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DIREITO DO CONSUMIDOR 1

1 - Do Código de Defesa do Consumidor. Dos direitos do consumidor. Das disposições gerais. Dos direitos
básicos do consumidor. 2 - Da qualidade de produtos e serviços. Da preservação e da reparação de
danos (da proteção à saúde e segurança). 3 - Da responsabilidade pelo fato do produto e do serviço. Da
responsabilidade por vício do produto e do serviço.

• Súmula 602, STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável aos empreendimentos habitacionais pro-
movidos pelas sociedades cooperativas. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 22.2.2018, DJe 26.2.2018. #TÁCAINDO
#TÁCAINDOMUITO

• Súmula 608, STJ: Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo os
administrados por entidades de autogestão.

Alguns princípios que regem a política consumerista:

• O reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;

• Ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor;

• Harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da pro-
teção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a
viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica, sempre com base na boa-fé e equilíbrio
nas relações entre consumidores e fornecedores;

• Educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com
vistas à melhoria do mercado de consumo;

• Incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de


produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo;

• Coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a


concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes co-
merciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores;

• Racionalização e melhoria dos serviços públicos;

• Estudo constante das modificações do mercado de consumo.

ÎÎConsumidor

O consumidor possui a condição de vulnerável, possuindo vulnerabilidade técnica, jurídica, fática e informa-
cional.

1 Conforme previsão do edital, o material foi atualizado considerando toda a legislação em vigor na data de sua publicação.

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Vulnerabilidade  O comprador não possui conhecimentos específicos sobre o produto ou serviço,


TÉCNICA: podendo, portanto, ser mais facilmente iludido no momento da contratação.
Vulnerabilidade  Falta de conhecimentos jurídicos ou de outros pertinentes à relação, como
JURÍDICA: contabilidade, matemática financeira e economia.
 É a vulnerabilidade real diante do parceiro contratual, seja em decorrência do grande
Vulnerabilidade poderio econômico deste último, seja pela sua posição de monopólio, ou em razão
FÁTICA: da essencialidade do serviço que presta, impondo, numa relação contratual, uma
posição de superioridade.
 Que decorre da vulnerabilidade técnica, mas que deve ser tratada de forma autônoma,
por força da dinâmica que as relações de consumo têm diante da era digital, onde
Vulnerabilidade o acesso à informação foi ampliado de forma a ser determinante para a decisão
INFORMACIONAL: de compra do consumidor, assim, a proteção a vulnerabilidade informacional do
consumidor pressupõe o controle da qualidade da informação transmitida pelos
fornecedores (e não a sua quantidade).

Existem algumas teorias/correntes doutrinárias que procuram explicar o conceito de consumidor:

 Para esta corrente, o consumidor é todo aquele sujeito que adquire produto ou
serviço como destinatário final, sob o ponto de vista fático. Basta que ele seja o
último destinatário do produto ou serviço, para que seja considerado consumidor.
Corrente
 Uma loja que compra aparelhos de ar-condicionado para instalação em seu
Maximalista:
estabelecimento é considerada consumidora, por ser a destinatária final do produto,
sob o ponto de vista fático, assim como uma loja que adquire papel e caneta para
utilização de seus vendedores no atendimento de clientes, etc.

 Consumidor é aquele que adquire produto/serviço como destinatário fático e


econômico. Não basta que o adquirente seja destinatário final do ponto de vista
fático (ou seja, não basta que o bem/serviço não venha a servir a terceiros, depois
dele), sendo necessário que esse produto/serviço não integre a cadeia produtiva de
outro serviço/produto.
Corrente Finalista:
 Imaginemos uma loja que compra aparelhos de ar-condicionado para instalação em
seu estabelecimento. Nesse caso, os aparelhos de ar-condicionado foram adquiridos
para refrigerar uma loja, servindo a outra atividade econômica, assim como os
utensílios e objetos adquiridos para utilização, em serviço, dos funcionários de uma
loja.

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 Segundo essa corrente, o sujeito, além de ser o destinatário do ponto de vista fático,
deve ser vulnerável - alguns julgados exigem que seja, também, hipossuficiente.
 Por exemplo, imagine uma mulher que compra farinha, ovos, etc. para fazer bolinhos
Corrente/Teoria - e vender na rua. Essa mulher é vulnerável frente ao supermercado. Por outro lado,
Finalista Mitigada, a costureira é vulnerável frente ao fabricante da máquina de costura; o taxista é
Aprofundada ou vulnerável frente ao fabricante do veículo que ele utiliza para levar os passageiros, etc.
Teleológica.  Assim, essa teoria defende a aplicação do CDC a essas relações jurídicas, enquadrando-
as como relações de consumo, pois, apesar de não ser destinatário final do ponto de
vista econômico, cada um deles figura como destinatário final do ponto de vista fático
e são vulneráveis frente ao fornecedor do produto/serviço.

• Teoria que prevalece na doutrina e jurisprudência: FINALISTA.

• Teoria aplicada quando o adquirente do produto for também vulnerável perante o consumidor: FINALISTA
MITIGADA/APROFUNDADA.

• Em alguns julgados, para a aplicação dessa teoria, além da vulnerabilidade, requer-se a comprovação de ser
o suposto consumidor hipossuficiente, seja de ordem técnica, econômica, fática, etc.

ÎÎFornecedor:

Art. 3° FORNECEDOR É toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os
entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação,
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.

Importante característica dos fornecedores é que eles desenvolvem a atividade com habitualidade.

FORNECEDOR REAL FORNECEDOR APARENTE FORNECEDOR PRESUMIDO

- FABRICANTE - DETENTOR DO NOME, MARCA - IMPORTADOR


- PRODUTOR OU SIGNO APOSTO NO PRODUTO - COMERCIANTE DE PRODUTO
- CONSTRUTOR FINAL ANÔNIMO

à Elementos objetivos:

Art. 3º, §1° PRODUTO É qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.

Exemplo de produto imaterial: programa de computador.

§2° SERVIÇO É qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de
natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

Para haver serviço deve haver remuneração. Atenção para as remunerações indiretas, ex.: estacionamentos gratuitos
em farmácias.

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à FATO x VÍCIO:

FATO (ACIDENTE DE CONSUMO) VÍCIO


A utilização do produto ou serviço pode gerar acidentes Os produtos ou serviços não correspondem às
de consumo. expectativas geradas pelo consumidor.
O prejuízo é extrínseco: não há uma limitação da
O prejuízo é intrínseco: o bem só está em
inadequação do produto em si, mas uma inadequação
desconformidade com o fim a que se destina.
que gera danos além do produto.
Ex.: curto-circuito no aparelho de som, que pega fogo. Ex.: a caixa de um aparelho de som não funciona.
Garantia da incolumidade físico-psíquica do Garantia da incolumidade econômica do
consumidor, protegendo sua SAÚDE E SEGURANÇA. consumidor.
O produto tem um DEFEITO, que é um vício acrescido
O produto tem um VÍCIO que o torna inadequado.
de um problema extra: gera um dano ao consumidor.

à FORTUITO INTERNO x FORTUITO EXTERNO

O fortuito é uma causa excludente de responsabilidade por quebra de nexo causal entre a conduta e o dano.
Contudo, a doutrina e a jurisrudência afirmam que apenas o fortuito externo é capaz de exluir a responsabildiade
civil, conforme tabela abaixo :

FORTUITO INTERNO FORTUITO EXTERNO

É fato imprevisível e inevitável, que se liga à organização É fato imprevisível e inevitável, mas estranho à
da empresa, relacionando-se com os RISCOS DA organização do negócio, não guardando NENHUMA
ATIVIDADE DESENVOLVIDA PELO FORNECEDOR. LIGAÇÃO COM A ATIVIDADE DO FORNECEDOR.
NÃO EXCLUI A RESPONSABILIDADE! EXCLUI A RESPONSABILIDADE!

4 - Da decadência e da prescrição.

à PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

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FATO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO


VÍCIO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO (DEFEITO)
(ACIDENTE DE CONSUMO)

Prazo DECADENCIAL.
Produto ou serviço não durávelà30 DIAS.
Produto ou serviço durávelà90 DIAS.
Início da contagemàENTREGA EFETIVA DO
Prazo PRESCRICIONAL de 5 ANOS, iniciando-se sua PRODUTO OU DO TÉRMINO DA EXECUÇÃO DOS
contagem a partir do CONHECIMENTO DO DANO E SERVIÇOS.
DE SUA AUTORIA. Nos vícios ocultos, a contagem inicia-se no
Art. 27 do CDC: prescreve em 5 anos a pretensão à MOMENTO EM QUE FICAR EVIDENCIADO O
reparação pelos danos causados por fato do produto DEFEITO.
ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, Obstam a decadência:
iniciando-se a contagem do prazo a partir do I - A reclamação comprovadamente formulada pelo
conhecimento do dano e de sua autoria. consumidor perante o fornecedor de produtos e
serviços até a resposta negativa correspondente, que
deve ser transmitida de forma inequívoca;
III - A instauração de inquérito civil, até seu
encerramento.

5 - Da desconsideração da personalidade jurídica.

à DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

• O artigo 28 do CDC foi o primeiro dispositivo legal no país a tratar da desconsideração da personalidade
jurídica, adotando a teoria menor da responsabilidade (basta haver a insolvência). Na responsabilidade am-
biental também é aplicada a teoria menor.

• Artigo 50 do Código Civil (recentemente alterado) adota a teoria maior e não se aplica para as relações de
consumo.

Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor,
houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato
social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou
inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.

§1° (Vetado).

§2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis
pelas obrigações decorrentes deste código.

§3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.

§4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.

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§5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obs-
táculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.

Integrantes dos Grupos Societários e Controladas Responsabilidade SUBSIDIÁRIA


Consorciadas Responsabilidade SOLIDÁRIA
Coligadas Só respondem por CULPA

#OLHAOMACETE :

a) integrantes de grUpos societários e controladas – responsabilidade sUbsidiária;

b) conSOrciadas – responsabilidade SOlidária;

c) COligadas – só respondem por CUlpa.

6 - Das práticas comerciais (das disposições gerais). Da oferta. Da publicidade. Das práticas abusivas. Da
cobrança de dívidas. 7 - Da proteção contratual: disposições gerais. Das cláusulas abusivas. Dos contratos
de adesão.

àSituações de práticas abusivas (rol exemplificativo no CDC):

- a venda casada;

- a estipulação de limites quantitativos máximos e mínimos para consumo;

- a seleção dos consumidores pelo comerciante;

- a entrega de produtos sem solicitação;

- a conduta de se aproveitar da vulnerabilidade do consumidor;

- a exigência de vantagem manifestamente excessiva;

- a execução de serviços sem orçamento prévio e sem a autorização do contratante;

-a conduta de colocar produtos no mercado em desacordo com as normas de consumo;

-a recusa em receber por cartão de debito ou dinheiro;

-o aumento, sem causa, do valor do bem;

-a falta de previsão de prazo para cumprir a obrigação;

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- a cobrança vexatória, enganosa ou incorreta,

#OLHAASUMULA – Súmula 532 STJ – Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia
e expressa solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de multa ad-
ministrativa.

àO direito à informação abrange tanto o conteúdo do produto como a sua utilização, o seu preço, e as advertên-
cias sobre o seu uso.

PUBLICIDADE ENGANOSA PUBLICIDADE ABUSIVA

Qualquer modalidade de informação ou comunicação


de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa,
ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, É abusiva, dentre outras, a PUBLICIDADE
capaz de induzir em erro o consumidor a respeito DISCRIMINATÓRIA DE QUALQUER NATUREZA, a que
da natureza, características, qualidade, quantidade, incite à violência, explore o medo ou a superstição, se
propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados aproveite da deficiência de julgamento e experiência
sobre produtos e serviços. A publicidade é enganosa da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja
por OMISSÃO quando deixar de informar sobre DADO capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma
ESSENCIAL do produto ou serviço. prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
Todas as informações passadas ao consumidor devem
ser verdadeiras.

• As informações devem ser de identificação fácil e imediata.

• As informações vinculam o ofertante.

• As informações NÃO PODEM SER ilícitas (enganosas, quando falsas; ou abusivas, se discriminatória ou incite
à violência e ao medo).

• As informações sobre o produto/serviço garantem a transparência e geram o direito à contrapropaganda.

• A responsabilidade do fornecedor em relação à publicidade dos produtos é objetiva, o que não abrange as
empresas de publicidade contratadas para criar as informações.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #DIZERODIREITO:

Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor - CDC ao contrato de transporte de mercadorias vinculado a
contrato de compra e venda de insumos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.442.674- PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
julgado em 7/3/2017 (Info 600).

Indivíduo que contrata serviço de corretagem de valores e títulos mobiliários é considerado consumidor. STJ. 3ª
Turma. REsp 1.599.535-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 14/3/2017 (Info 600).

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É legítima a cobrança, pelas instituições financeiras, de tarifas relativas a saques quando estes excederem o quan-
titativo de quatro realizações por mês. STJ. 3ª Turma. REsp 1.348.154-DF,Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado
em 13/12/2016 (Info 596).

É válida a prática de loja que permite a troca direta do produto viciado se feita em até 3 dias da compra. STJ. 3ª
Turma. REsp 1.459.555-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em14/2/2017 (Info 598).

O fornecimento de bem durável ao seu destinatário final, por removê-lo do mercado de consumo, põe termo
à cadeia de seus fornecedores originais. A posterior revenda desse mesmo bem por seu adquirente constitui
nova relação jurídica obrigacional com o eventual comprador. Assim, os eventuais prejuízos decorrentes dessa
segunda relação não podem ser cobrados do fornecedor original. Não se pode estender ao integrante daquela
primeira cadeia de fornecimento a responsabilidade solidária de que trata o art. 18 do CDC por eventuais vícios
que o adquirente da segunda relação jurídica venha a detectar no produto. STJ. 3ª Turma. REsp 1.517.800-PE, Rel.
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 2/5/2017 (Info 603)

Para a responsabilização do fornecedor por acidente do produto não basta ficar evidenciado que os danos
foram causados pelo medicamento. O defeito do produto deve apresentar-se, concretamente, como sendo
o causador do dano experimentado pelo consumidor. Em se tratando de produto de periculosidade inerente
(medicamento com contraindicações), cujos riscos são normais à sua natureza e previsíveis, eventual dano por
ele causado ao consumidor não enseja a responsabilização do fornecedor. Isso porque, neste caso, não se pode
dizer que o produto é defeituoso. STJ. 3ª Turma. REsp 1.599.405-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
4/4/2017 (Info 603).

A liberdade de escolha do consumidor, direito básico previsto no inciso II do art. 6º do CDC, depende da correta,
fidedigna e satisfatória informação sobre os produtos e os serviços colocados no mercado de consumo. (REsp
1.144.840⁄SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/3/2012).
Se o produto que o consumidor comprou apresenta um vício, ele tem o direito de ter esse vício sanado no prazo
de 30 dias (art. 18, § 1º do CDC). Para tanto, o consumidor pode escolher para quem levará o produto a fim de
ser consertado:
a) para o comerciante;
b) para a assistência técnica ou
c) para o fabricante.
Em outras palavras, cabe ao consumidor a escolha para exercer seu direito de ter sanado o vício do produto em
30 dias: levar o produto ao comerciante, à assistência técnica ou diretamente ao fabricante. STJ. 3ª Turma. REsp
1.634.851-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/09/2017 (Info 619).

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#SELIGANASÚMULA

Súmula 479 STJ- As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno
relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.
Súmula 532 STJ- Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e expressa solici-
tação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de multa administrativa.

Súmula 381 - Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas. 

Súmula 602 STJ- O Código de Defesa do Consumidor é aplicável aos empreendimentos habitacionais promovi-
dos pelas sociedades cooperativas.

Súmula 297 STJ- O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras. 

Súmula 563 STJ- O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência comple-
mentar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas. 

Súmula 543 STJ- Na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e venda de imóvel submetido
ao Código de Defesa do Consumidor, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas pelo promitente
comprador - integralmente, em caso de culpa exclusiva do promitente vendedor/construtor, ou parcialmente,
caso tenha sido o comprador quem deu causa ao desfazimento.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #DIZERODIREITO:

O transporte aéreo é serviço essencial e pressupõe continuidade. Considera-se prática abusiva o cancelamento de
voos sem razões técnicas ou de segurança inequívocas. Também é prática abusiva o descumprimento do dever
de informar o consumidor, por escrito e justificadamente, quando tais cancelamentos vierem a ocorrer. Nas ações
coletivas ou individuais, a agência reguladora não integra o feito em litisconsórcio passivo quando se discute a re-
lação de consumo entre concessionária e consumidores, e não a regulamentação emanada do ente regulador. STJ.
2ª Turma. REsp 1.469.087-AC, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 18/8/2016 (Info 593).

O valor do empréstimo que o consumidor não conseguiu obter pelo fato de seu nome ter sido indevidamente
negativado não pode servir como parâmetro para a fixação da indenização. STJ. 3ª Turma. REsp 1.369.039-RS,
Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 4/4/2017 (Info 602).

É passível de gerar responsabilização civil a atuação do órgão mantenedor de cadastro de proteção ao crédito
que, a despeito da prévia comunicação do consumidor solicitando que futuras notificações fossem remetidas ao
endereço por ele indicado, envia a notificação de inscrição para endereço diverso. STJ. 3ª Turma. REsp 1.620.394-
SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 15/12/2016 (Info 597).

É abusiva a prática comercial consistente no cancelamento unilateral e automático de um dos trechos da pas-

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sagem aérea, sob a justificativa de não ter o passageiro se apresentado para embarque no voo antecedente. STJ.
4ª Turma. REsp 1.595.731-RO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 14/11/2017 (Info 618).

A alteração substancial e unilateral do contrato firmado de transporte aéreo para terrestre impede a utilização
da excludente de fortuito externo para eximir a empresa de transporte aéreo da responsabilidade civil por danos
causados por roubo ao ônibus. STJ. 3ª Turma. REsp 1728068-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
05/06/2018 (Info 627).

A concessionária de transporte ferroviário pode responder por dano moral sofrido por passageira, vítima de
assédio sexual, praticado por outro usuário no interior do trem. STJ. 1ª Turma. REsp 1662551-SP, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 15/05/2018 (Info 628).

O atraso na entrega do imóvel enseja pagamento de indenização por lucros cessantes durante o período de
mora do promitente vendedor, sendo presumido o prejuízo do promitente comprador. Os lucros cessantes serão
devidos ainda que não fique demonstrado que o promitente comprador tinha finalidade negocial na transação.
STJ. 2ª Seção. EREsp 1341138-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 09/05/2018 (Info 626).

Em caso de recusa indevida de cobertura de tratamento de saúde, o plano deverá ser condenado ao pagamento
de indenização por danos morais considerando que essa conduta agrava a situação física e psicológica do ben-
eficiário. Assim, é pacífica a jurisprudência do STJ no sentido de reconhecer a existência do dano moral nas hipó-
teses de recusa injustificada pela operadora de plano de saúde, em autorizar tratamento a que estivesse legal ou
contratualmente obrigada, por configurar comportamento abusivo. STJ. 3ª Turma. AgInt no AREsp 1168502/CE,
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 06/03/2018. STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1207934/RJ, Rel. Min. Luis
Felipe Salomão, julgado em 22/03/2018.

É abusiva a cláusula que exclua da cobertura órteses, próteses e materiais diretamente ligados ao procedimento
cirúrgico a que se submete o consumidor. STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1074241/MG, Rel. Min. Antonio Carlos
Ferreira, julgado em 27/06/2017. Vale ressaltar, no entanto, que não é abusiva a cláusula contratual de plano de
saúde coletivo que estabelece a cobrança de coparticipação do usuário para órteses, próteses e materiais espe-
ciais indispensáveis a procedimento cirúrgico: A operadora está obrigada ao fornecimento de próteses, órteses
e seus acessórios ligados ao ato cirúrgico (art. 10, VII, da Lei 9.656/98). Todavia, esta obrigação de fornecimento
não implica dizer que o respectivo pagamento seja suportado exclusivamente pela operadora, pois é da própria
essência da coparticipação servir como fator moderador na utilização dos serviços de assistência médica e hos-
pitalar. A conduta da operadora, na hipótese dos autos, de cobrar 20% dos materiais cirúrgicos tem respaldo no
art. 16, VII, da LPS e não implica em restrição exagerada ao consumidor. STJ. 3ª Turma. REsp 1671827/RS, Rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 13/03/2018.

O plano de saúde pode estabelecer as doenças que terão cobertura, mas não o tipo de tratamento utilizado,
sendo abusiva a negativa de cobertura do procedimento, tratamento, medicamento ou material considerado

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essencial para sua realização de acordo com o proposto pelo médico. STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1181628/SP,
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 06/03/2018. Vale ressaltar que, em caso de recusa indevida à cobertura
médica, cabe o pagamento de reparação a título de dano moral, uma vez que agrava a situação de aflição psi-
cológica e de angústia no espírito do segurado, já combalido pela própria doença. STJ. 4ª Turma. AgInt no REsp
1619259/GO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 06/03/2018.

O reajuste de mensalidade de plano de saúde individual ou familiar fundado na mudança de faixa etária do ben-
eficiário é válido desde que (i) haja previsão contratual, (ii) sejam observadas as normas expedidas pelos órgãos
governamentais reguladores e (iii) não sejam aplicados percentuais desarrazoados ou aleatórios que, concreta-
mente e sem base atuarial idônea, onerem excessivamente o consumidor ou discriminem o idoso. STJ. 2ª Seção.
REsp 1568244/RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 14/12/2016 (recurso repetitivo). STJ. 4ª Turma.
AgInt no AREsp 1191139/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 27/02/2018.

A ação de indenização por danos materiais proposta por consumidor contra construtora em virtude de vícios de
qualidade e de quantidade do imóvel adquirido tem prazo prescricional de 10 anos, com fundamento no art. 205
do CC/2002. Não se aplica o prazo decadencial do art. 26 do CDC. O art. 26 trata do prazo que o consumidor
possui para exigir uma das alternativas previstas no art. 20 do CDC. Não se trata de prazo prescricional. Não se
aplica o prazo do art. 27 do CDC porque este se refere apenas a fato do produto. STJ. 3ª Turma. REsp 1534831-DF,
Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/02/2018 (Info 620).

8 - Da defesa do consumidor em juízo. Das disposições do Código de Defesa do Consumidor relacionadas


à defesa do consumidor em juízo. 9 - Das ações coletivas para a defesa de interesses individuais
homogêneos. 10 - Das ações de responsabilidade do fornecedor de produtos e serviços. 11 - Da tutela
específica nas obrigações de fazer ou não fazer. 12 - Da sentença. Da coisa julgada. Da liquidação da
sentença coletiva. 13 - Do cumprimento da sentença. Noção de verossimilhança e hipossuficiência para
facilitação da defesa em juízo dos direitos do consumidor, inclusive com a inversão do ônus da prova.

- Inversão do Ônus da Prova Ope Iudicis.

a) Intenção de propiciar meios de prova: equilíbrio.

b) Respeito ao princípio do acesso à justiça.

- Requisitos:

a) verossimilhança da alegação OU;

b) hipossuficiência.

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VULNERABILIDADE HIPOSSUFICIÊNCIA (inversão do ônus da prova)


Conceito de direito material. Conceito de direito processual.
PRESUNÇÃO ABSOLUTA: o consumidor é a parte PRESUNÇÃO RELATIVA: precisa ser comprovada no
vulnerável na relação de consumo. caso concreto diante do juiz.

-Não é sempre que ocorre, depende de fundamentação do juiz.

INVERSÃO OPE IUDICIS: art. 6º, VIII.


INVERSÃO OPE LEGIS: art. 12 §3º II, art. 14 §3º I, art. 38.

A inversão do ônus da prova de que trata o art. 6º, VIII, do CDC é REGRA DE INSTRUÇÃO, devendo a decisão
judicial que determiná-la ser proferida, preferencialmente, na fase de saneamento do processo ou, pelo menos,
assegurando à parte a quem não incumbia inicialmente o encargo a reabertura de oportunidade para manifes-
tar-se nos autos. STJ. 2ª Seção. EREsp 422.778-SP, Rel. para o acórdão Min. Maria Isabel Gallotti (art. 52, IV, b, do
RISTJ), julgados em 29/2/2012 (Info 492 STJ).

14 - Sanções administrativas e penais: Da competência concorrente, multa, apreensão, inutilização,


cassação de registro, proibição de fabricação, suspensão temporária de atividade, revogação ou cassação
de concessão ou permissão, da interdição. Da Contrapropaganda.

 Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação
administrativa, baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribuição e consumo de produtos e servi-
ços.

        § 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fiscalizarão e controlarão a produção, indus-
trialização, distribuição, a publicidade de produtos e serviços e o mercado de consumo, no interesse da preservação
da vida, da saúde, da segurança, da informação e do bem-estar do consumidor, baixando as normas que se fizerem
necessárias.

        § 2° (Vetado).

        § 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais com atribuições para fiscalizar e controlar o
mercado de consumo manterão comissões permanentes para elaboração, revisão e atualização das normas referidas
no § 1°, sendo obrigatória a participação dos consumidores e fornecedores.

        § 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos fornecedores para que, sob pena de desobediência,
prestem informações sobre questões de interesse do consumidor, resguardado o segredo industrial.

        Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções
administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas:

14 RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3


RETA FINAL TJ/MS
NFPSS

        I - multa;

        II - apreensão do produto;

        III - inutilização do produto;

        IV - cassação do registro do produto junto ao órgão competente;

        V - proibição de fabricação do produto;

        VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;

        VII - suspensão temporária de atividade;

        VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;

        IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;

        X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;

        XI - intervenção administrativa;

        XII - imposição de contrapropaganda.

        Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade administrativa, no âmbito
de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cautelar, antecedente ou
incidente de procedimento administrativo.

        Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição
econômica do fornecedor, será aplicada mediante procedimento administrativo, revertendo para o Fundo de que
trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais ou municipais
de proteção ao consumidor nos demais casos.             (Redação dada pela Lei nº 8.656, de 21.5.1993)

        Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a duzentas e não superior a três milhões de vezes o
valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.          (Parágrafo acres-
centado pela Lei nº 8.703, de 6.9.1993)

        Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição de fabricação de produtos, de suspensão
do fornecimento de produto ou serviço, de cassação do registro do produto e revogação da concessão ou permissão
de uso serão aplicadas pela administração, mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quan-
do forem constatados vícios de quantidade ou de qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou serviço.

15 RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3


RETA FINAL TJ/MS
NFPSS

        Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de interdição e de suspensão temporária da ativi-
dade, bem como a de intervenção administrativa, serão aplicadas mediante procedimento administrativo,
assegurada ampla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das infrações de maior gravidade pre-
vistas neste código e na legislação de consumo.

        § 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à concessionária de serviço público, quando violar
obrigação legal ou contratual.

        § 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre que as circunstâncias de fato desacon-
selharem a cassação de licença, a interdição ou suspensão da atividade.

        § 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade administrativa, não haverá reincidên-
cia até o trânsito em julgado da sentença.

        Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada quando o fornecedor incorrer na prática de publi-
cidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às expensas do infrator.

        § 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da mesma forma, freqüência e dimensão e, pre-
ferencialmente no mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício da publicidade
enganosa ou abusiva.

15- O sistema nacional de defesa do consumidor: A política nacional de relações de consumo – SNDC e
PROCON.

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por OBJETIVO o atendimento das necessidades dos
consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a
melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, aten-
didos os seguintes princípios:

I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;

II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor:

a) por iniciativa direta;

b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas;

c) pela presença do Estado no mercado de consumo;

d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e
desempenho.

16 RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3


RETA FINAL TJ/MS
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III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção
do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios
nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio
nas relações entre consumidores e fornecedores;

IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas
à melhoria do mercado de consumo;

V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de


produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo;

VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a con-
corrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos
distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores;

VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;

VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.

Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o poder público com os seguintes
instrumentos, entre outros:

I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor carente;

II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério Público;

III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais
de consumo;

IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de
consumo;

V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de Defesa do Consumidor.

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16 - Interesses difusos e coletivos: Origem histórica e evolução. 17 - Tutela Jurisdicional dos Direitos e
Interesses Difusos e Coletivos. 18 - Interesse público e interesse privado. Interesse primário e interesse
secundário. Interesses difusos. Interesses coletivos. Interesses individuais homogêneos. Interesses
transindividuais e sua tutela coletiva. 19 - A tutela em juízo dos interesses individuais homogêneos,
difusos e coletivos. Competência. 20 - Legitimação: ordinária e extraordinária. Legitimação ativa e
legitimação passiva. Litisconsórcio e assistência.

#DEOLHONATABELA

DIREITOS DIFUSOS DIREITOS COLETIVOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS

Interesses decorrentes de origem


Interesses transindividuais, de
Interesses transindividuais, de comum e natureza divisível
natureza indivisível de que seja
natureza indivisível, de que sejam Há uma transindividualidade
titular grupo, categoria ou classe
titulares pessoas indeterminadas ARTIFICIAL, formal ou relativa (são
de pessoas ligadas entre si ou com
e ligadas por circunstâncias de direitos individuais que, no entanto,
a parte contrária por uma relação
fato; recebem tratamento legal de
jurídica base;
direitos transindividuais).

São classificados como direitos


SUBESPÉCIE DOS DIREITOS
São classificados como direitos São classificados como direitos COLETIVOS (isso porque são
ESSENCIALMENTE COLETIVOS. ESSENCIALMENTE COLETIVOS. direitos individuais, mas
tratados como se fossem
coletivos).

Os titulares são pessoas: Os titulares são pessoas:


• indeterminadas e • indeterminadas,
• indetermináveis. • determináveis.
Os titulares são pessoas:
Não se tem como determinar Os titulares são, a princípio,
• determinadas; ou
(dizer de maneira específica) indeterminados, mas é possível
• determináveis.
quem são os titulares desses que eles sejam identificados.
Caracterizam-se, portanto, pela
direitos. Isso porque são direitos Os titulares fazem parte de um
DETERMINABILIDADE.
que não pertencem a apenas uma grupo, categoria ou classe de
pessoa, mas sim à COLETIVIDADE. pessoas.
Caracterizam-se, portanto, pela Caracterizam-se, portanto, pela
indeterminabilidade ABSOLUTA. indeterminabilidade RELATIVA.

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Ex: determinado lote de um


remédio causou lesão a alguns
Ex.: direito ao meio ambiente Ex.: reajuste abusivo das
consumidores.
ecologicamente equilibrado. mensalidades escolares.
Ex. defeito em um bem de
Ex. Destinatário de propaganda Ex. aumento indevido de prestação
consumo que apresenta defeito
enganosa, veiculado em imprensa de consórcio para aquisição de
na sua linha de produção inteira
escrita e televisiva. imóveis para residência
lesando usuários finais.
Outros exemplos: patrimônio Outros exemplos:
Outros exemplos:
histórico; moralidade Interesses ligados aos membros
Ex: pílula de farinha como
administrativa; publicidade de um mesmo sindicato ou
anticoncepcional: só tem direito a
enganosa divulgada pela TV. partido; integrantes de um mesmo
mulher que comprovar que tomou
conselho profissional (ex: OAB).
o remédio daquele lote.

21 - Conexão, continência e litispendência. Liminares e recursos. A imposição de multas.

-Conexão e continência: há a identidade parcial das ações e isso tem como consequência a reunião das causas
para julgamento simultâneo ou, se não for possível, a suspensão de uma delas.

Identidade TOTAL Identidade PARCIAL (conexão ou


(litispendência) continência)

SUSPENSÃO da individual por


Ação coletiva x individual NUNCA
requerimento do indivíduo.

Prevalece a REUNIÃO no juízo


Ação coletiva x coletiva REUNIÃO, se possível.
prevento.

Súmula 489/STJ: reconhecida a continência, as Ações Civis Públicas devem ser reunidas na Justiça Federal, não
importando qual o juízo prevento.

22 - Fundo para reconstituição do bem lesado: fundos federais, fundos estaduais, receitas do fundo,
finalidades do fundo, a reparação das lesões individuais. 27 - A atuação do Ministério Público no processo
civil fundado na defesa dos interesses difusos e coletivos, e limites de atuação. Responsabilidade dos
membros do Ministério Público. O inquérito civil. Generalidades. Competência e objeto. Instrução.
Arquivamento e controle. Efeitos do arquivamento do inquérito civil. Recursos no inquérito civil.
Instrumentos de resolução extrajudicial de conflitos de natureza coletiva. Inquérito civil. Termo de
ajustamento de conduta (TAC). Fundos.

O Decreto n° 1.306/94 regulamenta o Fundo de Defesa de Direitos Difusos, de que tratam os arts. 13 e 20 da Lei nº
7.347, de 24 de julho de 1985 (Fundo de direitos difusos):

Art. 1º O Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), criado pela Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, tem por finali-
dade a reparação dos danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,

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histórico, turístico, paisagístico, por infração à ordem econômica e a outros interesses difusos e coletivos.

Art. 2º Constitui recursos do FDD, o produto da arrecadação:

I - das condenações judiciais de que tratam os arts. 11 e 13, da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985;

II - das multas e indenizações decorrentes da aplicação da Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, desde que não
destinadas à reparação de danos a interesses individuais;

III - dos valores destinados à União em virtude da aplicação da multa prevista no art. 57 e seu parágrafo único e do
produto de indenização prevista no art. 100, parágrafo único, da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990;

IV - das condenações judiciais de que trata o parágrafo 2º, do art. 2º, da Lei nº 7.913, de 7 de dezembro de 1989;

V - das multas referidas no art. 84, da Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994;

VI - dos rendimentos auferidos com a aplicação dos recursos do Fundo;

VII - de outras receitas que vierem a ser destinada ao Fundo;

VIII - de doações de pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras.

A Legitimidade nas ações coletivas é:

• Autônoma: o legitimado extraordinário está autorizado a conduzir o processo independentemente de par-


ticipação do titular do direito material.

• Concorrente: qualquer legitimado previsto no rol pode propor a ação.

• Disjuntiva: apesar de concorrente, cada entidade legitimada a exerce independentemente da vontade dos
demais colegitimados.

• O MP pode tutelar todos os interesses transindividuais (difusos e coletivo stricto senso) e nos interesses indi-
viduais homogêneos, desde que indisponíveis e com relevância social. Há precedentes do STJ que reconhe-
cem a legitimidade do MP nos interesses meramente individuais, desde que indisponíveis, atrelados ao ECA,

20 RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3


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Estatuto do Idoso e Estatuto da Pessoa com Deficiência.

- Rol de legitimados para o CDC e para a LACP:

ART. 82 DO CDC ART. 5º DA LACP (LEI 7.346)

- MP;
- MP;
- DEFENSORIA PÚBLICA (Lei 11.448/07);
- União, Estados, Municípios e DF;
- União, Estados, Municípios e DF
- Entidades e órgãos da Administração Pública, dire-
- Autarquia, empresa pública, fundação ou socieda-
ta ou indireta, AINDA QUE SEM PERSONALIDADE
de de economia mista;
JURÍDICA, ESPECIFICAMENTE DESTINADOS À
DEFESA DOS INTERESSES E DIREITOS PROTEGI- - Associação que, concomitantemente
DOS POR ESTE CÓDIGO; a) Esteja constituída há pelo menos 1 ano nos ter-
- Associações legalmente constituídas há pelo me- mos da lei civil;
nos 1 ano e que incluam entre seus fins institucio- b) Inclua, entre as suas finalidades institucionais,
nais a defesa dos interesses e direitos protegidos a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à or-
por este código, DISPENSADA A AUTORIZAÇÃO dem econômica, à livre concorrência, aos direitos de
ASSEMBLEAR. grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimô-
ATENÇÃO: A DP NÃO CONSTA DO ROL. nio artístico, estético, histórico, turístico e paisagís-
tico.

#SELIGANASÚMULA

Súmula 601-STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa de direitos difusos, coletivos e
individuais homogêneos dos consumidores, ainda que decorrentes da prestação de serviço público.

Súmula 329, STF: O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública em defesa do patrimônio
público.

- INQUÉRITO CIVIL:

Art. 8º § 1º da LACP - O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de
qualquer organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual
não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis.

§ 2º Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou informação, hipótese em que a
ação poderá ser proposta desacompanhada daqueles documentos, cabendo ao juiz requisitá-los.

Art. 9º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da inexistência de fundamento
para a propositura da ação civil, promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças informativas,
fazendo-o fundamentadamente.

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RETA FINAL TJ/MS
NFPSS

§ 1º Os autos do inquérito civil ou das peças de informação arquivadas serão remetidos, sob pena de se incorrer em
falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério Público.

§ 2º Até que, em sessão do Conselho Superior do Ministério Público, seja homologada ou rejeitada a pro-
moção de arquivamento, poderão as associações legitimadas apresentar razões escritas ou documentos, que
serão juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de informação.

§ 3º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação do Conselho Superior do Ministério


Público, conforme dispuser o seu Regimento.

§ 4º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro órgão
do Ministério Público para o ajuizamento da ação.

23 - Sentença. Desistência e renúncia do recurso. Efeitos. Desistência pelo Ministério Público. Oitiva do
Conselho Superior do Ministério Público. 24 - Coisa julgada na ação coletiva. A coisa julgada coletiva
e as ações individuais. Responsabilidade pelas custas, honorários advocatícios e demais encargos da
sucumbência. 25 - Liquidação da sentença. Legitimados para a liquidação. Escolha do foro pelo lesado
individual. 26 - Responsabilidade e culpa. Prescrição e decadência.

Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator, exceto
se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá inten-
tar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. (Redação dada pela Lei nº 9.494, de 10.9.1997)

Há uma peculiaridade na formação da coisa julgada nas ações coletivas previstas na Lei de Ação Pública, a depen-
der do interesse tutelado:

- COISA JULGADA SECUNDUM EVENTUM LITIS: a coisa julgada no processo coletivo apenas é formada se o
resultado do processo beneficiar os interessados da tutela coletiva.

- COISA JULGADA SECUNDUM EVENTUM PROBATIONIS: o pedido improcedente por falta de provas não faz
coisa julgada.

No caso da ação civil pública e da ação popular, não haverá coisa julgada material, quando houver improcedência
por insuficiência de provas (art. 16 da Lei n. 7.347/85 e art. 18 da Lei n. 4.717/65); mas haverá, se houver sentença
de procedência, ou de improcedência por qualquer outro fundamento, que não a insuficiência ou deficiência de
provas.

#OLHAOGANCHO #DIZER O DIREITO A eficácia da decisão proferida em ACP não fica limitada ao ter-
ritório do juízo prolator da decisão. O art. 16 da Lei de Ação Civil Pública (Lei nº 7.347/85) estabelece o se-
guinte: Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão
prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer

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RETA FINAL TJ/MS
NFPSS

legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. (Redação dada pela
Lei nº 9.494/97) O que o art. 16 quis dizer foi o seguinte: a decisão do juiz na ação civil pública não produz efeitos
no Brasil todo. Ela irá produzir efeitos apenas na comarca (se for Justiça Estadual) ou na seção ou subseção ju-
diciária (se for Justiça Federal) do juiz prolator. Para o STJ, o art. 16 da LACP é válido? A decisão do juiz na ação
civil pública fica restrita apenas à comarca ou à seção (ou subseção) judiciária do juiz prolator? NÃO. A posição
que prevalece atualmente é a seguinte: A eficácia das decisões proferidas em ações civis públicas coletivas NÃO
deve ficar limitada ao território da competência do órgão jurisdicional que prolatou a decisão. STJ. Corte Especial.
EREsp 1134957/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 24/10/2016. Os efeitos da sentença proferida em ação civil
pública versando direitos individuais homogêneos em relação consumerista operam-se erga omnes para além
dos limites da competência territorial do órgão julgador, isto é, abrangem todo o território nacional, beneficiando
todas as vítimas e seus sucessores, já que o art. 16 da Lei nº 7.347/85 deve ser interpretado de forma harmônica
com as demais normas que regem a tutela coletiva de direitos. STJ. 3ª Turma. REsp 1594024/SP, Rel. Min. Ricardo
Villas Bôas Cueva, julgado em 27/11/2018.

ANÁLISE DA COISA JULGADA MATERIAL SECUNDUM EVENTUM PROBATIONES


NOS DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS
Sentença Coisa julgada Direitos difusos Direitos coletivos
Procedente Coisa julgada material Efeito erga omnes Efeito ultra partes
Efeito erga omnes. Efeito ultra partes.
Obs.: impede somente Obs.: impede somente
Improcedente (por nova propositura de ação nova propositura de ação
outro motivo que coletiva. Não impede que coletiva. Não impede que
Coisa julgada material
não a insuficiência de os consumidores intentem os consumidores intentem
provas) ações individuais pelos ações individuais pelos
danos individualmente danos individualmente
sofridos (art. 103, §1º) sofridos (art. 103, §1º)
Qualquer legitimado do
Qualquer legitimado do
Improcedente por art. 82 poderá intentar
Não faz coisa art. 82 poderá intentar
insuficiência de novamente a ação coletiva,
julgada material novamente a ação coletiva,
provas bastando possuir nova
bastando possuir nova prova.
prova.

#DEOLHONATABELACICLOS

ANÁLISE DA COISA JULGADA MATERIAL SECUNDUM EVENTUM LITIS NOS DIREITOS INDIVIDUAIS
HOMOGÊNEOS

Sentença Coisa julgada Direitos individuais homogêneos


Efeito erga omnes, bastando o
consumidor se habilitar na liquidação e
Procedente Faz coisa julgada material
promover a execução, provando o dano
sofrido.

23 RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3


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NFPSS

Se o consumidor integrou o processo como


Improcedente litisconsorte, sofre os efeitos da coisa julgada Não poderá intentar a ação individual.
material
Se o consumidor ficou inerte ao processo,
Improcedente Poderá intentar a ação individual.
não sofre os efeitos da coisa julgada material

A fluid recovery será aplicada, após frustrado o ressarcimento individual dos danos reconhecidos na sentença
condenatória genérica, momento em que o artigo 100 do CDC, autoriza que os entes do artigo 82, do mesmo
diploma legal, postulem a reparação coletiva destes danos causados aos consumidores, cujos valores, serão desti-
nados ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos.

Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados em número compatível com a gra-
vidade do dano, poderão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da indenização devida.

Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de julho
de 1985.

- LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ:

Art. 17 da LACP. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela propositura
da ação serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da
responsabilidade por perdas e danos. (Renumerado do Parágrafo Único com nova redação pela Lei nº 8.078, de 1990)

Atenção! A condenação em litigância de má-fé importa a condenação em honorários advocatícios e custas.

- HONORÁRIOS:

Art. 18 da LACP. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários
periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em ho-
norários de advogado, custas e despesas processuais. (Redação dada pela Lei nº 8.078, de 1990)

A regra geral na ACP vai de encontro ao disposto no CPC/2015, pois naquela não haverá adiantamento de despe-
sas processuais.

28 - A proteção ao patrimônio cultural e ao patrimônio público e social. Proteção e defesa de bens de valor
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. A competência. A defesa das pessoas portadoras de
deficiência. 29 - A ação civil pública no Estatuto da Criança e do Adolescente. Da defesa dos investidores
no mercado imobiliário. A Defesa da ordem econômica e da economia popular. A defesa das pessoas
idosas. A defesa da ordem urbanística.

24 RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3


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30 - Tutela de outros direitos metaindividuais. Saúde (Lei nº 8.080/90). Igualdade Racial (Lei 12.288/10).
Pessoas portadoras de deficiência (Lei nº 7.853/89, Lei nº 10.098/00. Lei nº 10.216/01 e Decreto
6949/2009). Educação (Lei nº 9.394/96). Saneamento Básico (Lei nº 11.445/2007 e Decreto nº
7.217/10). Idoso (Lei nº 10.741/03). Patrimônio Público (Lei nº 4.717/65 e Lei nº 8.429/92). Mulher (
Lei nº 11.340/06) e Investidor ( Lei nº 7.913/89).

Legitimidade do MP para ACP na defesa de crianças e adolescentes. O Ministério Público tem legitimidade para
promover ação civil pública a fim de obter compensação por dano moral difuso decorrente da submissão de
adolescentes a tratamento desumano e vexatório levado a efeito durante rebeliões ocorridas em unidade de
internação. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1368769-SP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 6/8/2013 (Info 526).

É vedada a veiculação de material jornalístico com imagens que envolvam criança em situações vexatórias ou
constrangedoras, ainda que não se mostre o rosto da vítima. O MP detém legitimidade para propor ação civil
pública com o intuito de impedir a veiculação de vídeo, em matéria jornalística, com cenas de tortura contra uma
criança, ainda que não se mostre o seu rosto.
STJ. 3ª Turma. REsp 509968-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 6/12/2012.

JURIS EM TESES STJ - EDIÇÃO N. 100: DOS DIREITOS DOS IDOSOS E DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

1) O Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/2003) tem aplicação imediata sobre todas as relações jurídicas de trato
sucessivo, ainda que firmadas anteriormente à sua vigência, por se tratar de norma cogente.

2) O art. 88 do Estatuto do Idoso, que prevê a possibilidade de pagamento das custas processuais ao final
do processo, aplica-se somente às ações referentes a interesses difusos, coletivos e individuais indisponí-
veis ou homogêneos.

3) É desnecessária a intervenção do Ministério Público na qualidade de fiscal da lei em demandas que não
envolvam direitos coletivos ou em que não haja exposição de idoso aos riscos previstos no art. 43 da Lei
n. 10.741/2003.

4) Tratando-se de serviço diretamente vinculado ao lazer, o idoso faz jus à benesse legal relativa ao desconto de
50% (cinquenta por cento) no valor do ingresso.

5) Aplica-se o parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/2003), por analogia, a pedido de be-
nefício assistencial feito por pessoa com deficiência a fim de que benefício previdenciário recebido por idoso, no
valor de um salário mínimo, não seja computado no cálculo da renda per capita prevista no art. 20, § 3º, da Lei n.
8.742/93. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 Tema 640)

6) É cabível a ação civil pública que objetiva obrigação de fazer a fim de garantir acessibilidade nos prédios
públicos ou privados às pessoas com deficiência.

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RETA FINAL TJ/MS
NFPSS

7) A instalação de caixas de autoatendimento adaptados às pessoas com deficiência pelas instituições financeiras
deve seguir as normas técnicas de acessibilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT no que não
conflitarem com a Lei n. 7.102/1983, observando, ainda, a regulamentação do Conselho Monetário Nacional - CMN.

8) As instituições financeiras devem utilizar o Sistema Braille nas contratações bancárias (contratos bancários de
adesão e todos os demais documentos fundamentais para a relação de consumo) estabelecidas com a pessoa com
deficiência visual, a fim de atender ao direito de informação do consumidor, indispensável à validade da contrata-
ção, e, em maior extensão, ao princípio da dignidade da pessoa humana.

9) As pessoas com deficiência têm direito a um mínimo das vagas ofertadas em concurso público; caso a aplicação
do referido percentual resulte em número fracionado, este deverá ser elevado até o primeiro número inteiro sub-
sequente, desde que respeitado o limite máximo do percentual legal das vagas oferecidas no certame.

10) A reserva de vagas em concursos públicos destinadas às pessoas com deficiência não pode se restringir àquelas
oferecidas por localidade, devendo ser computadas pela totalidade de vagas oferecidas no certame.

11) De acordo com as disposições do Decreto n. 3.298/1999, a avaliação da compatibilidade entre as atribuições do
cargo e a deficiência do candidato deve ser feita por equipe multiprofissional durante o estágio probatório e não
no decorrer do concurso público.

12) O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos defi-
cientes. (Súmula n. 377/STJ)

13) O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com deficiência para o fim de disputar as vagas
reservadas em concursos públicos. (Súmula n. 552/STJ)

14) É direito do devedor fiduciante a retirada dos aparelhos de adaptação de veículo automotor (pertenças) para
direção por deficiente físico, se anexados ao bem principal em momento posterior à celebração do contrato fidu-
ciário, quando houver o descumprimento do pacto e a consequente busca e apreensão do bem, entendimento
que se coaduna, também, com a solidariedade social verificada na Constituição Federal e na Lei n. 13.146/2015 Lei
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência.

15) A regra prevista no art. 2º da Lei n. 8.989/1995, que disciplina o lapso temporal de 2 (dois) anos para a con-
cessão da isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI na aquisição de veículo automotor por pessoa
com deficiência, deve ser interpretada de maneira a satisfazer o caráter humanitário da política fiscal; portanto é
possível o reconhecimento ao contribuinte do direito à nova isenção legal na aquisição de novo automóvel quando
comprovado o roubo do veículo anteriormente adquirido.

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