Você está na página 1de 79

UNIVERSIDADE CEUMA – CAMPUS IMPERATRIZ

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

LARA SOARES MATEUS – 010019

PROPOSTA DE PROJETO ARQUITETÔNICO DE UMA HABITAÇÃO


ESTUDANTIL NA CIDADE DE ARAGUATINS-TO

IMPERATRIZ-MA

2023
LARA SOARES MATEUS - 010019

PROPOSTA DE PROJETO ARQUITETÔNICO DE UMA HABITAÇÃO


ESTUDANTIL NA CIDADE DE ARAGUATINS-TO

Projeto de pesquisa de trabalho final de Graduação


em Arquitetura e Urbanismo submetido à
Universidade Ceuma, Campus Imperatriz como
requisito necessário para qualificação.

Orientadora: Dra. Danielle de Cassia Santos de


Viveiros

IMPERATRIZ-MA

2023
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus, por sempre estar presente na minha vida, nunca me
desamparar e sempre me ensinar que tudo acontece em Seu tempo. Em segundo minha família
que mesmo morando longe sempre se fizeram presentes, minha mãe Sandra José Soares e meu
pai Reinaldo Mateus que sempre me ampararam, aconselharam, ajudaram e principalmente me
ensinaram tudo da forma mais amorosa que existe, a minha irmã Luna Soares, por me ensinar
uma nova forma de amor e por querer me ajudar com os trabalhos do jeitinho dela.

Ao meu namorado Lucas Sodré que se juntou a mim nesta trajetória, me ajudando, motivando,
acreditando em mim, aos meus amigos Arthur Rocha, Júlia Costa e Lara Vitória que tornaram
a faculdade mais leve, pois estávamos juntos, as minhas colegas de estágio Isabele Madeira e
Ludimilla Andrade por

Avós

Tias e primos

Professores

Chefes

Amigas gardênia e vanessa


RESUMO
O ensino médio é uma etapa muito importante na vida de um adolescente, devido a busca por
uma qualidade de ensino melhor e qualificada, muitos alunos se mudam das suas cidades, tendo
que sair precocemente da casa dos seus pais na busca de uma instituição que ofereça o que eles
desejam. Em Araguatins-TO o IFTO exerce este papel de escola com ensino técnico, fazendo
com que em todos os anos chegue uma grande quantidade de jovens na cidade, porém não há
um local adequado que seja voltado para eles. Sendo assim muitos optam por alugar quitinetes,
morar com parentes ou até mesmo se deslocarem de suas cidades para o campus. Portanto este
trabalho teve como objetivo o projeto de uma habitação estudantil voltada para alunos de ensino
médio a nível de estudo preliminar, na cidade de Araguatins-TO. Para elaboração do projeto foi
realizada pesquisas bibliográficas para elaboração do referencial teórico, aplicação de
questionário com o intuito de levantamento de dados, análise de projetos referenciais afim de
inspiração, pesquisa e mapeamento da cidade e do entorno do terreno escolhido e estudo de leis
e normas. Deste modo foi possível conceber o projeto de maneira a aproveitar as pesquisas
realizadas, de uma forma que possa melhorar a qualidade de vida destes estudantes.

Palavras-chave: Habitação estudantil, ensino médio, aluno, Araguatins.


ABSTRACT
High school is a very important stage in a teenager's life, and because of the search for a better
quality of education, many students move away from their hometowns, having to leave their
parents' homes early in search of an institution that offers what they want. In Araguatins-TO,
the IFTO plays this role of technical school, and every year a large number of young people
arrive in the city, but there is no suitable place for them. As a result, many choose to rent
apartments, live with relatives or even move from their hometowns to the campus. The aim of
this project was therefore to design student housing for high school students at the preliminary
study level in the city of Araguatins-TO. To draw up the project, bibliographical research was
carried out to create a theoretical framework, a questionnaire was applied to gather data,
reference projects were analyzed for inspiration, the city and surrounding area of the chosen
site were researched and mapped, and laws and regulations were studied. In this way, it was
possible to design the project in such a way as to take advantage of the research carried out in
order to improve the quality of life of these students.

Keywords: Student housing, high school, student, Araguatins.


LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Casa do Estudante Antônio Denizar Ribeiro de Freitas .........................................13


Figura 2.2 – Casa do Estudante Jaime Câmara ..........................................................................13
Figura 2.3 – Apartamento – Casa do Estudante Antônio Denizar Ribeiro de Freitas .................14
Figura 2.4 – Alojamento Masculino IFTO, campus Araguatins ................................................21
Figura 2.5 – Alojamento Feminino IFTO, campus Araguatins .................................................22
Figura 2.6 – Moradia Estudantil Olympia Place ........................................................................24
Figura 2.7 – Área comum Olympia Place ..................................................................................24
Figura 2.8 – Moradia Estudantil Olympia Place e seu entorno ..................................................25
Figura 2.9 – Lobby Olympia Place ............................................................................................25
Figura 2.10 – Moradia Estudantil Lucien Cornil .......................................................................26
Figura 2.11 – Área comum Lucien Cornil .................................................................................27
Figura 2.12 – Implantação Moradia Estudantil Lucien Cornil ..................................................27
Figura 2.13 – Planta baixa do 1º pavimento da Moradia Estudantil Lucien Cornil ....................28
Figura 2.14 – Apartamento da Moradia Estudantil Lucien Cornil .............................................28
Figura 2.15 – Quarto Moradas Infantis Canuanã .......................................................................29
Figura 2.16 – Pátio Moradas Infantis Canuanã ..........................................................................29
Figura 2.17 – Sala de estudos Moradas Infantis Canuanã ..........................................................30
Figura 2.18 – Fachada Moradas Infantis Canuanã ....................................................................30
Figura 2.19 – Jardim Moradas Infantis Canuanã .......................................................................31
Figura 4.1 Localização Araguatins-TO .....................................................................................32
Figura 4.2 Perímetro Urbano de Araguatins-TO .......................................................................33
Figura 4.3 Mapa de Infraestrutura .............................................................................................34
Figura 4.4 Parada de ônibus sem abrigo ....................................................................................34
Figura 4.5 Mapa de Fluxos das vias ..........................................................................................35
Figura 4.6 Mapa de Principais vias ...........................................................................................35
Figura 4.7 Percurso Terreno – Terminal Rodoviário .................................................................36
Figura 4.8 Percurso Terreno – IFTO .........................................................................................37
Figura 4.9 Percurso Terreno – Hospital Municipal ...................................................................37
Figura 4.10 Carta Solar de Araguatins-TO ................................................................................38
Figura 4.11 Mapa de condicionantes .........................................................................................38
Figura 4.12 Rosa dos ventos .....................................................................................................39
Figura 4.13 Vegetação existente ...............................................................................................39
Figura 4.14 Mapa de topografia ................................................................................................40
Figura 4.15 Mapa de uso e ocupação do solo .............................................................................41
Figura 4.16 Mapa de visadas .....................................................................................................41
Figura 4.17 Visadas ..................................................................................................................42
Figura 5.1 Setorização ..............................................................................................................43
Figura 5.2 Fluxograma..............................................................................................................44
Figura 6.1 Cronograma de Agosto a setembro ..........................................................................44
Figura 6.2 Cronograma Outubro a dezembro ............................................................................45
LISTA DE SIGLAS

PCNEM – Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio

MEC – Ministério da Educação

Enem – Exame Nacional do Ensino Médio

PNE – Plano Nacional de Educação

SENCE – Secretaria Nacional de Casas de Estudantes

CRUSP – Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo

Conorte – Comissão de Estudos dos Problemas do Norte

CENOG – Casa do Estudante do Norte Goiano

UFT – Universidade Federal do Tocantins

Sejuv – Secretaria Estadual da Juventude

Funai – Fundação Nacional dos Povos Indígenas

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

EAFA – Escola Agrotécnica Federal no Município de Araguatins

ETF – Escola Técnica Federal de Palmas

IFTO – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins

RIBA – Royal Institute of British Architects

MLC – Madeira Laminada Colada

ZRMN – Zona Residencial Maranhão Novo

NBR – Norma Brasileira

RU – Resistente a Umidade

PcD – Pessoa com Deficiência


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Qual sua idade? ........................................................................................................17

Gráfico 2. Qual seu sexo? ..........................................................................................................17

Gráfico 3. Onde fez o ensino fundamental? ..............................................................................18

Gráfico 4. Em que ano ingressou no Ensino Médio? .................................................................18

Gráfico 5. Qual seu curso integrado ao Ensino Médio? .............................................................19

Gráfico 6. Em qual cidade residia antes de se mudar para Araguatins? .....................................19

Gráfico 7. Antes de ingressar no ensino médio em Araguatins, residia com quem? ..................20

Gráfico 8. Atualmente reside com quem? .................................................................................20

Gráfico 9. Possui parentes em Araguatins? ...............................................................................21

Gráfico 10. Possui alguma bolsa fornecida pela instituição? .....................................................23

Gráfico 11. Se sua resposta for sim para a última pergunta, qual? .............................................23
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 11

1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ........................................................................................ 11

1.2 JUSTIFICATIVA E PROBLEMA ................................................................................ 12

1.3 OBJETIVOS .................................................................................................................... 13

1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 13

1.3.2 Objetivo Específicos ......................................................................................... 13

2 METODOLOGIA ........................................................................................................... 13

3 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 14

3.1 HISTÓRIA DO ENSINO MÉDIO NO BRASIL.......................................................... 14

3.2 MORADIA ESTUDANTIL NO BRASIL ..................................................................... 17

3.3 MORADIA ESTUDANTIL NO TOCANTINS ............................................................ 18

3.4 MORADIA ESTUDANTIL EM ARAGUATINS-TO ................................................. 21

3.5 REFERÊNCIAS DE PROJETO .................................................................................... 29

3.5.1 Moradia Estudantil Olympia Place................................................................. 29

3.5.2 Moradia Estudantil Lucien Cornil .................................................................. 31

3.5.3 Moradas Infantis Canuanã .............................................................................. 34

4 CONDICIONANTES ...................................................................................................... 36

4.1 CONDICIONANTES FÍSICAS ..................................................................................... 36

4.2 CONDICIONANTES LEGAIS...................................................................................... 48

5 ESTUDO PRELIMINAR ............................................................................................... 50

5.1 CONCEITO E PARTIDO .............................................................................................. 50

5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES............................................................................. 50

5.3 FLUXOGRAMA ............................................................................................................. 51

5.4 SETORIZAÇÃO ............................................................................................................. 52

6 PROJETO ........................................................................................................................ 53

6.1 MEMORIAL JUSTIFICATIVO ................................................................................... 53

6.2 IMPLANTAÇÃO ............................................................................................................ 54


6.3 PLANTA BAIXA............................................................................................................. 56

6.4 COBERTURA ................................................................................................................. 62

6.5 CORTE 63

6.6 FACHADA ....................................................................................................................... 65

6.7 MAQUETE ELETRÔNICA E IMAGENS FOTO REALISTAS .............................. 68

6.8 MEMORIAL DESCRITIVO ......................................................................................... 73

7 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 74

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 75

APÊNDICE 78

Apêndice A – Questionário .................................................................................................... 78


11

1. INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


No começo da história do Brasil já havia ensino secundário, porém era voltado apenas
para filhos de famílias mais ricas e o principal objetivo era de preparar o indivíduo para o ensino
superior (ALVES; SILVA; JUCÁ, 2022 apud ZOTTI, 2005). Naquela época já havia o ensino
técnico profissionalizante, porém era destinado para a classe popular carente, por conta disso,
a sua trajetória escolar finalizava ali. Com o passar dos anos isso foi mudando com Reformas
feitas por parte do governo, até chegar à como ele é conhecido hoje em dia (ALVES; SILVA;
JUCÁ, 2022).

Segundo Gonçalves e Schwanz (2020), há relatos de que simultaneamente ao


surgimento das primeiras instituições de ensino surgiram as moradias estudantis. Porém, de
acordo Ditta (2018) apenas entre os anos 1850 e 1860 que se tem a comprovação, pois foi em
meados deste ano que emergiu a necessidade de abrigar estudantes na cidade de Ouro Preto-
MG, por conta do Ciclo da Mineração que resultou na Escola de Minas de Ouro Preto, onde era
ministrado os cursos superiores de minas e farmácia.

A partir do governo do ex-presidente Getúlio Vargas (1930-1945), o tópico moradia


estudantil passou a ter um maior destaque, pois elas serviam de espaços para reuniões e
articulações políticas a respeito do processo de resistência do movimento estudantil contra o
comando militar, que lutavam para que pessoas com baixo poder aquisitivos conseguissem
obter acesso às universidades (HENZ, 2018).

Com este mesmo objetivo de lutar pelos diretos estudantis, surgiu a CENOG (Casa do
Estudante do Norte Goiano), a primeira moradia estudantil do Tocantins, quando ele ainda
pertencia ao Goiás, foi fundada em 1958 e fechada em 1964, porém o movimento retornou, e
atingiu um papel importante no processo de criação do Estado, no ano de 1988. Em 2005 o
Governo do Estado do Tocantis começou a investir em Casas dos Estudantes, que resultou em
quatro casas voltadas para estudantes de ensino superior de baixa renda oriundos de outras
cidades (SCT, 2023). Após alguns anos a UFT desenvolveu mais quatro casas, voltando duas
exclusivamente para os povos indígenas (UFT, 2023).

Segundo o site oficial do IFTO, em Araguatins-TO a moradia estudantil está localizada


nas dependências do IFTO, ela é voltada principalmente para os estudantes de ensino médio
integrado ao técnico e há algumas vagas também para os alunos do Subsequente ao Ensino
12

Médio, para concorrer a estas vagas o aluno se submete a um seletivo onde uma das regras é a
de que os pais ou responsáveis não residam na zona urbana de Araguatins-TO. Porém as vagas
proporcionadas pela instituição não são suficientes para a demanda de alunos que são de outras
cidades.

A proposta arquitetônica da Habitação estudantil Rio-Sol abrange diversos fatores para


tornar a saída da casa dos pais e a passagem pelo ensino médio se torne mais tranquila e bem
aproveitada. Pois entende-se que o dia a dia de um estudante de ensino médio pode ser
estressante e não morar com sua rede de apoio pode ser um fato agravante na sobrecarga da
rotina. Pensando nisso a arquitetura da habitação buscou estratégias projetuais que fizessem
com que os moradores remetessem a ela como um lar tranquilo onde podem se desenvolver
nesta fase da vida.

1.2 JUSTIFICATIVA E PROBLEMA


A moradia estudantil é um ótimo local para aqueles alunos que estão saindo de casa
para estudarem em outras cidades, muitas vezes em busca de um ensino de melhor qualidade.
Pois morando em um local destinado a eles, há a oportunidade de se desenvolver melhor
pessoalmente, através da convivência com outros estudantes, facilitando também assim a
criação de uma rede de apoio, diminuindo as chances de se sentir sozinho. Outro benefício é a
segurança e o suporte oferecido por estes empreendimentos, algo que tranquiliza os pais destes
moradores (ULIVING, 2023).

É possível notar que na cidade de Araguatins-TO há uma rede de qualidade de escolas


de ensino médio, como o Instituto Federal do Tocantins. De acordo com o site oficial do IFTO
campus Araguatins (2023) seu processo seletivo 2024/01 abrirá um total 245 vagas para ensino
médio integrado ao técnico. É possível observar que uma certa porcentagem desses estudantes
que ocupam as vagas é oriunda de outros municípios e muitas das vezes não possuem familiares
na cidade, algum deles são aprovados para adquirir vagas na Residência Estudantil presente na
instituição, mas aqueles que não conseguem acabam tendo assim a necessidade de morarem em
quitinetes ou em repúblicas sozinhos, com colegas ou em casa de parentes distantes, outra
situação que ocorre é a imigração pendular com os alunos que residem em cidades vizinhas,
como Augustinópolis-TO que fica localizada a 35km de Araguatins-TO (apêndice).

A habitação estudantil tem como objetivo abrigar esses estudantes de ensino médio
imigrantes na cidade de Araguatins-TO, que são em sua maioria menores de idade, facilitando
a sua escolha na sua chegada à cidade e nos seus próximos anos de estudo, pois a habitação
13

possui o propósito de acolher e dar o devido suporte que eles precisam fora das escolas e longe
de suas famílias, suprindo também as suas necessidades no quesito morada.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral


Elaborar uma proposta de projeto arquitetônico a nível de estudo preliminar de uma
habitação estudantil voltada para alunos de ensino médio na cidade de Araguatins-TO que
acolha os estudantes oriundos de outras cidades.

1.3.2 Objetivo Específicos


• Identificar a quantidade de alunos imigrantes na rede de escolas de ensino médio da
cidade de Araguatins-TO;
• Justificar o motivo pelo qual esses alunos imigrantes necessitam de uma habitação
estudantil voltada especificamente para eles;
• Realizar pesquisa bibliográfica sobre o tema, normas e legislação urbana;
• Escolher o terreno e realizar o estudo do seu entorno através de mapeamentos.

2 METODOLOGIA
Por considerar que o sucesso da pesquisa depende do método escolhido com os
objetivos propostos, é que se propõe para este estudo a utilização da pesquisa qualitativa, por
ser

[...] um meio para explorar e para entender o significado que os indivíduos


ou os grupos atribuem a um problema social ou humano. O processo de
pesquisa envolve as questões e e os procedimentos que emergem, os dados
tipicamente coletados no ambiente do participante, a análise dos dados
individualmente constipadas a partir das particularidades para os temas
gerais e as interpretações feitas pelo pesquisador acerca do significado dos
dados (CRESWEELL, 2010, p. 26).

Dada a necessidade de busca por informações que possibilitasse maior aproximação


do problema, com vistas a contribuir com a elaboração de um projeto a nível de um estudo
preliminar de uma habitação estudantil voltada para alunos de ensino médio cidade de
Araguatins localizada na região norte do estado do Tocantins.

Assim, em primeiro momento realizou-se a fundamentação teórica, buscando


contextualizar e embasar cientificamente está pesquisa, através de referências bibliográficas,
onde foram utilizados artigos, trabalhos de conclusão de curso, livros, decretos, leis dentre
14

outros, em seguida fez-se a aplicação do estudo de caso em que se buscou projetos referenciais
de moradias estudantis, buscando inspirações para o projeto a ser desenvolvido neste trabalho.

Para um levantamento de dados, foi realizada uma pesquisa quantitativa. A qual foi
realizada perante uma visita guiada ao IFTO campus Araguatins, onde houve a aplicação em
algumas salas de ensino médio integrado ao técnico um questionário através da plataforma
Google Forms. O questionário continha 12 questões que indagavam os alunos sobre os seus
perfis, suas cidades de origem, motivos pelos quais se mudaram para Araguatins-TO e suas
situações de moradia.

Com o intuito de situar e conhecer a cidade e o terreno escolhido para a implantação


deste projeto e justificar a tomada de decisões projetuais, confeccionou-se mapas como mapa
de condicionantes físicas, topografia, fluxo viário, entre outro através de softwares como Qgis
3.30.2 Hertogenbosch, Google Maps e AutoCad 2024.

A partir de projetos de referenciais foi possível a confecção do projeto arquitetônico,


onde foi utilizado o software Revit 2022 para a modelagem de plantas, cortes, fachadas e
maquete eletrônica seguindo os padrões de normas projetuais como a NBR9050/2020. A
maquete 3D foto realista foi elaborada no Lumion 11.0, buscando uma forma de melhor
interpretar o projeto como um todo de forma humanizada.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 HISTÓRIA DO ENSINO MÉDIO NO BRASIL


O ensino escolar em nível secundário no começo da história do Brasil era um grande
distintivo social, pois apenas quem era filho das famílias privilegiadas economicamente tinham
acesso a ele. Com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, surgiu uma
preocupação com a formação intelectual dos dirigentes do país, por conta disso, foi fundado o
primeiro colégio de educação secundária do Brasil, no ano de 1837, o Colégio D. Pedro II, no
Rio de Janeiro (ALVES; SILVA; JUCÁ, 2022 apud ZOTTI, 2005).

Alves, Silva, Jucá (2022, p. 139) falam que nos tempos do império (de 1821 a 1889) o
ensino secundário era apenas para preparar os alunos para o ingresso no ensino superior, já
existia o ensino técnico profissional, mas não era considerado como uma prioridade naquela
época. Em 1889, com a Proclamação da República, aconteceram algumas modificações como
alteração na duração do curso, mudanças curriculares e favorecimento da expansão das
instituições privadas.
15

Em 1890 no período da República Velha (1889 a 1930), ocorreu a primeira reforma


chamada de Reforma Benjamim Constant, que estipulou sete anos de duração para a conclusão
do nível secundário, após ela veio a Reforma João Luis Alves, em 1925 alterando esse período
para 5 anos de duração. Em 1930, no governo Getúlio Vargas ocorreu a Reforma Francisco
Campos, onde houve a reestruturação do Ensino Médio da maneira como está organizado até
hoje, a partir desse momento o ensino secundário recebeu o caráter de curso regular com normas
padronizadas a nível nacional (ALVES; SILVA; JUCÁ, 2022).

Por meio do Decreto nº 4.244 de 9 de abril de 1942 (BRASIL, 1942a), foi determinada
a Lei Orgânica do Ensino Secundário, proposta pelo então ministro da educação e saúde
Gustavo Capanema, onde surge os dois cursos paralelos ao curso ginasial, que são o clássico e
o científico. Nessa época o ensino técnico profissionalizante era separado do ensino secundário,
o público que se voltava para esses cursos era da classe popular carente que procurava por uma
oportunidade de trabalho, então finalizavam a sua trajetória escolar ali, pois eram preparados
apenas para preencher o mercado de trabalho (ALVES; SILVA; JUCÁ, 2022).

Em 1961 foi promulgada a Lei nº 4.024/1961, onde o Título VII se refere ao ensino de
grau médio. O Art. 33 define que “A educação de grau médio, em prosseguimento à ministrada
na escola primária, destina-se à formação do adolescente”, subtraindo, assim, o objetivo
principal das outras leis ao se tratar dessa etapa de ensino como algo preparatório para o ensino
superior. No Art. 34 fica definido que será incluído ao ensino médio “os cursos secundários,
técnicos e de formação de professôres para o ensino primário e pré-primário” (BRASIL, 1961).

Em 1964, em um cenário do golpe militar, várias reformas foram efetuadas nos


segmentos educacionais, e em 1971 foi criada a LEI Nº 5.692/1971 que ressignifica o 2º grau,
tirando o caráter de apenas preparatório para o ensino médio, mas também para o mercado de
trabalho, onde o Art. 1º define que:

O ensino de 1º e 2º graus tem por objetivo geral proporcionar ao educando


a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como
elemento de auto-realização, qualificação para o trabalho e preparo para o
exercício consciente da cidadania.

Na Constituição de 1988 (BRASIL, 1988), o Art. 205 determina que a “educação, direito
de todos e dever do Estado e da família”, seguido de um segmento de preceitos a respeito do
ensino médio. Para demonstrar como esse nível de ensino aparece nessa lei, segue trechos
presentes na referida lei:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
16

desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua


qualificação para o trabalho.
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a
garantia de:
I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete)
anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a
ela não tiveram acesso na idade própria.
II – progressiva universalização do ensino médio gratuito;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
[...]
Art. 211 - §3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no
ensino fundamental e médio.
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo
a assegurar a universalização do ensino obrigatório.

Em 1999, foram publicados os Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio


(PCNEM), que continha propostas curriculares para esse nível de ensino. Em 2002 para
complementar o PCNEM, foi lançado pelo MEC (Ministério da Educação) orientações por
meio do documento PCN+ Ensino Médio, para suprir as dúvidas deixadas no documento
anterior, para os dirigentes e professores das instituições (BRASIL, 2002).

Uma política estabelecida pelo MEC que merece ser ponderada é relacionada às
mudanças no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em 2010. Onde a Portaria nº 109/2009
(BRASIL, 2009) estabelece que o Enem passar ser obrigatório para todos os estudantes de
ensino médio, possuindo assim, a partir disso, a função de avaliação sistêmica, certificadora e
classificatória, fazendo com que as escolas procurassem cada vez mais aprovações no exame.

Em 2014, o MEC divulgou o Plano Nacional de Educação (PNE), que contém 20 metas
a serem realizadas na área da educação até 2024, o ensino médio é mencionado na meta nº 3
propondo “universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze)
a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de
matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento)” (BRASIL, 2014). Para tentar
expandir o ensino médio o PNE propôs uma “renovação do ensino médio”, que em 2017 seria
chamado de Novo ensino médio. Segundo Alves, Silva, Jucá (2022, p. 148-149) o Novo Ensino
Médio é a reforma em atuação, representando a consolidação da flexibilização curricular que
vem sendo estimulada nas últimas leis, decretos e resoluções voltadas para o ensino médio.
17

3.2 MORADIA ESTUDANTIL NO BRASIL


No Brasil, a moradia estudantil desempenha o papel social de proporcionar residência
preferencialmente àqueles estudantes que não possuem condições financeira de alugar uma
residência ou apartamento por conta própria. A oferta de habitação estudantil ainda é baixa no
país, sendo assim os alunos que dispõem de alguma, mesmo que mínima condição, optam por
dividirem apartamento com um ou mais colegas, ou por morarem sozinhos em pequenas
repúblicas (REIS, 2018).

Gonçalves e Schwanz (2020) afirmam que as moradias estudantis surgiram no Brasil


simultaneamente às primeiras instituições de ensino, junto com a chegada da corte Portuguesa
ao país em 1808. Mas são poucos os documentos que comprovam essa ocorrência, pois entende-
se que os estudantes daquela época apenas alugavam imóveis temporariamente.

Porém, é em Ouro Preto-MG entre os anos de 1850 e 1860, que se pode afirmar o
surgimento oficial das repúblicas estudantis no Brasil. Isso se deu durante o Ciclo da Mineração,
por conta da necessidade de pessoas com conhecimentos na área de extração de minérios,
fazendo com que surgisse assim a Escola de Minas de Ouro Preto, e juntamente com a Escola
surgiu também o dever de abrigar os estudantes que não eram da cidade, levando então à criação
de moradias estudantis (DITTA,2018).

Foi entre os anos de 1920 e 1930 que as habitações estudantis foram se desenvolvendo,
mas por instituições de caráter religioso, pois era nítida a demanda de habitações para os
estudantes. No ano de 1929, foi instaurada a Casa do Estudante do Brasil, no Rio de Janeiro,
onde era proporcionado a assistência necessária aos alunos da universidade do Rio de Janeiro,
levando assim, a criação da União Nacional dos Estudantes, em 1937 (PORTO, 2020).

Henz (2018) fala que o tópico moradia estudantil começou a se espalhar pelo Brasil a
partir do governo do ex-presidente Getúlio Vargas (1930-1945). Naquele período surgiram as
“cidades universitárias” que serviam de alojamento para professores e alunos que adentravam
as universidades brasileiras. A autora completa dizendo que essas moradias serviam de espaços
para reuniões e articulações políticas a respeito do processo de resistência do movimento
estudantil contra o comando militar e que apenas a partir dos anos 60 que as pessoas com baixo
poder aquisitivo e provenientes de outras cidades conseguiram obter acesso às universidades.

Esse movimento passa a ter um maior destaque a partir do ano de 1987, com a criação
da SENCE (Secretaria Nacional de Casas de Estudantes), que é um movimento social
18

autônomo, independente e apartidário com o objetivo de coordenar a luta das moradias


estudantis pela formulação de uma Política Nacional de Assistência Estudantil (SENSE, 2011).

A SENSE define que a Casa do Estudante “é todo o espaço destinado à moradia de


estudantes” e pode ser classificada em três tipologias, sendo elas o alojamento estudantil que é
a moradia de propriedade das instituições podendo ser superior ou secundária, a Casa de
estudante que é uma moradia onde a administração dela é autônoma, não possuindo assim,
vínculos com as instituições e a República estudantil que é um imóvel alugado coletivamente
com o intuito de residir estudantes (SENSE, 2011).

Atualmente no Brasil existem mais de 115 moradias estudantis, e como apresentam


diversas tipologias, não é possível denominar um padrão arquitetônico para esses imóveis,
como se pode ver na diferença entre as repúblicas estudantis de Ouro Preto-MG que são
pequenas casas coloniais e o CRUSP (Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo) que
é composto por modernos conjuntos residenciais (NAWATE, 2014).

3.3 MORADIA ESTUDANTIL NO TOCANTINS


Atualmente o estado mais jovem do Brasil é o Tocantins, que foi emancipado de Goiás
pelo Art. 13 da Constituição de 1988. Isso se deu através da Conorte (Comissão de Estudos dos
Problemas do Norte) em 1987, que apresentou à Assembleia Constituinte uma emenda popular
com cerca de 80 mil assinaturas como contribuição à proposta de criação do Estado, juntamente
com outras comissões foi criado o Comitê Pró-Criação do Estado do Tocantins, que alcançou
importantes adesões para a causa separatista. Em junho, o deputado Siqueira Campos, redige e
entrega ao presidente da Assembleia, o deputado Ulisses Guimarães, a fusão de emendas
criando o Estado do Tocantins que foi votada e aprovada no mesmo dia (SECRETÁRIA DA
CULTURA DO ESTADO DO TOCANTINS, 2023).

Os primeiros registros de moradia estudantil no Tocantins são da CENOG (Casa do


Estudante do Norte Goiano), que serviu de abrigo aos estudantes que cursavam o ensino
superior no antigo norte do Goiás, atual Tocantins, foi fundada em 1958 e fechada em 1964 por
conta da perseguição da ditadura militar. Por se sentirem desprezados pelo governo de Goiás,
os estudantes que residiam na CENOG lutavam pela separação do antigo norte goiano e criação
de um novo Estado. Na década de oitenta juntamente com a criação do instituto
CENOG/CONORTE o movimento retornou, e atingiu um papel importante no processo de
criação do Estado, pois conseguiu unir a população em prol do ideal e amparando na
19

estruturação do projeto apresentado na constituinte de 1988 (SECRETARIA DA


COMUNICAÇÃO DO TOCANTINS, 2023).

De acordo com a Secretaria da Comunicação do Tocantins, em 2005, o secretário


estadual da Juventude, Ricardo Ayres visitou Goiânia-GO para conhecer a estrutura das casas
de estudantes da cidade, se inspirando assim para a implantação no Tocantins. Em 2006 foi
lançada a Pedra Fundamental da obra da Casa do Estudante em Palmas, que seria a primeira de
cinco a ser iniciada. As próximas foram implantadas em Porto Nacional, Araguaína,
Araguacema e Gurupi (SCT, 2023).

A primeira Casa do Estudante a ser inaugurada no Tocantins foi a Casa do Estudante


Antônio Denizar Ribeiro de Freitas na cidade de Porto Nacional, conforme a figura 2.1, em
2007, com dois módulos com capacidade para 16 estudantes cada. No mesmo ano foi entregue
a Casa do Estudante Jaime Câmara, com capacidade para abrigar 120 estudantes, a casa conta
com dormitórios completos, refeitórios, área de lazer, salas de inclusão digital e bibliotecas,
conforme a figura 2.2. Em 2008 foi finalizada a Casa do Estudante de Araguaína, preparada
para abrigar até 32 estudantes e em 2009 a Casa do Estudante de Gurupi com capacidade para
128 alunos lançou as inscrições para os interessados em disputar as vagas daquele ano (SCT,
2023).

Figura 2.1. Casa do Estudante Antônio Denizar Ribeiro de Freitas


Fonte: Secretaria da comunicação do Tocantins (2023)
20

Figura 2.2. Casa do Estudante Jaime Câmara


Fonte: UFT (2023)
Todas as casas foram construídas em locais estratégicos, com o intuito de abrigar os
estudantes carentes matriculados em instituições de ensino superior, sendo elas públicas ou
privadas, oriundos de outros municípios, tendo como objetivo garantir a permanência dos
alunos nas universidades. Isso tudo só foi possível graças aos recursos de emendas
parlamentares dos deputados estaduais juntamente com as prefeituras e apoio da UFT
(Universidade Federal do Tocantins) que ficou responsável por fornecer todo o mobiliário e
equipamentos das casas, conforme a figura 2.3 (SCT, 2023).

Figura 2.3. Apartamento – Casa do Estudante Antônio Denizar Ribeiro de Freitas


Fonte: Secretaria da comunicação do Tocantins (2023)
Em relação ao gerenciamento das Casas dos Estudantes, ficou determinado que a Sejuv
(Secretaria Estadual da Juventude) ficaria responsável pelas unidades nos primeiros 60 dias de
funcionamento, após esse período permaneceriam apenas como órgão fiscalizador das Casas,
disponibilizando assistência técnica e jurídica aos alunos para a organização das associações de
moradores. Então ficou definido que cabe a estas associações realizar o processo seletivo para
21

o ingresso nas Casas, desenvolver o regulamento e regimento disciplinar próprio, e, ainda,


amparar as despesas de custeamentos referentes a energia, limpeza, água e manutenção das
instalações (SCT, 2023).

Sobre a permanência, o estudante pode residir na Casa durante o tempo equivalente ao


menor prazo determinado para a finalização da sua graduação. As instituições de ensino que
são cadastradas na Sejuv devem apresentar semestralmente à Associação de Moradores um
relatório de desenvolvimento de cada aluno-morador. Se por alguma circunstância o aluno
trancar a matrícula ou desista da graduação, a associação deve ser comunicada imediatamente
e a sua vaga na Casa do Estudante é revogada (SCT, 2023).

Atualmente a UFT possui quatro Casas do Estudante, sendo elas, uma dentro do campus
Tocantinópolis com capacidade para abrigar 20 estudantes, uma em Arraias, a qual foi cedida
pela prefeitura do município, outra dedicada aos estudantes indígenas de Miracema, que foi
instalada em um imóvel cedido pela Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e
mobiliado pela UFT e por fim a Casa do Estudante Indígena Kranipĩ em Palmas (UFT, 2023).

Com o intuito de tomar posse das quatro Casas do Estudante, que até então estavam sob
a gestão do Governo do Tocantins, a UFT entrou com a solicitação de cessão das Casas em
2017. A Universidade alegava que havia o objetivo de fortificar e expandir a sua Política de
Assistência Estudantil que tem como prioridade moradia e alimentação. Algo que se tornou
oficial em fevereiro de 2023, com a formalização da integração da primeira Casa que foi a Casa
do Estudante Antônio Denizar Ribeiro de Freitas na cidade de Porto Nacional (UFT, 2023).

3.4 MORADIA ESTUDANTIL EM ARAGUATINS-TO


Segundo dados do IBGE (2021) a cidade de Araguatins está localizada na microrregião
do Bico do papagaio no estado do Tocantins, na região norte do Brasil, as margens do Rio
Araguaia, é a sétima mais populosa do estado e está localizada a 616 km de distância da capital
Palmas.

De acordo com o último censo do IBGE (2022), Araguatins contém 31.918 habitantes
(sendo a sétima do estado) em um território de 2.633,278 km² (estando em vigésima nona no
estado), sendo assim a sua densidade demográfica é de 12,12 habitantes por km², a sua área
urbanizada corresponde a 10,44 km². Conforme o censo de 2010 do IBGE a taxa de
escolarização de 6 a 14 anos de idade era de 95,5 % e segundo as informações fornecidas em
2021 o número de matrículas efetuadas no ensino médio neste ano foi de 2.030 matrículas.
22

Segundo Cardoso (2023) por conta da construção da rodovia Belém-Brasília no final


do ano de 1950 e da rodovia Transamazônica a microrregião Bico do Papagaio se tornou mais
atrativa, fazendo com que houvesse uma migração inter-regional, sendo em sua maioria do
estado do Maranhão e do Pará, influenciando significantemente o crescimento demográfico do
estado do Tocantins e da cidade de Araguatins. Cardoso (2023) também fala que atualmente
60,7% da população de Araguatins-TO ocupa a zona urbana do município e 39,3% a zona rural.

De acordo com Cardoso (2023) Araguatins-TO possui um forte potencial turístico por
conta de ser uma cidade banhada pelo Rio Araguaia e possuir diversas praias e ilhas, mas as
atividades que mais se fazem presentes são referentes à produção de grãos e a pecuária
extensiva. Por conta dessa presença de atividades agropecuárias na cidade de Araguatins-TO
em 1985 foi criado o Decreto nº 91673 de 22/09/1985 onde ele cria a Escola Agrotécnica
Federal no Município de Araguatins (EAFA), no Estado de até então Goiás (posteriormente
Tocantins).

O Decreto nº 91673 de 22/09/1985 decreta no Art. 1º:

Parágrafo único. A Escola Agrotécnica Federal de Araguatins terá por


finalidade ministrar o ensino de 1º Grau e o ensino de 2º Grau
Profissionalizante, na sua forma regular, nas habilitações de agropecuária,
agricultura e economia doméstica, devendo constituir-se em um centro de
educação rural com vistas ao crescimento da agropecuária local e regional.

Em 2008 a EAFA se integra à Escola Técnica Federal de Palmas (ETF) por meio da
Lei n.º 11.892/2008 que instituiu a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e
Tecnológica resultando assim no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Tocantins (IFTO). No Art. 2º da Lei n.º 11.892/2008 diz que:

Art. 2o Os Institutos Federais são instituições de educação superior, básica


e profissional, pluricurriculares e multicampi, especializados na oferta de
educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino,
com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos com as
suas práticas pedagógicas, nos termos desta Lei.

Atualmente segundo o site oficial do IFTO, o campus Araguatins oferta cursos nas
modalidades ensino médio integrado ao técnico sendo eles Técnico em Agropecuária e Técnico
em Redes de Computadores, subsequente Técnico em Agropecuária, ensino superior de
Licenciatura em Computação, Licenciatura em Ciências Biológicas, Bacharel em Engenharia
Agronômica e neste ano foram abertas as primeiras vagas para o curso de Bacharel em Medicina
Veterinária. Todos os anos são abertas vagas para todos os cursos e a forma de ingresso é feita
por meio de um vestibular unificado. O Vestibular IFTO 2024/01 fornecerá 210 vagas para o
23

curso de Ensino Médio Integrado ao Técnico em Agropecuária e 35 vagas para o Ensino Médio
Integrado ao Técnico em Redes de Computadores.

Através do questionário indicado em apêndice aplicado em salas de aula no IFTO,


onde 89 alunos responderam, foi possível notar a partir do gráfico 01, que a idade predominante
dos estudantes que responderam ao questionário é de 16 anos, seguida de 17 anos, em terceiro
lugar 18 anos ou mais, em último lugar 14 anos ou menos. Percebeu-se que em sua maioria, os
entrevistados são do gênero masculino, porém a quantidade de entrevistados do gênero
feminino é relevante, conforme gráfico 2. No gráfico 03 pode-se perceber que maior parte dos
entrevistados realizaram o ensino fundamental em escola pública, em seguida em escola
particular sem bolsa e as outras opções não foram marcadas. Portanto, segundo Brasil (1990),
perante a Lei Nº 8.069 Art. 2º onde diz que se considera a adolescente a pessoa entre doze e
dezoito anos de idade, pode-se considerar que o perfil dos alunos do ensino médio do IFTO é
de adolescentes que em sua maioria concluíram o ensino fundamental em escola pública.

1%

20% 17% 14 anos ou menos


15 anos
16 anos

29%
17 anos
33%
18 anos ou mais

Gráfico 1. Qual sua idade?


Fonte: Autoral (2023)

0%

42% Feminino
Masculino
58% Outro
24

Gráfico 2. Qual seu sexo?


Fonte: Autoral (2023)

Escola Pública
10%

Escola Particular -
Sem bolsa
Escola Particular -
Bolsa Parcial
90% Escola Particular -
Bolsa Integral

Gráfico 3. Onde fez o ensino fundamental?


Fonte: Autoral (2023)
De acordo com o gráfico 4, pode-se perceber que maior parte dos alunos entrevistados
ingressaram na instituição no ano de 2021, em seguida em 2022, em terceiro 2023, em menor
quantidade há os alunos que entraram em 2020 e 2019. Em relação ao curso, de acordo com o
gráfico 5, uma grande parte dos entrevistados está cursando o ensino médio integrado ao
Técnico em Agropecuária e em menor quantidade o ensino médio integrado ao Técnico em
Redes de Computadores. No formulário havia uma pergunta dissertativa, onde foi questionado
o motivo dos alunos optarem por fazer o ensino médio no IFTO, as razões mais abordadas são
as de que o ensino na instituição é de qualidade com professores bem qualificados, pelas
oportunidades que o ensino técnico poderá fornecer no futuro, pela excelente estrutura da
escola, por já residirem na cidade de Araguatins-TO ou em cidades próximas e por fim por
influência de pessoas próximas.

2%

7%
Em 2021
18% 39% Em 2022
Em 2023
Em 2020
34% Em 2019

Gráfico 4. Em que ano ingressou no Ensino Médio?


25

Fonte: Autoral (2023)

12%
Técnico em
Agropecuária
Técnico em Redes de
Computadores
88%

Gráfico 5. Qual seu curso integrado ao Ensino Médio?


Fonte: Autoral (2023)
Através do questionário também foi possível notar que apenas 21% dos estudantes já
residiam em Araguatins-TO, sendo que 10% moram em Augustinópolis-TO e alegaram prativar
a imigração pendular que é o ato de percorrer o trajeto de sua cidade à escola todos os dias e os
outros 69% se mudaram para a cidade, conforme gráfico 6. Levando em consideração o gráfico
7, antes de ingressar no ensino médio 94% dos alunos moravam com suas famílias e 6% apenas
com os seus avós. Atualmente, conforme o gráfico 8, 36% dos discentes ainda moram com seus
pais, 38% moram sozinhos ou com amigos, 6% com primos, 6% com os avós, 6% em
alojamento da instituição, 4% apenas com irmã/irmão e 4% com tios. No gráfico 9 é possível
notar que 53% dos entrevistados dispõem de algum parente na cidade, porém os outros 47%
não possuem.

10%

Outras cidades
21%
Araguatins

69%
Augustinópolis

Gráfico 6. Em qual cidade residia antes de se mudar para Araguatins?


Fonte: Autoral (2023)
26

6%

Família
Avós

94%

Gráfico 7. Antes de ingressar no ensino médio em Araguatins, residia com quem?


Fonte: Autoral (2023)

4%
4%
Família
6%
Sozinho ou com Amigos
6% 36%
Primo
6% Avós
Alojamento
Irmão
38% Tios

Gráfico 8. Atualmente reside com quem?

Fonte: Autoral (2023)

47% Sim
53% Não

Gráfico 9. Possui parentes em Araguatins?


27

Fonte: Autoral (2023)

Todos os anos, desde a sua fundação como EAFA, a instituição oferece vagas para a
residência estudantil que está situada nas dependências do IFTO, que está localizado na zona
rural de Araguatins-TO a cerca de 5Km da zona urbana e possui 561,8 hectares, figura 2.4. No
total são 116 (cento e dezesseis) vagas, sendo elas divididas em 100 (cem) vagas para os
alojamentos centrais que são divididos em 80 (oitenta) vagas para o alojamento masculino,
conforme figura 2.5 e 20 (vinte) vagas para o alojamento feminino, conforme figura 2.6. e 16
(dezesseis) vagas distribuídas nas Unidades Educativas de Produção de Agricultura, tendo 4
vagas em cada unidade. O aluno que for selecionado para residir nas dependências receberá 4
refeições diárias, definidas e pensadas pela Coordenação de Alimentação de Nutrição do
Campus (IFTO, 2023).

Figura 2.4. IFTO, campus Araguatins


Fonte: IFTO, 2023

Figura 2.5. Alojamento Masculino IFTO, campus Araguatins


Fonte: Autoral (2023)
28

Figura 2.6. Alojamento Feminino IFTO, campus Araguatins


Fonte: Autoral (2023)
Mas mesmo que a Residência Estudantil possua diversas vagas, não são todos os
alunos que conseguem vagas, pois de acordo com o edital Nº 1/2023/AGT/REI/IFTO, de 10 de
janeiro de 2023 só poderá concorrer a vaga aquele aluno que estiver regularmente matriculado
em um dos dois cursos Técnicos Integrados ou Subsequente ao Ensino Médio ofertados de
maneira presencial pelo IFTO campus Araguatins e que os pais ou responsáveis não residam na
zona urbana de Araguatins -TO. Em 2023 foram disponibilizadas 32 (trinta e duas) vagas no
total, sendo elas nove vagas femininas e 23 vagas masculinas. A instituição também fornece a
alguns alunos auxílios financeiros e não financeiros, onde o financeiro oferece recursos para
atender necessidades como: alimentação, transporte (locomoção entre a residência e o Campus),
moradia, material didático, cuidadores (infantil ou adulto dependentes), e auxílio emergencial.
Já o auxílio não financeiro corresponde a oferta gratuita de almoço em dias letivos no refeitório
do Campus. Ao analisar o gráfico 10, percebe-se que 51% dos alunos entrevistados recebem
algum auxílio ofertado pela instituição, onde em sua maioria consiste em auxílio não financeiro,
em seguida auxílio financeiro e por último bolsa de pesquisa e extensão, conforme gráfico 11.

49% Sim
51% Não

Gráfico 10. Possui alguma bolsa fornecida pela instituição?


29

Fonte: Autoral (2023)

2%
Auxílio não
financeiro

29%
Auxílio
financeiro
69%
Bolsa de projeto
de pesquisa e
extensão

Gráfico 11. Se sua resposta for sim para a última pergunta, qual?
Fonte: Autoral (2023)

3.5 REFERÊNCIAS DE PROJETO

3.5.1 Moradia Estudantil Olympia Place


O projeto está localizado em Amherst, EUA, e conta com cerca de 9.920m², foi
projetado pelo escritório DiMella Shaffer em parceria com o escritório Holst Architecture que
juntos buscaram referenciar em seu projeto a arquitetura acadêmica tradicional da Nova
Inglaterra. Para respeitar e refletir o seu entorno natural e arborizado buscou-se formas de a
massa da estrutura ser minimizada e dispersa em volumes menores, como pode se ver na figura
2.7 (ARCHDAILY,2023).

Figura 2.7. Moradia Estudantil Olympia Place


Fonte: Archdaily (2023)
O edifício apresenta uma geometria que possibilita encontros informais e oferece um
amplo acesso ao ar livre. O projeto conta com um total de 73 apartamentos, que variam de suítes
para até 4 estudantes a estúdios, além de um grande conjunto de áreas comuns de socialização
e colaboração, conforme figura 2.8. A moradia ainda conta com sistemas mecânicos, de
30

iluminação, eletrodomésticos de alta eficiência, estratégias de iluminação natural e materiais de


construção sustentáveis (ARCHDAILY, 2023).

Figura 2.8. Área comum Olympia Place


Fonte: Archdaily (2023)
A volumetria da Moradia Estudantil Olympia Place é algo que chama atenção, pois eles
poderiam ter projetado um prédio com vários andares, mas optaram por dividir esta escala em
volumes menores, para que ele pudesse se conectar com o seu entorno, como pode-se ver na
figura 2.9, algo que será usado de referência para este projeto. Algo que também servirá de
inspiração é a forma com que dispuseram das cores neutras e da madeira clara contrapondo com
o verde da vegetação, conforme figura 2.10, pois é algo que traz um aconchego ao observador
e a quem reside no local.

Figura 2.9. Moradia Estudantil Olympia Place e seu entorno


Fonte: Archdaily (2023)
31

Figura 2.10. Lobby Olympia Place


Fonte: Archdaily (2023)

3.5.2 Moradia Estudantil Lucien Cornil


Situado em Marselha, França, a moradia estudantil possui cerca de 12000 m² e foi
projetado pelo escritório A+Architecture que buscou projetar um edifício funcional, confortável
e aberto a cidade, sendo assim ele conta com 200 apartamentos distribuídos em oito pavimentos
e divididos em três alas. Para que a cidade respirasse através do edifício criou-se uma certa
variação em seu gabarito, pois ele muda de acordo com os edifícios de seu entorno, conforme
figura 2.11 (ARCHDAILY, 2023).

Figura 2.11. Moradia Estudantil Lucien Cornil


Fonte: Archdaily (2023)
Os quartos foram projetados de maneira intencional voltados para o jardim interno, pois
é um local considerado silencioso e relaxante, mas os quartos onde não foi possível aderir esta
estratégia foram dispostos voltados para a via menos movimentada e considerada mais
32

tranquila. O edifício dispõe de um paisagismo elabora de forma com que o jardim interno aponta
para a cidade, e é algo reservado para confraternizações dos moradores, porém a sua fachada
possui uma praça aberta que integra a entrada da moradia a sua rua de acesso principal
(ARCHDAILY, 2023).

Visando oferecer um ambiente mais confortável e relaxante aos espaços internos e


auxiliar no conforto acústico foi escolhido a madeira como principal material na edificação,
algo que se nota na figura 2.12, sendo usada em corredores, salas de estar, paredes dos
dormitórios e até na cobertura, sendo evitada apenas em locais que evidenciariam o seu
envelhecimento. Algo muito valorizado também é a iluminação natural que adentra os painéis
da fachada e é ocultada apenas em partes especificas da edificação com o uso de persianas
(ARCHDAILY, 2023).

Figura 2.12. Área comum Lucien Cornil


Fonte: Archdaily (2023)
A Moradia Estudantil Lucien Cornil traz como inspiração para este projeto a forma com
que foi implantada no seu terreno ao redor do jardim interno, conforme figura 2.13, pois assim
foi possível dispor a maioria dos seus quartos voltados para este jardim, diminuindo assim a
percepção dos ruídos da cidade, trazendo deste modo um conforto acústico. Algo que também
se deve considerar é a sua planta baixa, que mesmo o edifício possuindo uma volumetria
diferenciada, aproveita todo o espaço de uma forma inteligente, como pode-se notar na figura
2.14. Os seus quartos chamam atenção pela forma compacta, prática e linear que possuem,
atendendo as necessidades dos moradores como alunos, com um quarto com cama e mesa de
estudos integrada a um armário, uma porta que quando aberta integra ele a uma cozinha
compacta com armários, frigobar, cooktop e micro-ondas, conforme figura 2.15, e um banheiro.
33

Figura 2.13. Implantação Moradia Estudantil Lucien Cornil


Fonte: Archdaily (2023)

Figura 2.14. Planta baixa do 1º pavimento da Moradia Estudantil Lucien Cornil


Fonte: Archdaily (2023)

Figura 2.15. Apartamento da Moradia Estudantil Lucien Cornil


Fonte: Archdaily (2023)
34

3.5.3 Moradas Infantis Canuanã


A Moradas Infantis Canuanã está localizada em Formoso do Araguaia-TO, no Colégio
Dr. Dante Pazzanese mais conhecido como Escola – Fazenda de Canuanã, que é uma escola
rural que trabalha como um regime de internato e é mantida a mais de 40 anos pela Fundação
Bradesco. Dispõe de uma área de aproximadamente de 23.344,17 m², foi projetado em 2015
pela equipe do escritório Rosenbaum em conjunto com o escritório Aleph Zero e construído em
2017, recebeu diversos prêmios, entre eles em 2018 o RIBA (Royal Institute of British
Architects). Atualmente a moradia atende 540 crianças e adolescentes entre 11 e 18 anos, que
possuem pais assentados, caboclos e indígenas que residem na zona rural (ROSENBAUM,
2023).

O projeto é constituído por dois blocos duplos, tendo capacidade para 270 alunos cada,
e são divididos em um feminino e um masculino. Cada bloco contém 45 quartos, cada um possui
três camas-beliches, conforme figura 2.16, banheiro compartilhado e uma lavanderia e estão
dispostos no térreo, em torno de três pátios que funcionam como área de descanso para os
alunos, com bancos e redes, conforme figura 2.17, que possibilitam a integração das crianças e
ao mesmo tempo o isolamento, e jardins com espelhos d’água e canteiros que auxiliam no alívio
da temperatura. No segundo pavimento, a uma altura de nove metros, está estabelecido o piso
que eles chamam de habitável, pois ele é equipado com salas de estudo, televisão e jogos e
espaços de expressão corporal, além de ser composto por terraços interligados por grandes
passarelas, os ambientes são fechados apenas com ripados de madeira, conforme figura 2.18
(ROSENBAUM, 2023).

Figura 2.16. Quarto Moradas Infantis Canuanã


Fonte: Rosenbaum, 2023
35

Figura 2.17. Pátio Moradas Infantis Canuanã


Fonte: Rosenbaum, 2023

Figura 2.18. Sala de estudos Moradas Infantis Canuanã


Fonte: Rosenbaum, 2023
Após diálogos e oficinas promovidos com no local, sentiu-se a necessidade de basear o
projeto na arquitetura vernacular e nas altas tecnologias industriais, para que ele remetesse as
terras indígenas onde ele está implantado e aos ancestrais das crianças que ali habitam, sem
deixar a tecnologia e a praticidade de lado conforme figura 2.19. Algo que foi alcançado por
meio do uso de estrutura de madeira laminada colada (MLC), possibilitando a fabricação
industrial da madeira com baixo impacto ambiental, com paredes de tijolos de solo-cimento,
como nota-se na figura 2.20, que foram fabricados na obra, com o solo da própria fazenda, por
conta das propriedades físicas e maior inércia dos tijolos foi possível reduzir até 7ºC da
temperatura interna da edificação e o paisagismo foi composto por espécies locais
(ROSENBAUM, 2023).
36

Figura 2.19. Fachada Moradas Infantis Canuanã


Fonte: Rosenbaum, 2023

Figura 2.20. Jardim Moradas Infantis Canuanã


Fonte: Rosenbaum, 2023
Algo que inspira neste projeto é a forma com que ele incorpora a tecnologia sem deixar
de lado a arquitetura vernacular e suas estratégias de lidar com o clima do Tocantins. A forma
como se foram pensadas as áreas comuns e os mobiliários, trazendo uma maneira do aluno obter
privacidade e ao mesmo tempo coletividade.

4 CONDICIONANTES

4.1 CONDICIONANTES FÍSICAS


O terreno escolhido para a implantação da proposta de projeto está localizado no bairro
Nova Araguatins na cidade de Araguatins-TO, conforme figura 4.1 e figura 4.2. De acordo com
o IBGE (2022) é considerada a sétima cidade mais populosa do estado do Tocantins com cerca
de 31.918 habitantes.
37

Figura 4.1. Localização Araguatins-TO


Fonte: QGis, manipulado pelo autor (2023)

Figura 4.2. Perímetro Urbano de Araguatins-TO


Fonte: QGis, manipulado pelo autor (2023)

Para a escolha do terreno foi primordial a análise de sua infraestrutura, onde foi possível
notar que todas as vias em seu entorno possuem pavimentação, o local dispõe de água encanada,
energia elétrica, e conforme a figura 4.3 o terreno possui dimensões de 74,61 x 61,22 x 39,51 x
26,00 x 38,15 x 86,67m, totalizando uma área de 5.604,68m², há 6 (seis) postes instalados ao
seu redor e uma parada de ônibus sem abrigo na fachada voltada para a Rua Castelo Branco,
conforme figura 4.4. Observou-se também que a cidade possui duas frotas de ônibus, sendo que
uma delas é pública e fica responsável pelo transporte escolar dos alunos das escolas da rede
municipal e estadual, já a outra é uma frota particular que trafega pela cidade coletando alunos
e funcionários, levando-os para o IFTO, que está localizado na zona rural do município.
38

Figura 4.3. Mapa de Infraestrutura


Fonte: Autoral (2023)

Figura 4.4. Parada de ônibus sem abrigo


Fonte: Autoral (2023)
Em seguida, analisou-se a localização do terreno, as vias em que ele está inserido,
considerando que é um terreno de esquina, a intensidade dos seus fluxos e as principais vias
que levam até ele. Assim, notou-se que o empreendimento está localizado na Rua Castelo
Branco, que possui um trânsito mais intenso, esquina com a Avenida Dom Orione e esquina
com a Rua Marechal Rondon que possuem um fluxo médio em relação as ruas do seu entorno,
conforme figura 4.5. A principal via de acesso à cidade, é a TO-010/Avenida Araguaia, que
39

corta toda a cidade e se conecta com as três vias onde está situado o terreno, conforme figura
4.6.

Figura 4.5. Mapa de Fluxos das vias


Fonte: Autoral (2023)

Figura 4.6. Mapa de principais vias


40

Fonte: QGis, manipulado pelo autor (2023)


Levando em consideração possíveis necessidades que os moradores da Habitação
Estudantil possam vir a ter, destacam-se 3 rotas, sendo a primeira delas partindo do terreno para
o terminal rodoviário de Araguatins, uma rota de 1,2km, percurso que leva o tempo de 3 minutos
de carro demonstrado na figura 4.7 A segunda é partindo do terreno em sentido ao IFTO, um
trajeto de 5,5km, gastando cerca de 10 minutos quando percorrido de carro, conforme figura
4.8. A terceira rota foi traçada pensando em uma possível emergência, ela parte do terreno em
direção ao hospital municipal de Araguatins, onde a distância percorrida é de 850m e caminho
percorrido de carro leva cerca de 2 minutos, conforme figura 4.9.

Figura 4.7. Percurso Terreno – Terminal Rodoviário


Fonte: Google Maps (2023)
41

Figura 4.8. Percurso Terreno – IFTO


Fonte: Google Maps (2023)

Figura 4.9. Percurso Terreno – Hospital Municipal


Fonte: Google Maps (2023)
Em busca de se traçar futuras estratégias projetuais, realizou-se a diagramação do
percurso solar e de ventilação natural no terreno. A partir da análise pelo aplicativo Sol-ar, foi
possível obter a carta solar da cidade de Araguatins-TO, conforme figura 4.10 onde obteve-se
as informações de que o sol nasce a leste, proporcionando uma maior incidência solar no
período matutino na fachada lateral direita, e se põe a oeste, proporcionando uma maior
incidência solar no período vespertino para a fachada lateral esquerda, voltada para a Avenida
42

Dom Orione, conforme figura 4.11. Segundo dados do Projeteee (2023) a ventilação
predominante na cidade de Araguatins-TO é proveniente do Leste e Nordeste, conforme figura
4.12, incidindo assim, principalmente sobre a fachada lateral direita. Quanto a vegetação no
terreno, em sua maioria é composta por árvores de médio porte, principalmente localizadas nas
fachadas voltadas para a Rua Castelo Branco e Avenida Dom Orione, conforme figura 4.13.

Figura 4.10. Carta Solar de Araguatins-TO


Fonte: Sol Ar, manipulado pelo autor, 2023

Figura 4.11. Mapa de condicionantes


Fonte: Autoral (2023)
43

Figura 4.12. Rosa dos ventos


Fonte: Projeteee (2023)

Figura 4.13. Vegetação existente


Fonte: Autoral (2023)
Através de informações obtidas pelo programa QGis, foi possível obter a topografia do
terreno, onde observou-se que há uma leve depressão em seu solo, com curvas de níveis que
variam de 117m a 128m, com um espaçamento de cerca de 4 metros entre elas, conforme figura
4.14.
44

NOTA: A imagem utilizada pode ter sofrido variação por imprecisão do satélite landsat.
Figura 4.14. Mapa de topografia
Fonte: QGis, manipulado pelo autor (2023)
No intuito de justificar a escolha do terreno, foi elaborado um mapa de uso e ocupação
do solo do seu entorno imediato, conforme figura 4.15. Ao observar o mapa, é possível notar
que a predominância dos usos se dá pelo uso residencial e em seguida o uso comercial, que
ocorre principalmente na Rua Castelo Branco, onde há uma certa variedade em seus usos como
serviços, religioso e lazer. Esta diversidade é muito benéfica para o empreendimento, pois com
o uso comercial próximo o morador não precisará percorrer grandes distancias para obter o que
necessita, como na figura 4.16 é possível visualizar alguns exemplos de uso e ocupação do solo,
onde a letra A, B e C apresentam comércios dos tipos supermercado, loja de
informática/papelaria e açougue respectivamente, na letra D o uso de serviços do tipo salão de
beleza, letra E uso religioso com igreja e por fim letra F com o uso lazer do tipo quadra
poliesportiva pública.
45

Figura 4.15. Mapa de uso e ocupação do solo


Fonte: Autoral (2023)

A B C

D E F
Figura 4.16 Exemplos de uso e ocupação do solo local
46

Fonte: Autoral (2023)


Para analisar o entorno mais ampliado do terreno foi traçado um raio de 500m e
elaborado um mapa de uso e ocupação do solo destacando usos mais específicos conforme
figura 00, onde foi possível notar que o terreno está localizado em uma área onde o uso
residencial é predominante, porém ele está a menos de 500m de supermercados, restaurantes,
escolas, igrejas, posto de saúde e de lazeres como praça e quadra poliesportiva.

Figura 4.15. Mapa de uso e ocupação do solo – raio 500m


Fonte: Autoral (2023)

As visadas foram ordenadas pelas letras A, B, C, D, E e F, conforme figura 4.16.


47

Figura 4.16. Mapa de Visadas


Fonte: Autoral (2023)
As visadas estão demonstradas na figura 4.17. A visada A é voltada para a Rua Castelo
Branco, sendo possível observar a quadra poliesportiva do bairro, na visada B é possível
observar o cruzamento da Rua Castelo Branco com a Avenida Dom Orione, a visada C é
orientada para a Avenida Dom Orione, a visada D corresponde a vista da Avenida Dom Orione
direcionada para a Rua Castelo Branco, a visada E corresponde ao cruzamento da Avenida Dom
Orione com a Rua Marechal Rondon e por fim a visada F é voltada para a Rua Marechal
Rondon, onde é possível notar as residências que se encontram em torno do terreno escolhido.

A B C
48

D E F
Figura 4.17. Visadas
Fonte: Autoral (2023)

4.2 CONDICIONANTES LEGAIS


Araguatins-TO não possui leis que abrangem normas a respeito de obras, portanto a fim
de normatizar a elaboração deste projeto, será seguido o código de obras e a Lei de zoneamento,
parcelamento, uso e ocupação do solo da cidade de Imperatriz-MA, que está situada a 100km
de distância, sendo assim a cidade mais próxima a dispor destas normativas.

O terreno do projeto está localizado no bairro Nova Araguatins, que possui o uso
predominantemente residencial, com pontos comerciais, de serviços, institucional, lazer entre
outros e está disposto entre vias importantes da cidade, que são a Avenida Araguaia e Rua
Castelo Branco. Possuindo assim semelhanças com o bairro Maranhão Novo, que dispõe de
usos similares e está situado nas vias BR-010 e Avenida Bernado Sayão, vias estas
significativas para a cidade. Portanto será utilizado as normas aplicadas a Zona Residencial
Maranhão Novo (ZRMN).

De acordo com a Lei de zoneamento, parcelamento, uso e ocupação do solo de


Imperatriz-MA a ZRMN define que a área mínima do lote (AML) tem de ser: 420m², testada
mínima: 12 m, área máxima total edificada (ATME) 180%, área livre mínima do lote (ALML)
40%, afastamento frontal 04 m e gabarito máximo de 09 pavimentos, mostrado através da tabela
na figura 4.18, levando em consideração que a edificação terá entre 4-6 pavimentos deverá
seguir os afastamentos lateral principal: 3m, lateral secundária: 2,5m e fundos: 2,5m, de acordo
com a figura 4.19. É possível identificar também os usos permitidos nas zonas urbanas, figura
4.20, onde permite todos os usos R, na figura 4.21 nota-se que o uso R significa Residencial em
geral, autorizado assim o projeto a ser proposto, pois ele se enquadra em R2: residencial
multifamiliar com mais de 1 unidade habitacional.
49

Figura 4.18. Tabela 01: áreas, afastamentos frontais e gabaritos


Fonte: Lei de zoneamento de Imperatriz, 2016

Figura 4.19. Tabela 02: afastamentos laterais e de fundos


Fonte: Lei de zoneamento de Imperatriz, 2016

Figura 4.20. Tabela 03: usos permitidos nas zonas urbanas


Fonte: Lei de zoneamento de Imperatriz, 2016

Figura 4.21 Tabela 04: codificação das naturezas dos usos permitidos
Fonte: Lei de zoneamento de Imperatriz, 2016
50

5 ESTUDO PRELIMINAR

5.1 CONCEITO E PARTIDO


O conceito do projeto partiu dos estilos arquitetônicos contemporâneo, pois buscou-se
a integração do edifício com seu entorno e com a natureza atrelada a funcionalidade, o
minimalismo através das formas geométricas simples e limpas, das cores claras e dos elementos
não só decorativos, mas também uteis, como os brises. Ele também se deu pelo sentimento de
ser acolhido através de ambientes criados para a realização de interações.

O partido foi inspirado em uma casa, pois nos blocos de moradia os apartamentos
funcionam como as suítes onde o morador pode ter a sua privacidade, o saguão funciona como
uma sala de estar onde podem se reunir para interagir ou estudar e o jardim central atua como
um quintal, um local para desopilar, bem arborizado, com caminhos, redes e bancos.

5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES


Nesta etapa foi realizado o programa de necessidades juntamente com o pré-
dimensionamento, conforme figura 5.1 com base em respostas do questionário aplicado com o
intuito de estabelecer, setores e ambientes para a edificação.
51

Figura 5.1. Pré-dimensionamento


Fonte: Autoral (2023)

5.3 FLUXOGRAMA
A figura 5.2 demonstra um fluxograma, possibilitando uma melhor visualização de
como foi organizado os acessos na habitação. Algo que pode se notar é o interesse de obter
conectividade do jardim central com os demais ambientes, pois para ter acesso a qualquer outro
local será necessário passar por ele.
52

Figura 5.2. Fluxograma


Fonte: Autoral (2023)

5.4 SETORIZAÇÃO
Com o intuito de analisar uma melhor disposição de implantação para o projeto,
pensou-se em dividir o terreno em setores, como demonstrado na figura 5.3. Analisando a
setorização, nota-se que a Rua Castelo Branco foi escolhida para receber a entrada principal e
o ponto de ônibus, isso se deu por conta da parada de ônibus existente no local que será
aproveitada, já o acesso de serviço será locado na Rua Marechal Rondon, pois é consideram
uma rua de fluxo médio. Ao centro do lote foi locado um jardim central, que servirá de área de
descanso e circulação, além de auxiliar no conforto térmico e acústico das edificações. A direita
na Rua Castelo Branco terá um espaço de vivência com lavanderia comunitária para os
residentes, academia, sala de jogos e sala de mídias. Os edifícios dos apartamentos foram
locados de uma forma que se deseja voltar a maior quantidade de quartos para o jardim central
e os que não forem possíveis, direcioná-los para as vias de fluxo menos intenso, visando o
conforto acústico nas unidades. O setor administrativo foi locado em um local estratégico, de
forma que quem esteja neste espaço consiga observar o que está acontecendo nos demais setores
da habitação e junto a ele está a área de serviços gerais.
53

Figura 5.3. Setorização


Fonte: Autoral (2023)

6 PROJETO

6.1 MEMORIAL JUSTIFICATIVO


O memorial justificativo tem como objetivo justificar as escolhas adotadas na
concepção deste projeto de habitação estudantil.

Escolha do terreno: o local de implantação do projeto foi escolhido de maneira


estratégica, pois o bairro possui a predominância de edificações residenciais, não destoando
assim do uso do empreendimento, tem como vantagem também a presença de diversos outros
usos no entorno como comércios, salões de beleza, quadra poliesportiva pública, igrejas de
diferentes religiões entre outros. Levou-se em consideração também a via em que está inserido,
pois levando em consideração que os seus moradores serão estudantes de ensino médio do IFTO
que está localizado a cerca de 5km da zona urbana da cidade, eles terão a necessidade de utilizar
o transporte público todos os dias para ir e voltar da aula. Logo a rua Castelo Branco é a via de
acesso a escola, portanto na esquina do terreno parada de ônibus existente, que foi mantida e
melhorada no projeto, de maneira que facilita rotina dos alunos de uma maneira a não ter
necessidade de interferir na rota dos ônibus.
54

Nome do empreendimento: Habitação Estudantil Rio-Sol, o nome do empreendimento


foi inspirado na cidade em que ele está inserido, pois a Araguatins-TO é banhada pelo Rio
Araguaia e possui um belo pôr do sol.

Os materiais: os materiais utilizados foram pensados de maneira que a edificação não


se destoasse tanto do seu entorno e que transmitisse tranquilidade a quem reside nela, através
de cores neutras aplicadas na fachada e nos interiores dos edifícios, da textura amadeira presente
no Brise-soleil de alumínio e da madeira dos pergolados.

6.2 IMPLANTAÇÃO
A moradia conta com 2 entradas para pedestres e ciclistas, pois as suas vagas de
estacionamento estão locadas na parte externa do empreendimento, pois foi levado em
consideração que os seus habitantes em sua maioria são menores de idade, portanto não
possuem automóveis. Sendo assim o acesso principal está localizado na rua Castelo Branco e o
acesso de serviço ficou situado na Avenida Dom Orione. Para aproveitar a parada de ônibus
existente na esquina da rua Castelo Branco com a avenida Dom Orione, foi locado também no
lado externo do muro um abrigo de ônibus que contempla tanto os alunos que residem na
habitação quando para os que moram nas proximidades.

No total foram inseridas 23 vagas para estacionamento de carros e 20 para motocicletas.


As vagas foram dispostas da seguinte forma: 11 vagas para carros sendo que 01 delas foi
destinada a portadores de necessidades especiais e 10 vagas para motocicletas na rua Castelo
Branco, 12 vagas para carros, sendo 01 destinada a portadores de necessidades especiais e 10
vagas para motocicletas na Avenida Dom Orione. No interior do empreendimento foi locado
um bicicletário próximo a guarita.

A implantação foi disposta no entorno de um jardim central que foi implantando logo
no início do empreendimento conforme a figura 6.1, que tem como função a circulação de uma
edificação para outra, a recriação de um quintal onde os moradores podem descansar ao ar livre
em bancos e redes ou até mesmo socializar entre si e fica responsável por auxiliar no conforto
acústico dos blocos de apartamentos, pois ele os distancia da rua mais movimentada,
diminuindo assim a entrada dos ruídos produzidos pelos automóveis que ali trafegam.
55

Figura 6.2. Implantação


Fonte: Autoral (2023)
Os blocos de apartamentos foram divididos em bloco feminino e bloco masculino,
ambos possuem layouts semelhante, com 4 pavimentos e espaço de estudos no térreo, a
diferença é apenas na quantidade de quartos, onde o primeiro possui 94 e o segundo 106. O
bloco feminino foi locado na lateral esquerda do terreno e bloco masculino ao fundo.

O setor administrativo foi disposto na lateral superior direita, de tal forma que quem
esteja na sala consiga monitorar, juntamente com os guardas e as câmeras de segurança da
moradia, quem entra e sai dos blocos de apartamentos e o que está acontecendo no jardim
central. Junto a este setor foi implantada a área de serviço geral, que dará apoio na conservação
dos demais blocos e setores.

Logo mais na lateral inferior direita está localizado o bloco recreativo, que foi dividido
em 4 usos, sendo eles uma lavanderia comunitária, onde os residentes poderão higienizar e secar
as suas roupas, uma academia onde eles poderão se exercitar auxiliando-os a ter uma vida mais
saudável, uma sala de jogos e uma sala de mídia onde poderão interagir e se divertirem.
56

Ao fazer a análise de condicionantes do terreno, foi possível notar a presença de


arborizações de médio porte principalmente na parte frontal e lateral. Algumas dessas árvores
foram mantidas, porém a maioria foi realocada nos afastamentos do terreno e no jardim central
de forma a proporcionar conforto térmico e acústico para as edificações.

Em todo o entorno que possui contato direto com a via foi implantada uma calçada que
conta com um total de 2m de largura, sendo 0,50m destinado para faixa de serviço onde ficará
localizado rampas de acessibilidade que foram projetadas conforme a NBR9050/2020, postes
de iluminação, lixeiras e arborização e 1,50m para faixa livre, onde os pedestres poderão
transitar. Portanto conforme a implantação projetada e os índices urbanísticos propostos por lei,
foi possível analisar a viabilidade legal do projeto, através de comparações entre área exigida e
área projetada presentes na figura 6.2 que demonstra o quadro de áreas da edificação.

Figura 6.2. Quadro de áreas


Fonte: Autoral (2023)

6.3 PLANTA BAIXA


Apartamento tipo

No total os edifícios possuem duas plantas de apartamento tipo, sendo a primeira figura
6.3 a que possui maior quantidade, o apartamento tipo 01 que dispõe de uma planta de
3,00x6,00m, que inclui ao entrar um corredor de 0,90m que dá acesso a uma cozinha compacta
com uma bancada com uma cuba e cooktop de indução, um frigobar e armários. A frente da
cozinha há um banheiro de 1,50x2,00m com uma bancada em pedra com cuba de encaixe,
espelho, bacia sanitária e uma ducha em um box em L de 0,80x0,80m com 02 portas de correr.
Ao passar pela cozinha há um quarto compartilhado para duas pessoas, onde ambas possuem
camas de solteiro, guarda-roupa, mesa de estudos e prateleiras, ao sair do quarto há uma
varanda.
57

Figura 6.3. Apartamento tipo


Fonte: Autoral (2023)
O segundo apartamento tipo, está presente em menor quantidade e disposto apenas no
térreo, pois são os apartamentos adaptados para Pessoas com Deficiência (PcD), portanto, foi
concebido seguindo os padrões técnicos da NBR9050/2020. Na figura 6.4 é possível ler a planta
baixa do apartamento tipo PcD, onde nota-se que a disposição dos ambientes segue o mesmo
padrão que o apartamento tipo 01, porém com com outras medidas. O corredor de entrada
possui1,40m e o banheiro 2,00x2,20m, não tem box e há cuba adequada, espelho inclinado,
bacia sanitária, barras de apoio, ducha e um junto a ducha. No quarto apenas 01 cama de casal,
uma mesa de estudos e um guarda-roupa e uma varanda.

Figura 6.4. Apartamento tipo PcD


Fonte: Autoral (2023)
Bloco feminino

O bloco feminino está localizado na lateral esquerda do empreendimento, no total ele possui 94
apartamentos, sendo 02 PcDs, comportando assim um total de 186 moradores. Ao analisar a
planta baixa do térreo na figura 6.5 é possível notar que logo a frente da entrada, que está locada
em frente ao jardim central, está a escada do edifício, e o saguão onde os moradores daquele
bloco podem se reunir para estudar, este saguão é composto por mesas, cadeiras, sofás e
58

máquinas de lanches, além de janelas amplas que possibilitam a entrada de iluminação e


ventilação natural e uma bela vista para o jardim. No pavimento térreo também foram
implantados 16 apartamentos convencionais e 02 PcDs e 01 banheiro coletivo, com corredores
que possuem janelas fixas com peitoril baixo para possibilitar a entrada de iluminação natural.

Figura 6.5. Planta baixa térreo bloco feminino


Fonte: Autoral (2023)
Na planta baixa do pavimento 01 disposto na figura 6.6, e demais pavimentos, é possível
observar que há 26 apartamentos do tipo 01 e a frente da escada há uma área de serviços interna
com lavabo, armários e dois tanques. Nas extremidades do corredor foram instaladas janelas de
02 folhas de correr com peitoril baixo, que dá acesso a uma varanda técnica.

Figura 6.6. Pavimento tipo feminino


Fonte: Autoral (2023)
59

Bloco masculino

O bloco masculino está locado ao fundo do terreno, ao observar a figura 6.7 e figura 6.8
é possível notar que ele dispõe da mesma configuração que o bloco feminino, porém com uma
maior capacidade, possuindo no total de 106 apartamentos, sendo 02 PcDs, tendo assim uma
capacidade de 210 moradores. O térreo comporta 16 apartamentos e os demais pavimentos
possuem 30 apartamentos.

Figura 6.7. Planta baixa térreo bloco Masculino


Fonte: Autoral (2023)

Figura 6.8. Pavimento tipo masculino


Fonte: Autoral (2023)
Setor administrativo e de serviço

Este bloco foi locado na lateral direita do terreno, na figura 6.9 é possível observar a sua planta
baixa, que possuem duas entradas, uma de serviço voltada para o bloco masculino e uma social
orientada para o jardim. O bloco dispõe de recepção, 03 salas de escritório, sala de arquivos,
60

copa, depósito, área aberta de serviço e 02 lavabos PcDs, sendo um deles para quem está a
espera na recepção e o outro para funcionário.

Figura 6.9. Planta baixa Bloco administrativo e área de serviço


Fonte: Autoral (2023)
Bloco Recreação

O bloco de recreação está localizado na lateral inferior direita do terreno, ele foi dividido
em quatro partes como nota-se na figura 6.10, com entradas separadas, cada um dos ambientes
possui dois banheiros PcDs, sendo um feminino e o outro masculino que foram locados de uma
forma que possibilitasse a ventilação natural. O primeiro ambiente é a academia que conta com
bebedouro, esteiras, bicicletas e outros aparelhos de exercícios, o segundo é uma sala de jogos
com 02 mesas de sinuca, 02 mesas para jogos de cartas e 02 conjuntos de televisões, sofás e
vídeo games, o terceiro ambiente é a sala de mídia que conta com um projetor, uma tela de
projeção, home theater , sofás, máquina de lanches e mesa de apoio, o ultimo ambiente é a
lavanderia quem conta com 40 máquinas de lava e seca de 10Kg (tendo assim 1 máquina para
cada 10 moradores aproximadamente), 02 bancadas de 3m com um total de 05 cubas, 03 mesas
de roupa reforçada, 06 bancadas em ilha para auxiliar e armário para armazenamento de
produtos de limpeza e bancos para espera.
61

Figura 6.10. Planta baixa Bloco recreativo


Fonte: Autoral (2023)
Ponto de ônibus

O ponto de ônibus foi locado na esquina da Rua Castelo Branco com Avenida Dom
Orione, ele dispõe das dimensões de 14,70x2,50m de calçada coberta com pergolado de madeira
que se integra ao passeio, permitindo uma facilidade ao acesso ao ônibus.

Guarita

A guarita está localizada na fachada principal do terreno, ela possui uma sala para o
porteiro, com bancada e armários e um lavabo, janelas de forma que o porteiro consiga observar
quem chega ao empreendimento e uma interna para facilitar a comunicação com quem deseja
sair, figura 6.11.

Figura 6.11. Planta baixa Guarita


Fonte: Autoral (2023)
62

6.4 COBERTURA
A cobertura mais utilizada em todo o projeto foi a laje impermeabilizada com
inclinação de 2% com estrutura metálica e telha de fibrocimento com inclinação de 10% com
rufos e calhas de aço galvanizado, esta tipologia de cobertura está presente nos blocos de
apartamentos e na guarita, conforme figura 6.13. Outra cobertura utilizada é a telha cerâmica
com inclinação de 30%, que terá no bloco recreativo, com duas águas e no bloco do
administrativo e serviços, com 4 águas, remetendo assim as casas tradicionais no Brasil.

Figura 6.13. Planta de cobertura


Fonte: Autoral (2023)
A terceira cobertura presente no projeto é o policarbonato com inclinação de 2%
instalado sobre os pergolados com o forro de palha Sky Orion, figura 6.14. De acordo com o
site oficial da marca Cobrire o forro de palha possui as vantagens de proporcionar conforto
térmico, permitir a passagem de luz natural, mascarar a sujeira que se acumula no policarbonato
e possuir uma fácil instalação. Esta cobertura será instalada no ponto de ônibus, no jardim
central e no beiral dos blocos de apartamento.
63

Figura 6.14. Pergolado com cobertura em policarbonato


Fonte: Autoral (2023)

6.5 CORTE
Visando uma melhor visualização de foram traçados cortes separados por blocos,
sendo assim foram traçados cortes longitudinais e transversais nos blocos de apartamento, bloco
do administrativo e serviço e no bloco recreativo. O corte AA representado na figura 6.15, é
um corte longitudinal traçado no bloco feminino, onde é possível observar que o pé-direito é de
2,50m e o pé esquerdo 3,00m, as alturas das bancadas, o rebaixo de 2cm no piso dos banheiros,
as caixas d’água de 20.000L sobre o barrilete de 1,00m.

Figura 6.15. Corte AA


Fonte: Autoral (2023)
O corte FF, figura 6.16 foi traçado de forma transversal no bloco de apartamentos
masculino, nele é possível observar que ele possui as mesmas alturas que o bloco feminino, o
corredor e suas janelas, onde no térreo a janela é fixa, apenas para a entrada de iluminação
natural e nos outros pavimentos são com uma folha basculante e a outra fixa funcionando como
um peitoril. Também é notável o caimento das águas do telhado para a calha que está mais
64

deslocada para a direita por conta dos shafts que receberam o encanamento para a descida das
águas pluviais.

Figura 6.16. Corte FF


Fonte: Autoral (2023)
O corte GG é um corte longitudinal, figura 6.17, traçado no bloco administrativo, onde
é possível analisar com mais detalhe o seu telhado de 4 águas, as alturas de peitoris das janelas
com 1,10m, das bancadas de 0,80m e pé-direito de 2,50m.

Figura 6.17. Corte GG


Fonte: Autoral (2023)
No bloco recreativo foi traçado o corte JJ de forma transversal, figura 6.18, onde é
possível notar o seu pé-direito de 2,50m, o peitoril das janelas de 1,10m e o caimento do telhado
de 2 águas com inclinação de 30%.
65

Figura 6.18. Corte JJ


Fonte: Autoral (2023)
Por fim, foi traçado o corte KK na guarita, figura 6.19, com o intuito de demonstrar com
mais detalhe a cobertura em laje e a sua platibanda, a altura da janela em L e da bancada do
lavabo.

Figura 6.19. Corte KK


Fonte: Autoral (2023)

6.6 FACHADA
Para o fechamento da fachada externa do empreendimento foi adotado o gradil
metálico de 1,70m sobre uma parede de 0,30m, com acabamento em pintura na cor Berço
Suvinil, totalizando assim 2,00m de vedação, fazendo com que tenha segurança e ao mesmo
tempo proporcione uma boa visibilidade do interior e exterior, conforme figuras 6.20 e 6.21.

Figura 6.20. Fachada frontal Habitação


Fonte: Autoral (2023)
66

Figura 6.21. Fachada lateral esquerda Habitação


Fonte: Autoral (2023)
Para as fachadas dos blocos de apartamento, figura 6.22 e 6.23, foram escolhidos o
porcelanato Neutral OFW 100x100cm polido retificado Portinari e pintura na cor Chocolate
Suíço Suvinil para a vedação dos reservatórios. Nas varandas foram implantados Brises móveis
de alumínio com acabamento amadeirado, ficando responsável assim pela proteção da
insolação e ao mesmo tempo pela estética, dando a impressão de movimento, pois cada
apartamento possui a liberdade de movimentá-lo, fazendo com que sempre esteja de uma forma
diferente.

Figura 6.22. Fachada 01 Bloco de apartamentos feminino


Fonte: Autoral (2023)

Figura 6.23. Fachada 02 Bloco de apartamentos masculino


Fonte: Autoral (2023)
67

Para o Bloco administrativo foi escolhida a pintura na cor Berço da Suvinil, figura 6.24,
para o Bloco recreativo foi optado pela escolha de duas cores Chocolate Suíço e Berço da
Suvinil para dar um contraste de maneira valorizar a diferença de alturas entre os telhados,
figura 6.25. Na Guarita também foi adotado o uso das duas cores, figura 6.26. Esta paleta foi
definida de maneira a transmitir conforto e tranquilidade juntamente com o contraste das cores,
que harmonizam com os blocos de apartamento e com a vegetação no seu entorno.

Figura 6.24. Fachada 01 Bloco administrativo e de serviço


Fonte: Autoral (2023)

Figura 6.25. Fachada 01 Bloco recreativo


Fonte: Autoral (2023)

Figura 6.26. Fachada 01 Guarita


Fonte: Autoral (2023)
68

6.7 MAQUETE ELETRÔNICA E IMAGENS FOTO REALISTAS

Figura 6.27. Corredor apartamento


Fonte: Autoral (2023)

Figura 6.28. Cozinha apartamento


Fonte: Autoral (2023)
69

Figura 6.29. Quarto apartamento 01


Fonte: Autoral (2023)

Figura 6.29. Quarto apartamento 02


Fonte: Autoral (2023)

Figura 6.29. Quarto apartamento 03


Fonte: Autoral (2023)
70
71
72
73

6.8 MEMORIAL DESCRITIVO


Topografia: a topografia obtida no momento do estudo das condicionantes foi
considerada incompatível com o terreno, pois a imagem utilizada pode ter sofrido variação por
imprecisão do satélite landsat, por conta desta incompatibilidade, utilizou-se a cota de nível
125m para todo o projeto, deixando assim o terreno plano e sem a necessidade de movimentação
de terra.

Fundação: a fundação deverá ser desenvolvida junto a um engenheiro especialista na


área, de maneira a ficar compatível com o projeto arquitetônico.

Estrutura: o sistema estrutural deverá ser desenvolvido junto a um engenheiro


especialista na área, de maneira a ficar compatível com o projeto arquitetônico.

Paredes: as paredes externas de todas as edificações presentes no projeto são


compostas pela alvenaria de tijolo cerâmico de 9 furos 19x19x29, as paredes internas que
separam os apartamentos são de alvenaria de tijolo cerâmico de 6 furos 09x14x24, as paredes
internas dos apartamentos que delimitam os banheiros e cozinhas são de gesso acartonado
resistente a umidade (RU) e as paredes que delimitam os shafts são em placa cimentícia. Em
todas as tipologias deverá ser seguido as posições e dimensões das paredes que constam no
projeto arquitetônico. As paredes em alvenaria de tijolo cerâmico deverão ser assentadas com
argamassa de cimentos, cal e areia média no traço 1:2:8, com juntas de 15mm. As paredes
internas deverão ser finalizadas com pintura na cor Papel picado Suvinil, com ressalva nas áreas
molhadas que deverão receber o revestimento Neutral OFW 100x100cm polido retificado
Portinari e as externas deveram receber o acabamento indicado no tópico fachadas.

Pisos: os pisos das edificações serão em lajes de concreto de 20cm revestida com
porcelanato Neutral OFW 100x100cm natural retificado Portinari, as calçadas do jardim e de
todo o projeto são em concreto e o ponto de ônibus e estacionamentos em loco intertravado.

Cobertura: a cobertura dos blocos de apartamentos e administrativo são de laje


impermeabilizada com inclinação de 2% com estrutura metálica para receber telhas de
fibrocimento com inclinação de 10%, juntamente com calhas e rufos metálicos e pingadeira de
concreto. A cobertura da guarita e do bloco de recreação são de telha de cerâmica com
inclinação de 35% com calhas e rufos metálicos. Os pergolados receberam a telha de
policarbonato com 2% de inclinação.
74

Fachada: em todas as fachadas dos blocos de apartamentos será utilizado o porcelanato


Neutral OFW 100x100cm polido retificado Portinari e Brise-soleil de alumínio com
acabamento amadeirado, nas demais edificações serão usadas pinturas nas cores Berço e
Chocolate Suíço Suvinil.

Portas: as portas externas serão em alumínio ou PVC com vidro temperado incolor
8mm, as portas internas serão em MDF na cor branco.

Guarda-corpo, corrimão e barras de apoio: as peças deverão ser produzidos em aço


inoxidável e instalados seguindo a NBR9050/2020.

Janelas: as esquadrias serão em alumínio ou PVC com vidro temperado incolor 8mm,
com as dimensões indicadas no quadro de esquadrias.

Caixa d’água: para a definição de quantidade de reservatórios e suas capacidades foi


utilizado o cálculo de consumo e as tabelas de taxa de ocupação de acordo com a natureza do
local e de consumo predial diário (CARVALHO JÚNIOR, 2017). Portanto ao todo foram
utilizadas 13 caixas d’água no projeto, sendo 4 de 20.000L no bloco de apartamentos feminino
totalizando 80.000L, 4 de 20.000L mais 1 de 5.000L no bloco de apartamentos masculino
totalizando 85.000L, 1 de 750L na guarita, 1 de 1.000L no setor administrativo e serviço, uma
1 de 5.000L para os banheiros do bloco recreativo e 1 de 7.500L para a lavanderia.

Águas pluviais: as águas pluviais serão captadas por calhas de chapa galvanizadas, que
as conduzirão para tubos de PVC de 100mm instalados em shafts para assim serem direcionadas
para caixas de inspeção e logo após para a via pública.

7 CONCLUSÃO
75

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Paula Trajano de Araújo; SILVA, Solonildo Almeida da; JUCÁ, Sandro César
Silveira. O percurso histórico do ensino médio brasileiro (1837-2017). Revista
contemporânea de educação, V. 17, N. 39, p. 137-155, 2022. Disponível
em: https://revistas.ufrj.br/index.php/rce/article/view/45994. Acesso em: 30 ago. 2023.
ARCHDAILY. Moradia Estudantil Lucien Cornil / A+Architecture. Disponível em:
https://www.archdaily.com.br/br/891349/moradia-estudantil-lucien-cornil-a-plus-
architecture?ad_source=search&ad_medium=projects_tab?ad_source=myad_bookmarks&ad_
medium=bookmark-open. Acesso em 11 set. 2023
ARCHDAILY. Moradia Estudantil Olympia Place / Holst Architecture + DiMella
Shaffer. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/876504/moradia-estudantil-
olympia-place-holst-architecture-plus-dimella-
shaffer?ad_source=myad_bookmarks&ad_medium=bookmark-open. Acesso em 11 set. 2023
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 9050:
Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro:
ABNT, 2020.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Brasília, DF: Senado Federal, 1988.
BRASIL. Decreto lei Nº 4.244, de 9 de abril de 1942. Lei orgânica do ensino secundário.
Diário Oficial da União, 10 abr. 1942a.
BRASIL. Decreto nº 91673 de 22/09/1985 nº 91673, de 22 de setembro de 1985. Cria a escola
agrotécnica federal no município de Araguatins, no estado de Goiás, e dá outras providencias.
Poder Executivo Federal 23 set. 1985
BRASIL. Lei n.º 11.892/2008, de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de
Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação,
Ciência e Tecnologia, e dá outras providências. Planalto 29 dez. 2008
BRASIL. Lei Nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as diretrizes e bases da educação
nacional. Diário Oficial da União, 27 dez. 1961
BRASIL. Lei Nº 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa diretrizes e bases para o ensino de 1° e
2º graus, e dá outras providências. Diário Oficial da União, 12 ago. 1971.
BRASIL. Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do
Adolescente e dá outras providências. Casa civil, 13 jul. 1990.
BRASIL. PCN + ensino médio: orientações educacionais complementares aos parâmetros
curriculares nacionais. Brasília, DF, 2002
CARDOSO, Adeilson. Araguatins: nossa cidade tem história e memória. Imperatriz: Marco
Zero, 2023.
CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura. 11.
São Paulo: Blucher, 2017. 1 recurso online. ISBN 9788521207115.
COBRIRE. Disponível em https://cobrire.com.br/. Acesso em: 02 nov. 2023.
CRESWELL, John W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Ed.
3. Porto Alegre: Artmed, 2010.
76

DITTA, Anna Camisassa. Moradia como centro social e de conhecimento. 2018. 152 f.
Trabalho Final de Graduação (Bacharel em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade
presbiteriana Mackenzie de Arquitetura e Urbanismo, [S. l.], 2018. Disponível em:
file:///D:/TCC/PESQUISA/REF/tccs/0_imprimir%2030%20a%2045.pdf. Acesso em: 30 ago.
2023.
GONÇALVES, Bruna; SCHWANZ, Angélica Kohls. O surgimento e evolução das
moradias estudantis num contexto mundial, nacional, regional e local. XXV Seminário
Interinstitucional de Ensino, Pesquisa e Extensão Desafios da Ciência em Tempos de
Pandemia. Cruz Alta/RS: UNICRUZ, 2020. Disponível em:
https://revistaanais.unicruz.edu.br/index.php/inter/article/view/670. Acesso em: 30 ago. 2023.
HENZ, Francine. Moradia estudantil univates: uma ação de assistência universitária e
fortalecimento da coletividade. 100 2018, 80f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em
Arquitetura e Urbanismo) – Universidade do Vale do Taquari. Lajeado, 2018. Disponível em:
<https://www.univates.br/bdu/items/a4383198-b1bb-4ea4-86fc-6bd1c1cb5218> Acesso em:
03 set. 2023.
IBGE – Instituto Brasileiro De Geografia E Estatística. Censo escolar. Araguatins: IBGE,
2010. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/to/araguatins/pesquisa/13/78117.
Acesso em: 24 ago. 2023.
IBGE – Instituto Brasileiro De Geografia E Estatística. Panorama. Araguatins: IBGE, 2022.
Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/to/araguatins/panorama. Acesso em: 24 ago.
2023.
IBGE – Instituto Brasileiro De Geografia E Estatística. Censo escolar. Araguatins: IBGE,
2021. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/to/araguatins/pesquisa/13/78117.
Acesso em: 24 ago. 2023.
Instituto Federal do Tocantins. Disponível em: http://www.ifto.edu.br/ifto. Acesso em: 26
ago. 2023.
Instituto Federal do Tocantins campus Araguatins. Disponível em: http://www.ifto.edu.br/ifto.
Acesso em: 26 ago. 2023.
Ministério da Educação / Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino. Planejando a
Próxima Década: Conhecendo as 20 Metas do Plano Nacional de Educação. Brasil:
MEC/SASE, 2014.
NAWATE, Priscilla Sayuri. Moradia do estudante universitário. 2014. 84 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Bacharel em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Tecnológica
Federal Do Paraná Departamento Acadêmico De Construção Civil, Curitiba, 2014.
Disponível em: https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/7647. Acesso em: 3 set. 2023.
PORTO, Milene Samai. Moradia estudantil: integração do estudante com a comunidade
acadêmica na cidade de Alfenas (MG). 2020, 81 f. Trabalho de conclusão de curso
(Graduação em Arquitetura e Urbanismo) - Centro Universitário do Sul de Minas. Varginha,
2020. Disponível em: <http://repositorio.unis.edu.br/handle/prefix/1489>. Acesso em: 03 set.
2023.
PROJETEEE. Disponível em: http://www.mme.gov.br/projeteee/dados-
climaticos/?cidade=TO+-+Araguatins&id_cidade=bra_to_araguatins.818210_inmet. Acesso
em 15 set. 2023
77

REIS, Renata de Avelar. Habitação Estudantil: edifício habitacional estudantil do Butantã.


2018. 55 f. TCC (Graduação) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade São Judas
Tadeu, São Paulo, 2018. Disponível em: https://issuu.com/renatavelar/docs/tfg_-
_renata_de_avelar_reis. Acesso em: 03 set. 2023
ROSENBAUM. Moradas Infantis Canuanã – Fundação Bradesco. Disponível em:
https://rosenbaum.com.br/escritorio/projetos/moradias-infantis-canuana/. Acesso em: 11 set.
2023
SENCE – Secretaria Nacional de Casas de Estudante. Disponível em:
<http://sencebrasil.blogspot.com/p/sobre-sence.html>. Acesso em: 03 set. 2023.
Secretaria da comunicação do Tocantins. Disponível em: https://www.to.gov.br/secom.
Acesso em: 04 set. 2023
Ulivin. Disponivel em: https://uliving.com.br/o-que-e-moradia-
estudantil/#:~:text=Ent%C3%A3o%2C%20a%20moradia%20estudantil%20apresenta,da%20
socializa%C3%A7%C3%A3o%20com%20outros%20estudantes. Acesso em 21 set. 2023
Universidade Federal do Tocantins. Disponível em https://ww2.uft.edu.br/ . acesso em 05 set.
2023
78

APÊNDICE

Apêndice A – Questionário
Questionário direcionado aos alunos que cursam o ensino Médio Integrado ao Técnico no IFTO
Campus Araguatins.

01. Qual a sua idade?

( ) 14 anos ou menos ( ) 15 anos ( ) 16 anos

( ) 17 anos ( ) 18 anos ou mais

02. Qual o seu sexo?

( ) Feminino ( ) Masculino ( ) Outro

03. Onde fez o ensino fundamental?

( ) Escola Pública ( ) Escola Particular – Sem Bolsa

( ) Escola Particular – Bolsa Parcial ( ) Escola Particular – Bolsa Integral

04. Em que ano ingressou no Ensino Médio?


05. Qual seu curso integrado ao Ensino Médio?

( ) Técnico em Agropecuária

( ) Técnico em Redes de Computadores

06. Por que optou por fazer o ensino médio no IFTO?


07. Em qual cidade residia antes de se mudar para Araguatins?
08. Antes de ingressar no ensino médio em Araguatins, residia com quem?
09. Atualmente reside com quem?
10. Possui parentes em Araguatins?

( ) Sim ( ) Não

11. Possui alguma bolsa fornecida pela instituição?

( ) Sim ( ) Não

12. Se sua resposta for sim para a última pergunta, qual?

Você também pode gostar