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Revisões – Unidade 1
FICHA DE TRABALHO
Tarefas:
China
Senegal
Comente as diferenças detetadas entre os países representados.
África é o novo campo de disputa entre Rússia e China por influência comercial e política “A
África deve entender que a China, assim como Estados Unidos, Rússia, Reino Unido e Brasil,
não chegou (ao continente) porque interessava à África, mas por interesse próprio”, afirmou
Sanusi Lambido Sanusi, ex-diretor do Banco Central da Nigéria, num artigo publicado no
jornal britânico Financial Times, em 2013.
Sanusi fazia uma reflexão sobre uma realidade que começou com o colonialismo europeu,
seguiu com a influência dos Estados Unidos e da União Soviética durante os tempos de Guerra
Fria e, mais recentemente, pode ser observado por meio da presença de novas forças que
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buscam ampliar o seu poder económico e político. À medida que o Ocidente passou a reduzir a
sua presença no continente africano, o “vácuo” abriu caminho para estratégias e interesses
de Pequim e Moscovo. Mas a China e a Rússia caminham rumo a uma disputa pela
hegemonia na África? Se comparada a muitos outros países, a China é relativamente uma
recém-chegada. Mas desenvolveu um plano agressivo de investimento e comércio com
grandes projetos de infraestrutura e cooperação económica, em especial na África
Subsaariana, formada por 47 dos 54 países do continente. A Rússia já não desfruta, por
sua vez, dos mesmos vínculos fortes da era soviética. Mas as últimas investidas russas
apontam para a reativação dessa histórica relação com os antigos aliados africanos “anti-
imperialistas” e também para a expansão para novas áreas.(...)
No momento, não há uma corrida aberta para impor uma marca no continente africano. Com
frequência, China e Rússia competiram pelos mesmos mercados, mas conseguiram lidar com a
rivalidade em nome de um bom relacionamento entre os dois países. “Isso não quer dizer que
não possa haver um enfrentamento no futuro”, diz Mikhail Smotryaev, da BBC News Rússia,
que se tem debruçado sobre o tema. As iniciativas da China na África, afirma ele, são
relativamente recentes. A presença chinesa no passado podia ser considerada inexpressiva se
comparada à dos russos nos anos 1970 e 1980. Mas as coisas mudaram. O comércio entre
China e a África Subsaariana já movimentava cerca de 220 mil milhões de dólares americanos
(USD) em 2014. As projeções para 2020 é que chegue a 350 mil milhões, apesar de que, em
2015 e 2016, o montante das transações de importação e exportação da China na África tenha
ficado abaixo dos 200 mil milhões. A título de comparação, o comércio dos Estados Unidos
com a África já movimentou 30,5 mil milhões nos seis primeiros meses deste ano, mas a
relação entre americanos e africanos, ano a ano, vem perdendo fôlego, de acordo com dados
do governo americano. Em contrapartida, dados atribuídos ao Fundo Monetário Internacional
(FMI) indicam que as importações da China para a África aumentaram 233% de 2006 a 2016, e
as da Rússia, 142%. As exportações de produtos africanos para esses dois países também
cresceram nesse período. Mikhail Smotryaev observa que, por causa de diferentes acordos e
condições, não é fácil calcular as cifras exatas, mas está claro que a China investe muito mais
na África do que a Rússia. Sufocada por sanções impostas pelo Ocidente, a economia russa
está em declive já há algum tempo e o seu alcance não se compara ao da antiga União
Soviética.
Nesse contexto, o país viu-se motivado a ser mais agressivo na África. A base russa
fundamenta-se, principalmente, nos laços económicos que existiam desde os tempos
soviéticos, e parte das negociações está condicionada ao apoio às políticas de Moscovo dentro
da Organização das Nações Unidas (ONU). Ao longo dos anos, esses países africanos
acumularam uma dívida de 20 mil milhões de dólares americanos que a Rússia cancelou no
final de 2012.Foi mais uma estratégia de generosidade, assinalou Vladimir Shubin,
subdiretor do Instituto para África em Moscovo, numa entrevista à BBC News Rússia. “A
princípio, é uma coisa boa. Cria condições mais favoráveis para as nossas relações com a
África”, avaliou.” https://www.bbc.com6
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Alhos e bugalhos
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Esta análise em paridade de poder de compra permite saber o que conseguiria comprar com a
sua moeda noutro país. Uma vez que, com o mesmo dinheiro, consegue comprar mais coisas
na China, o PIB chinês é beneficiado. Por exemplo, segundo os dados do World Economic
Forum, um maço de cigarros custa menos 75% em Pequim do que em Nova Iorque, os
transportes públicos custam menos 93% e uma cerveja menos 28%. Por outro lado, a gasolina
ou um iPhone são mais caros (74% e 33%, respectivamente). Esta perspectiva permite uma
análise mais estável dos dados e dá um melhor retrato do poder de compra agregado dos
consumidores e, como tal, uma aproximação ao bem-estar.
Desde a década de 80 que a economia americana representava pouco mais de 20% do PIB
mundial. A partir de 2000, iniciou-se uma trajectória descendente, que foi acompanhada pela
tendência ascendente chinesa. No início dos anos 90, o PIB chinês tinha um peso inferior a 5%
da economia mundial. Hoje tem o triplo e o FMI antecipa que continue a "engordar" até 20%
em 2021. Nesse ano, os EUA estarão claramente no retrovisor chinês, caindo para 14,4%.
No entanto, quando se olha para o PIB a preços de mercado, sem qualquer ajustamento de
preços, os Estados Unidos são ainda a maior economia do mundo, com um PIB estimado em
18,6 biliões de dólares em 2016. Por esta métrica, os chineses ainda estão longe dos
americanos: o seu PIB vai em 11,4 biliões.
Ainda assim, mesmo nesse capítulo, a liderança norte-americana não deverá durar muito
tempo. As previsões mais recentes do Centro de Investigação de Economia e Negócios
(CEBR) apontam 2029 como o ano em que a China ultrapassará, também nesta métrica, os
EUA.
A aproximação entre os dois países tem sido relativamente rápida. Há 16 anos, a economia
chinesa representava menos de 12% da americana, ascendendo agora a 60%. Por trás dessa
aceleração estão taxas de crescimento altíssimas. Nas últimas três décadas e meia, a China
cresceu a perto de 10% ao ano, o ritmo mais rápido alguma vez observado numa grande
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economia, que permitiu tirar 800 milhões de pessoas da pobreza. No mesmo período, os EUA
avançaram 2,6%/ano.
Importa, contudo, reflectir sobre o que estes dados querem realmente dizer. Sendo o PIB uma
estimativa da produção de um país, não é normal que um país com 1,4 mil milhões de
habitantes tenha mais poder de fogo do que outro com 320 milhões?
Não surpreende que Portugal tenha um PIB superior ao do Luxemburgo e inferior ao da Índia.
Mas, se queremos saber qual é o país mais rico, talvez o mais justo seja dividir a riqueza
produzida pelos seus residentes. Isso permite-nos ficar mais perto daquilo que os cidadãos de
cada país podem potencialmente beneficiar. Para isso precisamos de recorrer ao PIB per
capita.
A palavra "potencialmente" é importante, porque o PIB per capita não é uma medida do nível
de desigualdade. Se a riqueza estiver concentrada num pequeno grupo, isso não se reflecte
nestes dados.
O PIB per capita dá-nos uma imagem totalmente diferente da relação entre os Estados Unidos
e a China. Os EUA passam a ser a oitava maior economia do mundo (o Luxemburgo é o nº.1),
enquanto a China afunda para 75.º, atrás da Roménia, da Malásia e da Venezuela, por
exemplo (Portugal está em 40.º, à frente da Índia). O PIB per capita americano é sete vezes
maior do que o chinês.
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Mesmo que se ajuste pela paridade de poder de compra utilizada anteriormente, a distância
continua a ser grande. Nessa perspectiva, o PIB per capita americano é quase quatro vezes
superior ao da China.
https://www.jornaldenegocios.pt/economia/mundo/americas/detalhe/eua-vs-china-qual-e-a-
maior-economia-do-mundo
Esta divisão artificial do espaço social planetário entre as esferas “doméstica” e “estrangeira”,
corresponde às identidades colectivas baseadas na criação de um “nós” comum e de um “eles”
indefinido. Assim, o sistema moderno de “Estados-nação” assenta em alicerces psicológicos e
assunções culturais que transmitem um sentido de segurança e continuidade histórica,
exigindo aos cidadãos, ao mesmo tempo, que coloquem as suas lealdades nacionais acima de
tudo.
Surgiram três questões fundamentais que testam a extensão da globalização política: O poder
do Estado-nação foi realmente reduzido pelos fluxos maciços de capitais, pessoas e tecnologia
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através das fronteiras territoriais? As causas primárias destes fluxos são políticas e/ou
económicas? Estamos a testemunhar o aparecimento da governação global? (…)
Os governos podem ainda tomar medidas para tornar as suas economias atractivas aos
investidores globais. Além disso, os Estados têm mantido o controlo sobre a educação, as
infra-estruturas e, sobretudo, sobre os movimentos migratórios. De facto, o controlo, registo e
supervisão da imigração tem sido citado como a excepção mais notável à integração global. (…)
A um nível global, os governos têm formado várias organizações internacionais, tais como a
Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Económico (OCDE), a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN/NATO), a OMC, etc..
Apenas Estados-nação são admitidos, e o processo de decisão está a cargo de representantes
dos governos nacionais. A proliferação destas instituições transnacionais mostra que os
Estados-nação sentem crescentes dificuldades para gerir redes extensas de interdependência
social. (…)
Por fim, a estrutura emergente de governação global é também moldada pela “sociedade civil
global”, espaço ocupado por milhares de voluntários de centenas de organizações não-
governamentais (ONG) de âmbito global, tais como a Amnistia Internacional, a Cruz Vermelha,
ou a Greenpeace. https://www.revistamilitar.pt/artigo/1039