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Na aula de hoje vamos abordar o tema planejamento e gestão de museus , plano


museológico e planejamento estratégico voltado para a preservação do acervo
museológico e de projetos expográficos . Vocês podem observar na bibliografia
selecionada que os principais documentos para nós nessa aula são a lei 11904 de 14 de
janeiro de 2009 que institui o estatuto de museus e dá outras providências. Essa lei é a
lei na Qual o plano museológico está inserido e determina as obrigações dos museus na
formulação de politicas para a proteção dos acervos sobre a sua responsabilidade .
Políticas essas que nortearão as atividades expográficas do museu . Além desta lei, nos
apoiaremos também no material publicado pelo conselho internacional de museus
(icom) ,o livro “como gerir um museu”, no livro produzido pelo IBRAM “SubSídioS
para a Elaboração dE planoS MuSEológicoS “ e também o livro Manual de Gestão de
Museus
produzido pelos autores canadenses Barry e Gail Dexter Lord que vai nos orientar e
ajudar a refletir sobre os museus, suas funções sociais e modelos de gestão , assim como
as estratégias de conservação e preservação do acervo museológico.
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Para que serve a gestão de museus?
Antes de pensarmos sobre o tema é importante destacar que estas práticas de gestão são
originadas no mundo dos negócios, em que o objetivo central é melhorar o desempenho
econômico, focado no lucro dessas organizações. Assim, a utilização destas práticas
como referência para o campo dos museus deve necessariamente passar por grande
filtro na medida em que para a maior parte das instituições culturais e, principalmente,
para os museus a dimensão econômica não é o elemento central de sua finalidade. Então
quando voltamos o nosso olhar para a gestão dos museus, elas se tratam mais dos
aspectos organizacionais desses museus.
Então quando focamos no propósito da gestão de museus ela tem o objetivo de
facilitar que a equipe do museu realize o seu trabalho através da boa circulação de
decisões. E Facilitar, neste sentido, significa tornar as coisas mais simples do que elas
seriam sem intervenção da figura de um gestor

“O propósito da gestão de um Museu é facilitar as decisões


que levem a favorecer a sua missão, a realização do seu
mandato, e o cumprimento de seus objetivos, e metas para
todas as funções do museu.) (BITTENCOURT-FRANCISCO,2021,p.645)

Para especificar o propósito geral de um museu é necessário expressá-lo em termos de

MISSÃO: as razões permanentes e profundas para a existência do museu; Sem a


compreensão total da declaração da missão, as políticas do Museu
ficam vazias, no entanto, quando elas se apoiam em consenso em torno da missão é
certo que se trabalha com eficácia, e os vários denominadores das políticas de um
Museu convergem para o sucesso.

MANDATO: O mandato se limita a fixar a missão do museu no terreno da realidade


objetiva e reafirmar as responsabilidades públicas, colocando as bases da relação entre
o museu e as outras instituições, sejam elas governamentais, educativas, privadas
assim como outros museus.
objetiva;

METAS: marcos qualitativos de longo alcance a serem superados em termos de


desenvolvimento de arrecadação, conservação e serviços ao público; Alcançar as metas
supõe-se, normalmente para qualquer museu, um longo período. E dentro da gestão de
museus, essas metas serão alcançadas de forma mais efetiva por meio do planejamento.

e
OBJETIVOS: as expressões quantitativas de escopo limitado de cada uma das etapas que a instituição
deve tomar na direção dos objetivos de longo alcance.

Um museu bem gerenciado requer clareza na definição de sua missão e objetivos; capacidade de
formular e especificar estratégias de trabalho em equipe; capacidade de estabelecer planos
operacionais dentro de prazos específicos; estrutura de governança que forneça a visão e os recursos
necessários, se possível, diversificados, instalando noções de eficiência e racionalização na gestão; na
força de trabalho: competência, lealdade, estabilidade, respeito mútuo, motivação e certa
independência de cada um dos parceiros; manter uma imagem pública positiva; e instalações
apropriadas.

Primeiro, o processo de planejamento registra as estratégias a serem


desenvolvidas, para só depois se ocupar com os passos seguintes de comunicação
dos museus.

Para simplificar, podemos dizer que, o estratégico diz o que deve ser feito; o
tático, como deve ser feito; e o operacional, os passos necessários para se
realiza

Para se criar um museu é preciso ter um projeto. Uma coleção não é um projeto; um
prédio não é um projeto. Então, esse projeto terá como base uma missão que outro
museu não está desenvolvendo ainda e que irá assumir, sendo sua forma um Plano
Museológico:
O plano museológico ele é algo que vem da área de gestão, planejamento e
administração. na bibliografia do nosso curso vocês podem ver por exemplo o material a
respeito que o plano museológico é concebido como uma estratégia para gerenciar e
implantar museus e ele deve ser acompanhado de um plano de ação que vai ajudar a
explicitar e embasar as ações técnicas e administrativas de um museu.
É Importante frisar que toda instituição museológica deve possuir alguns documentos,
além do institucionais obrigatório, além do plano museológico, como ata de Fundação
ou um decreto de criação , um Regimento Interno, esse Regimento Interno deve conter
todas as informações sobre a natureza, os objetivos e as estruturas de funcionamento do
museu. um estatuto e alguns outros documentos importantes.

O plano museológico é muito importante e necessário para ajudar a organizar o trabalho


interno do museu, pra oferecer clareza sobre as necessidades daquela instituição, daquele
Museu ,mas principalmente para ajudar a definir as prioridades para realização de projetos
específicos.

Nós temos então, alguns, digamos assim, algumas fases do plano museológico que são
importantes de ressaltar aqui :

Na terminologia da análise SWOT, o ambiente interno é tratado em termos de Forças e


Fraquezas, ou os pontos fortes e fracos da organização. Um ponto forte é um fator positivo
que permitirá ao museu atingir com mais facilidade seus objetivos,

A análise de fatores externos consiste no conhecimento e na busca de informações sobre as


condições do ambiente em que o museu está inserido, procurando identificar oportunidades e
ameaças. Oportunidades são situações externas à organização, atuais ou previsíveis no futuro,
que podem influenciar positivamente o alcance dos objetivos. As ameaças são situações da
mesma natureza que, se não forem evitadas ou minimizadas, podem prejudicar a organização.

Os programas correspondem a áreas de trabalho e funções do museu, definidas com o


objetivo de facilitar a análise, construção de projetos e organização de atividades.

O Estatuto de Museus traz uma série de requisitos para os projetos elaborados no âmbito do
Plano Museológico, porém não esgota o tema e tampouco se preocupa em conceituá-lo,
deixando margem para diferentes interpretações.

Politica de acervo

Política de Acervos Digitais para o Museu

O que é esse documento?

A Política de Acervos é fruto de um processo de trabalho intelectual coletivo e


interdisciplinar, que busca registrar e sistematizar princípios, métodos e
procedimentos técnicos e administrativos com vistas à preservação, à
aquisição, ao empréstimo, ao descarte e à segurança das diversas tipologias
de acervo que se encontram sob a responsabilidade do Museu. Nesse sentido
ele se constitui como um importante instrumento para a obtenção de um maior
conhecimento e controle do acervo museologico da Instituição, possibilitando
planejar a aquisição e o desenvolvimento das coleções de um modo
abrangente e complexo. Nele encontramos informações relacionadas ao
histórico e as diretrizes da instituição, os recursos humanos, financeiros e
tecnológicos, inclusive os de informática, disponíveis e necessários, as
demandas atuais dos usuários e da instituição.
De uma maneira geral, é essa política que define a natureza dos fundos
documentais da instituição, o conteúdo de seus arquivos e coleções e
apresenta os critérios que deverão orientar as atividades de seleção, aquisição,
manutenção e descarte em seu acervo.

A conservação preventiva é um conjunto de ações necessárias para desacelerar ou


minimizar o processo de degradação dos bens culturais, sendo, portanto, uma ação
fundamental a ser desenvolvida por qualquer museu.

Planejamento de exposições

A exposição é considerada a principal e mais comum forma de comunicação em


museus. Nela se dá o encontro entre homem e objeto, tendo o museu como cená-
rio. Cabe ao profissional de museu trabalhar para consolidar este encontro. Para
isso, é importante a instituição ter bem definido seu público-alvo, sua missão enquanto
difusora cultural, além de conhecer seu acervo, 1 pois assim, muito provavelmente, a exposição
terá o êxito almejado.

O primeiro passo para a elaboração de uma exposição é estabelecer o seu tema/


conceito, que deve se relacionar, necessariamente, com o acervo selecionado para
compô-la, considerando o público-alvo pretendido. Seu objetivo principal é o de
apresentar o produto de uma pesquisa, que tenha em seu percurso uma narrativa
que estabeleça a fruição entre público visitante, acervo e instituição.

A concepção de uma exposição é fruto de um trabalho de pesquisa consistente,


uma seleção de acervo e uma conceituação de seus objetivos e metodologias. Para
que a exposição tenha êxito é importante se observar uma série de aspectos, sem
os quais, algumas etapas de seu percurso podem ser comprometidas. Portanto,
esta publicação pretende ser um instrumento de auxílio neste processo, pensando
a Gestão e Planejamento de Exposições.

Para se planejar e gerir uma exposição é importante ter em mente que a mesma se
configura como um grande projeto de pesquisa e que seu produto final é a exposição, que se
conforma em um discurso tridimensional da pesquisa realizada. Para
tanto, é importante a escolha de profissionais qualificados no projeto e, de preferência, de
áreas diferentes, montando assim uma equipe multidisciplinar, possibilitando uma ampliação
das discussões e do alcance dos objetivos propostos.
Curadoria (responsáveis): Este momento é de suma importância para o êxito
no projeto expositivo. Sobre curadoria a definição mais genérica a define como um
processo de concepção, organização e montagem da exposição pública. Em alguns
textos, a figura do curador é vista como aquele que prepara alguma coisa, nesse
caso uma exposição. O trabalho do curador abrange todas as principais ações para
a montagem de uma exposição, destacando-se: a conceituação, seleção final do
acervo, o acompanhamento do projeto museográfico, a coordenação na produção
de textos e as demais peças gráficas do evento.

Tipos de exposições

As exposições podem ser divididas em vários tipos de acordo com seu conteúdo e duração.
Data de abertura / 1.3. Data de término: A duração de uma exposição consiste
em um dos primeiros aspectos a ser pensado, pois isso definirá o seu perfil, se será
de curta, média ou longa duração.

Permanente : A exposição permanente é chamada de exibição diária das peças de um museu


que permanece aberto ao público por tempo indeterminado.

Temporárias : As exposições temporárias ou transitórias são feitas para serem exibidas por um
curto período de tempo, entre duas semanas e três meses; sua duração depende da
importância da exposição e do nível de atendimento do público. Geralmente são realizados em
recintos que devem ser adaptados facilmente, ou em curto espaço de tempo, às necessidades
particulares de montagem de cada amostra. Será usada na prática de exposição Prática de
Exposição

Itinerantes: As exposições itinerantes permitem que um museu seja descentralizado, pois


através delas parte do seu acervo é enviada para lugares distantes e para segmentos do
público que de outra forma dificilmente teriam contato com essas peças, contribuindo assim
para o desenvolvimento educacional e cultural da Nação.

Tema : Nome da Exposição: Deve abarcar o conceito da exposição e apresentar de forma


direta o que o público irá encontrar. Títulos que apresentem nomes e datas facilitam a
localização e entendimento geral do conceito e dos objetivos da exposição.

Descrição (resumo da exposição): Nesse momento é preciso pensar uma descrição sucinta da
exposição que abranja seu título e uma breve definição de seus
conceitos.

Objetivos: Para um aproveitamento amplo da exposição e dos recursos que


possa gerar para a instituição é preciso ter bem claro os objetivos do trabalho.
Como a exposição é produto de um apurado processo de pesquisa, a mostra deve
estar bem definida em seus objetivos gerais e específicos, para nortear toda a museografia que
será desenvolvida.
Público-Alvo: Dentro dos objetivos da exposição, o público-alvo da mostra
deve ser especificado desde o início. A museografia também depende muito dessa
definição, para se planejar desde os recursos gráficos a serem utilizados, passando
pelo desenho da circulação no espaço expositivo. A ação educativa a ser proposta
também será desenvolvida tendo como referência o público alvo escolhido.

A pesquisa
possui importante papel no contexto de uma exposição, pois se encontra presente
desde a referência para se pensá-la, até a fundamentação de seu conceito, justificando, desse
modo, a museografia, os textos, os catálogos e outros produtos gerados pela exposição.

Local/Espaço Expositivo: O espaço onde a exposição será montada deve ser


estudado com o auxílio de plantas baixas e elevações com as respectivas medidas.
Isto deve ser feito para garantir as condições adequadas para os visitantes apreciarem o que se
pretende expor e, simultaneamente, propiciar uma disposição dos
objetos de forma harmoniosa. É importante que se leve sempre em consideração
o fator conforto e segurança das pessoas e dos objetos expostos.

Espaços

Possui planta? A planta baixa do espaço onde será realizada a exposição é de


fundamental importância para a sua instalação, indiferente de ser interna ou itinerante.
3.2.1. Sim ou Não: Caso exista, deve-se anexá-la ao projeto da exposição.
3.3. Área (dimensões): Passo fundamental é possuir todas as dimensões possíveis
do espaço expositivo para se dimensionar o projeto museográfico, principalmente
em caso de exposições itinerantes.
3.4. Infra-Estrutura/ Equipamentos: Essa etapa está interligada ao Projeto Museográfico.
Toda a infra-estrutura e os equipamentos a serem utilizados no processo de
montagem da exposição devem ser listados e ter justificada sua inclusão. O ideal é
a produção de uma lista descritiva dos itens e, se possível, com suas imagens anexas. Nos dias
atuais, recursos multimídias são muito utilizados. Outro fator de suma
importância é que todos os equipamentos e infra-estrutura sejam previstos no orçamento do
pré-projeto da exposição.
3.4.1. Iluminação: É um aspecto importante de uma exposição, pois cada obra exposta requer
uma iluminação própria. Geralmente, recomendam-se luzes direcionadas vindas do teto ou da
parede. Deve-se atentar nas exposições diurnas para que
não haja luz em excesso no ambiente, resultante da iluminação natural externa conjugada com
a interna. Esse fator deve ser observado diariamente e regulado sempre
que necessário por uma pessoa responsável para manutenção da exposição, que
eventualmente deve cerrar venezianas e cortinas ou desligar as luzes, mantendo somente a luz
natural. Quanto à escolha da iluminação, deve-se considerar o tamanho
do espaço e o grau de necessidade da intensidade de luz das lâmpadas, assim como
a distância entre o ponto de luz e a obra a ser iluminada.
Fragmente a exposição em módulos
expositivos
Separe seu conteúdo em módulos expositivos para facilitar o
entendimento do assunto pelo visitante. Ninguém gosta de receber
uma carga de informação de uma só vez. Assim sendo, o conteúdo
deve ser sucinto e fazer conexão com os outros módulos,
induzindo o visitante a continuar explorando.

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