);
2. Manejo da crise adolescente – (análise da crise adolescente, tal e qual se
produz no entrevistado);
3. Histórico escolar – (esclarece o tipo de vínculo com situações
de aprendizagem, o que permite prognosticar como será o desempenho do
adolescente na universidade);
4. Histórico familiar – (permite prognosticar tanto os sistemas valorativos
diante das carreira e profissões derivadas da classe social a que pertence
como os tipos de identificações familiares que, no que diz respeito à
escolha de carreira);
5. Identidade vocacional e ocupacional;
6. Maturidade para escolher.

ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

O terceiro momento é a Orientação Profissional propriamente dita. Aqui, “após a


realização do prognóstico, se o sujeito puder ser orientado, serão estabelecidos o
enquadre e o contrato de trabalho. Caso não possa, haverá uma entrevista devolutiva,
e serão pensadas, conjuntamente, alternativas para as demandas levantadas pelo
processo diagnóstico da Orientação Profissional” (Bohoslavsky, 2001 apud Lehman et
al., (2011, p. 125-130 (v.1)).

REPRESENTAÇÃO DO MODELO DE ORIENTAÇÃO NA ABORDAGEM CLÍNICA

A fim de completar as informações acerca da metodologia de trabalho na abordagem


clínica de Bohoslavsky, toma-se o quadro representativo deste modelo de orientação
vocacional proposto por Moura (2014) (ver quadro 04):

Quadro 04 – Modelo da Orientação Vocacional na Estratégia Clínica

  Espaço Individual
Tempo 15 a 20 sessões
SETTING
Frequência 1-2vezes por semana
Atitude Neutralidade
Atividade-
Ativo
Passividade
“Escuta” Todas as associações
Prospectiva – ligada ao desenvolvimento da
Interpretação
identidade vocacional
Interpreta-se apenas quando interfere no
TÉCNICA Transferência
enquadre
Semiaberto – Organizado em 3 momentos:
Planejamento [Diagnóstico, Prognóstico e Orientação
Profissional propriamente dita]
Predominância
Projetivas não gráficas (R-O, minibiografia,
das técnicas
etc.)
auxiliares
Testes [Weschler; TAT; BBT; EAP e outros]
PRINCIPAL PÚBLICO
Adolescente
ATENDIDO
Contribuir para que o entrevistado tenha
acesso a uma identidade vocacional através
OBJETIVO DO PROCESSO
da compreensão dos conflitos e situações
EM OP
que hajam impedido de aceita-la de modo
integrado e não conflitivo.
  Colaborar no esclarecimento e na assunção
MEIO a uma identidade vocacional adulta de
maneira não diretiva.
Fonte: Adaptado de Marcos Lanner de Moura, 2014, p. 64

O quadro resumo se constitui num elemento muito importante no sentido de guiar os


trabalhos de orientação vocacional na abordagem clínica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS.

A realização do processo de orientação vocacional/ocupacional antes de ingressar na


universidade ou em escolas técnicas, poderá constituir-se em algo muito importante na
vida do sujeito, pois evitará grandes prejuízos, tanto o prejuízo institucional que terá de
investir no aluno, que depois fatidicamente abandonará o curso, quanto à perda de
tempo e frustrações por parte deste, que ao abandonar os estudos, provavelmente
recomeçará em outro curso. Mas, convém pontuar que alguns acabam desistindo da
vida acadêmica e buscam inserir-se no mercado de trabalho; outros procuram as
escolas técnicas a fim de se profissionalizarem e, de forma mais rápida, entrar no
mercado de trabalho.

Através da abordagem clínica proposta por Bohoslavsky, o jovem em situação de


escolha, é colocado numa posição em que ele é o autor de sua própria história. Assim
sendo, a estratégia clínica, não está a serviço de apontar uma carreira, como ocorre
na psicotécnica, mas vai muito mais além. Ela abarca todo o fenômeno envolvido no
processo decisório. Pois através dessa metodologia, será possível ajudar o
adolescente na elaboração das angústias relativas à escolha profissional, estimulando-
os para a autopercepção em relação aos papéis ocupacionais e o contato com a
identidade vocacional/ocupacional, resultando na sua escolha profissional.

REFERÊNCIAS

BOHOSLAVSKY, R. Orientação Vocacional: a estratégia clínica. 12. ed.. Trad. José


Maria Valeije Bojart. São Paulo: Martins Fontes, 2015.

_______. Entre a encruzilhada e os caminhos: à guisa de introdução – a reformulação


da estratégia clínica. In: BOHOSLAVSKY, R. (Org). Vocacional: Teoria, técnica e
ideologia. Trad. Cristina França. (pp. 15-17). São Paulo: Cortez, 1983.

HERR, E.L. Abordagens às intervenções de carreira: perspectiva histórica. In: Taveira,


M.C., & Silva, J.T. da. (Coord.). Psicologia vocacional: perspectivas para a
intervenção. 2. ed.. Coimbra/PT: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2011.

LEHMAN, Y.P., Silva, F.F., RIBEIRO, M.A. & UVALDO, M.C.C.. Segunda demanda
chave para a orientação profissional: como ajudar o indivíduo a entender os
determinantes de sua escolha e poder escolher? Enfoque psicodinâmico. In: RIBEIRO,
M.A. & L.L. MELO-SILVA. (Orgs.). Compêndio de orientação profissional e de
carreira: perspectivas históricas e enfoques teóricos clássicos e modernos. (v.1,
pp.111-134). São Paulo: Vetor, 2011.

MOURA, M.L. Contribuição para a orientação profissional na estratégia clínica a


partir da psicoterapia breve psicanalítica. Dissertação de Mestrado. Instituto de
Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.

[1] Professor Sergipe/Brasil

[2] Professor Me. Sergipe/Brasil

[3] “Foi engenheiro, advogado e reformista social que se preocupou cada vez mais em
desenvolver técnicas para ajudar crianças, adolescentes e adultos a ficarem
verdadeiramente esclarecidos sobre os empregos à sua disposição. Parsons propôs
um modelo tripartido para quadro de referência das intervenções de carreira, que veio
a transformar-se na abordagem de intervenção mais popular do século XX; a
abordagem de traço e fator”. Herr (2011, p. 15).

DANTAS, Gerinelson Oliveira; LIMA, Thiago Cavalcante Lima. Orientação


Vocacional de Adolescentes em Situação de Escolha Através da Abordagem
Clínica de Rodolfo Bohoslavsky. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do
Conhecimento. Ano 02, Ed. 01, Vol. 14, pp. 5-21 Janeiro de 2017 ISSN:2448-0959

Disponível em https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/orientacao-
vocacional-adolescentes

Você também pode gostar