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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 1

Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!”


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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 2

SUMÁRIO
1 SOBRE A CAPELANIA.............................................................. 4
1.1 - A Capelania em Paulo (2 Co 1.3-5) ..........................................5
1.2 - A Capelania em Cristo (Mateus 25.36 - 45) .............................5
1.3 - Fatores Que Definam o Sucesso na Prática da Capelania ........6
2 SOBRE O CAPELÃO................................................................. 9
2.1 - Aconselhamento Pastoral......................................................10
2.2 - Regras Fundamentais de Assistência Pastoral.......................10
2.3 - Ajudando Através da Arte de Escutar....................................11
3 REGULAMENTAÇÃO DA CAPELANIA ..................................... 13
3.1 - Legislação Brasileira.............................................................14
4 CAPELANIA HOSPITALAR ..................................................... 14
4.1 - A Necessidade ......................................................................16
4.2 - Visitação ..............................................................................17
4.3 - O Capelão Hospitalar Deve ...................................................18
4.4 - O Capelão Hospitalar Não deve .............................................19
4.5 - O Capelão ............................................................................20
4.6 - Qualidades Imprescindíveis ao Visitador/Capelão .................20
4.7 - Equilíbrio e Conhecimento Bíblico ........................................23
4.8 - Seu Amor a Cristo e Aos Que Sofrem ....................................24
4.9 - O Visitador/Capelão e o Médico ............................................24
4.10 - O Visitador/Capelão e a Enfermeira...................................25
4.11 - Orientações ao Visitador/Capelão ......................................25
4.12 - Visitação Para Crianças .....................................................25
4.13 - O Culto .............................................................................27
4.14 - Benefícios Diretos ao Paciente............................................28
4.15 - Benefícios ao Hospital........................................................28
4.16 - Pontos de Atenção .............................................................29
5 CAPELANIA MILITAR ............................................................ 29

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5.1 - O Capelão Militar .................................................................29


6 CAPELANIA ESCOLAR ........................................................... 31
6.1 - Objetivos da Capelania Escolar.............................................31
7 CAPELANIA PRISIONAL......................................................... 34
7.1 - Resumo Histórico da Capelania Prissional ou Carcerária.......35
7.2 - Contexto Brasileiro...............................................................35
7.3 - Estado Brasileiro ..................................................................36
7.4 - Legislação ............................................................................37
7.5 - Objetivo ...............................................................................38
7.6 - Formação .............................................................................38
7.7 - Atuação Direta .....................................................................39
7.8 - O Capelão Prisional ..............................................................39
8 CAPELANIA CEMITERIAL ...................................................... 42
9 CAPELANIA EMPRESARIAL ................................................... 43
9.1 - Problemas Empresariais e Soluções Bíblicas e Espirituais .....44
9.2 - Alguns Conceitos no Contexto Bíblico Que Podem Beneficar as
Empresas......................................................................................45
10 CAPELANIA ESPORTIVA........................................................ 49
10.1 - Objetivos da Capelania Esportiva.......................................50
10.2 - As Necessidades ................................................................50
10.3 - Atuação do Capelão ...........................................................50
11 CAPELANIA MISSIONÁRIA .................................................... 51
12 CAPELANIA SOCIAL .............................................................. 52
12.1 - Visão e Objetivos da Capelania Social ................................52

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1 - SOBRE A CAPELANIA

Trata-se de uma assistência religiosa prestada por ministro religioso, é uma atividade
cuja missão é colaborar na formação integral do ser humano, oferecendo oportunidades de
conhecimento, reflexão, desenvolvimento e aplicação dos valores e princípios éticos-cristãos
e da revelação de Deus para o exercício saudável da cidadania.

A capelania é a organização responsável, pela transmissão dos cuidados às pessoas que


estão em crises. Através da capelania tem-se a oportunidade de ministrar o evangelho, como
também, de descobrir os meios de auxiliar as pessoas que estão com problemas, a enfrentar
séria e realisticamente as suas frustrações, medos e desapontamentos, é um trabalho de
assistencia.

É assegurado nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva (Art. 5 º da CF). Para fins de dar assistência religiosa, foi
assegurado na constituição vigente tal direito substanciado no serviço de capelania, que
poderão funcionar dentro do próprio hospital.

A capelania legalmente constituída, representada por capelães preparados para tal


função, usando-se o princípio do bom senso, a maneira de trajar-se, a maneira no trato
pessoal, a boa formação, sobretudo, espiritual e respeitadas as normas próprias de cada
instituição, é assegurado o direito de entrar e sair a qualquer hora. Levara conforto e
apresentar o plano da salvação aos aflitos e necessitados.

É um ministério de evangelização e consolo, trabalhando junto aos médicos,


psicólogos, psiquiatras, enfermeiros, visando um atendimento às pessoas que sofrem levando-
os conforto em hora de aflição e transmitindo ensinos bíblicos de que cada pessoa que passe
pelo hospital tenha um encontro pessoal com Jesus Cristo. Nos hospitais o trabalho é
realizado com os pacientes internados (leito a leito), seus familiares, e também com os
funcionários, ajudando-os a encontrar o caminho, Jesus Cristo.

A enfermidade torna o homem, sensível, levando-o a pensar em Deus, buscando


comunhão profunda e íntima com o Senhor, abrindo o seu coração e a sua mente para ouvir
sobre o amor de Jesus.

No nosso dicionário capelania significa o ofício do sacerdote que dá assistência


religiosa a uma instituição civil ou militar, mas também podemos dizer que é a praticidade do
amor, pois ao exercê-la abrimos mão do nosso tempo para investir no próximo. Em termos de
capelania temos a militar, hospitalar, acadêmico, prisional entre outras.

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A capelania não seria um catecismo, muito menos um lugar de oportunismo para se


propagar religião, mas em linhas gerais seria de estar levando consolo e conforto espiritual
mediante o consenso, aceitação e liberdade da pessoa. Isto sim é capelania, se colocar à
disposição em benefício do próximo.

Como vivemos num país livre, religioso de diversas crenças é comum a pessoa que se
encontra em dificuldade se dirigir a um ser superior de caráter espiritual e questionar o porquê
aquilo está acontecendo com ela? Quais foram suas ações para merecer tal "castigo", e no
meio de um silêncio busca até mesmo na fé um milagre, crendo que tudo aquilo que ela está
vivendo não passa de um pesadelo e ela não vê a hora de acordar. É nesse exato momento que
a capelania entra em ação, não para prometer cura, milagre, não para achar uma culpa do tipo
"você está passando por isso por que você pecou...." Não para convencê-la de um ser superior
maior do que o que ela já vem crendo.

A capelania se justifica para atender esta pessoa que vive nesse drama, oferecendo a ela
um lugar de escuta de suas emoções, de seu contexto familiar, de seus questionamentos sem
ser julgado e poder oferecer a ele conforto e consolo.

1.1 - A Capelania em Paulo (2 Co 1.3-5)

O texto supracitado nos informa a natureza das nossas tribulações e do consolo que
recebemos da parte de Deus. Embora Paulo não estivesse em um hospital (pelo menos não
registrado) ele esteve em cárceres e com certeza efetuou ali a capelania. Ele sabia o que era
estar encarcerado e angustiado com as diversas tribulações. Inspirado por Deus neste texto ele
nos revela coisas grandiosas na área das emoções as quais são: o nosso Deus é o Deus de toda
consolação, Ele nos conforta em toda tribulação, e este consolo que recebemos da parte de
Deus, o recebemos com intuito de podermos consolar os que estiverem em qualquer angustia
com a mesma consolação que recebemos. Isto é pedagogia.

O texto de Hebreus 13.3 nos lembra que não devemos esquecer aqueles que estão
encarcerados como se estivéssemos presos com eles. Isto é consolo.

1.2 - A Capelania em Cristo (Mateus 25.36 - 45)

Jesus ensinando sobre sua parábola dos talentos finaliza discursando sobre sua volta e
nela ele reunirá todas as nações em sua presença, destes surgirão dois grandes grupos, um que
é classificado por ele como: ovelhas, benditos de meu Pai, justos, aqueles que estão à sua
direita e o outro grupo que é classificado como: os que estão à esquerda, malditos.

Dentre as atividades relacionadas por Cristo neste ensinamento ele cita duas que nos
interessam aqui: estive enfermo e estive preso. Quando que vimos Cristo nesta condição? Mas
ele responde que quando visitamos, os pequenos irmãos que estão enfermos ou presos

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fazemos a ele, da mesma forma se ignoramos a condição destas pessoas a ele deixamos de
assistir. Isto é capelania ensinada e incentivada pelo mestre.

Precisamos abrir mão um pouco do nosso tempo, do nosso comodismo, da nossa tarde
de domingo e externar a prática daqueles que são chamados de justos, daqueles que terão
como recompensa da fé em Cristo a vida eterna. Fazendo isto a igreja estará externando o
amor ao próximo. É claro que vamos ter pessoas que não tem estrutura para visitar estes tipos
de lugar, porém não ficam isentos de sustentar e apoiar este trabalho com oração e motivação.

A família daqueles que recebem visitas passam a olhar para a igreja com outros olhos,
enxergando nela o amor e o exemplo de Cristo.

A capelania é uma obra magistral que traduz a praticidade do amor e quando


vivenciamos isto vamos com certeza colher os mais belos frutos dessa caminhada na fé.

1.3 - Fatores Que Definam o Sucesso na Prática da Capelania

O que não é Capelania:

 Evangelismo em Hospital;
 Pregação no Hospital ou Enfermarias;
 Proselitismo;
 Falar de Jesus e do amor de Deus.

O que é Capelania:

 Viver Jesus e o amor de Deus;


 Acompanhar pacientes e seus familiares;
 Acompanhar funcionários e profissionais de saúde;
 Dar assistência espiritual, emocional e social;
 Tratar de todos independentes de religião.

O Visitador e a Visita

 Ter uma experiência pessoal de conversão com o Senhor Jesus;


 Ser chamado para esse ministério pelo Amor e para o amor;
 Ter humildade e reconhecer que não é melhor do que ninguém;
 Ser e levar a Boa Nova do Evangelho ;
 Respeitar sempre a pessoa humana, seu credo e seus objetos de culto;
 Ter a motivação correta e fazer periodicamente auto-análise sobre o
motivo que o leva a optar por este ministério;

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 Ter claro o alvo de compartilhar o amor de Deus com os que sofrem;


 Procurar ser amável, cativante e agradável;
 Ser e ter paciência;
 Ter e desenvolver cada vez mais o autocontrole das emoções e buscar
não se impressionar com o aspecto físico dos pacientes;
 Ter boa saúde física e psicológica;
 Saber comunicar-se com facilidade;
 Ter humor bom e estável;
 Ter sensibilidade e tato no trato com as pessoas, respeitando opiniões
divergentes;
 Desejar lidar com pessoas em situações distintas (doentes, policiais em
stress, presos, etc.) e ter ou desenvolver essa habilidade;
 Ser submisso à autoridade e as regras de cada instituição visitada;
 Ter perseverança;
 Ter discernimento e sensibilidade na conversação;
 Ser longânimo, pois muitos se encontram revoltados com a sua
situação;
 Usar a língua apenas para abençor e nunca para amaldiçoar ou proferir
palavras que possam constranger qualquer ouvinte;
 Reconhecer a dignidade, o valor e o potencial de cada pessoa;
 Sentir-se à vontade com pessoas cultas ou incultas;
 Ouvir e guardar as confidências dos seus ouvintes, quando for o caso;
 Cuidar da aparência e da higiene pessoal;
 Saber abordar cada pessoal com a linguagem adequada;
 Investir tempo e atenção àqueles que você visitar;
 Exercer misericórdia com a miséria e as dificuldades alheias;
 Identificar-se com as pessoas: empatia;
 Ter amor às vidas;
 Observar com sensibilidade se é a hora adequada para se fazer a visita;
respeitando os horários de alimentação, descanso e de visita em cada instituição;
 Dar prioridade às regras e procedimentos de cada instituição. Nunca
impor sua atividade de capelão, como sendo prioritário em qualquer instituição. A
capelania é um trabalho complementar e de apoio espiritual;
 Evitar intimidades;
 Aprender e saber ouvir;
 Sempre peça permissão para entrar em qualquer sala, ala, departamento
ou áreas diversas da instituição;
 Verificar se há sinal expresso proibindo as visitas;

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 Tomar cuidado com quaisquer aparelhos, placas, sinalizadores, etc; não


esbarrar em nada;
 Avaliar o cenário antes de entrar a fim de poder agir objetivamente
quanto ao tipo e duração da visita;
 Apresentar-se sempre com clareza;
 Não perguntar sobre a gravidade dos problemas de qualquer paciente;
 Não levar e não dar qualquer tipo de alimento e bebida a qualquer
ouvinte, a não ser por autorização expressa e anterior às visitas;
 Não apresentar fisionomia emotiva ou de comiseração;
 Não manifestar nojo e nem medo de contágio, em qualquer situação;
 Não estender a mão a qualquer ouvinte, principalmente presos e
pacientes hospitalares. Apenas se ele tomar a iniciativa;
 Falar num tom de voz normal. Não cochichar com outras pessoas no
momento da visita. Orar em tom de voz normal. Não falar alto, respeitando o silêncio
necessário em cada instituição;
 Concentrar-se em atender às necessidades espirituais da pessoa que está
sendo atendida;
 Não mediar qualquer pedido de preso ou paciente hospitalar, evitando
constrangimentos ou situações conflitantes em qualquer instituiçao;
 Saber que a dor, o medicamento, condições prisionais, etc., podem
alterar o humor dos seus ouvintes;
 Não querer forçar qualquer ouvinte a sentir-se alegre, nem desanimá-lo.
Agir com naturalidade, para que o ouvinte tenha maior probabilidade de sentir-se à
vontade;
 Não dar a impressão de estar com pressa, nem demorar até cansar o
ouvinte. Com bom senso encontrar o tempo ideal conforme cada caso;
 Não fazer visita se você mesmo estiver doente;
 Não usar perfumes fortes;
 Não usar sapatos de tecidos e sandálias no interior do hospital;
 Ser discreto no uso de jóias ou bijuterias;
 Usar roupas de acordo com as normas da capelania;
 Ao visitar áreas infectadas, lave o jaleco separado das roupas;
 Nunca visite outras áreas após visitar áreas infectadas;
 Nunca esquecer-se do crachá de identificação (visitante) cedido por
cada instituição (quando houver);
 Usar preferencialmente material que possa ser carregado nos bolsos, por
exemplo, novos testamentos, folhetos evangelísticos, etc.;
 Manter as mãos livres;

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 Proceder à higienização antes e depois da visitação, de acordo com as


normas e exigências de cada instituição.
 As crenças pessoais são seu Patrimônio Pessoal. Ela se fecha quando
percebe qualquer ameaça;
 Evangelista, Visitador ou Capelão deve ter extrema simpatia. O
paciente deve nos aceitar, confiar e até gostar antes que se abra para Cristo;
 A linguagem deve evitar falar de figuras relacionadas com a morte,
inferno, céu, condenação. A ênfase deve estar no o amor de Deus.
 Apontar Jesus como a providência de Deus;
 Apontar que a vida está dentro da eternidade;
 Verificar se houve entendimento e se há dúvidas;
 Levar à decisão que deve ser voluntária;
 Fazer uma oração.

2 - SOBRE O CAPELÃO

Capelão é um ministro religioso devidamente preparado, autorizado a prestar


assistência religiosa e a realizar cultos religiosos em comunidades religiosas, conventos,
colégios, universidades, hospitais, presídios, corporações militares e outras organizações.

O Capelão com a habilidade que tem de transmitir o evangelho, tem como função
primária completar o atendimento dispensado ao indivíduo por parte dos médicos e
enfermeiros. O capelão pode incutir nos familiares o senso de tranqüilidade e confiança,
preparando-a psicologicamente, para o tratamento que se seguirá.

Esses familiares precisam de amizade, compreensão e amor, e elas esperam encontrar


tudo isso no capelão.

Um capelão é um ganhador de almas em seu próprio direito, utilizando as Bíblia,


orando, provendo comunhão e outras experiências que dão cura espiritual às pessoas.

Um capelão aceita as pessoas onde elas estejam e reconhecem que muitas destas
pessoas não possuem uma filiação religiosa ou vocabulário teológico para serem espirituais.

Um capelão deve ter um relacionamento pessoal com Deus. Ele deve estar
comprometido em seguir Jesus Cristo e a servir a Deus. Ele deve ser firme em sua fé e viver
uma vida santa, santificada (consagrada), íntegra, satisfazer as necessidades da família

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conforme a vontade de Deus. Um capelão deve tratar os pais, irmãos, cônjuge e filhos como
preciosidades. Temos que amar nossas famílias como Cristo ama a igreja.

Um capelão deve estar disposto a submeter-se à autoridade dos pastores e líderes de


ministério. Deve ser obediente à Palavra de Deus.

Um capelão deve procurar um relacionamento calmo com a sua comunidade, continuar


mantendo um bom testemunho e estabelecer um bom exemplo. Isto inclui suas
responsabilidades no trabalho e em qualquer lugar que ele visite.

Um capelão é um ser humano que cresce, aprende, corre riscos e sente que Deus está
chamando para ser uma epístola viva entre os homens e mulheres.

2.1 - Aconselhamento Pastoral

Em francês o Aconselhamento Pastoral é chamado de: “La cure d’âme”.

“La Cure d’Âme” cuida da alma aflita, medica como o médico o faz com os sintomas e
faz curativos como a enfermeira com os machucados.

A importância do Aconselhamento Pastoral:

 Paz
 Paz consigo mesmo
 Paz com Deus (Perdão)

Por alma aqui, é necessário o entendimento do homem como um todo: corpo, alma e
espírito.

Toda a pessoal, sua personalidade, seu estado d’alma, sua felicidade, sua paz e sua
saúde, física e mental.

“Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o
fôlego da vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gênesis 2.7).

Diferentemente de toda e qualquer outra criatura, o homem teve uma intervenção


especial de Deus após a criação: Deus insufla-lhe Seu Espírito (theospneutos – sopro divino) e
o homem se torna alma vivente.

2.2 - Regras Fundamentais de Assistência Pastoral

O ponto de partida para o seu trabalho é a situação e o estado em que a outra pessoa se
encontra. Nem é mais e nem é menos que isso.

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Seu objetivo primário é conduzi-la a um estágio de sã condição físico-emocional-


religiosa atual. Concentre-se no seu objetivo e não confunda prioridades.

Sua contribuição no processo terapêutico é singular e necessário, mesmo que você nem
sempre sinta assim. Apenas a sua presença consola.

2.3 - Ajudando Através da Arte de Escutar

Escutar é uma arte que pode ser desenvolvida. Os princípios abaixo relacionados, se
posto em prática, ajudarão você a crescer na arte de escutar e assim a habilidade de ajudar a
outras pessoas.

Analise a sua atitude íntima

 Quais os seus sentimentos em relação à pessoa com quem você está


conversando?
 Você tem algum preconceito em relação a ela?
 Ela lhe é repugnante?
 Há hospitalidade entre vocês?

Tudo isto vai afetar o significado de que você ouvirá dela. As palavras perdem seu
sentido quando nossas emoções não nos permitem escutar com objetividade. Precisamos
desenvolver uma atitude de aceitação da pessoa, do que ela diz, sem julgá-la ou condená-la.
Não estamos defendendo qualquer posição, mas tentando ouvir os verdadeiros sentimentos de
quem fala.

Por outro lado, não devemos insistir para que o entrevistado defenda seu ponto de vista,
ou utilize determinado vocabulário ou estilo de linguagem. Não devemos expressar
julgamento para não tolher a fluência de seus sentimentos.

Preste bastante atenção. Repare o tom de voz.

Que estado emocional ele revela?

 Uma voz baixa, um fala monótona, pode indicar depressão emocional.


 Falar rapidamente, de forma agitada, pode se uma depressão extrema.
 Falar depressa e em voz alta pode indicar o efeito de drogas.

Você poderá dizer: - "Pela sua voz, tenho a impressão de que você está muito..."

Se a pessoa chora enquanto fala, permita-lhe este privilégio. Isso é ferramenta


terapêutica.

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Desenvolva a capacidade de avaliar as emoções.

Na linguagem comum, há palavras que expressam emoções diversas: convicção,


perturbação, irritação, alegria, felicidade. O tom de voz em que elas são proferidas lhes dá um
significado maior que o dicionário não pode definir. Cabe a nós avaliar este conteúdo
emocional da comunicação.

Reflitas as emoções que você está percebendo.

É preciso fornecer ao entrevistado uma "retro visão" das emoções que ele está
transmitindo. A pessoa ficará satisfeita se você revelar que entendeu qual o problema dela.
Isto não é apenas repetir o que a pessoa já disse, literalmente, mas refletir seus sentimentos
com nossas próprias palavras.

Evite a agressividade, sempre.

 Não domine a conversa. Escutar é mais importante do que falar.


 Quando falamos muito a pessoa se confunde. Ser objetivo é padrão.
 Não discuta nem revele hostilidade ou ressentimento. Não confunda seu
alvo.
 Não tente manipular as pessoas, nem as enganar. A dor aumenta a
percepção. .
 Evite a passividade e a timidez exagerada.
 Não há necessidade de concordar com tudo o que a pessoa diz.
 É mais importante entender o que ela diz do que criar uma impressão
favorável.
 Não é necessário que a pessoa fique totalmente despreocupada. A
solução dos problemas vem por meio das tensões.
 Não seja passivo como uma esponja. Demonstre interesses na
participação do diálogo. Esteja preparado para responder.
 Não se prenda aos detalhes da conversa. Identifique as informações
básicas para compreender o interlocutor.

Normas para escutar.

 Escutar é um processo. Não é discursar. Você precisa identificar-se com


a pessoa que fala.
 Demonstre compaixão e aceitação, ainda que suas convicções pessoais
sejam diferentes.

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 A pessoa está apresentando um problema que lhe parece insolúvel.


Aceite seu estado de confusão e ajude-a observar os diferentes aspectos do problema:
sua origem, quem está envolvido nele, possível soluções etc.
 Demonstre amizade e interesse. O problema é grande. Leve a carga com
a pessoa até que ela possa levá-la sozinha.
 Às vezes, a pessoa tenta diminuir o problema. Isto pode revelar falta de
confiança em sua ajuda ou ausência de auto-estima. As vezes, o problema não nos
parece sério, mas devemos reconhecer que ele é sério para a pessoa que está sofrendo
com ele.

Procure dividir o problema em várias partes para atacá-las separadamente.

 Dê oportunidade para a pessoa esclarecer sua posição. Isto facilitará a


compreensão dos problemas e como solucioná-los.
 Se descobrir contradições na conversa, revele-as à pessoa. Isto a ajudará
a se sentir menos confusa e ansiosa.
 Pergunte se ela já enfrentou um problema semelhante no passado. Ela
vai recordar que tem habilidade para superar a situação como já aconteceu.
 Discuta as várias alternativas para resolver o problema. Evite conselhos
estereotipados. Anime a pessoa a restabelecer relações com pessoas de importância em
sua vida (parente, amigos, pastor).
 Evite fazer perguntas com respostas predeterminadas. São mais válidas
as perguntas que despertam o sentido do relacionamento.
 Dê ênfase ao tempo presente e objetivo da entrevista. Veja se tem
possibilidade de ajudar essa pessoa nessa circunstância, ou encaminhe-a a outra
pessoa.
 Não se deve alimentar esperanças infundadas. Evite dizer: “Não se
preocupe, está tudo bem”.
 Termine a conversa apresentando objetivamente o que deverá ser feito.
Deixe a pessoa tomar a decisão adequada e assumir a responsabilidade.
 Admita suas capacidades e limitações, você é humano e finito. Deixe
Deus agir onde você é suficiente.

3 - REGULAMENTAÇÃO DA
CAPELANIA

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 14

3.1 - Legislação Brasileira

A Assistência Espiritual nas entidades civis e militares de internação coletiva é


dispositivo previsto na Constituição Brasileira de 1988 nos seguintes termos: “é assegurada,
nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva.” (CF art. 5º, VII).

A lei 6.923, de 29/6/1981, alterada pela lei 7.672, de 23/9/1988, organizou o Serviço de
Assistência Religiosa nas Forças Armadas.

A partir desta legislação temos definido que:

 “O Serviço de Assistência Religiosa tem por finalidade prestar


assistência religiosa e espiritual aos militares, aos civis das organizações militares e às
suas famílias, bem como atender a encargos relacionados com as atividades de
educação moral realizadas nas Forças Armadas.” (Lei 6.923, Art. 2º).
 “O Serviço de Assistência Religiosa será constituído de Capelães
Militares, selecionados entre sacerdotes, ministros religiosos ou pastores, pertencentes
a qualquer religião que não atente contra a disciplina, a moral e as leis em vigor.” (Lei
6.923, Art. 4º).
 “Cada Ministério Militar atentará para que, no posto inicial de Capelão
Militar, seja mantida a devida proporcionalidade entre os Capelães das diversas
regiões e as religiões professadas na respectiva Força.” (Lei 6.923, Art. 10).

Nota-se a seriedade e a boa procedência da Capelania, quando esta se dedica à


observância das leis federais, estaduais e municipais, bem como cumpre com os Estatutos e
Regulamentos das Instituições em que estão inseridas, a exemplo das Instituições
Hospitalares.

Dentre outras, destacamos as seguintes leis:

 Constituição Federal – Artigo 5º., Caput, VII, VIII e XIII; e


 Lei Federal No. 9.982, de 14 de Julho de 2000.

4 - CAPELANIA HOSPITALAR

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 15

“O ministério de Capelania Hospitalar Evangélico é a prática do amor por Cristo e pelo


próximo, vestido em roupas de trabalho.” É levar esperança aos aflitos.

Um trabalho humanitário de solidariedade, uma tênue luz de esperança, confortando e


ajudando o enfermo a lidar com a enfermidade, a engajar-se ao tratamento médico indicado, e
até mesmo a preparar-se para enfrentar a morte, quando não há expectativas de cura mesmo a
preparar-se para enfrentar a morte, quando não há expectativas de cura aflige, é sempre a
graça, a misericórdia e o amor de Deus, em Sua busca por amizade e comunhão com o ser
humano através de Cristo, que nos oferece o perdão e a vida abundante e eterna.

A Capelania Hospitalar consiste na assistência espiritual diária e voluntária aos


enfermos, hospitalizados ou não, mediante a aplicação do conforto da Palavra de Deus, sem
preconceito de raça, cor ou religião. O atendimento da Capelania é diário, oferecido ao
paciente internado, em ambulatório e em hospital e também aos seus familiares.

O serviço é estendido aos profissionais da saúde e funcionários que o desejarem,


oferecendo o apoio espiritual, emocional e social, baseado na Palavra de Deus, aos enfermos,
seus cuidadores e profissionais da saúde. Este trabalho é realizado através de voluntários
evangélicos capacitados, tornando-se referência para igrejas, autoridades hospitalares e
profissionais da saúde.

O capelão trás benefícios ao hospital, trazendo melhor conceito pelo cuidado integral ao
paciente, seus familiares e profissionais da saúde.

Os pacientes engajam-se ao tratamento médico, aceitam melhor a hospitalização,


enfrentam a enfermidade com mais esperança e força, tendo qualidade de vida e propósito
para viver.

O Hospital conta com a seleção, capacitação e controle de visitadores e capelães.

Para o bom desempenho do seu trabalho no hospital, o capelão deve desenvolver a


competência de despertar novas lideranças para atuarem neste ministério que está no
‘’coração de Deus’’, na dimensão humana e ética.

O capelão comunica e educa para uma visão holística em que a pessoa humana é
respeitada integralmente nas suas dimensões sociais, físicas, psíquicas e espirituais.

A função ocupada pelo capelão exige um bom relacionamento com outros religiosos
que atuam no hospital. Haverá certas ocasiões em que os capelães (católico, evangélico,
rabino, etc.) serão convidados pela Administração para participar de solenidades ou
comemorações ecumênicas: cada convite deverá ser estudado para que não haja dúvida
quanto à presença e à mensagem proferida pela capelania.

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 16

O capelão, nessa realidade, zela pelo atendimento das necessidades psicoespirituais dos
enfermos segundo a sua tradição religiosa, o que não o impede de manter- se aberto ao
diálogo com outras tradições religiosas.

Nesse sentido, deve ser capaz de realizar um diálogo inter-religioso, cooperando no


objetivo comum de servir ao doente, preservando a própria identidade de fé, nesse contexto
pluralista, onde se encontram diferentes opções religiosas.

O capelão é uma pessoa bem relacionada com todo o hospital: sua amizade estende -se
desde a pessoa nos cargos mais simples até os mais elevados, sempre pronto a ajudar,
aconselhar e prestar seus serviços. Isso requer humildade, empatia, sinceridade e também
versatilidade. É visto como sendo alguém espiritual, amoroso e testemunha de Cristo, por isso
sua responsabilidade estende-se a todas as pessoas com as quais convive dentro do hospital.

A parábola do Bom Samaritano nos ensina que socorrer o caído à beira do caminho
significa, do ponto de vista da fé, muito mais do que um simples ato de ajuda, significa
entendê -lo como ato de não deixar ferir a imagem e semelhança de Deus que é o ser humano.

4.1 - A Necessidade

A enfermidade traz consigo o medo, a culpa e a desesperança, comprometendo a reação


do paciente ao tratamento e também sua qualidade de vida. O Deus de toda consolação
fortalece, traz propósito ao sofrimento e renova a esperança, seja para lutar pela vida como
para aceitar a morte com dignidade. Ele demonstra o seu amor através de suas mãos.

A capelania hospitalar empenha-se em concretizar um estilo particular de


acompanhamento pastoral aos enfermos, a partir de critérios evangélicos. Procura-se
promover no doente uma melhor adaptação à situação que está vivendo.

A equipe da capelania propõe-se a ajudar o paciente a entender, por meio das


dificuldades, o verdadeiro sentido da vida.

Procura vivenciar com o paciente uma relação que seja marcada pela aceitação
incondicional, respeito e empatia, que permita que o enfermo entre em contato com os
próprios sentimentos, possa exprimi-los, ganhe confiança em si mesmo e tome decisões a
respeito da própria vida.

Ajuda-se o enfermo a empregar os próprios recursos para enfrentar os seus problemas,


sem paternalismo nem autoritarismo.

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 17

4.2 - Visitação

Ao visitarmos um enfermo no hospital, estamos visitando o próprio Senhor Jesus, que


disse: "... Estive enfermo e, me visitastes;... sempre que o fizestes a um destes meus irmãos,
mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes"

O sofrimento, a dor, a enfermidade e o momento de crise destes pequeninos irmãos,


justificam a presença do cuidado pastoral no campo da saúde e solicita como um facho de luz.
Como amigo e irmão nas mesmas estradas da vida, como companheiro do momento da
dúvida e da necessidade, como Cristo, que na estrada de Emaús, enquanto os discípulos
“conversavam sobre aquilo que havia acontecido... juntou-se a eles e pôs-se a acompanhá-
los”. Visitar é, portanto, o ato de juntar-se a uma pessoa em crise com o objetivo de fortalecê-
la, consolá-la e acompanhá-la no momento difícil.

Encontramos exemplo de "visitação" já no Jardim do Éden, quando Deus passeava e


visitava a Adão e Eva. Assim sendo, "visitar" foi uma ação que começou com nosso Deus, o
qual também visitou a Israel varias vezes de forma direta: Abrão, Sara, Moisés, Josué,
Gideão, Samuel, Isaías, Jeremias.

A visita divina ao seu povo se tornou completa com a vinda de Jesus Cristo na
plenitude do tempo. No Evangelho de Mateus lemos: “Eis que a virgem conceberá, e dará á
luz um filho, e chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, que traduzido é: Deus é Conosco“.

No Evangelho de João temos o relato da visita quando “o verbo se fez carne, e habitou
entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito filho
de Deus.”.

Este Verbo divino nos disse que não veio para os sãos, mas para os doentes e ainda nos
diz “ eu irei e lhe darei saúde”. Então, a visita de Deus através de Jesus Cristo é fundamental
para toda a humanidade porque através dela temos a saúde eterna.

O Senhor Jesus também treinou seus discípulos para que visitassem e deu seu exemplo
quando foi a casa de Zaqueu, quando visitou com Tiago a casa de Pedro. E logo, saindo da
sinagoga, foram à casa de Simão e de André com Tiago e João. E a sogra de Simão estava
deitada com febre; e logo lhe falaram Dela. Então, chegando -se a ela, tomou-a pela mão, e
levantou -a; e imediatamente a febre a deixou, e servi-os.” e mesmo quando visitou a casa do
principal da sinagoga. Convém também lembrarmos que o primeiro milagre foi numa casa,
quando o Mestre transformou a água em vinho.

Por todas estas evidências percebemos que Jesus dava enorme importância à visitação
dos enfermos, fato provado quando ele disse: “estava enfermo e me visitaste...”. Este ato
cristão de "visitar" também era percebido na Igreja Primitiva, Paulo foi convidado a ir a casa

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 18

de Lídia, Paulo e Silas foram a casa do carcereiro, Pedro foi visitar a casa do centurião
Cornélio por ordem divina.

Precisamos como Igreja do Senhor, levar uma palavra de paz para as pessoas que vivem
enfermas, sobrecarregadas e oprimidas. Precisamos anunciar o amor e o zelo de Deus pelas
suas vidas. Imitando a Jesus Cristo que sempre ouvia o clamor dos enfermos.

O amor que moveu Jesus a morrer por nós, será o principal elemento a mover-nos neste
ministério de apoio e consolação aos enfermos. Portanto, visitar e confortar são:

 Empatizar com os que sofrem,


 Levar uma palavra de esperança aos desesperados,
 Dizer que vale a pena viver apesar das dificuldades existentes na vida.
 Amar a Deus e ao próximo.
 Levar alguém a ter alegria de aceitar o que é e, se conformar, com o que
tem.
 Fazer uma vida feliz e ser feliz também.
 Compartilhar o amor, a paz e realização que Deus nos dá.
 Excluir da nossa vida as palavras: Derrota e Desesperança.
 Levar aos pés de Cristo, toda causa dos oprimidos, amargurados,
desesperançosos.
 Compartilhar com alguém, que o sofrimento, as dificuldades da vida é
um meio pelo qual crescemos em direção Deus, do próximo, e de nós mesmos.

4.3 - O Capelão Hospitalar Deve

 Identificar-se apropriadamente.
 Reconhecer que o doente pode apresentar muita dor, ansiedade, culpa,
frustrações, desespero, ou outros problemas emocionais e religiosas.
 Usar os recursos da vida Cristã que são: oração, Bíblia; palavras de
apoio, esperança, e encorajamento; e a comunhão da igreja. Se orar, seja breve e
objetivo. É melhor sugerir que a oração seja feita. Uma oração deve depender da
liderança do Espírito Santo.
 Deixar material devocional para leitura: folheto, Evangelho de João,
Novo Testamento, etc.
 Visitar obedecendo as normas do Hospital ou pedir de antemão, se uma
visita no lar é possível e o horário conveniente.
 Dar liberdade para o paciente falar.
 Demonstrar amor, carinho, segurança, confiança, conforto, esperança,
bondade, e interesse na pessoa. Você vai em nome de Jesus.

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 Ficar numa posição onde o paciente possa lhe olhar bem. Isto vai
facilitar o diálogo.
 Dar prioridade ao tratamento médico e também respeitar o horário das
refeições.
 Saber que os efeitos da dor ou dos remédios podem alterar o
comportamento ou a receptividade do paciente a qualquer momento.
 Tomar as precauções para evitar contato com uma doença contagiosa,
sem ofender ou distanciar-se do paciente.
 Aproveitar a capela do hospital para fazer um culto.

4.4 - O Capelão Hospitalar Não deve

 Visitar se você estiver doente.


 Falar de suas doenças ou suas experiências hospitalares. Você não é o
paciente.
 Criticar ou questionar o hospital, tratamento médico e o diagnóstico.
 Sentar-se no leito do paciente ou buscar apoio de alguma forma no
leito.
 Entrar numa enfermaria sem bater na porta.
 Prometer que Deus vai curar alguém. As vezes Deus usa a continuação
da doença para outros fins. Podemos falar por Deus, mas nós não somos o Deus
Verdadeiro.
 Falar num tom alto ou cochichar. Fale num tom normal para não
chamar atenção para si mesmo.
 Espalhar detalhes ou informação íntima ou o paciente. Pode orienta-los,
mas deixe eles tomarem as decisões cabíveis e sobre o paciente ao sair da visita.
 Forçar o paciente falar ou se sentir alegre, e nem desanime o paciente.
Seja natural no falar e agir. Deixe o paciente a vontade.

Numa visita hospitalar ou numa visitação em casa para atender um doente, sempre
observamos vários níveis de comportamento. Cada visita precisa ser norteada pelas
circunstâncias, os nossos objetivos ou alvos, e as necessidades da pessoa doente.

Ninguém é poupado da doença. E a saúde tampouco é a única razão da felicidade. Uma


pessoa que aprendeu a conviver com a sua enfermidade, pode ser uma pessoa muito feliz e
uma fonte de alegria para aqueles que cruzam o seu caminho. Na Bíblia, a doença faz parte da
vida. Ela sinaliza para os nossos limites, para a nossa transitoriedade, para a nossa natureza
humana.

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4.5 - O Capelão

O capelão, é uma pessoa capacitada e sensível às necessidades humanas, dispondo -se a


dar ouvidos, confortar e encorajar, ajudando o enfermo a lutar pela vida com esperança em
Deus e na medicina.

Oferece aconselhamento espiritual e apoio emocional tanto ao paciente e seus


familiares, como aos profissionais da saúde.

A espiritualidade e a religiosidade estão inseridas em todo ser humano, de acordo com


sua cultura.

Ele expressa seus valores, costumes, ensinamentos e forma de pensamento e acredita


neles, por isso precisa ser respeitado.

Vale ainda lembrar que o fato de o indivíduo poder falar livremente e expressar sua fé
sem medo de ser discriminado já traz resultados positivos. Precisamos entender que a
espiritualidade configura-se como um caminho que nos ajuda a desenvolver a consciência de
vivermos de um modo responsável.

Ser responsável por si mesmo significa ser responsável também pelos outros.

A capelania hospitalar é uma forma organizada de amor, com capacidade de


investigação e análise primária para identificação das necessidades do outro, podendo assim
serem prescritas pequenas ou grandes doses desse amor gratuito, que garantem a saúde
espiritual àquele que precisa ser tratado.

É uma forma terapêutica de tratar a doença, pois sabe-se que os hospitais que têm esse
serviço implantado já vivem novas perspectivas, pois os resultados são muito bons.

Existem muitas formas de nós cristãos – na completa acepção da palavra, ou seja, quem
é de Cristo Jesus e crê somente nele para sua salvação – servimos a ele. Fomos chamados para
uma grande obra aqui ainda na Terra e a maior delas, sem dúvida, é levar as boas novas da
salvação para todos o que não conhecem a Jesus. Vemos em toda a Bíblia o imperativo de
levar a palavra de Deus a todas as pessoas que jamais ouviram falar de Deus, vemos no Novo
Testamento inteiro o imperativo de Jesus de que devemos levar o Evangelho a toda a criatura
até os confins da Terra.

4.6 - Qualidades Imprescindíveis ao Visitador/Capelão

Conhecer a importância qe Deus dá ao corpo

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 Jesus, Filho de Deus teve corpo humano – Fp. 2.5-7 – Ele identificou-se
com o homem, assumindo sua humanidade para ser seu salvador;
 A ressurreição do homem implica ressurreição do seu corpo – Portanto,
Deus se importa com o corpo físico.
 corpo é santuário de Deus – I Cor. 6.19,20 – O corpo é sagrado. Os
cristãos são o lugar santíssimo.
 Usamos o corpo para adorar a Deus – Rm. 12.1 – Apresentar o corpo.
Separar para dedicar ao Senhor.
 corpo é instrumento da ação de Deus. – Fp. 1.20-24 – Fomos chamados
para servir a Deus e devemos servi-Lo com nosso corpo.

Portanto, é necessário que os que querem visitar e ajudar doentes devem saber que Deus
se importa com o corpo físico. O homem não é somente alma ou espírito, o homem tem
corpo. E este corpo necessita de cuidados especiais. Nem todas as doenças são oriundas de
demônios ou poderes espirituais. Existem vírus e bactérias que acometem também os servos
de Deus, não é uma questão de falta de fé ou interferência espiritual.

Um psiquiatra cristão disse: “Deus ainda cura milagrosamente, mas nem sempre, nem é
necessariamente a nossa fé que decide a questão, mas sim os seus propósitos maiores.” (John
White).

Obter uma boa integraçao com a Equipe Médica

O visitador deve respeitar os profissionais da saúde e ter um bom relacionamento com


os mesmos. Ao chegar na enfermaria deve apresentar-se à chefia de enfermagem e solicitar
sua autorização para as visitas, verificando se há restrições para realizar as mesmas.

Conhecerea Soberania de Deus

É preciso também conhecer a soberania de Deus. Ele é Senhor de tudo, do cosmos, da


criação, e da vida humana. Nada acontece sem que Ele permita. Ele é Senhor de toda a vida.

O visitador ou ajudador tem que conhecer a Deus. Saber dos Seus planos, conhecer o
plano de salvação. Conhecer a Deus, não tão somente de ouvir falar, mas de ter uma
experiência de vida com Ele. Tudo está debaixo do Seu controle. O Diabo e seus demônios
não fazem nada sem que Deus permita. Ele é soberano.

Sentimento de Empatia

Empatia é a capacidade de colocar-se no lugar do outro. Procurar entender seu


sofrimento. A capacidade de pensar o que você faria se estivesse no lugar dele, guardando o
leito, ou sofrendo suas dores, físicas, emocionais e espirituais. Longe de seus entes queridos,

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estudos e trabalho interrompido. Medo do diagnóstico. Medo de cirurgias, exames,


medicamentos, etc. O quarto não é dele, a cama não é dele, o banheiro dividido com
estranhos, sem privacidades. O visitador deve no mínimo ter essa noção.

Entender o que é um Hospital

Geralmente as pessoas que desejam visitar ou ajudar os doentes, esquecem que estão
em um hospital. O visitador deve saber se portar. Muitos confundem o ambiente hospitalar
com o ambiente da igreja. Hospital não é igreja! Hospital é um local de cuidados aos que
estão com algum tipo de dificuldade física. É um local de extrema sensibilidade. Os pacientes
em sua maioria não entendem nossa linguagem. Os profissionais de saúde, em sua quase
totalidade nunca freqüentaram uma igreja, portanto, não compreendem o evangelho.
Procedimentos que temos em nossas igrejas devem ser evitados muitas vezes.

Orações em voz alta, orações por cura, imposição de mãos, unções, visões, revelações,
toda a prática eclesiástica deve ser muito bem trabalhada para que não haja desentendimentos.

A Doença faz parte da vida

“Crer na medicina seria a suprema loucura, se não crer nela não fosse loucura maior”.
(Marcel Proust).

O visitador precisa entender que adoecer faz parte da vida. A humanidade continua
padecendo de males hediondos, possíveis de ser evitados. Mas, nem sempre isto acontece.
Adoecemos contra nossa vontade e planos. Não planejamos ficar doentes. Verifique alguns
dados da Organização Mundial de Saúde. (OMS):

 sarampo mata, por ano, um milhão de crianças em países em


desenvolvimento;

 No Brasil, a subnutrição infantil varia de 30% a 70% em sua


prevalência, se partirmos das áreas urbanas do Sul do país até o Nordeste. A
porcentagem de subnutridos corre paralela às curvas da mortalidade infantil, cuja taxa,
em todo o país, é de 82,7 por mil nascidos vivos;
 No Brasil há de seis a sete milhões de esquistossomóticos; sete a oito
milhões com doenças de chagas, 100 mil tuberculosos, 170 mil com malária, 70% da
população com doenças parasitárias.

“Deus não se fez humano para que nos tornássemos deuses, mas para que fôssemos
mais humanamente completos. O quebrantamento não é uma característica essencial do ser
humano, é também nossa melhor oportunidade de viver com o Salvador. Assim, a cura que
Jesus oferece não tem muito a ver em tornar nossos sonhos melhores.” (M. Craig Barnes).

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Existem demônios, sabemos que existem. Mas, nem tudo é demônio que deve ser
expelido da vida das pessoas internadas. Qualquer um pode adoecer. E isto às vezes não tem
nada a ver com entidades espirituais.

O apóstolo Paulo tinha problemas de saúde, conforme ele mesmo conta em II Cor.
12.7-10. Timóteo, de igual modo, também sofria com dores de estômago e outras doenças, II
Tim. 5.23. Elias teve uma crise depressiva, correu para a caverna, I Rs. 19. etc.

4.7 - Equilíbrio e Conhecimento Bíblico

Quem se propõe a trabalhar com pessoas que estão sofrendo, precisa ter no mínimo um
pouco de equilíbrio emocional e espiritual. Tendo assim conhecimento bíblico claro e
saudável sobre a participação e presença de Deus no sofrimento. Quando sofremos, Deus não
nos abandona, nem tão pouco está nos castigando, mas sim, passando conosco pelo vale árido,
transformando-o num vale florido da Sua presença.

O escritor cristão C.S.Lewis disse: “Tente excluir a possibilidade do sofrimento que a


ordem da natureza e a existência do livre-arbítrio envolvem, e descobrirá que exclui a própria
existência”.

Deus é Deus presente em toda e qualquer situação de nossas vidas. O visitador precisa
ter esse entendimento e passá-lo ao que está sendo visitado.

E a Bíblia, o que ela fala sobre sofrimento? O que a bíblia diz sobre as ações de Deus
na dor? O visitador deve ter esse conhecimento.

Homens de Deus adoeceram na trajetória bíblica, como por exemplo, Davi teve grandes
momentos de angústia, no caso de Jô, que provavelmente teve uma grave enfermidade de
pele, o apóstolo Paulo, tinha um espinho na carne, não se sabe o que era, mas, era uma
enfermidade, ( Gl. 4.13-15 ; II Cor. 12.7), Trófimo, companheiro de Paulo adoeceu e ficou
doente num determinado lugar, em Mileto, (II Tim. 4.20), Timóteo tinha constantes dores de
estômago, ( I Tm. 5.23), Elias teve uma crise de depressão, ( I Rs. 19), Eliseu adoeceu
doença mortal, (II Rs. 13.14) Epafrodito também adoeceu e milagrosamente fora curado, ( Fp.
2.25-27) e em nenhum momento, vemos a bíblia autorizando exorcizar o enfermo e não
considerar o tratamento da medicina.

A graça não nos imuniza contra o sofrimento, mas capacita-nos a enfrenta-lo melhor.
Muitos sofrimentos da humanidade, como terremotos, incêndios, doenças congênitas,
furacões, epidemias, atingem os homens independentemente de serem tementes a Deus ou
não. Tais eventos seguem as leis naturais estabelecidas pelo próprio Deus.

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 24

O visitador necessita ter conhecimento de que adoecer faz parte da vida e nem sempre
isso tem ligação com fé, pecado ou algo semelhante.

Doenças hereditárias, por exemplo, os filhos herdam dos pais a patologia. O amor que
une duas pessoas pode também unir genes causadores de determinadas doenças.

4.8 - Seu Amor a Cristo e Aos Que Sofrem

Os sentimentos mais comuns que acometem uma pessoa enferma são os sentimentos de
que não é amado, de que está sendo esquecido, ou castigado, de que não fez o que deveria ter
feito de certo e praticou o que é errado.

Quando o anjo veio anunciar o nascimento de Jesus, ele disse que Ele se chamaria
“Emanuel”, que quer dizer, Deus conosco.

Ao visitar uma pessoa com dificuldades físicas, o visitador deve incutir-lhe confiança,
encorajamento com base no amor.

Amar sem preconceitos, sem discriminação, compreendendo o seu momento e


procurando ajuda-lo como pessoa e não tão somente como alma.

O amor valoriza as pessoas. Em Lucas 10.25-30, na parábola do Bom Samaritano,


quando ele o entrega na hospedaria, ele diz: “Cuide dele” “Tome conta”, ou seja, o Bom
Samaritano usou de compaixão para com o homem assaltado.

Amar sem esperar nada do outro. De uma forma altruísta, com sentimento de empatia,
sem barganhas, totalmente baseado na misericórdia.

Amar é ter compaixão, não simplesmente, por desencargo de consciência, fazer uma
oração e entregar uma literatura de uma forma distante e sem interesse no bem-estar da pessoa
que está diante de você.

Não devemos nos esquecer o que nos diz as Escrituras em I João 4.8 “Deus é amor.”

4.9 - O Visitador/Capelão e o Médico

 O médico é para o paciente a pessoa mais importante. A sua visita é


grandemente esperada. É no médico que o paciente deposita parte da sua esperança
para a recuperação completa de sua saúde.
 O visitador deverá retirar-se discretamente quando o médico chegar ao
quarto do doente. Muitas vezes o paciente tem algo particular a compartilhar com o

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 25

médico, portanto, o visitador não deve quebrar a intimidade que deve existir entre o
médico e o seu paciente.
 Não opinar sobre se o tratamento está sendo adequado ou não.

4.10 - O Visitador/Capelão e a Enfermeira

 O visitador deve trabalhar em harmonia com a enfermeira que está


sempre em contato com o paciente, e o mesmo depende muito dela.
 A enfermeira tem condições de transmitir ao visitador as várias reações
do paciente. Por esta razão é muito importante que o visitador procure a enfermeira
para certificar-se da condição física e psicológica do paciente.
 O visitador deve guardar confidência do que a enfermeira relatar sobre
o paciente.
 O visitador deve lembrar-se que o tempo da enfermeira é concorrido
(precioso), devendo, por isso, evitar perguntas fora da área de visitação.”

4.11 - Orientações ao Visitador/Capelão

 Obter uma boa integração com a equipe multiprofissional. Todos são


importantes no ambiente de trabalho, portanto, é necessário ser cordial com os
funcionários do hospital e transmitir serenidade e gentileza a cada um deles. Pois os
mesmos trabalham para a recuperação do paciente. Cordialidade e educação nunca são
demais. “Palavras agradáveis são como favos de mel: doces para a alma e medicina
para o corpo”. Pv. 16.24
 Dirigir-se sempre à enfermeira chefe do setor para obter informações e
autorização para a realização da visita.
 Não deixar transparecer, através de expressões faciais o preconceito
para com os diversos tipos de enfermidades.
 Ter equilíbrio emocional para poder lidar com a carência, tratamento e
dificuldades do paciente.
 Lavar as mãos antes e após sair do quarto e/ou enfermaria, a fim de
evitar infecção cruzada, isto é (infecção levada por terceiros de um paciente para outro
paciente).

4.12 - Visitação Para Crianças

A primeira coisa que precisamos para fazer este trabalho é ter amor a Deus e aos
pacientes – AMOR. Em segundo lugar é preciso ter compaixão, não dó das pessoas, mas
compaixão de todos. Sentir dó é ser passivo, mas quando temos compaixão tomamos uma
atitude.

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 26

É preciso saber que a criança é também uma criatura – Mc. 16.15

A criança tem sentimentos, necessidades.

Não podemos julgar que as crianças não entendem muita coisa. Pensamos que é melhor
não falar com a criança porque ela é muito pequena e não vai entender.

O trabalho com as crianças requer bastante discernimento, pois às vezes ela não está
disposta a ouvir, por várias razões. Também precisamos saber que a criança possui uma
linguagem própria e quando descobrimos esta linguagem fica muito mais fácil a comunicação
com ela.

Este trabalho não deve ser um monólogo, onde só o visitador fala, mas sim, um diálogo.
É preciso ouvir o que a criança tem a dizer.

Há crianças que têm barreiras para um primeiro contato. Algumas sofrem violência dos
pais, física ou verbal, e também desprezo e rejeição, visto que muitos pais trabalham fora de
casa e nem sempre têm tempo para os filhos.

Essas crianças encontram no visitador um apoio e um amigo.

A ênfase da visitação é sempre consolo e evangelismo. Mostramos às crianças que nos


momentos difíceis elas podem contar com um grande amigo, Jesus, e que Ele deseja sempre
estar ao nosso lado. Fazemos apelo não à todas as crianças, mas quando o Espírito nos dirige a
isso. Da mesma forma também é a oração por cura, deve ser feita com sabedoria. Mais
importante que ser curado é ser salvo.

É preciso evitar falar sobre a doença diretamente com a criança e também dar opiniões
sobre seu estado de saúde.

A criança sempre quer atenção e muitas vezes está necessitando também de carinho.

A abordagem deve ser sempre de modo alegre e descontraído, evitando a linguagem


utilizada na igreja (chavões evangélicos).

É preciso muito cuidado com a literatura utilizada, que ser específica para crianças e
aprovada pela direção da Capelania.

Quando houver pais acompanhando a criança é bom que seja dada atenção também a
eles. Conversar, entregar literatura e orar com eles é muito importante.

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 27

A situação de morte é também um momento difícil para o visitador, principalmente


quando há um acompanhamento contínuo da criança. É preciso estrutura emocional, espiritual
para suportá-la.

É confortante quando saímos do hospital e sabemos que fomos usados por Deus para
abençoar a vida dos pequeninos e de muitos deles, somos seus pais espirituais.

4.13 - O Culto

Na capela ou Auditório

 Duração de 15 a 30 minutos;
 Músicas selecionadas que tenham melodias suaves e alegres com letras
otimistas que tragam esperança e reforcem a fé;
 Hinários com letras grandes e em folhas avulsas que possam ser levadas
pelos pacientes;
 Nunca prometer a cura;
 Usar de tom de voz calmo na pregação com conteúdo com a escolha de
temas leves e simples com ênfase no otimismo, esperança e fé;
 Orações curtas, objetivas com voz firme, mas sem gritaria. Cuidado
para não despertar fortes emoções nos assuntos abordados na oração;
 Não permita testemunhos sem antes analisá-lo;
 Trabalhar individualmente as pessoas que freqüentaram o culto;
 Não fazer apelo.

Cultos Menores

 Duração de 05 a 10 minutos;
 Em enfermarias;
 Com funcionários em trocas de turnos;
 Com funcionários no início de cada turno;
 01 música;
 Palavra rápida;
 Oração rápida;
 Se possível e necessário, com distribuição de literatura.

Músicas

 Move as emoções;
 Traz alegria e suavidade ao ambiente.
 Devem ser otimistas, alegres que induza a fé e esperança;

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 28

 Não deve falar de morte, inferno, diabo, juízo final ou até mesmo do
Céu;
 Usar instrumentos musicais clássicos tais como violão e teclado. Evitar
o uso de instrumentos de percussão e sopro com exceção da flauta doce;
 Usar a música nos ambulatórios;
 Usar a música nas capelas;
 Usar a música nos cultos das enfermarias;
 Criar um coro musical com funcionários;
 Usar a música ambiente.
 Usar em todos os eventos.

4.14 - Benefícios Diretos ao Paciente

 Novo sentimento de fortalecimento;


 Aumento de imunidade física;
 Engajamento no tratamento médico;
 Melhor aceitação da internação;
 Geração de esperança;
 Maior equilíbrio emocional;
 Melhor relacionamento com a enfermagem;
 Maior confiança nos profissionais da saúde;
 Tranqüilidade durante o tratamento;
 Amadurecimento;
 Bem estar: paz, alegria e paciência;
 Redução do tempo da internação;
 Nova rede de amizades;
 Encontro pessoal com Cristo.

4.15 - Benefícios ao Hospital

 Organização da visitação aos enfermos;


 Treinamento, seleção e credenciamento dos visitadores;
 Aconselhamento a funcionários;
 Melhora no ambiente de trabalho;
 Capacitação para os funcionários;
 Participação de debates envolvendo a ética profissional;
 Participação de equipe multidisciplinar;
 Envolvimento da comunidade evangélica na solução de carências do
hospital;

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 29

 Atendimento integral ao paciente e seus familiares;


 Melhor conceito do hospital por seu atendimento integral.

4.16 - Pontos de Atenção

 A cura divina é ato soberano de Deus;


 A cura divina começa na Alma;
 A cura divina do Corpo é provisória, pois ele é provisório;
 A cura divina não deve ser declarada;
 O visitador não deve comunicar o diagnóstico ao paciente ou à família;
 O diagnóstico só deve ser comunicado pelo médico;
 O próprio médico pode solicitar apoio ao visitador na preparação
emocional do paciente para a má notícia;
 Aprenda a se envolver até um limite protetor, a nível emocional;
 Profissionais de saúde evangélicos chamam os irmãos de sua Igreja para
exercerem o papel de visitador. No entanto, não há preparo e surgem freqüentes
problemas;
 Nunca se deve contender sobre aspectos religiosos;
 Nunca se deve falar de doutrinas ou denominações.

5 - CAPELANIA MILITAR

Também chamada de Capelania Castrense.

5.1 - O Capelão Militar

O Capelão militar ao ingressar em alguma corporação terá como atribuições, as mesmas


de um ministro religioso, ou seja, oficiar as cerimonias religiosas, batizar, aconselhar,
desenvolver o trabalho pastoral, receber os recem-convertidos, oficiar os funerais e fazer
visitas aos pacientes internados nos hospitais e aos reclusos internados em estabelecimentos
prisionais.

O Capelão militar prestará assistencia religiosa a alguma corporação militar, tambem


estendendo a assistencia a suas familias, contribuindo na formação pessoas integras e de
carater, levando a uma conduta baseada nas noções do bem e do mal, mostrando a verdade
que conhecemos, atravez da palavra de Deus.

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 30

É necessário que o capelão possua um dialogo interconfessional permanente, para que


faça a harmonia entre os diferentes credos, demonstrando um espirito ecumenico, para o
exercicio da capelania.

O capelão tem o dever de se comportar como padrão a ser imitado dentro e fora do
quartel. o Capelão deve olhar o individuo como alguem que tem capacidade e desenvolver
nele potencialidade de conhecer a Deus e ter um relacionamento entre pessoas: a pessoa
humana e a pessoa de Deus, pois Deus é um ser pessoal, todo relacionamento entre pessoas
deve haver dialogo, aliás a Biblia é o diálogo de Deus com a humanidade.

O Capelão não só utilizará o diálogo como tambem a propria vida, o Capelão tem como
caracteristica de tomar a iniciativa para a realização dos cultos e reuniões, este fator é
responsavel e muito importante para a realização de muitos trabalhos religiosos regulares na
rotina de muitos quarteis.

A policia militar trabalha com as limitações humanas, sofre a influencia perniciosa de


substancia quimicas liberadas na correntes sanguínea, que reduzem a imunidade organica,
trabalha no pico do estresse, deve cuidar e proteger, mas não tem quem o cuide e proteja,
pressões psicologicas a que estão sujeitos esses profissionais influenciam comportamento,
deixando-os frageis no campo espiritual.

Neste ambiente, a forma de assistencia religiosa, cabe ao Capelão agir, atraves de


aconselhamento pastoral, tem-se revelado como oportunidade de influencia do Capelão tanto
na contribuição para saúde espiritual do Policial Militar, quanto para o auxilio as
Organizações Militares.

O capelão militar é um ministro religioso encarregado de prestar assistência religiosa a


alguma corporação militar (Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícias Militares e aos Corpos
de Bombeiros Militares).

Nas instituições militares existem as capelanias evangélicas e católicas, as quais


desenvolvem suas atividades buscando assisitir aos integrantes das Forças nas diversas
situações da vida. O atendimento é estendido também aos familiares.

A atividade de capelania é importante no meio militar, pois contribui na formação


moral, ética e social dos integrantes das Unidades Militares em todo o Brasil.

Para se tornar um Capelão Militar, o interessado deve ser Ministro Religioso - Padre,
Pastor etc., ter formação superior em Teologia (conforme a Legislação Brasileira, Bacharel
em Teologia), experiência comprovada no Ministério Cristão, e ainda ser aprovado em
concurso público de provas e títulos. Ao ser aprovado no concurso específico, o militar
capelão é matriculado em curso militar de Estágio e Adaptação de Oficial Capelão.

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 31

6 - CAPELANIA ESCOLAR

O trabalho de Capelania Escolar, é um trabalho que consiste numa modalidade


humanitária de apoio familiar aos estudantes de ensino fundamental e médio da rede pública.

O seu principal enfoque é a solidariedade humana (aproximação dos aflitos),


curando,ensinando e salvando, promovendo a verdadeira humanidade (orientação para a
vida).

A finalidade geral da capelania é aliviar toda sorte de sofrimento humano causado pelos
fracos relacionamentos e por distúrbios nos relacionamentos de família. A finalidade mais
específica, consiste em direcionar este objetivo para a classe estudantil de rede pública,
considerando que a sua vida acadêmica é o reflexo de sua vida em família.

6.1 - Objetivos da Capelania Escolar

 Alcançar a família do estudante em crise e com baixo rendimento


escolar, para fortalecer suas relações em família, na escola, e no mundo,
redirecionando seu interesse e suas perspectivas para a vida estudantil;
 Fornecer diretrizes para viver-se a verdadeira humanidade, com vistas a
um melhor relacionamento com Deus, consigo, e com o próximo.
 Este trabalho realizar-se-á por meio do contato e da comunicação
pessoal, sendo divido em três áreas: visitação, orientação, e aconselhamento.

O Capelão junto à direção, deve buscar quais alunos estão passando por crise pessoal ou
familiar que resulta num baixo interesse e baixo rendimento escolar. O contato com o aluno
pode ser voluntário (o aluno procura o capelão), ou necessário (o capelão procura o aluno).
Dependendo de cada necessidade tomar-se-á as seguintes providências:

 Se o aluno dá evidência de que sua crise é resultante de seu


relacionamento familiar, a capelania será feita por meio de visitação à família do aluno
em sua residência;
 Se o aluno demonstra traços de crise causada por fatores fora da
família, o serviço de capelania será feito por meio de aconselhamento e
acompanhamento pessoal, sendo isto desdobrado em fortalecimento de relações
pessoais, interesse pela pessoa e por sua qualidade de vida, bem como pelos seus
problemas e perspectivas.

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 32

O serviço de capelania também é voltado para a formação do caráter, visando o aluno


como pessoa, fornecendo-lhe princípios para uma vida melhor em família e na sociedade. Esta
parte consistirá na apresentação de palestras direcionadas para qualidade de vida, vida em
família, relacionamento com o próximo, sexualidade, namoro, noivado e casamento.

Os temas das palestras serão escolhidos a partir das necessidades que se apresentarem
como fruto do acompanhamento dos alunos. A capelania também é responsável pela
recreação da alma, a integração, a interação, e o interesse pela vida. Passeios, pic-nics,
turismo, sessões de lazer (jogos, competições, musica, cinema, teatro, etc.) devem fazer parte
do serviço de capelania. Esta parte do serviço de capelania deve ser considerada como a
primeira realização do trabalho do capelão, pois serve para fazer os primeiros contatos,
estabelecer a comunicação com os alunos e adquirir a confiança dos mesmos.

O serviço de capelania pode ser realizado por um ou mais capelães em uma mesma
escola.

A capelania é um serviço muito mais voltado a ouvir as pessoas em suas angústias, nas
suas aflições, nas suas crises existenciais, e muitas vezes, nas suas confissões.

O capelão deve ser a pessoa mais capaz para guardar sigilo de todas as relações
estabelecidas com o aluno e sua família.

O sigilo por parte do capelão é a sua credencial mais poderosa para o êxito do seu
trabalho. Todo capelão que der provas de quebra de sigilo da capelania terá sua confiança
perante o aluno ou família ameaçada, e perdida uma vez, será dificio reconquistá-la.

A capelania escolar é um poderoso instrumento de influência sobre as pessoas. Os


capelães nunca deverão convergir este instrumento para fins particulares ou de outros.

O trabalho de capelania não poderá ter vínculos nenhum com partidos políticos, nem
emitir qualquer juízo de natureza política durante os trabalhos realizados nas escolas.

O capelão deverá ser aquela pessoa que sinta prazer em ajudar a aliviar o sofrimento do
próximo. Para isto, todo capelão deverá sentir gosto pela visitação, conversação e interação
humana. Ele é aquela pessoa que não se sente incomodado por ser procurado, nem
desconfortável em ter que se relacionar com pessoas que nunca viu.

Seu maior desejo é conseguir chegar perto dos aflitos, adquirir sua confiança, e ser-lhe
um ajudador. A satisfação e a alegria que o capelão demonstra ao realizar sua tarefa é uma das
credenciais mais importantes de sua vocação.

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 33

O capelão deve ser aquela pessoa criativa, empolgada, que sempre tem novas idéias e
sempre está em busca de realizar algo novo no seu trabalho. Para isto, ele estuda, investiga,
pensa, consulta e tenta colocar em prática novas modalidades de serviços de capelania.

O capelão sempre está interessado em saber dos problemas, em fazer novas amizades,
em conhecer as várias situações nas quais as pessoas se encontram, e não descansa enquanto
não encontrar uma forma de ajudar.

O capelão escolar é uma figura animada, que ama a vida e o próximo. Ele é uma pessoa
humilde, amável e educada, disposta a ouvir mais do que falar. É sempre misericordioso e
bondoso com aqueles a quem serve. Tem sempre uma palavra de ânimo e estímulo para os
abatidos. É uma pessoa de muita esperança e muitas perspectivas para o futuro. Sua pessoa
transmite paz, estabilidade, alegria, e muita disposição para viver.

O capelão é uma pessoa feliz e agradável nas relações, está sempre sorridente e sempre
procurando alguém para ajudar.

A apresentação do capelão é um fator muito considerado, é fundamental para a sua boa


apresentação que ele saiba, educadamente, se apresentar a pessoas estranhas, saiba começar
um diálogo, e com facilidade, abordar uma família de aluno em sua residência.

Se necessário se faz marcar sessões de aconselhamento e haver disposição por parte do


aluno em ser ajudado. Nenhum trabalho de orientação desta natureza deverá ser imposto ou
forçado.

O capelão é responsável por formar uma mentalidade sobre a importância do casamento


e sua finalidade na sociedade, o papel do sexo na vida dos seres humanos, e os princípios para
a construção de uma família estável e sadia (princípios para a boa escolha do cônjuge). O
objetivo desta modalidade pode ser alcançado por meio de palestras sobre cada tema.

O capelão escolar é responsável por alunos sem perspectivas de futuro, depressivos,


tímidos, solitários,

A tarefa de um capelão consiste em ajudar esses alunos a encontrar uma perspectiva


para o futuro, conscientizando-lhes da necessidade de uma vida profissional, bem como da
necessidade de se tornarem financeiramente independentes de suas famílias. É mister que o
capelão ajude o aluno em sua crise vocacional, dando derivas sobre aquilo que ele gostaria de
fazer como profissional.

As atividades da capelania escolar devem corresponder também à trabalhos que


promovem a interação dos alunos no grupo, o fortalecimento dos laços de amizade, lealdade,

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 34

confiança, estabilidade do relacionamento pessoal, bem como o despertamento do interesse de


cada aluno pelo outro.

Este trabalho também tem em vista a diminuição do stress do homem urbano, a


recreação da alma, e a formação de uma mentalidade com vistas à necessidade de viver-se
uma vida digna de um ser humano criado a imagem e semelhança de um Deus Vivo.

7 - CAPELANIA PRISIONAL

A Capelania Prisional é a presença da Igreja de Cristo no mundo dos cárceres e o


representa na sociedade para promover a dignidade humana.

Ela vai às cadeias visitar presos e presas animada pelos sentimentos e valores que
motivaram o próprio Jesus em sua prática junto ao seu povo.

Ao mesmo tempo, a Capelania encontra Jesus na pessoa de cada irmão(ã) encarcerado.

A Capelania Prisional, vendo a situação concreta dos presos em cada prisão, tenta
responder adequadamente às necessidades dos encarcerados, priorizando sempre a defesa
intransigente de sua vida e de sua integridade física e moral. Pois sabemos pela experiência,
que a nossa humildade e solidariedade junto aos presos e a defesa serena de sua dignidade de
gente perante todos e quem quer que seja, já é um forte anúncio do evangelho.

Assim sendo, a pregação do Evangelho e/ou o discipulado cristão que a Capelania


Prisional patrocina, será inteligível aos presos e será acreditável como comunhão de irmãos
que, com fé e esperança, comemoram a presença salvadora de Cristo dentro das prisões.

A Capelania Prisional vai ao encontro de todos e tenta ajudar sem distinção,


perguntando: O que Jesus faria com esses presos nesta prisão? O que Ele lhes diria? Como
Ele os trataria? O que Ele falaria às autoridades sobre a situação em que os presos se
encontram?

A Capelania testemunha a gratuidade e fidelidade do amor de Jesus para com o seu


povo, especialmente junto aos marginalizados e excluídos de sua época.

Na Inglaterra do século XVIII já existia uma Capelania Carcerária de vez que os


estabelecimentos de reclusão penal contavam com os serviços religiosos oferecidos por

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intermédio da figura do Capelão, um clérigo anglicano que cuidava dos serviços pastorais
relacionados aos presos, serviços geralmente sediados nas capelas institucionais.

7.1 - Resumo Histórico da Capelania Prissional ou Carcerária

William Morgan, pioneiro do Clube Santo, foi o primeiro a exercer a função de


Capelão. Em 1730 introduziu João Wesley nessa missão quando é iniciado o trabalho de
visitação carcerária. Duncan A. Reily aponta que o local escolhido foi a Prisão do Castelo em
agosto de 1730 iniciando a “capelania não-oficial”.

Os registros biográficos de João Wesley apontam que ele exerceu a função de maneira
intensa até ao final de sua vida. Percorreu as cadeias de Londres, Bristol e Oxford não menos
que 69 vezes.

A ocorrência dos crimes na Inglaterra naquele século era generalizada, a legislação


punia os criminosos de maneira muito severa e desumana, inclusive com a pena de morte. Os
magistrados e o sistema penitenciário deixavam muito a desejar; enquanto isso, a população
carcerária lotava as cadeias.

Em 15 de outubro de 1759 Wesley pregou a prisioneiros franceses, na localidade de


Knowle Wesley tendo como referência a legislação mosaica em Êxodo 23:9. Ela disciplina a
maneira como os peregrinos e estrangeiros encontrados em território israelense devem ser
tratados. Ele buscava consolar os prisioneiros franceses de guerra e exortar as autoridades
inglesas.

O título do documento A um Réu tinha como tópicos principais os seguintes temas:

1. Explicação ao réu sobre o significado da morte para um condenado à


pena capital e sua preparação para enfrentar o momento fatídico de sua execução;
2. Orientações ao réu condenado de como deveria se preparar para um
encontro com Deus;
3. Orientações práticas sobre arrependimento dos pecados como parte de
sua preparação em conseguir a salvação de sua alma;
4. Apresentação de Jesus Cristo como único meio de salvação pela fé
como Cordeiro de Deus que realizou um sacrifício vicário, reconciliador e vitorioso
sobre a morte.

7.2 - Contexto Brasileiro

A situação carcerária vigente no País não diverge muito, na prática, das situações
vividas por João Wesley na Inglaterra do século XVIII. Nelson Mandela com propriedade

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 36

afirma que se quisermos conhecer a realidade de um País basta fazer uma visita aos porões de
seus presídios.

Isso foi feito pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do sistema Penitenciário
que encontrou em Salvador na Penitenciária Lemos de Brito a seguinte frase:

“O sistema carcerário é dez: Dez graçado, Dez humano, Dez truidor, Dez ligado, Dez
figurado, Dez engonçado, Dez agregador, Dez temperado, Dez trambelhado, Dez
informado”.

Há um inferno carcerário fruto filho de vários pais: a inversão da ocupação do território


nacional com o êxodo rural, a concentração de renda, o desemprego, a falta de políticas
públicas de habitação, saúde, educação, transporte, saneamento, a concentração de renda e
terra, o expressivo contingente populacional em favelas. Soma-se ainda, a corrupção
desenfreada, a ausência do estado, a falta de participação popular nos assuntos estratégicos e a
quase total impunidade da elite política e econômica com seus colarinhos brancos.

Da criminalidade amadora á especializada por meio de quadrilhas que desviam recursos


públicos, pelos que atuam na rede de roubo de cargas, tráficos de armas, drogas e pessoas,
prostituição, jogos, milícias, pistolagem e tantos outros. Sendo que aqueles que são
encarcerados vão para estabelecimentos penais cercados de insegurança e já mapeados por
organizações que controlam e manipulam á massa de presos pobres e despolitizados.

Diante da insegurança, do desespero e da crescente impunidade surgem as mais


diversas e espantosas expressões que dominam a ideologia brasileira: “bandido bom é
bandido morto”, defesa da justiça privada expressa na lei do Talião: “olho por olho e dente
por dente”.

Acreditamos que essa postura somente aumenta o paradoxo e potencializa o mal.


Quanto mais a sociedade fizer da pena instrumento de vingança social, mais haverá violência,
mais crescerá o descaso com a execução penal implicando em mais insegurança para todos.

O Estado não deve se vingar, mas, punir com rigor a todos os que delinqüi-los e buscar
a sua recuperação para uma vida produtiva em harmonia com a lei e com a sociedade.

A Capelania Carcerária trabalha na antítese do que Edmund Burke parafraseou: “Tudo


o que é preciso para o triunfo do mal é que as pessoas do bem nada façam”.

7.3 - Estado Brasileiro

O Relatório da CPI do Sistema Penitenciário defende a assistência religiosa em


presídios. Ela entra como forma de inibir o domínio do crime organizado nos presídios. O

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 37

texto afirma que os grupos religiosos devem ser contemplados de “forma obrigatória” com
espaços físicos para cultos, missas e reuniões.

Aponta ainda que é direito do detento e cita diversas leis, tanto nacionais como a de
outros países, que asseguram a organização do regime carcerário de maneira a permitir a
prática religiosa e participação em serviços e reuniões.

A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, com a cooperação da


comunidade, conforme se extrai dos ditames dos artigos 4º e 10º da LEP (Lei de Execução
Penal).

Determinadas pessoas, previamente preparadas, devem ter acesso regulamentar aos


institutos penais para promover a dignidade e a cidadania dos presos, internos e funcionários.

O Estado deve incentivar e viabilizar todas as modalidades de participação da sociedade


na administração e controle dos serviços públicos das penitenciárias, centros de detenção e
outros organismos que reprimem a liberdade da cidade, já que todo ser humano deve receber
um tratamento humano, pois o preso e o cidadão livre são absolutamente iguais em dignidade
pessoal

7.4 - Legislação

Existe uma fundamentação jurídica aplicada aos Direitos Humanos em relação à


população carcerária.

No âmbito internacional

 Carta das Nações Unidas, adotada e aberta à assinatura pela


Conferência de São Francisco em 26.06.45 e assinada pelo Brasil em 21.01.45;
 Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada e proclamada
pela resolução Nº 217 A (III) da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10.12.48 e
assinada pelo Brasil na mesma data;
 Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, adotado pela
Resolução Nº 2.200 (XXI) da Assembléia Geral das Nações Unidas em 16.12.66,
assinada pelo Brasil em 24.01.92;
 Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais,
adotado pela Resolução Nº 2.220-A (XXI) da Assembléia Geral das Nações Unidas
em 16.12.92 e assinada pelo Brasil em 24.01.92;
 Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis,
Desumanos e Degradantes, adotada pela Resolução Nº 39-46, da Assembléia Geral
das Nações Unidas em 10.12.84 , assinada pelo Brasil em 28.09.

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 38

 Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação


Contra a Mulher, adotada pela Resolução Nº 34-180 da Assembléia Geral das Nações
Unidas em 18.12.79, assinada pelo Brasil em 19.02.84;
 Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
Racial, adotada pela Resolução Nº 2.106 A (XX) da Assembléia Geral das Nações
Unidas em 21.12.65, assinada pelo Brasil em 27.03.68;
 Convenção Sobre o Direito da Criança, adotada pela Resolução L.44
(XLIV) da Assembléia Geral das Nações Unidas em 20.11.89, assinada pelo Brasil em
24.09.90.

No âmbito nacional

 Constituição Federal artigos XLVI, XLVII, XLVIII e XLIX.


 LEP (Lei de Execução Penal);
 ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

7.5 - Objetivo

Para que existam equipes bem formada é necessário que exista a Capelania. Em muitos
momentos de sua vida o ser humano necessita ser consolado, confortado e orientado para
enfrentar as aflições do mundo. A Capelania Carcerária desempenha este papel ajudando
àquele que está privado de sua liberdade por um ato que deve ser punido e entendido.

O serviço prestado pelos voluntários será para todos os cristãos, e até mesmo para
ateus, caso queiram, e outros credos religiosos.

7.6 - Formação

Para o exercício eficaz de Assistência Espiritual Carcerária o voluntário deve ter


conhecimentos mínimos relativos ao ministério.

Essas orientações devem passar pelo conhecimento de humanas abrangendo uma gama
de informações a serem utilizadas como ferramentas pelo Capelão Carcerário. Tais como:

 Noções de Sociologia;
 Noções de Direito;
 Noções de Ética Carcerária;
 Noções de Ambiente Presidional;
 Noções de Direitos Humanos;
 Noções de Segurança;
 Noções de Teologia do Sofrimento;

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 39

 Noções de Psicologia;
 Noções de Aconselhamento Cristão.

7.7 - Atuação Direta

O trabalho de Capelania Carcerária atua sobre os encarceirados e egressos, seus


parentes e sobre o corpo de segurança penitenciário e administrativo das unidades prisionais.

Resumem-se em um tripé de atividades: Assistências Jurídica, Social e Pastoral.


Qualquer trabalho organizado junto aos presos possa ser considerado uma autêntica Capelania
Prisional, deverão ser respeitados alguns itens indispensaveis como:

 Atendimento a todos os presos, com atitude de escuta, não


“escolhendo” com quem se vai trabalhar; pois são todos iguais perante a Deus, que
não faz acepção de pessoas;
 Não “cobrar” práticas religiosas dos presos como “pagamento” dos
trabalhos da Capelania Prisional;
 Preocupação com as famílias dos presos;
 Ter sempre presente que a nossa base de conduta diária assenta nos
ensinamentos transmitidos pela Palavra de Deus no Livro da Bíblia.
 Aconselhamento Espiritual e Pastoral;
 Intercessão, distribuição de Bíblias e Literatura Evangélica;
 Realização de reuniões; Cultos; Santa Ceia; preparo de Liderança;
 Cursos;
 EBD (Escola Bíblica Dominical);
 Intercessão e Guerra Espiritual;
 Batismos;
 Unção de Enfermos;
 Casamentos;
 Alfabetização;
 Atividades Recreativas;
 Atividades Musicais;
 Outros.

7.8 - O Capelão Prisional

É um ministro religioso, que leva uma nova vida ao ser humano e que esta autorizado a
prestar assistência religiosa e realizar cultos em hospitais, presídios, corporações militares,
escolas, conventos, universidades e outras organizações. E aquele que traz dentro de si o amor
e a compaixão, pelo ser humano em geral.

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O Capelão Prisional desenvolve todos os trabalhos que esta presença de Cristo vem a
exigir, bem como também incentiva e interessa outros setores da comunidade de fé e da
sociedade civil para o adequado encaminhamento da questão prisional.

A sua ação visa tornar presente hoje a prática de Jesus junto aos excluídos, pautada
como está pelos valores cristãos da experiência de Deus, fraternidade, defesa e promoção da
vida de todos, misericórdia, compaixão, solidariedade, justiça e a construção do Reino de
Deus.

Impulsionado pelo amor de Deus e aprendendo a prática de Jesus pela luz do


Evangelho, a Capelão Prisional é a presença de Cristo e de sua Igreja no mundo dos cárceres,
e ela desenvolve todos os trabalhos que esta presença de Cristo vem a exigir.

O Senhor Jesus está interessado em salvar não apenas os enfermos, mas igualmente os
presos. Vejamos porque devemos evangelizar nos presídios, e depois vejamos como nós
podemos fazer isso.

O ministério de Jesus consistia em proclamar libertação aos cativos (Luc 4:18).

O Senhor Jesus está identificado não apenas com os enfermos, mas também com os
presos. É por isso que Ele disse: "Estive na prisão, e fostes ver-me" (Mat 25:36).

Então os cristãos perguntarão: "Quando te vimos na prisão, e fomos visitar-te ?" E


então responderá Jesus: "Sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais
pequeninos, a mim o fizestes" (Mat 25:40).

Na Carta aos Hebreus, o escritor exorta aos seus leitores que se lembrem dos presos
como se estivessem presos (Heb 13:3).

Todas essas passagens bíblicas, tudo quanto falamos nos parágrafos acima, deve
motivar-nos a evangelizar os presos.

Há quem pense que tais textos bíblicos que tratam do cuidado que devemos ter para
com os presos diz respeito aos presos cristãos, que estão injustamente presos.

Mesmo que aceitemos tal hermenêutica, mesmo assim, devemos visitar os presídios
para evangelizar os ladrões e criminosos que porventura lá estejam, pois Jesus não veio para
os sãos e sim para os doentes, não veio para os justos, mas para os injustos, não veio para os
salvos, mas para buscar e salvar os perdidos (Luc 19:10; Mat 9:10-13).

Assim como há normas para visitação nos hospitais, assim também há normas para
visitar nos presídios. Os cristãos devem respeitar essas normas. Elas visam à boa ordem nos

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 41

presídios e à segurança de todos. Infringir tais regulamentos, sob o pretexto de que Deus nos
guarda e não permitirá que coisa alguma de mau aconteça é imprudência.

Devemos procurar saber, sobre quantas pessoas podem ir ao presídio, se pode levar
instrumentos, se pode cantar, se há um lugar para culto com todos os presos, quanto tempo
disponível para tal visita, se pode distribuir literatura, etc.

A evangelização nos presídios deve contar com literatura especial. A literatura usada na
evangelização nos hospitais não é a mesma a ser usada nos presídios. Há poucas exceções a
esta regra. Isto é, há poucos folhetos que podem ser usados nos dois ambientes distintos.

Também, devemos ter cuidados com os textos bíblicos a serem usados. Não se
recomenda pregar numa festa de aniversário no texto da morte de Lázaro. Devemos ter
cuidado para não apontar o dedo acusador. Não use a Bíblia ou Deus como uma arma ou um
juiz implacável contra os pecadores.

Lembre-se que nós todos somos pecadores. Não são pecadores apenas aqueles que estão
nos presídios.

A evangelização nos presídios requer muito cuidado e sabedoria do cristão. Pode


acontecer o fato de o preso procurar um visitante para dizer de sua inocência. É possível que o
preso lhe diga que está ali injustamente. É possível também ser isso verdade. Mas esse é um
caso para advogado, e Deus sabe de todas as coisas.

Não devemos esquecer de dizer ao preso que tanto nós quanto ele somos pecadores
diante de Deus e precisam do perdão de Jesus, da paz de Deus.

Em nossa fala nos presídios, procuramos sempre incluir-se entre os pecadores, entre os
que necessitam do amor de Deus.

Ao evangelizar nos presídios, o cristão deve ter como alvo levar a pessoa à conversão e
ao serviço a Deus, pelo poder do Espírito Santo, através da comunicação do evangelho.

Procuramos observar bem os regulamentos do presídio. Não devemos nos colocar na


posição de juiz nem de advogado dos presos. Somos um arauto de Deus. Estamos ali como
um pregador das boas-novas e compartilhamos o amor e o perdão de Deus para com os
homens.

Os presos devem ser alvo da atenção, presença e missão da Igreja, a qual se identifica
com eles e se coloca a serviço deles, como se Igreja fossem e como se presa estivesse.

Jesus estava sempre a serviço do Reino. Isto era a sua prática.

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 42

Convidou a todos a assumirem a causa dos pobres, que era, e é, a Vida, Solidariedade e
Partilha entre as pessoas, grupos e entidades de boa vontade que possam e queiram ajudar em
diferentes aspectos da questão prisional.

Com eles a Capelania Prisional faz uma rede de contatos e trabalhos comuns,
procurando sempre lutar pela maior justiça, cidadania e Vida do Pobre e Excluído, porque o
preso faz parte deste mesmo povo.

Reconhecemos que a população prisional é a que tem menos oportunidade de alcançar


uma condição de real mudança de vida, de recuperar seu status de cidadão normal com plenos
direitos civis e espirituais.

Nosso propósito é, na medida do possível, levar uma oportunidade real de esperança e


nova vida através do evangelho de Jesus Cristo.

Capelania Prisional tem por objetivo levar a mensagem redentora do Evangelho de


Jesus Cristo a indivíduos que, de tal maneira dominados pelo pecado, pagam por seus erros
atrás das grades de um presídio ou delegacia.

Neste sentido, como crentes em Jesus Cristo, objetivamos cooperar com o estado na
recuperação do encarcerado através do processo de evangelização e desenvolvimento
espiritual.

Sabendo que com os encarcerados estão presos seus familiares às mesmas agruras,
estendemos a ação da Capelania Prisional a esses, buscando sua redenção e desenvolvimento
espiritual.

Ao lado do processo de evangelização e desenvolvimento espiritual, visamos, dentro


das possibilidades, prover apoio as necessidades do encarcerado e de seus familiares.

Outro sim devem recordar as palavras de Hebreus 13:3 “Lembrai-vos dos encarcerados,
como se estivésseis encarcerados com eles, e dos maltratados, como sendo-o vós mesmos
também no corpo”. Bem como o ensino de Tiago 2:15-16 “Se um irmão ou uma irmã
estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em
paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que
proveito há nisso?”

8 - CAPELANIA CEMITERIAL

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Quando morre alguém esse acontecimento mesmo indesejado e doloroso, nos traz uma
grande oportunidade de fazer uma melhor reflexão:

 Como está nossa vida para com o Senhor o nosso Deus?


 Qual é a nossa real condição espiritual para enfrentar uma eternidade?
 Em se tratando de um momento delicado, sofrido e muitas vezes até
mesmo desesperador, os Capelães tem por objetivos levar aos familiares e amigos da
família uma palavra de consolo e conforto espiritual, mostrando aos presentes através
da palavra de Deus, que nem sempre a morte é o fim. E que o nosso Deus em Cristo
Jesus tem um propósito em tudo, conforme a sua Palavra; (Jo: 14. 2,3).

A Capelania com muita habilidade poderá realizar um excelente trabalho de


evangelização: levando apoio com orações e consolo, aos entes queridos, familiares e amigos
e convidados em geral, pois o Capelão estará levando uma palavra de compadecimento, e
conforto:

 Is 49:10 - Nunca terão fome nem sede; não os afligirá nem a calma nem
o sol; porque o que se compadece deles os guiará, e os conduzirá mansamente aos
mananciais das águas.
 Cl 2:2 - para que os seus corações sejam animados, estando unidos em
amor, e enriquecidos da plenitude do entendimento para o pleno conhecimento do
mistério de Deus - Cristo,
 I Tss 4:18 - Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.

O Conforto de Deus Pode enfrentar as adversidades da vida, com mais forças quando
nos entregamos ao Senhor Nosso Deus em Cristo Jesus e confiamos que Ele pode nos
proporcionar uma força Divina para vencer.

9 - CAPELANIA EMPRESARIAL

Este líder espiritual também é até hoje de grande valia nos hospitais e casas de saúde,
onde ele presta serviços de aconselhamento espiritual ao enfermo, confortando-o e animando-
o, bem como à família deste em situações de risco de morte.

Mas, por que as empresas brasileiras nunca utilizaram deste capelão para atender e
assistir seus funcionários, uma vez que mais de 80% da população brasileira se diz cristã,

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 44

professando sua fé em Deus e nas Escrituras Sagradas? (Pressupõe-se que este percentual seja
o mesmo nas empresas brasileiras.)

Muitos dos problemas dos funcionários são de origem espiritual e podem ser resolvidos
através de orientações pastorais, orações e aconselhamentos.

O elemento fundamental de uma empresa ainda é o insubstituível homem, dotado de


uma inteligência racional, de um coração sentimental e de uma alma ávida por sucesso e
esperança. Nele está todo o potencial e capacidade de trabalho produtivo e criativo, nele
repousa o fracasso ou sucesso que se expressam através de sua crença e de seus valores
espirituais, quer de uma maneira mais ou menos intensa, o homem se interage, diretamente ou
indiretamente, com este Ser Criador e Todo Poderoso, Deus.

Este projeto de Capelania Empresarial quer despertar a empresa para investir na fé do


homem, no coração dele. De que vale um avançado programa de redução de custos,
racionalização e automação industrial, da alta tecnologia administrativa se o elemento
humano, por mais tecnicamente preparado que esteja, estiver descrente, desencorajado,
abatido, inseguro e sem temor do mal e dos valores morais? Como evitar o vício, a
dependência química, o latrocínio e as desvirtualidades de um caráter pervertido e imoral?

Os psiquiatras e psicólogos estão atentos para este tipo de problemas, mas a grande
verdade é que existem problemas de ordem espiritual, que mexe com o coração, com a fé, que
somente um sacerdote experimentado pode auxiliar pessoas, levando-as ao crescimento e
maturidade espiritual, restaurando vidas pelos sábios princípios das Sagradas Escrituras.

9.1 - Problemas Empresariais e Soluções Bíblicas e


Espirituais

Parece estranho à primeira vista. Mas, a realidade é que a espiritualidade no local de


trabalho já está se tornando uma forte tendência. As empresas estão descobrindo que não
basta investir somente nos programas de redução de custos e treinamentos avançados para
seus empregados. É necessário investir também no “coração”, na alma deles. Um operário ao
chegar à empresa pode ir direto ao toalete, trocar de roupa, se equipar com os itens de
segurança, ler a ordem do dia, etc., mas, não pode trocar suas emoções ou mesmo alterar
instantaneamente seu estado de espírito.

Um executivo ao sair de sua casa não deixa para trás sua ansiedade, preocupação, e
mesmo seu stress e estado de pressão no qual vive imposto pelo cumprimento de metas e de
prazos diários. A bíblia ensina o equilíbrio do espírito, da alma e do corpo. Muitos ainda
ignoram estes antigos e divinos princípios, tratando o homem somente sobre o prisma
psicossomático, quando na verdade o homem é mais complexo do que isto, pois ele foi criado
como um ser pneuma-psicossomático.

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Gostaria a seguir de elucidar, enumerando alguns tópicos correlacionando a


espiritualidade com base no conhecimento da bíblia com os benefícios que ela pode trazer a
empresa.

Vários problemas humanos têm afetado diretamente as empresas, quer em termos de


desempenho, quer até mesmo em termos de resultados, metas, etc. Citemos alguns exemplos:

 Absenteísmo devido ao alcoolismo, drogas, e outros tipos de


dependências;
 Problema psicológico, chamado também de doenças da alma, tem
afetado o relacionamento interpessoal, comprometendo o trabalho em equipe e a
produtividade são vários, como: desmotivação, irritabilidade, insegurança,
sentimentos de rejeição, amargura e de baixa estima, complexos, introversão,
bloqueios psíquicos, insônia, impaciência, sentimento de vazio, desespero, desilusão,
solidão, desequilíbrio emocionais, etc.;
 Problemas psíquicos citados acima implicam quase sempre em doenças
para o corpo. Consequências: ausência ao trabalho, acidentes de trabalho, demissões
prematuras, etc.;
 Problemas decorrentes da baixa utilização da capacidade humana e
potencial, como falta de criatividade, falta de motivação, falta de fé, esperança,
perseverança, falta de maturidade para enfrentar situações difíceis e inesperadas, dor e
sofrimentos, etc.;
 Claro que existem outros inúmeros problemas entre o homem e a
empresa, como assédio sexual, comportamentos estranhos e perigosos, latrocínio, etc.;

Mas, onde entra aqui a espiritualidade? Muitos dos problemas acima são portas abertas
para males espirituais. O remédio para os problemas de causa espiritual está na oração, na
libertação e no ensino dos princípios bíblicos. Por exemplo, sabemos que pela fé no Filho de
Deus e por meio de orações e jejuns, indivíduos podem ser libertos de drogas, da amargura, da
falta de perdão, da prisão ao passado, de bloqueios psicológicos, etc.

Como as Sagradas Escrituras tratam da espiritualidade, da fé, do relacionamento do


homem com Seu Criador, indicando-lhe os princípios e leis divinas que o conduzirão a uma
vida de plenitude e crescimento espiritual, os problemas citados acima incorrerão bem menos
naquelas pessoas que optaram por levar uma vida de fé e prática, uma vez que a bíblia é livro,
sobretudo de conserto e restauração de vidas humanas.

9.2 - Alguns Conceitos no Contexto Bíblico Que Podem


Beneficar as Empresas

O homem é um ser espiritual

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O homem é, antes de tudo, um ser tremendamente espiritual. Ele é um ser pneuma-


psicossomático e tratá-lo fora desta realidade seria desastroso, pois esta espiritualidade só se
manifesta quando se conhece os atributos do Deus criador, se aproximando e interagindo com
Ele.

Creio que a barreira da religião está sendo quebrada aos poucos.

Hoje já não é tão vergonhoso abordar a fé no serviço. Muitas vezes o fiz entre colegas,
funcionários, e até mesmo, com os clientes e amigos da empresa e ajudei a muitos.

A fé

A conclusão é que há algo sobrenatural que pode nos ajudar. É necessário utilizar-se e
valer-se da fé. Não só em si mesmo, mas, sobretudo, em Deus, pois o homem tem suas
limitações naturais. A bíblia nos ensina que pela fé chamamos a existência daquilo que não
existe. A bíblia define a fé como o “...firme fundamento das coisas que se esperam e a prova
das coisas que não se vêem.” (Hebreus 11,1). Se o próprio Jesus disse que a palavra de fé
pode remover montanhas, imaginem se estes princípios fossem aplicados diariamente em
nossas vidas. Com certeza teríamos mais esperanças pelo amanhã.

Reconhecendo o erro e pedindo perdão

Atitudes como reconhecer o erro, pedir perdão com mudança de atitudes se aprendem
na bíblia. O Antigo Testamento, destacando os livros da “Torá” (o pentateuco), os livros da
sabedoria e os livros dos profetas, além do Evangelho de Jesus e das cartas paulinas são na
verdade muito mais do que um excelente e eficiente compêndio para uma vida de sucesso, de
qualidade, de equilíbrio e, até mesmo, para os que crêem, uma fonte de uma vida que é eterna.
Um indivíduo que não reconhece o erro, não se libertará dele. A falta de perdão entre colegas
gera conflitos, revanchismos, rixas e, conseqüentemente, grandes perdas para as empresas.

Imaginem rixas e inimizades em níveis mais alto como superintendência e diretoria?


Toda a empresa perde, pois os setores passarão a competir entre si, tornando obstáculo para o
objetivo comum da empresa: o lucro e a satisfação de seus clientes e fornecedores.

Líder e liderança

Um bom exemplo bíblico é o conceito de líder e liderança. Ele é bem contrário daquele
conceito grego-romano que todos nós aprendemos nas escolas, como por exemplo, líder é
aquele que sabe mais, o que se destaca mais, controla, domina, etc . ...”Antes, qualquer que
entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva.” Disse Jesus aos seus discípulos
(Mateus 20:26). Assim, o verdadeiro líder não impõe, nem domina e tão pouco controla os

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outros. Ele serve aos outros. Ele não precisa de seguidores, pois seu anseio é sempre formar
outro líder.

O líder nos padrões bíblicos pode ser comparado a um maestro de uma orquestra que
não necessariamente precisa saber tocar todos os instrumentos musicais. Ele conhece o
violonista e o respeita. Ele distingue o saxofonista e o trompetista. Ele valoriza o pianista e
destaca o baterista.

São todos instrumentos distintos e de diferentes materiais, formas, qualidades e de sons,


mas o maestro tem a capacidade de colocar todos juntos tocando harmoniosamente ao mesmo
tempo, numa rítmica perfeita e sintonia. Mas, ele sabe que nunca pode exigir que um baterista
toque violoncelo e que este saiba manejar uma clarineta. Ele respeita o som e a qualidade de
cada instrumento. Mas, consegue que todos estejam afinados na mesma melodia.

É realmente uma arte e a grande verdade é que o maestro não é a pessoa mais
importante da orquestra. Todos são importantes e precisam desempenhar bem seus papéis.
Mas, sem o maestro não há orquestra. Sem líder não há liderados.

Autoridade x Obediência

Outro bom exemplo bíblico são os conceitos de autoridade, submissão e


responsabilidade. A autoridade pode ser sempre absoluta, mas a obediência é relativa. Este
conceito, se bem explorado evita grandes tragédias numa empresa.

Desenvolvendo uma mente criadora (o potencial)

Se cremos que viemos de Um Criador, de Ser Onipotente, Onisciente e Onipresente, e


que podemos através da oração nos relacionarmos com Ele, então, nossa dimensão espiritual
será também grande e muito produtiva e rica. Pois, o conceito de pobreza é a ausência de
sonhos e idéias.

Quem não tem sonhos e idéia nada pode realizar e será considerado pobre, mesmo se tal
pessoa tiver uma grande fortuna guardada no banco. É necessário ser livre para criar. Uma
mente escravizada, presa, vazia, oprimida não pode criar, planejar, tão pouco sonhar e realizar
algo. Afinal dizia o apóstolo Paulo

“... Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e aquele que semeia em
abundância, em abundância também ceifará.” (2Corintios 9:6).

Os livros bíblicos nos ensinam que potencial sem trabalho é pobreza. Pelas Escrituras
sabemos que há uma grande maldição em muitos países, cujos cidadãos não gostam de
trabalhar. Querem aposentar-se cedo, e passam seus anos sonhando em só ganhar na loteria.

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Desempenhando uma boa administração

A Bíblia é riquíssima fonte de provérbios e princípios válidos e aplicados à


administração e à produtividade. Os conceitos de trabalho, de família, de moral, de
perseverança e de fé conduzem aquele que crê para uma posição privilegiada. Nem sempre
aquele que é rico é próspero e produtivo. Pode-se observar que nem todo país que possui um
rico solo e subsolo são os mais desenvolvidos e mais prósperos. Pelo contrário, são atrasados
e subdesenvolvidos. Onde está o problema? Com certeza no modo da organização e
administração.

A saúde para a alma e o corpo

Se um indivíduo vive uma vida de fé e prática na Palavra de Deus, ou seja, espiritual,


conseqüentemente, ele goza de bom estado de alma (vida mental e emocional). Seu corpo
passa a ser o termômetro de sua saúde espiritual. A bíblia afirma que aquele que ouve, guarda
e pratica os princípios da Palavra de Deus, terá saúde para o seu corpo. (Provérbios 4:20-22).

Um seguidor da doutrina bíblica conhece bem as chamadas “obras da carne”, a qual


trata com a bebedice e outras dependências e vícios. O absenteísmo devido ao alcoolismo, por
exemplo, é um fato trágico nas empresas. O uso de drogas também é algo preocupante. A
grande verdade que tenho vivido é que a Palavra de Deus liberta e torna o homem livre.

Poder de restauração da Palavra pela oração

O que mais me impressiona ainda é o poder da Palavra na bíblia. Há poder nessas


palavras. Não é só questão de uma simples fé nelas. O poder desta Palavra na restauração de
nossa alma, nosso caráter, nossos sentimentos e emoções é incrivelmente eficaz. O falar com
Deus é super importante, pois impartimos da sua natureza, recebendo dEle, seus frutos
espirituais, como: paz, alegria, amor, benignidade, paciência, mansidão, domínio próprio, etc.
Imaginem pessoas nas empresas imbuídas desses atributos de Deus! Seria algo impossível?
Ilusão? Ou de possível realização?

Ensina-nos a enfrentar forças opositoras e inimigas

A bíblia nos ensina a relacionarmos com nossos inimigos, concedendo-nos uma posição
de vantagem sobre eles. Quanto aos inimigos espirituais, assim denominados, as estratégias
são outras, valendo-se até de jejuns e orações.

São mais de 8.000 promessas ou bênçãos existentes na bíblia que podem ser explorados
e difundidos

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 49

Os estudiosos da bíblia afirmam que nela contém mais de 8.000 promessas, também
chamadas de bênçãos ou heranças espirituais que o próprio Deus de Israel nos ensina, nem
somos capazes de imaginar o tamanho de benefícios que um cidadão ganha. Prosperidade,
alegria, paz, domínio e controle de situações difíceis, salvação e eternidade, etc. são apenas
alguns exemplos.

Um indivíduo que volta para uma vida espiritual só tem a ganhar. Aliás, todos ganham.
Pois, não podemos nos esquecer que um indivíduo não vive isolado. Assim, a família ganha,
os vizinhos ganham, a comunidade local ganha, a sociedade ganha e, claro, as empresas
ganham.

Não será esta hora oportuna, no momento de crises e de dificuldades por todos os lados,
valer-nos da fé, da oração e da espiritualidade? Ou ficaremos naquela de sentir vergonha por
aquilo que se crê, sendo que o crer em Deus é natural e normal do homem.

Será que seria incômodo e desconcertante se as empresas permitissem que seus


empregados reunissem nos intervalos de almoço ou mesmo antes ou após do expediente para
orarem juntos e compartilhar da Palavra de Deus?

Será a hora de abandonar este tabu da religião e deixar livres aqueles que crêem e que
podem abençoar a si mesmo, os colegas e a empresa?

A propósito, abençoar no Antigo Testamento que dizer “...conceder poder e autoridade


a alguém para alcançar sucesso, prosperidade, fecundidade, longevidade, etc.

Eu creio que quando as empresas, entidades, autarquias, universidades descobrirem a


eficácia e os bons resultados que um sistema de capelania pode trazer a curto prazo, elas irão
investir neste sistema.

10 - CAPELANIA ESPORTIVA

É um ministério que visa levar os valores do evangelho aos atletas onde estão inseridos.
“Todo Atleta em tudo se domina; aqueles para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a
incorruptível”. (I coríntios 9:25).

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10.1 - Objetivos da Capelania Esportiva

Neste versículo, o Apóstolo Paulo trata, obviamente, de nossas vidas espirituais.


Devemos correr de tal maneira que GANHEMOS.

Tanto na linha de chegada e durante os exercícios da vida, nosso alvo de vida é


glorificar a Deus, competir de acordo com as Suas regras, para então tomarmo-nos ”
Vencedores aos Seus Olhos”.

É esse o objetivo da capelania esportiva, levar os atletas compreenderem que além de se


prepararem bem para as competições que estão inseridos, devem também se prepararem para
a corrida da vida eterna, almejando uma recompensa incorruptível.

Existem varias modalidades de esportes, existem os esportes “eletizados”, que são


praticados por uma classe social alta, sendo que seus competidores são pessoas que vem de
uma boa educação, formação familiar, vida financeira estável e uma boa cultura.

Nesse contexto se encontram – automobilismo em diversas categorias, tênis, natação,


esgrima, etc. Existem também os esportes “populares”, que são praticados em maior
proporção pela classe social mais baixa, carentes, muitas vezes os seus competidores não
receberam uma boa educação, falta formação de valores familiar, vida financeira instável.

10.2 - As Necessidades

Nos dois níveis sociais, existem carências que só Jesus Cristo pode preencher. Dos dois
lados opera o orgulho, prepotência, egoísmo, falsa segurança, máscaras, dependências, vícios,
prostituição, falsos valores, idolatria, apego a fama.

Eles são preparados por profissionais, técnicos, psicólogos, nutricionistas, são


acompanhados pela mídia, patrocinadores, fãs, mas, não são acompanhados pelos valores do
evangelho de Jesus Cristo.

Tem tudo mais não tem nada! E quando passam da idade, muitos se tornam alcoólatras,
sozinhos, pobres, sem os holofotes da fama, deprimidos e tristes.

10.3 - Atuação do Capelão

O capelão precisa se preparar para evangelizar o atleta – conhecer como funciona o


meio esportivo, a linguagem, a postura, os atletas, suas necessidades, etc.

Procurar a direção dos clubes e apresentar suas credenciais, capacidade, motivações, e


oferecer os seus serviços de capelania voluntária para seus atletas, de forma inteligente e não
religiosa ou denominacional.

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TREINAMENTO DE CAPELANIA - 51

Uma vez inserido dentro do clube, levar através de conversa, panfletos, quadro de
aviso, ao conhecimento dos atletas, diretoria e funcionários, a existência do serviço de
capelania com local, e horário definido.

11 - CAPELANIA MISSIONÁRIA

A primeira palavra da ordem missionária de Jesus é "Ide". Esta palavra é um verbo no


modo imperativo, exigindo uma ação decisiva. Apesar disto, muitas vezes o trabalho de
evangelização não vai além de projetos e planejamentos. Ainda se repete em nossos dias
aquilo que Débora, no seu cântico de louvor a Deus, depois da vitória sobre os reis de Canaã,
falou sobre a tribo de Rubem, ela disse: "Nas correntes de Rubem foram grandes as
resoluções do coração... porque ficaste tu entre os currais?... nas divisões de Rubem não fez
como a tribo de Zebulon, que expôs a sua vida a morte" (Jz 5.18). Ela ficou no meio dos
currais, com grandes planos e projetos. Jesus não convidou os discípulos para somente
fazerem planos e projetos. Ele os mandou ir ao campo, que é o mundo. E para quê?

 "Ensinando as nações". A palavra "ensinando" aqui escrita vem da


palavra grega "matheteuo" que significa: "fazer discípulos". Nesse sentido ele só
aparece aqui e em Atos 14.21. Jesus disse: "Ide por todo o mundo e pregai o
evangelho que os homens serão transformados em discípulos" Mc 16.15. Em Rm 1.16
vimos que a palavra da cruz ainda tem poder.
 "Batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo". Como
se vê, o batismo em águas faz parte da ordem missionária de Jesus. Os salvos devem,
pelo batismo, unir-se à Igreja. Os apóstolos praticavam esta ordem; deste modo foram
batizados os que de bom grado receberam a sua palavra, e naquele dia agregaram-se
quase três mil almas. Atos 2.41.
 "Ensinado-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado". A
palavra grega usada aqui para "ensinando" é "disdasko" e significa: "Instrução",
ensinar aos crentes é uma ordem de Jesus. E isto nos mostra a grande importância do
ensino, da qual depende a consolidação da vida espiritual da igreja. Existe um
ministério especial no tocante ao ensino. Atos 4.11; mas, todos os que evangelizam
devem dar também a sua cooperação neste sentido, como fez o casal: Áquila e
Priscila. Atos 18.26.

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12 - CAPELANIA SOCIAL

Deus em toda a Sua Palavra deu ênfase especial ao amor. Desde o Velho Testamento
Ele deixou leis e mandamentos sobre a prática desde amor destacando alguns segmentos
marginalizados como: pobre, necessitado, viúva, órfão e o estrangeiro.

Na Bíblia, encontramos 16 versos enfatizando as boas obras, 116 falam da prática do


bem.

 Êxodo 22:22 – A nenhuma viúva nem órfão afligires.


 Êxodo 23:6 – Não perverterás o direito do teu pobre na sua demanda.
 Levitico 19:15 – Não farás injustiça no juízo; não farás acepção da
pessoa do pobre, nem honrarás o poderoso; mas com justiça julgarás o teu próximo.
 Levitico 23:22 – Quando fizeres a sega da tua terra, não segarás
totalmente os cantos do teu campo, nem colherás as espigas caídas da tua sega; para o
pobre e para o estrangeiro as deixará. Eu sou o Senhor vosso Deus.

12.1 - Visão e Objetivos da Capelania Social

“Jesus Cristo nos recomenda conforme as suas palavras: Assim resplandeça a vossa luz
diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem ao Vosso Pai, que esta
nos céus” (Mt 5.16). Nesse sentido percebe-se que a capelania tem apresentado efeitos
positivos no processo de humanização, e de difusão da qualidade de vida através de prática de
solidariedade.

Observa-se não existir outro caminho para que a espiritualidade e a religiosidade em


sociedade se comuniquem para oferecer amparo, acolhimento e amor às pessoas no seu
momento de crise.

A capelania contribui para o processo de socialização do paciente, oferecendo


oportunidades de realização de atividades coletivas livremente e da interação com relação à
espiritualidade religiosidade, abre-lhes oportunidades de conhecer aspectos da religião do
outro que podem trazer benefício a qualquer um.

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