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ETEC ALBERTO SANTOS DUMONT

ISABELLA DE CÁSSIA SANTOS

ADAM SMITH & KARL PAUL POLANYI


A sociedade e a crítica ao tempo presente

Guarujá
2020
2. ADAM SMITH
Adam Smith (1723-1790) foi um economista e filósofo social do iluminismo escocês
e é considerado o Pai da Economia Moderna.

Abordou questões como o crescimento econômico, ética, educação, divisão do


trabalho, livre concorrência, evolução social, etc.

2.1. Biografia

Filho do advogado Adam Smith e de Margaret Douglas, Adam Smith nasceu na pequena cidade
portuária de Kirkcaldy, Escócia, em 16 de julho de 1723.

Ali não havia nenhuma atividade industrial exceto uma fábrica de alfinetes. Observando a
organização e funcionamento deste estabelecimento, Adam Smith vai tomar contato com as novas
formas de produção.

Perdeu o pai quando tinha apenas dois meses de vida. Esteve matriculado no Colégio “Burgh  School
of  Kirkcaldy”, onde estudou latim, matemática, história e escrita.

Em1737, com apenas 14 anos, ingressou no curso de Filosofia na Universidade de Glasgow. Graduou-

se em 1740, ano em que ganhou uma bolsa para estudar no “Balliol  College”, da Universidade de
Oxford.

Ministrou aulas de retórica e filosofia, sendo nomeado Professor da Cátedra de Lógica, na


Universidade de Glasgow (1751). E mais tarde, em 1758, foi eleito reitor da mesma universidade. Ali
seria amigo do filósofo David Hume que tanto influenciaria no seu pensamento.

Além disso, foi tutor do duque de Buccleuch, sendo seu acompanhante nas viagens para Toulouse e
Paris, na França e, em Genebra, na Suíça. Além disso, foi inspetor de alfândega em Edimburgo a
partir de 1777.
Adam Smith nunca se casou e pouco se sabe de sua vida íntima. No dia 17 de Julho de 1790, o
economista faleceu em Edimburgo.

O pensamento de Adam Smith fundaria a teoria econômica e suas obras são referências para os
economistas e filósofos de todo o mundo até hoje.

2.2. Curiosidade

Adam Smith, com cerca de 4 anos, foi raptado por ciganos, e felizmente, resgatado.

2.3. Influência Intelectual

Um das grandes influências no pensamento de Adam Smith foi o pensamento do filósofo


escocês David Hume. Para Hume, havia uma relação entre a moral natural, baseada no impulso
egoísta e no altruísmo.

Mais do que a bondade, o que


levava o ser humano a agir
corretamente era a sobrevivência.
Curiosamente, isto era positivo, pois
ao pensar em si mesmo, por várias
vezes o indivíduo terminava por
beneficiar seu entorno.

Em 1759, Adam Smith publica


“Teoria dos sentimentos morais”.
Nessa obra, ele analisa criticamente
a moral do seu tempo e da natureza
humana, buscando entender suas
motivações para atuar na sociedade.

2.4. Principais Obras

 Teoria dos Sentimentos Morais (1759)


 Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações (1776)
 Ensaio sobre Temas Filosóficos (1795).
2.5. A riqueza das Nações

Adam Smith tomou notas durante mais de trinta anos sobre diversos temas e levou mais dez para
elaborar sua grande obra “Uma Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações”.
O trabalho ficaria mais conhecido como "Riqueza das Nações".

Ali explica a natureza do sistema econômico, as mudanças pelo qual a economia passava no século
XVIII e aponta novos caminhos diante da Revolução Industrial inglesa que engatinhava.

2.6. Natureza Econômica


Para Smith, a economia se move pelo interesse privado dos indivíduos.

Exemplo: um trabalhador não se levanta toda manhã apenas porque ama seu trabalho ou deseja
praticar o bem. Ele sabe que precisa desta ocupação para sobreviver. No entanto, com este gesto, ele
ajuda toda a sociedade, pois graças ao seu esforço, as pessoas que dependem dele, também são
beneficiadas.

Smith dizia que ainda que não fosse intencional, o egoísmo das pessoas, redundava no bem comum.

“Todo indivíduo necessariamente trabalha no sentido de fazer com que o rendimento anual da
sociedade seja o maior possível. Na verdade, ele geralmente não tem intenção de promover o
interesse público, nem sabe o quanto o promove. Ao preferir dar sustento mais à atividade doméstica
que à exterior, ele tem em vista apenas sua própria segurança; e, ao dirigir essa atividade de maneira
que sua produção seja de maior valor possível, ele tem em vista apenas seu próprio lucro, e neste
caso, como em muitos outros, ele é guiado por uma mão invisível a promover um fim que não fazia
parte de sua intenção. E o fato de este fim não fazer parte de sua intenção nem sempre é o pior para
a sociedade. Ao buscar seu próprio interesse, frequentemente ele promove o da sociedade de
maneira mais eficiente do que quando realmente tem a intenção de promovê-lo.”

2.7. Mão Invisível

A metáfora da mão invisível se tornaria a figura mais famosa da economia e o lema do liberalismo
econômico.

Adam Smith a utiliza para explicar que a “mão invisível” leva os seres humanos preferirem consumir
produtos da indústria nacional e não da estrangeira.

"O indivíduo, ao preferir dar apoio à indústria de seu país, mais do que à estrangeira, se propõe
unicamente buscar sua própria segurança (...) em este como em muitos outros casos, uma mão
invisível o leva a fomentar uma atividade que não entrava nos seus propósitos".

O conceito de “mão invisível” será utilizado para explicar as leis de mercado e o ajuste entre a oferta
e procura.

2.8. Divisão do trabalho

Adam Smith defendia que o trabalho deveria ser realizado por etapas, a fim de cada trabalhador
fosse se aperfeiçoando e melhorando seu empenho ao longo da produção.
Igualmente, transpôs essa ideia para as nações, afirmando que cada uma deveria se especializar em
fabricar apenas certos produtos com o objetivo de vendê-los no mercado.

Isso criaria uma mão de obra qualificada e um conhecimento técnico difícil de superar.

2.9. Mercantilismo
No século XVIII vigorava a ideia que a riqueza de uma nação era a quantidade de ouro e prata
estocados em seus cofres. Para isso, era necessário a intervenção estatal e os entraves ao comércio
exterior. A este conjunto de medidas se chamou Mercantilismo.

Adam Smith rechaça esta ideia e explica que a riqueza de um país reside na habilidade de produzir
bens. Para isso, deverá ter cidadãos capacitados e um Estado que não seja interventor.

Smith defendia a liberdade contratual (entre patrões e empregados), a propriedade privada e que o
Estado não interferisse na economia.

2.10. Fisiocracia
Adam Smith realizou uma viagem à França, de 1764-1766, que será decisiva em sua vida. Neste país
conheceu os mais importantes fisiocratas da época: François Quesnay e Anne Robert Jacques Turgot.
Desse encontro, nasceria o interesse de Smith pela Economia.

Os fisiocratas se baseavam na primazia do direito natural, do poder da terra e dos proprietários, na


liberdade de vender e comprar.

Para eles, a melhor forma de governo seria aquela que as coisas se resolveriam por si mesmas,
resumido na expressão francesa "laissez-faire" (deixai fazer).

Um ano depois, retorna à Escócia e começa a redigir sua obra maestra. No entanto, a situação da
Escócia era muito diferente da França. Unida à Inglaterra desde 1707, o cenário político era mais
estável que o francês.

Dessa forma, foi inventada as máquinas à vapor por James Watt, que era amigo pessoal de Adam
Smith. Seu invento permitiu a criação da locomotiva, ferrovias e grandes fábricas que mudariam por
completo a paisagem e a economia mundial.

Adam Smith não chegou a ver as grandes fábricas da Revolução Industrial, mas soube antecipar as
mudanças que elas trariam para o mundo.

2.11. Frases de Adam Smith


 O que vai gerar a riqueza das nações é o fato de cada indivíduo procurar o seu
desenvolvimento e crescimento econômico pessoal.
 Onde há grande propriedade, há grande desigualdade. Para um muito rico, há no
mínimo quinhentos pobres, e a riqueza de poucos presume da indigência de
muitos.
 A ciência é o grande antídoto contra o veneno do entusiasmo e da superstição.
 É injusto que toda a sociedade contribua para custear uma despesa cujo
benefício vai a apenas uma parte dessa sociedade.

3. KARL
3.1. Biografia

Karl Paul Polanyi, nascido Károly Pál


Pollacsek (Viena, Austria, 25 de
outubro de 1886 — Pickering, Ontário, 23 de
abril de 1964), foi um filósofo social, historiador da
economia, antropólogo,
econômico, sociólogo e economista político húngaro,
conhecido por sua oposição ao
pensamento econômico tradicional, inserindo-se na
chamada vertente heterodoxa.

De família judia, era filho do húngaro Mihály Pollacsek,


um próspero construtor de ferrovias, e de Cecile Wohl,
ex-ativista anarquista, lituana que mantinha um
animado salão literário, frequentado por intelectuais
de Viena, como Lukács e o historiador húngaro Oszkár
Jászi.

Mihály Pollacsek converteu sua família


ao cristianismo do tipo calvinista, ao mesmo tempo que "magiarizou" o nome Pollascek,
transformando-o em Polanyi. Posteriormente, o nome seria anglicizado, perdendo o acento. A
família produziu gerações de intelectuais públicos, acadêmicos, ativistas políticos e artistas. A irmã
mais velha de Karl, Laura, foi uma das primeiras mulheres húngaras a obter o doutorado, e seu irmão
mais novo, Mihály (Michael) foi um renomado físico, químico, filósofo da ciência e pensador
social. Sua única filha, Kari Polanyi Levitt (Viena, 1923), é professora emérita de economia
da Universidade McGill, em Montreal.

Polanyi nasceu em Viena, na época capital do Império Austro-Húngaro, mas passou sua juventude
em Budapeste, onde participou ativamente da cena intelectual e artística. Quando estudante,
aproximou-se de Lukács, Jászi e Karl Mannheim.

Em 1907, foi expulso da Universidade de Budapeste, por assumir a defesa do professor Gyula Pikler,
perseguido por suas posições relativistas em relação às instituições sociais e à lei. Depois de obter
seu doutorado em jurisprudência na Universidade de Kolozsvár, atual Universidade Babeş-Bolyai, sob
a orientação do jurista Bódog Somló, em 1909. Polanyi fez outros cursos em Budapeste, tendo sido
admitido na Ordem dos Advogados local, em 1913.
Foi oficial da cavalaria na Primeira Guerra Mundial, sendo então aprisionado no fronte russo. Uma
vez liberto, retornou a Budapeste e posteriormente para Viena, onde seguiu trabalhando
como jornalista.

Polanyi mudou-se para Inglaterra em 1933, vivendo durante muitos anos como jornalista, tutor e
professor da Associação Educacional dos Trabalhadores. Somente em 1940, durante um ciclo de
palestras nos Estados Unidos, entrou oficialmente na vida acadêmica, aceitando a proposta oferecida
pelo Bennington College. A partir daí, pôde dedicar-se à sua obra mais importante - A Grande
Transformação, publicada pela primeira vez em 1944.

Com a repercussão do seu trabalho, foi convidado para lecionar na Universidade Columbia, em 1947.
Entretanto, sua mulher, Ilona Duczyńska, por ter sido membro do Partido Comunista, não conseguiu
visto de entrada nos Estados Unidos, que viviam o auge do macartismo. Assim, o casal se estabeleceu
no Canadá. Durante o resto de sua carreira, Polanyi foi obrigado a viajar entre Toronto e Nova
Iorque para dar continuidade ao seu trabalho em Columbia.

Em 1957, publicou sua segunda grande obra, Trade and Market in the Early Empires.

Faleceu em Pickering, província de Ontário, no dia 23 de abril de 1964.

3.2. Principais Obras


 A Grande Transformação (1944)
 Economy and Society: Selected Writings (1979)
 Trade and market in the early empires (1957)

3.3. A Grande Transformação


Karl Polanyi se propõe a, nas suas próprias palavras,
“traçar o mecanismo institucional da queda de uma
civilização”, isto é, propõe-se a dar conta da falência de
um sistema econômico especial, a economia de
mercado, e de sua contrapartida, o liberalismo,
vigentes na Europa no século XIX, através da análise de
como se estabeleceram e ruíram suas principais
instituições. O fim desse sistema identifica-se, para ele,
com o fim de uma civilização, porque toda a
organização social europeia do século passado girou
em torno da predominância do econômico sobre as
outras instituições. O fracasso primeiro, portanto,
significou a ruína de uma determinada forma de
sociedade que nele se apoiava.
O ponto central da argumentação de Polanyi é que o estabelecimento de um sistema de mercado
autorregulável foi uma tentativa utópica do liberalismo, pois sua concretização não seria possível
sem a destruição da organização social existente. A sociedade na tentativa de proteger-se inviabilizou
esse projeto, a ponto de não deixar em pé nenhuma das quatro instituições que o fundamentavam, e
que formavam o cerne da civilização do século XIX. São estas instituições as seguintes:

 Sistema de equilíbrio e poder;


 Padrão-internacional do ouro;
 Mercado autorregulável e
 Estado liberal.

A primeira delas, o sistema de equilíbrio de poder, é mostrada, segundo Karl Polanyi, por um
fenômeno histórico sem precedentes que é a paz dos cem anos, de 1815 a 1914. Paz apenas no
sentido de não haver conflito armado entre as grandes nações, pois foi uma época violenta,
estabilizada à custa da sufocação de rebeliões que poderiam tomar proporções maiores. A paz era
mantida não em função do bem-estar humano, mas da lucratividade dos negócios que pressupunha,
pelo menos, uma tranquilidade relativa entre os países economicamente envolvidos. A
responsabilidade por essa paz, a nível institucional, foi mantida primeiro, e durante três décadas,
pela Santa Aliança e, depois, pelo Concerto das Nações.

O padrão-ouro decorreu da necessidade de uma moeda estável para servir de denominador comum
às trocas internacionais. De acordo com as teorias econômicas da época, o dinheiro deveria ser uma
mercadoria igual às outras. A mercadoria eleita foi o ouro. Esta foi a última das quatro instituições a
ruir porque, mesmo quando as outras três estavam já abaladas, a crença na viabilidade do mercado
internacional e, mais que isso, a crença neste mercado como uma tábua de salvação numa época de
crise, fez com que os países europeus empreendessem sacrifícios para manter a moeda estável.

O mercado autorregulável significa que o equilíbrio da economia seria obtido, exclusivamente,


através do mecanismo de preços e, portanto, dentro da própria esfera do econômico.

A quarta e última instituição, o estado liberal, foi uma decorrência da autonomia do econômico. Ao
estado cabia não interferir para que a economia encontrasse seus próprios caminhos.

Como, para Polanyi, a civilização do século XIX ruiu porque estava assentada sobre uma forma de
economia inexequível, que era o sistema de mercado autorregulável, sua queda só poderá ser
compreendida, para ele, quando se esclarecer como a ideia desse sistema surgiu e foi posta em
prática. Para isso, remete-se ao que considera o berço desta instituição, qual seja, a Inglaterra do
século XVIII.

3.4. O nascimento do credo liberal


Para Polanyi, o liberalismo surgiu primeiro apenas como uma reação aos métodos burocráticos, mas
terminou como uma verdadeira fé na salvação do homem, através do mercado. De início, na França,
o laissez-faire significava, somente, a livre exportação de cereais e, na Inglaterra, a libertação das
regulamentações da produção, mas não das do comércio. Porém, por volta de 1820, já o liberalismo
era sinônimo de seus três dogmas fundamentais: mercado de trabalho, padrão-ouro e livre comércio.

Com a vitória política das classes médias em 1832, a constituição do primeiro desses dogmas foi
facilitada pela abolição das leis que regulamentavam a assistência aos pobres. Ao mesmo tempo, o
liberalismo começou a passar da esfera da produção para a da troca, havendo a necessidade de um
meio circulante sólido, no caso o padrão-ouro. A isto se uniu o livre comércio porque, para o
liberalismo, estes três aspectos tinham que estar necessariamente juntos, ou a sua nova proposta de
um sistema global de mercado falharia. A economia liberal foi, na realidade, imposta pelo estado o
que, para Polanyi, é, em última análise, uma contradição. Assim como a máquina, paradoxalmente,
aumentou a utilização do trabalho humano, a introdução dos mercados livres aumentou a
regulamentação e a intervenção. E, mais que isso ainda, enquanto a economia liberal dependeu da
ação deliberada do estado, as restrições a ela surgiram espontaneamente.

A visão das reações ao liberalismo como algo espontâneo é outro ponto de divergência entre Karl
Polanyi e os pensadores liberais. Enquanto para estes últimos, houve uma “conspiração coletivista”,
derivada da impaciência, ambição e estreiteza de visão das pessoas da época, impedindo a vitória do
liberalismo, para Polanyi, as reações não foram mais do que tentativas realistas de sobrevivência da
sociedade, ameaçada de destruição total pela utopia do sistema de mercado. Como provas desta sua
tese, Karl Polanyi afirma que:

 A surpreendente diversidade de assuntos que o coletivismo atingiu, exclui a


possibilidade de ação combinada;
 A maioria dos que punham em prática tais medidas eram liberais convictos;
 As mudanças para as soluções coletivistas surgiram da noite para o dia,
excluindo a possibilidade de que fossem devidas a mudanças gerais de opinião;
 A configuração política e ideológica bastante diferente em países como a
Inglaterra, a Prússia de Bismarck, a França da Terceira República e o Império
dos Habsburgos, aliada a diferentes credos das pessoas que introduziram as
modificações coletivistas, não impediram que cada um desses países passasse
por um período de laissez-faire, seguido por uma legislação antiliberal;
 Os próprios defensores do liberalismo econômico pregaram restrições à
liberdade, quando esta entrava em conflito com o mercado autorregulável.

Karl Polanyi chega, inclusive, a distinguir entre liberalismo econômico e laissez-faire. Para ele, o
primeiro, enquanto princípio organizador de uma sociedade baseada em mercado autorregulável,
não era incompatível com o intervencionismo.

Outro ponto que Karl Polanyi discute, entrando em choque tanto com liberais quanto com marxistas,
é o de que o protecionismo tenha sido uma ação de classe. Para Polanyi, não se pode entender ação
de classe fora da sociedade como um todo. O problema central não seria que tal classe tivesse tal
interesse, mas sim como ela consegue obter um resultado positivo, o que só é possível com o apoio
de outras camadas. Um segundo aspecto também equivocado desta mesma questão, segundo Karl
Polanyi, é a doutrina da natureza essencialmente econômica dos interesses de classes. Embora não
negue os interesses monetários, afirma que eles nunca são exclusivos; e que só tendo isso em mente
é possível entender o protecionismo, pois este movimento foi motivado por interesses sociais, e não
econômicos, de diferentes segmentos da população que se viam ameaçados. O mercado de trabalho
competitivo ameaçou o trabalhador, o comércio livre ameaçou a agricultura e o padrão-ouro, por sua
vez, ameaçou as organizações produtivas que dependiam do movimento relativo dos preços.

Com base nas afirmações acima, Polanyi segue discutindo como, na tentativa de constituição dos
mercados de trabalho, terra e dinheiro, os interesses econômicos e sociais das diferentes classes
interagiram, provocando choques constantes entre liberalismo e protecionismo.

3.5. A liberdade numa sociedade complexa:


Sobre o liberalismo, Karl Polanyi coloca a seguinte questão: é possível combinar a sociedade
complexa, que necessita de regulamentação e controle para sobreviver, com a liberdade individual?
O liberalismo, cuja defesa da liberdade se deve à ilusão de que a sociedade seja modelada apenas
pelo desejo e a vontade dos homens, criou impasses que acabaram por dar origem ao fascismo.
Onde estaria, então, a falha? Estaria, para Polanyi, no conceito de liberdade exclusivamente no
sentido individual. Para ele, há necessidade de uma redefinição não mais em função do homem, mas
da sociedade. O homem deve ter consciência de que a liberdade de que pode desfrutar é a liberdade
possível, isto é, limitada pela sociedade. Este conhecimento deve ser algo similar ao conhecimento
da morte. Diante do inevitável, a solução seria não gastar energias contra o impossível, mas usá-las
para obter todo o possível.

3.6. Frase de Karl Polanyi


 “Separar o trabalho das outras atividades da vida e sujeitá-lo às leis de mercado
foi o mesmo que aniquilar todas as formas orgânicas da existência e substituí-las
por um tipo diferente de organização, uma organização atomista e individualista”.

CONCLUSÃO
6. CONCLUSÃO

Com o passar do tempo estudiosos foram deixando suas marcas

revolucionárias pela sociedade através de pensamentos, descobrimentos, invenções e muitos outros


que ainda refletem com grande importância nos dias atuais. Não só estudiosos, mas sim uma
civilização inteira que ficou marcada na história por sua cultura, sua forma de organização tanto
política quanto social, como a Grécia Antiga. E todas essas novas formas de pensar e agir foram
essenciais para formação da sociedade em que hoje vivemos.

Grécia Antiga - A influência da cultura helenística na civilização ocidental. A importância


de se conhecer a Grécia da Antiguidade (que se desenvolveu entre 2000 a.C. e 500 a.C.) é que a
herança de sua cultura atravessou os séculos, chegando até os nossos dias.

Leonardo da Vinci - Ele turbinou a renascença e, de quebra, inventou um

mundo que só nasceria 5 séculos depois de sua morte.

Nicolau Copérnico - Entre as contribuições de Nicolau Copérnico,

podemos citar a apresentação do modelo heliocêntrico para o Sistema Solar, que causou uma
revolução no pensamento do século XVI.
Galileu Galilei - Com descobertas astronômicas espetaculares e um método

baseado na experimentação, ele concebeu aquilo que hoje convencionamos chamar de ciência .

7. Bibliografia

(05 de Março de 2020).

Celi, R. (29 de Outubro de 2018). Galileu Galilei: biografia, invenções, ideias e descobertas!
Fonte: Stoodi:

https://www.stoodi.com.br/blog/2018/10/29/galileu-galilei/

Clark, K. (30 de Abril de 2006). O olhar de Leonardo Da Vinci. Fonte: Super Interessante:
https://super.abril.com.br/cultura/o-olhar-de-leonardo-da-vinci/

Costa, C. (06 de Agosto de 2015). Grécia Antiga. Fonte: Espaço da Filosofia e Sociologia:
https://cmcmcfilosofia.blogs.sapo.pt/3-grecia-antiga-905

Júnior, J. S. (21 de Setembro de 2016). Contribuições de Nicolau Copérnico. Fonte: Alunos


Online: https://alunosonline.uol.com.br/fisica/contribuicoesnicolau-copernico.html

Machado, F. (01 de Maio de 2014). Grécia antiga - A influência da cultura helenística na


civilização ocidental. Fonte: História Geral:

https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/grecia-antiga-a-influencia-dacultura-
helenistica-na-civilizacao-ocidental.htm
Montenegro, C. E. (08 de Março de 2013). Galileu Galilei: o pai da ciência moderna. Fonte:
Super Interessante: https://super.abril.com.br/historia/galileugalilei/

Oliveira, D. R. (13 de Julho de 2017). Copérnico, o revolucionário com medo de mudar o


mundo. Fonte: Universo Racionalista:

https://universoracionalista.org/copernico-o-revolucionario-com-medo-demudar-o-mundo/

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