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Pedagoga explica benefícios, formas de inserir em sua rotina e dicas sobre a contação de histórias
Repórter: Para darmos início, nos conte um pouco sobre sua trajetória na pedagogia,
trabalhos com a educação infantil até chegar ao estudo sobre a importância da
contação de histórias?
Alice: Trabalho desde muito nova, mas não encontrava aquilo que me fizesse brilhar os olhos.
Já fui operadora de caixa, tentei alguns empreendimentos, porém, não me completavam
profissionalmente. Anos depois, decidi me matricular na faculdade de pedagogia, com grande
dificuldade para pagar cada uma das mensalidades e, como trabalho de conclusão do curso,
comecei os estudos sobre a contação de histórias para a educação infantil, me realizando
como profissional. Atualmente, além de professora, desenvolvo projetos sobre o tema.
Alice: Está é uma diferença muito discreta, mas quando analisada com cuidado conseguimos
concluir que a leitura é fria, direta e objetiva para compreendermos aquilo
que está no texto com exatidão, por outro lado, quando contamos uma
história, trabalhamos com o lúdico de quem está ouvindo. Ou seja, com
fantasias, expressões, emoções, movimentos corporais, conseguimos
construir todo um imaginário cinestésico em nosso ouvinte.
R: É possível dizer que a contação de histórias não é somente uma forma de entreter
as crianças? Por quê?
Alice: Sem dúvidas! Como disse anteriormente, ao contar uma história, estamos
trabalhando no lúdico de cada um e isso nos proporciona não somente
entretenimento consciente, mas diversos benefícios físicos, psicológicos,
a curto, médio e longo prazo. Me arrisco a dizer que em uma lista de
benefícios, o entretenimento ficaria quase que em último lugar.
R: Falando sobre benefícios, quais são os maiores que contação de histórias pode
proporcionar para a educação infantil?
Alice: Não há dúvidas de que a atividade é bastante animada, divertida e prazerosa e que
transforma o espaço da sala de aula. No entanto, o âmbito educativo também deve ser
ressaltado, uma vez que favorece o desenvolvimento cognitivo, físico e socioemocional das
crianças, além da transmissão cultural por meio da oralidade, associação de vivências, ou
seja, as crianças encontram recursos para lidar com situações, conflitos e emoções, incentivo
à leitura e estímulo a expressão.
R: Qual a melhor forma de contar essas histórias para as crianças tendo em vista os
benefícios citados?
Alice: Para isso é muito importante escolher um local calmo e adequado. Quando realizo
isso em salas de aula, procuro colocar colchonetes no chão para deixar o ambiente o mais
relax possível, sempre com histórias adequadas a faixa etária, fácil entendimento e
percebendo sempre o que interessa aquela turma. Por exemplo, uma vez eu estava com uma
turma e percebia que histórias com animais e romances não os agradavam, sempre dormiam,
até o momento em que comecei a levar histórias de aventuras. A sala virava uma festa!
R: E para inserir essa prática em escolas públicas, particulares ou até mesmo em casa
qual seria a forma ideal?
Alice: Olha, para isso, eu indico começar a construir um banco de histórias, para que se tenha
em mãos várias opções disponíveis para escolher de acordo com o seu público. Depois
separar um dia na semana para fazer a leitura de algumas páginas e sempre fazer uma pausa
dramática para deixamos animados com a continuação na semana seguinte.
Minha indicação é sempre começar com os livros da coleção da Maria José Dupré, como “A
Mina de Ouro”, são histórias empolgantes, fascinantes e deixam todos com uma expectativa
boa.
R: Para finalizar, como pais, professores e pedagogos podem trabalhar isso e inserir
em seu dia-dia?
Alice: Acredito que a melhor maneira é se iniciar desde a gravidez. Parece complicado e até
um pouco sem noção, mas cria ritmo, vira rotina e quando você percebe, se torna tão natural
quanto almoçar, jantar e tomar café da manhã. Em escolas, sempre indico projetos, aulas
específicas como disse anteriormente e metodologias que permitam esta relação criança e
contação de histórias.
Portanto, esta é uma didática simples, fácil e objetiva que, quando aplicada ainda na
educação infantil, permite diversos benefícios na vida de sua criança.