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Segunda entrega A3 Economia política internacional

Alunas: Amanda Hissa Neves ( RA:121110944), Maria Eduarda Amorim Teixeira (


RA: 121217091), Maria Luísa Álvares M.S.O. Melo ( RA: 121118214)

5) O privilégio exorbitante norte-americano está em crise?

O termo “ Privilége exorbitant ” criado pelo então Ministro das finanças da França
Valéry Giscard, durante a década dos anos 1960, para referir os benefícios do dólar
estadunidense, como a principal moeda de reserva mundial que se encontra como
referência até os dias de hoje. Ainda não se sabe até quando o dólar norte
americano será considerado como principal moeda de reserva mundial, já que há
outra moeda sendo usada para compras internacionais por alguns países, que é o
Yuan ( moeda chinesa) que vem conquistado seu espaço no âmbito internacional e
é um grande adversário do dólar.

Desde o final da segunda guerra mundial, os EUA tornou-se uma potência forte
economicamente e sua moeda passou a ser mais valorizada, inicialmente o país
usou sua influência para ajudar os países europeus reconstruíram suas cidades e
recuperar a economia devido á destruição que a segunda grande guerra causou á
essas nações. Atualmente, o dólar é usado na compra de commodities, no mercado
de ações. De acordo com o site O exame, “a moeda norte americana é usada em
90% das transações do planeta e dois terços das reservas internacionais dos países
são em dólares, o Brasil é o sétimo país que tem mais dólares guardados no Banco
Central com o total de US$ 372,8”. Percebe-se então que apesar da força que o
Yuan tem ganhado nos últimos tempos dentro do mercado internacional, ainda á
poucas chances de chegar ao mesmo nível do dólar nos próximos anos.

De acordo com o artigo “Geopolítica e diplomacia monetária: o sistema dólar de


tributação global e as iniciativas de desdolarização da economia internacional”
escrito por Mauricio Metri “De acordo com os dados do FMI relativos à currency
composition of official foreign exchange reserves (COFER), em 1990, das reservas
alocadas, 47% eram em dólares; em 2000, 71%; em 2010, 62%; e, em 2017, 64%.
Durante a crise financeira de 2008 nos EUA, de acordo com Stephen Roach ex
presidente da Morgan Stanley na Ásia e pesquisador de Yale no site Braziljournal, “
a poupança nacional dos EUA foi para o campo negativo pela primeira vez, ficando
numa média de -1,8% da renda nacional entre o terceiro trimestre de 2008 e o
segundo trimestre de 2010”. “De acordo com Roach, a participação do dólar nas
reservas internacionais declinou de 70% há 20 anos para menos de 60%
atualmente”.
Considerando tudo que foi dito anteriormente, o privilégio exorbitante norte
americano não está em crise, porém isso poderá acontecer algum dia e não há
previsões de quando vai ser, podendo ser daqui 50 anos, 1ou 2 séculos. A
pandemia da Covid 19 no ano de 2020 que causou grandes impactos econômicos
nos países. De acordo com o site International Science Council, “nos EUA cerca de
22 milhões de pessoas perderam seus empregos e teve o PIB estimado em
contração de 10% a 14% de abril a junho”. Percebe-se que mesmo com uma crise
motivada pela pandemia, o dólar continuou sendo uma forte moeda no âmbito
internacional.

Bibliografia:
-https://valor.globo.com/opiniao/noticia/2011/09/15/o-privilegio-exorbitante-dos-eua.g
html
- https://www.ulife.com.br/PAT/NewStud, Artigo: Metri, Mauricio. "Geopolítica e
diplomacia monetária: o sistema dólar de tributação global e as iniciativas de
desdolarização da economia internacional".
-https://braziljournal.com/a-tese-do-crash-do-dolar-e-o-fim-do-privilegio-exorbitante/
-https://www.brasildefators.com.br/2022/04/11/o-uso-da-moeda-como-arma-de-guerr
a-e-a-nova-bipolaridade
-https://council.science/pt/current/blog/the-pandemic-and-the-global-economy/
-https://exame.com/economia/os-altos-e-baixos-do-dolar/

6) Por que o poder militar é inseparável do poder econômico?

A palavra "poder" tem origem no latim "potere", que tem como significado a posse
da capacidade ou faculdade de fazer algo. No que diz sentido ao poder de uma
nação, esse se define, principalmente, pela capacidade de impor sua vontade sobre
outras nações. Dentro do realismo, esse poder é definido por: força militar, território,
fronteiras, população, recursos, economia, desenvolvimento, estabilidade política e
espírito nacional. A partir desses fatores, Ray Cline, cientista político estadunidense,
destaca os seguintes fatores para o cálculo do poder de um Estado: massa crítica,
definida pela soma da população mais o território, capacidade econômica, militar,
estratégia e vontade de executar a estratégia. Dentre esses fatores, iremos destacar
a capacidade econômica e a militar, e sua relação indissolúvel.
O poder econômico vem daqueles que têm a posse dos bens e/ou do capital. Essa
forma de poder sujeita aqueles que não possuem recursos àqueles que possuem.
Essa relação de poder é o que mantém o sistema capitalista em funcionamento. É
necessário o poder econômico para imperar no mundo capitalista.
Já o poder militar leva em conta a força violenta de uma nação. Essa se define pelo
número de tropas, a qualidade dos equipamentos militares, a capacidade
estratégica e de mobilidade das forças, sua flexibilidade e alcance e sua moral. O
poder militar também se faz necessário para ocupar uma posição de vantagem no
mundo capitalista.
De acordo com José Luís da Costa Fiori, em seu artigo "Prefácio ao Poder Global",
a origem histórica do capital não "começa pelo mercado mundial", nem pelo "jogo
das trocas". Começa pela conquista e pela acumulação do poder (...)." Partindo
desse viés, a relação entre o poder militar e o poder econômico pode ser
considerada intrínseca. Na Europa (o berço do capitalismo), a partir do século XIII, a
"necessidade da conquista" (onde se faz necessário o poder militar) suscitou e se
vinculou à "necessidade do lucro" (onde nasce o poder econômico). Esses dois
fatores são a chave para a criação de uma potência: alguns países ricos não estão
entre as grandes hegemonias mundiais, e alguns países militarizados não estão
entre as grandes economias. Entretanto, é impossível que se nasça uma potência
sem que o Estado disponha do poder econômico e do militar.
As nações vencedoras de uma guerra imperam também economicamente sobre as
nações perdedoras. A nação vencedora impõe sua moeda e seu monopólio sobre a
nação perdedora, impondo assim também, o seu poder econômico. Dessa forma,
nasce uma hegemonia. Podemos citar, nesse sentido, a Inglaterra, que cresceu
impondo inicialmente seu poder de conquista, tomando vários territórios por meio da
força violenta e tornando-os colônias e, em seguida, impondo sobre essas colônias
seu poder econômico, criando um monopólio dentro desses territórios. Também não
podemos esquecer que, para financiar o poder militar, é necessário que o
Estado-nação possua também o poder econômico, que garante o suporte às forças
militares organizadas. Assim, não há grande potência mundial que não disponha
dos dois.

BIBLIOGRAFIA:
•https://www.google.com/amp/s/brasilescola.uol.com.br/amp/sociologia/poder.htm
•https://www.google.com/amp/s/educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/politica-in
ternacional---poder-persuasao-coacao-e-forca-militar.amp.htm
•Fiori, José Luís da Costa. "Prefácio ao poder global". Revista Tempo do Mundo, v.
2, n. 1, 2010, pp. 132-153

7) Seria a China uma "ameaça externa" para o desenvolvimento brasileiro?

Geralmente o problema do desenvolvimento político e econômico dos países é a


importância da sua inclusão geopolítica para construir com prosperidade e sucesso suas
estratégias de desenvolvimento. Nações com vultosa população e extenso território também
encaram grandes desafios internos ao mesmo tempo ainda com grandes “ameaças
externas”. Isto impõe a existência de um ator externo competitivo, responsável pela
concorrência na política, economia, mercado, industrias, poder militar, competição pelo
controle da alta tecnologia, desse modo, causando assim um grande desafio e disputa entre
os países por desenvolvimento. A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) revelou
que não podemos mais considerar a América do Sul um mercado cativo para nossas
exportações, isto se deve, em considerável parte, à presença da gigante China, que
começou a tirar do Brasil o lugar de principal fornecedor em alguns países, como Argentina
e Chile. A China e o Brasil são grandes parceiros comerciais, e estão juntos em um bloco
econômico, o BRICS, que tem como objetivo fortalecer a influência geopolítica dos países
integrantes e que os países possam se ajudar em diversos aspectos como, por exemplo,
através da cooperação técnica, cultural, acadêmica e científica, com objetivos econômicos,
de segurança e cooperação.

A exportação chinesa é uma das mais fortes mundialmente, mas a participação brasileira no
comércio exterior também é muito expressiva. Tendo a China como sua principal parceira
comercial, em 2021 teve uma participação de 31,28% com US$ 87,696 bilhões. Os produtos
brasileiros exportados para a China são atualmente, em geral, commodities, produtos como
carne bovina e de aves, petróleo, açúcares e melaços; já a China exporta em sua maioria
itens manufaturados, prontos ou em peças a serem montadas e outras tecnologias, como,
equipamentos de telecomunicações, válvulas, compostos organo-inorgânicos, fertilizantes,
medicamentos e produtos farmacêuticos, sendo que este último é um dos produtos mais
importantes na pauta das importações com destino o Brasil. A matéria prima para a
fabricação das vacinas aqui no Brasil vem da China, ela é um dos maiores fabricantes de
ingrediente farmacêutico ativo (IFA) do mundo. É de lá que vieram os insumos para que o
Butantan e a Fiocruz possam fabricar aqui no Brasil a vacina de Oxford/AstraZeneca e a da
CoronaVac. Dessa forma, vemos a importância da parceria com a China para a liberação da
matéria-prima.

Segundo o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), no ano passado as empresas


chinesas investiram US$ 5,9 bilhões em 28 projetos no Brasil, em especial no setor de
petróleo e energia. Mas também tem identificado novos setores estratégicos de cooperação
comercial, como, a área de sustentabilidade, no qual a China precisaria adquirir créditos
para compensar seu veloz crescimento, assunto muito discutido atualmente. Outras fontes
de investimento são a área de eletrificação da mobilidade urbana, tecnologia da informação
e o comércio eletrônico. Por causa das restrições adotadas no país para desacelerar os
casos de covid, como os lockdown que consiste no bloqueio total de movimento de
pessoas, logo também das cargas, as indústrias e o comércio foram afetados, dessa
maneira, provocando uma queda no PIB da China. Então, se a China cresce menos, logo
consome menos do Brasil, e isso é ruim, visto que a China é o país que mais compra
matérias primas brasileiras, como por exemplo, o minério de ferro e a soja. Por causa da
guerra entre Rússia e Ucrânia houve insegurança entre os países sobre o abastecimento
desses itens citados anteriormente. E como já observado o Brasil é um grande produtor de
commodities, ele teve aumento na demanda de exportação, recebendo em dólar e elevando
a circulação da moeda no país, assim, tendo um aumento no PIB brasileiro.

Porém, o Brasil está ficando cada vez mais dependente econômico da China, e essa
dependência é desfavorável, os chineses compraram mais de um terço das exportações
brasileiras nos últimos anos, simultaneamente avançam na competição pelo domínio do
comércio com a América do Sul. Se tornando também um competidor do Brasil, virando
assim, uma ameaça ao seu desenvolvimento econômico.

Referência bibliográficas:

https://apistudent.ulife.com.br/usermedia/getpdf/PAT%20Upload%202052458%20Geopoltica
eDesenvolvimento_20210310191927/
https://www.band.uol.com.br/economia/noticias/saiba-como-o-encolhimento-da-economia-da
-china-afeta-o-brasil-16523213
https://www.fazcomex.com.br/comex/produtos-importados-da-china-para-o-brasil/
https://www.fazcomex.com.br/comex/como-funciona-exportacao-chinesa/
https://santandernegocioseempresas.com.br/conhecimento/empreendedorismo/paises-que-
mais-importam-do-brasil/
https://valorinveste.globo.com/mercados/brasil-e-politica/noticia/2022/08/03/ciclos-economic
os-da-china-sao-mais-importantes-para-brasil-do-que-dos-estados-unidos.ghtml
https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2022-08/china-ameaca-mercado-cativo-do
-brasil-na-america-do-sul
https://veja.abril.com.br/coluna/jose-casado/brasil-aumenta-a-dependencia-da-china-e-fica-
mais-vulneravel-no-mercosul/
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63094046

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