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ALUNO: IDALTON DE SOUZA SANTOS

Parecer jurídico nº 00001

Requerente: Ascendino Matoso

Ementa: DIREITO ADMINISTRATIVO. COMERCIO,


RESTAURANTE, PERMISSÃO DE USO.

RELATÓRIO:

Ascendino Matoso, no dia 14 de setembro de 2021, solicitou parecer jurídico


com analise sobre possível violação de direitos e possibilidades de permanência no local
visto que, permaneceu ali por três anos. Munido de documentos sobre a permissão
(anexos I,II e III) questiona com base na legislação sobre o tema, ser favorecido pela
permanência.

FUNDAMENTAÇÃO:

Conforme doutrina majoritária, a permissão de uso por parte do particular para


com a Administração Pública, constitui ato administrativo unilateral, discricionário e
precário, podendo ser gratuito ou oneroso, conceito esse interpretado por vários
doutrinadores, como exposto aqui por Hely Lopes Meirelles:

Permissão é o ato administrativo negocial, discricionário e


precário, pelo qual o Poder Público faculta ao particular a execução de
serviços de interesse coletivo, ou o uso especial de bens públicos, a título
gratuito ou remunerado, nas condições estabelecidas pela Administração.

Conforme parte final do art. 2º da lei 8.666 de junho de 1993;

Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras,


alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública,
quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de
licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo
e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e
particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo
e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação
utilizada.
ALUNO: IDALTON DE SOUZA SANTOS

A permissão de uso dada de forma precária, não tendo um prazo estabelecido


conforme o caso em analise, não se enquadra em legislação especifica, pois como não
há prazo não há característica contratual, não criando assim obrigações para a
Administração Pública, onde pode conceder e retirar de forma discricionária sem a
anuência do permissionário, mas para isso necessita ser motivado por um interesse
público, no caso, o interesse maior está em tirar do particular a permissão a fim de
promover serviço público voltado a saúde dos munícipes. Como o a permissão em
analise tem prazo indeterminado, não gera direito para o particular a indenização.

Entendimento esse seguido por tribunais superiores como o STJ;

“Processual Civil. Recurso Ordinário em Mandado de


Segurança. Ato Administrativo. Permissão de uso de imóvel municipal por
particular. Natureza precária e discricionária. Possibilidade de cancelamento.
Previsão contratual. Ausência de direito líquido e certo. 1. A autorização de
uso de imóvel municipal por particular é ato unilateral da Administração
Pública, de natureza discricionária, precária, através do qual esta consente na
prática de determinada atividade individual incidente sobre um bem público.
Trata-se, portanto, de ato revogável, sumariamente, a qualquer tempo, e sem
ônus para o Poder Público. 2. Como a Administração Pública Municipal não
mais consente a permanência da impetrante no local, a autorização perdeu
sua eficácia. Logo, não há direito líquido e certo a ser tutelado na hipótese
dos autos. 3. Comprovação nos autos da existência de previsão contratual no
tocante ao cancelamento da permissão debatida. 4. Recurso não provido.”

Não há, portanto, em que se falar em descumprimento legal, já que, por ser
uma permissão de uso indeterminada, por ato unilateral, precário. Não gera direitos ao
particular independentemente do prazo já estabelecido naquele local.

CONCLUSÃO

Diante do exposto, entende-se que a permissão de uso de bem público a título


precário não se sujeita a indenização para o particular, posto que, por ato discricionário
da Administração Pública poderá revoga-lo sem consentimento do permissionário.

É o parecer.

Jaboticabal, 13 de setembro de 2021

Telêmaco Pompeu, SP-XXXXX

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