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Prezado
ANGELO ANTONIO LIBORIO DE OLIVEIRA FILHO
Temos a satisfação de informar que seu trabalho intitulado “CAPELANIA CARCERÁRIA: UMA
ANÁLISE SOBRE O ACOMPANHAMENTO PASTORAL NO INSTITUTO AMIGOS DE CRISTO", foi aceito
no Simpósio Temático ST 01 – Identidade Religiosa e Práxis Educativa na Amazônia, coordenado
por Geneci Bett (Faculdade Boas Novas - Manaus-AM), Edeney Salvador (Faculdade Boas Novas -
Manaus-AM), Maria Marta Silveira (Faculdade Boas Novas - Manaus-AM), que ocorrerá no III
Congresso Norte de Teologia | II Seminário Diálogos com o Sagrado sob o tema “Diversidade
Religiosa no Brasil: Identidade, Fronteira e Desafios para o Século XXI”, a se realizar de 28 a 29 de
novembro de 2018 na Faculdade Boas Novas, em Manaus/AM.
Não se esqueça de que para obter seu certificado de apresentação e a publicação de seu texto
completo nos Anais do Evento, a organização do evento exige a participação em 75% das
atividades de seu Simpósio Temático.
A Comissão Organizadora agradece a colaboração e conta com sua presença no III Congresso
Norte de Teologia | II Seminários Diálogos.
Próximo aos dias do evento serão informados os locais de apresentação dos STs
MANAUS
2018
Angelo Antonio Liborio de Oliveira Filho
MANAUS
2018
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................5
1. O INSTITUTO AMIGOS DE CRISTO....................................................................7
2. DESENVOLVIMENTO DO TEMA.........................................................................8
2.1 A CAPELANIA.................................................................................................8
2.2 CAPELÃO: PROBLEMATIZAÇÃO.................................................................9
2.3 RELAÇÃO ENTRE A CAPELANIA E O INFRATOR......................................11
3. VIVÊNCIA DE ESTÁGIO.......................................................................................13
3.1 DESCRIÇÃO DE PROCESSOS E COMPLICAÇÕES DO INSTITUTO
AMIGOS DE CRISTO PERTINENTES A CAPELANIA
PRESTADA................................................................................................................15
3.2 ANÁLISE ENTRE O INFRATOR E A CAPELANIA: O CONTEXTO E A
APLICAÇÃO DO ACOMPANHAMENTO/ACONSELHAMENTO...............................19
3.3 ATIVIDADE PRÁTICA.....................................................................................24
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................25
5. REFERÊNCIAS..........................................................................................................
ANEXOS....................................................................................................................
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INTRODUÇÃO
pessoal através das visitações do grupo de estágio. Tendo como objetivo ainda
descrever como se aplica o processo de reinserção na sociedade.
2. DESENVOLVIMENTO DO TEMA
2.1 A CAPELANIA
com os ramos científicos dos quais a partir de seus cientistas, se dispõe a estudar
seriamente estes fenômenos.
Em todos os quesitos como: instalações físicas: recursos humanos;
capacidade e ocupação do estabelecimento penal. Para o Conselho Nacional do
Ministério Público, o contexto dos infratores/dependente-químicos brasileiros são
ruins. Dados e estatísticas confirmam isso. Rodrigo Janot, Presidente do Conselho
Nacional do Ministério Público aponta:
3. VIVÊNCIA DE ESTÁGIO.
primeiro momento a motivação do projeto através da falta de recursos. Isso não fez
com que eles paracem e ao longo do tempo as ajudas vieram.
Na segunda visita fizemos uma entrevista coletiva, tanto com o capelão e os
ex-infratores, serviu como um quebra gelo, e fomos bem recebidos. Nesta visita
descobrimos que o projeto caracteriza-se diante da necessidade em ajudar os
desassistidos. Definindo assim no bem estar de uma nova pessoa ressocializada.
Ficamos sabidos também que o funcionamento se dá totalmente de base voluntária
de alguns profissionais, sempre sobre as necessidades. Que devocionais são
realizados, tendo efeito de conscientização de erros entre os ex-infratores e os
familiares. Com dia a dia muito desafiador mas também muito gratificante.
Na terceira visita a entrevista foi especificamente com o capelão, conhecemos
mais sobre o Sr. Líder. Ele nos contou sobre o projeto de ceias e batismo, que não
realizam. Pois direcionam sempre para uma igreja parceira, que tenha seus
fundamentos bíblicos. Isso tem sido algo que eles tem tratado com muita diligencia
no projeto.
Na quarta visita fomos ao campo de futebol aonde o esporte é aplicado na
vida do ex-infrator. Esses momentos foram edificantes e alegres para aqueles que
conseguiram interagir na partidade de futebol de alguma forma.
Na quinta visita, aconteceu um culto religioso, com expressivos louvores
gospel e uma ministração bíblica. Sr. Líder, contou um pouco também dos desafios
de tentativas de suicídios que tem crescido espontaneamente na sociedade.
Na sexta visita expomos a teologia em ação, do qual foi reservado para o
tópico “Atividade Prática”.
Na penúltima visita sabemos mais sobre as dificuldades do projeto, como o
pagamento do aluguel do prédio. Porém o capelão disse que “Deus vem provendo
nossas necessidades como a do projeto”.
Soube na última visita que foram muito os números de pessoas que foram
ressocializados. Isso para eles e para os estagiários foi ótimo de grande satisfação,
e tivermos a oportunidade de acompanhar a saída de um ex-infratos que foi morar
sozinho, cursando faculdade de enfermagem. Bem como de um outro rapaz que
estava no quinto periodo de Direito, e inúmeras histórias que foram construídas
devido a aplicação de uma eficaz capelania.
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algumas oferecer dinheiro para isso (ato de impulso emocional, muitas vezes).
Porém a corrupção é uma prática que não existe dentro deste processo de
reinserção na sociedade. Soa como se fosse uma praga que tenta adentrar no
jardim, porém o sistema imunológico de valores cristãos, não permitem que esta
cause nenhum estrago no horto. Por fim, as prioridades são dadas a partir da ordem
de chegada, assim como em um hospital.
O Primeiro contato com capelão se deu em forma de uma entrevista realizada
pessoalmente. E neste momento é observado o interesse do infrator em querer ficar
ou não. Se caso for perceptível um ânimo para manter-se, então o convite é firmado
e aceito entre o Instituto e o infrator; e a partir deste momento então; (1) repassa-se
todas as regras, direitos e deveres que precisam ser observadas pelo ex-infrator, se
caso esse queira ter sua permanência no projeto; (2) o rapaz já passa a ser tratado
como ex-infrator; (3) é inserido no plano da capelania de restauração e reinserção do
ser.
Ingressado no Instituto é necessário que o ex-infrator esteja atento aos seus
direitos, regras e deveres. Os direitos são o que se pode fazer e qual o seu limite,
ex: Como quantidade semanal de visitação dos familiares. As regras são os
preceitos de disciplina que parte do instituto/capelania para com o ex-infrator como;
não poder chegar depois das 22:00 horas, se caso sair para trabalhar, estudar e
praticar esportes, entre outros... (motivos benignos, mas com equilíbrio de
frequências). Os deveres são as condutas (ações que partem do ex-infrator), que
precisam ser realizadas; como lavar a louça segundo a escala pré-determinada pelo
capelão. Estes são apenas alguns exemplos de centenas que existem e continuam
surgindo dia após dia. Ambas as 3 áreas quando não observadas causam
complicações, suscetíveis (dependendo do grau) de implicar negativamente no
processo de restauração. Porém é levado em consideração os desafios e
capacidades que cada ex-infrator possui, nunca pedindo mais do que ele pode
demandar. Sendo o bom senso e os preceitos cristãos o guia para que através da
flexibilidade na medida do possível não se chegue ao ponto de comprometer a boa
relação entre todos.
No instituto, o ex-infrator é recebido pelos outros ex-infratores (os que lá já
residem), que de antemão são orientados a recebê-lo com respeito e amor. Os
líderes do instituto dizem que é primordial o bem tratar no processo de restauração e
reinserção na sociedade, revelam que não é através do “passar a mão na cabeça”
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enquanto a compreensão dos atos infracionais que o levaram ao seu estado, porém
por intermédio do oferecimento do amor/caridade se sobressai em comparação ao
julgamento da sociedade e dos que o cercam sobre seu estado de vida.
Quando são tratados de uma forma que muitas vezes nunca foram, pelos
familiares/sociedade/presídios, eles estranham. Pois quem não estranharia uma flor
nascida em um jardim pessoal da qual nunca cresceu? E nem se quer que a própria
pessoa precisa-se a plantar? Uma “flor” em meio ao terreno (coração) devastado
(em trevas). Eles estranham é fato, mas na maioria das vezes não à arrancam, por
saberem que aquela flor lhe traz benefícios para o seu jardim ou para sua vida. A
cada dia a capelania planta uma flor, num terreno tão difícil; como a flor do amor,
paz, confiança, humildade, alegria, etc... E quando eles menos esperam. Bum!
Floresceu um lindo jardim, do qual eles nunca imaginavam ser possível ter nascido
quanto mais crescido.
Nesta etapa inicial se é concedido um voto de confiança não sob pressão ou
ameaça, mas sim ante o sentimento de esperança de que uma vida pode ser
transformada através do amor de Cristo e das devidas orientações e oportunidades
concedidas para que o ex-infrator seja transformado para melhor. Na maioria dos
casos, quando, o ex-infrator aceita e recebe desse cuidado, ele acaba percebendo
que também é a imagem e semelhança de Deus, pois se sente importante para
Deus e para o mundo à sua volta.
Com a ajuda de acolhimento (aqui o termo vai além de abrigar o ex-infrator na
casa), aconselhamento e oração da capelania, já na primeira semana, na maioria
dos casos se é perceptível por parte do ex-infrator a graça (como favor imerecido)
sobre a sua vida. Estes e outros temas são mais emergentes que outros
naturalmente, devido ao ambiente e a situação dos ex-infratores, sendo isso uma
abertura para começar a se tratar não somente do preso enquanto o seu estado
físico-psicológico, mas a partir das doutrinas teológicas (também) o seu espiritual.
Vale lembrar que ao longo do tratamento não é imposto nenhuma religião ou
credo, nem mesmo exigido o convertimento ao cristianismo. E se caso ao longo do
processo de tratamento os ex-infratores quiserem aceitar a Cristo, se batizarem,
etc... são orientados pela capelania a escolherem aonde querem congregar. Apesar
de a maioria migrar para Primeira Igreja Presbiteriana de Manaus. Igreja esta que
auxilia grandemente o Instituto Amigos de Cristo.
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Num segundo momento eles procuram saber quem foi quem plantou essas
flores, e então eles perguntam aos que estão ao seu redor, a capelania. E a
capelania sem falhar atribuem todo esse fenômeno de cuidado, a Deus, e enfatizam
que são apenas jardineiros operadores, ferramentas na mão de Deus.
Aí então muita das vezes começa o processo de conversão, o capelão diz
que a maioria se convertem ainda no primeiro mês de tratamento (tendo o rito de
inicialização i.é. o batismo, realizado apenas meses depois). Tendo em vista que o
processo de tratamento, demora em média 1 ano e meio.
Quando conversos, percebem que o jardim esta grande demais para darem
conta de regá-lo sem orientações, então eles procuram ajuda religiosa, através da
capelania e igreja, para que esta lhes de o apoio agora não somente físico (quando
ingressam) e psíquico, mas espiritual. Que é denominado como discipulado, e
consolidação.
Neste momento o ex-infrator se é ensinado a como regar as plantas com os
devidos instrumentos bem como quando à poda-las. Os familiares ou pessoas
próximas, quando o vem visitar no Instituto, tomam um susto, maior que aquele
quando o ex-infrator tomou quando sentiu a flor do amor plantada em seu coração.
As pessoas tomam um susto pois se deparam de frente com um Jardim, meio sem
jeito e um tanto confuso, mas perfumado e regado pelo próprio ex-infrator, com
ajuda da capelania.
As dificuldades surgem no cotidiano, muitos pensam em desistir do
tratamento por pensar que está perdendo muito tempo dentro do Instituto, tempos
este que poderia ser investido em renda por exemplo. Outros pensam em voltar para
suas famílias. Mas se é orientado, que para uma árvore ser plantada na mata é
necessário que ela esteja com raízes profundas. Assim como que para um ex-
infrator se deparar com a sociedade e todos os desafios que o fez cair, novamente, é
necessário que estejam consolidados e restaurados, só assim então a reinserção na
sociedade/família/trabalho se torna boa e saudável, na sua eficácia.
Pós
“[...] ressocializar não pode ser um ato de imposição, é ato de vontade, a lei
pode apenas motivar, não obrigar.
[...] segundo ensina ANABELLA RODRIGUES, “reconhece-se, assim ao
recluso uma posição de sujeito da execução enquanto participante ativo e
personalidade responsável no processo de (res) socialização, afastando
uma visão das coisas que o tornava um mero destinatário passivo de
normas, colocando-a na posição de objeto das preocupações de uma
execução orientada por qualquer finalidade que ela fosse”. [...]. É o
pressuposto de um verdadeiro tratamento, sendo mesmo indispensável, já
que não existe ressocialização sem ou contra a vontade do mesmo.” (apud,
SILVA, 2015, p. 211)
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Considerações Finais
Referências Bibliográficas.
GISLENO, Alves. Manual do Capelão: Teoria e Prática. São Paulo: Hagnos. 2017.
SILVA Junior, Antonio Carlos da Rosa. Deus na Prisão – Uma Análise Jurídica,
Sociologia E Teológica Da Capelania Prisional. 2.ed. Rio de Janeiro: Editora Betel.
2015.
COLLINS, Gary R. Aconselhamento Cristão: edição século 21. São Paulo: Vida
Nova. 2008.
COBIANCHI, Emerson Luis. Capelania: Uma Abordagem Psicoteológica. São Paulo:
Editora Memorial. 2009.
SILVA Junior, A. C. R., FRANCO, C. R., CÉSAR, E. M. L. Como Anunciar o
Evangelho entre os Presos: Teologia e Prática da Capelania Prisional. Minas Gerais:
Ultimato. 2016.
CLINIBEL, H. J. Aconselhamento Pastoral: Modelo centrado em libertação e
crescimento. 4.ed. Rio Grande do Sul: Editora Sinodal, 2007.
Conselho Nacional do Ministério Público. A visão do Ministério Público sobre o
sistema prisional brasileiro. CNMP: Brasília, 2016.
Queiroz, Ronildo. Discipulado que transforma. São Paulo: Envisionar 2014.
Bíblia. Edição Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original. São Paulo: Sociedade
Bíblica Trinitariana do Brasil. 2015.