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ALUNO: VERA LUCIA SANTOS OLIVEIRA

Matrícula: SPGR 013317

SÍNTESE DE REVISÃO DOS MÓDULOS 1 E 2

Após a colonização do Brasil pelos portugueses, os jesuítas estiveram intimamente


ligados ao papel de educadores na colônia. Desde então o Brasil adotou um
pensamento pedagógico tradicional embasado na obediência, disciplina, castigo e
rigor. O qual o objetivo primordial era de converter os indígenas à fé católica, que
teve como grande colaborador Padre
Manoel da Nóbrega. O plano completo de estudos dos jesuítas estava organizado
em um documento, o Ratio studiorum.

Pombal, então 1º Ministro de Portugal, defendia as ideias iluministas, e criou regras


severas na administração e exploração da colônia brasileira com o objetivo de
auxiliar no desenvolvimento da sociedade capitalista industrial burguesa. Dessa
forma Pombal alcançaria seu objetivo principal, de substituir a escola que servia aos
interesses do clero, pela escola intencionada a atender aos interesses do Estado.

No Brasil, as aulas régias deram lugar ao curso de humanidades, com aulas avulsas
de latim, grego, filosofia e retórica. As aulas eram organizadas por professores
régios, e custeadas pelo governo.

Após a vinda da família Real e a independência do Brasil, o governo passou a se


preocupar com a educação das elites dirigentes do país, o problema do
analfabetismo se tornou questão fundamental até a metade do século XX. Porém, a
maior parte dos analfabetos viviam no campo sob ordens e dependência de seus
senhores locais.

Durante o Império, o ensino foi organizado organizou-se em três níveis: o primário


(ler e escrever), o secundário (que manteve a tradição das aulas régias criadas ao
tempo de Pombal) e o superior.

Em 1827, foi aprovado um projeto de lei que complementava o texto constitucional e


determinava a criação de escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e
lugares mais populosos do país. Porém, em 1834, o Ato Adicional à Constituição do
Império desobrigou o governo central a cuidar das escolas, transferindo a
responsabilidade para os governos provinciais.
Durante a década de 20 o pensamento educacional brasileiro, foi fortemente
marcado pelo debate de ideias liberais. Desenvolveu-se o pensamento de que o
progresso nacional estava diretamente ligado à formação de uma nação culta, então
era preciso pensar em mudanças do país a partir da educação. Desta forma, a
escolarização passa a ser vista por intelectuais como motor da História e um
movimento educacional de face dupla, complementar e, ao mesmo tempo
contraditório, e que se desenvolve nesse período o entusiasmo pela educação e o
otimismo pedagógico, que assumiu um caráter de qualidade e com foco na
otimização do ensino. Os intelectuais passaram a se preocupar com a teorização do
processo de escolarização, tendo em vista a formação do novo homem brasileiro.

Em 1932 um grupo de intelectuais e professores criaram o Manifesto dos


Pioneiros da Educação, influenciados pelas ideias liberais, ao defender a escola
pública, obrigatória e gratuita, assumindo uma proposta de organização do sistema
de ensino. Alguns desses intelectuais eram professores ou trabalhavam na mídia
impressa ou radiofônica, como os escolavistas: Lourenço Filho, Fernando de
Azevedo e Anísio Teixeira. Para os pioneiros católicos a educação deveria ser
obrigação da igreja, responsável para preparar os indivíduos para a vida em
sociedade.

Nesse período os colégios católicos buscavam se adaptar e atender às


necessidades dos tempos modernos, equipando como que a ciência e a tecnologia
produzia de melhor, como laboratórios de física, química e mineralogia. Nessa
mesma época o movimento operário também compartilhavam da mesma odeia, já
que a educação era o “assunto da vez”, pois o analfabetismo era algo que impedia o
crescimento da classe trabalhadora.

A Revolução de 1930 levou Vargas ao poder ideológico e a disputa das


oligarquias daquele momento. Uma de suas primeiras ações foi criar o Ministério da
Educação e Saúde Pública em 1931. A constituição de 1934 foi promulgada, tendo
como pano de fundo o embate entre católicos e escolanovistas no campo da
educação. Durante o Estado Novo, Getúlio Vargas assumiu uma política
desenvolvimentista populista autoritária e a escola foi compreendida como um
importante instrumento ideológico. Se por um lado tinha caraterísticas
conservadoras e autoritárias, não há como negar, por outro lado, teve caráter
sistematizador e organizador do sistema educacional brasileiro.

A reforma Capanema, no que diz respeito ao ensino secundário, foi uma


forma elitista e conservadora, oficializando o que ficou conhecido como dualismo
educacional. A escola não seria então, uma forma de reduzir as diferenças sociais,
mas sim de legitimar e aprofundar tais diferenças, propondo às elites maiores
chances de aquisição cultural. Além das escolas técnico-profissionais da rede
pública, foram criadas o Senai, Senac, com mão de obra mais rápida e qualificada.

Durante o governo Vargas e, especialmente durante o Estado Novo, a escola


primária, tornou-se o lugar da construção da nacionalidade. Manter o equilíbrio entre
as ideias tradicionais catolicistas e as ideias liberais representadas escolanovistas
era trabalho tenso, que marcaram discussões no governo.

O fim do Estado Novo, foi demarcado por uma nova Constituição promulgada
em 1946. E em 1948, foi apresentado o anteprojeto da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, que o ensino era obrigação do Estado, e novamente
escolanovistas e a igreja católica entraram em conflito a respeito da manutenção ou
não do Ensino Religioso nas escolas. A República resolveu e, ao mesmo tempo, não
solucionou essa questão ao adotar uma política conciliatória. A educação pública e
gratuita é dever do Estado, mas não exclui a participação das entidades no setor. No
governo de JK, o analfabetismo e a educação básica, oscilaram entre polos
conflitantes e inadequados. Na década de 60 foram criados os Centros Populares de
Cultura levando teatro, cinema, artes plásticas, literatura a todos, entendendo a arte
como um instrumento de revolução social.

A partir de Paulo Freire, surge ama nova geração de educadores que rompeu
com a tradição dos escolanovistas, assumindo, nos dizeres de Gadotti, uma
concepção de educação e de pedagogia militantes. Freire caracteriza duas
concepções opostas de educação:

• Concepção bancária (burguesa) – onde predominam relações narradoras e


dissertadoras. Onde ele define que “A educação é um ato de depositar, e o
saber é uma doação dos que se julgam sábios (educador) aos que nada
sabem (educados).
• Concepção problematizadora – fundamentada na relação de dialogos entre
educador e educando. A partir daqui, o educador valoriza a realidade do
aluno, seus conhecimentos, suas experiências e sua cultura.

Acordos foram criados para estabelecer assistência técnica e cooperação


financeira à educação brasileira, principalmente nas Universidades, visando o
interesse no mercado de trabalho. O Segundo Grau, se tornou integralmente
profissionalizante. As disciplinas, Educação Moral e Cívica e Organização Social do
Brasil (OSPB ), passaram a ser obrigatórias em todos os graus de ensino.

Com o exílio de Paulo Freire e o término do seu programa de alfabetização, o


governo militar criou o Movimento Brasileiro de Alfabetização – Mobral, atuando com
jovens e adultos entre 15 e 30 anos, passando a ter um caráter bem conservador.
O Mobral foi criado com o objetivo de proporcionar alfabetização e letramento a
pessoas acima da idade escolar convencional, porém, a recessão econômica
iniciada nos anos 1980, inviabilizou sua continuidade porque que demandava altos
recursos.

A direção do Mobral defendia que o método utilizado baseava-se no aproveitamento


das experiências significativas dos alunos, esta forma, embora divergisse
ideologicamente do método de Paulo Freire, educador emérito, utilizava-se,
semelhantemente a este, de palavras geradoras e de uma série de procedimentos
para o processo de alfabetização comum a todos.

TEXTO REFLEXIVO

Podemos perceber que desde o período colonial a classe trabalhadora é


“engolida” e explorada pela elite. A ganância e egocentrismo servem de combustível
na sociedade capitalista, onde os ricos tendem ser cada vez mais ricos e os pobres
cada vez mais pobres, uma vez que as oportunidades chegam com muito mais
facilidade para a elite.

A única arma que temos para mudar esta realidade histórica, é a educação, cultura e
empatia, pois são meios de promoção humana e social. É a maneira mais coerente
de revertermos esse quadro. Através da educação o indivíduo se torna mais crítico,
tem mais oportunidades de emprego e melhorias na qualidade de vida.

É importante disseminar nosso conhecimento com os outros, pois através dessa


rede de compartilhamento a educação pode contribuir para o desenvolvimento
econômico, social e cultural do país.

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