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(EF08GE14-A) Analisar a influência do capital estadunidense e chinês no processo de

distribuição das atividades econômicas pelo mundo, com destaque para o Brasil.

Geografia – Mundo do trabalho: China x EUA.

Olá, educando (a). Esta videoaula de Geografia foi veiculada na TV no dia 11 de Agosto de
2021 (Quarta-Feira). Aqui no Portal Conexão Escola, ela está disponível juntamente com a
proposta de atividade.

Na aula de hoje vamos compreender a expansão do capital chinês e estadunidense pelo


mundo.

Temática – Geografia – Mundo do trabalho: China x EUA. Disponível em:


<https://live.staticflickr.com/822/27364976438_49f35023bf_c.jpg>. Acesso em: 15 de Junho
de 2021.

Assista a videoaula com a temática – Geografia – Mundo do trabalho: China x EUA


AGRUPAMENTO H| 8º ANO | CICLO DA ADOLESCÊNCIA |GEOGRAFIA | PROF.: AILTON

CHINA x EUA

Se você acredita que por estar aqui no Brasil, tranquilo, longe dos EUA e da China, você está
fora da disputa tecnológica entre essas duas grandes potências é um equívoco. Somos
considerados grande mercado consumidor e também fornecedores de matéria- prima para os
dois países.

Já respondeu alguma enquete no Instagram perguntando qual aparelho celular é melhor Apple
(Iphone) x Xiaomi (Mi), o primeiro smartphone pertence a uma indústria estadunidense e o
segundo aos chineses. Mas, caso você esteja de saco cheio do Insta e foi procurar diversão nas
dancinhas do Tik Tok, mais uma vez chegamos a disputa entre as duas grandes potências,
considerando que o Tik Tok é uma rede social chinesa e o Instagram dos Estados Unidos.

Na segunda metade do século XX os EUA já era considerado uma grande potência mundial,
produtor de altíssima tecnologia e grande influenciador da cultura e dos padrões de consumo
do mundo inteiro, por suas produções musicais, cinematográficas, pelas revistas, dentre
outros. O mesmo não podemos falar dos chineses, muito provavelmente seria uma piada dizer
que em 2021 redes sociais, automóveis e empresas produtoras de tecnologias pertenceriam a
China, se liga no próximo capítulo que vou te explicar essa história melhor.

China: O dragão que cospe fogo

O dragão é um importante símbolo da mitologia chinesa simboliza sabedoria, bondade e a


energia do fogo que destrói mas permite o nascimento de algo novo, a representação do
dragão chinês é diferente da imagem que temos dos ocidentais e são muito utilizados para
representar a China e seu rápido crescimento econômico.

Até meados de 1949 os chineses estavam submetidos aos interesses do capitalismo mundial,
sendo fornecedores de matéria- prima e consumidor de produtos industrializados, a revolução
socialista nesse período nasce com objetivo de pôr fim a essa lógica.

No entanto, apenas por volta de 1976 com abertura econômica para os investimentos
estrangeiros e algumas reformas importantes como: investimentos em educação, pesquisas
científicas, produção tecnológica, força militar, infraestrutura, desenvolvimento industrial,
modernização da agricultura, dentre outros, fizeram com que a China, nos anos 90,
apresentasse crescimento expressivo do Produto Interno Bruto (PIB) com médias que
chegaram, de acordo com o Banco Mundial, a 10% por ano sustentados até meados dos anos
2000.

Outros fatores como grande quantitativo populacional, expressiva extensão territorial, baixos
salários, pouco rigor ambiental, facilidades fiscais e tributárias para exportação auxiliaram no
crescimento chinês. O socialismo de mercado, nome dado ao modelo econômico e político da
China, consiste em forte presença das empresas estatais, associadas ao capital estrangeiro ou
não, além do forte controle social marcado pela ausência de democracia imposto pelo Partido
Comunista Chinês (PCC). Veja:
Figura I: China Dinamismo Econômico. Fonte: ADAS, M; ADAS, S. Expedições Geográficas: 8°
ano. 3° Edição. São Paulo: Moderna, 2018. p. 92. Acesso em: 10 de Junho de 2021.

O mapa presente na figura I, retrata a concentração das indústrias e centros de


desenvolvimento tecnológicos da China, na faixa litorânea onde encontramos as Zonas
Econômicas Especiais (ZEEs) que são compreendidas por áreas onde o governo chinês
autorizou e incentivou o investimento de indústrias estrangeiras com parcerias ou não das
estatais. Ao oeste do território, representado na cor rosa com tons mais claros, são os espaços
destinados ao fornecimento de matéria- prima e produção de energia para as áreas industriais.

Inicialmente as primeiras indústrias a se instalarem no território chines não levavam a etapa


de produção de tecnologia, apenas o parque industrial de montagem ou fabricação de
componentes, as fábricas próprias da China tinham sua produção voltada para bugigangas ou
cópias dos eletrônicos com qualidade inferior.

Provavelmente você conhece alguém, ou já foi, em algum camelódromo comprar um produto


Xing Ling, nome que damos às mercadorias de baixa qualidade ou falsificadas como aquelas
caixinhas de som cópia da JBL, relógios, peças de informática, video- games e diversos
produtos. Ainda que os produtos Xing Ling façam parte da rotina chinesa, atualmente a China
produz altíssima tecnologia com marcas conceituadas no mercado mundial como: Xiaomi,
Huawei, Chery, JAC, Lifan, TCL (Adquiriu a Semp Toshiba) e Lenovo (Adquiriu Motorola e IBM,
empresas estadunidense).

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a China em 2005


apresentava o quinto maior PIB do mundo e desde 2010 detém a segunda maior economia
global, atrás apenas dos EUA, a fábrica do mundo, como a China é chamada por alguns
especialistas por deter a produção de diversos produtos, deixou de ser apenas fábrica para ser
também um dos pólos de desenvolvimento tecnológico o que ameaçou os interesses
geopolíticos estadunidense.

Em 2018 a tensão comercial e geopolítica entre China e EUA vai ser intensificada devido ao
desequilíbrio da balança econômica entre os dois países. Neste ano, os estadunidenses
venderam aproximadamente 120 bilhões de dólares em mercadorias aos chineses e
compraram próximo de 539 bilhões de dólares.

Capital chinês e estadunidense pelo mundo

Os Estados Unidos detém a maior economia do mundo, além de exercer forte influência
política e cultural no globo. Algumas marcas estadunidenses estão inseridas de forma tão
intensa em nosso cotidiano, que até acreditamos ser empresas nacionais como a Coca Cola,
Ford, Chevrolet, Google, Colgate Palmolive, Mastercard, MC Donalds, Avon, Burguer King,
dentre outras.

Com a intensificação da globalização em meados dos anos 90 e pela forte influência


estadunidense em organismo financeiros internacionais a abertura da economia de outros
países para as transnacionais estadunidense foi significativa, a criação de fundos e realização
de empréstimos para nações menos desenvolvidas com condições atreladas aos seus
interesses não eram incomum. Até 2008 os Estados Unidos era o principal parceiro econômico
do Brasil, quando perde espaço para a China. Veja:
Figura II: Brasil troca comercial. Fonte: ADAS, M; ADAS, S. Expedições Geográficas: 8° ano. 3°
Edição. São Paulo: Moderna, 2018. p. 103. Acesso em: 10 de Junho de 2021.

Desde 2009 a China passou a ser o maior parceiro econômico do Brasil, sendo o principal
cliente (exportação) e vendedor (importação) da balança comercial brasileira como podemos
observar na figura II. Atualmente vendemos mais produtos do que compramos dos chineses,
tendo saldo positivo na balança comercial, o problema é que vendemos commodities, matéria-
prima com pouca ou nenhum processo de industrialização, e compramos produtos com alto
valor agregado.

É por esse caminho que podemos entender a expansão do capital chinês pelo mundo, na
América Latina e no Brasil os investimentos chineses estão relacionados a geração de
infraestrutura para extração e circulação das commodities direcionadas ao mercado chinês.

De acordo com Felippe Hermes, ao site InfoMoney, entre 2003 e 2019 a China investiu 72
bilhões de dólares no Brasil, representando 37,3% do total investido por estrangeiros,
alcançando números maiores do que os investimentos estadunidenses. Foram investidos
US$21 bilhões apenas entre 2015 e 2017 quando a China propôs um fundo para o
investimento em infraestrutura pelo Banco Industrial e Comercial da China (ICBC). Dentre os
investimentos chineses em solo brasileiro tem destaque campos para exploração de petróleo,
indústrias processadoras de soja, fazendas produtoras de soja, participação em companhias
exploradoras de minérios e companhias de distribuição de energia elétrica.

Em 2015 a proposta de construção da Ferrovia Transcontinental cortando o Brasil de leste a


oeste começando no Rio de Janeiro e passando por MG, GO, MT, RO, AC e pelo Peru, ligaria o
Oceano Atlântico ao Pacífico facilitando a exportação de matéria- prima para os chineses e
resolvendo alguns gargalos de logística e custo no transporte de cargas brasileiro, além de
aumentar a sua influência na América do Sul.

O continente africano tem recebido diversos investimentos chineses voltados à área de


infraestrutura e aproximação cultural entre os países que compõem a África e a China. Apenas
em 2016 os investimentos chegaram aos incríveis 50 bilhões de dólares. Veja:

Figura III: África investimentos chineses nos anos 2000. Fonte: ADAS, M; ADAS, S. Expedições
Geográficas: 8° ano. 3° Edição. São Paulo: Moderna, 2018. p. 114. Acesso em: 10 de Junho de
2021.

A Figura III apresenta a forte influência chinesa na África com linhas aéreas que operam voos
regulares para China e a presença militar, em Djibuti foi construída a primeira base naval fora
do território chinês. Os quadradinhos assinalam o Instituto Confúcio que difunde a cultura
chinesa e ensina o mandarim (idioma chinês) aos africanos, os investimentos públicos,
representados por sacos com o símbolo do EURO, chamam a atenção e demonstram capital
chinês em diversos países africanos.

Ditadores africanos têm se aproximado da economia chinesa através de empréstimos


financeiros, pois diferente dos ocidentais a China não cobra contrapartida como melhorias nas
questões relacionadas aos direitos humanos ou a democracia, oferta baixas taxas de juros e
libera valores expressivos. Em contrapartida, empresas chinesas devem ser contratadas para
execução das obras. Por fim, compreendemos que o capital estadunidense e mais
recentemente o chinês estão presentes em diversos países do mundo aumentando a influência
e os interesses geopolíticos e econômicos dessas nações sobre o globo. As duas maiores
economias do mundo não estão em guerra e não devem ser consideradas como rivais mas,
adversárias na ampliação dos seus produtos no mercado mundial.

Atividade

Responda as questões abaixo e registre as respostas em seu caderno.

Questão 1 – Os investimentos chineses realizados na América Latina, em especial no Brasil,


visam o desenvolvimento tecnológico dessas regiões?

Questão 2 – Observe atentamente a Figura II, no texto, e descreva porquê o Brasil exporta
mais produtos do que importa dos chineses?

Questão 3 – Pesquise a qual país pertence, as fabricantes de alguns produtos que você tem na
sua casa como smartphones, eletrônicos, vestuários e eletrodomésticos.

Ciclo da infância – Habilidade estruturante:

(EF08GE14-A) Analisar a influência do capital estadunidense e chinês no processo de


distribuição das atividades econômicas pelo mundo, com destaque para o Brasil.

Referências: ADAS, M; ADAS, S. Expedições Geográficas: 8° ano. 3° Edição. São Paulo:


Moderna, 2018.

HAESBAERT, R. China: Entre O Oriente e O Ocidente. São Paulo: ÁTICA, 1994.

HAESBAERT, R. China na nova dinâmica global-fragmentadora do espaço geográfico. In:


Rogério Haesbaert. (Org.). Globalização e Fragmentação no Mundo Contemporâneo. 2ed.
Niterói: Editora da UFF, 2013.

HERMES, F. Isso é o que a China já comprou no Brasil. Disponível em:


<https://www.infomoney.com.br/colunistas/felippe-hermes/isso-e-o-que-a-china-ja-comprou-
no-brasil/>. Acesso em: 24 de maio de 2021.

IBGE. Países. Disponível em: <https://paises.ibge.gov.br/#/mapa/china>. Acesso em: 24 de


maio de 2021.

TRENTIN. D. Política externa da China: entenda os planos dessa potência. Disponível em:
<https://www.politize.com.br/politica-externa-da-china-entenda/>. Acesso em: 24 de maio de
2021.

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