Você está na página 1de 251

INICIAÇÃO ESPÍRITA

INICIAÇÃO
ESP[IRITA
FRATERNIDADE DOS DISCÍPULOS DE J,ESUS

.. . ..
'
• \..._

□f

1
INICIAÇÃO ESPÍRITA

ESCOLA DE APRENDIZES DO EVANGELHO

ALIANCA ESPÍRITA EVANGÉLICA


'

~oom~~©
1~[m~

Editora Aliança
Rua Major Diogo, 511 • Bela Vista· São Paulo· SP
CEP 01324·001 • Tel.: (11) 2105.2600 · Fax: (11) 2105.2626
www.editoraalianca.or g.br editora@editor aalianca.org.br

1
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

direitos reservados: Ediloru Ahunç.a

Y edição. 3• reimpressão, Sètcmbro/2008


do 97' ao J06•milbeirö

tlìuto
INICIAÇÃO ESPÌRITA
Copyright 1975

autores
Allan Kaidec Gonz alez
Carlos Jordão da Silva
Edgard Armond (Coorden ad or)
Flávio Focássio
lracema MartirlS de Almeida
Jacques André Conchon
Luiz Monteiro de Barros
Miiton Gabbai
Ney Pietro Perez
Thirzah Riether
Valent im Lorenzelll

llustrações. artfstlcas
Millon Gabbai

rovitmo
Marla Apareold a Amaral

edtton,ção
MMS

capa
Ellfas Alves I llusttação: Américo Escobar

impressAo
Vlc!a &. Consciência Editora e Gráf,œ Uda.

ffchä catalográfiea

Diversos, Autores
D763i Iniciação Espirita I Autores Diversos
S' edição - São Paulo: E<lttora Allança - 2000
248 pãgs.
ISBN 978-85·88483·25·5

1. êsplríãemc 2. Espiritis m o· FiJœofia 3. Filosofia e Ciência


4. Filœolla e Religião 5. Religião e Ciência l. Tllulo

coo· 130

2
INICIAÇÃO ESPÍRITA

SUMÁRIO

Preces e Hin os.............................................. .......... 4 40. Histórico da Evolução dos Seres Viv os 14 7
Apresentação........................................................... 5 41. Leis Universais 149
Como Servir ........................................................................ 8 42. O Plano Divino - A Lei da Evolução 152
1. A Criação....................................................... ........... 9 43. A Lei do Trabalho -· A Lei de Justiça 155
2. O Nosso Planeta .. . . . .. . . .. . . . . . .. 11 44. A Lei do Amor 157
3. As Raças Primitivas . . .. 15 45. Amor a Deus, ao Próximo, aos Inimigos 159
4. Constituição Geográfica da Terra. ................................ 18 46. A Filosofia da Dor 162
5. Civilização da Mesopotâmia 25 47. Nor mas da Vida Espiritual 164
6. Missão Planetária de Moisés. Preparação 48. Evolução Anímica (I) 166
dos Hebreus no Deserto 30 49. Evolução Anímica (li) 172
7. O Decálogo. Regresso a Canaã. Morte 50. Categorias dos Mundos - Migrações 174
de Moisés . . .. . 33 51. Imortalidade 178
8. Governo dos Juízes. Governo 52. Reencarnação 181
dos Reis até Salomão 37 53. Regras para a Educação,
9. Separação dos Reinos e sua Destruição. Conduta e Aperfeiçoamento dos Seres (I) 188
Cativeiro. A Reconstrução de Jerusalé m .. 40 54. Regras para a Educação,
1 O. História de Israel e Dominação Estrangeira Conduta e Aperfeiçoamento dos Seres (li) ............. 190
até o Reinado de Adriano . 43 55. Regras para a Educação,
O Redentor................................. ............... .............. 46 Conduta e Aperfeiç oamento dos Seres (lii) 193
Convite - Curso de Médiuns . 47 56. O Cristão no Lar 197
11. Interpretação do Ser mã o do Monte (I)........... ........ 48 57. O Cristão no Meio Religioso e no Meio Profano .. 199
12. Interpretação do Sermão do Monte (li) ......................... 51 58. Os Recursos do Cristão 203
59 . I ni.c1. aça-o Espt.rì.tua I 207
13. Interpretação do Ser mão do Monte (lii) 54
14. Interpretação do Ser mão do Monte ( IV). ..................... 58 60. Estudo do Perispírito 210
15. A Fundação da Igreja Cristã 61 61. Regras de Conduta 215
16. Ascensão .. . . 63 62. O Espírito e o Sexo 217
17. Instituição dos Diaco nos . .. 66 63. Prob temas da Propagação 220
18. Conversão de Paulo............................................... 68 64. Introdução ao Processo de Reforma Íntima 224
19. O Apóstolo Paulo e Suas Pregações.................... 73 65. Grau de Servidor 225
20. Paulo Defende-se em Jerusalém................................. 80 66. Gênese da Alma 226
21. Os Apóstolos que mais se Destacaram ..................... 84 67. Evolução do Homem Animal
22. Estudos das Epístolas........................................... 86 para o Homem Espiritual 228
23. A Predestinação Segundo a Doutrina de Paulo........ 90 68. Vícios e Defeitos 229
24. Justif icação dos Pecados. ................ .............. ....... 92 69. Preconceitos 232
25. Continuação das Epístolas ............................................ 96 70. Vida Plena 234
26. Doutr ina de Tia go Sobre a Salv aç ão. .......................... 98
ANEXOS
27. Doutrinas de Pedro, João e Judas 1 O1
28. Apocalipse de João 1 04 l. Preparação de Tr ab alhos Es pirituais 237
29. Continuação do Apocalipse de João 107 li. Vibrações 238
30. Ciência e Religião 11 o lii. Regras de Conduta 239
31. O Pensamento e a Vontade Como Forças .............. 115 f\/. Caderno de Temas 240
32. A Lei de Ação e Reação 119 V. Caderneta Pessoal 240
33. O Amor como Lei Soberana. VI. Caravanas de Evangelização e Aux ílio 241
O Valor Científico da Prece 122 VII. Aliança Fraternal 242
34. AM e d.ter.na Pst.cossomat.ìc. a 125 VIII. As Fraternidades 243
35. Curas e Milagres do Evangelho 129 IX. Acesso à Fraternidade dos
36. Cosmogonias (I) 135 Discípulos de Jesus 244
37. Cos mogonías (li) 138 X Nova Frente de Trabalho 245
38. Síntese 140 Xl. Programa da Escola de
39. A Evolução nos Diferentes Reinos 144 Aprendizes do Evangelho 246

3
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

PRECES E HINOS

PRECE DOS APRENDIZ ES DO O BOM SERVIDOR


EVANGELHO
Letra e música: Cenyra Pinto
Letra: E. Armond
Músiœ: R. Vanucci Eis o lema do bom servidor.
Trabalhar... Trabalhar... Trabalhar...
Pai Celeste, Criador, Se hower empecilho ou barreira
Fonte eterna de bondade, Ele sabe corno há de afastar.
Auxilia-nos Senhor
A conquistar a Verdade. O perigo ele enfrenta sem medo.
Sendo manso, é valent e e ousado.
Abençoao nosso esforço Caminhando sereno ele marcha
Para o Teu Reino atingir. P'ra vitória do fim colimado.
Dá-nos Pai, a luz que aclara
Os caminhos do porvir. Sempre dócil à vozde comando
Não pergunt a p'ra onde é mandado.
És a glória deste mundo, E cumprindo com o seu dever,
És a paz e a esperanç a; Ele é simplesmentesoldado.
És a luz que não se apaga,
És o amor que não se cansa. Servidor é o soldado do Cristo,
O que marchacom lé, com ardor!
Dá-nos força para sermos Trabalhar é a sua divisa.
Os arautos do Teu amor; Eis o lema do Bom Servidor.

Bis Testemunhos verdadeir os


Do Evangel ho redentor.

PRECE DAS FRATERNIDADES

HINO DO DISCÍPULO Nosso Divino Mestre e Salvador, HINO DA ALIANÇA


Fortalecei-nos e amparai-nos
Somos servos de Jesus Para que possamos lutar Letra: E. Armond
Na Aliança do Seu amor, Música:Mauro Orlando
E a força que nos conduz Contra as forças do mal
□ o Evangelho Redentor Que tentam dominar o mundo.
Neste mundo atormentado
Oe maldades e ilusões
Aos testemunhos de amor Veneráv eis mensageir os celestes, Esta Aliança é um bem sagrado
Dedicamos nossas vidas, Auxiliares de Jesus, De conforto aos corações
Nossas almas sem temor Fortalecei-nos e amparai-nos
Pela lé são conduzidas. Para que possamos lutar Com Jesus nós venceremos
Contra as forçasdo mal Na batalha contra o mal
Virtudes novas teremos, Que tentam dominar o mundo. Sempre unidos lutaremos
Combatendo por Jesus Pelo nosso grande ideal
Desse eslorço colheremos Pai Nosso, Criador Nosso,
Bênçãos de graça e de luz. Fonte eterna de amor e de luz, Assim cantemosirmãos
Fortaleoei-nos e amparai-nos Estecanto de lowor
Oe mãos dadas, companheir os, Para que possamos lutar Nossas almas, nossas mãos
Sigamos nossos caminhos , Contra as forças do mal No trabalho redentor.
Confiantes, verdadeiros, Que tentam dominar o mundo.
Pois nunca estaremos sozinhos. Assim seja.

4
INICIAÇÃO ESPÍRITA
APRESENTAÇÃO

A Escola de Aprendizes do Evangelho, esUigio de Deus: e que estes !Mos se reproduzam em fartas messes
preparação espìrítual para ingresso na Fraternidade dos nesla promissora Pá11ia do EvangelhO.
Olscípuloa de Jesus, loi criada em 1950, tendo sido Todo aquele que, no intimo de seu Espírito, sentir o
Inauguradano dia 6 de maio desse ano, na Federação Espírita desejo de entrar no caminho desta enaltecedora Iniciação.
do Estado do São Paulo. que ouvir o chamado insistente que vem do coração amoroso
Em outubro do mesmo ano, ao lazer a apresentação d'Aquele que é o caminho, a verdade e a vida. que se revista
do 1• volume da série IniciaçãoEsp/rira.dissemos: •oesde o de bom Animo e siga os mesmos rumos."
momento em que nos convencemos da necessidade de se
colocar à disposição dos espiritas meios mals seguros e O PLANO- CO NVIT E
objebVOS de realizações no campo da Reforma Intima, vimos -1-
logo que seria ütil a elaboração de um sistema de Iniciação "A gravidade da hora que passa. 118 expectativa de
espirttual, com base nos Evangelhos. em graus sucessivos profundas modificações na Vida do homem sobre a Terra e
de aprovertamonto. em caráterpúblico e. em conseqûêncla, os avisos que nos são dados continuamente, do Ano, no
permitisse a Inscrição de todos aqueles que se Julgassem sentido de se preparar o mundo para futuros dias
aptos a semelhante esforço: tormenl0$0S, exigem a iormaç!lo de bases firmes para apoio
Idealizemos. assim. um sistema da aprendizado em da lé, da esperança e da caridade entre os hOmens.
três graus. a saber: -2-
A Iniciação terminaria no 3• grau, porque não A transição para o Terceiro Mliênlo, que prenuncia
acreditamos haver alguém. neste mundo Inferior, salvo raras maiores sofrimentos e inquletaçõos. oxlge a formação de
exceções. capaz de realizações acima deste ponto, visto que núcleos espirituais poderosos na superficie terreM. para que
o Evangelho é padrão de vida moral e de elevação para as verdades eternas permaneçam vivas, resìstam aos
humanidades colocadas em qualquer altura da escala catacismos desuuldores e à confusAo que va, imperar no
evolut,va. coração dos homens.
No plano geral dessa írnciaçào seMm deveres do -3-
Aprendiz: •estudar a Doutrina Espinta em todos os seus □ urgente a lormação de legiões óe trabalhadoresde
aspectos, aprofundando-se o mats possível nos boa ventado para agirem nos momentos oportunos como
conhecimentos ovangélicos: adquirir noções gerais sobre lnsuumentos conscientes. humildes e disciplinados, dos
outras doutrinas e religiões; freqOentar aulas, reuniões Esplrltos Diretores do mundo, auxiliaros do Cristo.
educativas, sessões. conferências e ludo o mals que servisse -4-
para completar seus conhecimentos. esclarecer-se e
Em certas épocas, corno a atual. o esforço Individuel
engrandecor·se como Espirilo.•
Isolado, por mais sincero que seja, não basta nem
"No campo interno. organÍUlr um quadro-programa corresponde às necessidades gerais· somente o,ganlsmos
de lllr1udes e defeitos, dando um balanço moral ínbmo, a fim
colebVOS poderosos, fortifocados na fé, dotados de espirito
de se conhec er a si mesmo: estabel ec er normas para o
de renuncia e de sacrificio e a¡,oiados pelo Allo poderao1azer
trabalho árduo e dignificante da refonna moral. iniciando a
frente às necessidades huma118s. inspirar confiança e auxdîar
lase de exemplîf,cações evangélicas. visando a purìficação a evolução.
do corpo e dO espirito.·
-5-
Lançou-se um Plano-Convite que val transcrltc mais
Por Isto, nesta data, se cria, nesta Federação,a Escota
adiante, bem como organizou-se o programa desse
de Aprendizes do Evangelho destinada a apressar a primeira
aprendizado no seu período preparatório, comportando o
etapa da Iniciação de todos aqueles quo so comprometam
estudo do Velho Testamenlo. consigo mesmos e com Jesus:
T 1 - a se edificarem no estudo aprofundada do Evangelho
e na sua exemplifocação, segundo as possibilidades
•A alguns confrades, dizíamos, tem causado evolubVas de cada um;
estranheza o novo sistema que se emprega para orientu a 2 - a eliminar am os vicios que possuam :
reforma moral dos adeptos , porém, confor me se tem dìto
em al1igos. Impressos e verbalmente, pela tnbuna. já é hora 3 - a organizarem um quadro-programa de defeitos mo-
de so incromentar esse esforço, utifazando processos novos, rals e se empenharem por extfngu(.tos ou, no mínimo,
de vez que a Reforma Intima, para a grande massa espirita, por atenuá-los, gradativamente, num esforço continuo
caiu na faso negativa das contemporizações, das de todos os dias:
transigências com o tempo e com a própria consciência, com 4 - a realizarem um trabalho constante, sincero e defini·
evidente e ruinoso desprestigio para a própria Doutrina. Ilvo, Cle purificação de corpo e espirito.
Se comprometam mais:
T a) a manterem-se unidos, congregados fraternalmente,
Assim, pois, aqui deílcamos consignados nossos votos dispostos à formação de uma unidade espiritual pode-
para que este eslOfÇOenotMecedor dos dedicados Aprendizes rosa, destinada a auxoliaros necessitados encamados
desta Esco4a produza bons frutos e possa levantá·los para e desencarnados;

5
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO
b) a se cooservarem à disl)œição pennanente e vigilan- da Terre Impermeáv el à passagem das luzes do Alto.
te, dos Espíritos Superiores, auxiliares do Cristo, para Os homens tinham ficado entregues a si rnesrnos ...
a realização de suas santificantes tareias planetári as ; e a ,nexOláv el justiça divina la se abater sobre o mundo.
e) a se eslo,çarem nesta fra1emldade de aprendizes Por Isso, o Cnsto, na sua qualidade de Verbo que
até que, por seos própnos atos e méntos. possam se oonslfÓI e Messias que salva. de9Ce<J alé nós, encarnou em
transformar em autênticos disclpulos do Cristo, em melo a essas trevas; oom sua p<esença, aíastoe-as e mostrou
espirito e verdade. o caminho, Iluminando tudo em voila oom a sua própria
-6- claridade.
O Aprendizado será de dois anos dos quais os sels E quando se foi, lermlnada a tareia lngenle, deixou
primeiros meses se destinam ao estudo do Velho Testamento essa luz condensada em seu Evangelho, para que todos dela
e os dezoito restantes, ao dos Evangelhos propriamente ditos. se aproximass em e se esclarecess em.
-7- E o que sucedeu? Os homens obedeceram? V,veram
Haverá revezamento de lnsltutorœ e o ensino será o nessa luz?
mais objetìvo possi\/el, com suas conclusõe8 focalizando não llveram-na como alvo de suas vidas?
o espacio meramente histórico dos latos, mas sua Muíto ao contrário: desprezaram-na e permítíram que
slgnilicação espiritual para a evoluç4o do homem, como as trevas voltassem novamente a dominar por loda parte.
lambêm visando despertar no aprendiz a conv,cç!io profunda Por isso é que vozes do céu estão agora de novo
da nocossldade urgente e imperatJva da Reforma Íntima e conclamando os homens à penitência e ao arrependimento.
de exemplrllcação dos ensinamentos que o Cristo nos legou. Os tempos novamente chegaram e o Filho do Homem,
-8- que desde então esteve sempre vindo, sempre se
0s pontos dados serão resumidos por escrilo, aproximando daqueles que o buscavam, val realizar um
distribuídos aos Aprendizes e examinados pelos lnS1rutores Julgamento para verificar como os homens se utilizaram de
a fim de que haja uniformidade no ensino: e os pontos seus ensinamentos.
controvertidos serão, finalmente. Interpretados pelos ·- Quem conservou a luz e ejudou a disseminá-la
Mentores Espírituais. sob<e a Terra? Esse passe para a minha dìrelta.
-9- - E quem preferiu permanecer na !revs e concorreu
Flndos os diferentes periodos
do Corso, os resumos para etemizar o seu domínio maklllo? Esse passe para a
dados por escrito serão enfeixados em uma publicação es- minha esquema."
pecial, oom as alleraQães aconselhadas pela experiência, Momentos decisivos se aproximam e cœsce, dia a
para servir de base aos periodos de ensino subseqüentes e d,a, a tarefa daqueles que. tendo amado essa luz, tomaram-
publicados em uma séñe sob a legenda •tnlciação Espírita." se responsáveis pela sua propagação.
-10- Mas quantos são esses? Serão muitos?
O número de aprendizes será Ilimitado desde que os Nessa hora, quando Ele perguntar. "Delxei·te a minha
candidatos se comprometam à mais rigorosa assiduidade. luz como herança. Que fizeste dela?". o terror então Imperará
ao esforço de reforma moral e ao obJebvo fundamental de se nos corações ameos e muitos tentarão ainda salvar-se,
transfor mar em em verdadeir os áisclpulos do Cristo. dizendo: 'Senhor 1 Senhor! Tende piedade de nós."
-11 - Mas Ele <irá: 'Como não tens em ti mesmo essa luz,
Ao fim do curso os Aprendizes serão examinados. essa claridade que salva para a vida eterna. já es1ás por ti
induslve no que respeea à medìunldade - porque o eslo,ço mesmo. separado: passe para a minha esquerda; teu lugar
de punllcação íntima desenvolve faculdades psiquìcas - e é ainda no meio das sombras. Não riveste liberdade para
conforme os resultados alcançados ser-me-ão comeOdos escolher o leu caminho? Seguo, pols. por ele, até que me
novos e mals elevados encargos na seara evangélica, para enoontres de novo. Porque a cada um será dado segundo
que assim todos possam atingir graus cada vez mals altos e suas obras."
avançados na evolução.
Silo Paulo, 15 de outub ro de 1950.
O TESTEMUNHO DA LUZ
A história do mundo nos conta que a humanidade lá
passou por muitos Juízos de ddarantas naturezas que. como ...
também sabemos, são processos periódicos de Estas palavras de apresentação formam agora um
selecionamento.
precloso subsídio hlstórlco-doutrinério no capitulo da criação.
As lendas, por exemplo, de Adão e de Oaucallão, os desenvolvimento e existência destas escolas do
afundamentos de continentes, com extormirno de milhões evangeliz aç ão popular em nosso Estado, no P.als e no
de seros, são exemplos disso. estrangeiro; e hoje, passados 24 anos, podemos subscrsvê-
Nos dias terrenos do Cristo, o profeta João Batista las, coníìrrnando-as integralmente, porque a situação geral
pregava a penitêncla e o arrependimento dos pecados porque. do mundo em nada mudou mas, ao contrário, tomou-se mals
dizia ele - os tempos eram chegados ... delicada, pengosa e alarmante, oom a carência, cada vez
Estava-se em dias ele lulgamento. ma,or, de ospintualidade e Idealismo religioso, as multidões
E, de fato. o Cristo velo em uma época escura. torva. se deixando Impressionar, multo mais que antes, pelo
remata de um cick>, em que as trevas da lgnorânaa e da ma11naltsmo eiel'ltifico. a corrupção. a desagregação dos
maldade dominav am por toda parte, romando a aunosl er a valores moralS. indMduais e cotetlVO S, em todos os sentido s.

6
INICIAÇÃO ESPIRITA
INICIAÇÃO ESPÍRITA

As Escolas cresceram, prestigiar am-s e Aprendizes. como servidores, se transferirão para a


grandemente, cobriram com sua claridade. as casas Fraternidada dos Oisciputos de Jesua, como anteriormente,
espfñ1as que as mantiver am e as utíllzaram: produwam apos um pequeno estágio probatório e, neste organismo
frutos admlráv els , que podem ser vistos e medidos ; porém. de permanênc,a definitiva, ganharão ln1elre liberdade de
a necessidade de sua atualizaç ão, sua relormul açli o em ação e rntegração evangéHca, elaborando programas
bases malt rigorosas de fidelidade Interpr etativ a e próprios. nos limites da vontade e das posslbllldades, como
realizadora aos ensinamentos do Divino Mes1ra, tomam-se arautos vivos e liéis do Divino Mestre, na vivência dos
agora evidentes. ensinamentos e dos testemunhos.
Sc o tumulto e a desorientação tomaram vulto Milhares Já o fizeram antes e turmas sucessivas
aterrador nas perspectivas de afastamento, desconhecimento engrossam as legiões de discípulos que partem das escolas
ou menos pr ez o das verdades espirituais autêntic as e fundadas após a primeira e é de crer que, com o reajuste de
evangélic as, entretanto estas são as llnlcas que poder ão agora, os resultados do esforço comum sejam grandemente
encaminhar a humanidade, com relativa segurança espiritual. aumenl ados e aperfeiç oados, com mals unidade, dìsciplin a
no setedonamento ciclic:o. inevit ável para a redenção . de ttabalhO, firmeza ideológí ca na compr eens ão, na vivënà a
Tudo Isso leva à convicção de que o esforço de e na autenti adade das realizações.
evangelização deve ser executado agora com maiores E que assim se possa recuperar o tempo gaStO em
cuidados, compreensão e devotamento. sem prejuízo das experimentações Individuais, nem sempre aconselháveis ou
bases Iniciais aprovadas pelo Plano EsptrltuaJ em 1950 e produtivas, conquanto sempre úteis. pelo que possam valer
provadas com o tempo, e sue expansão operada mais como aprendizado e orientação, pols que tudo é respeitável
amplamente, sem exclusivismos ou particularizações. para quando é feito com a intenção de acertar e de servir aos
que, ao homem encamado, nestes dias, Jamais falte a luz semelhantes, em cooper aç ões livres e laboriosas.
condutora, a mão carinhosa de ajuda, o amparo precioso e
direto do DMno Mestie que, allás, só se pode exercer em Slo Paulo, março de 1975.
condições de recepllvidade e sintonia.
Nenhum Interesse particular, lndívidual ou coletivo, Edgard Amlond
deve Interferir, retardando ou prejudicando a coletividade
cñstã.

Quando a série ln/o/ação Espfr,ta rol lançada, em


fascículos, nas contracapas havia mensagens e lnslruções
Esta segunda série de publicações da Iniciação aos alunos. tais artigos encontr am- s e em "Anexos•.
evangélica, realizada agora pela Aliança Espírita Na Assembféla de Grupos Integrados, da Aliança
Evangélica. é uma humilde porém preciosa colaboração ao E. s pirita Evangélica, realizada em dezembro de 1989. loi
esforço altamente meritório dos discípulos flélS a Jesus, sobre aprovado um novo programa para a Escola de Aprendizes
os quais se derrama, sem a menor dúvida, a Inspiração do do Evangelho, com a inclusão de novas aulas, que
Plano Maior que onenta e dìrige os desunos espintuals do constituCm os capítulos 64 a 70.
nosso Pals. Os 1 O mandamentos listados nesta edição foram
□ uma reformulação, com melhor programação de extraldos do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, de
trabalho, com alterações que a experiência de 24 anos pode Allan Kardec. Em outras obras poderemos encontra-los em
aconselhar. outra seqOêncla e redação Nomes bíblicos foram
Todaprlo~dade agora é dada ao Espiritismo religioso pedronlzados, pois as diveisas reedições das biblias, ao longo
(sem menosprezo dos demais setores doutrinários), com as do lempo, apresentam varla¢es.
realizações Individuais ñgorosamente lixadas na Reforma Em 3 de março de 2003, a Assembléla de Grupos
Íntima compulsória, lundamenlo que é o principal da Integrados aprovou a nova grade de aulas que compõe o
esplmua. l izaçAo dirigida e acelta, Anexo Xl.
O ensino teónco abofdando somente matéria ajustável
a asse ltmamento principal, reduZldo ao mín11TIO o esforço
intelectual, mals propno de outros setores eseolares, dando- SAo Paula, OOIUbro de 2003.
se assim mais rigor à exação no cumprimento das realizações
espirituais propriamente ditas.
Após a preparação de dols anos e melo, os Editora Aliança

7
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO
COMO SERVIR

(Mensa,gem Mediúnica)

Lastimará por vezes o companheiro as obrigações que


assumiu no campo espiritual. Sentirá que o trabalho com Jesus
após o longo dia de serviço a César, o jantar adiado, a festa de
que não· participa, o lazer reduzido, a distração de que se priva
são sacrifícios bem pesados.
Já ponderou, entretanto, que o verdadeiro serviço com o
Mestre deve ser sublinhado por alegre espontaneidade? Que
a tristeza envenenará os fluidos que transmita no passe, tirará
a convicção da palavra que a pregue, desapontará o
necessitado que o busque? Que pesar e medir sacrifícios, contar
minutos e horas de atividade na Seara é anular todo o mérito?
Não diríamos a quem serve com tristeza que deixe de
servir, mas sim que busque a alegria do serviço.
Se alguém permitiu que a rotina lhe invadisse a tarefa,
busque renovar-se através da prece, da meditação, da leitura,
da palestra.
Não permaneça na atitude interesseira de quem só quer
acumular horas de serviço para melhorar a própria ficha
espiritual, pois trabalho sem amor consta como hora nega.tiva
que terá que ser reposta. Não julgue diminuir seus débitos pelo
comparecimento a certas reuniões, pois só o Senhor sabe de
nossos méritos e deméritos, só Ele vê claramente nossa posição
ante a Lei.
Perguntarão: não há bônus hora. não há diminuição de
débitos através da colaboração espiritual? Sim, respondemos,
porém sob a égide do amor.
Misericórdia quero, e não sacrifício, disse Jesus. Aquele
que se sente sacrificado por servir só experimenta misericórdia
por si mesmo; é, pois, egoísta.
Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber, consta
nos Atos. Se damos lastimando-nos somos desventurados.
O amor cobre a multidão dos pecados, escreveu Pedro. E
Paulo declara; a caridade (ou o amor) é sofredora, é benigna,
não busca os seus interesses. Eis o verdadeiro amor, a legítima
caridade, que resgata débitos, suaviza carmas e eleva o
Espírito.
Se busca alguém esse resgate, essa suavização e
erguim ento, ame. E como fará para amar? Ensaiando seu
coração para, que vibre por todos como vibra para seus entes
mais caros. E difícil? Sim, mas se fosse impossível Jesus não
nos diria: amai-vos uns aos outros como eu vos amei!

Simão

8
INICIAÇÃO ESPÍRITA

1.
A CRIAÇÃO
O Universo material: nebulosas, sistemas planetários.
O Mundo esplrltual: hierarquia espiritual.

1.O PLANO DO ESPÍRITO Es s es Es píritos, como receptáculos


Deus ‒ O Es píri to Uni vers a l ‒cri a do poder, pa s s a m a exercê-l o na 5. A CRIAÇÃO
perpetua mente porque o Es píri to cri a çã o universal, como executores da
As s im, o Verbo de Deus projeta s ua
nunca repousa. O poder cri ador é um vonta de divina, pela ação dinâmica do
vonta de poderosa sobre determina do
dos Seus atributos. A cri ação é mental Verbo. O Verbo em Deus é o poder
ponto do Espaço Infi ni to e a i , nes s e
porque tudo quanto é da esfera divina cri a dor na esfera a bsoluta, abstra ta , o
ocea no de fl uído cós mi co, a ma s s a
é i material, imponderá vel , a bs tra to. pensamento cri ador não-exteriorizado;
começa l ogo a tra ns muta r-s e,
Toda s a s cri a ções forma m ci cl os o Verbo fora de Deus é o pensa mento
pa ssando do estado estático, potencial,
compl etos . tra ns ferido, poder a gi ndo na es fera
a o di nâmico, entrando em movi mento;
Como ema na çã o que é da da s manifestações objetivas, o ca mpo
forma -se aí um turbi l hã o de á tomos
Di vi nda de, o Ser cri a do pos s ui , da s rea l i za ções fenomêni ca s .
que pa s s a a gi ra r em torno de s i
potencialmente, possibilidades divinas, Verbo não se tra duz simples mente
mes mo, manifestando vi da, ca lor e luz.
que desenvol ve no curs o da própri a por palavra, ma s por poder realizador;
É o pri ncípi o da s coi s a s .
evol uçã o. é a enunciação de uma vontade divina
Es ta a ção do Verbo s obre os el e -
Ta nto da Divinda de, como tudo o no s enti do de que certa s coi s a s
que s e refere à cri a çã o na es fera s ucedam de determi na da forma ; na mentos potenci a i s cri a ndo o movi -
a bs oluta, escapam ao entendi mento es fera mental do plano criativo, Verbo mento, o ca lor e a l uz, corresponde ao
huma no. s i gnifica projeção de um pensamento, 1º Dia da Gênese de Moisés qua ndo
emi ssão de uma ordem vi tal que, por di z:“Haja luz ‒ e houve luz”. (Gên. 1:1)
Este é o Plano do Espírito s i mesma, desencadeia uma suces s ã o O s egundo dia é quando, a o a pel o
de a contecimentos ou fenômenos no do Verbo, acorrem para a quele ponto
2.O PLANO DA ENERGIA pl a no objeti vo. os Es píritos s uperiores, encarrega dos
A cri a ção divi na, sendo perpétua e Qua ndo Joã o, no s eu Eva ngel ho, da s construções cós mi ca s que pa s -
i ni nterrupta , exi ge um ca mpo di z:“No pri ncípi o era o Verbo e o s a m a regular as alterações vi bratórias
uni versal de a çã o e es te ca mpo é o Verbo era Deus e o Verbo estava com da ma ssa que, condensando-se, i nici a
Es pa ço Infi ni to. Deus” (João 1:1) refere-s e a o poder s eu movimento giratório em torno de
O Es paço não é um va zio, ma s um cri a dor na esfera a bstrata, irrevela da , um núcl eo central; essa condens a çã o
ocea no de fluido primordial, pa s s ível a ntes do des enca dea mento dos l eva a um estado gasoso prelimi na r e
de tra nsformações inumerá vei s , que fenômenos cri a ti vos , referentes à a s s i m s e forma UMA NEBULOSA −
contém uma energia potencia l , fonte Terra . ma tri z de mundos − que s e des ta ca ,
de todos os movi mentos e força A cri a çã o objeti va s ó pode s er níti da e cheia de claridades, no fundo
promotora de toda s a s muta ções . executada por Espíritos i ndividua dos , es curo do ocea no de força .
que a gem por ordem de Deus , em Ma s os Es píri tos cons trutores
Este é o Plano da Energia. ta refa s determi na da s . Porque em conti nua m a a gi r a umenta ndo a
Deus na da é i ndi vi dua do, pa rti cu- condens a çã o da ma s s a nebul os a ,
3.O PLANO DA MATÉRIA l a rizado, objetivado mas, a o contrário, a cel erando s eu movimento em torno
Es te fl uido universal tra nsforma do tudo é s omá ti co, uni vers a l i za do, do núcl eo a té o ponto em que o
concorre à produçã o de toda s a s tota l i za do. Em Deus tudo é eterno, conjunto s e pa rte, projeta ndo
forma s e ti pos dos s eres vi vos , da s a bs oluto, i ntegral, completo e i nfinito, fra gmentos e muitas direções . Es s es
coi s as i nanimadas e dos mundos que nã o-sujeito a limitações e muda nça s . fra gmentos, assim que se anula a força
rol a m no es pa ço. Em s uma : pa ra uma cri a çã o centrífuga de propulsão, esta ca m em
objetiva, l imitada, definida, é preciso a da do ponto e passam a girar em torno
Este é o Plano da Matéria. a çã o objetiva de um Ser i ndi vi dua do, a o núcl eo centra l da nebul os a
dota do dos poderes es pi ri tua i s pri mi ti va , des crevendo órbi ta s
4.O PLANO DA MANIFESTAÇÃO neces s á ri os a tra ns forma r o pen- própri a s .
O poder criador, a tributo de Deus, s a mento di vi no em coi s a vi s ível , Assim, isolados e tornados menores,
é tra ns mi ti do a Conjuntos de concreta , ma teri a l . a cel era-se a condensação e giram com
Inteligências Divinas e Espíritos puros vel ocidades cres centes em torno a o
da es fera crís tica, a gentes da cri ação. Este é o Plano da Manifestação. própri o ei xo a té que, por efei to

9
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

dos a tritos com a massa fluídica exte - É o 5º Dia, o da cri a çã o dos pá s - Os es píri tos s ã o ema na ções da
ri or, a ca ba m por i ncendi a r-s e. s a ros e dos pei xes . Di vi ndade, possuidores de i nteligência
E entã o, todo o Espaço em torno à Por úl ti mo, estabilizam-se,também, e s enti mento.
nebulosa s e a cende em l uzes ; ca da a s s uperfíci es s ól i da s , e s urgem os Es s as centelhas vi vas , chi s pa s de
fra gmento gasoso é um globo de fogo a ni mais de terra ; e entã o, qua ndo o l uz di vi na , s empre s e a pres enta m
e o núcl eo da nebulos a , por s ua vez, cená ri o fi cou pronto e s e cons o- vel a das por envoltórios fl uídi cos , de
ta mbém s e acende passando a consti- l i daram todos os el ementos neces - cons istência correspondente a o da s
tui r o s ol centra l do conjunto. s á rios à vi da, aparece o homem – o es feras vi bratórias ou planos em que
As s im é que se formam os sistemas rei da cri a çã o. s e ma ni fes ta m.
pl a netá ri os . É o 6º Dia da Gênese, qua ndo Somente ao atingir o gra u humano
Depoi s , com o correr do tempo, tra ta da cri ação dos a nimais de terra é que a centel ha a dqui re per-
procede-s e a o res fri a mento da e do a pa reci mento do homem. s ona l i da de, cons ci ênci a própri a e
s uperfíci e de ca da fra gmento, em É o 7º Dia, que Moisés des ti na a o l i berda de de a çã o.
conta to com o fri o i ntens ís s i mo do repous o do Cri a dor, repres enta a Os s eres espiri tua i s res i dem nos
Es pa ço exterior, formando uma crosta es tabilização de toda s a s coi s a s e o es paços infinitos e descem a mundos
ca da vez ma i s res i s tente. tra ba l ho huma no em evol uçã o. ma teriais para a realização de provas e
Em torno a esses corpos cel es tes As s i m, a pa l a vra do Verbo, no experi ênci a s puri fi ca dora s .
embri onários os espíritos construtores pri ncípio, desencadeia a ação de todos Ca da corpo celeste tem sua própria
forma m uma ca ma da fl uídi ca de os a gentes da ma ni fes ta çã o di vi na huma nidade distribuída, parte na s ua
proteçã o, limitando com o exteri or, e a tra vés dos três a spectos funda men- s uperfície, em corpos densos, e pa rte
pa ra ali outra cl ass e de Es píri tos , os ta i s : es píri to, energi a e ma téri a . em corpos fl uídi cos , no Es pa ço
Cri a dores das formas, tra nsportam os Na des crição de Moi sés, a criação corres pondente.
germes da vi da de todos os seres que é s i mbólica, cada dia repres enta ndo No que s e refere à huma ni da de
vã o evol ui r na quel e orbe. períodos de tempo, cuja dura çã o terrena a scende ela, ma i s ou menos
Os ga ses das combustões interna s des conhecemos , ma s que a ci ênci a s egundo a utores , há 20 bi l hões de
vã o s ubindo por expansão natural mas conta por centena s de mi l hões de s eres, dos qua i s pouco menos de 4
s ã o detidos na ca mada de proteçã o a nos . bi l hões a cha m-s e enca rna dos na
e, em contato com o fri o exteri or, s e s uperfíci e (cens o dos a nos 1970),
condensam e ca em de novo, na forma 6. O MUNDO ESPIRITUAL perma necendo o restante no Es pa ço
de chuva s , que s e es pa l ha m pel a Os s eres vi vos , a ni ma dos por corres pondente.
s uperfície escaldante, leva ndo consigo Es píri tos que habitam o Espaço ou os Aci ma e em torno à cros ta dos
ta i s germes da vi da . corpos celestes, constituem o Mundo a s tros, os planos de vi da s e s ucedem
Es te é o 2º Dia da Gênese, qua ndo Es pi ri tua l . ma s nã o s e s obrepõem; i nterpe-
s e refere à criação do firmamento e à
s epa ra çã o da s á gua s .
As á guas ca ída s na s uperfíci e do
gl obo em forma çã o, a cres ci da s
cons ta ntemente por nova s chuva s
torrenci ais, vã o s e unindo, forma ndo
ma res e as terras vã o a pa recendo e
os germes trazidos pel a s chuva s vã o
germi nando nas á gua s e na s terra s ,
da ndo s urgi mento à s pri mei ra s
pl a nta s .
É o 3º Dia, qua ndo Moi s és s e
refere à reunião das á guas , à cri a çã o
do el emento á rido e ao aparecimento
da s pl a nta s .
Depois diminuem a s combus tões
i nternas, a a tmosfera clarei a e o s ol ,
cons egui ndo romper a s nuvens
es pessas, aparece, pela pri mei ra vez,
i l uminando a Terra, enquanto à noi te
bri l ham as estrelas e outros astros no
fi rma mento l i mpo.
É o 4º Dia, qua ndo a Gênese fala
da cri a ção do sol, da lua e das estrelas.
Em s eguida, a centuando-se o
res friamento, o ca l or di minui e a s
á guas e os a res s e enchem de s eres
a ni mais de ordem i nferior, cuja vida
s e torna , entã o, pos s ível .

10
INICIAÇÃO ESPÍRITA

netra m-s e s egundo a dens i da de vi duais, que i ntegram a imensa l egiã o e dos Tipos de todas a s manifestações
vi bra tóri a de ca da um. dos Gua rdi ã es . Os s eres de ma i or fenomêni ca s ; Es píri tos da es fera
As s im, poi s , qua l i ta ti va mente, a hi era rqui a des s a cl a s s e s ã o os crís ti ca, cri adores de mundos, a gi ndo
pa rti r da crosta, exis tem numeros a s comumente designados como Anjos . como Verbos de Deus. Ca ra cteri za m-
cl a sses de Espíritos, que s e a grupa m Espíritos Superiores − Compre- s e pel a s ua es s enci a l na tureza e
por a fi nidade e segundo a na tureza endendo toda s a s enti da des que ca pa ci da de de a ma r. ta nta s vezes
da s ta refa s que executa m. coopera m na a dmi ni s tra çã o do qua ntas necessárias, s a cri fi ca m-s e e
Nes s a ordem, temos : Cos mo: regul a m a s enca rna ções ; s a lvam as humanidades dos mundos
Espíritos Inferiores − Com- gua rda m os a rqui vos da vi da dos que l hes estão debaixo da misericordi-
preendendo os maus, os ignorantes e povos e na ções ; es ta bel ecem a s os a proteção. Por i sso, são chama dos
os s ofredores, que habitam as treva s , prova ções col eti va s ; coopera m na Es píri tos s a l va dores , redentores ,
umbra l e a cros ta terres tre, cons truçã o dos mundos e na mes s i a s . O Cri s to terreno teve s ua
enca rna dos ou des enca rna dos . des trui çã o dos gl obos a pa ga dos , úl ti ma manifestação física sob o nome
Bons Espíritos −Compreendendo etc.Sã o Espíritos poderos os , de a l ta de Jes us de Nazaré, há dois mil anos.
os coopera dores do tra ba l hos de hi erarquia, que agem com autoridade E a ci ma des ta s hi era rqui a s , já tã o
a s s i s tênci a , a uxíl i o, s ocorro e própri a e se qualificam na cl a s s e dos el evadas, ainda existem outras, que a
regeneração a necessitados da cros ta Arca njos . na tureza deste estudo nã o comporta
pl a netária e do Espaço, bem como os Espíritos da Esfera Criativa − porque já passam a pertencer à esfera
fa mi liares, protetores e gui a s i ndi - Os des tinados à cri a ção da s Formas da Di vi nda de Abs ol uta .

2.
O NOSSO PLANETA
Formação material: aparecimento dos seres vivos
e sua evolução até o homem.

1. CONSTITUIÇÃO DO GLOBO “ma nto”. Tentar explicar a composição Em 1749, o na turalista francês Buffon
O qua dro atualmente ma i s a cei to des sa ca ma da é ta refa conjunta de propôs a hipótese da col i s ã o de um
pel os geofís i cos mos tra o pl a neta a l gumas ciências. Paradoxa l mente, o cometa com o Sol , o que teri a
composto de três esferas concêntricas ma nto parece ser, a o mes mo tempo, provoca do grandes jatos de gás sol a r,
pri nci pa i s . A Terra nã o poderi a s er rígi do e plástico, i ncandescente onde que posteriormente se condens a ra m
i ntei ra mente cons ti tuída pel a s es tá em conta to com o núcl eo e nos pl a neta s .
mes mas rochas que vemos na cros ta , prova velmente ainda vermelho-bras a A es sa “teoria da maré” opõe -s e a
poi s tal composição não l he conferiria no res ta nte. nã o menos venerável “hipótese nebu-
nem a meta de de s ua ma s s a Aci ma do ma nto es tá a del ga da l a r” enunciada pelo fi l ós ofo a l emã o
conheci da . cros ta terres tre. Se imaginássemos a Kant, em 1755.
Al ém di s s o, a s pes qui s a s Terra como um ovo (esférico), a De a cordo com ta l l i nha de
demons tra m que s ua dens i da de crosta seria sua casca. pensa mento, o Sol a pres enta va -s e
a umenta em di reçã o a o centro. Es s a estrutura de ca madas decres - envol vido por uma névoa giratória ou
Mui tos consideram que o núcl eo da centes, compostas de elementos cada um i nvól ucro de gá s e poei ra −
Terra deve s er uma gigantesca bola de vez ma i s pesados e temperaturas cada pos s ível res íduo de uma gra nde
ferro derreti do. vez ma i s elevadas, sugere a possi bi l i - expl osão s olar. A força centrífuga fez
Tudo i ndi ca que o núcl eo é for- da de de que a Terra já tenha exi s ti do com que a névoa s e a l a rga s s e no
ma do por duas pa rtes : uma ca ma da no es ta do de fus ã o. equa dor e s e tra ns forma s s e numa
envol tória mais espessa, o núcl eo ex- s éri e de anéis. Posteriormente, es tes
teri or, cujos ma teriais constituintes se condensaram-se nos vá rios corpos do
comporta m como l íqui dos – e um 2. TEORIAS SOBRE A ORIGEM s i s tema s ol a r.
núcl eo centra l , ou i nteri or, que s e DO PLANETA
comporta como um s ól i do. Envol - Por ma i s que os detalhes di fi ra m,
vendo o núcleo de ferro derreti do e toda s a s teori a s s obre a ori gem da 3. ORIGEM DOS CONTINENTES
chega ndo quase à s uperfíci e, es tá a Terra s eguem duas linhas principais de Na ma nhã dos tempos , a Terra
gra nde capa i ntermediária, o chamado pensamento, ambas de longa tra dição. recém-forma da , era um gl obo de

11
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

ma téri a a ná rqui ca , envol vi da por 5. ORIGEM DA VIDA forma do por nucl eoproteína s e
ga s es l eves , e l a nça do no corredor Dura nte a pri mei ra meta de da gl obul i na s , oferecendo cl i ma
poeirento de s ua órbita. Foi nessa fase l onga história da Terra, nosso planeta a dequado a os princípios intel i gentes
que a s s ubs tâ nci a s ma i s pes a da s foi , prova velmente, um des erto s em ou mônada s funda menta i s , que s e
mergul ha ra m pa ra o núcl eo e os vi da envol to num ma nto de a r. As des ta ca m da s ubs tâ nci a vi va , por
mi nerais mai s l eves vi era m à tona , á guas s ubi a m e ba i xa va m, a tra ída s centros mi cros cópi cos de força
com os demais dispondo-se em nívei s pel o s ol e pela l ua, a pena s a gi ta da s pos i ti va , es ti mul a ndo a di vi s ã o
i ntermedi á ri os . Enqua nto i s s o, pel os ventos ; nenhum s er vi vo a s ca ri oci néti ca .”
gra ndes jatos de va por de á gua e de ha bitava. Desprovida de vegetaçã o, a “Evi denciam-se, des de entã o, a s
di óxi do de ca rbono brota ra m do s uperfície das ma s s a s conti nenta i s ba ctérias rudimentares, cujas espécies
i nterior, el eva ndo-s e pa ra forma r a recorta va -s e a s pera mente contra o s e perderam nos alicerces profundos
a tmos fera pri mi ti va . Lenta mente a céu, a ssemelhando-s e à s pa i s a gens da evolução, lavrando os minera i s na
cros ta começou a es fri a r. l una res . cons trução do solo, divi di ndo-s e por
A s ol i di fi ca çã o da s rocha s da Pos teriormente, em época i nde- ra ça s e grupos numerosos, plasmando
s uperfíci e pode ter l eva do a l guns termi na da , a vi da fez s ua humi l de pel a reprodução assexuada, a s células
s écul os ou mi l ha res de a nos . a pa ri çã o na s uperfíci e da s á gua s pri mevas, que se responsabi l i za ri a m
Foi o cenário brutal dos pri mei ros oceâ ni ca s . A ci ênci a a i nda nã o pel as eclosões do rei no vegeta l em
tempos geol ógi cos que a s á rea s cons egui u determi na r que forma s eu i níci o.”
conti nenta i s toma ra m forma . Por a s sumiu a primeira centelha de vi da , “Mi l êni os e mi l êni os chega m e
toda parte, chamas e fumo erguiam-se nem qua l a conjuga çã o de pa s s a m...”
i ncessantemente, enqua nto fontes ci rcuns tâ nci a s fís i ca s que l he deu “Sus tentado pelos recursos da vi da
i nca ndes centes vomi ta va m rocha ori gem. Sa be-s e a pena s que certa s que na ba ctéri a e na cél ul a s e
derretida, formando nova s ca pa s de mol écul a s gi ga ntes a dqui ri ra m a cons tituem do líquido protoplasmático,
l a va s obre a s pri mi ti va s pl a níci es . propri edade de s e reproduzi r. Des s a o pri ncípio inteligente nutre -s e a gora
4. A CHEGADA DAS ÁGUAS s emente obs cura ori gi nou-s e um na cl orofila, que revel a um á tomo de
À medi da que a s rocha s extra ordinário séquito de s eres vi vos : ma gnés i o em ca da mol écul a ,
endureciam, o va por d’água e outros a i ncalculável mul ti dã o de cri a tura s precedendo a constituição do s a ngue
ga s es escapavam do i nteri or quente que tem desfilado pela face do planeta de que se alimentará no reino animal .”
da Terra, s ubiam para a atmosfera fria, a o l ongo dos tempos . “O tempo a ge s em pres s a , em
onde se reuniam em enormes massa s Veja mos o que André Lui z nos va ga rosa movimentação no berço da
de nuvens. Embora o dens o cobertor rel a ta a respeito do a s s unto no l i vro Huma ni da de, e a pa recem a s a l ga s
de nuvens a tua s s e como ba rrei ra Evolução em Dois Mundos, ca p. III: na dadoras, quase i nvi s ívei s , com a s
i s ol a nte entre a Terra quente e a s “A i mensa fornalha atômica estava s uas ca udas flexuosas, ci rcul a ndo no
a l tura s fri a s do es pa ço exteri or, e ha bilitada a receber a s s ementes da corpo da s á gua s , ves ti da s em
a pes a r de a s chuva s s empre s e vi da e, s ob o i mpul s o dos Gêni os membranas celulósicas, e mantendo-
di s s i pa rem, el a s a cel era va m o Cons trutores, que operava m no orbe s e à cus ta de res íduos mi nera i s ,
res friamento das rocha s ca l ci na da s . na s ci turo, vemos o s ei o da Terra dota da s de extrema moti l i da de e
Fi nalmente, porém, veio o di a em recoberto de mares mornos, i nvadido s ens i bi l i da de, como formas
que a s chuvas ca íram e não voltaram a por gi ga ntes ca ma s s a vi s cos a a monocelulares em que a môna da já
eva pora r-s e. Qua ndo a s nuvens , es pra i a r-s e no col o da pa i s a gem evol uída se ergue a estágio s uperi or.”
fi nalmente, se a delgaçaram, o oceano pri mi ti va .” “Toda via, são plantas ainda, e que
pri mordial brilhou sob os ra ios do s ol . “Des s a gel éi a cós mi ca , verte o a té hoje pers i s tem na Terra , como
Des de a primeira gra nde chuva , o nível pri ncípi o i ntel i gente, em s ua s fi l tros de evol uçã o pri má ri a dos
da á gua a umentou e diminuiu mui ta s pri mei ra s ma ni fes ta ções ...” pri ncípios i nteligentes em cons ta nte
vezes : os mares i nunda ra m terra s e “Tra ba l ha da s , no tra ns curs o de expa ns ã o, ma s pl a nta s s uper
depoi s recua ra m e o perfi l dos mi l ênios, pelos operários es pi ri tua i s envol vidas nos domínios da s ensaçã o
conti nentes foi cons ta ntemente que l hes ma gneti za m os va l ores , e do i nstinto embrionário, guardando
modi fi ca do. permutando-o entre si, s ob a açã o do o ma gnésio da clorofila como atestado
Enqua nto s eu i nteri or es fri a va , a ca l or i nterno e do fri o exteri or, a s da es péci e.”
Terra contraia-se e encolhia . A cros ta môna das cel es tes expri mem-s e no “Sucedendo-a s , por ordem,
terres tre enrugou-s e e s ua s ruga s mundo através da rede filamentosa do emergem as a l ga s verdes de fei çã o
cons tituíra m a s monta nha s . Outra s protopl a s ma de que s e deri va ri a a pl uri cel ul a r, com novo núcl eo a
el evações apareceram nos pontos em exi s tênci a orga ni za da no gl obo s a l i enta r-s e, i na ugura ndo a
que a s correntes de convecçã o, cons ti tuído.” reprodução sexuada e estabelecendo
procedentes do ma nto, s urgi ra m à “Sécul os de a ti vi da de s i l enci os a vi gorosos embates nos quais a morte
s uperfíci e. Qua ndo a s chuva s perpa s s a m, s uces s i vos ...” compa rece, na es fera de l uta ,
torrenci a i s chega ra m, s ua s á gua s provoca ndo metamorfoses contínuas ,
á ci das corroera m i ntens a mente a s que perdurarão, no decurso das era s ,
terra s altas, ta lhando e desgastando a 6. NASCIMENTO DO REINO em di namismo profundo, mantendo a
pa i sagem, produzindo modi fi ca ções edi fi ca çã o da s forma s do porvi r.”
VEGETAL
que a s bra nda s chuva s de hoje “Apa recem os vírus e, com el es, E a s s i m, s uces s i va mente, dura nte
l eva ri a m mi l êni os pa ra rea l i za r. s urge o campo primacial da existência,

12
INICIAÇÃO ESPÍRITA

mi l hares de s éculos cons ecuti vos , a s Em s eguida vi eram a s á gua s que, Era secundária
es péci es vã o permuta ndo s ua em conta to com o s ol o ígneo, va po - Es pera -s e, a tra vés de cá l cul os
condi ção de vi da, suas forma s , s ob a ri za va m e tornavam a ca ir na forma de a proxi mados, que a Era Secundá ri a ,
vonta de do Es pírito, com o auxílio dos chuva s torrenciais, a té que a tingi do o ou mesozóica, ma rcou o s eu i nício há
mentores e orientadores es pi ri tua i s , equilíbrio da temperatura, possibilitou 200 mi l hões de a nos .
a tendendo a ssim, à Lei Uni vers a l do que elas permanecessem na superfície
Progres s o. do gl obo em fase líquida. A essa altura
a a tmos fera envol vente da Terra
7. CRONOLOGIA GEOLÓGICA ga nhava, aos poucos, limpidez, cl a re -
Os a s suntos a borda dos nos i tens a ndo progres s i va mente a i ma gem
a nteriores, não s eriam possíveis sem o nublada do firmamento... “e fez Deus
a uxíl i o da Geol ogi a (em grego Geo o fi rma mento e dividiu as á gua s ... se
s i gnifica Terra, Logos significa palavra , fez o dia segundo”. (Gên.1:6-8) (2)
pens a mento, ci ênci a ...). “Ta l foi o aspecto des s e pri mei ro
Como ci ência, a geol ogi a procura período, como nos di z A Gênese, de
deci frar a história da Terra rel a ti va à Ka rdec, verdadeiro ca os de todos os
s ua formação. Pa ra ta l , s e uti l i za da el ementos confundidos, procurando a
pes qui s a da s rocha s a tra vés dos s ua estabilização, e onde nenhum s er
métodos físico-químicos, biológi cos e vi vo poderi a exi s ti r”.
bi ofís i cos . Por ques tões di dá ti ca s ,
di vi de a vi da do pl a neta em era s e Era de Transição
períodos . O nome da do a ca da um Ta mbém conhecida por paleozóica,
des ses i ntervalos de tempo, relaciona- equivaleria ao simbólico “terceiro di a
s e com o da s regi ões em que os da cri a ção”. No reino animal s urgem
terrenos corres pondentes s ã o os pri meiros invertebrados (moluscos,
mel hores repres enta dos e a i nda os cora i s e tri l obi tes ) e ma i s ta rde os
ma i s ri cos em fós s ei s . Em s egui da vertebra dos a quá ti cos (pei xes com
veremos a classificação dada por ess a coura ça e a nfíbios ). No rei no vege- As es pécies progridem em contínua
ci ência, ressalvando s er s omente de ta l , s urgem pri nci pa l mente a s tra ns formaçã o. No rei no vegeta l a s
ca rá ter i nforma ti vo cri ptógamas (samambaias e similares) coníferas, responsáveis pel a s a tua i s
e a s gi mnos perma s (conífera s em ca ma das ca rboníferas, a bunda m por
gera l , pi nhei ro e cedro). toda parte. No final des ta Era va mos
“...produz a terra erva verde que dê i dentificar os vegeta i s com fl ores . O
s ua s emente... e se fez o terceiro rei no animal a presenta a s pri mei ra s
dia”. (Gên. 1:11) a ves e os pri mei ros réptei s que s e
Es ti ma-se que a era de Tra ns i çã o tra ns forma ra m nes s es tempos em
tenha i niciado há 600 mi lhões de anos. mons tros gi ga ntes . Na fa s e fi na l
s urgem os pri mei ros ma míferos .
“...povoem-se a s águas de enxames
de s eres vi ventes ; e voem a s a ves
s obre a terra... houve tarde e manhã ,
o quinto dia”. (Gên. 1:20-23)
Era Primária
Ta mbém denomi na da pré-
Era Terciária
cambriana, compreende o período da
Ta mbém cha ma da cenozoica-
hi s tória do planeta que a ntecede à s
terciária, de a cordo com es ti ma ti va s
pri mei ra s rocha s . Segundo
recentes i ni ci ou há 100 mi l hões de
es timativas, i niciou há 2,5 ou 3 bilhões
a nos a proximada mente. A evol uçã o
de a nos (1), quando va mos encontrar
pros segue em passos l entos , porém,
a a usência total de vi da, a s uperfíci e
s empre contínuos. Entre os a ni ma i s
da Terra em solidificação, formando a
os ma míferos a ti ngem i gua l mente
cros ta gra níti ca , e, em vi rtude do
gra ndes dimens ões . Os ma mutes ,
res fri a mento, a preci pi ta çã o de
s ubs tâ nci a s pes a da s conti da s na (1) As datas aqui mencionadas neste capítulo,
a tmos fera da ndo s urgi mento a relativamente as eras geológicas, sofreram
verda deiros ri os e l a gos metá l i cos . modificações, de acordo com informações
Com a preci pi ta çã o da ma téri a científicas mais recentes. (Nota da Editora)
densa, os raios s olares conseguiam de
(2) O mencionado clareamento progressivo
forma di fus a vencer a a tmos fera daria posteriormente maior nitidez aos
ga s osa e banhar suavemente a cros ta planetas e estrelas, sobretudo ao Astro Rei e
do pl aneta em formação... “e divi diu a à Lua, compreendendo assim o simbólico
l uz da s treva s ... e s e fez o dia quarto dia da criação. Veja A Gênese, de
primeiro”.(Gên:1:4-5) Allan Kardec, cap. 12, item 8.

13
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

ma s todontes e outros gigantes surgem Pos teriormente, o a umento


e des a pa recem com o evento da s cres cente da temperatura ma rca o
gel ei ra s . s urgi mento dos bosques e da fauna
A vegeta ção as s emel ha -s e à dos típi ca a tual. Foi nessa época que,
nos sos dias em cl i ma s tempera dos , ba s eando-se nas provas evidentes, os
com fol hagem e fl ores em abundância. es pecialistas no a ssunto i dentificam o
O ci ma era quente e úmi do. a pa recimento do Homo sapiens, cujo
s urgi mento remontaria há 50 mil anos.
“... e cri ou Deus o homem a s ua
i ma gem e semelhança... e s e fez o dia
sexto.” (Gên. 1:27)

Quadro Com parativo entre os Periodos Geológicos e a Gênese Bíblica


segundoAllan Kardec(A Gbnese,cap. Xli, "AGênes • Mosalca")
Gênese Ciência
1º DIA: O céu e a terra. A luz. I. PERÍODO ASTRONÔMICO
Aglomeração da matéria cósmica u-
niversal sobre um ponto do espaço em uma
nebulosa que, mediante a condensação da
matéria em diversos pontos deu origem às
estrelas, ao Sol, à Terra, à Lua, e a todos os
planetas.
Estado primitivo fluídico e incandescen-
te da Terra. Atmosfera imensamente carre-
gada de toda a água em estado de vapor, e
de todas as matérias volatizáveis.
Era Quaternária
A Era Qua terná ri a , ou cenozoica- 2º DIA:O firmamento. Separação das águas II.PERÍODO PRIMÁRIO
que estão sob o firmamento das que estão Endurecimento da superfície da Terra
quaternária, teve o s eu i níci o há acima dele. pelo resfriamento; formação das camadas
a proxi madamente 12 milhões de anos, graníticas. Atmosfera espessa e ardente,
é di vi di da pel a geol ogi a em doi s impenetrável aos raios do Sol. Precipitação
períodos : o pleistoceno e o gradual da água e das matérias sólidas
volatizadas no ar. Ausência de toda vida
holoceno. orgânica.
Ca ra cteriza-se o quaterná ri o pel a
exi s tência de glaciações, sendo que o 3º Dia: As águas que estão sob o PERÍODO DE TRANSIÇÃO
III.
pri mei ro res fri a mento ocorreu no firmamento se juntam: aparece o elemento As águas cobrem toda a superfície do
árido. A terra e os mares. As plantas. Globo. Primeiros depósitos de sedimentos
pleistoceno médio. Por oca s i ã o do formados a traspassar a atmosfera
res fria mento ma i s i ntens o e que a brumosa. Primeiros seres orgânicos da
fa una tropical européia foi s ubstituída mais rudimentar constituição. Líquens,
por outra ti picamente pol a r, como a musgos, fetos, licopódios, plantas
rena e o ri noceronte l a nos o. Nesse herbáceas. Vegetação colossal. Primeiros
animais marinhos: zoófitos, pólipos,
período surgiu o homem de crustáceos. Depósitos hulhíferos.
Neandertal.
4º DIA: O Sol, a Lua e as estrelas. IV. PERÍODO SECUNDÁRIO
Superfície da terra pouco acidentada;
águas pouco profundas e pantanosas.

!Jl\l\\\ ,,r~ Temperatura menos abrasadora; atmosfera


mais purificada. Depósitos consideráveis de
calcários deixados pelas águas. Vegetações

lf1ft
menos colossais; novas espécies; plantas

(JJ» t 5º DIA: Os peixes e os pássaros.


lenhosas; primeiras árvores. Peixes;
crustáceos; animais de concha; grandes
répteis aquáticos e anfíbios.

V. PERÍODO TERCIÁRIO
Grandes dobramentos da crosta sólida;
formação dos continentes. Recuo das águas
para as terras baixas; formação dos mares.
Já no holoceno obs erva-se o aumento
Atmosfera purificada; temperatura atual
de tempera tura gra dua l e, por efeito do calor solar. Animais terrestres
cons eqüentemente, os gra ndes gigantescos. Vegetais e animais atuais.
degelos, que determinaram a imersão Pássaros.
de va s tas regiões do planeta. Por esse 6º DIA: Os animais terrestres. O homem. VI. PERÍODO QUATERNÁRIO OU PÓS-
DILUVIANO(DILÚVIO UNIVERSAL)
moti vo a l guns a utores preferem a
Terrenos de aluvião. Vegetais e animais
denominação de períodos diluvianos atuais. O homem.
e pós-diluvianos.

14
INICIAÇÃO ESPÍRITA

3.
AS RAÇAS PRIMITIVAS

1. A PRIMEIRA RAÇA MÃE “Pri meiramente s urgiram cri aturas Cro-Ma gnon e Cha ncelade – 35 mi l
Veja mos como Edga rd Armond do ta ma nho de um homem, que a nos.”
a borda es te a s s unto na ora Os Exi- a ndavam de pé, tinham cérebro pouco “É bem de ver que s e houves s e
lados da Capela: des envolvido, que fora m cha ma dos exi s ti do es s e ti po i ntermedi á ri o,
“Nes ses pri mórdi os da evol uçã o Pi teca ntropo e vi vera m em 1,6 i números documentos fóss ei s des s a
huma na, e no á pice do rei no a ni ma l mi l hã o e 200 mi l a nos a trá s . Em es pécie existiriam, como exi s tem de
es tava m os símios , mui to pa reci dos s egui da s urgi u o Si na ntropo, ou todos os outros; a natureza é pródi ga
com os homens, porém ainda animais, Homem de Pequi m, de cérebro na proliferação de todos os seres vivos
s em a quilo que, justamente, distingue ta mbém mui to precá ri o.Ma i s ta rde e a s s i m como houve e a i nda há
o homem do animal: a i ntel i gênci a .” s urgi ra m ti pos de cérebro ma i s i números s ímios, repres enta ntes do
“Des te ponto em diante, por ma i s evol uídos que vi veram de 350 a 50 mil ponto mais a l to da evol uçã o des s a
que i nves ti ga s s e, a ci ênci a nã o a nos a trá s e que fora m cha ma dos cl a sse de seres , ta mbém ha veri a os
cons egui u l oca l i za r um ti po i nter- Homens de Sol o (na Pol i nés i a ); de ti pos correspondentes, i ntermediários
mediário de transição, bem defi ni do Fl orisbad (na África); da Rodés i a (na entre uns e outros .”
entre o a ni ma l e o homem.” Áfri ca ) e o mais generalizado de todos, “Se a ci ênci a , a té hoje, nã o
“Des cobriu fósseis de outros reinos cha mado Homem de Nea nderta l (no des cobriu esses tipos intermediários é
e pôde classificá-los, mas nada obteve centro da Europa) e cujos res tos , em porque eles, realmente, não existiram
s obre o ti po de tra ns i çã o pa ra o s eguida, foram também encontra dos na Terra; fora m pl asmados em outros
homem; todo seu esforço s e reduzi u nos outros conti nentes .” pl a nos de vi da, onde os Prepos tos do
na exumação de dois ou três crâ ni os , “Como pos s uía m cérebro bem Senhor realizaram a s ublime operação
encontra dos a l gures e que fora m ma i or fora m cha ma dos “Homo de a crescentar a o ti po a ni ma l ma i s
a cei tos , a títul o precá ri o, como Sa piens” – conquanto ti vessem a i nda perfeito e evoluído de sua cl a s s e, os
pertencentes a es s e ti po mui tos s i na i s de defi ci ênci a s em a tri butos humanos que, por s i s ós , −
des conheci do e mi s teri os o a que rel a ção à fala, à a ssociação de i déias e conquanto aparentes e i ni ci a l mente
es ta mos nos referi ndo.” à memóri a .” i nvi s ívei s – da ri a m a o a ni ma l
“Rea lmente, em vá ri a s pa rtes do “Na rea lidade, a ci ênci a i gnora a condi ções de vi da enormemente
mundo, foram descobertos res tos de da ta e o l oca l do a pa reci mento do di ferentes e possibilidades evoluti va s
s eres que, a pós exa mes a cura dos , verda dei ro ti po huma no como i mpos s ívei s de exi s ti rem no rei no
fora m a ceitos como pertencentes a ta mbém i gnora qua l o pri mei ro s er a ni mal, cujos tipos se restringem e s e
a ntepa s s a dos do homem a tua l .” que pode ser considera do como ta l .” l i mi ta m em s i mes mos .”
“Segundo a ciência oficial, quando “O el o, porta nto, entre o ti po “As s im, pois, quando essa operação
o cl i ma da Terra s e a meni zou, em a ni ma l ma i s evol uído e o homem tra ns formadora se consumou fora da
pri ncípios do mioceno, um dos quatro pri mi ti vo s e perde entre o Terra , no a s tra l pl a netá ri o ou em
gra ndes períodos da Era Terciária, isso Pi teca ntropo, que era bes ti a l , e o a l gum mundo vi zi nho, es ta va “i ps o
é, o período geológico que antecedeu Homo Sa piens, que veio 400 mi l a nos fa cto” cri a da a ra ça huma na , com
o a tua l, e os a ntigos bosques tropicais ma i s ta rde.” (*) toda s a s s ua s ca ra cterís ti ca s e
começa ram a ceder lugar a os pra dos “Em res umo, eis a evolução do tipo a tri butos i niciais, a Primeira Raça-Mãe,
verdes , os a nti gos s eres vi vos que huma no: que a tra di çã o es otéri ca ori enta l
mora va m em árvores foram descendo −Sími os ou pri ma ta s . defi niu da seguinte ma nei ra : Espíritos
pa ra o chã o e a quel es que −Ti po evoluído de pri mata − ainda inconscientes, habitando corpos
a prendera m a ca mi nha r ergui dos Procôns ul – 25 mi l hões de a nos . fluídicos, pouco consistentes.”
forma ram a estirpe da qual descende − Homo Erectus – Pi teca ntropo e
o homem.” Si na ntropo – 500 mi l a nos .
“Entre es tes úl ti mos (que − Homo Sa piens – Sol o, Rodés i a ,
cons eguiram se erguer) prevaleceu um Fl ori s ba d, Nea nderta l – 150 mi l
ti po, que foi cha ma do PROCÔNSUL, a nos . (*)As datas aqui mencionadas neste capítulo,
ma i s ou menos há 25 milhões de anos, − HomoSapiens s a piens − relativamente as eras pré-históricas, sofreram
e que era posi ti va mente um s ími o.”
modificações, de acordo com informações
Swa nscombe, Kanjera, Fontechevade, científicas mais recentes. (Nota da Editora)

15
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

2. AS ENCARNAÇÕES DA s ugiram os trogl odi ta s da i da de da neces s i da des s a ti s fei ta s ou con-


SEGUNDA RAÇA Pedra , em cujos ol hos porém, já a tra ri a das, eram passagei ros como a s
“Qua ndo ces s ou o tra ba l ho de es s e tempo, l uzi a m os pri mei ros i mpressões que s e es ta mpa va m em
i ntegração de Espíritos a nima l i za dos ful gores do entendi mento e cujos s eu Es píri to e gros s ei ros como a s
nes ses corpos fluídicos e termi na ra m cora ções , de a l guma forma , já s e neces s i da des em que ti nha m s ua
s ua evolução, aliás muito rápida, nessa a bra ndava m a o ca l or dos pri mei ros ori gem.
ra ça -padrão, o planeta se encontra va s enti mentos huma nos .” O pri mitivo homem falava, porém,
nos fi ns de s eu tercei ro período Ei s como el es fora m vi s tos pel o nã o como o homem: a l guns s ons
geol ógico e já oferecia condi ções de Es píri to Joã o, o Eva ngel i s ta , em gutura is, acompanhados de gestos, os
vi da favoráveis para serres huma nos comunicação dada na Es pa nha nos preci s os pa ra res ponder à s s ua s
enca rna dos ; já de há mui to s eus fi ns do s écul o pa s s a do: neces s i da des ma i s urgentes .
el ementos ma teri a i s es ta va m −“Adã o a i nda nã o ti nha vi ndo. Fugi a da s oci eda de e bus ca va a
es tabilizados e o cená ri o Porque eu vi a um homem, doi s s ol idão; ocultava-se da l uz e procurava
foi jul ga do a pto a receber o rei da homens, muitos homens e no mei o i ndolentemente nas trevas a satisfação
criação.” del es não vi a Adã o e nenhum del es de s ua s exi gênci a s na tura i s .
“Ini ciou-se, então, essa encarnação conheci a Adã o. Era es cra vo do ma i s gros s ei ro
nos homens primitivos formadores da Era m os homens primitivos, es s es egoís mo; nã o procura va a l i mento
Segunda Ra ça -Mã e, que a tra di çã o que meu Es píri to, a bs orto, s enão para si; chamava a companheira
es otérica ta mbém regi s trou com a s contempl a va . em época s determi na da s , qua ndo
s egui ntes ca ra cterís ti ca s : Era o pri meiro dia da humanidade; era m mais i mperiosos os des ejos da
− Es píritos habitando formas ma i s porém, que humanidade meu Deus ”... ca rne e, satisfeito o a petite, retraía-se
cons istentes já possui dores de ma i s Era ta mbém o pri mei ro di a do de novo à solidão, s em mais cuidar da
l uci dez e pers ona l i da de.” s entimento, da vontade e da Luz; mas prol e.
“Ini ciou-se com estes Espíri tos um de um s enti mento que a pena s s e O homem pri mi ti vo nunca ri a ;
es tá gi o de a da pta çã o na cros ta di ferença va da s ens a çã o, de uma nunca s eus ol hos derra ma va m
pl a netária tendo como teatro o grande vonta de que a pena s des va neci a a s l á grimas; o s eu prazer era um grito e a
conti nente da Lemúria.Es ta Segunda s ombra s do i ns ti nto. s ua dor era um gemi do.
Ra ça deve s er considerada como pré - Pri mei ro que tudo o homem O pens a r fa ti ga va -o; fugi a do
a dâ mi ca .” procurou que comer; a pós procurou pens a mento como da l uz.”
Es ta va -se nos al bores do período uma companheira, juntou-se com ela E ma i s pa ra di a nte a cres centa :
qua terná ri o. e ti vera m fi l hos . − “E nes s es homens brutos do
“A Segunda Ra ça evol ui u por Meu Es pírito não vi a o homem do pri meiro dia o predomíni o orgâ ni co
mui tos milênios dando tempo a que Pa ra ís o; vi a mui to menos que o gerou a força mus cul a r; e a vonta de
s e procedesse à necessária a daptação homem, coi s a pouco ma i s que um s ubjugada pela ca rne gerou o a bus o
a o meio ambi ente a té que, por fi m, a ni ma l s uperi or. da força ; dos es tímul os da ca rne
com o desabrochar l ento e custoso da Seus ol hos nã o refl etiam a l uz da na s ceu o a mor, do a bus o da força
i ntel i gênci a , s urgi u entre s eus i nteligência; s ua fonte desaparecia sob na s ceu o ódio, e a luz, a gindo s obre o
componentes o desejo de vi da comum o ca belo áspero e ri jo da ca beça; sua a mor e s obre o tempo, gerou a s
que, nessa primeira eta pa evol uti va , boca , des mesuradamente a berta, s oci eda des pri mi ti va s .
era vi sceralmente brutal e vi ol ento.” prol ongava-se para diante; suas mãos A fa míl i a exi s te pel a ca rne; a
“Os ímpetos do s exo nas cera m de pa reciam com os pés e, freqüen- s oci eda de exi s te pel a força .
forma terri vel mente bá rba ra e os temente, ti nham o emprego destes; Mora va m a s fa míl i a s à vi s ta de
homens saíam furtivamente de s eus uma pele pi losa e ri ja cobria as suas todos , protegi a m-s e, cri a va m reba -
a ntros escuros pa ra s e a podera rem ca rnes duras e secas, que não nhos , l eva nta va m tenda s s obre
pel a força de compa nhei ra s di ssimulavam a fealdade do esqueleto. troncos e depois caminhavam sobre a
i ncons ci entes e i ndefes a s , com a s Oh! Se ti vésseis vi sto, como eu, o terra .
qua is geravam filhos que s e cri a va m homem do pri meiro di a, com s eus O homem mais forte é o senhor da
por s i mes mos , a o redor do núcl eo bra ços magros e esquálidos caídos ao tri bo; a tri bo mais poderos a é o l obo
fa mi l i a r, como fera s .” l ongo do corpo e com suas grandes da s outra s .
“Com o correr do tempo, entre- mã os pendidas a té os joelhos, vosso As tri bos errantes, como o furacão,
ta nto, essa proliferação desordenada e Es píri to teria fechado os olhos para ma rcha m pa ra di a nte e, como
o a grupamento força do de s eres do nã o ver e procura ria o s ono pa ra ga fa nhotos , a s s a l ta m a terra onde
mes mo sangue obrigaram os homens es quecer. pous a m s eus enxa mes ”.
a procura rem habitações mais amplas Se comer era como devora r; As s i m, como bem dei xa ver o
e cômoda s , que encontra ra m em bebia a baixando a cabeça e s ubmer- Eva ngel i s ta , no fi na l de s ua
gruta s e ca vernas naturais, nas ba s es gi ndo os grossos lábi os na s á gua s ; comuni ca çã o, como o correr dos
da s colinas ou nas a nfra ctuos i da des s eu a nda r era pes a do e va ci l a nte tempos as famílias fora m s e uni ndo,
da s monta nha s .” como s e a vonta de nã o i ntervi es s e; forma ndo tri bos , s e a ma l ga ma ndo,
“Sua i ntel i gênci a a i nda nã o s eus olhos va ga va m s em expres s ã o cruza ndo ti pos , el egendo chefes e
ba s ta va pa ra a i dea l i za çã o de pel os objetos, como s e a vi são não s e el aborando as primeiras regras de vida
cons truções mais a propriadas e assim refl etisse em sua a lma; e s eu a mor e em comum, que vi s a va m prefe-
s eu ódi o que na s ci a m de s ua s rentemente as necessidades materiais

16
INICIAÇÃO ESPÍRITA

da s ubsistência e da procriação. curtos e perna s ma i s l onga s , que a rti culações; mais elasticidade exi s te
ca mi nha va m com ma i s a prumo e nos músculos e mais tra nsparência na
3. A TERCEIRA RAÇA MÃE s egura nça e em cujos ol hos s e pel e que cobre todo o corpo.
“Es ta va -s e no período que a vi s l umbra va m ma i s a centua dos No s eu olhar se reflete o pri mei ro
ci ênci a ofi ci a l denomi na – Era da l a mpejos de entendi mento.” ra i o de l uz i ntel ectua l , como um
Pedra La scada – em que o engenho “Na s cera m pri nci pa l mente na pri mei ro des perta r do s eu Es píri to
huma no, para s eu us o e defes a , s e Lemúri a e na Ás i a e s ua s ca ra c- a dormeci do.
uti l izava do sílex, como arma primitiva terís ticas etnográficas, principalmente No s eu caminhar, já menos l erdo
e tos ca ”. no que respeita à cor da pele, cabelos e va ci lante, a divinha-se a a ção i ni ci a l
Nes sa época, em pleno quaternário, e fei ções do ros to, va ri a va m mui to da vonta de, o pri ncípi o da s ma ni -
por efeito de ca usas pouco conhecidas, s egundo a alimentação, os costumes e fes ta ções es pontâ nea s .
ocorreu um res fri a mento s úbi to da o a mbiente físico das regiões em que Procura a mul her nã o ma i s a
a tmosfera, formando-se geleira s , que ha bi ta va m”. a ba ndona; assiste-lhe no nas ci mento
cobri a m toda a Terra .” “Era m nôma des ; ma nti nha m-s e dos filhos, com quem reparte o ca l or
“O homem, que ma l a i nda s e em l utas constantes entre s i e ma i s e o a l i mento.
a da pta va a o a mbi ente pl a netá ri o, que nunca predominava entre el es a O s enti mento começa a des perta r-
temeroso e hos ti l , teve entã o s eus força e a vi olência, a l ei do mai s forte l he.”
s ofri mentos a gra va dos com a preva lecendo para a solução de todos A huma ni da de, nes s a oca s i ã o,
necessidade vi tal de defender-s e do os ca sos, problemas ou di vergênci a s es tava então num ponto em que uma
fri o i ntens o que entã o s obrevei o, que entre el es s urgi s s em.” a juda exteri or era neces s á ri a e
cobri ndo-s e de pel es de a ni ma i s “Toda via, formava m já socieda des urgente, nã o s ó pa ra cons ol i da r os
s ubjuga dos em l uta s temerá ri a s e ma i s estáveis e numerosas , do ponto poucos l a bori os os pa s s os já
des igua i s , em que l a nça va mã o de de vi s ta tri ba l , s obre a s qua i s pa l milhados como, pri nci pa l mente,
a rma s rudimentares e i ns ufi ci entes domi navam sob o ca ráter de chefes ou pa ra dar-lhe diretrizes mais s egura s e
contra feras e monstros terríveis que o pa tri arcas, a queles que fi s i ca mente ma i s a mpl a s no s enti do evol uti vo.
rodea va m por toda pa rte.” houvessem conseguido vencer toda s “Em nenhuma época da vi da
“Foi então que o seu ins ti nto e a s a s res i s tênci a s e a fa s ta r toda s a s huma na tem-lhe faltado o a uxíl i o do
i ns pirações dos As sistentes Invisíveis concorrênci a s .” Al to que,quase s empre, se realiza pela
o l eva ram à descoberta provi denci a l “Do ponto de vi s ta es pi ri tua l ou des cida de Emi s s á ri os a utori za dos ,
do fogo, o novo e precioso el emento rel i gi os o es s a s tri bos era m a i nda porém, o problema da Terra naqueles
de vi da e defes a , que a bri u à a bs ol uta mente i gnora ntes e já de tempos exi gi a , pa ra s ua s ol uçã o,
huma nidade torturada de então novos a l guma forma feti chi s ta s poi s medi da s ma i s a mpl a s e ma i s
recurs os de s obrevi vênci a e de a doravam, por temor ou s upers ti çã o compl etas que, aliás, não ta rda ra m a
conforto.” i ns ti nti va , fenômenos que nã o s er toma da s pel a s enti da des
“Entreta nto, tempos mais tarde, as compreendiam e ima gens grotes ca s es pi ri tua i s res pons á vei s pel o
a l terna ti va s da evol uçã o fís i ca do representativas ta nto de s uas próprias progresso planetário, como veremos
gl obo determi na ra m a centua do pa i xões e impulsos na ti vos , como de em s egui da ”.
a queci mento gera l , que provocou força s maléficas ou benéfica s que a o
s úbito degelo e terríveis i nunda ções , s eu redor s e manifestavam perturba -
fenômeno esse que, na tra di çã o pré - dora mente.” 4. A SENTENÇA DIVINA
hi s tóri ca , fi cou conheci do como – o Da mesma comuni ca çã o de Joã o Ia em mei o o ci cl o evol uti vo da
di l úvi o uni vers a l – a tri buído a um Eva ngelista a que nos referimos atrás , Tercei ra Ra ça , cujo núcl eo ma i s
des vi o do ei xo do gl obo que s e tra ns crevemos pa ra a qui ma i s os i mportante e numeroso s e situa va na
obl i quou e provoca do pel a s egui ntes e evoca ti vos períodos : Lemúri a , qua ndo, na s es fera s
a proxi ma çã o de um a s tro, que − “Depois do primeiro dia da es pirituais, foi considerada a situa çã o
determinou também alterações na sua huma nidade, o corpo do homem da Terra e resolvida a imigra çã o pa ra
órbi ta , que s e tornou, entã o ma i s a pa rece menos feio, menos repug- el a de popul a ções de outros orbes
fecha da ”. na nte à contemplação de minha alma. ma i s adiantados, para que o homem
“Ma s o tempo tra nscorreu em sua Sua fronte começa a debuxar-se na pl a netá ri o pudes s e receber um
i nexorável marcha e o homem, a pa rte s uperior do ros to, quando o poderoso estímulo e uma ajuda direta
poder de s ofrimentos i ndizíveis e vento a çoita e l evanta as á speras na s ua árdua luta pel a conqui s ta da
penosíssimas experiências de toda a mel ena s que a cobrem. própri a es pi ri tua l i da de.
s orte, cons eguiu s uperar as Os s eus ol hos s ã o ma i s vi vos e A es col ha , como já di s s emos ,
di ficuldades dessa época tormentosa.” tra ns parentes; o s eu nariz mais afilado reca i u nos ha bi ta ntes da Ca pel a .
“Acentuou-se, em conseqüência, o e l eva nta do e a s ua boca é menos Ei s como Emmanuel, o Es píri to de
progresso da vi da humana no orbe, proemi nente. s uperior hierarquia, tão estreitamente
s urgindo a s pri meiras tri bos de Seus bra ços s ã o menos l ongos e vi ncul a do a gora a o movi mento
gera ções mais a perfeiçoadas, que es quálidos, suas ca rnes menos s eca s , es pi ri tua l da Pá tri a do Eva ngel ho,
forma ram a huma nidade da Terceira s uas mã os menos vol umos a s e com i ni cia a narrativa desse impressionante
Ra ça -Mãe, composta de homens de dedos mais prolongados; os oss os do a conteci mento:
porte a gigantado, ca beça melhor es queleto mais a rredonda dos , ma i s “Há muitos milênios, um dos orbes
conformada e mais ereta, braços mais bem dispostos aos movi mentos da s do Cocheiro, que guarda muitas

17
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

a fi ni da des com o gl obo terres tre, o es petá cul o da quel a s turba s de ma l , seriam degredados na fa ce obs -
a ti ngira a culminância de um dos s eus condena dos , que col hi a m frutos cura do planeta terres tre; a nda ri a m
extra ordi ná ri os ci cl os evol uti vos ... dol orosos de seus desvarios, s egundo des prezados na noite dos milênios da
Al guns mi lhões de Es píritos rebel- a l ei i mutá vel da eterna jus ti ça . s a udade e da ama rgura , reenca rna r-
des lá existiam, no caminho da evolu- Ei s como Emmanuel, no seu es ti l o s e-iam no seio das raças ignora ntes e
çã o gera l, dificultando a consolidação s evero e eloqüente, descreve a cena : pri mi ti va s , a l embra rem o pa ra ís o
da s penosas conquistas da queles po- − “Foi a s sim que Jes us recebeu, perdi do nos firma mentos di s ta ntes .
vos cheios de piedade e de vi rtudes...” à l uz do seu reino de amor e de justiça, Por mui tos s écul os nã o veri a m a
E, a pós outras cons iderações, a quel a turba de s eres s ofredores e s ua ve l uz da Ca pela, mas tra balhariam
a cres centa: i nfel i zes . na Terra a ca ri ci a dos por Jes us e
− “As Gra ndes Comunidades Es piri- Com a s ua pa l a vra s á bi a e conforta dos na s ua i mens a mi s e-
tua i s, diretoras do Cosmo deliberaram, compa ssi va exortou a quel a s a l ma s ri córdi a .”
entã o, l ocalizar a quelas entidades per- des ventura da s à edi fi ca çã o da “E a s sim a decis ã o i rrevogá vel s e
ti na zes no cri me, a qui na Terra cons ci ênci a pel o cumpri mento dos cumpri u e os exilados, fechados s eus
l ongínqua .” deveres de solidarieda de e de a mor, ol hos para os esplendores da vi da feliz
Res olvida, pois, a transferência , os no es forço regenerador de si mesmos . no s eu mundo, fora m a rroja dos na
mi l hares de Espíritos a ti ngi dos pel a Mos trou-lhes os ca mpos de l uta s queda tormentos a , pa ra de novo
i rrecorrível decisão foram notifica dos que s e des dobra va m na Terra , s omente abri-los nas sombras escuras
do s eu novo destino e da necessidade envol vendo-os no halo bendito de sua de s ofri mento e de morte, do novo
de s ua reenca rna çã o em pl a neta mi s ericórdia e de s ua ca ri da de s em “há bi ta t” pl a netá ri o.”
i nferi or. l i mi tes . “E a pós a queda , conduzi dos por
Reunidos no plano etéreo daquel e Abençoou-l hes a s l á gri ma s enti dades a morosas, a uxiliares do Di -
orbe, fora m pos tos na pres ença do s a ntificadoras, fazendo-lhes s enti r os vi no Pa s tor, fora m os degreda dos
Di vi no Mes tre pa ra receberem o s a gra dos tri unfos do futuro e reuni dos no etéreo terres tre e
es tímulo da esperança e a pal a vra da prometendo-lhes a s ua col a bora çã o a ga s a l ha dos em uma col ôni a es --
Promes s a , que l hes s ervi ri a m de coti di a na e a s ua vi nda no porvi r. pi ri tua l , a ci ma da cros ta , onde,
cons olação e de a mpa ro na s treva s Aqueles seres desolados e a fl i tos , dura nte algum tempo, permaneceriam
dos s ofrimentos físicos e morai s , que que dei xa va m a trá s de s i todo um em tra ba l hos de prepa ra çã o e de
l hes estavam reservados por s écul os . mundo de afetos,não obstante os seus a da ptação para a futura vi da a inici a r-
Gra ndioso e comovedor foi então cora ções empedernidos na prática do s e no novo a mbi ente pl a netá ri o.”

4.
CONSTITUIÇÃO GEOGRÁFICA DA TERRA
Expurgos periódicos até o Dilúvio de Noé

1. TRANSFORMAÇÕES Porém, va mos aqui tratar s omente nã o i nfl uía m di reta mente na s ua
GEOLÓGICAS E RACIAIS da s tra ns forma ções de vul to, que evol uçã o, ma s toma remos o gl obo
s ervi ram de ca us a à el i mi na çã o de qua ndo era habi ta do pel os homens
Des de o i níci o de s ua forma çã o gra ndes ma s s a s da popul a çã o do dos fins da Segunda e o pri ncípi o da
geol ógi ca , o gl obo terres tre tem gl obo e tendera m a es ta bi l i za r s ua
Tercei ra Raças que, conquanto a i nda
s ofri do i numeráveis tra ns forma ções a tua l cons ti tui çã o. A des cri çã o
que continuam a s e dar a té os noss os geográ fi ca que va mos fa zer é a bá rbaras, já a presentavam apreciáveis
di a s. Realmente, ainda nã o há mui to exi s tente nos tempos na rra dos pel o condi ções de i ntel i gênci a .
tempo, no Oceano Pacífico houve uma Vel ho Testamento, no período que vai O mundo era então muito diferente
ca tá s trofe ma ríti ma tendo da formação do gl obo a té o Di l úvi o do que é hoje.
des aparecido uma ilha no a rquipélago cha ma do de Noé e que a bra nge No Ori ente exi s ti a m: (Fi g.1)
de Sonda ; terra s s urgem e enorme extens ã o de tempo. a) O grande continente da
des apa recem no ma r e os própri os Dei xa remos de l a do a s tra ns - Lemúria, que s e estendia da s a l tura s
conti nentes aumentam e diminuem de forma ções havi das dura nte o tempo de Ma da gá s ca r pa ra l es te e s ul
extens ã o produzi ndo prejuízos , à s em que o gl obo a i nda nã o es ta va cobri ndo toda a região hoje ocupa da
vezes consideráveis , à huma ni da de. ha bitado pelo homem, vi sto que estas pel o Oceano Índico, a té a Aus trália e

18
INICIAÇÃO ESPÍRITA

pros seguindo para l es te, cobri ndo a Es píri tos rebeldes expul s os da quel e que possuíam, tentara m revol ta r-s e
a tua l regi ã o da Pol i nés i a ; a s tro por terem s e torna do contra a s leis divinas desvi a ndo s eus
b) A Ásia, termi nando a o sul pel os i ncompatíveis com a s ua a di a nta da i rmã os dos ca minhos retos ; Es píri tos
Hi malaia s , es tendendo-s e, a l es te, ci vi l ização espiritual. Esse conti nente tenta dores , cha ma dos l uci feri nos .
Pa cífi co adentro e terminando a oeste s a grado era o pa ra ís o perdi do pa ra Era m a s coortes de Lúcifer que fora m
em um gra nde mar que s ubi a do s ul onde esses Espíritos voltariam a pós a preci pi ta da s à Terra .
pa ra o norte a té o Ocea no Árti co. dol oros a enca rna çã o na Terra .
No Oci dente ha vi a : Es s es conti nentes era m todos 2. A TERCEIRA RAÇA
a) O continente da Atlântida, que ha bi ta dos por homens da Tercei ra A es s e tempo, os Es píri tos
s e des envol vi a , de norte a s ul , em Ra ça , que neles acabara de fa zer s ua prepos tos do Cri s to Pl a netá ri o já
gra nde parte da região hoje ocupa da a pa ri çã o s ucedendo a Segunda , ha vi am conseguido es ta bel ecer na s
pel o oceano que lhe herdou o nome; composta de homens tã o próxi mos tri bos da Tercei ra Ra ça em vá ri a s
b) As terra s da pa rte s uperi or da a os s ími os que com es tes s e regi ões do gl obo, núcl eos
América do Norte que l a nça va m um confundi a m perfei ta mente. s elecionados, apura dos , de homens
bra ço para l este e outro para oeste na As s im, estava m eles di s tri buídos : a propri a dos a receberem es s es
di reçã o do Pa cífi co; Na Lemúria – ha vi a os ruta s , Es píri tos exilados que, por serem mais
c) O continente Hiperbóreo homens de pele escura, antepassados des envol vi dos i ntelectualmente,
s i tuado na regiã o hoje toma da pel o dos hi ndus , s emi -a ni ma l i za dos . exi giam físicos a propri a dos . Nes s es
Ocea no Árti co, a partir da Groenlândia Na Ásia – os mongóis, homens de corpos s el eci ona dos começa ra m,
pa ra leste em toda a largura da a tua l pel e a ma rel a da . entã o, a enca rna r os ca pel i nos .
Europa . Na Atlântida – os a tl a ntes , Es s es núcleos estavam situados no
Al ém des tes conti nentes , a homens vermelhos – homens da terra, oriente entre os mongói s e os
tra di ção religiosa do mundo a cusa va cor de ba rro, por s erem bronzea dos , l emuri a nos e no ocidente entre os
a exi stência de um outro, cha ma do o na ma i or pa rte. pri mei ros a tl a ntes e da l i fora m s e
1º Conti nente, Terra Sa gra da , Terra Ma s como es s es povos es ta va m cruza ndo com os terrícolas selvagens e
dos deuses, Berço do Mundo, Berço a i nda na i nfl uênci a e ca reci a m de povoa ndo o mundo de tipos ca da vez
do 1º Adã o, etc., e que realmente era a juda, foi decidido no Es pa ço que s e ma i s evoluídos fi s i ca mente. Ma s os
uma referênci a mís ti ca à Capela, de enca minhasse para a Terra l eva s dos ca pel i nos , mes cl a ndo-s e com os
onde fora m des terra da s pa ra a qui Es píri tos da Ca pela, já referidos, e que s elva gens, a busaram de s eu poder e
onda s s uces s i va s de exi l a dos l á ,se utilizando dos poderes espirituais degeneraram;materializaram-se de tal

I
i

··-··-·--···· · "J--·~.;; . . .
t,1
e!
~i

i•·I
il FIG.1
!
TERRAS PRIMITIVAS COM A FORMAÇÃO DA TERCEIRA RAÇA-MÃE

19
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

forma que a corrupção os domi nou e Com es s e a funda mento houve demonstra que os a tlantes , pel o s eu
foi preci s o, pa ra que toda a gra ndes alterações no gl obo: (Fi g. 2) s a ber e poder pol íti co e econômi co,
huma nidade não s e perdesse no ma l , a) Compl etou-se o l eva nta mento domi naram o mundo daquel a época .
que houvesse corretivo geral: foi assim da pa rte s ul da Ás i a ; De fa to, além do própri o conti nente,
que começa ra m os expurgos . b) O ma r que existia a oeste des te domi na ra m os a rqui pél a gos a dja -
O gra nde conti nente da Lemúria conti nente refluiu para norte e s ul e, centes e mais as costas ocidenta i s da
a ga salhava o núcleo mais poderoso de em s eu l ugar, l evantou-s e uma terra Áfri ca , Europa e Améri ca , a l ém de
homens da Tercei ra Ra ça . Como já nova , forma ndo: es tender s ua influência a o continente
vi mos em pontos a nteri ores era m 1) A Europa . Hi perbóreo, que fi ca va a o norte.
homens escuros, robustos , pel udos , 2) A Ás i a Menor. Ha vi a entre eles vá rios povos, cujos
de bra ços l ongos , mui to pa reci dos 3) Aumento da Áfri ca , em cujo pri nci pa i s era m: os s emi ta s , os
a i nda com os s ímios, porém já mui to centro formou-se um mar i nterno que tol tecas, e os turanianos, os tra vl a ti s ,
a fa stados destes no que res pei ta a o foi chamado pelos antigos do Tritônio. os mongóis. Os sacerdotes repres en-
us o da i ntel i gênci a ; os a nti gos da ta va m a divindade e possuíam gra nde
nos s a era os cha ma va m de pré- 3. A QUARTA RAÇA poder, dominando a vi da pol íti ca do
s elenitas porque no s eu tempo a i nda Depoi s do a funda mento da pa ís .
nã o havia s urgido a Lua como s atéli te Lemúri a, a ci vi l i za çã o tra ns feri u-s e Sua ca pital era Posseidonis, gra nde
da Terra . pa ra a Atlântida, a o oci dente, onde ci da de edi fi ca da no a l to de três
Es s e conti nente a fundou-s e na s conti nua va m a s enca rna ções dos monta nhas e que era conheci da por
á guas, perecendo mi l hões de s eus ca pelinos formadores da Quarta Raça . “Ci da de das Portas de Ouro”. No s ol o
ha bitantes , com exceçã o de a l guns Es s e continente, de todos os que a tl a nte exi s ti a um meta l cha ma do
mi l hares que s e salvaram refugiando- exi s tiram na Antiguida de, foi o ma i s oricalco, s emelhante a o ouro, com o
s e: no s ul da Ás i a , que com o notá vel e o que ma i s i nfl uênci a qua l cobriam sua s ca s a s e templ os ,
ca ta clismo se l evantou; na pa rte s ul , exerceu na quel a época em todo o cons truíam as estátuas de seus rei s e
ma i s tarde cha ma da Austrália e na s gl obo. deuses. Segundo Pl atão, que foi quem
i numeráveis ilhas que sobraram com a Os a tl antes eram homens grandes , es creveu mais deta l hes s obre es s e
fra gmentação do continente a ntes do a cobrea dos , que a dora va m o Deus pa ís , a ca pital era cheia de pra ça s , de
a funda mento, s endo que outros Posseidon e o Sol. O nome “a tl a nte” onde i rra di a va m rua s e ca na i s de
mi l hares ta mbém conseguiram ganhar vem do s eu primeiro rei Atl a s , que a á guas quentes e fria s e cerca va m-na
a s cos ta s da Áfri ca ,na pa rte que já mi tologia grega apresenta carregando extens a s e fortes mura l ha s .
exi s ti a nes s a época . o mundo s obre os ombros. Is to bem Enqua nto os a tl a ntes fora m

·-··--~·---

NOSSOPl.ANETA
c::::J TEllAtoS ~fl!t
cc:I Œ1¥1"5"0VA$
FIG. 2

TERRAS PRIMITIVAS COM A FORMAÇÃO DA QUARTA RAÇA-MÃE

20
INICIAÇÃO ESPÍRITA

s ubmissos à Di vi nda de, tudo correu l oca l do a funda mento, i ncl us i ve a s l endas semelhantes referindo-se a os
bem, a s quando, por ca usa do gra nde Anti l ha s ; mes mos fa tos , cos tumes e a con-
poder que a dqui ri ra m s e torna ra m c) l eva ntou-s e, na Europa a teci mentos. Monumentos no Méxi co
a mbi ci os os e vi ol entos e qua ndo, cordi l hei ra dos Al pes . s emelhantes a os do Egito; hierógl i fos
des preza ndo a s prá ti ca s s ã s dos Es tes a conteci mentos fora m s emelhantes a os do México e datados
templ os, se entregaram à magia negra des critos em vá ri os documentos de de 6 a 8 mi l a nos , reproduzi dos nos
pa ra conseguirem seus intuitos , s eus povos centro-americanos e orientais, e tri gra ma s do s á bi o Fo Hi , da Chi na
cos tumes degeneraram, l a vrou entre por el es s e s a be que perecera m na a nti ga. As florestas brasi l ei ra s es tã o
el es a di s córdi a e a corrupçã o e o Atl â nti da , 60 mi l hões de homens , chei as e possuem para mai s de 2 mi l
conti nente foi ta mbém s ubmergi do. s a lvando-se vá ri os mi l ha res que s e petrogra fi a s des s es mesmos
Em s eu l uga r fi ca ra m: uma i l ha refugiaram: na América, (os a s teca s , i deogramas, mormente na Bahia, Piauí
ma i or chamada Pequena Atl ânti da , e os ma i a s , os tol teca s ); na África (os e Il ha de Ma ra jó.
outra s como Ca bo Verde, Açores, etc., a s cendentes dos feníci os , hebreus , Em toda s as s uas lendas, os povos
que era m os pi cos ma i s a l tos do etc.); na Europa (os ascendentes dos da América dizem que foram visitados
conti nente a funda do. ga ul es es , cel ta s , etc.) e no por homens deus es , que l hes
E a ca tástrofe deixou i mpressão tão Hiperbóreo, os formadores da Quinta ens inara m tudo o que s a bi a m, que
profunda, que a balou o mundo todo e Ra ça , os á ri a s . vi era m do oriente e para l á vol ta ra m
o ocea no, dura nte s écul os , fi cou de novo.
peri goso à navegação, cheio de lama e Pa ra os índi os bra s i l ei ros es s e
des troços, a ponto de chamar-s e Ma r 4. A ATLÂNTIDA a ntepassado sábio foi Sumé e para os
Tenebros o, denomi na çã o que foi Sobre a exi s tênci a da Atl â nti da mexi canos foi Quetza l , um vel ho de
cons erva da a té o tempo em que os exi s tem i números a testados e s i na i s , ba rbas brancas que era tão civi l i za do
portugues es i ni ci a ra m s eus des - dentre os qua i s des ta ca mos os que ta pa va os ouvi dos qua ndo
cobri mentos . s egui ntes : des enhos e s ímbol os fa l a va m em guerra e vi ol ênci a .
Com es se a funda mento, a cros ta gra va dos em pedras, s emelhantes uns No Peru, a pa receu Ma no Ca pa c
terres tre s ofreu nova s a l tera ções . a os outros bem como hi erógl i fos e que fundou di na s ti a de rei s e o
(Fi g.3) monumentos,tudo i sso demonstrando mes mo a conteceu na Col ômbi a e
a) l eva ntou-s e o res to do conti - que representa va m a ci vi l i za çã o de outros países da América, a ponto dos
nente ameri ca no no norte e no s ul ; uma s ó origem, cujo centro pode s er es pa nhói s , qua ndo a l i chega ra m,
b) s urgi ram i numeráveis i l has no es tabelecido na Atl ântida. Fá bulas e fi ca rem es tupefa tos por verem

sosso PLANETA
C:=:J TERA.\$~l$1'EN Y 6
□ rEl'IRASNQY,'S
FIG.3
EZZZJ tEl'llV,$ llfMMŒl! CE NŒ 3

TERRAS PRIMITIVAS COM A FORMAÇÃO DA QUINTA RAÇA-MÃE

21
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

ta ma nha s prova s de ci vi l i za çã o e
bonda de da pa rte des s es índi os .
E em todas essas l endas se fa l a de
um gra nde pa ís cha ma do As tl a n,
exi s tente no oriente e de uma grande
i nunda çã o que o des trui u.
Tudo prova a exi s tênci a da
Atl â nti da .
Na Améri ca Centra l fora m
des cobertos vá ri os documentos
es cri tos que prova ra m a exi s tênci a
des se continente como, por exempl o,
o Códi ce Troa nos , o Popul Vu, da
Gua tema l a , e o Chi l a mBa l a n do
Méxi co.
Antes do a fundamento desse gran-
de conti nente, que foi l ento, houve
tempo de vá ri os mi l ha res de s eus
ha bi ta ntes emi gra rem pa ra outra s
regi ões: assim os semitas foram para o
Medi terrâneo ocupando i lha e terras e
del es descendem os egípcios, fenícios,
hebreus e á rabes; outros foram para o
Hi perbóreo e daí passa ra m à Europa
forma ndo a s tribos galenses e celtas e
os tura nianos e mongóis foram para a
Após o a funda mento da Gra nde es piritual do Planeta estabel ecera m-
Chi na ; outros salvaram-se a tingindo as
Atl â ntida sucedeu-se, 4 ou 5 mi l a nos s e no Continente Hiperbóreo, pa ra
cos ta s das Américas Central e do Sul .
depoi s , o ca ta cl i s mo da Pequena l este, onde já exi s ti a m col ôni a s da
O conti nente Hi perbóreo, há 25
Atl â ntida onde s e ha vi a m refugi a do mes ma ra ça .
mi l hões de a nos , era quente e
numeros os povos da Qua rta Ra ça . Exti ngui u-s e a s s i m a Quarta
perfei ta mente ha bi tá vel .
Es s a Pequena Atl â nti da era uma Raça, com a s hecatombes ci ta da s , e
Todos eram capelinos descidos na
enorme i lha que s e s i tua va entre a s urgi ra m novos hori zontes pa ra a s
Atl â ntida e possuidores dos ma i ores
cos ta norte-a fri ca na e o Ma r de a ti vi dades da raça s uces s ora , a ma i s
conhecimentos, os quais tra nsmitiram
Sa rga ços , na s Anti l ha s . i mportante de todas, a que deu maior
a outros povos, pri nci pa l mente a os
Com es s e a funda mento nova s i mpulso evolutivo à ci vilização que s e
egípci os antigos. Emmanuel s e refere
modi fi ca ções s e proces s a ra m na i ni ci a va no Pl a neta Terra .
a es s es egípci os a nti gos que
geogra fi a do gl obo: (Fi g.4)
cons truíram as pirâmides, dizendo que
a) rompeu-se o istmo que l iga va a 5. A QUINTA RAÇA
a pós essas construções , vol ta ra m a o
pa ra ís o da Ca pel a . Europa à África, a brindo-se o es trei to Ins talando-se entre Hi perbóreos,
de Gi bra l ta r; os atlantes cons ti tuíram para eles
As pi râmides, de fato, s ó poderia m
b) o ocea no penetrou por es s a forte fa tor de progresso, elevando
s er construídas por povos detentores
de conheci mentos extra ordi ná ri os . brecha , inundou todas as partes baixas s uas conquistas nos diversos ramos de
que existiam entre a Europa , a Ás i a s uas a tividades; tra nsformando o tipo
A de Gi zé es tá edi fi ca da de ta l
Menor e a Áfri ca , forma ndo-s e o fundamental biológico hiperbóreo por
modo que sua pos i çã o, di mens ões ,
Medi terrâ neo; efeito do cl i ma, dos cos tumes e dos
l i nha s e di vi s ões corpori fi ca m e
c) s ecou o mar Tri tônio ficando em cruza mentos com os ti pos -base, já
demonstram todas as leis da física, da
s eu l uga r o des erto do Sa a ra ; previ amente s elecionados pelos guias
a s tronomi a e da mecâ ni ca que
d) termi nou o l eva nta mento da da evolução planetária, a uxiliares do
regul am os movi mentos da Terra e
Áfri ca na pa rte norte e oci denta l . Cri s to; fora m fi xados os elementos
que s ó nos nos s os tempos fora m
Como já vi mos, os s obrevi ventes etnográficos fundamentais e
des coberta s pel a ci ênci a ofi ci a l .
da Grande e Pequena Atlântidas defi nitivos do homem branco, de
Segundo Heródoto, s á bi o grego
refugi a ra m-s e pa rte no Continente porte elegante, ca belos l oiros, olhos
que pri vou com s acerdotes egípci os ,
Americano s obrel eva do vi ndo a a zuis e rosto de feições mais delicadas.
100 mi l operários tra balharam 20 anos
forma r os povos astecas, maias, Ocorreu nessa época um proces s o
na cons truçã o e na s turma s s e
incas e peles-vermelhas em gera l , de i ntens o res fri a mento, como já
reveza vam de 3 em 3 meses; 10 a nos
a i nda hoje exi s tentes ; outra pa rte s ucedera outras ta ntas vezes na Terra,
l eva ram para cons trui r uma es tra da
di ri gi u-s e pa ra a s cos ta s Norte- torna ndo toda a regi ã o hi perbórea
pa ra o tra ns porte de ma teri a l e
africanas, vi ndo tra zer novos s urtos de i nóspita e inadequada à ma nutençã o
enormes a parelhos para el eva çã o de
progres s o a os s eus ha bi ta ntes , da vi da huma na . Es te fa to obri gou
pedras, que eram tra ns porta da s em
pri nci pa l mente a os egípcios; os s eus habitantes a migrarem em massa
trenós de ma dei ra , a trel a dos a
res ta ntes , porta dores de ma i ores e qua se repenti na mente pa ra o sul,
centena s de homens .
pos sibilidades para o desenvolvimento i nva dindo o centro do planalto

22
INICIAÇÃO ESPÍRITA

europeu, procura ndo ai s e es ta bel e- Leva nta ndo o es ta nda rte do i numeráveis; na atmosfera, como sem-
cerem, com seus a nimais domésticos e Cordei ro – s ímbolo da paz e renúncia pre a contece, também houve fenôme-
s eus reba nhos . – Rama conduziu os homens bra ncos nos a normais a terradores. Porém não
Es ta bel ecendo-s e no centro da pa ra os lados do Oriente, i nvadindo a é prová vel que esse ca taclismo tenha
Europa os hi perbóreos não pudera m, Índia, pel a Pérsia, des a l oja ndo os ti do ca ráter universal e coberto a terra
entreta nto, ali permanecer des cendentes do Rutas pri mitivos e a í a té a a l tura da s montanhas, como
defi nitivamente; defronta -s e com os es ta bel ecendo o tronco da Quinta di zem a s tradições, porque a frá gil
homens da ra ça negra que s ubia m da Raça Mãe, s ob o nome de Árias. es pessura da crosta terrestre – que
África chefi ados por conqui s ta dores corres ponde a uma casca de ovo em
a guerri dos e vi ol entos , cujos 6. OS DILÚVIOS rel a ção ao todo – nã o comportaria
es tandartes traziam estampa da figura Es tudemos agora, ra pidamente, os ta ma nho peso l íquido e s e romperia
de um Touro, símbolo da força bruta e di l úvios que a tra dição assevera terem em vá ri as pa rtes, como ta mbém
da vi ol ênci a . ocorri do em di ferentes época s . a l teraria o próprio equilíbrio orbitário.
Pa reci a i nevi tá vel um choque Dilúvio Universal – Aqui ca be a Podemos , poi s , di zer que houve
s a ngrento, que foi entretanto sustado pergunta: houve de fa to um di l úvi o i nundações parciais e nã o uni vers a l .
pel a i ntervençã o dos poderes uni versal que destruiu a humanidade? Períodos Glaciários −Fora m ca ta -
es pirituais que polarizaram s uas forças Podemos res ponder que nã o. cl i smos que ta mbém produziram inun-
em Rama – o pri mei ro dos gra ndes Ai nda a nteri ormente à Lemúri a , da ções i mensa s ,porém s empre pa r-
envi ados históri cos do Divino Mestre pel a a proxi ma çã o ta l vez de a l gum ci a is. Com o resfriamento da s uperfí-
Jesus – permi ti ndo que el e corpo cel es te ou cometa , a Terra ci e, a s pa rtes a l ta s da s monta nha s
conquistasse grande prestígio entre as des viou-se do s eu rumo ca i ndo pa ra fi ca ram cobertas de geleiras em ca rá -
ma s s a s forma da s pel os homens dentro da direção do Sol, fechando um ter perma nente, como a inda s e pode
bra ncos . pouco ma i s a s ua órbi ta . Es te ver nos mais altos pi cos da Ás i a , Eu -
Vi s avam, assi m, os di ri gentes do a contecimento produzi u tremenda s ropa e América ; o a cúmul o de gel o
Al to preservar a queles espéci mes da a l tera ções : movi mentos da ma s s a nos pólos que,a partir de certa época ,
nova ra ça que já tra zi a m cons i go ígnea s ubterrâ nea, com produçã o de s e deu em gra ndes proporções, produ-
va l i osas conquista s , porta dores que terremotos e vul cões ; a s á gua s dos zi u um a umento de pes o da terra
era m de uma ci vi l i za çã o ma i s ma res s e a ti ra ra m s obre os nes ses l oca i s provoca ndo des equi -
a va nça da , e tã o l a bori os a mente conti nentes nas pa rtes ma i s ba i xa s l íbri os, i nclinações perigosas s obre
s el eci ona dos . i nunda ndo-a s e des trui ndo vi da s o ei xo e por i s s o a s á gua s fora m

•••

--·· ~ -····-······-·····

NOSSO Pl.ANOTA
□ T'(flMSOJSTen'ES

:·::::; 'T'MM9DESl'll"~
• FIG.4

SITUAÇÃO ATUAL E TERRAS DESAPARECIDAS

23
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

a ti ra da s s obre os conti nentes , notá veis sábios da Gréci a , que vi veu ou Asiático, os remanescentes des s e
i nundando-os e destruindo a vi da dos pel o s exto s éculo a ntes de Cri s to, vi - expurgo a grupa ra m-s e em di vers os
s eres . Em outros ca s os , o s i tou o Templo de Saís, no Egito, o s a - l oca i s , pa s s a ra m por di vers os
a quecimento, que ocorreu em certa s cerdote Sonjo l he di s s e, a o na rra r o cruza mentos e s el eci ona mentos e
épocas em vi rtude de a proxi ma ções a fundamento da Atlântida, que comu- tra zi a m em s ua s vei a s de forma
de corpos celestes ou outros fa tores , mente ocorrem perturbações no mo- predominante o sangue dos capelinos;
produziu derretimento das gel ei ra s e vi mento dos a stros, provocando s em- pa ssaram então a formar quatro povos
enormes ma s s a s de á gua s e pre ca tástrofes na cros ta pl a netá ri a . pri nci pa i s a s s i m denomi na dos :
preci pi ta ra m s obre a s terra s , De fa to, no es pa ço ocorrem Os árias, na Europa ; os hindus, na
i nundando-as e sepultando fl ores ta s i númeras catástrofes cósmicas , como Ás i a ; os Egípcios, na Áfri ca ; e os
i mensas . Qua ndo es s a s ma s s a s de choques de a s tros , i ncêndi os , Israelitas, na Pa l es ti na .
á gua s e encaminhava m na direçã o de des trui ções , etc., e a todo i ns ta nte Os árias s urgi ra m na Índi a , como
ma res já existentes, a umenta va m de fra gmentos dessas destruições es tã o vi mos , sob a chefia de Ra ma , e a i s e
ta l modo s eu vol ume que el es s e va ra ndo a nossa a tmos fera e ca i ndo es tabelecera m de forma defi ni ti va ,
preci pi ta va m ta mbém s obre os s obre o s olo, enqua nto mi l ha res de a pós expul s a rem os pri mi ti vos
conti nentes, inundando-os . Por a í s e outros s ã o reti dos pel a própri a ha bitantes, descendentes dos rutas da
vê que era m s empre ca tá s trofes a tmos fera . Tercei ra Raça. Organizaram poderos a
regi ona i s e nunca uni vers a i s . A pedra negra de Caaba, exis tente ci vi l ização; mais tarde conquistaram e
Somente no quaternário em que na ci dade de Meca e ídolo ma i or dos domi na ra m a Europa a té o
vi vemos , num es pa ço de tempo mul çumanos , é um ból i do ca ído do Medi terrâneo; são seus descendentes
corres pondente a 600 mi l a nos , já céu, e mui tos outros têm ca ído em todos os povos de pel e bra nca .
houve 4 períodos glaciários , dura ndo vá ri a s partes, produzindo destruições Os hindus, que a pós a i nvasã o dos
ca da um milhares de a nos; milhões de a terra doras. Na Sibéria, em 1908, ca iu á ri a s pa ra o oci dente e pa ra o s ul ,
a ni mais foram sepul ta dos pel o gel o um ból ido ta manho, que foi sentido a forma ram-se de cruzamentos sucessi -
nos refi na mentos e a i nda hoje s e qua se mil quilômetros de di s tâ nci a ; vos entre os habitantes primi ti vos da
des enterram fa ci l mente na Si béri a , homens que estavam a 700 km, foram regi ão; herdaram dos árias, a vançados
ma mutes pré-hi s tóri cos em cujos derrubados pela des l oca çã o de a r e conhecimentos es pi ri tua i s e outros
es tômagos ainda se encontra intacta a qua ndo o ból i do entrou pel a terra el ementos propulsores da civil i za çã o.
erva que comi a m no momento em a dentro, dei xou em s eu rumo uma Os egípcios– os da pri mei ra
que fora m s epul ta dos . col una de fogo de 20 km de ci vi l i za çã o – pos s ui dores da ma i s
Dilúvio de Noé– Es te di l úvi o, profundi da de, nuvens a ci ma . a va nça da s a bedori a ; del es di z
ta mbém conheci do como Di l úvi o É tã o i ntens o o movi mento de Emma nuel : “Após dei xa rem o
As i ático, s egundo os melhores autores, des trui ções no Es pa ço que s obre a tes temunho de sua existência gra vado
foi resultado do rompimento do is tmo Terra ca i constantemente uma camada nos monumentos i mperecívei s da s
de Gi bra l ta r, com a cons eqüente de pós escuro que aumenta, por a no, pi râ mides, regressaram ao paraís o da
preci pi ta çã o da s á gua s do Ocea no s eu peso em 650 mi l toneladas e i s s o Ca pel a ”.
Atl â ntico e do mar Tri tônio na bacia do vem a contecendo desde s ua cri a çã o. E, por úl ti mo os israelitas, povo
Medi terrâ neo; toda s a s terra s Todos os povos que ha bi ta va m a orgul hos o, tena z, fa ná ti co e
exi s tentes, no norte da Áfri ca daquel e zona compreendida na á rea do dilúvio i na movível nas suas convicções ; povo
tempo, na Palestina, ou na Ásia Menor de Noé, dei xa ra m tra di ções s eme- herói co no s ofrimento e na fidelida de
a té a As s íri a e Ba bi l ôni a , fora m l ha ntes, referindo-s e s empre a uma rel i gi os a . Referi ndo-s e a el es di z,
i nundadas e destruídos os povos que chuva torrenci a l , uma i nunda çã o a i nda , Emma nuel :
a l i ha bi ta va m. tremenda ; todos di zi a m que a “Os s a cerdotes não esperavam que
Segundo os cálculos feitos, esse di- ca tá strofe foi um castigo dos deuses e o Redentor procura s s e a hora ma i s
l úvi o teve lugar em 7.500 a .C. con- que s e salvou uma família privilegiada es cura da noi te pa ra s urgi r na
qua nto a Bíblia di ga que s ua da ta foi numa arca ou navio, l evando cons i go pa i s a gem terres tre.Segundo a s ua
3.854 a .C. Já vi mos que corresponde ca s ais de todos os s eres vi vos , pa ra concepção, o Senhor deveri a chega r
a o s egundo a fundamento da Atlântida. s ua perpetua çã o. no ca rro ma gnificente de s uas gl óri a s
Nes se dilúvio não se fala só em Is so prova que tal dilúvio foi numa di vi na s tra zi do do céu à Terra pel a
i nundação, mas também em chuvas va s ta zona e numa mes ma época e l egi ã o dos s eus Tronos e Anjos ;
torrenci ais; pela Bíblia, essas chuvas que a tradição religiosa uniformizou-se deveri a humi l ha r todos os rei s do
dura ram 40 di as e noites e pela em torno à sua descrição por herança mundo, conferi ndo a Is ra el o cetro
tra di ção ba bilônica dura ram 6 di a s e de gera ções s uces s i va s . s upremo na direção de todos os povos
noi tes. É poi s, assim, utilizando a s força s do Pl a neta; deveri a opera r todos os
Como já di s s emos , es tes da na tureza e as leis da própria criação, prodígi os , ofus ca ndo a gl óri a dos
ca ta clismos s ã o s empre cós mi cos e que os Senhores do Mundos , Cés a res ”. Conti nua ma i s a di a nte:
ta nto há dis túrbi os no céu como na a uxi liares da Di vi nda de, opera m na “Apes ar da crença fervorosa e sincera,
terra ; por i sso, a o mes mo tempo em s uperfíci e des tes a s a l tera ções Is ra el não s abia que toda a s a l va çã o
que os mares saíam de s eus l ei tos e necessária s à s ua própri a evol uçã o. tem de começar no íntimo de ca da um
i nunda va m a s terra s , os céus e cumpri ndo a s profeci a s de s eus
des abavam em chuvas i nterminá vei s . 7. CONCLUSÃO própri os filhos, conduziu a os martírios
Já qua ndo Sól on, um dos ma i s Após o cha mado Dilúvio Bíblico da cruz o Di vi no Cordei ro”.

24
INICIAÇÃO ESPÍRITA

5.
CIVILIZAÇÃO DA MESOPOTÂMIA

1. UR– CRUZAMENTO DE ROTAS 2. A ALIANÇA s e para a quel e pa ís . Levou todo s eu


Abra ã o era um homem convi cto, pes s oa l e reba nho.
Entra mos agora no es tudo rá pi do rea l mente,da existência de um úni co A bel eza de Sa ra chegou a o
da hi stória do povo que foi prepa ra do Deus. Uma personali da de ma rca nte, conhecimento do fa raó, que ma ndou
pa ra receber o Messias, Jes us , e que, poi s a pesar de toda a i dol a tri a que o s eus s ervos tra zerem-na à s ua
i nfelizmente,até hoje não o reconhece: ci rcundava e do fetichismo da época , pres ença . Pretendi a tomá -l a como
o povo hebreu. O nome “hebreu” ma nteve-se i nabalável em sua crença . uma de suas espos a s , poi s Abra ã o –
veHé d Héber, des cendente de Sem, Foi , a ssim, o instrumento utilizado por temendo represália s –fê-l a pa s s a r
rel a cionado na Gênes e bíbl i ca como Deus (ou pelo Plano Es pi ri tua l Supe- por s ua i rmã. Diz a Bíbl i a que vá ri os
um dos fi l hos de Noé. Depoi s de ri or) pa ra i mpl a nta r a i déi a do i nci dentes ocorreram na ca sa do faraó
Héber, mui tas gerações s e pa s s a ra m monoteísmo – do Deus úni co – entre e s eus a divinhos l he di s s era m que
a té chega rmos a Abraão. Es te é, os homens , prepa ra ndo-os pa ra a era por ca us a da quel a mul her.
rea l mente, o pers ona gem de ma i or vi nda do Mes s i a s . Di s seram-lhe que não era i rmã e s i m
força entre a quel e povo, na época , Na Gênese, 12:1-3, encontramos os es posa de Abra ã o. O fa ra ó ma ndou
s endo cons i dera do s eu pri mei ro termos da a l i a nça fei ta pel o Pl a no cha ma r Abra ã o,repreendeu-o por
pa tri a rca . Es pi ri tua l com Abra ã o: “sai da tua ha ver l he mentido e ordenou que s e
O nome Abra ã o – s egundo terra, e da tua parentela, e da casa de reti ra s s e do Egi to junta mente com
Wa l domi ro Lorenz, no l i vro A teu pai, e vem para a terra que eu te Sa ra e os dema i s membros da
Cabala –s i gni fi ca pai Rama em mostrarei.E eu te farei pai de um fa míl i a . Deu-l he, porém, mui tos
hebra i co. Logo, pode-s e grande povo, e te abençoarei: eu farei a ni mais que a umenta ra m o reba nho
perfeitamente perceber a i nfl uênci a célebre o teu nome, e tu serás dos hebreus .
a ri a na na forma çã o es pi ri tua l de bendito. Eu abençoarei aos que te
Abraão; embora do ra mo s emi ta abençoarem, e amaldiçoarei aos que
da Atl ântida, ele deve ter a bsorvi do a te amaldiçoarem.” E Deus lhe indicou 4. A MULHER DE LÓ
cul tura a ri a na de que Rama foi o a terra de Canaã como s ua nova pátria. Retorna ra m a Ca na ã . Os ca na -
expoente. E i s to pode s er mel hor E Abra ã o obedeceu. Es ta va neus , entreta nto, cons i dera va m os
entendi do s e cons i dera rmos que cons agrada a aliança; reconhecendo a hebreus um peri go e pa s s a ra m a
Abraão na sceu e foi educa do em pa ternidade divi na, a bondade do Pa i , hos ti l i zá -l os . Houve um
Ur, na Ca l déi a (hoje o Ira que). o homem s e des l i ga do pa s s a do e des entendimento entre os pastores de
Es ta ci dade, naquela época , devi a ter bus ca o futuro luminoso: busca nova s Ló e de Abra ã o, s eu ti o. Es te,
cerca de 250 mi l habitantes e era um terra s , novos i nteres s es . Enqua nto conci liador como sempre, propôs que
centro comerci a l e cul tura l do ma nti ver fi rme es s a a l i a nça – s e s eparassem a fi m de evitar maiores
médi o oriente, a lém de cruza mento di s ta nci a mento ca da vez ma i or do probl emas. Ló e s ua mul her, com os
de rota s da s ca ra va na s que pa s s a do chei o de víci os – es ta rá s ervos e o reba nho, fi xa ra m-s e na s
dema nda va m o Egi to vi nda s do i ntegra do na vonta de do Pa i , e, i mediações de Sodoma e Gomorra, à s
Ori ente e vi ce-vers a . Logo, em Ur porta nto, a mpa ra do e fel i z. ma rgens do ma r Morto.
devi a-se toma r conta to com mui ta s Abra ã o es ta bel eceu-s e perto do
cul tura s . Hebron, onde hoje é Is ra el .
Abraão era fi lho de Terá, que ti nha 3. CANAÃ E EGITO Entreta nto, Abraão nunca dei xou
ma i s dois filhos ; Ha rã e Na or. Com a Sa i u, pois, Abraão rumo a Ca naã –a de prestar s olidariedade a Ló. Quando
morte de Harã, Terá desgostou-s e de Terra Prometida . Levou cons i go s ua es te se envolveu numa guerra com os
Ur; reuniu Na or, Abra ã o e a mul her mul her Sa ra , ma i s Ló e s ua mul her, ca na neus e caiu prisioneiro, Abra ã o o
des te, Sara, mais os outros dois filhos a l ém de muitos s ervos e um reba nho. l i bertou. Nunca o patriarca dei xou de
de Ha rã, Ló e Milca (pois Sara também Es ta bel eceu-s e na s i medi a ções de exercer a fraterni da de, i ncl us i ve no
era fi lha de Harã), e mudam-se todos Si quem. (Fi g.5) epi s ódi o de Sodoma e Gomorra –
pa ra Harã, cerca de mi l km a o norte. Uma gra nde seca assola va a quel a ci da des pecaminosa s des truída s por
Es tá va mos por vol ta do a no regi ão, e Abraão, tendo notícia de que um ca ta cl i s mo. Di z a Bíbl i a que
3 mi l a .C. no Egi to ha via a bundância, deslocou- Abra ã o foi a l ertado pel os Es píri tos

25
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

MAR NEGRO

4
--
.>« .¿-- - -\
~
%
\
\ I
''
'• I
I
O GRANDE MAR \
I

Dê setto
\

Opserto
da
'f;
R ·no
--
Libia o
'/IJ
Fig. 5 i
fi l ho. A promes s a concreti zou-s e;
Superiores de que Sodoma e Gomorra transforma em verdadeiras estátuas na s ceu Isaque.
s eriam destruídas, por nã o ha ver a l i levando-nos ao estacionamento, s e Is aque cresceu envolto no ca ri nho
nenhum homem de bem. Abra ã o del e não nos desligarmos com gra nde de Abra ão e Sara. Qua ndo já es ta va
tentou interferir, pedindo clemênci a . força de vonta de. A mul her de Ló, em pl ena juventude, Deus fez um
Os Es píri tos l he di s s era m que s e a pes a r de conhecer os erros dos tes te com Abraão ordenando-lhe que
encontrassem lá “a penas um homem mora dores da s dua s ci da des , s a crificas s e o própri o fi l ho. Abra ã o
jus to” poupa ri a m a s dua s ci da des . demons trou que nã o ha vi a s e a prontou o a l ta r, cha mou a Is a que,
Abra ã o, então, i nterferiu em fa vor do des l i ga do del a s . expl i cou-l he a ordem do Senhor.
s obrinho e de s eus fa mi l i a res . Es ta É o próprio esforço de reforma Is a que concordou em entrega r-s e;
i ntercessão, aliada a conduta reta de íntima. Temos que, decididamente, ta mbém el e a dmi ti a fi rmemente a
Ló, o s a l va ra m. lutar contra as ligações viciadas do pa terni da de di vi na . Entreta nto,
Ló recebeu com a l egria os passado. Do contrário, qua ndo Abraão i a sacrifica r o fi l ho, o
emi ssários do pl a no espiritual, permaneceremos estacionados, como Pl a no Es pi ri tua l i nterfere, ma nda
enquanto os demais habitantes os verdadeiras estátuas. s us pender o s a cri fíci o. Abra ã o dera
procura vam enxotar. Dessa forma, Ló uma demons tra çã o de a bs ol uta
recebeu i nstruções pa ra s e reti rar da obedi ênci a a o Pa i . Nã o a credi ta va
ci da de juntamente com s ua mulher. 5. OBEDIÊNCIA DE ABRAÃO a penas por palavras, exempl i fi ca va a
Fi zeram-lhe, porém, uma advertência: Sara era estéril. Por i s s o, Abra ã o crença .
Fossem sempre para a frente e não vi vi a tri s te; morreri a s em dei xa r Abra ã o morre de velhice deixa ndo
olhassem jamais para trás. Ló e s ua herdeiros. Aconselhado pel a própri a mui tos bens , e Is a que como s eu
mul her deixaram a ci dade momentos es posa, tomou a Hagar, uma es cra va , s ucessor. Foi s epultado no ca mpo de
a ntes de Sodoma e Gomorra serem como concubina, a fim de ter um filho. Efron, a o l a do de Sa ra , s ua mul her.
des truídas. A mul her de Ló, porém, Na quela época a poligamia era prática
des respeitou a advertência e ol hou na tura l entre os povos da regi ã o.
pa ra trás; diz a Bíblia que se Rea lmente, Hagar deu à l uz a Ismael 6. ISAQUE E JACÓ
tra nsformou i mediatamente numa que é considerado pai dos Ismaelitas– Is aque ca s a com Rebeca . E del a
es tátua de sal.O s imbolismo bíblico os á rabes de hoje. Tempos depoi s , tem doi s fi l hos : Esaú e Jacó, i rmã os
encerra uma gra nde verdade: o a l ertado pelo Pl ano Espiritual, Abraã o gêmeos. Es a ú, contudo, na s cera na
passado nos escraviza, nos s oube que Sa ra poderia dar-lhe um frente; ti nha , a s s i m, o di rei to de

26
INICIAÇÃO ESPÍRITA

Foi para outras terra s . Sofreu mui to. Apenas pa ra l oca l i za rmos es tes
Chegou praticamente a ser escravo do a contecimentos com o povo hebreu,
própri o s ogro, l onge do l a r pa terno. l embra mos que na mes ma época ,
Chegou a duvi da r da exi s tênci a do gra ndes i mpéri os e povos mui to
Deus único. Foi a ele entreta nto que operos os es ta va m em fra nco
Deus mos trou cl a ra mente a fl orescimento:o i mpério babilôni co, o
possibilidade de comunicação entre i mpério assírio, a Grécia , os feníci os .
“vivos e mortos”, a l i vre comunicação
entre o céu e a terra . É a celebre
“escada de Jacó”: um s onho do qua l 8. JOSÉ, CHANCELER DO EGITO
Ja có vi u uma enorme es ca da que s e A tri bo de Ja có, com seus 12 fi l hos ,
perdia rumo a o céu, por onde s ubi a m mui tos servos e gra ndes rebanhos, era
e des ci a m os a njos . a ma i s poderos a de Ca na ã . Dentre
A des crença de Ja có chegou a o todos os fi l hos , Ja có ti nha es peci a l
ponto de lutar com um anjo, conforme predileção por José, o penúltimo. José,
di z a Bíblia. Isto é, de l uta r contra um como nos conta Roches ter no l i vro O
emi ssário do Pa i. Por ca usa dessa l uta, Chanceler de Ferro pos s uía
el e recebeu o nome de Israel, que, em extra ordinárias faculdades mediúnicas,
hebraico significa “aquele que resistiu des envol vi da s com a juda de um
a um anjo”. i ni ci a do ca l deu, o vel ho Schebna .
Depois de mui tos a nos l onge da Certa feita, José contou a s eu pai e
ca s a paterna, Ja có volta, casado e com i rmã os doi s s onhos que ti vera . Em
um gra nde rebanho. Faz a s pazes com a mbos, ele a pa reci a como fi gura de
Pri mogeni tura . Na quel a época a o Es a ú e forta l ece nova mente s ua des taque e os irmãos curvando-se aos
pri mogênito ca bia toda a hera nça do crença no Deus úni co. s eus pés. Isto revoltou os i rmãos que,
pa i . Os demais filhos nada recebi a m, já nã o gostando de José por s er el e o
nem a es pos a . (Al i á s , na época , a s fa vori to do pai, prometeram vingar-se.
mul heres eram consideradas si mpl es 7. FILHOS DE JACÓ (ISRAEL) As s im, numa ocasião em que José fora
objetos de proprieda de do homem). Ja có dei xou 12 fi l hos , que, ma i s a té o a campamento dos i rmã os que
Rebeca tinha predileçã o por Ja có, ta rde encabeçariam a s doze tribos de pa s torea va m o reba nho, es tes o
Is a que por Es a ú. Es ta va Is a que já Is ra el : Rúben, Simeão, Levi, Jusá, vendera m como es cra vo a uma
vel ho e quase cego, qua ndo, um di a , Issacar, Zebulom, Dã, Naftali, Gade, ca ra va na de ismaelitas de pa s s a gem
cha mou a Esaú e pedi u-l he que l he Aser, José e Benjamim (vi de quadro à pa ra o Egi to.
s ervi sse uma caça à refeição para que pá gi na s egui nte). No Egi to, Jos é foi compra do por
el e, Isaque, o a bençoass e. A bençã o,
nes te caso, representava a pass a gem
de todos os di rei tos a Es a ú. Rebeca
ouvi u o pedido de Is a que, prepa rou
um gui sado e mandou Ja có s ervi r a o
pa i . Teve o cuidado, a ntes, de col oca r
uma pele de a nimal sobre os ombros e
os bra ços de Ja có, pa ra que o pa i
pensasse realmente que se tra tava de
Es a ú – pois este era mui to pel udo. O
es tra ta gema deu certo. Is a que
a bençoou a Jacó pensando que fos s e
Es a ú. Quando este voltou da caça e se
di ri giu ao pai, Isaque lhe contou que já
o ha vi a abençoado, percebendo Es a ú
que fora l udi bri a do por Ja có.
Al i ás, Esaú nunca dera ta nto va l or
a o di rei to de pri mogeni tura . Antes
des te episódio já havia vendido a Jacó
es se direito, trocando-o por um pra to
de l entilhas. É ma is ou menos a noss a
pos i çã o qua ndo a bri mos mã o de
verda des eternas a troco de menti ra s
que nos dã o pra zer momentâ neo.
Contudo, Jacó, temendo represálias
de Es aú e a tendendo a cons el ho da
própri a mãe, deixou a ca s a pa terna .

27
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

I AS DOZE TRIBOS DE ISRAEL

(GN 1:35)

I ADÃO J-¡i EVA I

CAIM I I ABEL I I SETE I


ENOQUE ENOS
IRADE CAINÃ
MEUJAEL MAALALEEL
METUSAEL JAREDE
ENOQUE
--< LAMEQUE+ ADA (1' MULHER)!
MATUSALÉM
JAB AL LAMEQUE
JUBAL NOÉ
--j LAMEQUE+ ZILÄ (2' MUUiERi
I I SEM I I CÃO I JAFÉ
TUBAL.CALM
NAAMA ELÄO CUXE GOMER
.....AaSUR... MIZRl\IM MAGOGUE
- .ARrn~DE PUTE MADAI
CANAÃ JAVÂ
ARÃ TUBAL
MESEQUE
TIRAS

I SELA I I HÉBER I

• •
I JOCTÃ I PELEGUE I
I REÚ I
Obi.: Após o nascimentodo tsmael,
o nome de Abrao foi mudado .par.a I SERUGUE
Abraã o. e o de Sara i para Sara , (Gn 17)
I TERÁ

I ABRAÃO I NAOR I HARA

I HAGAR I I I
I MILCA I I LO I
I ISMAEL I
I SARA I I BETUEL


I ISAQUE I I REBECA I I LABÃO I
- •
I •

UA RAQUEL
I
I BILA I I ESAÙ I I JACÒ •
• •

I DÃ
NAFTALI
II I ZILPA RÚBEN
SIMEÃO
JOSÉ
BENJAMIM
I
LEVI
GADE JUDA
ASER I ISSACAR
ZEBULOM

28
INICIAÇÃO ESPÍRITA

Putifar, chefe da gua rda do fa ra ó. frente de José, Judá oferece-s e pa ra Forma do o patrimônio da s 12 tri bos
Conquistou a confiança de seu a mo e perma necer no lugar do i rmão porque, de Is rael. (Fig.6) Jos é i nfl ui u o fa ra ó
pa s s ou a goza r de qua s e tota l di z ele, o pai não suportará s eparar-s e pa ra decretar 70 di as de l uto em todo
l i berdade, exercendo pratica mente o do fi l ho menos;José comoveu-se com o Egi to, pela morte de seu pai e levou
ca rgo de mordomo da ca s a . Ranofrit, a a ti tude de Judá e revel a -s e. Todos o corpo pa ra ser s epultado no Hebron,
mul her de Putifar, envol veu-o numa fes tejam o reencontro e, a pedi do de em Ca na ã .
i ntri ga e José foi a çoitado e col oca do Jos é, vã o buscar o pai e s eus rebanhos Jos é governou ma i s a l guns a nos
na pri são. Em sua cela, foram pa ra r o pa ra que s e es ta bel eça m no Egi to. a pós a morte do pa i . Uma revol ta
mordomo e o pade i ro do fa ra ó, que Ja có e s ua fa míl i a fi xa m-s e na s popul a r derrubou o fa ra ó e
es tava m envolvidos numa conspiração i mediações de Heliópolis e dedicam-se determinou a morte do fi l ho de Ja có.
pa ra derrubada do rei.José interpretou a os pa s torei o. Qua ndo chega ra m Começa , assim, um duro período pa ra
s onhos que a mbos ti vera m numa era m 70 pessoas a o todo. Ja có vi veu os hebreus no Egi to, já a es ta a l tura
noi te; s ua interpretação foi totalmente 17 a nos no Egito, onde morreu a pós ba s tante numerosos . Um período em
confi rmada pelos fa tos: o padei ro foi ha ver recomenda do a os fi l hos que que passaram 400 a nos como escravos,
enforcado e o mordomo rei ntegra do di vi dissem os bens entre si; foi assim exercendo os trabalhos mais pes a dos .
em s ua s funções .
O fa ra ó ti vera um s onho que
nenhum dos a di vi nhos do Egi to
cons egui u i nterpreta r. O mordomo
l embrou-se de José na prisão e tendo
fei to referênci a del e a o fa ra ó, es te
ma ndou que trouxessem o prisioneiro
a s ua presença . Jos é i nterpretou os
s onhos do fa ra ó: 7 va ca s gorda s
representando 7 a nos de fartura pa ra
o Egi to e 7 va ca s ma gra s , repre-
s enta ndo 7 a nos de mi s éri a . AANAÃ DIVIDIDA
Acons elhou o fa ra ó a fa zer provi - ENTRE AS
s ões em todo o Egi to dura nte os 7 DOZE TRIBOS
a nos de fartura, para que a fome nã o
di zi ma s s e a todos nos 7 a nos de
mi s éri a . O fa ra ó (Apopi ) i mpres -
s i onado com o discernimento de Jos é
nomeou-o Adon do Egi to – uma MANASS ÉS
es péci e de cha ncel er, pri mei ro-
mi nistro. Assim, durante muitos a nos MAR
MEDITERRÃlllEO
Jos é governou o Egi to com mã o de
ferro. Foi impl a cá vel , pa ra s ervi r a o
fa ra ó. Na época , o Egi to nã o era
MAllASS É S
governa do pelas dinastias faraôni ca s :
os hi csos, invasores haviam toma do o
poder.
GADE
Jos e casa-se com Asnath, fi l ha de AMON
Poti fera, grão-sacerdote de Amon-Ra ,
o Deus Sol. Em s eu governo, o Egi to
foi celeiro de muitos povos; a ca restia
nã o a ssol ou s omente a quel e pa ís ,
todo o Ori ente Médi o fora a ti ngi do.

9. JACÓ NO EGITO JUDÁ


EFRAI M


JESUS
JERUSALÉM
'

O

A ca restia atingiu ta mbém a Ja có e


s ua tribo. Ma ndou s eus filhos ao Egito,
a fi m de a dqui ri rem víveres . Jos é os
reconheceu, ma s el es nã o o SIMEÃO
reconhecera m. Jos é os envol ve MOASE
propos i ta da mente num roubo de
objetos de a rte pa ra que, dei xa ndo
Si meão como refém, ele s retornem a
Ca na ã e l evem Benja mi m como
es cra vo pa ra o Egi to. Apes a r dos EDOM F,g.6
protes tos de Ja có, os i rmã os l eva m
Benjamim (o i rmã o ca çul a ), ma s , à

29
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

6.
MISSÃO PLANETÁRIA DE MOISÉS.
PREPARAÇÃO DOS HEBREUS NO DESERTO

es colhidas das gera ções nova s . Ta i s Di zemos mã e carnal porque Termuti s


1. PERSEGUIÇÃO AOS HEBREUS tra di ções era m tra ns mi ti da s com tornou-s e na rea l i da de a mã e por
O fa ra ó temi a que os hebreus , preci são matemática, não s e omitindo excel ência de Moisés, s eu verdadei ro
mul tiplicando-se s empre, vi es s em a nenhuma letra , pa ra que a i déi a do a njo de guarda. Tanto que s eu nome
cons tituir um perigo para a s egurança Deus único não vi esse a s er deturpada. em hebraico é Bathya, isto é, fi l ha de
do próprio Egito. Assi m, determi nou Jeová , ta l o respeito que os hebreus
que fossem mortos todos os bebês do 2. NASCIMENTO DE MOISÉS devota m a es ta pri nces a egípci a .
s exo ma s cul i no na s ci dos entre os Amram, neto de Levi , vendo que
hebreus; determinou que as própri a s s ua esposa estava grávida, ficou muito 3. EDUCAÇÃO DE MOISÉS
pa rteiras afoga s s em a s cri a nça s no preocupa do. Se fos s e um fi l ho Moi s és era um Espírito missionári o
Ni l o. Entreta nto, mui ta cri a nça homem correri a o ri s co de tê-l o com a ta refa de libertar o povo hebreu
es capou com vi da; as mã es fazia m de a rrebatado pelos guardas e a tirado a o do jugo egípcio. Sua missão, contudo,
tudo pa ra es conder os bebês , ri o. Des es pera do, di ri ge-s e a Deus tem ca rá ter planetário, porque foi el e
col ocando-os i ncl us i ve em ca verna s i mplorando que tivesse compaixão de i ns trumento uti l i za do pel o Pl a no
na s montanhas, longe da vi gi l â nci a s eu povo. O Pl a no Es pi ri tua l l he Es pi ritual Superior para nos dar leis de
dos s ol da dos do fa ra ó. res ponde que nã o s e preocupa s s e: caráter universal.
Enqua nto i s s o, conti nua va a rea l mente, sua mulher, Jocabel, da ri a Foi educado no pa l á ci o. Freqüen-
es cra vidão para os adultos – homens e à l uz a um menino. Nã o era , toda vi a , tou a a cademia militar, res erva da s o-
mul heres. Regalias ti nham s omente um meni no comum: teri a mi s s ã o mente aos nobres. Sempre s e des ta -
os da tribo de Levi. Segundo Shol em mui to i mporta nte e s eri a s empre cou. Era uma personalidade marcante.
As ch, no l i vro Moisés, tendo protegi do pel o Al to. Atra i u contra s i a ira dos s acerdotes e
encontrado dificuldade de ma nter os Joca bel dá a l uz a um meni no. dos escribas, que pressentiam nele um
hebreus disciplinados, decidiu o fa ra ó Dura nte três meses o bebê pôde s er peri go pa ra o Egi to; ma i s a i nda , um
exercer o governo a tra vés de ma nti do es condi do no própri o l a r. peri go contra o rituali s mo pol i teís ta ,
el ementos es col hi dos dentre os Amra m, toda vi a , fi cou temeros o de poi s Moi s és nunca s e s ujei tou a
própri os hebreus . As s i m, el egeu os que os guardas o descobrissem e, em pres tar culto às di vi nda des egípci a s .
des cendentes de Levi para governar os cons eqüênci a , ma ta s s em toda s ua Como genera l do fa ra ó, Moi s és
hebreus . E, como a s fa ci l i da des fa mília. Junto com s ua mul her e s ua chefi ou vá ri a s expedi ções de
s empre amolecem o ca rá ter, mui tos fi l ha Mi ria m, deci di u que deveri a m conquis ta de outra s terra s . Conta o
des tes de Levi pa s s a ra m a s er col ocar o menino num ces to forra do hi s toria dor judeu Fl á vi o Jos efo, no
verda deiros carrascos de seus próprios de betume e entregá-lo a o ri o Nilo. “A l i vro História dos Hebreus, que foi
i rmã os em ca ti vei ro. Di vi na Provi dência cuidará dele”, disse contra os etíopes que Moi s és s e
O cul to a o Deus único era proibido. o pa i confi a nte. Termutis, fi l ha do des tacou como grande estrategista . O
Ti nha m que a cei ta r os deus es dos fa ra ó Ramsés II, que fazia s eu passei o fa ra ó havia ordenado a conqui s ta da
egípci os. Entretanto, um grupo firme di á ri o pel a s ma rgens do Ni l o vi u o Eti ópia; os etíopes, contudo, es ta va m
e coes o de hebreus ja ma i s a cei tou ces to com a cri ança e ordenou a s eus tra nqüilos: a única vi a que conduziria
pres ta r cul to a deus es , s empre s ervos que o recol hes s em. Tomou o o exérci to egípci o à ca pi ta l de s eus
a dmi ti ra m um s ó Deus . Como s e bebê nos braços com muito ca rinho e pa ís , estava i nfes ta da de s erpentes
dedicavam somente ao tra balho braçal, l evou-o pa ra o pa l á ci o. Deu-l he o venenos a s . Os s ol da dos nã o s e
es cra vo, não tinham possibilidades de nome de Moisés, que, em egípci o a venturariam, pois fatalmente s eri a m
es crever s uas tradições e s eus conhe - s i gni fi ca “salvo das águas”. pi ca dos e morreri a m. Moi s és ,
ci mentos. Pa ra ta nto, é a inda Shol em Mi ri a m, i rmã de Moisés, i nfi l trou- profundo conhecedor da regi ã o,
As ch que nos diz, os ma i s vel hos da s s e no palácio e convenceu Termuti s a ma ndou os s ol da dos a pri s i ona rem
tri bos – que ti nham recebido a s tra di - contra tar uma a ma de l ei te hebréi a centena s de íbi s (a ves de ra pi na
ções oralmente de seus a ntepassados pa ra amamenta r o bebê. A pri nces a i ni migas mortais das s erpentes ) e a s
– era m colocados em ca verna s onde concorda, e Mi riam tra z Joca bel pa ra s ol tou nos ca mpos i nfes ta dos que
fi ca va m memori za ndo ta i s ens i na - a ma menta r. As s i m, Moi s és foi da va m acesso à capital da Eti ópi a . As
mentos e os tra nsmitindo a pessoas a ma mentado pela própria mãe ca rnal,. s erpentes que não fora m devora da s

30
INICIAÇÃO ESPÍRITA

pel a s a ves fugi ra m a pa vora da s . O Uni vers o e que, porta nto, dá o Madian. Vê um oá s i s : um poço,
exérci to, chefiado por Moisés, tomou Uni verso como herança a seus filhos ? a l gumas palmeiras e pastagem. Senta-
a ca pi ta l . As s i m era Moi s és . Um homem que s e à bei ra do poço e a l i tra va
Al i á s , percebe-s e que Moi s és nunca duvidou da existência do Deus conhecimentos com a s filhas de Jetro,
s empre vencia pela s a bedori a , pel o úni co: um homem l i berto por s a cerdote e pa s tor. É l eva do pa ra a
bom s enso. Tem-s e a i mpres s ã o de excel ênci a . ca s a de Jetro, onde recebe a col hi da
que certas matanças atribuída s a el e Certa noi te Moi s és ma tou um fra terna . Ca s a -s e com Séfora, uma
no Vel ho Testamento, foram executa - gua rda egípcio, em l egíti ma defes a . da s filha s de Jetro, com a qua l teve
da s à s ua revel i a , à s ombra de s eu Es s e gua rda era temi do pel a s ua doi s fi l hos .
nome. Como sempre, os homens nã o bruta lidade, principalmente contra a s Pa s sa quarenta a nos pas torea ndo
gos tam de assumir a responsabilidade mul heres hebréi a s . Moi s és o a s ovel ha s de Jetro nos oá s i s do
de a tos cri minosos e procuram a tribuí- i nterpel a ra . O gua rda empunhou a des erto. Ima gi nemos o que nã o
l os a pessoas de des ta que. Acha mos va ra ponti a guda e a a rremes s ou a prende com a natureza um homem
que Moisés ti nha a rma s mui to ma i s contra Moisés; este utilizou a própri a i nteligente que,durante quarenta anos
poderosas do que a espada: a s a rma s va ra pa ra imobilizar a fúria sanguinária vi ve a pa s centa ndo ovel ha s ! Es tes
de s ua extra ordi ná ri a ca pa ci da de do gua rda. Por ca usa deste incidente, a nos deram a Moisés o conhecimento
es pi ri tua l . Moi s és passou a ser procurado pel os pa ra que, ma i s ta rde, pudes s e
Vol ta ndo vi tori os o da Eti ópi a , gua rdas do faraó, a fim de s er morto. conduzi r o povo hebreu no êxodo.
Moi s és teve a umenta do contra s i o Termuti s , ma i s uma vez vem a s eu
ódi o dos escribas e sacerdotes. Perce- fa vor: ma nda a visá-lo pa ra que fuja .
beu que não poderia mais permanecer “A es pada do fa ra ó pa i ra s obre tua 6. A REVELAÇÃO
no pa l á ci o. Apes a r da perma nente ca beça ”, foi a mens a gem que l he Certa fei ta , es ta va Moi s és na s
proteçã o de Termutis, que vi via desfa- envi ou. i mediações do monte Horeb, no Sinai,
zendo intrigas que contra ele fa zi a m, qua ndo percebeu que uma
Moi s és decidiu a bandona r a mora da s a rça(arbusto da fa mília das rosáceas)
rea l . Já nes ta a l tura s a bi a que s ua 5. NO DESERTO a rdi a em chama s . A pri ncípi o a chou
mi s são deveria desenrolar-se entre o Moi s és, vestido de egípci o (roupa na tural, pois com o sol ca usticante era
s eu povo, entre os hebreus escravi za - que Termuti s l he envi a ra como comum que a rbus tos res s equi dos
dos a o faraó. Termuti s nã o o reteve; di s fa rce) va i pa ra o des erto. a ca bassem se inflamando. Contudo, o
com profunda tristeza vi u partir o filho Pera mbula muitos dias s ozinho. Cruza fogo nã o cons umi a a quel a s a rça .
a doti vo. Ma s uma a l egri a ma i or com mui ta gente. Finalmente chega a Moi s és aproximou-se e ouviu uma voz
envol veu s eu cora çã o: a certeza de
que Moisés seria muito mais úti l a os
hebreus do que a os egípci os . lMP ÉRJO
HffiTA
ÇANAÃE A
4. MOISÉS ENTRE OS ESCRAVOS eo.B.TA DQ 9000
HEBREUS
Conta -nos Sholem Asch que Moisés
i ntegrou-se de corpo e a l ma a o s eu •
IŒOUIO O
GILEA D
povo. Foi trabalhar entre os es cra vos CAllAÃ
M AA;
de Gos hen, a ma s s a ndo ba rro e fa - MEOFTEfjRÀNEO
zendo ti jol o. Era um homem de
gra nde es ta tura ; s eus bra ços era m
verda deiros martelos. Seu olhar, refle-
ti ndo a gra ndeza de es píri to, pene-
tra va a s pessoas, paralisando-as, mui -
ta s vezes. Era isto que a contecia quan- GOSHEN
...... •\

do el e se l evantava contra os guarda s


que maltratavam seus i rmã os ; orde-
na va para que cessassem a s chi ba ta -
da s e uma força i rresistível paralisava
·socor•~
..
o a l goz.
Aarão, s eu i rmã o ma i s vel ho, a
pri ncípio não concordou com a s a ída
de Moi s és do pa l á ci o do fa ra ó. EGITO
Acha va Aa rão que, em palácio, Moisés
podia fa zer muito mais pelos escravos
hebreus do que s e torna ndo es cra vo
i gual a eles. Entretanto, Moisés nunca
foi es cra vo. Como pode s er es cra vo Fig. 7
a quele que crê em Deus? Aquel e que
reconhece ser o Pa i criador de todo o

31
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

que l he ordenava voltasse para o Egito Ni l o se tra nsforma m em s a ngue; 2º) pa s s a do. Gera l mente qua ndo
a fi m de libertar os hebreus. Era o a pa recimento de rã s em toda pa rte; es tamos a caminho da libertação, nos
Pl a no espiritual manifestando-se num 3º)os pi olhos e pequenos animai s ; 4º) l embra mos dos bons tempos da
fenômeno de voz direta. Após fa zer da s moscas; 5º) da peste nos animai s ; es cra vidão e temos vontade de recuar.
vá ri a s perguntas e obtendo respostas 6º) dos granizos; 7º) das sarna s entre É preci so muita força de vontade para
a toda s, Moisés convenceu-se de que os homens;8º) dos gafanhotos; 9º) das i r à frente. Li bertação exige renúnci a ;
rea l mente deveria obedecer. Foi-lhe, treva s ou três dias de es curi dã o; 10º) renúncia de mui tos dos i nteres s es
i ncl usive, mos tra do que poderia da morte dos primogêni tos . (Êx.7-11) gros s eiros, ma teriais. Foi o que Moisés
opera r prodígios para impressionar o Di a nte de ta is a conteci mentos , o di sse a o povo. Di s s e-l he m a i s que
fa ra ó: a va ra que s e tra nsformou em fa ra ó a va nça va e recua va . Ora confi a s s e em Deus , poi s El e com
s erpente, a mão que ficou l eprosa e a ordena va a s a ída dos hebreus , ora certeza l hes ens i na ri a o mel hor
á gua que s e tra nsformou em s angue. revoga va a ordem. Qua ndo a pra ga ca mi nho pa ra a tra ves s i a do ma r.
Fenômenos de efeitos físicos graças à ces s a va , vol ta va a trá s , como Ao a noitecer, qua ndo a ma ré era
extra ordinária mediunidade de Moisés. norma lmente fazemos nós: pedimos a ba i xa , Moi s és ma ndou o povo
Moi s és se dirige para o Egito. Aarão Deus pa ra nos l i vra r de certo a tra ves s a r o ma r. Sa bi a el e que
vem a s eu encontro. Ta mbém ele, probl ema e, quando nos vemos l i vres dura nte a maré vazante, naquele l ocal,
como médium que era , fora a lertado del e, es quecemo-nos de Deus e todos poderi a m a tra ves s a r a pé.
pel o Pl ano Es piritual de que Moisés a ca bamos a cha ndo que foi obra do Como era noite escura, diz a Bíblia que
es tava destinado a libertar os hebreus. a ca so ou a pena s produto de nos s o uma l uz i l umi nou o ca mi nho dos
Temos a qui uma prova de que quando es forço. hebreus; mais um fenômeno de efeito
o Pl a no Espiritual quer revelar uma físico. Qua ndo os egípcios chegara m à
verda de não se limita a dá-la somente ma rgem e vi ra m que os hebreus
a um homem. 8. O ÊXODO ha vi am atra ves s a do a pé, qui s era m
Fi na l mente, a úl ti ma pra ga – a fa zer o mesmo e lançaram-se às á guas.
7. DIANTE DO FARAÓ morte dos pri mogêni tos – tocou o Entreta nto, a maré já ha vi a s ubi do e
Rei na va Menerphtah, fi l ho de fa ra ó. Ma ndou que os hebreus mui tos morreram a fogados com s eus
Ra ms és II, que havia falecido. Moi sés s a íssem do Egito, pois , a es ta a l tura , ca va l os e a petrechos de guerra . Ta i s
e Aa rã o dirigem-s e a el e, pedi ndo a todos os egípcios temiam os hebreus : a petrechos fora m da r à ma rgem
l i bertação dos hebreus e ameaçando- a cha vam que realmente o Deus del es opos ta , como um pres ente pa ra os
o com vá ri os ca s ti gos . Di s s e-l he era mui to ma i s forte. hebreus .
Moi s és que era vonta de de Jeová , o Es tá va mos por vol ta do a no 1.400 As s im, os hebreus i niciaram sua
Deus único, que o povo fosse libertado. a .C. Sei scentos mi l homens ma i s ca mi nhada pelo deserto, rumo ao
Fez vá ri os prodígios di a nte do fa ra ó, mul heres e cri anças deixaram o Egi to. Horeb, na Cordilheira do Sinai, onde
contudo es te nã o s e comoveu. É a ma ior mi gração da hi s tóri a . Di a s Moi s és prometera a Deus l evar o povo
Cha mou seus sacerdotes, que ta mbém depois es ta va m à s ma rgens do ma r pa ra pres tar-lhe cul to. Outros
fi zera m prodígi os i dênticos, Vermelho. Al i estaciona ra m dura nte i nci dentes foram ocorrendo.
comprova ndo assim, que o fenômeno 30 di a s . Moi s és es tuda va a mel hor Rea lmente, o povo nã o es tava
medi úni co ma nifesta-se forma de a tra ves s a r o ma r pa ra preparado pa ra enfrentar a
i ndependentemente de s ei ta ou conduzir o povo rumo a Ca naã – terra res ponsabilidade da l i berdade.
rel i gi ã o. Contudo, Moi s és fez s eu prometida por Deus a Abra ã o e s eus Moi s és, contudo, compreendia os
ca ja do tra nsformar-se em s erpente e des cendentes . (Fi g7) erros da multidão; exercia sempre o
devora r a s s erpentes em que ha viam O fa ra ó mais uma vez se a rrepende pa pel de conciliador. Têm dificuldade
s e tra ns forma do os ca ja dos dos de ter feito os hebreus partir e ma nda de s e abastecer de á gua: encontram
s a cerdotes do fa ra ó. Um bel o s eu exército a o encalço dos retirantes um poço de águas amargas. Moisés,
s i mbolismo este: a ascendência mora l a fi m de fa zê -l os vol ta r. Os hebreus l embrando-se do tempo em que
de Moi sés, mostrando-nos que a penas conti nuam estacionados à s ma rgens a pa scentava ovelhas naquela região,
a mora l eleva da consegue domina r os do ma r vermelho; à distância podia-se a pa nha a s folhas de um vegetal e a s
Es píri tos i nferi ores . ver a poeira l evanta da pel o exérci to a ti ra a o poço. As á guas, depois de
O fa ra ó, mes mo a s s i m, nã o s e egípci o, que s e a proxi ma va . O povo a l gum tempo, puderam s er
demoveu. Pel o contrá ri o, ma ndou hebreu se desespera; revolta-se contra cons umidas. Mais a diante, em Elim,
recrudes cer a vi ol ênci a contra os Moi s és. Diz s er ele responsável por tê- nova revolta do povo ocorre: muitos
es cra vos hebreus. Moisés o a mea ça , l os tirado do ca ti vei ro, onde ti nha m querem retornar à escravidão do Egito.
entã o, com as s ete pragas. Entra a qui pã o e ca rne, pa ra fa zê-l os comer Moi s és lhes pergunta: “o que mais
a premonição do gra nde l egi s l a dor. fa ri nha e á gua e, além do mais, morrer vos a tormenta – a tri s teza dos ma les
Percebendo el e, com gra nde s ob as a rmas egípcias. Insti ga dos por pres entes ou o ressentimento dos
a ntecedênci a , que ta i s fenômenos a l guns da tri bo de Levi, a maioria grita bens passados?” Isto é, a saudade dos
i ri a m ocorrer em determi na da s que quer retorna r a o Egi to; quer “bons tempos” em que ti nham pão e
regi ões do Egito, utilizou-os como s e retorna r a es cra vi dã o. ca rne, a pesar do ca tiveiro, os fazia
fos s em pragas de Deus. Ma i s uma vez nota mos a qui a renegar o futuro de l i berdade. A
E a s sim, uma a pós a outra , fora m s emelhança com a nossa vi da di á ri a . ma terialidade imediatista prendendo
a contecendo a s cha ma da s pra ga s , Rea l mente, é mui to di fíci l nos s empre e tol hendo-nos a vi são do
que, pela ordem são: 1º) a s águas do l i bertarmos da escravidão dos erros do futuro.

32
INICIAÇÃO ESPÍRITA

Moi s és os exorta à confi a nça em de Deus. E, na realida de, o a l i mento os a malecitas são a repres enta çã o
Deus . Lembra que o Pa i nunca os es sencial – o a r e o s ol – o Pa i nos dá do ma l , dos i nteres s es i nferi ores ,
a ba ndonou e ouvira seus lamentos no todos os di a s s em cobra r um nos s os i ni mi gos i nteri ores . Se nos
Egi to, l iberta ndo-os . Ma i s uma vez, tos tã o. É o própri o ma ná , que nã o ma ntivermos em liga çã o com o Al to,
pedi u que ti ves s em ca l ma e preci samos a cumul a r; recebemo-l o cons egui remos vencê-l o; s e nos
a cei tassem a idéia de que Deus estava todos os dias. Os a çambarcadores dos des l i ga rmos de Deus , s eremos
a o l ado deles . Prometeu-l hes ca rne bens do Pa i fi ca rã o, todos , com o venci dos por esse i ni mi go. Di z ma i s
a i nda pa ra a quel e di a . De fa to, a o gos to de comida es tra ga da na boca . que Moisés concitou o povo a dar l uta
a noitecer, um ba ndo de codorni zes Is to é, s erã o, um di a , toca dos pel o perma nente a os “amalecitas ”, i s to é,
des ceu s obre o acampamento e todos remors o e pagarão ca ro pelo bem que a os víci os e defei tos . Is to é, o
puderam fa rta r-s e de ca rne. No di a dei xa ra m de fa zer. l egislador hebreu conci ta va o povo a
s eguinte, ao l eva nta r-s e, o povo vi u E di z a Bíbl i a que o ma ná nunca fa zer reforma íntima como hoje somos
que entre a s pedra s do des erto l hes faltou durante os 40 a nos que pe- conci tados nesta Escola de Aprendizes
brota ra como que uma es péci e de regri naram pelo deserto. Assim como do Evangelho.
pa i na. Todos i nterroga ra m: o que é o a r e a l uz s ol a r nunca nos têm Fi nalmente, três meses depoi s de
i s to? (“ma ná ”). E Moi s és l hes fa l ta do. terem dei xa do o Egi to, os hebreus
res pondeu que era o pã o que Deus Segui ndo s ua jorna da rumo a o chega m na s i medi a ções do Monte
l hes envi a ri a todos os di a s . Todos Horeb, os hebreus s ã o des a fi a dos Horeb, no Sinai. Jetro vem a o encon-
experimentaram a quel e a l i mento e pel os amalecitas – um povo que vivia tro de Moi s és , s eu genro,e o
gos ta ra m. Moi s és , porém, a dverti u atacando as caravanas do deserto. a conselha a delegar autoridade pa ra
que não deveriam a rmazenar mais do Moi s és ordena que Jos ué cons ti tua a s pessoas ma i s res pons á vei s de
que o necessário para um dia. Mui tos um exérci to e os enfrente; exorta ca da uma da s doze tri bos . Is to
nã o deram ouvidos a essa a dvertência todos à vi tóri a e l hes di z que, porque a té ali, Moisés era procura do
e qui s era m fa zer gra nde es toque, enqua nto es ti verem l uta ndo, el e e pa ra resolver problemas corriqueiros ,
a rgumenta ndo: “é pos s ível que Aa rã o esta rã o ora ndo pa ra que nã o como contendas acerca da pos s e de
a ma nhã Deus nã o nos ma nde ma i s l hes fa l tem a s força s . A l uta foi uma ovel ha e outra s des te gênero.
es te alimento”, esquecendo-se de que a ci rra da. Moisés, s obre um el eva çã o, Jetro vi u que o genro ti nha
o Pa i –a través de Moisés –dissera que perma necia de braços levantados , em neces s i da de
os a basteceria diariamente. Contudo, l i gação com o Al to. Di z Fl á vi o Jos efo de s e dedi ca r ma i s à s coi s a s que
o ma ná gua rda do de um di a pa ra o que, quando Moisés baixava os braços, a bra ngessem toda a col eti vi da de e
outro fi ca va i mpres tá vel pa ra o os hebreus enfra queci a m-s e e o nã o a penas indivíduos isola da mente.
cons umo; a dqui ri a um gos to mui to i ni migo conquistava posições; qua ndo A cons el ho de Jetro, Moi s és
rui m. Moi s és l eva nta va os bra ços , os cons tituiu um comitê de 70 homens ,
É uma l i çã o contra a quel es que hebreus venci a m, como fi na l mente a os quais foi dada a i ncumbênci a de
querem a ça mba rca r todos os bens vencera m. governa r o povo e de di s tri bui r a
que procedem de Deus. Esquecem-s e Shol em As ch, no l i vro Moisés, dá jus ti ça em pendênci a s comuns . Fez,
de que o Pa i doa s empre e que uma i nterpretação interessante a esta ta mbém, uma di vi s ã o de força s no
mes quinharia é obra dos homens, não l uta contra os a malecitas. Diz ele que exérci to pa ra fa ci l i ta r o coma ndo.

7.
O DECÁLOGO. REGRESSO À CANAÃ.
M.OR TE DE MOISÉS

1. OS DEZ MANDAMENTOS rei nou silêncio e ouviu-se uma voz no Senhor teu Deus em vão;
Moi s és reúne todo o povo no s opé es paço di zendo s er Deus e que, 3º −lembra-te do dia de sába-
do Monte Horeb e pede que s e pre - na quele momento, i ria tra nsmitir Seus do, para o santificar;
pa re para receber i nstruções di reta s Ma ndamentos a todo o povo. E o povo
4º − honra a teu pai e tua mãe;
do Pl a no Es pi ri tua l Superi or. Di z a ouvi u ali os 10 Ma ndamentos, que são:
5º − não matarás;
Bíbl ia que uma nuvem pairou s obre o 1º − não terás outros deuses
a ca mpamento e que ra i os e trovões diante de mim; 6º − não adulterarás;
fora m vi s tos e ouvi dos . Logo a pós 2º − não tomarás o nome do 7º − não roubarás;

33
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

8º − não prestarás falso testemu- di a s. Durante s ua ausência, o povo s e representasse o Deus único, ou melhor,
nho contra o teu próximo; des viou da aliança. Logo nos primeiros l embrasse constantemente o homem
9º − não cobiçaras a mulher do di a s, começaram a dizer que Moisés da exi s tênci a des s e Deus .
teu próximo; e ha vi a morri do e que Deus os havia As s i m, Moi s és concordou com a
10º − não cobiçarás a casa de teu a ba ndonado. Desesperaram-se ta nto cons truçã o do tabernáculo– uma
próximo, nem sua mulher, que nã o percebiam que o Pa i nã o os es pécie de templo portátil, de madeira
nem seu gado, nem seus ha vi a a bandonado, pois toda a manhã e em mui ta s pa rtes reves ti do com
servos, nem coisa alguma l á es tava o ma ná pa ra a limentá-los. fi na s l â mi na s de ouro. Dentro do
sua. (Êx.20:3-17) É o fruto de todo desespero e de toda ta berná cul o col ocou-s e a Arca da
Todos ouvi ra m es s es ma nda - revol ta contra Deus: ficamos incapazes Aliança, uma ca i xa de ma dei ra
mentos, tra nscritos depois por Moisés de a ssimilar a s permanentes e i nes- reves ti da de ouro, onde Moi s és
em dua s l a jes de pedra . Houve um gotá veis bênçãos que fluem do Criador. depos i tou a s dua s tá bua s da l ei
fenômeno de voz direta;isto é, o Plano Com i s so a briram uma brecha nova mente gra va da s por el e. Es ta s
Es pi ritual fa l a ndo a os homens s em enorme para penetração das forças tá buas fora m des truída s bem ma i s
i ntermedi á ri o. As s i m, os Ma nda - i nferiores. O a campamento foi vi sitado ta rde, dura nte o ca ti vei ro do povo
mentos fora m tra ns mi ti dos di re- por um ba ndo de fei ticeiros judeu na Ba bi l ôni a .
ta mente. Di z Shol em As ch que vendedores de amuletos, dentre os O ta berná cul o s ervi a pa ra os
na quele i nstante não só os hebreus ali qua is destacava-se Balaão– médium s a cerdotes fa zerem o cul to e, a o
pres entes ouvira m o Decá l ogo, ma s de gra ndes possibilidades, porém sem mes mo tempo, repres enta va “a casa
ta mbém a quel es “que es ta va m por nenhuma moral. Foi uma demons- de Deus”. As s i m, o povo podia senti r
na s cer”, i s to é, os Es píri tos tra çã o clara de que as forças das – em s eu primitivismo ma teri a l i s ta –
des encarnados. É o ca ráter uni vers a l treva s estão sempre à espreita de uma que Deus estava s empre a s eu l a do.
do Decálogo; é a l i a nça de todos os brecha para dividir o povo de Deus, Aa rã o, constituído grão-sacerdote por
homens com Deus , obri ga ndo-s e a pa ra l ançar a descrença no Cri a dor e Moi s és , orga ni zou um qua dro de
s egui r ta i s ma nda mentos . nos fa zer a creditar nos ídolos de ba rro, s a cerdotes auxiliares e estabel eceu a
É uma aliança, sim, porque termi - nos ídolos do i mediatismo ma te- roupa gem ri tua l .
na da a enunciação dos 10 Mandamen- ri a lista. E mostra, também, a fraqueza Moi s és demorou-se ainda mes es na s
tos pela voz direta, Moisés di ri gi u-s e do homem diante dos i nteresses i mediações do Monte Horeb, dura nte
a o povo e perguntou: ”vocês aceitam ma teriais; poucos dias a ntes o povo os quais deu ao povo uma s érie de l eis
estes mandamentos e prometem todo ha via jurado respeitar todos os ci vi s , de acordo com o grau de cultura
segui-los?”. Ao que todos res ponde - 10 Ma ndamentos. Nã o tivera firmeza da época . Lei s que regul a va m o
ra m: “sim, aceitamos e vamos segui- de ma nter essa a liança i ncólume nem rel a ci ona mento entre a s pes s oa s .
los”.Es ta va feita a a liança, uma aliança por dua s s ema na s .
que os homens es tã o s empre O povo entregou-s e a orgi a s . Os 4. A PEREGRINAÇÃO PELO
des respeitando. Toda vez que infringi- des regra mentos s exua i s fora m DESERTO
mos um dos 10 Ma ndamentos , es ta - a mpliados. Os hebreus esqueceram-se Por ordem de Moi s és foi fei to o
mos rompendo com es s a a l i a nça . É do Deus úni co; no enta nto, es s e cens o. Constatou-s e a exi s tênci a de
preci so ter s empre em mente que não mes mo Deus nunca os es queceu: 603.650 homens a ptos para a guerra .
nos i nteressa romper esse acordo;se o conti nuou-l hes da ndo o ma ná Leva ntou-s e o a ca mpa mento e os
ma ntivermos com fi rmeza , s eremos di a ri a mente. hebreus reinicia ra m s ua ca mi nha da
fel i zes . Qua ndo Moisés retornou do monte rumo a Ca naã. O ta bernáculo ia sendo
Os 10 Ma nda mentos sã o a norma fi cou es pa nta do de ver ta ma nha conduzi do no mei o: três tri bos de
de conduta de todos os povos . Por i nvi gilância. Coléri co, a ti rou a s dua s ca da l a do.
ma i s leis que os homens façam em be- tá bua s da l ei a o chã o; a s pedra s Pel os ca minhos do des erto, novas
nefíci o da coletividade, estas poderã o es patifaram-se em mui tos peda ços . murmura ções surgiram contra Moisés.
s empre resumir-se em um dos ma n- Repreendeu o povo com severidade e Acha va o povo, instigado por a lguns
da mentos do Decálago. A Lei foi gra - pedi u que os chefes a pl i ca s s em a fa l sos líderes, que Moisés os libertara
va da em pedra pa ra que nã o fos s e puni çã o a os i ns ti ga dores de ta l do Egi to para os escravizar a Jeová.Vê-
es quecida; foi, também, gra va da em a conteci mento. s e a qui, claramente, a i nsinuação
nos so s ubconsciente: toda vez que i n- ma l edicente, pois não s e pode a dmitir
fri ngimos um dos seus artigos, a cons- 3. O RITUAL ni nguém escravi zar-se a Deus, s endo
ci ência nos acusa e um dia teremos de Aa rã o propôs a Moisés a instituição El e o a mor na sua expressão mais alta.
nos a rrepender para da rmos i níci o à de um ri tual, que desse a o povo algum Fi nalmente, chegam à fronteira de
repa ra çã o da fa l ta cometi da . ponto de a poio ma terial com respeito Ca na ã. Moisés diz a o povo que a li
a Di vi nda de. “O povo não está es tava a terra que Deus lhes
2. O BEZERRO DE OURO acostumado a adorar um Deus res ervava. Ma ndou 12 homens cruzar
Moi s és precisava i s ol a r-s e a l gum invisível”, di s s e o i rmã o de Moi s és a fronteira pa ra fazer o reconheci-
tempo a fim de mel hor ma nter con - pa ra jus ti fi ca r s ua propos ta . mento do terreno. Es tes homens
ta to com o Pl ano Espiritua l . Por i s s o, Rea lmente, depois daquela a dora çã o fi ca ram vá rios dias e retornaram
dei xando o povo a o encardo de Aarão dos ídol os , Moi s és deve ter ma ra vilhados com Ca na ã: terras
e dos principais de cada tri bo, s ubi u concorda do que s eri a preferível o férteis e frutos suculentos. Dez destes
a o Horeb onde permaneceu quarenta povo a dorar alguma coisa que apenas homens, entretanto, entregaram-se ao

34
INICIAÇÃO ESPÍRITA

des alento: diss era m que a terra era os “homens velhos” desencarna s s em tri bo col ocaria no Ta berná cul o uma
rea l mente boa , ma s ha vi a mui tos fi ca ndo a os novos , a o homem reno- va ra de madeira, com o nome da tribo,
obs tá cul os , ri os pa ra s erem va do pelo longo tra jeto purifica dor, a i ns crito; no dia s eguinte, todos i ri a m
tra ns postos, colinas e morros . Enfi m, gl óri a de conqui s ta r Ca na ã . veri fi car sobre que tri bo havia ca ído a
ha vi a que s e tra ba l ha r. O des a l ento Começa a í uma série de pequena s preferênci a de Deus . Todos
des tes dez a ti ngi u a todo o povo, revol tas e murmurações contra Moisés concordaram e assi m procedera m. A
a pesar dos esforços dos outros doi s e Aa rã o, seus l íderes es pi ri tua i s . Na tri bo de Levi col ocou a va ra
di zendo que Ca naã compensava todos pri mei ra del a s , Koré– um l evi ta de a cres centando-lhe mais uma i nscrição:
os es forços . mui ta s pos s es , que, no Egi to, ti nha o nome do Aa rã o, que pertenci a a
O povo preferiu a companhar os pri vi légios especiais concedi dos pel o es sa tri bo. No dia segui nte, toda s a s
des animados e não a queles que os fa ra ó– pretende ti rar de Aarão o cargo va ra s es ta va m s eca s . E a de Aa rã o
i nci tavam a conquistar, com esforço de grã o sacerdote. Acha que Moi s és ha vi a fl ores ci do e a té da do frutos .
própri o, melhores condições de vida. i mpusera Aarão a o povo por vonta de Des sa forma, temos a confirmação do
Preferi u, mesmo, vol ta r à es cravidão própri a , nã o por vonta de de Deus . va l or íntimo do i ndi víduo. Enqua nto
no Egi to, onde, dizia, “ti nha pão e Forma -se um grupo revoltos o em tor- Aa rã o da va frutos , os outros
ca rne”. Moisés e Aarão, muito calmos no de Koré, i ntegrado por 250 pessoas. representava m apenas ga l hos s ecos .
no meio do desespero, oravam a Deus. Moi s és, ao tomar conhecimento dessa Dura nte a peregri na çã o pel o
E o Pl a no espiritual ordenou que rebel i ã o, ma nda cha ma r Koré e l he des erto, Moisés foi dando nova s l ei s
vol ta ssem para o deserto; o povo não propõe que, s e ele pretende o ca rgo ci vi s ao povo a fim de melhorar o nível
estava preparado para possuir Canaã. de grã o-s a cerdote, deveri a dei xa r a de rel acionamento entre os hebreus e
Moi s és ordena a retirada para o deci são por conta do Plano Espi ri tua l . i mpedi r que fos s em i nfl uenci a dos
des erto e explica: “Deus, como bom Koré concorda, tendo Moisés marcado pel os cos tumes i dól a tra s e
pa i , quer ensinar a seus filhos que as o di a seguinte pa ra que os 250, ma i s ma terialista s de mui tos povos com
coi s as boa s s e conquistam, e a Aa rã o, fossem colocados l a do a l a do que vi nha m tendo conta to.
conquista exige esforço particular”. pa ra que Deus fi zesse a escolha diante Es ta beleceu ta mbém os di rei tos do
Logo, Deus não estava castigando o de todo o povo. s a cerdócio, a ssim que conquista s s em
povo, ma s o ens inando a va l orizar a No di a s egui nte, todos os revol - Ca na ã . Como os s a cerdotes era m
ri queza es piritual. O povo se tos os foram consumidos pelas chamas todos da tri bo de Levi – um cos tume
a rrepende e pede a Moisés que se que emergiram dos turíbulos que os t- que trouxeram desde o Egito, onde os
di ri ja a Deus pedindo que o perdoe. enta vam para fazer a oferta de incenso l evi ta s s empre ti vera m pri vi l égi os
Ao que Moi sés retruca que o a Deus . A Aa rã o na da a conteceu.A qua ndo todo o res ta nte do povo era
a rrependimento nã o a l tera o a pa rência, o exteri or, nã o s uporta o es cra vo – Moi sés determinou que, em
progra ma de a prendizado exa me divino; diante de Deus s ó tem Ca na ã, a tri bo de Levi teria 48 ci dades
es tabelecido por Deus; a pensa o torna va l or o ínti mo da s cri a tura s , nã o ma i s o dízimo, isto é, 10 por cento dos
menos á rido. O a rrependimento é o a quilo que elas pretendem ser. Koré e rendi mentos da s outra s tri bos . Di z
pri meiro pa sso pa ra um bom os s eus queriam uma pos i çã o pa ra a Shol em As ch que Moi s és a s s i m
a proveitamento desse aprendizado. E qua l não ti nham a míni ma condi çã o. procedeu pa ra nã o provoca r uma
todos voltaram a peregrinar pelo Entreta nto, a s murmura ções ci s ão, e ter s empre a tri bo de Levi a o
deserto. pros s eguem. Mui tos do povo l a do das demais, pois a chava o grande
Antes , porém, um grupo l i dera do a cha va m que Moi s és era um l egi s l a dor que s em vi s l umbra r
por judeus que não concordava m com es cra vizador; os ha vi a l i berta do do va nta gens materi a i s , a tri bo de Levi
a ori enta çã o de Moi s és , por Egi to para dar-lhes uma nova forma de nã o forneceria nenhum solda do pa ra
pretenderem eles a direçã o do povo, es cra vidão. Aliás, Moisés representa o l uta r pela conquista de Ca naã quando
a chou que poderia entrar em Ca naã à nos so próprio a njo da gua rda , nos s o fos s e chega do o momento.
revel ia de Moi s és . “Deus nã o es tá gui a espiritual; ele s empre l uta pa ra
ma i s com el e”, di zem os l íderes . “A nos l i berta r da s i mperfei ções , 5. INCIDENTES NO DESERTO
terra nos pertence e va mos conquistá- entreta nto, na ma i ori a da s vezes , O rei da Iduméi a recus a -s e a da r
l a a gora mesmo”. Assim fizera m uma preferimos permanecer escra vos dos pa s s a gem a os hebreus pel o s eu
i ncurs ã o a Ca na ã e fora m víci os e defei tos a cha ndo mui to terri tóri o. Moi s és nã o o comba te;
fra goros a mente derrota dos pel os ri gorosas as instruções dos mentores . recua e fa z novo tra jeto. Ocorre a
canaanitas, s enhores da terra . Foi Conti nuava o povo judeu a a cha r que morte de Aa rã o, tendo El ea za r o
rea l mente uma emprei ta da s em Moi s és fora i njus to permi ti ndo que s ubs ti tuído como grã o–s a cerdote.
prepa ração prévia, além de um a to de Deus fi zes s e des a pa recer os 250 Morre ta mbém, no mes mo a no,
i ndi s ci pl i na . A derrota é a própri a revol tosos, como s e Moi s és ti ves s e Mi ri a m, i rmã de Moisés, que mui to o
derrota dos afoitos e indiscipl i na dos . a l guma pa rti ci pa çã o no ca s o. a juda ra em s ua mi s s ã o.
Conti nuava a cha ndo que Aa rã o nã o O rei dos a morreus ta mbém s e
5. REVOLTAS E MURMURAÇÕES ti nha condi ções pa ra exercer o recus a a dar passagem a o povo pel o
As s i m, o povo judeu i ni ci a s ua s a cerdóci o. s eu território; Moisés força passa gem
l onga peregrinação pelo deserto, onde Moi s és , com mui ta pa ci ênci a , e os a morreus s ã o derrota dos .
demoraria 40 a nos num verda dei ro nova mente procura conciliar. Reúne os Chega mos , a s s i m, próxi mo do ri o
processo de depura çã o. Um período pri ncipais de cada uma das 12 tri bos e Jordã o, pelos lados onde é a Jordâ ni a
s uficientemente longo para que todos l hes fa z a s egui nte propos ta : ca da hoje. Ca na ã , porta nto, es ta va

35
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

nova mente a vi sta; além-Jordão ficava derrota dos pelos próprios vícios , s em es pi ri tua l . A el es devemos da r
Jericó– a ci da de forti fi ca da dos ter empunhado nenhuma a rma , s em comba te sem tréguas, não a inimi gos
ca na neus . Os rei s de Moa b e dos ter enfrenta do nenhum i ni mi go exteri ores .
ma dianitas, prevendo o perigo que os exteri or. Apena s por ter dei xa do s e Fi nalmente, Moi s és pede pa ra
hebreus repres enta va m s e con- exteri ori za r um i ni mi go i nteri or, a que obedeçam a Josué, despede-se do
qui stassem Ca naã, tomaram medida s quem ainda não tinham s e animado a povo e ca minha em direção a o Monte
vi s a ndo a derrota do povo conduzi do da r comba te efi ci ente. A da r o Nebo. Di z o Es píri to Hilarion, no
por Moi s és. Como os judeus eram em comba te que nós , nes ta Escola de l i vro Moisés, o Vidente do Sinai, que
ma i or número que s eus exérci tos , Aprendizes do Evangelho, devemos Essen, fi l ho a doti vo de Moi s és , o
recorrem a Balaão, o profeta, médium da r. a companha a o cume do Monte Nebo
a s ervi do de Es píri tos trevos os . Fi nalmente, o desastre mora l teve prova vel mente a s s i s ti ndo-o nos
Ba l aão, apesar de muito i nteres s a do fi m com uma a ção enérgica de Finéias, úl ti mos i ns ta ntes de vi da fís i ca . Na
na recompensa material que os rei s fi l ho do grã o-s a cerdote. Es te moço rea lidade os judeus não mais o vi ra m;
l he oferecem, diz que o povo hebreu ma ta o l íder dos rebeldes e a fugenta deve ter des ci do a el eva çã o e
deveri a rea l mente toma r pos s e de a s moças madianitas. É cl aro que ess a es colhido as campinas de Moa b pa ra
Ca na ã e que o Deus que a quel e povo depuração custou muita dor a todos , des enca rna r. A Es s en, el e deve ter
a dorava era realmente o Deus úni co, ha vendo derra ma mento de s a ngue. tra ns mi ti do ora l mente i ns truções
porta nto mais forte do que todos os cl a ras com relação à vi da espiritua l , à
ídol os e os deus es tri ba i s . comuni ca çã o entre enca rna dos e
Entreta nto, Ba l a ã o propõe uma 7. FIM DA MISSÃO DE MOISÉS des encarnados . Es s em converte-s e,
técni ca para derrota r os hebreus . Já O povo permanece ali a ca mpa do, a s s i m, num conti nua dor rea l da
que com as a rmas convenciona i s era enquanto Moisés es tuda nova s l ei s mi s são espiritual de Moisés, enquanto
i mpossível, dizia el e, ha vi a um mei o ci vi s – l ei s es ta s que s ervi rã o pa ra Jos ué passa a representar o interes s e
qua se i nfalível de enfraquecer a quel e ori entar os judeus a ssim que tomarem dos homens , s e bem que a i nda
povo. Veja mos , a qui , como os pos se de Ca naã. Sentindo que s eu fi m ba s tante iluminado pelas i ns truções
obs essores podem penetrar em nossa es tá próximo, Moisés escolhe a Jos ué de Moi s és . Es s en dá ori gem à
vonta de pela janela dos víci os que nós s eu s uces s or no coma ndo do povo Fraternidade dos Essênios, que teve
mes mos abrimos. Ba laão s ugeri u a o i ncumbi ndo-o de l eva r os judeus a funçã o mui to i mporta nte na
rei dos ma di a ni ta s que fi zes s e a s ocupa r a Terra Prometi da . enca rna çã o de Jes us .
moça s mais l i nda s de s ua na çã o s e Moi s és reúne todos os pri nci pa i s Shol em As ch diz que, quando subiu
i ns i nua rem no a ca mpa mento dos da s tribos e l hes faz uma exorta çã o e a o Monte Nebo, des corti nou-s e a os
judeus e s e deixarem apaixonar pel os um di s curs o de des pedi da . Di z: ol hos espirituais de Moisés a vi são de
mel hores moços hebreus ; qua ndo “aqueles que bem souberem Ca na ã espiritual: um único tempo, um
todos estivessem a pa i xona dos , el a s obedecer saberão bem mandar úni co Deus, um único a l ta r. Ouvi u “o
deveri a m a mea ça r dei xá -l os . Sem quando forem levados a cargos e câ nti co da tra nquilidade e da gra ça ”.
dúvi da, todos os moços i mpl ora ri a m dignidades”. E ma i s : “se perderdes Uma vi são da Terra regenerada do 3º
pa ra que fi cas s em e el a s i mpori a m o respeito a Deus e abandonardes Mi l ênio. Diz mais, que o Messias vei o
uma condição: fi ca ri a m s omente s e as virtudes, sereis levados escravos a o s eu encontro e, entre outra s
el es a ba ndona s s em os pri ncípi os para todas as partes do mundo revel a ções l he di z:
monoteístas e pa s s a s s em a a dora r e não haverá lugar, na terra ou no mar, “O templo s a grado que será
s eus ídolos. Isto é, passassem a deixar- que não conhecerá os sinais de cons truído nesta terra s erá coisa
s e i nfl uenci a r s omente pel os vossa escravidão”. Ma i s uma vez efêmera. Somente durará
i nteres s es ma teri a i s , pela conci ta-os a da r comba te férreo a os eternamente o templo sagrado que
s ens ua l i da de. i ni migos, mas percebe-se que nã o s e Deus construiu no céu com suas
Tudo o que Balaão propôs foi feito. refere aos i nimigos externos e sim a os mã os.O templo sagrado e a Jerusalém
E deu exa ta mente o res ul ta do que i ni mi gos i nteri ores . Fora m s empre do mundo s uperior vi verão s empre.”
Ba l aão previa. Os homens, a pes a r de es tes i ni mi gos os que ma i s ha vi a m E a s sim estamos nós nesta Escola
terem ouvido direta mente do Pl a no prejudicado o povo a té a l i : a inveja, o de Aprendizes do Evangelho– uma
Es pi ritual o mandamento de que nã o sensualismo, a desobediência, a es pécie de Sinai em pra zo reduzido,
deveriam adora ídolos, entregaram-se cupidez. já que nã o temos mui to ma is tempo
a o ca minho fácil do extra va s a mento E s ã o a i nda es tes i ni mi gos − – l uta ndo contra nos s os víci os e
dos i ns ti ntos s ens ua i s . Foi uma i nteriores – que continua m s endo os defei tos pa ra que, l i vres des tes
ca l a mi da de; dentro em pouco, ma i ores obs tá cul os pa ra que i ni mi gos , pos s a mos entra r nes ta
mi l ha res de jovens es ta va m venha mos a conqui s ta r a Ca na ã Jerusalém superior.

36
INICIAÇÃO ESPÍRITA

8.
GOVERNO DOS JUÍZES.
GOVERNO DOS REIS ATÉ SALOMÃO

1. A CONQUISTA DE CANAÃ Cons olidada a conquista de Ca naã , Pouco depoi s , s ã o es cra vi za dos
Jos ué, ass umi ndo o coma ndo do Jos ué procedeu a di vi s ã o da s terra s pel os madianitas. Vê-s e que nã o s e
povo, a pós a morte de Moisés, i ni ci a entre a s 12 tri bos de Israel, cabendo a uni am e s empre davam ma rgem para
os prepa ra ti vos pa ra toma da de ca da tri bo á rea proporci ona l a o a penetra çã o do i ni mi go. Es ta va m,
Ca na ã. Ma nda emissá ri os a Jeri có, a número de s eus homens . E Jos ué ta mbém, a fasta dos de Deus ; e es te
ci da de fortificada l ogo do outro l a do governou o povo dura nte 25 a nos . a fa stamento, s egundo Moi s és l hes
do ri o Jordã o. Es tes emi s s á ri os di ssera, l hes acarretaria a escravi dã o.
exa mi na m a terra e os pontos 2. ANARQUIA Al i ás, sempre que nos a fa s ta mos de
es tra tégicos, fazendo uma a va l i a çã o Com a morte de Jos ué, fi nda um Deus , ca ímos es cra vos de nos s os
da s forças l oca i s . Sã o des cobertos l ongo período de a ristocracia: 40 a nos poderos os i ni mi gos i nteri ores .
pel o rei e salvos gra ça s à a s túci a de com Moi s és e 25 com Jos ué. Surge Gideão, um dos gra ndes
uma mulher, Raabe, que os es conde Entra mos num período de verdadei ra herói s dos judeus . Era um rús ti co
em s ua casa e lhes dá cobertura para a a na rquia, que perdurou por a l guma s a gri cultor, médium, que teve a vi s ã o
fuga , à noi te. déca da s . Começa a ci s ã o entre a s de um Es píri to (prova vel mente um
Com a des cri çã o fei ta , pel os tri bos, a guerra entre irmãos . Apes a r Es píri to fami l i a r de s ua tri bo) a l he
emi ss á ri os , Jos ué a ni ma -s e a da r de a tri bo de Judá – por ter o ma i or ordenar que enca beça s s e a rea çã o
i níci o a o proces s o de toma da de número de guerrei ros – ter s i do contra os madianitas. Gideão escol he
Jeri có. Atra ves s a o ri o Jordã o e es col hi da pa ra defender a terra ma i s de 20 mi l homens pa ra a
es ta ci ona com o povo na s proxi - conquistada, não se cons egui u ma i s emprei ta da . O Pl a no Es pi ri tua l ,
mi da des dos muros de Jeri có. Us a uni ã o entre todos . contudo, lhe diz que o i mportante era
uma técnica militar para derruba r os Ocorre, i ncl us i ve, uma guerra a qua lidade e nã o a qua nti da de de
muros da ci da de (a vi bra çã o da s contra a tri bo de Benjamim, que teve homens . E l he pede que s ubmeta
trompa s e da ma rcha ri tma da ) e a ma i oria de seus homens dizima dos . todos s eus homens a um tes te: os
penetra a ci dade com o exérci to. Foi Enfi m, a família mostrava total falta de l eva s s e a beber á gua num ri a cho;
uma gra nde carnificina; a ci dade ca i u uni dade e deu margem, a briu brechas, a queles que bebes s em como cã es ,
na s mãos dos judeus. Começa assim a pa ra a penetração de s eus i ni mi gos . com mui to ruído e pres s a , deveri a m
conqui s ta de Ca na ã , que cus tou Começa um longo período de duros s er excl uídos. Ao fi na l , Gi deã o fi cou
mi l hares de vi das humana s em ci nco s ofri mentos pa ra todo o povo, que com 300 homens. Homens s eguros ,
a nos de l uta s s uces s i va s . pa ssa a ser escravo, ora de um, ora de de gra nde va lor. E com el es , us a ndo
Uma de s ua s guerra s ma i s outro rei . uma estratégia militar,conseguiu bater
cruenta s foi a contra o rei de Jeru- os ma dia ni ta s , que era m mi l ha res .
s a lém, que, junta mente com outros 3. JUÍZES Gi deã o, como jui z, governou 40
povos da regi ã o, ha vi a reuni do um Entra mos no período em que o a nos . Um período de rel a ti va pa z.
gra nde exerci to pa ra enfrenta r os povo judeu, numa es péci e de Qua ndo morreu, Abimelec, s eu fi l ho
judeus . É des ta guerra a cél ebre república, passa a ser governado pelos a doti vo, tra ns forma -s e num ti ra no.
pa ssagem que nos conta a Bíbl i a , de juízes – pes s oa s de des ta que com Ma ndou matar todos os filhos naturais
que Josué pediu a Deus que ampliasse ca pa cidade de liderança . Entreta nto, de Gi deão, com exceção de Jotão, que
o di a a fim de que s eu exército pudes- nem os juízes conseguiram unir todo o cons eguiu escapar, e faz-se coroa r rei
s e melhor enxergar o i nimigo e dar-lhe povo; s empre ha vi a di s s ens ões . em Si quém, a pl a udi do por pa rte do
comba te. Deus deu-l he, entã o, Os cananeus vol ta m a conquistar a povo. Com i s so novo flanco s e a bre:
a utori da de pa ra fa zer pa ra r o Sol . terra e os hebreus fi ca m 20 a nos os a monitas invadem a terra . Jefté os
Evi dentemente, tra ta -s e de uma es cra vos do rei Jabim. Surge Débora, vence.
a l egoria: os a ntigos mediam a duração a profetisa, que ordena a Baraque da r Goza m de um curto período de
de certos eventos pel a ma rcha dos comba te a os ca na neus . Baraque l i berdade. Ca em escravos dos filisteus.
a s tros . Hoje di ría mos : uma l uta de duvi da da palavra de Débora e pede Sansão, homem de notável faculdade
mui tos di a s . O es cri tos bíbl i co di z: que ela vá à frente de s eus homens ; medi única, dá combate a os filisteus e
“nã o houve nem a ntes , nem depoi s , Débora , confi a nte, a cei ta . Os governa 20 a nos como jui z.
di a tã o compri do.” ca na neus s ã o venci dos . Entreta nto, Sans ã o – cuja força era

37
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

medi úni ca , exteri or – a ca ba ABRAÃO • SARA


res va l a ndo numa queda mora . Fa z
l i ga çã o com Dalila, uma mul her lSACU! • REBECA

pública, l iga çã o es ta que a ca rreta a JACÕ•UA


s us pensão da mediunidade. Sua força,
é evi dente, nã o es ta va nos l ongos
ca bel os ; é que na época fa zi a -s e
jura mento a rra nca ndo um fi o do lARÁ
ca belo como uma es péci e de “fi rma
reconheci da ”. Jura va -s e, porta nto,
pel os fi os de ca bel o. Ora , Sa ns ã o
fi zera um juramento, isto é, as s umi ra
um compromi s s o com o Pl a no
NA.ASSOM
Es pi ritual , de conduzi r o povo. Com
s ua queda mora l , quebrou o SALMOM + RAAB!
jura mento, a fas tou-s e dos Es píri tos
BOAZ+RUTE
que o s us tenta va m em s ua mi s s ã o.
“Corta r os ca belos” significa o corte de OSE.DE
uma l i ga çã o; o rompi mento de um
-JESSE
tra ta do devi do a s ua queda mora l .
Com es s a queda , Sa ns ã o é fei to
es cra vo dos filisteus . Cego e a ta do a
uma mó, era utilizado para fazer gi ra r
um moi nho. Sofreu muito. O s ofrimen- ROSOÃO
to cons eqüente de toda queda mora l .
O s ofrimento, contudo, va i depurando
o es pírito, va i fazendo que retomemos
a Deus. E Sa nsão foi rea dqui ri ndo a
medi unida de. Até que, l eva do pa ra JOSAFA
di verti r os fi l i s teus numa de s ua s JôRÃO
fes ta s i dól a tra s , a ca ba fa zendo
des morona r o tempo e ma ta ndo
mi l hares de pes s oa s , i ncl us i ve el e JOTÃO
própri o.

4. RUTE
Nes te período encontra mos a
fi gura de Rute, a não-judia que está na GENEALOGIA
ra i z da a scendênci a fís i ca de Jes us .
Rute era mul her de Booz, mã e de
DEJESUS
Obede, que foi pai de Jes s é que, por (MT 1:1-16)
s ua vez, foi pa i de Da vi . Jes us
des cende da l inhagem de Da vi . (vi de
qua dro a o l a do)
Conta a hi s tóri a que um ca s a l
hebreu e seus dois filhos desl ocou-s e
ABIÚD£
pa ra Moa b, pa ra s a l va r-s e de uma
gra nde ca restia que a ssolava a Pa l es - ELIAQUIM
ti na . Em Moab, os dois filhos casaram-
s e.Pouco tempo depois morrem o pai AZOR
e dos doi s moços . A vi úva deci de SAOOQUE
retorna r à Pa lestina a fim de a bri ga r-
s e s ob a proteçã o de pa rentes AOVll•
i
próxi mos, e desobriga a s dua s nora s ELIÜOE
vi úva s de s egui -l a . Entreta nto, uma
da s nora s , Rute, moa bi ta , deci de
a compa nha r a s ogra . Di z-l he que
repa rtirá as a ngústias e a vi uvez e que
a a judará na vel hi ce. Amba s pa rtem
pa ra a Pa l es ti na , onde, ma i s ta rde,
Rute, com o consentimento da sogra,
-'>S£7MARL<
a ca ba casando-se com Booz. I JESUS I

38
INICIAÇÃO ESPÍRITA

5. SAMUEL
Apena s recorda ndo: o povo
hebreu desde sua s aída do Egito, fora
governa do por uma a ri s tocra ci a
(Moi s és e Jos ué) pa s s a ra pel a
a na rquia, depois vei o o governo dos
Juízes (uma es péci e de repúbl i ca ),
chega ndo agora à monarqui a , i s to é,
a o governo dos rei s .
Sa muel era um gra nde profeta .
Médi um de fa cul da des bem
des envolvidas, ele ti nha facilidades de
ma nter conta to com os Es píri tos , de
quem s empre recebi a i ns truções no
toca nte a os destinos do povo de Israel.
Era um jui z de Israel. Em s eu governo,
ma i s uma vez, os filisteus a meaçam os
judeus. Es tes, sem prepa ro, deci dem
da r-l hes combate. Certos de que Deus
os a juda ri a , os judeus – numa
verda deira atitude fetichista – l eva ram
a Arca da Aliança à frente de s eu
exérci to, pa ra da r comba te a os
fi l isteus. Achavam eles que Deus era a
Arca, qua ndo es ta era uma pura
representação simbólica l embrando os
homens dos 10 Ma nda mentos .
Qui s eram utilizá-la como uma espéci e
de a muleto, sem a pres enta r va l ores
ínti mos – que s ã o os úni cos
i mporta ntes .
A derrota dos judeus foi fragorosa .
Os fi listeus tomaram-lhes i ncl us i ve a
Arca da Aliança que, ma i s ta rde, foi
devol vida. Com es ta derrota , o povo
fi cou bastante desorientado, poi s de fi l ho. Jessé lembrou-s e que pos s uía
há mui to vi vi a a fa s ta do de Deus e, reti ra o cetro de Sa ul ; es te i mpl ora ma i s um, Davi, que es ta va a pa s -
porta nto, jul ga va -s e a ba ndona do, que o profeta peça um crédi to de centa ndo ovelhas “Ma nda-o cha ma r”
jul gava -se órfã o. A mes ma a ti tude confi ança a Deus. Entretanto, de nada pede-lhe Samuel. Davi vem à presença
que tomamos quando nos afas ta mos a di antou seu a rrependimento: perdeu do profeta e é confi rma do rei de
de Deus ; a cha mos que o Pa i nos
o poder. Is ra el .
a ba ndonou. Sa muel recebe i nspiração para i r a
Os pri ncipais do povo, entã o, vã o Bel ém, à casa de Jessé, a fim de ungir
a té Sa muel e l he pedem um rei . o novo rei . O profeta obedece e, 6. DAVI
Sa muel os adverte: “vocês, que têm o chega ndo à casa de Jes s é, es te fi cou Ai nda menino, Da vi é ungi do rei .
Rei dos Reis, querem um rei mortal?”O mui to a l egre com a notíci a . Ma nda Sa ul não s oube deste epi s ódi o, a fi m
povo, entreta nto, es ta va ba s ta nte cha ma r s eu fi l ho ma i s vel ho que, de que seu ódio não se vol ta s s e con-
ma terializado. Samuel vendo que eles ta mbém, era o ma i s forte, pa ra s er tra Da vi e o l i qui da s s e. Entreta nto,
ti nham neces s i da de de obedecer a ungi do. Ao vê-l o, Sa muel ta mbém Da vi conseguiu ca ptar a confi a nça de
a l guma pers ona l i da de huma na ,
a creditou fosse esse o i ndi ca do pel o Sa ul ; es te – como médi um mo-
deci diu a tende-los. Consul ta o Pl a no Pl a no Es pi ri tua l . Entreta nto, os ra l mente deca dente – era cons -
Es pi ritual, que lhe i ndica Saul pa ra ser Es píri tos lhe disseram não s er es s e o ta ntemente envol vi do por Es píri tos
ungi do rei . es colhido. O profeta pedi u pa ra ver i nferiores que o fazi a m pra ti ca r a tos
Samuel unge a Saul primeiro rei de outro fi lho. Veio-lhe mais um e a s s i m ri dículos. Nes ta s oca s i ões , era Da vi
Israel. Sa ul governou muitos anos, fez
s uces s i va mente vi era m ma i s três , quem a calmava Saul toca ndo ha rpa ,
mui tas conquis ta s , derrotou mui tos todos el es recus a dos pel o Pl a no i s to é, a s vi bra ções do moço
i ni migos. Entretanto, a va idade aca ba Es pi ritual, mostrando claramente que cons egui a m a fa s ta r os Es píri tos
perdendo-o. Como recebera um Deus não es col he pel a medi da dos i gnorantes que a s s edi a va m a Sa ul ,
ma ndato para promover o bem-es ta r a tra ídos pel o s eu comporta mento
homens, ma s a pena s vê os va l ores
do povo e estava se desvia ndo des te mora i s , ínti mos . des regra do.
objetivo, o mandato lhe foi reti ra do. Fi na l mente, Sa muel pergunta a Ma i s uma vez, os fi l i s teus
Por ordem do Plano Espiritual, Samuel Jes sé s e não poss uía ma i s nenhum a meaçaram Israel. O exérci to de Saul

39
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

defrontava-s e com o bem a guerri do As s i m Da vi a dqui re gra nde Ins talado, fortifica a ci dade reforçando
exérci to filisteu. Do meio destes s urge pres tígio entre os soldados , a ponto s eus muros . Leva a Arca da Al i a nça
um homem de estatura des comuna l ; de receber a própria filha de Sa ul em pa ra Jerusalém, porém não cons trói o
Golias. Es te gi gante desafia os judeus ca s amento. Em contra partida, passa Templo; a Arca é colocada numa tenda.
a enfrentá -l o. Quer que os judeus a s er a lvo da i nveja de Saul, que i ni ci a Com Da vi , Is ra el e Judá conhecem
des ignem um homem para defrontá-lo, uma tenaz perseguição a o vencedor momentos de grande poder ma teri a l .
da ndo-s e a vi tóri a a o povo cujo de Golias. Davi, s empre res peitando O terri tóri o expa ndi u-s e com a
representante vencesse a quel a l uta . a Sa ul , i a -s e es qui va ndo da s conqui s ta de nova s terra s . Foi
Os judeus retra íra m-s e; nã o ti nha m emboscada s e pers egui ções . Nunca cons ol i da do o Rei no.
homem com es ta tura e força pa ra qui s vi nga r-s e de Sa ul , a pes a r de, Entreta nto, também Davi dei xou-
enfrentar Golias. Lembram-se de Da vi mui ta s vezes , ter oportuni da de de s e desequilibrar pelo poder. Enfrentou
e vã o buscá-lo no ca mpo onde es ta va l i quidá-lo. Davi foge s empre e a ca ba uma rebel i ã o l i dera da pel o s eu
a pa scentando as ovelhas do pa i . Da vi i ndo para o deserto à espera da morte pri mogêni to Absalão, que a ca ba
vem a té o l oca l da guerra e deci de de Sa ul . Pa s s a m-s e os a nos e Sa ul , morrendo num a cidente. Envol ve-s e
enfrenta r o gi ga nte fi l i s teu. Gol i a s , nova mente, na i minência de combater em es câ nda l os , res va l a ndo pa ra a
qua ndo vê s urgi r um ga roto pa ra os fi listeus e s enti ndo s ua l i dera nça deca dência moral. Com a s ua morte,
enfrentá-lo, ri diculariza os judeus. Davi fra queja r, va i a té a gruta de Endor s ucede-o Salomão, s eu segundo fil ho.
a rma s ua funda e a ti ra a pedra com cons ul ta r uma médi um (pi toni s a ). Sa l omão reinou 80 a nos . Procurou
preci são a tingindo a fronte do gigante. Pede para a mulher chamar o Es píri to enri quecer o rei no, promovendo
Es te ca i mortalmente feri do – da ndo- de Sa muel, que já havia desencarnado. cons truções suntuá ri a s e a pl i ca ndo
nos um exemplo bastante cl aro de que Sa muel a tende a i nvoca çã o e di z a i mpos tos es corcha ntes . Construiu o
a força é vencida pel a i ntel i gênci a e Sa ul que seu fim es ta va próxi mo; el e Templo, uma obra que demorou 7
que, por mais forte que seja o inimigo, s eria morto pelos filisteus . A profeci a a nos para s er concl uída . Di na mi zou
s empre é pos s ível derrotá -l o s e de Sa muel - Es píri to s e cumpre. a ti vi da des comerci a i s com mui tos
a certa rmos seu ponto morta l . As s i m, Da vi a s s ume o governo. Em s ete povos . Pos s ui u um ha rém com
podemos dizer que por ma i ores que a nos reúne as tribos e unifica o rei no. centenas de mulheres, inclus i ve nã o-
s eja m nos s os defei tos , poderemos Es tá va mos por vol ta do ano 1.000 a .C. judi a s . Foi um rei va i dos o. Nã o
a s sentar-lhes um golpe de morte se os Rei na s ete anos e mei o em Hebron e cons eguiu manter o reino unido, poi s
a na l i s a rmos com cui da do a fi m de 33 a nos em Jerusalém, sobre todo Is - s uas a titudes acabaram gerando cisã o
encontra r um mei o efi ci ente de ra el e Judá. Pa ra entrar em Jerusalém, entre a s tri bos , que l evou o profeta
el i mi ná -l os . derrota os Jebus eus e, qua ndo l á Ai a s a prever a di vi s ã o do rei no.

9.
SEPARAÇÃO DOS REINOS E SUA DESTRUIÇÃO.
CATIVEIRO. A RECONSTRUÇÃO DE JERUSALÉM.

1. A DIVISÃO DE CANAÃ propri amente, agregou-s e a tri bo de Entreta nto, nunca dei xou de bri l ha r
À medi da que foi envel hecendo, Benja mi m. Toda s a s dema i s tri bos entre eles. Foi a época dos gra ndes
Sa l omão foi s e distanci a ndo ca da vez cons tituíram o reino de Is ra el . (Fi g.8) profeta s , dos gra ndes médi uns ,
ma i s de seus s údi tos . Es corcha va -os Jerobão foi o pri mei ro rei de Is - i ntérpretes dos Espíri tos Superi ores ,
com pesados impos tos , com exceçã o ra el , a pós a ci s ã o. Roboão, fi l ho de dos Mentores Es pi ri tua i s da na çã o.
da tri bo de Judá, da qual era originário. Sa l omão, sucedeu-o no reino de Judá . Dentre estes grandes médi uns de Is -
Es ta situação desembocou na revol ta Os doi s reis i ni ci a ra m uma s éri e de ra el , des ta ca mos Elias e Eliseu; de
do a no de 937 a .C., em que a s tri bos hos tilidades, nã o ha vendo ma i s pa z Judá , des ta ca m-s e, entre outros ,
do Norte (Is ra el ) s epa ra ra m-s e e entre o norte e o s ul . Seus fi l hos os Isaías, Jeremias, Oséias, Amós,
fi zera m de Sa ma ri a s ua ca pi ta l . s ucederam e pros s egui ra m ta mbém Ezequiel, Miquéias, Zacarias.
Ocorreu, a ssim, a divisão de Ca naã em nes ta s hos ti l i da des .
doi s rei nos : Judá, ao sul, tendo Começa assim, para o povo judeu, 2. IDOLATRIA EM ISRAEL
Jerusalém como capital e Israel, ao um período críti co, de gra ndes Em 875 a .C. s obe a o trono de Is -
norte. A Judá , a l ém des ta tri bo s ofri mentos e escuridão. A l uz divi na , ra el o rei Acab, que s e ca s a com

40
INICIAÇÃO ESPÍRITA

Jezabel, uma pagã. Esta quer i mpor o


cul to de Baal a o povo, col oca ndo DA M A S CO
ídol os nos templos e i nstituindo rituais sePAl!ACÃO DOS •
pa gãos. El ia s , i ns pi ra do pel o Pl a no ~INOS DEJUDA
Es pi ritual, a dverte Acab do perigo que e1~
o rei no estava correndo, entrega ndo-
s e a a doração dos ídolos e afastando-
s e do Deus único. Faz esta advertência
com gra nde coragem, pois estimulado
por Jeza bel , o rei ha vi a ma nda do
ma ta r os sacerdotes de Jeová. El i a s é
pers egui do e es conde-s e.
Depois de certo tempo, pass a da a
onde de pers egui çã o contra os
s a cerdotes, Elias regres s a a Is ra el e
propõe a Aca b que l he permi ta um
confronto com os sacerdotes de Baal,
pa ra que ele ponha à prova a força do
Deus único contra Baal. Reúnem-se os
400 sacerdotes do Baal, a quem El i a s
propõe que façam s urgir fogo na lenha
que havia s ido prepa ra da pa ra es s e
tes te. Os s a cerdotes fi zera m i nvo-
ca ções e ri tua i s ; nã o cons egui ra m
fa zer fogo.Elias,então,mandou enchar-
ca r a l enha com ba s ta nte á gua :
i mplorou a Deus que l he permi ti s s e • se..q ;s es A

força s para a cender o fogo. A l enha


i ncendiou-se mostrando a s uperi ori -
da de do Deus sobre os ídolos. Di a nte Fig. 8
di s s o, El i a s mandou degolar os 400
sacerdotes de Baal, num ensinamento
vi ol ento que o comprometeu es pi ri -
a ti rassem pela janela. Assim foi morta expa ns ã o. O rei no de Is ra el vê-s e
tua l mente. Séculos depois, va mos re -
Jeza bel. Jéu completou a destruição da envol vi do entre o Egi to e a As s íri a ,
encontrá-lo, reenca rna do como João
fa mília de Aca b e ma ndou ma ta r os ri va i s. Cai na a na rqui a e vi nte a nos
Batista, o qua l foi degol a do por
a dora dores de Ba a l . depoi s (em 722) des a pa receu pa ra
Herodes. E de quem disse Jesus : “foi
nunca ma i s s e rea grupa r. Nes s es
o maior dos profetas”.
3. MAIS MATANÇAS momentos de angústia surge a voz do
Aca b, rei de Israel, foi morto numa
Atalia, mã e de Ocozi a s , qua ndo profeta Os éi a s (ta mbém de Judá , a
da s muitas batalhas que tra vou com os
s oube da morte do fil ho, pretendeu, s ervi ço de Is ra el ): “vol ta Is ra el , a o
s íri os . Sucedeu-o s eu fi l ho Jorã o.
el a mesma, colocar sobre sua cabeça a Senhor teu Deus , poi s foi tua
Enqua nto isso, em Judá, Ocozias, neto
coroa de ra i nha de Judá . Pa ra i s s o i ni qüi da de que te fez ca i r”.
de Aca b, torna -s e rei . Jeza bel , a
ma ndou ma ta r todos os fi l hos de
i dól a tra , perma nece em
Ocozi as. Um deles, porém, foi s a l vo: 4. OS PROBLEMAS DO
Is ra el .Entreta nto, El i s eu, o profeta
Joá s . A cri ança foi ma nti da s empre REINO DE JUDÁ
s ucessor de Elias, havia predi to o fi m
em s egredo, a té que, qua ndo Após passar por um certo período
da di na s ti a de Aca b. E es te fi m s e
a dolescente foi a pres enta da pel os de pa z e ha rmoni a o rei no de Judá
rea lizou da segui nte forma : Jeú, filho
s eus partidários como o verdadeiro rei começa ta mbém tra jetóri a de
de Josafat, reuni u a tropa e foi a o
de Judá. Isto esti mul ou uma revol ta s ofri mento. Es ta s vi ci s s i tudes
encontro de Jorã o, a ca mpa do em
que provocou a morte de Atalia . Joá s começa ra m com o rei na do de Aca z
Jezra el a pós haver tra va do uma l uta
pa s s ou a rei na r. (736-716), fi l ho de Joatão. Reinou el e
contra Ha zael, rei da Síria. Percebendo
Jeroboã o II (783 – 743 a .c.), dezesseis anos em Jerusalém, período
a a proximação de Jeú, Jorão a liou-se a
des cendente de Jéu, reina depoi s em em que se entregou a a dora r ídol os .
Ocozi a s , rei de Judá , e pa rti u a o
Sa ma ria. Em s eu reinado há esplendor Ma ndou fundi r es tá tua s pa ra
encontro do a dvers á ri o. Jeú fere
e pros peri da de. E mui ta corrupçã o. representar divi ndades estrangeiras. É
morta l mente a Jorã o e pers egue a
Surge uma class e de opri mi dos que o período em que encontramos o
Ocozi as ma ta ndo-o ta mbém. As s i m
deu motivo à a dvertência do profeta profeta Isaías, que predisse a vinda do
termi na a gera çã o de Aca b, poi s
Amós – enviado de Judá pa ra Is ra el Mes s i a s : “uma virgem conceberá e
Ocozi as, a pesar de reinar em Judá, era
“a pressais a vi nda do dia da vi olênci a , dará à luz um filho que se chamará
s eu neto.
dei ta dos em l ei tos de ma rfi m”. Emmanuel”.
Jeza bel foi a Jezrael e tentou atra i r
Jeroboã o II morre. Na época , o Os rei s da Síria a ta ca m Judá . Aca z
Jéu. Es te, entretanto, mandou que a
Impéri o a s s íri o es tá em fra nca pede auxílio aos a ssírios pa ga ndo-os

41
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

com a pra ta e o ouro dos va s os do Ba bilônia onde lhe mataram os fi l hos enca rregado de reconstrui r o templ o
templ o de Sa l omã o. Os a s s íri os em s ua pres ença e o cega ra m. de Jerus a l ém. Devol veu os va s os e
vencem os s íri os ma s , forta l eci dos Jeremi a s , o profeta , l a menta : objetos do templ o que ha vi a m s i do
com es ta vi tóri a , vol ta m-s e ta mbém “como es tá solitária a cidade outrora reti ra dos por Na bucodonos or.
contra Judá . Em 701 a .C., Sena - tã o povoa da ”.
queri be, rei a ssíri o, já ti nha Judá em 7. RESTAURAÇÃO
s eu poder: Ezequi a s , fi l ho de Aca z, 6. EXÍLIO Vol ta , entã o, um grupo pa ra
ha vi a se s ubmetido e, i nclusive, acei to Toda Judá es ta va a s s i m, s ubme- Jerus a l ém deci di do a reconstruir o
a i nfluência rel i gi os a do i nva s or. Os ti da . Desaparecera m os doi s rei nos . Templo e a restaurar o Reino de
s ucessores de Ezequias – Ma na ssés Lemos em Jeremias: “Se algum dia eu Judá. A regi ã o esta va domi na da por
e Amon – a comoda m-s e com a te es quecer, Jerus a l ém, que mi nha uma s éri e de povos i dól a tra s , que
s i tuação. Permitiam que se adorassem mã o di rei ta fi que pa ra l i s a da . Que mui to dificultaram a reconstruçã o do
ídol os dentro do própri o Templ o. Foi mi nha l íngua fi que col a da a o meu Templo e das muralhas de Jerusal ém.
Josias quem restabeleceu a l iberdade pa l a to”. Embora es cra vos , mui tos Foi Neemias que, com plenos poderes
e rei mplantou as tra dições rel i gi os a s a ns iavam por restabelecer o rei no de conferidos por Arta xerxes, sucessor de
no a no 640 a .C.. Nes s a época des - Judá . Contudo, a ma i ori a foi -s e Ci ro depois de Dario, que cons egui u
cobri ra m o Deuteronômio, que di s persando: do ca tiveiro passou pa ra concl uir a restauração das mura l ha s .
s egundo alguns havi a s i do es cri to 70 outra s na ções e nunca ma i s re- Res taurada Jerus a l ém, os judeus
a nos a ntes, com os ensinamentos da s gres s a ra m a Judá . defrontam-se com muitos problemas .
pri nci pa i s tra di ções rel i gi os a s dos Ezequiel, outro profeta, deportado Entra m em choque com os pagãos que
hebreus . Jos i a s a pl i cou es tes ens i - pa ra a Babilônia, entretanto reanima o ocupa va m a Pa l es ti na . Há pobreza
na mentos ; expul s ou os s a cerdotes povo: “Reunirei meu povo, como um fís i ca e mi s éri a s mora i s . Ha vi a
i dólatras e fez nova aliança com Deus , pa s tor rea grupa s ua s ovel ha s ”. É neces s i da de de uma es péci e de
prometendo não mais se afastar da Lei. evi dente, aqui , que o Pa s tor (Jes us ) codi ficação de todos os ensinamentos
es tá s empre reuni ndo a s ovel ha s de Moi sés para o disciplina mento do
5. ÚLTIMOS DIAS DE JUDÁ di s persas da casa de Israel e Judá – a povo. Neemias, o governador, ajudado
Nes se período de res tauração representaçã o de todos os homens por Es dra s, o es criba, proclama a Lei
rel i giosa encontramos o profeta que s e des vi a m da s l ei s de Deus . de Moi sés como l ei de es ta do pa ra
Jeremias, que muito colaborou com Fora m mais de 50 a nos de exíl i o toda a Judéia. Funda va -s e, a s s i m, o
Jos ias. No a no 612 a .C., os a ssírios na Ba bi l ôni a . Um período onde s e Juda ís mo. Es tá va mos em 397 a .C..
fora m derrotados pela Ba bilônia. des taca a figura grandi os a de Daniel. Por vol ta de 330 a .C., Alexandre, o
Jeremias previu que esta vi tória tra ria Qua ndo Na bucodonos or l eva ra os Grande, tra ns forma o mundo da
gra ndes dores para Judá. Realmente, homens vá lidos como escravos pa ra época. Impõe-se o pensamento grego
poi s os egípcios tentando s alvar os a Ba bilônia solicitara ta mbém a s eus a todos os povos . Os judeus nã o
a s sírios qui seram enfrentar os a uxi liares que escol hes s em um bom fogem a esta influência. O Moi saís mo
ba bilônios. Josias tentou opor-se e foi número de garotos, inteligentes e bem os une, embora mui tos dei xem a
morto numa batalha, em 609 a .C. a pres entá vei s , a fi m de que l hes Pa l es ti na .
Joa ca z, s eu filho, que o s ucede, fos sem ens i na da s a s l ei s e os cos - Res taurada Jerus a l ém, os judeus
governa a penas três meses. Foi tumes da Ba bi l ôni a . Entre es tes vol ta vam periodicamente a Jerusalém,
deposto pelo rei do Egito, que colocou ga rotos es ta va m Da ni el , Ana ni a s , pa ra orarem no Templo. A vi da s oci a l
em s eu l ugar Joaquim, i rmão de Mi s ael e Azarias que, em ba bi l ôni co, dos judeus, ass i m, pa s s a a gi ra r em
Joa ca z. O Egi to não pôde s ustentar por pa s s a ra m a cha ma r-s e: Ba l ta za r, torno do Templ o.
mui to tempo s ua hegemonia s obre Si dra c, Mi s a c e Abdena go. Dentre Sã o conquistados pelos Lá gi des ,
Judá ; Jerusalém cai nas mãos de es tes , Da ni el foi o que ma i s s e do Egi to, dos qua i s perma necem
Nabucodonosor, rei da Babilônia, que des ta cou. Chegou a té a ocupa r um es cra vos de 301 a 198 a .C., Depoi s
s a queia a ci da de, i ncl usive o dos três ca rgos mais i mporta ntes da pa s s a m a s er domi na dos pel os
Templo. Levou Joa quim e s ua fa mília Ba bi l ôni a , por determi na çã o de Sel eucidas (Antioco, da Síria), de 198 a
pri s ioneiros para Babilônia. Levou Na bucodonosor. Contudo, a i nveja dos 167 a .C.. Anti oco IV i ni ci a uma feroz
ta mbém parte da população jovem, ba bilônios o denunci ou a o rei como pers eguição rel igiosa, que dá origem
pri ncipalmente guerreiros e artesãos. fi el s eguidor de Jeová e não dos deu - à guerra s a nta chefi a da pel os
Somente ficou em Jerusalém a parte s es babilônicos. Foi atirado à cova dos Macabeus, de 167 a 134 a .C.. A
ma i s miserável da população. Desig- l eões , onde s obrevi veu. Judéia reconquista a independênci a ,
na do por Na bucodonosor, Ma tatias Ciro II, O Grande (557-529 a .C.), rei ma s os rei s Hasmoneus (des -
(Sedecias, para os babilônios), ti o de da Pérs i a , começa a conqui s ta da cendentes dos Macabeus) revelam-s e
Joa quim,passou a reinar em Jerusalém. Mes opotâ mi a . Na bucodonos or, já gra ndes ti ra nos . Anti pa ter cha ma o
Sedecias fa z um pa cto com o fa l ecido, fora s ucedi do por Ba l ta za r, general romano Pompeu pa ra a judá-
Egi to pensando em libertar Judá do s eu filho, inferior a o pai. Foi morto por l o e toma conta do poder
jugo ba bilônico. Os egípcios não o Ci ro, que submeteu toda a Babi l ôni a . evi dentemente cus todi a do pel os
s us tentaram por muito tempo e, em Em 538 a .C., Ci ro procl a ma um édi to roma nos. Herodes, o Grande, pa gã o,
586 a .C., a ci dade não mais s uportou o que permi te a os judeus que o na s cido em Edom (37 a 4 de nos s a
certo dos babilônios e rendeu-se. qui serem, regressar à s ua pá tri a . Em era ) o s ucede como rei de Judá s ob
Sedecias foi preso, leva do para a s eu édito, Ci ro dizia que Deus o havia domíni o de Roma .

42
INICIAÇÃO ESPÍRITA

10.
HISTÓRIA DE ISRAEL E DOMINAÇÃO ESTRANGEIRA
ATÉ O REINADO DE ADRIANO

1. A TERRA PROMETIDA Abraão que, mais ou menos há 3 mi l pa ís , deu l i berda de a os judeus e


A hi stória do povo judeu nos s eus a .C., pa rti ndo de Ur, na Ca l déi a , com permi tiu que voltassem para sua terra
pri meiros sécul os de vi da na ci ona l gra nde comitiva , emigrou para Ca naã , e reconstruíssem seu grande templ o.
es tá de ta l forma vi ncul a da a da onde formou o núcleo do futuro povo Dura nte es s a domi na çã o, a
ma i oria dos povos orientais que, fazer de Is ra el . Pa l estina permaneceu como província
o s eu relato, é o mes mo que na rra r, No tempo de José, qua ndo s e persa a té a da ta e que Al exa ndre, o
ta mbém, em grande parte, a hi s tóri a es tabel ecera m no Egi to, já era m os Gra nde, rei da Ma cedôni a e Gréci a ,
da queles povos, princi pa l mente dos hebreus tão numerosos que cruzavam conquistou a Ásia Menos e apoderou-
que habi ta va m a a nti ga Ásia Menor. toda a Ásia Menor em ca ra va na s co - s e ta mbém de seu território. Abriu-se,
Cordi l heiras e desertos sepa ra m a merci ais e ma ntinham núcleos popu - entã o, pa ra os judeus , com o he-
Palestina dos vi zinhos países da Síri a , l os os em vá ri os l uga res , pri nci pa l - lenismo (cul tura grega ) uma época
Egi to, Ará bia; porém, a s estradas que mente na Ba bi l ôni a . bri l hante, de ci vilização ma is a purada
l he cortam o terri tório de norte a s ul Depoi s do Êxodo (1.400 a .C.), e l i bera l , que cul mi nou com a
fora m tri lhadas, na Anti gui da de, por Josué col oni zou Canaã e, a pós s ua funda çã o da ci da de egípci a de
exérci tos de muitas nações e camelos morte, s obreveio um l ongo período de Al exa ndri a , s i tua da à s ma rgens do
de ca ra va na s i númera s , vi nda s de i nquietação e de guerras , no Governo Medi terrâneo, à esquerda do delta do
toda s as partes do mundo, porque a dos Juízes, que durou doi s s écul os Ni l o, e que, na quel es tempos e nos
Pa l estina era pa s s a gem obri ga tóri a (de Jos ué a Sa muel ). s éculos s egui ntes , s e tornou o foco
entre o Ori ente e o Oci dente. No s écul o 11 a .C. i ni ci ou-s e a pri ncipal e o ma i s forte ba l ua rte da
Na quel es tempos , o centro da época dos Reis, tendo o profeta vi da juda i ca .
ci vi l i za çã o pl a netá ri a es ta va no Samuel – o úl ti mo dos Juízes – Ma i s ta rde, na Pa l es ti na , o cl ã
Medi terrâneo, onde se l ocalizava m a s s a gra do a Saul o pri mei ro dos rei s . poderos o dos Macabeus s e revol tou
gra ndes cidades de Atenas, Roma, Tiro, Pl a ntaram a mbos os a l i cerces do contra a domi na çã o exerci da pel o
Jerus além, Ca rta go, Al exandri a , engra ndeci mento de Is ra el . Seus governo da Síria, venceu a este pa ís e
e os portos pa l es ti nos recebi a m s uces s ores , Davi e Salomão, con- rei nou durante um século, até quando
na vi os , merca dori a s e vi a ja ntes de s ol idaram as conqui s ta s : no terreno foi novamente a Palestina conquistada,
toda s a s na ções . rel i gioso, com a construção do Templo a gora pelos romanos s ob o coma ndo
Em épocas remotas, seu terri tóri o Juda i co (uma da s ma ra vi l ha s de Pompeu, em 63 a .C.
foi ha bitado por homens de el eva da a rquitetônicas da época) e, no político, Foi ness a época que s urgi ra m os
es ta tura , ti dos como gi ga ntes , com a dominação de todos os inimigos pa rti dos pol íti co-rel i gi os os dos
a proxi mados das raças pri mi ti va s do de Is rael e sua expansão territorial. Foi fariseus e saduceus, bem como
pl a neta ; ma i s ta rde, es s es povos ta mbém nes s e período que s e a centuou-se na vi da s ocial do pa ís a s
fora m s ubstituídos por i nva s ores de l eva nta ra m mui ta s ci da des e s e a ti vi dades da Fraternidade do Essênios.
ori gem s emita, vi ndos da Atlânti da , e cons trui u a s egunda mura l ha de Os pri meiros, fariseus, eram gente do
que s e espalharam por toda a bacia do Jerus a l ém. povo e por i sso numeros os ; cri a m na
Medi terrâneo assenhorea ndo-s e da Pel o a no de 937 a .C., com a morte i mortali da de da a l ma e s e revel a m
terra . Os hebreus, mais ta rde, quando de Sa lomão, a pátria judaica dividiu-se, fortemente ortodoxos em rel a çã o à
a l i chega ra m, a o fi m do Êxodo, como já foi ensinado, em dois reinos : Tora (conjunto de livros que formavam
conduzidos por Moi s és e por Jos ué, o de Israel, a o norte, e o de Judá, a o a Lei de Moi s és ), enqua nto que os
ti vera m de combatê-los e dominá-l os s ul . Es s es rei nos dura ra m doi s e s egundo (s a duceus ) era m
pa ra que toma s s em pos s e da Terra qua tro s écul os res pecti va mente, a ri s tocrá ti cos , fi l ós ofos e cépti cos .
Prometi da . tendo sido o primeiro destruído pel os Qua nto a os Es s êni os era m uma
a s sírios e o segundo pelos babil ôni os , fra terni da de de homens vi rtuos os ,
que a rrasaram Jerusalém e levaram os devota dos a o bem do povo, à s obra s
2. DA ORIGEM ATÉ A judeus ca ti vos . Na Babilônia, os he- de ca ri dade e a os estudos espirituais.
CONQUISTA ROMANA breus permaneceram escravizados de A Fra terni da de, fora funda da há
A s emente dos hebreus , como s e 50 a 70 a nos, a té a data em que o rei mui tos s écul os a trá s , porém, como
s a be, é repres enta da pel o s emi ta pers a,Ci ro,tendo-s e a podera do do s empre divergi u do es píri to e dos

43
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

processos religi os os a dota dos pel o tri bunal (Beth-Di n), cujo pres i dente os judeus que a ci dade sagrada estava
s a cerdotalismo hebreu, que detinha o (Ab-Beth-Din) ficou sendo o chefe ci vil s endo profanada por estrangeiros, que
poder em Jerusalém, s eus membros e rel i gi os o dos judeus . Todo judeu a reconstruíram à s ua vontade, como
vi vi a m insulados na s monta nha s do di plomado nas escolas ra bínicas ti nha ci da de pagã. De fato, por toda a parte
Pa ís , e s omente a l guns del es , − os voto nesse tri bunal, que s ubs ti tui u o s urgiam estátua s , ba nhos públ i cos ,
tera peuta s – mi s tura va m-s e com o a nti go Si nédri o. A Tora , ma i s que a nfiteatros, centros ruidos os de vi da
povo, percorrendo a s a l dei a s e a s nunca , permaneceu como lei e s e l he profa na . No própri o templ o s e
mora di a s ens i na ndo, cura ndo, a cres centa ra m doi s l i vros : A l eva nta va m es tá tua s em honra a
es clarecendo. Os essênios obedecia m MISCHNÃ, que era um repositório das deus es roma nos .
a rígi dos pri ncípi os de mora l e de deci sões e sentenças desse tri buna l Fora m, pois s e retirando e concen-
pureza es pi ri tua l e nos s eus de governo e de usos e costumes dos tra ndo nas montanhas de Bethel e a l i
recol himentos a gres tes rea l i za va m judeus e o Talmude, de ca rá ter ma i s construindo fortificações enterradas nas
a nualmente assembléia iniciática, que doutri nário-filosófico que era s obre- col i nas, enquanto que dos países vi zi -
reuni a m todos a quel es que tudo um l i vro de comentá ri os de nhos diariamente afluíam centenas de
pertenci a m à congrega çã o. Mi s chnã . vol untários inflamados de zelo e ódi o.
Ha bitavam os santuários de Moa b, Nes s a época , com a queda do Os cristãos, que já entã o era m
Qua ra ntana, Monte Hermon, Monte juda ísmo, ganhou forças o cristianismo mui to numeros os na Judéi a , nã o
Nebo, Monte Ca rmelo, Monte Tabor e na s cente, que procurou estender-se e a deriram à revolta e por i sso foram se
outros menores , es pa l ha dos pel a cons ol i da r-s e por toda pa rte. a fa s ta ndo do peri gos o fa na ti s mo
Pa l estina e deram forte a poio material revol ucioná ri o. Qua nto a os judeus ,
e es piritual a o Messias Jesus qua ndo ortodoxos, não tendo reconheci do a
es te ali esteve em desempenho de sua 4. NOVAS REVOLTAS Jes us , que há poucos a nos ha vi a m
ta refa pl a netá ri a . Des de então mais forte s e tornou cruci fi ca do, ma s preci s a ndo de um
a dominação romana e ma i s ta rde o moti vo religioso que ga l va ni za s s e o
3. A PRIMEIRA REVOLTA DOS i mperador Tra jano, tendo i nva di do a povo, unindo-o fortemente em torno de
JUDEUS Ás i a Menor a va nça ndo a té o Ma r um i deal s obre-humano, necessitando
Qua ndo o di vi no Mes tre vei o, no Cá s pi o, foi s ubjuga ndo e obtendo da r-l he ânimo para a luta de vi da e de
a no 7, fa zia já 63 a nos que a Pa lestina votos de obediência de todos os povos morte que s e prenunciava , acei ta ra m
era uma província romana,dividida em des sa va sta região. Os judeus, porém, pres s uros os a ’ prega çã o de um
vá ri os governos; na Judéi a i mpera va e os pa rthos s e rebel a ra m na s fa ná ti co s urgi do na quel es di a s ,
Herodes, o Grande, o rei s angui ná ri o reta guardas dos exérci tos romanos , e conheci do pel o povo como Bar
que morreu roído pel os vermes . pa s s a ra m a truci da r centena s de Cosiba e que se i ntitula va o Mes s i a s
Des de a conqui s ta de Pompeu o mi l hares de gregos, romanos, egípcios da s promess a s s ecul a res de Is ra el .
ódi o dos judeus pel os roma nos e o e outros povos , s údi tos roma nos , Sob a a utoridade do rabi Aquiba,
des prezo destes por a queles cres ci a a s s ol a ndo toda a terra com uma o ma i s pres ti gi os o s a cerdote judeu
de vul to a todo instante, es toura ndo vi ol ênci a i ncrível . Tra ja no, enco- da quel a época , foi Ba r Cos i ba
em tumultos ca da vez mais gra ves até l eri za do, ma ndou contra el es s eus reconhecido como o Mes s i a s es pe-
que, no a no 69, os judeus s e exérci tos e os judeus foram então por ra do. Aquiba investiu-o publicamente
revol ta ra m a berta mente e Nero, o s ua vez extermi na dos i mpi edo- des s e títul o mís ti co, s a grou-o
Cés a r de Roma, mandou contra eles o s a mente, por toda a pa rte. ci ngi ndo-l he o ma nto vermel ho,
general Vespasiano que ava nçou pa ís Is to s e deu no a no 117. entregando-lhe o bastão de ma ndo e
a dentro sem encontrar res i s tênci a e Adri a no, suces s or de Tra ja no, foi pega ndo-lhe por fim nos estribos, para
pôs cerco a Jerus a l ém. Tendo s i do um i mpera dor a mbul a nte: vi a ja va que a profeci a mes s i â ni ca fos s e
Ves pa s i a no com a morte de Nero, s empre e por onde pa s s a va i a ta mbém cumprida no ponto em que
mes es depois, proclamado i mpera dor l eva nta ndo ci da des , cons trui ndo di zi a : “qua ndo El e montou no s eu
pel as s uas próprias legiões, assumiu a es tra das, erigindo monumentos . Por ca va l o de batalha... para i na ugura r o
di reção da guerra seu filho Ti to que, toda parte nessa época i mpera va a s eu rei na do de Mes s i a s ...”
no a no 70 a poderou-s e da ci da de, pa z e a pros peri da de. Ba r Cos i ba, a ssim sagrado perante
a rra s ou o Templo e di s pers ou o que Entreta nto, na Pa l es ti na , que de o povo, a s s umi u i medi a ta mente a
res ta va da popul a çã o judi a . provínci a s e torna ra uma s i mpl es chefi a da revolução e decidiu a guerra,
Es s e a contecimento teve grande col ônia romana, os judeus reuni a m- determi na ndo a concentra çã o do
i nfluência na vi da dos judeus porque s e de novo, preparando nova revol ta exérci to judeu clandestino em Berthel
es tes, tendo perdido a a utoridade contra EDON, o estrangeiro opres s or. e o a ta que à s tropa s roma na s .
pol ítica e a liberdade, voltaram-se com Adri a no, passando por Jerus a l ém, E todo o povo se rejubil ou porque
ma i s fervor pa ra a existência religiosa; vi s i tou a s ruína s do Templ o onde el e, como Mes s i a s “verda dei ro” fez
des truído o culto externo aferraram-se a gora as feras do deserto faziam s ua s a quilo que o “falso” Messias de Nazaré
à Lei ; desautorizados os sacerdotes toca s . Generos o e di s pl i cente deu s e recus a ra a fa zer: l eva nta r s ua
a vul taram como a utoridade os rabinos. ordens pa ra que a ci da de fos s e es pada e decretar a liberta çã o de Is -
A ca pi tal mudou-se para Ja mnia, na recons truída e em seguida partiu para ra el das mãos do Edon. E a ss i m como
cos ta de l a bné, que s e tornou o Egi to e da l i pa ra a Gréci a . s ucedeu em 68 a .C., em 117, ta mbém
centro da i nfluência nacional. Em Ma s a revol ta , há mui to tempo nes s e a no de 132 o movi mento
l a bné instalou-se como governo um s opitada, explodiu furi osa por verem a l astrou-s e por toda a Ás i a Menor.

44
INICIAÇÃO ESPÍRITA

5. EXPULSÃO DOS JUDEUS Nes s a época , termi nou a Espanha, foi o ma i s duro gol pe s o-
As s im que Adriano, vi ndo do Egi to recons truçã o de Jerus a l ém, que s e fri do por el es desde a des trui çã o
chega va a Gréci a , s oube do l eva nte pa s s ou a cha ma r Aelia Adriana, do Templ o, no a no 70. Expul s os de
dos judeus e da procl a ma çã o da ci da de pagã e pervertida ; no Templ o toda a pa rte e encurra l a dos em
i ndependênci a da Palestina, juda ico ergueu-se a estátua de Júpiter guetos, podi a -s e di zer entã o que a
determinou que as l egiões l ocalizadas e junto a o Gól gota eri gi ra m-s e es trela de Isra el des a pa recera pa ra
nos pa ís es vi zi nhos a ta ca s s em os templ os a Vênus Afrodi te... s empre.
judeus e os des truís s em. Por i s s o, no Talmude, es sa revol ta Al ém di s s o, o Pa pa Inocênci o III
A guerra foi l onga e terrível . Durou fi cou s endo cha ma da “a guerra do proi bi u que exerces s em qua l quer
ma i s de dois anos e as tropas romanas, extermíni o”, porque Israel profi s s ã o hones ta , podendo uni -
a pós reveses mui ta s vezes cruentos , des apareceu dos mapas, dispersou-se, ca mente dedicar-se a comerci a r com
fora m encurra l a ndo os judeus nos tornou-s e erra nte pel o mundo. di nhei ro. Ma s , com a Reforma Pro-
s eus subterrâneos das montanhas e a í tes tante, eles se fi rma ra m de novo e
fora m s endo el es reduzi dos pel os 6. DISPERSÃO PELO MUNDO s urgi u a época do Huma ni s mo, que
comba tes e pel a fome. Penetra ndo Depois desse extermínio, os judeus s ucedeu a rena s cença e dura nte a
l entamente nos subterrâneos escuros , que s e s a l va ra m concentra ra m-s e qua l fora m de novo redi mi dos os
os roma nos ma s s a cra ra m perto de novamente na Babilônia, governa dos es tudos s obre o juda ís mo e o
200 mi l judeus, i ncl us i ve mul heres e por exi larcas até o a no 1038, qua ndo hel eni s mo a nti gos . Com es s e mo-
cri a nça s . A Judéi a s e tra ns formou fora m s e es pa l ha ndo pel o mundo vi mento, readquiriram liberdade civil e
num des erto e a s fera s entra va m como povo s em pátria, porém ligados rel i gi os a , tendo-s e des ta ca do os
l i vremente pelas casas abandona da s . s empre entre s i por fortes l a ços judeus Spinoza, Mendels on e outros ,
Os judeus s obrevi ventes fora m rel i giosos. Nas épocas de cri s e nunca s endo que este úl timo é considerado
vendi dos pel o preço de ga do, nos s e a cova rda ra m e s empre ti vera m o tercei ro Moisés, por ter s ido a quel e
merca dos de Terebinto (que, por i s s o, l íderes que os conduzi s s em e que ensinou os judeus a s e adaptarem
fi ca ra m pa ra s empre ma l di tos ) e ori enta s s em. Entre es s es l íderes a vi da moderna. A partir daí, voltara m
a queles que permaneceram no fundo convém ci ta r Ha s da Sa prut e el es a se estabelecer na Europa e por
dos s ubterrâ neos a ca ba ra m por s e Abra va nel , que os defendera m e fi m na Améri ca , em 1655.
entre-devorarem, roídos pel a fome e pres tigiaram junto a os muçul ma nos Nã o s e cruzando com outras raças ,
pel o des es pero. de Es pa nha ; Ra chi , na Fra nça ; ma ntendo a fé rel i gi os a e us a ndo o
Roma decretou a pers egui çã o Ma i moni des , que es creveu o Guia poder do di nhei ro e da gra nde ex-
ofi ci a l dos judeus , e em todo o para os Judeus, em 1204. peri ência comercial que adquiriram no
Impéri o, el es fora m ca ça dos como Dura nte a Idade Média fora m curs o dos s écul os , vencera m el es
fera s, presos e torturados. Aqui ba – o pers eguidos e obri ga dos a vi ver em toda s as vi cissitudes, impondo-s e a o
chefe espiritual da revolta – torturado ba i rros s eparados nas ci da des , como res peito dos povos e, nem mes mo a s
a fogo e empa l a do, a té o úl ti mo ta mbém a usar, s obre as ves tes , uma úl ti mas persegui ções e morti cíni os
s us piro repetia a frase: “Deus é um só, es trel a a ma rel a de i denti fi ca çã o, que s ofrera m na s úl ti ma s guerra s ,
um s ó, um s ó”... E os mártires que lhes rea bi l i ta da nos nos s os di a s pel a i mpedi ra m que s e cons erva s s em
s eguiam a esteira de a gonia repeti a m Al ema nha , por Hi tl er. A Inqui s i çã o uni dos e estejam agora vol tando à sua
a té o úl timo i ns ta nte: “é um s ó, um pers egui u-os i mpi edos a mente. Em pá tri a , cuja pos s e, ma i s uma vez,
s ó”... 1290 fora m expulsos da Inglaterra; em di s putam a povos estrangeiros, como
Por fi m, um decreto de Cés a r 1306, da Fra nça ; e em 1492, da o fi zeram há 4 mi l a nos qua ndo a l i
expulsou os judeus de Jerusalém e de Es pa nha , o s eu ma i s forte e s eguro chega ram conduzi dos por Moi s és e
toda a Pa l es ti na pa ra s empre. reduto na Europa. A sua expulsão da Jos ué.

45
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

O REDENTOR

A parllr dœte ponto até o final do 1º ano. adota-se o livro-lexto O Rodontor, que se constituio segundo VOiume
da série lnlclaçäo Espirita, sendo o único que não fol edìtado na forma de fasclculo.
O Red&ntor trata-se de obra fundamental desta série, onde o aprendiz da Escola adquire conhedmenlos sobre
a vida do Divino Mestre, que não estão consignados nos livros até então editados. Pelo estudo de O Redentor. o
aluno compreenderá melhor a missão de Jesus bem como se verá situado denlro da época e do local que conheceram
o Mestre e suas pregações.
O livro começa enumerando uma série de tradições que falam da vinda do Messias, ñxa-se uns Instantes na
figura de João Balista e nos mostra toda a grandeza espiritual do Sublime nascimento. A infância de Jesus, sua vida
ramlliar e da vida pública são analisadas em seqOêncla cronológica. Suas pregações esläo muito bem interpretadas
e as parábolas encontram n' O Redentor uma explicação singela como singelos eram os homens para os quais eram
dirigidas.

O Redentor

e EDGAR D ARMOND

46
INICIAÇÃO ESPÍRITA

CONVITE - CURSO DE MÉDIUNS

Ao concluir o 1• ano da Escola de aprendizes do Evangelho, o aluno ao ser promovido ao grau de Servidor é
convidado a se matricular no Curso de Médìuns.
Somente podem freqüentar o Curso de Médiuns aqueles alunos que se mantiverem na Escola de Aprendizes
do Evangelho. O afastamento, por parte do aluno, da EAE, Implicará em seu automático desligamento do Curso de
Médiuns.

O QUE É O CURSO DE MÉDIUNS

□ um curso de preparação teórico-prático de médiuns para os alunos da Escola de Aprendizes do Evangelho.

QUAtS SÃO AS SUAS FINALIDADES

Seu objetivo é educar os médiuns para o desenvolvimento e uso da mediunidade voltada para os trabalhos
evangélicos tendo como base os princípios da Doutrina Espírita. ·

PROGRAMAÇÃO

O programa do Curso de Médiuns fol aprovado na primeira Assembléìa de Grupos ln!egrados. em 27/12/1 973.
Salientamos a objetividade do Curso (onde a. teoria é apresentada em apenas sete meses) e, pñncipal mente, o
dinamismo e a reañdade da parte prática, ocasião em que o Curso de Médiuns se transforma num autêntico trabalho
de auto-realização.
Este programa, que representa um avanço em matéria de desenvolvimento da mediunidade, pode ser colocado
em prática por qualquer Centro Espírita bem dirigido e a Aliança estará sempre à disposição para esclarecimentos
que se façam neœssárlos.
o deta.lhamento do proçrarna encontra-se no livro Vivência do Espiritismo Religioso, da Editora Aliança, tendo
uma distribuição de aulas segundo o resumo abaixo:

RESUMO

Primeiro Período (teoria) 29 aulas


Segundo periodo (prática) 42 aulas
Revisão 01 aula

TOTAL 72aulas

OUTRAS CONSIDERAÇÕES

Em geral, a medíunldade é exercida mecanicamente, sem objetivo definido, pelo simples fato de existir. Mas
isso é um erro. O médium deve saber porque é um médium, que faculdades possui, limites de sua aplicação,
conseqüêncías de sua ação, objetivos a atingir e responsabilidades que assume, tanto como indivíduo quanto como
membr o da coletividade.
Quem desejar a verdadeira felicidade há de trabalhar pela felicidade dos outros: quem procurar a consolação,
para encontrá-la deverá reconfortar os mais desditosos da humana experiência.
Eis a lei que impera igualmente no campo mediûnico, 'sem cuja observação o colaborador da Nova Revelação
não atravessa os pórticos das rudimentares noções de vida eterna.

47
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

11.
INTERPRETAÇÃO DO SERMÃO DO MONTE {I)
(Conforme narrativa de Mateus)

1. AS BEM AVENTURANÇAS Em a l gumas tra duções podemos “Bem-aventurados os mansos,


encontra r pobreza de es píri to. porque eles herdarão a Terra”.
“Bem-aventurados os pobres de É preci s o des ta ca r, porém, que a (Ma teus , 5:5)
espírito, porque deles é o Reino dos pobreza é de espírito e nã o ma terial. A vi ol ênci a que s empre ca ra c-
Céus”. (Ma teus 5:3) A humilda de nenhuma rel a çã o tem teri zou o comportamento do homem
Introdução com os bens materiais, já que ricos há terreno, nos diversos ca mpos da s ua
Acredi tamos que a colocação dessa que s ão humildes e, em contraposição, a ti vi da de des a pa recerá dentro em
vi rtude encabeçando a l ista das bem- há mui tos pobres extrema mente pouco.
a venturanças tem um s entido especial orgul hos os . Muda nças ra dicais deverão ocorrer
a s er des coberto pel o a prendi z. em nosso meio, e não serão neces s á -
Em pri mei ro l uga r é preci s o “Bem-aventurados os que cho- ri os s écul os , como querem a l guns ,
reconhecer a nos s a pequenez ram, porque serão consolados”. porque ta i s tra ns forma çõe s já s e
es piritual para, em s eguida, lutar para (Ma teus , 5:4) i ni ciaram e poucas dezena s de a nos
a l cançar um l ugar melhor no Reino de Os s ofrimentos des te mundo em s erã o necessá ri a s pa ra que tudo s e
Deus. Pobre de espíri to é o s i mpl es , que vi vemos, a terra, nã o s ã o frutos cons uma .
i gnorante, s em mal íci a , a bra ngendo do a ca s o como querem os O i mpério da força da rá l uga r a o
ta mbém a quele que, verificando a sua ma terialistas, nem devido a o “peca do rei nado do Amor, e o egoís mo s erá
condi çã o de pouco a di a nta mento ori gi na l ” como entendem outros . ba nido do rel a ci ona mento entre a s
es piritual, e a s pi ra ndo a perfei çã o, Podemos perfei ta mente compa ra r cri a tura s pa ra s er s ubs ti tuído pel o
reconhece que muito ainda necess i ta nos so orbe a uma imensa escola onde a l truís mo.
mel hora r. Es píri tos cri a nça s a prendem a Aqueles que não corresponderem
Aqueles que s e mos tra rem certos res pei ta r as Lei s Di vi na s à s neces s i da des de tra ns forma çã o
da s ua grandeza ou os que jul ga rem cons ubstanciadas no Amor a o Cri a dor mora l e es pi ri tua l nã o poderã o
des necessário o progresso es pi ri tua l e a o próxi mo ens i na do pel o Cri s to pa rti cipar dess a nova s oci eda de do
“já que a fé é que s a l va o homem”, Jes us . futuro, s ofrendo entã o o mes mo
es tacionarão até que compreenda m A Doutri na Espírita nos tra ns mi te proces s o de expurgo a que foi
que tudo na Cri açã o tende a evol ui r os ensinamentos milenares a respei to s ubmetida a popul a çã o da Ca pel a ,
cons ta ntemente, s em des ca ns o. da Lei de Açã o e Rea çã o, pel a qua l es trel a a l fa da cons tel a çã o do
O Mes tre tomou a cri a nça como s omos responsáveis pelos nossos altos Cochei ro, conforme antigas tra di ções
model o de humi l da de di zendo: pra ti ca dos . E dura nte i númera s es pirituais nos descrevem. E então “os
“Aquele que se humil ha r e s e torna r enca rnações, s ucessiva mente, va mos ma ns os herda rã o a Terra ”.
pequeno como uma cri a nça s erá o nos depurando e a prendendo como
ma i or no Rei no dos Céus ”. res peitar as Leis Divinas para caminhar “Bem-aventurados os que têm
Noutra oportunidade, diante de um em di reçã o à perfei çã o do Cri a dor. fome e sede de justiça, porque serão
des entendimento entre os discípulos , “Os que choram” são a quel es que fartos”. (Ma teus , 5:6)
o Mes tre voltou a se referir a humilda- s ofrem com paciência e resignação a s Pa ra os materialistas e os que nã o
de di zendo: “ Aquele que quiser s er o expi ações dos s eus própri os débi tos crêem na Lei da reencarnação, difícil é
ma i or entre vós , que s eja o vos s o contra ídos em outras exi s tênci a s de entender tal bem-aventura nça . À l uz
es cra vo”. E na ca s a de um fa ri s eu a prendi za do e evol uçã o. “Serã o da Doutrina Espírita, porém, entende-
propôs a parábola dos convida dos à s cons ol a dos ” pel a fel i ci da de que mos que as diferenças s oci a i s , s ofri -
bodas, na qua l expl i ca de ma nei ra i nunda o cora çã o da quel es que s e mentos físicos e morais, s ã o a gentes
a cessível o que espera a os arrogantes s entem no ca mi nho correto da poderosos do progres s o dos s eres .
e a os que nã o des envol vera m a evol uçã o es pi ri tua l , merecendo o O homem que junta riquezas pa ra
vi rtude da humildade: “Aquele que s e ca ri nho dos Espíritos s uperi ores que s i , i nconscientemente, colabora com a
el eva será reba i xa do e todo a quel e nos vi giam a senda e nos a mpa ra m cri a çã o, porque reúne i númera s
que s e a ba i xa r s erá el eva do”. na s nos s a s defi ci ênci a s . a tenções em torno de um bem

48
INICIAÇÃO ESPÍRITA

comum; e como os bens ma teriais Somente o perdã o à s ofens a s , ma s s a mente neces s i ta dos que s omos ,
a i nda são de fundamental importância pri ncipalmente o seu es queci mento. mui to precisa mos ta mbém doa r em
pa ra nós, somente o dinheiro poderia É certo que, Es píri tos pouco benefíci o do nos s o próxi mo pa ra
reuni r ta ntas cri aturas s olidárias. Tais evol uídos que s omos , i ni ci a remos a merecer o amparo que vem s upri r a s
a grupamentos de i ndivíduos em torno prá ti ca dessa vi rtude s i mpl es mente nos s a s enormes defi ci ênci a s
de um bem comum s ão necessários nã o revidando a os insultos. Mais tarde es pi ri tua i s .
porque s omam-se os esforços para a pa s s a remos a o perdã o e a o A mi s ericórdia deve es ta r s empre
mel horia material do planeta em que es quecimento compl eto e i medi a to es trei ta mente l i ga da à prá ti ca da
vi vemos, e concomitantemente dos a tos que nos ferem. ca ri dade porque uma vem completar a
fa vorece o i nter-relacionamento das Jes us, em respos ta à pergunta de outra . A ca ri dade no s eu ma i s a mpl o
cri a turas, possibilitando o aprendizado Pedro s obre o número de vezes que concei to, conforme Ka rdec, a brange o
da fra ternidade e do amor a o próximo. os nos s os a gres s ores deveri a m s er ca mpo material e o moral. A ca rida de
Serã o fa rtos a queles que perdoados, responde: “Não sete vezes, mora l combate a pobreza es pi ri tua l ,
col a borarem consciente e despren- como a ntigamente, mas setenta vezes enquanto a caridade material s upre as
di damente pela construção da nova s ete”. Isso signi fi ca que ca be a neces s i da des i medi a ta s .
s oci edade de Amor e Entendimento nós es ta bel ecer um l i mi te pa ra o Enqua nto que a prática da ca ridade
que está para substituir esta nossa perdã o ao próxi mo, porque nã o nos ma terial em maior escala está restri ta
a tua l e obs ol eta . ca be i gua l mente jul gá -l o na s s ua s à s pessoas de posses, a outra es tá a o
Qua ndo os homens res pei ta rem, a ti tudes . a l cance de todos, a qualquer i ns ta nte
a ci ma de qua l quer Lei , o “a ma r a o Porém, qua nto à s nos s a s fa l ta s , da nos s a exi s tênci a .
próxi mo como a s i mes mo”, es ta rã o s ejamos duros o ba s ta nte pa ra que,
fa rtos de justiça porque es ta rei na rá nã o ca i ndo no des equi l íbri o do “Bem-aventurados os limpos de
em toda a Terra como resultado desse fa na ti s mo, pos s a mos comba ter coração, porque verão a Deus”.
comporta mento fra terno. s erena e i nces s a ntemente a nos s a (Ma teus , 5:8)
“Bem-aventurados os miseri- i mperfei çã o. O Mes tre definiu muito bem que os
cordiosos, porque eles alcançarão Aqui preci s a mos ma i s uma vez l i mpos o fos s em de cora çã o e nã o
misericórdia”. (Ma teus , 5:7) recorda r que “a ca da um s erá da do s i mplesmente de exterioridade, como
A mi s ericórdia compreende não s egundo a s s ua s obra s ”. E i men- o queriam os faris eus da s ua época .
É mui to conhecida a preocupa çã o
i ntensa que possuíam os judeus pel a
pureza exterior, estabelecendo regra s
à s vezes absurdas como a que s e lê no
Levíti co (21:17-23) proi bi ndo de
oferecer qualquer sacrifício a Deus : "
os cegos, coxos, de rosto mutila do ou
des proporcionado, com o pé ou a mão
quebra da , corcova do, a nã o, os que
ti verem bel i da no ol ho, ou s a rna ,
i mpi ngens , ou que ti ver tes tícul o
quebra do.”
Qua ndo o Mes tre foi à ca s a de
Za queu ou à ca s a de Levi , os doi s
publicanos na época, foi amargamente
cri ti ca do pelos fariseus por ter comido
à mes a com i mpuros . O Ra bi ,
a proveitando-se do fa to, es cl a receu
que “não é o que entra pel a boca o
que contamina o homem, ma s s i m o
que del a s a i ”.
Fa ci l mente s e entende que era
necessário em primeiro lugar purifica r
o nos s o Es píri to da s i mperfei ções ,
pa ra que as nossas pa l a vra s e a ções
pudessem ser puras como a s de uma
cri a nça. Porque, disse ele, “aquele que
nã o receber o rei no de Deus como
uma cri a nça , nel e nã o entra rá ”.

“Bem-aventurados os pacifi-
cadores, porque serão chamados
filhos de Deus”. (Ma teus , 5:9)
Num mundo de vi ol ênci a s como o

49
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

de hoje, vi ol ênci a s provoca ndo perta rá toda espécie de pers egui çã o a tra vés da prática dos s eus própri os
vi ol ências, agressão des enca dea ndo por pa rte dos homens i gnora ntes , pri ncípios, perdendo assim a força dos
a gressões maiores , a força s omente cujos i nteresses materiais estão acima s eus ens i na mentos e da s ua s
poderia aumentar ainda ma i s o ca os de qua l quer coi s a . pa l avras. A força do ensinamento está
rei na nte. Es ta é, porta nto, uma ma nei ra no exemplo que damos a o próxi mo e
Des de o a mbi ente fa mi l i a r a té o s egura de a va l i a rmos a efi cá ci a do nã o nas simples palavras des ti tuída s
âmbito internacional, o relacionamento nos s o tra ba l ho: veri fi ca ndo s e os do conteúdo ma i or.
entre os homens tem s ido baseado na ma teri a l i s ta s e os s ectá ri os s e
Lei do Ma is Forte. O fra co revida como l eva nta m contra nós , e que qua nto 3. VÓS SOIS A LUZ DO MUNDO
pode à s a gres s ões recebi da s , ma i or for a chuva de pedra s que nos
a l i menta ndo i nces s a ntemente a a ti rarem, maior terá sido, sem dúvida, “Não se pode esconder a cidade
a tmos fera bél i ca em que todos a repercussão da nossa atividade junto edificada sobre um monte; nem se
res pi ra m. a os neces s i ta dos de toda ordem. acende uma candeia para colocá-la
Ens i na-nos o Mes tre que o úni co debaixo do alqueire, mas no velador,
ca mi nho pa ra a s ol uçã o des s es 2. VÓS SOIS O SAL DA TERRA para alumiar a todos que se
probl emas que a fligem a humanidade, encontram na casa. Assim brilhe
a tua lmente, consistem na pacifica çã o “Ora, se o sal vier a ser insípido, também a vossa luz diante dos
da s relações entre todos , pa ra que a como lhe restaurar o sabor? Para homens, para que vejam as vossas
vi ol ênci a perca s ua ca pa ci da de de nada mais presta senão para se boas obras e glorifiquem o vosso Pai
reproduzi r vi ol ênci a s , e o lançar fora e ser pisado pelos que está nos Céus.”. (Ma teus 5:14-16)
entendi mento fra terno pos s a s er homens”. (Ma teus , 5:13)
i mpl a nta do em breve. O s a l, como o empregamos costu- Ma i s de um s écul o tra ns corri do
Os pa cificadores s erã o cha ma dos mei ramente, dá s abor a os a limentos e a pós Ka rdec e onde es tã o a s
fi l hos de Deus porque, combatendo a pres erva-os da deterioração. O Mestre tra ns formações sociais previstas? Teria
vi ol ênci a des trui dora , es ta rã o qui s com isso dizer que os cristãos o Codi ficador se enganado? Ou talvez
coopera ndo com o Cri a dor pa ra a deveriam ser o espírito da humani- o Es pi ritismo tenha fracassa do? Nem
ma nutenção da Harmonia Uni vers a l . da de, preservando-a da degradação uma nem outra coi s a .
mora l . Analogamente podemos dizer Ka rdec s oube dos mentores
“Bem-aventurados os perseguidos que o s a l é úti l na ha rmonização do es pi ri tua i s que a Doutri na Es píri ta
por causa da justiça, porque deles é o s a bor dos a limentos, a ssim como os ti nha por objetivo a tra nsformação do
Reino dos Céus”. (Ma teus , 5:10) s eguidores do Mes tre devem s er homem e que, conseqüentemente, a
Des de o “Justo dos Justos”, os que a gentes da harmonia no s eio da huma nidade toda ha veri a de s ofrer
têm a mor à jus ti ça vêm s endo huma nidade. E pa ra que o s a l possa profunda s tra ns forma ções com o
pers egui dos i mpl a ca vel mente por exercer a s ua a tividade, precisa estar decorrer do tempo. No Es pi ri ti s mo
a queles que não podem a ceita-los na em conta to íntimo com os alimentos, a i nda estão depositadas as esperanças
s ua gra ndeza es pi ri tua l . A cruz e a penetrando-os e misturando-se a eles. do Al to pa ra que es te venha a
a rena roma na s , a foguei ra da É por i sso que s omente através do des empenha r a s ua ta refa .
Inquisição, e a di fa ma çã o a tua l nã o conta to constante com os nossos Ma s , e os es píri ta s , es ta ri a m
pudera m e nem podem, contudo, i rmã os ma is necessitados é que corres pondendo à expecta ti va da
a ba lar a confi a nça des s es Es píri tos poderemos transmitir-lhes o sabor dos mes ma maneira? Há mais de 100 anos,
l umi na res que a qui vêm pa ra nos ens inamentos e a segurança do como di s s emos , uma meta nos foi
tra zer s eus conhecimentos e s eu amor ca mi nho correto para que nã o se tra ça da: a i mpl a nta çã o dos ens i na -
por nós , i rmã os ma i s a tra s a dos na corrompa m. Os que s e recolhem, mentos eva ngél i cos no cora çã o dos
s enda do progres s o es pi ri tua l . di s tantes da realidade, esquecem o homens. As ferramenta s de tra ba l ho
Como o orgul ho e o egoís mo dos princípio fundamental da solidariedade nos foram entregues: a medi uni da de
homens não permitem a ess es s eres e da fraternidade que deve nortear que nos liga a o Alto; o conheci mento
es clarecidos viverem a qui a justiça que nos s a s a ti vi da des . da s Leis Universais que nos es cl a rece
a l mejam, resta o consol o de que, no Podemos a inda acrescenta r que o a s dúvidas; o exemplo do Mestre e dos
Rei no dos Céus, poderão tê -la na s ua s a l deve ser usado na medi da certa , s eus seguidores que nos ens i na o ca -
pl eni tude. nem de mais, nem de menos . Us a do mi nho reto; e principalmente o Eva n-
em dema s i a , torna os a l i mentos gel ho que nos ilumi na a ca mi nha da .
“Bem-aventurados sois quando, i ntra gáveis, assim como o fa na ti s mo O que es pera mos ?
por minha causa, vos injuriarem e vos a temoriza a o necessitado, a fastando- Se a s transformações s ã o l enta s ,
perseguirem e mentindo, disseram o do nosso convívi o. Usado de menos, como di zem, nã o nos ca be deci di r
todo mal contra vós. Folgai e exultai nã o s urte o efeito desejado, deixando s obre o tempo a esperar, muito menos
porque é grande o vosso galardão nos o a l imento sem o melhor s abor, a ssim a guarda r de bra ços cruza dos que a
céus; pois assim também como o a ca nha mento e o medo Doutri na s e mobi l i ze por s i pa ra
perseguiram os profetas que viveram i mpossibilitam os ens i na mentos de executa r a ta refa .
antes de vós”. (Ma teus . 5:11-12) a l ca nça rem os Es píri tos que del e É preci so colocar a noss a ca ndei a
Todo a quele que s e col oca r como neces s i ta m. s obre o vel a dor, pa ra que todos s e
profeta da verda de, di vul ga ndo os Há a i nda aqueles que devendo ser uti l izem dela, e principa l mente pa ra
ens i na mentos da Boa Nova , des - o s a l da terra , nã o s e prepa ra m que veja m a s boas obras, fruto dessa

50
INICIAÇÃO ESPÍRITA

doutri na redentora, e s e unam a nós , ca ndeia dos ensinamentos do Mes tre tarefa,agora muito melhor preparados
num s ó esforço de reforma do homem enqua nto es teve entre nós . pel os ensina mentos que nos fora m
e da s oci eda de. As s im como ele pretendeu l eva r a tra ns mi ti dos pel os Es píri tos na
Si ga mos o exemplo de Pa ul o de toda a huma ni da de a Boa Nova , doutri na redentora que a bra ça mos .

12.
INTERPRETAÇÃO DO SERMÃO DO MONTE (li)
(Conforme narrativa de Mateus)

1. NÃO VIM REVOGAR A LEI, no a mor a o próximo. A prova di s s o é Cha ma r tolo, estará s ujeito ao fogo do
SIM CUMPRI-LA que, mais ta rde, a o ser a rgüido sobre i nferno.
“Nã o penseis que vim revogar a lei a ma i or da s l ei s , res pondeu Se, pois, a o tra zeres a o a l ta r a tua
ou os profetas, não vi m para revoga r, s erena mente: “Ama r a Deus , ei s o oferta , a l i te l embra res de que teu
vi m pa ra cumprir. Porque em verdade pri mei ro ma nda mento. O s egundo i rmã o tem a l guma coi s a contra ti ,
vos di go: a té que o céu e a terra i gual a este é: Amarás o teu próxi mo dei xa perante o alar a tua oferta , va i
pa s s em, nem um s ó i ou um s ó ti l , como a ti mesmo. Ei s aqui toda a Lei pri mei ro reconci l i a r-te com el e, e
ja ma is passarão da l ei, até que tudo e dos profeta s ”. entã o, vol ta ndo, fa ze a tua oferta .
s e cumpra. Aquele, pois, que violar um Os fa riseus eram mestres na a rte Entra em a cordo sem demora com
des ses mandamentos, posto que dos de ensinar, mas pouco entendidos na o teu a dversário, enquanto estás com
menores , e a s s i m ens i na r a os ci ênci a de pra ti ca r. O Mes tre nos el e a ca minho, para que o a dvers á ri o
homens, s erá considerado mínimo no cha ma a atenção para a neces s i da de nã o te entregue a o jui z, o jui z a o
Rei no dos Céus; a quele porém que os da prá tica dos ensinamentos mora i s ofi cial de justiça e s ejas recolhido
obs erva r e ens i na r, es s e s erá da Lei , pa ra que i nteri ori zemos à pri são. “Em verda de te di go que
cons i dera do gra nde no Rei no dos a queles princípios e não somente nos nã o s a i rá s da l i enqua nto nã o
Céus . Porque vos di go, s e a vos s a l i mi temos a conhecê-l os ma i s ou pa gares o último centa vo.” (Ma teus ,
jus ti ça não exceder em mui to a dos menos profunda mente. 5:21-26)
es cri bas e fariseus, jamais entrareis no Res ta ainda l embra r Ka rdec, que Mui tos s ubsídios o Espiritismo nos
Rei no dos Céus ”. (Ma teus , 5:17-20) nos tra nsmite o s eguinte: “Assim como fornece pa ra o bom entendi mento
Preci s a mos di s ti ngui r na Lei o Cri s to disse – Nã o vi m des trui r a des s a s pa l a vra s . Bozza no, em
Juda ica, duas leis distintas. Uma é l ei l ei , porém cumpri -l a – ta mbém o Pensamento e Vontade, ci ta ndo Annie
i mutável, de fundo moral, transmitida Es pi ritismo diz – Nã o venho destrui r Bes a nt e Lea dbea ter, nos di z: “Os
a Moi sés pelo Pl ano Es pi ri tua l com o a Lei Cri s tã , s i m da r-l he execuçã o. s entimentos endereça dos a outrem,
i ntuito de deixar norma s s egura s de Na da ens i na em contrá ri o a o que s ejam de ódi o ou a fei çã o, ori gi na m
comporta mento pa ra que todos os ens i nou Cri s to, ma s des envol ve, forma s-pensamentos semel ha ntes a
povos encontra s s em a s ua re- compl eta e explica, em termos cl aros projétei s ”.
generação. A outra é de característica e pa ra toda gente, o que foi di to Entendemos a gora que os
di s ciplinar, cri ada por Moisés, gra nde a pena s s ob a forma a l egóri ca ”. s entimentos emitidos em direção a os
a dministrador, para manter a pa z e a nos sos semelhantes podem a tingi-l os
ordem entre aquele povo pri mi ti vo e 2. ENTRA EM ACORDO SEM de modo ma i s cruel do que s e o
i ndi s ci pl i na do. DEMORA COM TEU fi zéssemos va lendo-nos de uma a rma
A pri meira tem ori gem di vi na e é ADVERSÁRIO tra di ci ona l .
eterna, pois se a póia na Lei Divina cuja “Ouvi s tes o que foi di to a os O “fogo do inferno” descrito, são os
es sência é o Amor. A s egunda , a do a nti gos, não matarás, e, quem ma ta r s ofri mentos advi ndos da rea çã o dos
ol ho por ol ho, na s ceu na mente do es tará s ujeito a julgamento. Eu porém nos sos a tos i mpens a dos , poi s que
homem sendo, portanto, efêmera, por vos di go, que todo a quel e que (s em s egundo a l ei de Açã o e Rea çã o no
s e a s s enta r na s neces s i da des moti vo)se irar contra seu i rmão, estará ca mpo espiritual, s omos responsáveis
i medi a ta s da ma téri a gros s ei ra . s ujeito a julgamento, e quem proferi r por todos os a tos que pra ti ca mos .
Jes us s e referia à Lei Di vina, que, um i nsulto a s eu irmão ta mbém estará Preci s a mos ter o nos s o cora çã o
como s abemos, resume-se para nós, s ujei to a jul ga mento, e quem l he l i mpo quando nos diri gi rmos a Deus
Ta rs o que ma nteve bem a lto a luz da tomemos como nossa também es s a em ora çã o. Porque a prece é um

51
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

s entimento que nos l iga ao Cri a dor, e depósito dos s entimentos mais puros Serã o s oma dos os débi tos da s
es se s entimento precisa estar livre de a s erem distribuídos ao nosso próximo, exi s tências a nteri ores , di fi cul ta ndo
qualquer manifestação de inferioridade e es taremos criando dentro de nós um a i nda mais o nos s o reergui mento, o
que tolha a s ua expa ns ã o s ubl i me. templ o indestrutível de a mor a o Pa i e qua l s omente alcançaremos “qua ndo
Ens i na-nos Emmanuel que “entre Cri a dor. ti vermos pago até o últi mo centa vo”.
nós e Deus , o próxi mo é o E cui demos de nos entender com
i ntermedi á ri o”. Somente qua ndo os nos s os a dvers á ri os enqua nto 3. SE TEUS OLHOS TE FAZEM
es ti vermos em pa z com nos s o es tamos com eles la do a l a do nes s a DECAIR, ARRANCA-OS
s emelhante, poderemos estar em pa z es cola de gra ndes oportunidades que “Ouvi s tes o que foi fi to: nã o
com Deus . é o pl a no fís i co, porque uma vez a dul tera rá s . Eu porém vos di go:
Fa ça mos do nosso cora ção um des encarnados, os erros do presente qua lquer que olhar para uma mul her
com i ntenção i mpura , no cora çã o já
a dul terou com el a .
Se teu olho direito te escandali za r,
a rra nca-o e lança de ti ; pois é mel hor
que s e perca um dos teus membros ,
do que todo o teu corpo seja la nça do
no i nferno.
E s e a tua mã o di rei ta te
es candalizar, corta-a e l a nça -a de ti ;
poi s é mel hor que s e perca um dos
teus membros do que todo o teu
corpo s eja l a nça do no i nferno.
Ta mbém foi di to: Aquel e que
repudiar sua mulher dê-l he ca rta de
di vórci o. Eu porém vos digo: qualquer
que repudiar sua mul her, exceto em
ca s o de adultério, a expõe a tornar-se
a dúltera, e aquele que se casar com a
repudiada comete adultério”. (Mateus,
5:27-32)
Se hoje, enca rna dos , podemos
fa zer exatamente o opos to da qui l o
que pensamos, porque o pensamento
a i nda permanece oculto a os que nos
cerca m, qua ndo des enca rna dos a
s i tua çã o muda tota l mente.
Os s enti mentos para
des enca rna dos nã o cons ti tuem
s egredo, porque eles s e espel ha m na
a ura , alterando sua estrutura e cor, de
forma ca ra cterís ti ca .
El es gera m vi bra ções fl uídi ca s
poderos a s . Bons s enti mentos
oca s iona m vi bra ções a gra dá vei s , e
ma us s enti mentos , vi bra ções
des truti va s e des a gra dá vei s .
Os s enti mentos gera dos s ã o
a rremetidos contra a pes s oa vi s a da
provoca ndo nel a rea ções va ri a da s ,
conforme a na tureza da s vi bra ções
emi ti da s .
Pa ra nós, pessoas já relativamente
es clarecidas, não basta a abstenção da
prá ti ca do ma l a tra vés da s a ções . É
neces s á ri o puri fi ca r a ori gem dos
nos sos sentimentos, o cora ção através
da reforma dos nossos s enti mentos ,
comba tendo víci os , control a ndo
defeitos e des envol vendo vi rtudes .
Conforme di s s e-nos o Mes tre, em

52
INICIAÇÃO ESPÍRITA

Ma teus 1:19: “Do coração é que provoca rá dúvidas e desconfiança nos rígi da, a ssim como são as normas para
partem os maus pensamentos”. s emel ha ntes , mes mo que jure por educação de uma criança recalcitrante.
Qua ndo o Mestre nos aconsel ha a todos os “s a ntos ” da cri a çã o. O a dmi nistrador hebreu neces-
corta r a mã o ou arrancar o ol ho, quer Es ta s pa l a vra s do Mes tre nos s i tava de pulso firme para controlar
di zer que devemos des trui r em nós conduzem à prática da l ealda de e da a quele povo, reconduzindo-o de volta
mes mos com grande dor e s a cri fíci o, s i nceridade, a qual deve ser uma da s a os ca mi nhos do Senhor.
tudo o que pos s a nos l eva r a o erro. preocupa ções cons ta ntes de todo Ma s , a o tempo do Mes tre, a s
Qua nto à ques tã o do “di vórci o”, a prendi z do Eva ngel ho. coi s as precisavam já ser esclareci da s .
queremos a pena s l embra r que s e Uni ca mente a Deus ca be puni r a o
tratava de prática judia muito difundi- fa l toso. Para ta nto, es ta bel eceu el e
da na época, permi ti ndo a o homem 5. A QUALQUER QUE TE FERIR res pei to à l ei i mutá vel da Açã o e
des fazer-se dos s eus compromi s s os NUMA FACE, VOLTA-LHE Rea ção, a qual se a plica não s omente
a s sumidos com qualquer mulher, com TAMBÉM A OUTRA a o pl ano da matéria , ma s ta mbém e
gra nde facilidade, já que os moti vos “Ouvi s tes o que foi di to: ol ho por pri nci pa l mente a os fa tos mora i s .
pa ra tal podiam ser os ma i s fútei s e ol ho, dente por dente. Eu porém vos Foi o que nos di s s e o Mes tre: “A
a bs urdos . di go: nã o res i s ta i s a o ma l ; ma s a ca da um s erá dado s egundo a s s ua s
Es s a prática, ao progredir, poderi a qua lquer que te bater na face di rei ta obra s”; e o que nos tra ns mi ti u pel o
a ba l a r de ma nei ra s i gni fi ca ti va os oferece-lhe também a outra; e ao que exemplo do ca lvário, quando a pós a s
a l icerces da família , uma i ns ti tui çã o quer dema nda r conti go e ti ra r-s e a humi lhações recebidas exclamou: “Pai,
que, nós es píri ta s , s a bemos s er de túni ca , dei xa -l he ta mbém a ca pa . perdoa-os, porque não s a bem o que
enorme i mportâ nci a no proces s o Se a l guém te obrigar a a nda r uma fa zem!”
evol uti vo dos Es píri tos , pel a s mi l ha , va i com el e dua s .
oportunidades de resgate de dívi da s Dá a quem te pede, e não voltes as
pretéri ta s que nos proporci ona . cos ta s a o que des eja que l he 6. AMAI OS VOSSOS INIMIGOS
Embora o a s s unto s eja ba s ta nte empres tes ”. (Ma teus , 5:38-42) “Ouvi s tes que foi fito: Amarás o teu
extens o, podemos com certeza O ensinamento de Moi s és vi s a va próxi mo e odiará s o teu i ni mi go. Eu
a fi rma r que o di vórci o a ge a pena s control ar as tendências vi olenta s dos porém vos di go: Ama i os vos s os
como pa liativo de um probl ema que hebreus primitivos, milênios a ntes de i ni mi gos e ora i pel os que vos
deverá ser, mais cedo ou ma i s ta rde, Jes us . pers eguem; para que vos torneis filhos
s ol uci ona do. A jus ti ça precisava s er s evera e do vos so Pai Celes te, porque el e fa z
E, fi na l mente, recorda mos na s cer o sol sobre maus e bons , e vi r
Emma nuel : “O divórcio só se justifica chuva s s obre jus tos e i njus tos .
na prevenção de males maiores como Por que s e a ma rdes os que vos
o homicídio e o suicídio”. a ma m, que recompens a merecei s ?
Nã o fa zem os publ i ca nos ta mbém o
mes mo?
4. SEJA A TUA PALAVRA: SIM,
SIM; NÃO, NÃO
“Ta mbém ouviste o que foi dito aos
.' .
.. '
E s e saudardes somente os vos s os
i rmã os, que fazeis de mais? Não fazem
os genti os ta mbém o mes mo?
a nti gos : Nã o jura rá s fa l s o, ma s Porta nto s ede vós perfei tos como
cumpri rás, ri gorosamente para com o perfei to é o vos s o Pa i Cel es te”.
Senhor os teus juramentos. Eu porém (Ma teus , 5:43-48)
vos di go: de modo algum jurei s . Nem Es s es s enti mentos , que podem
pel o Céu, por s er o trono de Deus ; pa recer a bs urdos pa ra mui tos ,
nem pela Terra, por s er es tra da dos encerram verdades que o espiri ti s mo
s eus pés; nem por Jerusalém, por ser a hoje nos esclarece sem deixar dúvidas
ci da de do grande Rei; nem jures pel a a ni nguém.
tua ca beça, porque não podes torna r O ódi o e a agressão são males que
um ca bel o bra nco ou preto. ma i s a fl i gem à quel es que os
Seja porém a tua palavra: sim, si m; a l imentam do que aos seus i ni mi gos .
nã o, não, porque o que passa di s s o é Obedecendo a Lei de Açã o e
de procedênci a ma l i gna ”. (Ma teus , Rea ção, essas a ti tudes s e refl etem,
5:33-37) pa ra atingir com vi olência o ponto de
Como poderemos jurar por i sto ou pa rti da, ferindo profundamente s eus
a quilo s e tudo pertence a o Cri a dor e res pons á vei s .
nos foi dado apenas por empréstimo? A refl exão se dá i ni ci a l mente a o
Al ém disso, aquele que tem pureza nível es pi ri tua l , provoca ndo des e-
no cora çã o, tra nsmite sinceridade nas qui l íbri os que, ma i s cedo ou ma i s
pa l a vra s e s e i mpõe pel a s ua ta rde, repercuti rã o no pl a no fís i co,
s uperioridade, s em neces s i da de de l eva ndo às patologias ca talogada s na
a rti fícios. Por outro l ado, a quele cujas medi ci na .
pa l a vra s tra duzem fa l s i da de, Sã o conheci dos o ódi o, a cól era , o

53
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

ra ncor, a vi nga nça , como germes Comba tendo fronta l mente es s e Os judeus da época do Mes tre
des enca dea dores de doença s defeito, a ca ridade é a nossa principa l es ta va m obri ga dos a fa zer uma
di fici l mente curá vei s , com s ede na ferra menta na reforma ínti ma . ca ri da de peri odi ca mente. E os
mente. É preci s o conhecê-l a profun- fa ri seus, quando o fa zi a m, tra ta va m
Al guns há que consideram covardia da mente, o que conseguiremos pel a de deixar registrado em toda ci dade o
perdoar. Outros a pena s cons eguem prá ti ca cons ta nte de a juda r a os s eu feito, para que s oubessem do s eu
es quecer a s ofensas, o que não dei xa s emel ha ntes em tudo o que a pego à l ei . Sa ía m, entã o, a com-
de s er uma gra nde conqui s ta do neces s i ta m pa ra a s ua evol uçã o pa nhados de servos que iam grita ndo
Es píri to. Ma s , a preocupa çã o do es pi ri tua l . em a l tas vozes os benefíci os que o
cri s tã o deverá s er s empre s enhor es ta va proporci ona ndo a os
compreender, perdoar e amar os que 7. IGNORE A TUA MÃO ESQUERDA pobres do l oca l .
nos pers eguem, cons i dera ndo-os O QUE FAZ A DIREITA Di s se o Mestre que eles já ha vi a m
cri a nças espirituais neces s i ta dos de “Gua rda i -vos de exercer a vos s a ga nho o que bus ca va m, i s to é,
exemplos que os levem a os caminhos jus ti ça diante dos homens, com o fi m notori eda de pa ra s eus fei tos ,
do a mor e da fra terni da de. de s erdes vistos por eles; doutra sorte reconheci mento de que cumpri ra m
Di zendo “Sede perfei tos como nã o tereis galardão junto do vosso Pai com os preceitos da lei; portanto nada
perfei to é o vos s o Pa i Cel es ti a l ”, o Cel es te. ma i s mereci a m do Senhor.
Mes tre deu-nos o model o a s er Qua ndo pois, deres es mol a s , nã o Da r com os tentação não é caridade,
procura do em nos s a s tenta ti va s de toques trombetas diante de ti , como mui to ao contrario, é falta da mesma ,
evol uçã o. fa zem os hipócritas na s s i na goga s e porque es ta mos humi l ha ndo o
A perfei çã o, s egundo o na s ruas, para serem glorificados pelos benefi ci a do.
ens inamento, poderá ser resumida na homens. Em verdade vos digo que eles Da r s ecretamente, pel o pra zer de
prá ti ca da caridade cri s tã , já que el a já recebera m a recompens a . a judar, pelo a mor a o s emel ha nte, é
encerra toda s a s outra s vi rtudes . Tu porém, a o dares esmola, i gnore duplamente ca ri da de; como nos di z
A ca ri dade é a negação de todos os a tua esquerda o que faz a tua direita , Ka rdec é ca ridade material e ca ridade
víci os e defei tos , pri nci pa l mente o pa ra que a tua es mol a fi que em mora l . A pri mei ra que benefi ci a o
egoísmo, base de todos os ma l es da s ecreto: e teu Pa i, que vê em s ecreto, corpo, a s egunda que a quece o
huma ni da de. te recompens a rá ”. (Ma teus , 6:1-4) es píri to.

13.
INTERPRETAÇÃOCO SERMÃO DO MONTE (lii)
(Conformonarrativa d& Matous)

1. QUANDO ORARES ENTRA Nã o vos a s s emel hei s poi s , a el es , vi bra ção suficiente pa ra a l ca nça r os
NO TEU QUARTO porque Deus, o vosso Pai, sabe do que pl a nos s uperiores da espiritual i da de,
“E qua ndo orardes não s ejais como tendes neces s i da de, a ntes que l he de onde podem nos chega r a s força s
os hi pócritas, porque gosta m de ora r peça i s ”. (Ma teus , 6:5-9) neces s á ri a s pa ra s upera rmos a s
em pé nas sinagogas e nos ca ntos da s Ai nda hoje não faltam os fa ri s eus di fi cul da des do momento.
pra ça s , pa ra s erem vi s tos pel os que, no tempo do Mes tre, s e A efi cácia da prece é notável. Que o
homens. Em verdade vos digo que eles ca ra cteri za va m pel a hi pocri s i a . di gam a queles que já pa s s a ra m por
já recebera m a recompens a . Qua ndo oram, o fazem ma i s pa ra s e i ns ta ntes de gra nde s ofri mento
Tu porém, quando ora rdes , entra des fazerem de uma obrigação s oci a l , es pi ri tua l . Se freqüentemente nã o
no teu qua rto e, fecha ndo a porta , do que para se ligarem a o Cri a dor de s omos atendidos em nossos pedidos é
ora rá s a teu Pa i que está em secreto, e forma es pontâ nea e cons ci ente. porque es tes nã o nos s eri a m de
teu Pa i que vê em s ecreto, te Pa ra o Cri a dor, ma i s va l e o uti l i da de a o progres s o es pi ri tua l .
recompens a rá . pensamento elevado a o Al to por uma Preces s em objeti vo de expi a r
E ora ndo, nã o us ei s de vã s pes soa que sofre sem palavras, do que tra ns gres s ões , a l ca nça r rega l i a s
repetições, como os genti os , porque mi l palavra s repeti da s por uma boa ma teriais, l ivrar-nos de di fi cul da des ,
pres umem que pelo s eu mui to fa l a r que nã o a s s ente. As l a da i nha s e etc., s ã o perda de tempo; é tenta r
s erã o ouvi dos . preces decora da s nã o pos s uem reba ixar o Criador à condição humana

54
INICIAÇÃO ESPÍRITA

da s ervi dão; é tentar l udi bri á -l o com profissão de fé, um ato de adoração ma nutenção da ha rmoni a uni vers a l
pa l avras, assim como o fa zem com e de submissão, o pedido das uma Lei , que nós , homens , por nã o
os credores des ones tos em nos s o coisas necessários à vida e o termos ca pa ci da de a i nda pa ra
mei o. princípio da caridade.” entendê-l a na tota l i da de, des do-
Há uma condi ção na qual s empre O que na maioria das vezes ocorre bra mos em vá ri a s l ei s : a da re-
s eremos ouvi dos: é quando, é a i gnorâ nci a tota l do contexto da produção, destruição, trabalho, justiça,
des interessadamente, prece, tra ns forma ndo es ta s íntes e etc., a s quais podem, s i mpl es mente,
es pontaneamente, e com toda s a s extra ordi ná ri a em um ros á ri o de s er reduzi da s a uma úni ca : a Lei do
nos sas forças, suplicamos em nome do pa l a vra s com s upos tos poderes Amor.
Mes tre, com um motivo justo. má gi cos , pa ra s erem repeti da s em É o tra ba lho que nos i mpul s i ona
Ma s , o que é pedi r em nome de determi na dos momentos . pa ra a perfei çã o que é Deus ,
Jes us ? É roga r a uxíl i o em nome do “Pai Nosso que estás nos céus, ori entados pelo a mor e fi s ca l i za dos
nos so s emelhante. E s e não pudermos santificado seja o teu nome”. pel a jus ti ça .
a uxi l i á -l o objeti va mente, nos di z Com es ta s pa l a vra s o Mes tre Qua ndo fugi mos do ca mi nho do
Emma nuel , três coi s a s poderemos des fez a imagem do Deus vi nga ti vo e Amor, reta rda mos nos s a evol uçã o.
tra ns mi ti r a el e, com certeza : ra ncoros o dos hebreus , o Jeová do Porta nto, fa zer a vontade de Deus
pa ci ênci a , cora gem e res i gna çã o. Vel ho Testamento, para chamá -l o de é res peitar a s l eis, a s l eis di vinas, as
Paciência, pa ra l eva r, a té o fi na l , a s Pa i . l ei s na tura i s que regem todos os
expi a ções que a tra ves s a ; coragem, Contém a inda esta frase o conceito fenômenos fís i cos e es pi ri tua i s do
pa ra encarar de frente os problemas e bá s i co s obre o qua l s e a s s enta a Uni vers o.
pa ra procura r s ol uções efi ca zes e fra terni da de entre os homens . “O pão nosso de cada dia dá-nos
l íci ta s ; resignação, pa ra s uporta r O Mes tre i gua l a , em a l guma s hoje.”
humi ldemente os sofrimentos , a pro- pa l avras, transformando como irmãos, O pã o de ca da di a nos rei nos
vei ta ndo deles tudo o que podem nos os homens de todas as nacionalidades, i nferiores da natureza nã o pa s s a de
da r pa ra no nosso burila mento es pi - toda s a s ra ça s , toda s a s rel i gi ões e s ubs tâ nci a a l i mentíci a pa ra a
ri tua l . toda s a s fi l os ofi a s . ma nutençã o da vi da .
Pa ra encerrar, perguntamos : qua l “Venha o teu reino.” Com o tra ns correr dos mil êni os , a
s eri a a forma ma i s efi ca z de prece Na pa rá bol a do s emea dor, o môna da va i galgando pontos cada vez
conheci da ? E nos res pondem Mes tre exemplificou admiravelmente ma i s a l tos da es ca l a evol uti va ,
nova mente os nos s os mentores , o Rei no dos Céus compa ra ndo-o à pa ssando pelos diversos es tá gi os da
di zendo: a prece ma i s efi ca z é o s emente es pa l ha da de ma nei ra vi da mi nera l , vegeta l e a ni ma l .
tra ba lho. É ele que pode nos rel i ga r di versa conforme o l oca l es col hi do. Nes s es s etores do a uto
ma i s estreitamente, mais rapidamente O própri o Mes tre ma i s ta rde a perfeiçoamento ela va i a prendendo
a o Cri a dor, porque através dele é que a fi rmou que o rei no de Deus es tá a reconhecer os di vers os es tímul os ,
a ti va mente pa rti ci pa mos na dentro de nós, ou s eja , el e es tá em fugi r deles, reagir e finalmente s obre -
ma nutenção da harmonia na cri a çã o. nós porque o Cri a dor nã o nos a ba n- pujá -los pela inteligência e pel a a çã o.
dona em hipótese alguma; nós, porém, Ca mi nha da inércia total para a luta
2. ORAÇÃO DOMINICAL nem s empre o a cei ta mos dentro de pel a s obrevi vênci a , da í pa ra a
“Porta nto, vós ora rei s a s s i m: Pa i nós . s a tisfação dos instintos, para alcança r
Nos so que estás nos céus, santifica do A nos sa participação no ba nquete a vi vência das emoções profundas que
s eja o teu nome: es piritual do Reino dos Céus, depende a ba lam o Espírito, dos des ejos que o
Venha o teu reino, s eja fei ta a tua de fa zermos brilhar dentro de nós a s mobi l i za m à s conqui s ta s ca da vez
vonta de, assim na terra como no céu; vi rtudes que nos ca ra cteri za m como ma i ores .
O pã o noss o de ca da di a dá -nos Es píri tos cria dos perfei tos , que nos Procura conhecer os obs tá cul os
hoje; envol vemos na ma teri a l i da de do que se colocam entre ele e a satisfação
Perdoa -nos as nossas dívidas, assim mundo, para retornarmos depoi s por dos s eus desejos, pa ra s obrepujá-los.
como nós perdoa mos a os nos s os conta própria a o Cri a dor a tra vés do E nessa sede de conhecer, ori enta -s e
devedores ; processo evol uti vo de depura çã o e pa ra a s coi s a s ma teri a i s , porque o
E nã o nos deixeis ca ir em tentação, a prendi za do es pi ri tua l . i ma terial, impalpável, des conheci do,
ma s l i vra -nos do ma l . Amém. Qua ndo a semente encontra r em l hes causam medo. Freqüentemente
Porque s e perdoardes a os homens nós terreno propíci o à germi na çã o, fecha os olhos para ele em uma atitude
a s s uas ofens a s , ta mbém vos s o Pa i da ndo frutos, então teremos entra do de nega çã o i rra ci ona l .
Cel es te vos perdoa rá ; no rei no dos Céus, porque el e nã o Ma s , com a a s cens ã o a uxi l i a da
Se, porém, nã o perdoa rdes a os é um l oca l , ma s um es ta do, uma pel o s ofri mento, conqui s ta da s a s
homens as s ua s ofens a s , ta mpouco condi çã o es pi ri tua l que nos ca ra c- fa ci l i da des ma teri a i s s em ter a l -
vos s o Pa i vos perdoa rá a s vos s a s teri za . ca nça do a pa z pa ra s eu Es píri to, o
ofens a s .” (Ma teus , 5:9-15) “Seja feita a tua vontade, assim homem volta novamente s ua atençã o
Nos di z Ka rdec que o Pa i Nos s o na terra como no céu.” à quel a s coi s a s que l he s ã o des co-
“resume todos os deveres do Deus, cri ador de toda s a s coi s a s , nheci da s , ma s que repres enta m a
homem para consigo mesmo e para di ri gente do Uni vers o, fonte i nes - res posta para os probl ema s cruci a i s
com o próximo. Encerra uma gotá vel da vi da, estabel eceu pa ra a que enfrenta .

55
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

Preocupa -s e com o Es píri to e


des cobre que el e s e encontra em
es tado de i na ni çã o por fa l ta qua s e
tota l de alimentos. É o momento em
que nos encontra mos .
As rel i gi ões a tua i s nã o s e
encontram preparadas para alimentar
efi cientemente a humanidade faminta
de es pi ri tua l i da de, porque el a s
própri a s s e encontra m com s eus
cel ei ros va zi os .
“Nã o há ma i s tempo.”
É preci s o urgentemente nos
preocupa rmos em di na mi za r a
produção desses novos “pães de cada
di a ”, a tra vés da mul ti pl i ca çã o dos
núcl eos de a s s i s tênci a , tra ba l ho e
eva ngelização por todo o planeta. Para
que, nos momentos deci s i vos pel os
qua i s pa s s a remos em breve, pos -
s a mos nos desdobrar para atender aos
neces s i ta dos do Es píri to que nos
procura rã o em gra ndes l eva s ,
\
fa mi ntos de l uz e de a mor.
E nenhuma outra rel i gi ã o conta
com a s condições de que o Espiritismo
di s pões pa ra col oca r em prá ti ca ta l
\
pl a no. É hora de nos fa zermos Es ta s “tenta ções ” cons ti tuem deve s er o jejum espiri tua l , jejum de
reconhecidos pelas nossas obras, para va ri a das lições para o nos s o Es píri to pens a mentos e a ti tudes .
merecermos o nome de es píri ta s . pri mi ti vo, i ndi s pens á vel a o s eu O jejum deve repres enta r um a to
“Perdoa as nossas dívidas, a prendi za do mora l e i ntel ectua l . de di s ci pl i na e nã o um a to de
assim como perdoamos aos nossos Como poderia o Mes tre educa r o a utopunição como querem a lguns, ou
devedores.” a l uno, s em propi ci a r l i ções e tes tes a to de a utopromoçã o com querem
Uma da s l ei s já ci ta da s , a Lei da necessários a o s eu prepa ro, a o s eu outros .
Jus ti ça, tem como base uma outra l ei a prendi za do? O jejum como a utopuni çã o na da
na tural, a Lei da Ação e Reação, a qual O Mes tre propicia primei ra mente va l e porque a Lei de Açã o e Rea çã o
pode ser a pl i ca da nã o s ó a o pl a no a o a luno a lição, depois realiza os tes - es ta bel ece a neces s i da de de
fís i co mas ta mbém, e principalmente, tes . Da mesma maneira , roga mos a o refa zermos certo o que fizemos errado,
a o pl a no es pi ri tua l . Cri a dor esclarecimento pa ra nã o e nã o que nos morti fi quemos em
Di s se-nos o Mes tre (Luca s , 6:37- ca i rmos em tenta çã o. E s e, es cl a - bus ca da complacência de Deus ou
38) “Da i e da r-s e-vos -á ... Com a reci dos nã o ca i rmos em tenta çã o, da nos s a cons ci ênci a , porque nã o
medi da que medirdes, medir-vos-ão”. em cons eqüência estaremos l i vres poderemos “comprá-lo”, como a i nda
E di zendo,“assim como”, está também do ma l . s e fa z em nosso meio, para que a l tere
s e referindo a mesma Lei do Retorno, Sua s l ei s em nos s o benefíci o.
Lei de Ca us a e Efei to, que o O jejum como a utopromoçã o,
Es pi ritismo, hoje nos es cl a rece com 3. QUANDO JEJUARES, UNGE A como no ca s o dos judeus que s e
s eus detalhes: “A ca da um s erá da do CABEÇA ves ti a m de pa nos gros s ei ros e
s egundo a s s ua s obra s ”. “Qua ndo jejua rdes , nã o vos a ti ra va m ci nza s à ca beça , a pena s
“Não nos deixes cair em mos trei s contri s ta dos como os s erve a o objetivo imediato, ou s eja , o
tentação, mas livra-nos do mal. hi pócritas, porque desfiguram o ros to de a l cançar reconhecimento por parte
Assim seja.” com o fi m de parecer aos homens que dos homens .
É preci so entender que Jes us nã o jejua m. Em verdade vos digo que eles O jejum como disciplina espi ri tua l
nos ensinou a pedir a o Cri ador que Ele já recebera m a recompens a . pode ser comparado ao aprendi za do
nos a fastasse de todas a s tenta ções . Tu porém, quando jejuardes, unge da nossa reforma interior, a tra vés do
Di s s e a pena s que devería mos a ca beça e lava o rosto, com o fim de comba te aos vossos vícios e defei tos .
procura r não cair qua ndo a s nã o parecer a os homens que jejuas, e E pa ra a quel es que jejua m
enfrentá s s emos . s i m, a o teu Pa i em secreto, e teu Pai cons cientes do seu verdadeiro s entido,
Se o Pa i nos a fastasse da s provas que vê em secreto, te recompensará”. nã o há neces s i da de de reconhe-
e expi a ções nã o tería mos como (Ma teus, 6:16-18) ci mento dos demais: pa ra el es ba s ta
redi mi r nos s os erros e a s s i m nã o O pri ncipal jejum pa ra o cri stão l embra r que “Jes us s a be”.
podería mos evol ui r.

56
INICIAÇÃO ESPÍRITA

4. AJUNTAR TESOUROS NO CÉU do Es pírito, para que este possa toma r s empre parece evidente a os nos s os
“Nã o a cumuleis tesouros na terra , conhecimento, ter consciência do que ol hos pouco a feitos à s coisas di vi na s .
onde a tra ça e a ferrugem tudo s e passa ao redor através do ato de ver, Por ma i s i ntra ns ponívei s que s e
cons omem e os l a drões es ca va m e es s enci a l mente uma a ti vi da de do a pres entem, a s di fi cul da des nã o
rouba m; Es píri to. dei xam de ser prova s , experi ênci a s
Ma s , a juntai, tesouros no céu, onde Todos ol ha m de forma ma i s ou que educam o nosso Es pírito primitivo
nem a tra ça nem a ferrugem menos semelhante, porque o processo a o a prendizado da fé, da pa ci ênci a e
cons omem, e onde os l a drões nã o fís i co de olhar é idêntico para todos os da res i gna çã o.
es ca va m e nem rouba m; corpos , ma s ca da Es píri to vê à s ua De na da nos va le perder tempo na
Porque onde estiver vos so tesouro, ma neira, entende os fa tos s egundo i denti fi ca çã o do ma l , nem mes mo
a i estará o vosso cora çã o”. (Ma teus , s ua capacidade intelectual e os s ente como di zem a l guns , pa ra s a bermos
6:19-21) de a cordo com a sua condiçã o mora l . fugi r dele. Esses irmãos nossos alegam
Ma i s um chamamento à conquis ta Porque um úni co fa to, vi s to por que é necess á ri o ora r e vi gi a r. Ma s ,
dos va l ores do Es píri to. doi s i ndi víduos , pode receber s em nos a pegar à l etra , procuremos
A forma çã o des s e tes ouro, que i nterpretações tão diversa s ? Por que entender o es píri to des s e
ni nguém rouba , é que cons ti tui a um del es, i gnorante, vê a penas o lado ens i na mento.
nos s a pers ona l i da de. ma u do acontecimento, enquanto que Teri a o Mes tre nos ens i na do a
Di zendo que o nos s o cora çã o o outro, es cl a reci do, i denti fi ca fi s ca l i za r o ma l com o s eu “ora r e
es ta ri a com es s e tes ouro, di s s e o i números a s petos pos i ti vos que vi gi a r”?
Mes tre que nossas riquezas espirituais pa s s a ra m des percebi dos ? Sol i ci temos a col a bora çã o de
s e encontram vi nculadas a os nos s os Há dua s expl i ca ções pa ra es s es Emma nuel para o escl a reci mento da
s entimentos. De fato, sabemos s erem fa tos : ques tã o.
el es os grandes propulsores do nos s o 1) Capacidade própria de Di z-nos que ora r e vi gi a r é
progres s o es pi ri tua l . compreensão dos fatos, variável de “pesquisar no campo do sofrimento
Nã o qui s o Mes tre com es te Espírito para Espírito. humano qual o setor que mais
ens inamento, condenar a riqueza, mas 2) Influência do astral inferior. necessita da nossa colaboração”. É
a pena s a l erta r contra o a pego A ca pa cidade de entender os fa tos uti l izar os nossos olhos es pi ri tua i s a
exces s i vo a os bens ma teri a i s . depende do estágio evolutivo no qua l s ervi ço do bem, a servi ço da caridade.
A ri queza é um meio de a gl uti na r s e encontra o Es píri to. Os ma i s O ma l basta por s i s ó: nã o neces s i ta
es forços do homem em torno de uma evol uídos, conhecendo melhor a s Lei s que cuidemos dele e s i m que cui de -
i déia comum para o bem de todos. Os Di vi na s , s a berã o compreender mos i ntensamente de praticar o bem.
homens nã o s a bem a i nda s e uni r a s pectos que parecerão obscuros a os
fra ternalmente; necess i ta m de a uri r menos evol uídos . 6. NÃO PODEIS SERVIR A DEUS
l ucros pessoais des s a s s oci eda des , A i nfluência do astral inferior s e dá E ÁS RIQUEZAS
pa ra que elas possam prospera r pa ra por di vers os meca ni s mos . “Ni nguém pode s ervi r a doi s
benefíci o col eti vo. O Es pírito, tendo sintonizado s ua s s enhores: porque ou há de aborrecer-
Se mui tos dirigentes de ri queza s vi bra ções com os planos inferiores, vai s e de um e a ma r a o outro; ou s e
fa l ham, nos recordamos nova mente des arquivando experiências negativas devota rá a um e desprezará a o outro.
do Mes tre: “ É preciso que haja do pa ss a do, i denti fi ca ndo os fa tos Nã o podeis servi r a Deus e a Mamon”.
escândalos, mas ai daqueles por a tua i s com a quel a s , e fa zendo (Ma teus , 6:24)
causa de quem vier o escândalo”. prognósticos errôneos e julga mentos O ouro a dora do na s es tá tua s de
(Ma teus , 18:7) pes s i mi s ta s . Ma mon dos s íri os , conti nua , a gora
As enti da des i gnora ntes ou ma i s do que nunca , s endo a l vo da
ma l éfica s freqüentemente l a nça m reverênci a dos homens .
5. OS OLHOS SÃO mã o de um recurs o ba s ta nte efi ca z Compreende -s e fa ci l mente o
A LÂMPADA DO CORPO pa ra alcançar s eus objetivos: projetam porquê de Ma mon s er consi dera do o
“Sã o os olhos a lâmpada do corpo. s ua s cri a ções menta i s s obre o Deus das paixões humanas. O ouro é o
Se os teus olhos forem bons , todo o obs i di a do, envol vem-no em uma gra nde alimento ca paz de sustentá-las
teu corpo terá l uz. a tmos fera de treva s que o e des envol vê-l a s .
Se porém, os teus olhos forem ma us , i mpossibilita de ver cl aramente todos Al ém dis s o, el e dá pres tígi o, el e
todo o teu corpo s erá tenebros o. os a s pectos do fa to. s a ti s fa z o orgul ho e a va i da de, os
Porta nto, s e a l uz que há em ti s ã o E os Es píri tos i nvi gi l a ntes e gra ndes males da nossa humani da de.
treva s , quão gra ndes serão as trevas”. pes s i mi s ta s a ca ta m a s s uges tões , O homem que se preocupa com o
(Ma teus , 6:22-23) a l i menta m a s cri a ções i nferi ores ouro perde s eu va l i os o tempo
Ol ha r e ver s ã o doi s verbos de l i gando-se demora da mente a el a s , excl usivamente com o mundo material
a cepções distintas: o primeiro significa torna ndo-s e s ua s própri a s víti ma s . e s e es quece do es pi ri tua l .
o a to fís ico de dirigir os noss os ol hos É necessário a prender a ver o bem Por i s so di s s e o Mes tre: “É ma i s
pa ra determi na do l oca l , o s egundo em todas a s coi s a s , a ver o a s pecto fá ci l um cabo pa s s a r pel o fundo de
repres enta a compreens ã o do fa to di vi no da s experi ênci a s , por ma i s uma a gulha do que um ri co entra r no
vi s a do. dol orosas que elas sejam. Porque tudo Rei no dos Céus ”.
O ol har é uma a tividade orgânica, é obedece a uma finalidade estabelecida Em outra s pa l a vra s , o homem que
a mobilização do corpo, i ns trumento pel o Supremo Cri a dor, a qua l nem

57
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

s e deixa envolver pela sede de poder É enga no concl ui r que Jes us ma i oria dos espíritos que reencarnam.
ma terial, pelas suas ri quezas esquece des prezava os ri cos. Lembremo-nos Por outro l ado, é um grande veículo de
o s eu des ti no de Es píri to eterno, de Za queu, de Levi , que merecera m redençã o porque permi te a o
a prendi z da s Lei s Di vi na s , e nã o toda a atenção do Mestre, a pes a r de a dmi ni s tra dor de ri quezas,
a prende assim os caminhos evolutivos s erem publ i ca nos , i mpuros pa ra os des envolver a prática da ca rida de, do
que o l eva m a Deus . judeus . a mor a o próximo, da solida ri eda de e
Age como o ri co da pa rá bol a que Jes us nã o a ba ndona os ri cos , da fra terni da de.
perdeu os úl ti mos di a s da s ua porque a prova que enfrentam é mai s Sa bemos que no futuro o ouro
exi s tência terrena construindo celeiros dura a inda que a prova da pobreza . perderá o s eu va l or. Será a fa s e em
s em utilidade para o mundo espiritual, El a exci ta o orgul ho, a va i da de, o que o s entimento de ódio cederá s eu
es quecendo-se de preparar o espíri to egoísmo, os nos s os gra ndes ma l es l ugar a o do “amor a o próximo como a
pa r a gra nde vi a gem. mora i s , que l eva m a o ma l ogro a s i mes mo”.

14.
INTERPRETAÇÃO DO SERMÃO DO MONTE (IV)
(Conforme narrativa de Mateus)

Introdução Porque os gentios é que procura m El e nos permite que, com o nos s o
1. OBSERVAI AS AVES DO CÉU toda s es ta s coi s a s . Poi s vos s o Pa i i ns ignificante tra balho, col a boremos
“Por i s s o vos di go: nã o a ndei s Cel este sabe que necessitais de toda s pa ra a ma nutençã o da pa z no
a ns iosos pela vos s a vi da qua nto a o el a s ; Uni vers o.
que ha vei s de comer e beber; nem Bus cai, pois, em pri mei ro l uga r, o As s i m, um homem que nã o
pel o vosso corpo pelo que ha vei s de s eu reino e a s ua justiça, e todas estas tra ba l ha , s endo ca pa z, é um pes o
ves ti r. Nã o é a vi da ma i s do que o coi s a s vos s erã o a cres centa da s . morto pa ra a sociedade, um obstáculo
a l imento, e o corpo ma i s do que a s Porta nto não vos i nquietei s com o na ca mi nha da evol uti va da
ves tes ? di a de amanhã, pois o dia de a ma nhã huma ni da de rumo à perfei çã o.
Obs erva i a s a ves do céu: nã o cui dará de si mesmo: basta a ca da di a O tra ba l ho hones to proporci ona
s emeiam, não colhem, nem a junta m o s eu próprio mal”. (Ma teus , 6:25-34) i números benefíci os a os nos s os
em cel eiros; contudo vosso Pai Celeste Es s a pá gi na nã o é a a pol ogi a da s emelha ntes , a l ém de nos permi ti r
a s s us tenta . Nã o tendes vós mui to i nércia como poderia parecer a muitos. us ufrui r des s a s pequena s coi s a s
ma i s va l or que el a s ? A i nérci a é o ma i or dos ma l es que ma teriais de que ainda necessita mos .
Qua l de vós , com todos os s eus pode cometer o homem. Logo, el as não s ão um mal em si , ma s
cui da dos poderá a cres centa r um O Es píri to em a çã o, mes mo no um bem divino, porque são dádi va s a
côva do a s ua es ta tura ? “ca mi nho do mal”, es tá a ces s ível à s recompensarem a nossa partici pa çã o
E por que andais ansios os qua nto i nfl uênci a s benéfi ca s da dor, do no progres s o de todos .
a o ves tuá ri o? Cons i dera i como remors o, do des es pero, que o Ma s , s e a el a s nos a pega rmos ,
cres cem os l írios do campo: el es nã o i mpulsionam em busca da paz interior, el egendo-a s nos s a s úni ca s preo-
tra ba l ha m nem fi a m. objeti vo de toda s a s cri a tura s . cupa ções , es queceremos nos s o
E contudo, vos a fi rmo que nem O Es pírito inerte, vegeta nte, como verda deiro objetivo e fra ca s s a remos
Sa l omã o, em toda a s ua gl óri a , s e nos ens i na André Lui z, emperra o i númera s vezes .
ves ti u como qua l quer del es . meca nismo evol uti vo, por di fi cul ta r Como cri s tã os , e como es píri ta s ,
Ora , s e Deus veste assim a erva do enormemente a ação desses a gentes devemos s empre “bus ca r pri mei ro o
ca mpo, que hoje exi s te e a ma nhã e res pons á vei s pel o progres s o. rei no de Deus ”, ou s eja , col oca r os
l a nçada no forno, quanto ma i s a vós Nã o s e tra ta , poi s , de uma i nteresses coletivos, os i nteres s es do
outros , homens de pequena fé? di ssertação em defesa da pregui ça , próxi mo, acima dos nos s os , porque,
Porta nto nã o vos i nqui etei s , da negl i gênci a e do fa ta l i s mo: como nos diz Emmanuel, é ele o único
di zendo: Que comeremos ? Que compreende uma certi dã o de fé ca mi nho que nos l eva a o Cri a dor.
beberemos ? Ou: Com que nos i na balável na bonda de e jus ti ça do “Nã o vos i nqui etei s pel o di a de
ves ti remos ? Cri a dor. a ma nhã”, nã o é o ens i na mento da

58
INICIAÇÃO ESPÍRITA

imprevidência e do fatalismo. Significa todo a to cons truti vo e bom tra ga com os pés , e, vol ta ndo-s e, vos
que, se trabalharmos, nã o pre- alegria e satisfação àquele que o prati- di l a cerem”. (Ma teus , 7:6)
ci s a remos nos preocupa r com o cou,enquanto que atos des truti vos e No momento em que vi vemos ,
res ta nte, porque o Pa i nos proverá ; ma us desenca dei em rea ções des te preci samos s er objetivos na s nos s a s
nã o devemos a cumul a r ri queza s mes mo teor. É o s ignificado da fra s e: a ti vi dades, procura ndo os mei os de
i mproduti va s porque el a s per- “a ca da um s egundo a s s ua s obra s ”. a ti ngi r a o ma i or número de
ma necerão na Terra quando voltarmos “Ti ra r pri mei ro a tra ve do nos s o neces s i ta dos no pra zo ma i s breve
à outra vi da ; s e pouco ti vermos , ol ho” é a s íntes e de tudo o que pos s ível .
tra nqüilos estaremos , porque pouco podería mos di zer s obre a reforma Nos di z o Pl a no Es pi ri tua l , re-
poderemos perder com os revezes da ínti ma . Si gni fi ca a neces s i da de de corda ndo o Apocalipse, que “nã o há
vi da ; e s e nos acharmos em penúri a , começa r a eliminar primeiro os nossos ma i s tempo”, ou seja, aqueles que não
devemos confiar em Deus porque el e víci os e defei tos pa ra podermos ver s e decidiram a i nda pel o ca mi nho a
s a be mel hor que nós do que depois a melhor maneira de auxili a r o s eguir, que o façam já , porque nova s
preci s a mos pa ra o nos s o a per- próxi mo a vencer a s suas l i mi ta ções . cha nces não s urgirão para eles a qui
fei çoa mento mora l . O exempl o que da mos a o nos no pl a neta em que vi vemos .
des fa zermos da “tra ve” que cobre Até há pouco recebíamos todas a s
2. NÃO JULGUEIS PARA QUE NÃO nos so olho é tudo que necessita nosso a tenções possíveis por parte do Pl ano
SEJAIS JULGADOS próxi mo para olhar-se a si mesmo em Es pi ritual: éramos tolerados mil vezes
“Poi s como cri téri o com que bus ca dos s eus “ci s cos ”. em nossas faltas e ori enta dos outro
jul ga rdes , s erei s jul ga dos ; e com a A tra ve que i mpede de ver ta nto em nossos erros e negligênci a s .
medi da com que tiverdes medido vos cl a ra mente, é o nosso orgulho, nos s o Ma s para tudo há um l imi te. O a l uno
medi rã o ta mbém. egoís mo, os qua i s s omente s erã o reprova do continua mente, a nos s u-
Por que vês tu o arguei ro no ol ho a fa s ta dos qua ndo fi zermos cons - ces sivos, precisa ser a final jubilado da
de teu i rmão, porém nã o repa ra s na ci entemente a nos s a a uto-a ná l i s e, es cola para dar oportunidade a outros
tra ve que es tá no teu própri o? reconhecendo-os, e ini ci a ndo contra necessitados e sedentos de aprender.
Ou como di rás a teu i rmã o: dei xa - el es um á rduo ma s compens a dor As s im, ta mbém, no momento
me tirar o argueiro do teu olho, quando comba te. a tua l, os ensinamentos de Jesus
tens a tra ve no teu? Es te é o ens i na mento que nos devem s er di vulgados e exem-
Hi pócrita, tira primei ro a tra ve do i nduz a s ermos comedi dos com os pl i ficados a todos , porém s em
teu olho e então verás claramente para erros a lheios, para s ermos rea l mente pa jeamentos e s em paternalismos
ti ra r o a rgueiro do olho de teu irmão”. s everos conos co mes mos . porque “não há mais tempo” para isso.
(Ma teus , 7:1-5) Os ensinamentos evangélicos são
A pri meira frase é uma a fi rma ti va 3. NÃO LANCEIS PÉROLAS pérolas de l uz ansiosamente es-
mui to cl ara da Lei de Açã o e Reação AOS PORCOS pera das pelos sofredores de toda
a qua l será analisada em aulas futuras, “Nã o dei s a os cã es a s coi s a s es pécie, que delas carecem para o s eu
com deta l hes . s a nta s , nem dei tei s a os porcos a s es cl a reci mento e redençã o.
Em res umo, ela determina que vos s as pérolas pa ra que a s pi s em Aqueles que s e comprazem no mal
e s e recusam a evoluir, necessitarão de
mui to mais tempo para des perta r do
que podem di s por no momento.

4. PEDI E DAR-SE-VOS-Á
“...Bus cai e achareis, batei e a bri r-
s e-vos -á .
Poi s todo o que pede recebe; o que
bus ca, encontra; e a quem bate, abrir-
s e-l he-á .
Ou qua l dentre vós é o homem que,
s e porventura o filho l he pedi r pã o,
l he dará pedra? Ou se pedir um peixe,
l he da rá uma s erpente?
Ora , s e vós, que sois maus, s a bei s
da r boas dádi va s a os vos s os fi l hos ,
qua nto mais vosso Pa i que es tá nos
céus da rá boa s coi s a s a os que
pedi rem?
Tudo quanto, pois, quereis que os
homens vos façam, assim fa zei -o vós
ta mbém a eles, porque esta é a Lei e
os Profeta s ”. (Ma teus , 7:7-12)
Es s e é o ens i na mento da fé

59
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

opera nte e da confi a nça vi va na Al ém dos ens i na mentos da a ul a ta r a s flores do amor e da fraternidade
Jus ti ça Di vi na . precedente, qua ndo di s s e: “Com a no s ol o á ri do e refra tá ri o a s er ca -
Nã o s e l i mi tou o Mes tre a di zer medi da com que medi rdes ta mbém ri nhos a mente cul ti va do.
“pedi e dar-se-vos-á”, mas completou s erei s medi dos ”, va i ma i s a l ém, E s e s eguirmos resolutos , a té o fi -
es clarecendo a necessidade de busca r porque es ta bel ece uma norma da s na l , o Mestre es ta rá nos es pera ndo
e ba ter a fi m de encontra r “a s boa s ma i s simples e ma i s compl eta s que pa ra nos fazer i ngressar na verdadeira
coi s a s ” de que neces s i ta mos . podem nos ori enta r em nos s o vi da , de a tivi dade cristã e de tra ba l ho
Da í di zerem os mentores que rel a ci ona mento com nossos fra terno em prol do bem coletivo, que
a s sistem os destinos da huma ni da de s emel ha ntes , a regra que nos gui a é o que a l meja mos .
que a maior e mais eficaz prece é o s eguramente em nosso aprendi za do,
trabalho, pa ra que o mereci mento s e do “a ma r a o próxi mo como a nos
fa ça . mes mos”, o maior dos mandamentos 6. ACAUTELAI-VOS DOS
É a tra vés dele que nos unimos mais da Lei Di vi na . FALSOS PROFETAS
es trei ta mente a o Cri a dor, porque Ma s ora , dirão alguns, se já foi dito “...Que s e vos a pres enta m
pa rti ci pa mos da s ua cri a çã o, nos que nem s empre s a bemos o que é di s fa rça dos em ovel ha s , ma s por
torna mos co-cri a dores , no di zer de bom pa ra nós , como podería mos dentro s ã o l obos rouba dores .
André Lui z. s a ber o que é bom pa ra os outros ? Pel os seus frutos os conhecerei s .
A objeção de que a prece nã o tem E a í va mos nos a profunda ndo no Col hem-s e porventura uva s dos
valor, porque Deus conhece muito bem a prendi za do des te ens i na mento, es pinheiros ou fi gos dos a brol hos ?
a s nossas aflições, não neces s i ta ndo, concl ui ndo que desejar o bom do As s im toda árvore boa produz bons
porta nto, de ouvi-las de nós ca rece próximo é querer a sua evolução, o frutos , porém a á rvore má produz
de funda mento. seu aperfeiçoamento espiritual, o frutos ma us .
Se Deus conhece, nem sempre nós que nem sempre significa posse ou Nã o pode a á rvore boa produzi r
mes mos sabemos em profundi da de gozo de bens materiais. frutos maus, nem a árvore má produzir
qua l o ma l que nos a ti nge. Somos frutos bons .
cri a nça s es pi ri tua i s em bus ca de Toda á rvore que não produz bom
condi ções que os façam receptivos aos 5. ENTRAI PELA PORTA ESTREITA fruto é corta da e l a nça da a o fogo.
es cl a reci mentos s uperi ores . Es s es “...La rga é a porta e es pa ços o o As s im, pois, pel os s eus frutos os
conheci mentos s ã o a pa ná gi o de ca mi nho que conduz para a perdição e conhecerei s .
Es píri tos es cl a reci dos que ha bi ta m s ã o mui tos os que entra m por el a . Nem todo o que me di z: Senhor,
a l tas esferas ; e s omente a tra vés da Porque es trei ta é a porta e Senhor! entra rá no rei no dos céus ;
prece – fi o que nos l i ga a el es – a pertado o ca minho que conduz para ma s a quele que faz a vontade de meu
podemos ter nos s os ca mi nhos a vi da , e s ão poucos os que a certa m Pa i que es tá s nos Céus .
i l umi na dos dentro da s treva s de com el a ”. (Ma teus , 7:13-14) Mui tos, naquele dia, hão de di zer-
i gnorância em que nos encontra mos . Por que teria o Mestre compara do me: Senhor, Senhor! porventura nã o
E conti nua o Mestre, toca ndo-nos o ca mi nho do ma l na evol uçã o temos nós profetizado em teu nome,
profunda mente, a o compa ra r a huma na a uma es tra da es pa ços a e e em teu nome nã o expel i mos
bondade justa e perfeita de Deus com uma porta larga? Porque s ão elas que demônios, e em teu nome não fizemos
a bondade mui ta s vezes fa l ha , ma s a tra em a todos a quel es que nã o s e mui tos mi l a gres ?
chei a de ternura do pa i huma no. E di s põem ao sacrifício de procura rem Entã o l he direi
concl ui : “se vós, que sois maus, os ca minhos estreitos e ultrapassarem expl i ci ta mente:Nunca vos conheci .
s a beis dar boas dá di va s a os vos s os a s porta s a perta da s . Os ca mi nhos Apa rta i-vos de mim, os que praticais a
fi l hos , qua nto ma i s vos s o Pa i ”? fá cei s s ã o os preferi dos ... i ni qüi da de”. (Ma teus , 7:15-23)
(Ma teus , 7:11) É preci so tra balho para seguir pelos O momento que a travess a mos é
E s e nã o fôs s emos rea l mente ca mi nhos di fícei s , é preci s o de tã o gra nde i mportâ nci a pa ra o
a tendidos em noss a s úpl i ca s , pa ra des prendimento, dedi ca çã o, des ejo des tino dos Es píritos habitantes deste
que teria o próprio Jesus nos ensinado ínti mo de mel hori a es pi ri tua l . nos so pl a neta , que ta nto a s treva s
o “Pa i Noss o”, model o de prece em É preci s o, pri nci pa l mente, qua nto os Pl a nos Superi ores têm
todos os s enti dos ? confi ança em que s omente a quel a envi da do todos os es forços pa ra
Pa ra nã o entra rmos mui to em es tra da é a correta , verda dei ra e ori entar, ca da um à s ua ma nei ra , a
a s sunto que pertence a outras aulas s omente el a l eva rá à vi da . nos s a evol uçã o es pi ri tua l .
do curs o, l embra mos s omente a s Di s s e-nos o Mes tre: “Eu Sou o É a s s i m que a s a rma s us a da s
pa l a vra s do Mes tre: “Tudo o que Ca mi nho, a Verdade e a Vida, ninguém pel os a gentes do ma l torna m-s e a
pedirdes em meu nome, eu o fa rei ” va i a o Pai s enão por mi m”. Ou s eja , é ca da dia mais sofisticadas, dificultando
(Joã o, 14:13). E que é pedir em nome El e a nos s a porta es trei ta . o s eu reconheci mento e comba te.
d’El e? É pedi r pa ra o próxi mo, Por es sa porta somente pa s s a rã o Encontra mos i nfiltrações em todos
es pontânea, s incera e fraternalmente, a quel es que s e di s pus erem a os s etores da a tivida de huma na . Um
coi s a s jus ta s . ul tra pass a r a s pedra s da i nveja , os des ses s etores ma i s vi s a dos é o da
E por fi nal deixa-nos a regra á urea es pinhei ros do ódi o, a s col i na s do medi uni da de, ta nto pel a s ua
da conduta Cri stã : fazer aos outros orgul ho, os a bi s mos do egoís mo. i mportâ nci a no es cl a reci mento
o que gostaríamos que eles nos E a l ém de a fa s ta r os tropeços , rel i gi os o do homem, qua nto pel o
fizessem. deverã o trabalhar em dobro para plan- empirismo que o envolve e que o torna

60
INICIAÇÃO ESPÍRITA

gra ndemente a ces s ível . mi nhas palavras e não as pratica, s erá 8. JESUS ENSINAVA COM
Ta nto na mediunidade qua nto em compa rado a um homem i ns ens a to, AUTORIDADE
qua lquer outro dos referidos setores , que edificou a sua ca s a s obre a rei a . “Qua ndo Jesus a cabou de proferi r
há uma maneira bastante simples E ca i u a chuva , tra ns borda ra m os es tas palavras, estavam a s mul ti dões
de diferenciar “os lobos dos ri os , sopraram os ventos e deram com ma ra vi l ha da s da s ua doutri na ;
cordeiros”: pelas suas obras. ímpeto contra a casa, e ela des a bou, Porque el e a s ens i na va como
Porque “não pode a árvore boa dar s endo gra nde a s ua ruína (Ma teus , quem tem a utoridade, e não como os
ma us frutos , nem a á rvore má da r 7:24-27) es cri ba s ”. (Ma teus , 7:28)
bons frutos ”. Nova mente volta o Mestre a di zer O povo ma ra vi l hou-s e com os
Fi nalmente diz o Mestre que “nã o que não basta a pena s ouvi r a s s ua s ens i nos do Mes tre porque nunca
ba s ta dizer Senhor, Senhor”, é preciso pa l avras, porque seria construir s obre a l guém lhe falara da quel a ma nei ra .
fa zer a vontade de Deus. O que a rei a . É preci s o pra ti ca r os ens i - Os es cribas, sacerdotes e ra bi nos
s i gnifica, como já ha vía mos di to em na mentos de manei ra a da r s ól i dos es tava m s omente preocupa dos em
outra s ocasiões, que é preci s o “a ma r a l icerces a o edifício moral que va mos ma nter o controle rel i gi os o s obre a
a o próxi mo como a nós mesmos”, pois cons trui r. populaça, explorando-a em todos os
que es ta é a l ei ma i or. É preci s o nota r que Jes us nã o s entidos, principalmente no a s pecto
Aqueles que s e apegam à l etra , à s prometeu uma vi da sem tormentos se fi na ncei ro a tra vés dos i mpos tos ,
exteri ori da des , es quecendo-s e do pra ti cássemos os seus ens i nos , ma s doa ções, dízimos, etc. Somente se di -
Es píri to, dos frutos , poderã o ouvi r a penas que teríamos forças suficientes ri gi am aos pobres para rel embrá -l os
cl a ra mente o que o Mes tre l he di z: pa ra s uperá -l os com s eri eda de. dos ri tua i s , dos ceri moni a i s , dos
“nunca te conheci”, porque não é esse Os Es píri tos i ns trutores dura nte s a crifícios e oferendas a que es ta va m
o ca mi nho que l eva a El e. dezena s de a nos repeti ra m a obri ga dos pel a ri goros a regul a -
Porém, os atos praticados em neces s i da de do es tudo e do menta çã o rel i gi os a da época . E os
beneficio do próximo, mas que não conhecimento da doutrina . Hoje nós s ofredores do corpo e do es píri to
são movidos pelo amor, pouco valor podemos a fi rma r que nosso maior es tava m desamparados , s enti a m-s e
apresentam. obstáculo para a redenção da perdi dos sem a a s s i s tênci a mora l e
humanidade é a falta de prática ma teri a l que ta nto neces s i ta va m.
cristã: falta do exercício da Qua ndo Jes us l hes fa l ou com a
7. EDIFICAR A CASA SOBRE caridade. a utoridade de governador es pi ri tua l
ROCHA O que sabemos já é o suficiente. do pl aneta, s entiram-se banhados pela
“Todo a quele pois, que ouve es ta s É hora de praticarmos os ensinos, s ua gra ndi os a a ura de es píri to
pa l avras e as pratica, será compara do de aperfeiçoá-los no contato com a di vi ni za do que envol ve toda a
a um homem prudente que edificou a realidade. Porque, do contrá ri o, huma ni da de, reconhecendo nel e,
s ua ca s a s obre a rocha . a gi remos como o homem que i nti mamente, como Espíritos eternos
E ca i u a chuva , tra ns borda ra m os cons trui u a ca s a s obre a a rei a da s que s omos, o Ca minho, a Verdade e a
ri os , sopraram os ventos e deram com i déias humanas, dos pontos de vi s ta , Vi da . O Ca minho que nos leva à Fonte
ímpeto contra a casa, e esta não ca i u, da s opiniões pes s oa i s , da s teori a s , i nes gotá vel de Todo o Amor; a
porque foi edi fi ca da s obre a rocha . es quecendo-s e da essência dos Verda de que nos es cl a rece e nos
E todo a quele que ouve estas ensinamentos recebidos, que é a l i berta das nossas i mperfei ções , e a
prática da moral cristã. Vi da feliz na eternidade do Seu Rei no.

15.
A FUNDAÇÃO DA IGREJA CRISTÃ

1. ESCLARECIMENTOS l i vro do Novo Testamento e em outras de ma neira s ucinta: o aspecto social, o


O tema desta a ula não es tá mui to obra s i gua l mente merecedora s de pol íti co, e o rel i gi os o que ma i s
cl a ra mente expos to no “Atos dos s erem l i da s . di reta mente nos i nteres s a .
Após tolos”, encontrando-se, toda vi a , Procura mos abordar, na medida do Embora pareça estar desligada
conti do em notas esparsas da quel e pos sível, todos os a spectos do tema do contexto do “Atos dos Após-

61
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

tolos”, esta aula nos proporcionará i nterpretação e a plicação práti ca dos a póstolos foi paulati na mente s endo
uma visão antecipada e, portanto, ens i na mentos cri s tã os . A i mens a di s torcido. O i mportante ca rgo de diá-
orientadora do desenvolvimento da fra terni da de cons ti tuída pel os cono i ns ti tuído por Pedro, tra ns -
Igreja cristã, permitindo um enten- s eguidores de Jesus mantinha -s e fi el formou-se num va l i os o mei o de s e
dimento maior dos fatos. a os ma nda mentos da mora l cri s tã a l cançar prestígio a ser utilizado pa ra
a prendidos a62tra vés das prédi ca s e fi ns nem s empre mui to cri s tã os . A
2. SIMÃO, A “PEDRA” dos es cri tos dos a pós tol os . ri va l idade crescia entre os bispos da s
A a fi rmativa do Mestre narrada por Na Ás i a Menor, Áfri ca , Gréci a , di ferentes regiões, os qua i s des pen-
Ma teus em 16:13-20, dá -nos a i déi a Gá l ias e até mesmo em Roma podia-se di a m preciosas horas em di s cus s ões
de que Si mã o Ba r Jona s pode s er encontra r gra nde qua nti da de de es téreis s obre pontos de vi s ta s pa r-
cons iderado o primeiro representante cri s tã os . ti cul ares, totalmente a fa s ta dos da s
da nova doutri na . Embora a princípio parecessem não neces s i da des da comuni da de.
“Eu te di go que tu és Pedro, e sobre i nterferir com o poderio dos reis e dos O ri to s emanal que, para os judeus,
es ta pedra edificarei a minha igreja ...” gra ndes da época , a s i déi a s de era realizado no s á ba do, pa s s ou a o
Si mã o sempre fora destacado pel o l i bertação, igualdade e fra terni da de, domi ngo no s écul o II. No fim desse
Mes tre dentre os s eus discípulos, pela começa ra m a ca us a r preocupa çã o. século ainda era permitida a
s ua coragem, determi na çã o, força e Época houve e muito longa, dentro “profetização”, principalmente para
pri ncipalmente pela sua fé pura e sim-
pl es, que o tornava um bom depositá-
ri o dos ens i na mentos va l i os os que
necessitavam ser cul tiva dos e di s tri -
buídos pos teri ormente.
As negativas do pesca dor qua ndo
i nterpelado, por ocasião da pris ã o do
s eu ra bi e as pa l a vra s des te a pós a
revol ta de Simão contra a profecia da
cruci fi cação: “Arreda-te Satanás! tu és
pa ra mim pedra de tropeço”, (Mateus,
16:23) revel am que ele era humano e
fa l ível como qualquer outro, mas que
a prendia com s uas derrota s , porque
da l i por diante nunca mais va cilou nos
momentos ma i s di fícei s do s eu
tes temunho.
Dura nte a última a parição de Jesus
a pós a sua cruci fi ca çã o, nova mente
vem el e depos i ta r em Pedro a s ua
confi ança dizendo “Simã o Ba r Jona s ,
pa s torei a a s mi nha s ovel ha s ”.
O pri meiro núcleo de s egui dores
do Na zareno fundou-se em Jerusalém,
tendo como líder Pedro, cujas palavras
já era m, na época, ouvidas por todos
e a cei ta s como verda dei ra s .
Após s ucesso de Fel i pe na s s ua s
prédi cas a os s a ma ri ta nos , Si mã o,
Joã o e muitos outros a pós, i niciara m
a expa nsão da nova doutrina levando- e fora da Pa lestina em que os cristãos as mulheres, porém em pouco
a pa ra fora do juda ís mo. fora m pros cri tos e pers egui dos tempo tal prática foi abolida por
i mplacavelmente, ocorrendo enormes “produzir confusão” no Espírito dos
3. O APÓSTOLO DOS GENTIOS ma s sa cres de i nocentes cujo úni co adeptos.
Es ta expa ns ã o da s nova s i déi a s “erro” era a fé i na ba l á vel no Cri s to Foi nessa época que as cerimôni a s
permaneceu como tímida tentativa até Jes us. No a no 64 Pa ulo foi sacrifi ca do a dquiriram a s ca ra cterís ti ca s mui to
o a pa recimento do converti do Pa ul o junta mente com Pedro, na ci da de de próxi ma s da s a tua i s “mi s s a s
de Ta rso. Foi graças a esse batalhador Roma . ca tól i ca s ”.
i nca nsável, que quase todo o mundo A tri ndade egípci a – Os íri s , Is i s e
conheci do da época pôde toma r 4. CRISTIANISMO OU PAGANISMO Hórus – pa ssou a o ca tolicismo como
conta to com a doutri na do Mes s i a s . Com o tempo, o i dea l i s mo dos a Sa ntíssima Tri nda de; s ã o ta mbém
Pa ul o l ançou também as bas es da a nti gos cristãos deu lagar ao interesse egípcias a a doração da Mã e e do Filho
teol ogi a cri s tã a tra vés da s s ua s e à mes qui nha ri a . O s enti do da s e a s i déi a s s obre o Juízo Fi na l : da
epís tol a s , pri mei ra tenta ti va de medi das toma da s pel os pri mei ros Frígi a , da Síri a , da Trá ci a vi era m

62
INICIAÇÃO ESPÍRITA

outra s ta ntas concepções que fora m Os pri meiros “papas” (como era m s elecionava os adeptos dentre aqueles
ma i s ou menos ra pi da mente i n- conhecidos todos os bispos cri s tã os ) que possuía m a s qua l i da des ma i s
corpora das ao ritualismo católico. Era de Roma era m mui to pouco pura s dos pri mei ros di s cípul os .
tã o gra nde a semel ha nça da mi s s a res peitados pelos seus padres que os Logo que a palavra “cristão” perdeu
com o ri tua l de Mitras que os pa dres des a fi a va m os tens i va mente. a s profundas implicações mora i s que
a cus a va m o di a bo de forja r a s A s é roma na foi gra da ti va mente pos s uía de i níci o, ta mbém a quel a
s emel ha nça s pa ra confundi r os a umentando seu poder pelas ri quezas gra nde fra ternidade fra gmentou-s e
homens devotos . ma teriais que começava a a cumul a r, em pequenos grupos os qua i s nem
Os gregos e inclus i ve os própri os a l ém da s ua cres cente a utori da de s empre es ta va m em ha rmoni a de
judeus ta mbém contri buíra m, tra ns - qua nto às questões das heresias e da opi ni ões e a ções .
forma ndo a ceri môni a s i mpl es e fi xa çã o ca nôni ca da s Es cri tura s . Já no s écul o II, s a be-s e que a
humi lde dos pri mi ti vos cri s tã os no Os primeiros passos para o mora l entre os cri s tã os nã o era tã o
ros á rio de orações, salmos, antífonas , entendimento entre os bispos no cul ti vada. Um pa nfl eto a nôni mo da
s a cri fíci os e hi nos da “mi s s a ”. sentido da unificação das posições época , a s s i na do por “O Pa s tor de
religiosas foram: o primeiro con- Herma s”, acusava o rea pa reci mento
gresso ecumênico, ou seja, universal, entre os cri s tã os “da a va reza , da
5. ORGANIZAÇÃO: HERANÇA da igreja, convocado em 325 por des ones ti da de, da bebedei ra e do
ROMANA Constantino, o primeiro Imperador a dul téri o”.
A l i teratura cri stã do s écul o II era romano cristão; a oficialização do Logo a quel a forma s i mpl es e
tã o a bundante que ca da bis po podi a cristianismo por Teodósio em 381 objetiva do culto cristão primi ti vo foi
da r-s e ao l uxo de ter preferência e dar e finalmente, em 607, por Bonifácio a s similando as irracionais práticas das
i nterpreta ções pa rti cul a res s obre III, a criação do Papado. mui tas rel i gi ões que toca va m ma i s
di versos pontos básicos da doutri na . As s im como diversos povos e s ua s gros s ei ra mente os s enti dos e que
Começa ra m entã o, com certa rel i giões não cri stãs ha viam, ca da um pra ti camente nada pos s uía m pa ra o
freqüência, a se reunir os bi s pos , pa - a s eu tempo, contribuído com diversas es pírito. Permaneciam ainda l i ga dos
dres e di á conos , cons ti tui ndo os pa rti cul a ri da des do cul to cri s tã o, uns a os outros, a queles grupos, a gora
cons elhos eclesiásticos ou s ínodos . ta mbém Roma participou do processo nã o mais fraternos, mas s im s olidários
No s écul o IV es tes encontros fornecendo uma das mais importantes em torno do objeti vo de exercerem
pa ssaram a s er exclusivos dos bis pos , ca ra cterísticas da Igreja: uma va s ta e poder e domínio sobre a grande massa
os quais, ao final neste sécul o, fora m a perfeiçoa da es trutura de governo. de s imples e i gnorantes que constituía
reconhecidos como os á rbitros fi na i s a nos s a huma ni da de da época .
da fé cri s tã . Naquela época, como hoje, só
Após o decl íni o de Jerus a l ém 6. CONCLUSÕES há dois caminhos: ao nos distan-
como s ede do cri s ti a ni s mo, com o A pureza do cri stianismo pri mi ti vo ciarmos de Jesus, nos aproxi-
des a pa reci mento dos a pós tol os , pôde resistir enquanto a coragem e a marmos da matéria e das imper-
s urgi u um problema de difícil s ol uçã o fé dos seguidores di retos do Mes tre feições humanas.
que era a determi na çã o da i greja es ta va m pres entes , e enqua nto a
s uces s ora da s ede-ma ter. primitivos núcleos de trabalhadores

16.
ASCENSÃO
As Primeiras Dificuldades da Nova Congregação

1. EXPLICAÇÕES cristãos. Tra ta , enfim dos a conteci mentos


Foi o eva ngelista Luca s , médi co e compreendidos entre a a s cens ã o de
di s cípul o de Pa ul o, quem es creveu 2. Descrição das atividades dos Jes us e a chegada de Pa ul o a Roma ,
“Atos dos Apóstolos”, pa rte do Novo primeiros apóstolos do cristianismo. por vol ta do a no 63.
Tes ta mento que contém res umi - Luca s , como s a bemos , nã o
da mente os s egui ntes a s s untos : 3. Expansão da nova doutrina conheceu o Mestre enca rna do. Sua s
além das fronteiras judaicas. des cri ções fora m ba s ea da s na s
1. Histórico da fundação dos pers eguição i mplacável dos poderosos cui dadosas pesquis a s que rea l i zou

63
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

com o a poio de Pa ulo, junto à quel es É facilmente notável que durante época, ma s a pa rti r da í, a s cura s a s
que convi vera m com Jes us . esses 40 dias de sua permanência i ncorpora ções , a s vi dênci a s , cl a -
Inúmeras la cuna s dera m a o l i vro entre os apóstolos, o Mestre ri vi dências, os fenômenos notáveis de
um a s pecto de col a gem l i terá ri a , o transmitiu-lhes ensinamentos básicos xenogl os s i a s e mul ti pl i ca ra m ma -
qua l s e acentuou gra ças às tra duções que os transformaram ra vi l hosamente, não passando um di a
s ofri das do grego para o latim e des te profundamente. Is so a ponto de fazer que não ocorressem na vi da daqueles
pa ra o português . de Pedro, o mes mo que a gredi u a tra ba l ha dores .
As obra s , toda s merecedora s de Ma l co e negou três vezes o Mes tre, o Pri nci palmente a medi uni da de de
a tençã o, que tenta m da r uma extra ordi ná ri o a pós tol o do cura desenvolveu-s e de ma nei ra tã o
s eqüência l ógica à narra tiva, dil ui ndo Pentecostes, que após ter convertido 3 gra nde que a tra ía mul ti dões de
a s l a cuna s , s ã o i númera s . Obra s mi l pessoas a o cristianismo, des a fi ou necessitado s em busca dos benefícios.
es píritas s e contam às dezena s , nã o- s erena e fi rmemente o ódi o do
es píritas às centenas; umas rea l i s ta s poderos o Sumo Sa cerdote Cha na n. 3. A SUBSTITUIÇÃO DE JUDAS
outra s roma ncea da s , técni ca s , Profundos ensinamentos s obre os Prepa ram-se entã o os di s cípul os
mís ti ca s , erudi ta s . Somente s obre fenômenos mediúnicos deve o Mestre pa ra o i níci o da s a ti vi da des ,
Pa ul o, a s descrições va riam qua s e a o ter tra ns mi ti do. Os a pós tol os , e es colhendo a l guém entre el es pa ra
i nfinito, desde aquelas que o elevam à pri nci pa l mente Pedro, pouca s compl eta r o qua dro dos 12, preen-
condi ção de santo, a té outra s que o demons tra ções dera m da s s ua s chendo a va ga dei xa da por Juda s .
cons i dera m um s i mpl es judeu fa cul dades medi úni ca s a té a quel a
s onha dor, ca ol ho e epi l éti co.
Da remos a tençã o a toda s a s
vers ões , porém ba s ea remos todo
nos so tra balho no ponto de vi s ta de
Emma nuel , que nos pa rece
i mens a mente ma i s equi l i bra do e
ha rmonioso. E é graças a i s s o que a
s ua obra nos tra ns porta de vol ta a o
tempo da velha Israel envolvendo-nos
em vi bra ções desconhecidas que nos
a rreba ta m dura nte di a s e di a s ,
a fa s ta ndo-nos da s mes qui nha ri a s
des te pl a no.

2. ASCENSÃO
Após o s epultamento do corpo de
Jes us no túmulo pertencente a José de
Ari ma téi a , o fa ri s eu, com a juda do
própri o Ni codemos , i mporta nte
doutor da l ei, o Mestre ressurge várias
vezes às mulheres , a os di s cípul os e
s egui dores .
Jes us a pa rece a Tomé, a os
di s cípulos que i am a Emaús, e provoca
a pesca milagrosa à s margens do l a go
da Ga l i l éi a .
A na rra tiva de Lucas a o s eu a mi go
Teófilo, inicia com a ingênua pergunta
dos a pós tol os : “Senhor, é a gora
porventura, que estabeleces o rei no a
Is ra el”? Tal dúvi da espel ha a enorme
fa l ta de compreensão dos verdadeiros
objetivos da missão terrena do Mestre.
Fa l avam muito alto ai nda dentro dos
di s cípulos, as tra di ções juda i ca s que
a l imentavam o orgulho de ra ça, di fíci l
de s er es queci do.
A res posta do Mestre é um convite
a o tra ba l ho: “Serei s mi nha s
tes temunha s , ta nto em Jerus a l ém
como em toda Judéia e Sama ri a , a té
a s extremidades da Terra.”E tendo dito
i s to, el evou-s e à s a l tura s .

64
INICIAÇÃO ESPÍRITA

Na queles di a s , já a congrega çã o Dentre os galileus, um ha vi a que a mparando o estropiado que se ergue


compunha-se de gra nde número de s e des ta ca va ; nã o pel o porte e a nda .
a deptos. Dentre el es ha vi a homens a va nta ja do e rude, ma s s i m pel a s Sa i ndo o ex-aleijado a a pregoa r a
ri cos e importantes que dava m todos hi s tóri a s que conta va num di a l eto gra ça recebi da , ma i or mul ti dã o
s eus bens à comunidade, pass a ndo a es tra nho e qua s e i ncompreens ível a correu ao local para ouvir o pescador
vi ver s i mpl es e hones ta mente pa ra a ma i oria, mi stura de a ramaico que di zi a :
tra ba l ha ndo em fa vor dos e hebreu. − “A fé em Jes us foi a s a l va çã o
neces s i ta dos . Di zia o galileu que o ca rpinteiro de des se homem. Vós, que crucificastes o
Um des s es homens cha ma va -s e Na za ré cruci fi ca do a ma ndo de Mes tre, a rrependei -vos e convertei -
Jos é Bar Sabás o qual juntamente com Herodes, era nada mais na da menos vos pa ra que se a pa guem os vos s os
Ma ti as, outro discípulo, eram os ma i s do que o Messias prometido à Is ra el , peca dos .”
a dequados ao preenchimento da vaga, que após a sua morte ressurgira dentre Junta mente com a gra nde multidão,
no qua dro dos a pós tol os , porque os mortos permanecendo com os seus os guardas do Templ o a correra m. E,
conhecera m o Mes tre des de s eu di s cípulos, e que após 40 di a s s ubi ra a pes a r dos protes tos da ma i ori a
ba ti smo por João até a sua ascensão. E a os céus l eva do por a njos de Deus . pres ente, os doi s a pós tol os fora m
des de que a mbos ti nha m i dênti ca s Al guns forasteiros que pa s s a va m, pres os e envi a dos a o cá rcere.
condi ções, realizou-s e uma es col ha comenta ra m:
“a o a ca s o”, a tra vés de um s ortei o, − “Es tã o bêbados es s es homens ”. 6. A PRISÃO:
tendo a “s orte” ca ído em Ma ti a s . Ouvi ndo ta i s comentá ri os , o que PRIMEIROS TESTEMUNHOS
pa recia o chefe deles, chamado Simão Na quela noite, na prisã o, Si mã o e
4. INÍCIO DAS ATIVIDADES ba r Jona s , proferi u i mporta nte Jocha na n prepa ra ra m-s e es pi ri -
Na quel es di a s , Jerus além di s curs o. E todos s e ma ra vi l ha ra m tua l mente pa ra s uporta rem a s
regurgitava de estrangeiros, lavradores, porque ca da es tra ngei ro ouvi a a s a tri bul a ções que vi ri a m.
mendi gos , ti pos es tra nhos de toda pa l avras na s ua própria l íngua. Di sse Pa l a ma nhã as notíci a s chega ra m
s orte. o ga l ileu: “Es s es homens nã o es tã o a os ouvi dos de Cha na n, ex-Sumo
Era m tra nscorridas s ete s ema na s embri a ga dos , cumprem-s e hoje a s Sa cerdote, e do Sumo Sa cerdote em
a pós a Pá s coa , e os a gri cul tores de profeci a s de Joel : Vos s os fi l hos exercíci o que qui s era m vê-l os .
toda s as cl asses sociais a ba rrota va m profeti za rã o, terã o vi s ões e Es pera va m os prínci pes dos
a s ruas l eva ndo a os ombros ces ta s s onhos .”Tal foi a inspiração que s a cerdotes que os ga l i l eus s e
repl etas de frutas, hortaliças e cereais envolveu o apóstolo naquela manhã, a medrontassem diante del es , a s s i m
pa ra ofertarem a o templo. Era a festa que quase 3 mil pessoas quiseram ser como a bandonaram o s eu Rabi no dia
das primícias, onde os primeiros batizadas na nova crença. As da cruci fi ca çã o.
frutos da temporada eram oferecidos res pons a bi l i da des a umenta va m. Ma s os a pós tol os ha vi a m a ma -
para que a colheita fosse bem- dureci do pel a dor, pel a vergonha e
sucedida naquele ano. 5. PRIMEIRAS CURAS pel as perseguições que já se i niciavam.
Noutro dia comemorar-se-ia As notícias correram ra pidamente. Di a nte dos s a cerdotes , se
também o Pentecostes, 50 dias após Os ga l i l eus , e pri nci pa l mente o comporta ram com grande confi a nça ,
a Páscoa, em memória da saída dos gra ndalhão Pedro, possuíam poderes tes temunhando o seu amor pel o ra bi
judeus das terras do Egito e es tra nhos recebi dos do Ra bi de Na za ré e a fi rma ndo que con-
recebimento das Tábuas da Lei. cruci fi ca do. ti nuariam tra balhando pela divulgação
Ma s , para a lguns galileus , homens Um di a , a dentra va m Si mã o e da nova doutri na .
rudes, pescadores, que convers a va m Jocha na n a o Templ o, qua ndo s e Si mã o recordou-se que nega ra a o
no Templ o a cerca do Mes s i a s de des taca da multidão um homem a s e Mes tre em três oportunidades, e nã o
Na za ré, este era um dia de expectativa. a rra s tar de joelhos pedindo-lhes uma des ejava voltar a s enti r os remors os
Sete s emanas se passara m depoi s da es mol a . Nes te i ns ta nte Si mã o s e que s enti ra .
cruci fi ca çã o, e s ei s di a s a pós a tra ns fi gura di zendo: Di a nte da sua própria impotência, o
a s cens ã o. Os a conteci mentos − “Nã o tenho prata nem ouro, ma s s umo sacerdote resolveu l i bertá -l os ,
previ stos pelo Rabi, estavam prestes a o que tenho, isso te dou: em nome de ordena ndo porém que nã o ma i s
a contecer conforme pres s enti a m, Jes us Cri s to, o Na za reno, a nda ”. repetissem o nome do Messias e dos
a tra vés da sensibi l i da de que cres ci a E di ante dos olhos a s s us ta dos do s eus “milagres”. Ele ainda desconhecia
dentro de ca da um, assustadoramente a l ei ja do e do s i l ênci o da mul ti dã o a força e a cora gem da quel es
na quel es úl ti mos di a s . próxi ma, o ga l ileu es tende a mã o, pes ca dores de a l ma s .

65
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

17.
INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS

1. A CASA DO CAMINHO Logo, porta nto, a ca s a tornou-s e vi ver humi l demente, como ocorreu
À ma rgem da es tra da que i a de conheci da de todos . com Ba r Na bá, poderosos proprietário
Jerus além a Jope, cons truíra -s e um Es s e galpão ga nhou a denominação de terra s e des cendente de fa míl i a
ga l pão de gra ndes proporções pa ra de “Ca s a do Ca minho”. Alise reuni a m ri quíss i ma e tra di ci ona l da i l ha de
a bri ga r os doentes , a l ei ja dos , toda s as noites, os discípul os , que já Chi pre.
mendi gos , neces s i ta dos de toda cons ti tuía m gra nde grupo, pa ra Certa vez, um ca s al de a deptos,
ordem, que a corri a m em bus ca de ouvi rem os a pós tol os e outros Ana nias e Safira, vendeu s uas proprie-
bá l samo para suas dores . Tra ta va -s e prega dores , di s correrem s obre os da des, doando parte dos l ucros à co-
de uma es tra da ba s ta nte movi - ens inamentos de Jesus. Vi vi a m como muni dade e retendo o restante para
menta da porque Jope era , como i rmã os, a judando-se e amparando-s e uso particular. Propalaram, no entanto,
Ces a réi a , um dos ma i ores portos mutua mente. que estariam doando toda a sua fortuna.
ma ríti mos da Pa l es ti na . Pa ra l á Valendo-se da sua grande
a fl uíam produtos de todo o i nteri or sensibilidade mediúnica. Pedro soube
pa ra serem exportados, enqua nto de 2. ANANIAS E SAFIRA da verdade e aproveitou-se do ensejo
l á ta mbém eram recebidas a s valiosas Como já s abemos, os seguidores do para cortar pela raiz a erva daninha
e a mbicionadas mercadorias , como o Na za reno vi vi a m como i gua i s . As do orgulho e da mentira que começa-
vi nho de Chipre, o l i nho do Egi to, a s propri eda des pertenci a m à va a brotar dentro da comunidade.
s edas da Pérsia, a púrpura da Fenícia, comunidade, assim como o dinheiro e Di a nte de uma a dvertência de Simão,
e outra s tantas considerada s de l uxo os a limentos. Ricos doavam a o grupo Ana ni a s s ucumbe, ocorrendo o
pa ra os ri cos da regi ã o. a s s ua s fortuna s e pa s s a va m a mes mo com Safira, momentos a pós .
Inúmera s vezes vi mos coi s a
s emelhante ocorrer na vi da de Jes us .
Os fatos da vida comum eram
utilizados pelo Plano Espiritual para
integrar os planejamentos maiores
que visavam o esclarecimento geral.
A i mi nente morte do casa l foi us a da
pa ra propiciar a Pedro oportuni da de
de es clarecer a s questões muito sérias
que haviam surgido por oca s i ã o da s
gra ndes doa ções que ocorrera m na
época .

3. ESTEVÃO, O DIÁCONO
O hos pital, a escola, o a l bergue, o
a s ilo, a creche, denominados Ca s a do
Ca mi nho, a traia m uma mul ti dã o de
neces s i ta dos , que começa va a
es capar a o control e dos a pós tol os .
Reuniram-se, então, sob a i ns pi ra çã o
do Al to e encontra ra m uma boa
s ol uçã o pa ra o probl ema . Os
a póstolos estava m s obreca rrega dos
porque eram respons á vei s por toda
s orte de ta refa s , des de prepa ra r e
s ervi r a a limenta çã o e a tender a os

66
INICIAÇÃO ESPÍRITA

doentes, até serem responsáveis pel a os melhores professores da ci dade de ter ouvi do de Es têvã o que Jes us
s ol ução dos gra ndes probl ema s da Ta rs o, onde na s ceu, e depoi s de des truiria o templ o, revoga ndo a Lei
comuni da de enfrenta ndo os Atena s e Al exandria onde foi compl e - de Moi s és .
s a cerdotes e os s a duceus . ta r a s ua formação, a qual tinha como Na quel a noi te fora m à Ca s a do
Criaram, então, a ordem dos pri ncipais objetivos o conheci mento Ca mi nho, pa ra ouvi r o prega dor. Lá
diáconos, ou seja, aqueles respon- da l ei e da s tra di ções fa ri s a i ca s . i ni ciaram uma polêmica, que nã o foi
sáveis pela parte administrativa da Em Jerusalém, Saulo era o a cei ta por Estêvão, ma s que mes mo
comunidade. Essa foi uma das discípulo preferido de Gamaliel, a s sim foi preso e l eva do a o cá rcere.
primeiras influências dos costumes chamado “a beleza da lei”, neto de Com o apoio do Sumo Sacerdote,
judeus sobre o cristianismo Hilel o fundador do farisaísmo, e que apesar dos protestos de Gamaliel,
nascente. Indi víduos s emel ha ntes recebeu o título de “rabbaan” Saulo conseguiu aprovar a
era m contra ta dos ta mbém no ou “nosso mestre”, o qual somente condenação de Estêvão que é
juda ís mo pa ra di ri gi r e ma nter a s seus após ele, mereceram. Ga ma l i el , lapidado por uma turba de saduceus
s i na goga s . já ba stante i dos o, s eri a s ubs ti tuído e fariseus fanáticos.
Um des ses era um moço conhecido dentro em pouco pel o vi goros o e
por todos como Estêvão, os outros fa nático Saulo, na direção do Sinédri o 6. A DISPERSÃO DOS
Prócero, Nicanor, Timão, Pármenas, em Jerus a l ém, órgã o que pra - APÓSTOLOS
Nicolau e Felipe. ti ca mente di ri gi a i nterna mente os Com a s perseguições i mpl a cá vei s
Es têvã o cha ma va -s e rea l mente a s suntos mais importantes da na çã o. l eva das a efeito contra os di s cípul os
Jes i el , cuja fa míl i a di s pers ou-s e Com ta i s poderes na mã os , Sa ul o de Jes us, Saulo l ogrou di s pers á -l os ,
qua ndo da morte do pa i na ci da de vi a concreti za rem os s onhos que a fa stando-os de Jerus a l ém. O púnico
na ta l de Corinto. O moço foi envi a do a ca l enta va des de a a dol es cênci a . apóstolo que permaneceu na capital
à s galera s , tendo s i do s a l vo por ter Des ejava dedicar a s ua vi da à quel e foi Tiago Menor, filho de Alfeu,
cura do a um romano de bom cora çã o que reergueri a Is ra el a o l uga r de porque este mais se assemelhava a
cha mado Sérgio Pa ul o. Qua s e morto pri mei ra na çã o dentre toda s : O um fariseu fanático, respeitando
por ter contra ído a doença, foi leva do Mes sias prometi do pel os profeta s . fervorosamente os rituais judaicos.
à Ca s a do Ca minho, onde foi tratado e Cons egui ri a , com ta i s poderes Tiago manteve em funcionamento a
s e converteu à nova doutri na . prepa rar os ca mi nhos do Mes s i a s , Casa do Caminho, resguardada das
Es têvã o ti nha dois objetivos em sua pa ra que tudo ocorres s e com ma i or investidas de Saulo. Um dos
vi da : pri mei ro, dedicar-se ra pi dez. a póstolos, Felipe, percorreu a Samaria,
i nteiramente a o mei go Na za reno e, cura ndo e pregando para uma grande
s egundo, reencontrar a i rmã Abi ga i l 5. AS PERSEGUIÇÕES popul a çã o.
des aparecida durante a trá gica morte Sa ulo já ouvi ra falar nos s eguidores Al i encontrou a Simão, o Mago, que
do pa i e s ua pri s ã o na s ga l era s . do Na zareno e se revoltava quando s e conquistara popula ri da de gra ça s à s
A pa l a vra de Es têvã o era referiam a ele como se fosse o Messias. s ua s ha bi l i da des e que depoi s s e
i nflamada, clara, e atingi a profunda - − “Como poderi a o Mes s i a s de converteu à nova doutri na .
mente o coração daquel es pobres e Is ra el,ter s i do cruci fi ca do como um Al guns dias após surgiram Pedro e
doentes que o procura va m, cons o- l a drão, sem libertar Israel do jugo de Joã o que possuía m a extra ordi ná ri a
l a ndo-os . Ma s , gra ndes i ni mi gos Edon?” Urdiram-se outros planos para fa cul da de de fa zer a s pes s oa s
gra tui tos ga nha va Es têvã o. Era m os i mpedi r a propa ga çã o da Nova receberem o “Es píri to Sa nto”.
s a duceus materialistas e os fa ri s eus Doutri na . Ma s uma vez Si mã o e Si mã o, o Ma go, tentando comprar
fa ná ti cos que nã o a cei ta va m a s Jocha nan foram presos, mas qual nã o o s egredo des ta ta l fa cul da de, foi
i nterpreta ções cri s tã s da Lei de foi a s urpresa dos sacerdotes, quando s evera mente a dverti do por Pedro,
Moi s és . na outra manhã lá es ta va m de vol ta a rrependendo-s e.
prega ndo no Templ o. Os s ol da dos Fel i pe era ta mbém médi um.
4. O RABINO SAULO DE TARSO a medrontados, disseram que um a njo Recebeu certa feita, de um Es píri to, a
Corri a o a no 35 da nossa era. Saulo os ha vi a s ol to dura nte a noi te. i nformação que deveria s egui r pa ra a
vi a chega rem os úl ti mos a nos da Pel a terceira vez os a pós tol os fo- es tra da que leva va a Gaza. Sem vacilar,
tercei ra década de sua vi da, a té então ra m presos e a gora, s ob forte gua rda , pa ra lá s e dirige, encontrando um a l to
dedicada inteiramente ao estudo e aos enca minhados a julgamento. Estava m funci onário etíope, s uperi ntendente
prepa rativos que deveriam levá -l o à s pres entes: Gamaliel, ra bi Ni codemos de gra ndes negócios da ra inha, que s e
a l tas posições da sociedade judaica da e Jos é de Arimatéia, além de Sa ul o e converte e dei xa -s e ba ti za r.
qua l fazia parte. Filho de tra di ci ona l os s aduceus. Apesar da vi ol ênci a da Ba r Na bá, diri gi u-s e a Anti óqui a ,
fa mília de fariseus s ob a di reçã o do a cus a çã o dos s a duceus , Ga ma l i el porque a li haviam iniciado um núcleo,
vel ho Isaque, possuidor de i númera s cons egui u a bs ol ver os di s cípul os com gra nde número de a deptos , s em
ca ra va nas de camelos que cruza va m di zendo: que houves s e uma pes s oa que os
em todas a s direções os des ertos da - “Se for coisa de Deus, di ri gi s s e.
regi ã o. Sa ul o recebeu educa çã o permanecerá, se não for desapa-
tra di cional, tendo a prendi do des de recerá com o tempo.” 7. RESSURREIÇÃO DE TABITA
meni no, a profi s s ã o de tecel ã o, a Gra nde des a ponta mento s enti u Pedro ta mbém deixou Jerus a l ém,
mes ma de Isaque, que ta mbém nã o Sa ulo naqueles dia s . Ma s cons egui u i ndo pregar nas cidades próximas. Em
poupou esforços para fornecer a o filho a l gumas testemunhas que a firmaram

67
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

Li da curou a Enéas de uma paralisia de refei çã o, uma vi s ã o o a rreba tou centuri ã o s e fez pres ente, e em
oi to a nos . mos tra ndo-lhe uma grande toalha que determi na da hora todos dera m
Al i estava quando vi eram de Jope, des ci a do céu. pa ssividade mediúnica ou “receberam
cha má -l o com urgênci a . Era m os Nes sa toalha, Pedro pôde ver toda o Es píri to Sa nto” da des cri çã o
pa rentes de Ta bita ou Dorcas, menina es pécie de aves, quadrúpedes e peixes eva ngél i ca .
ca ri dosa e querida de todos na cidade. uti l i za dos como a l i mentos pel o Es te fa to ma ra vi l hou a todos os
As s im que Pedro adentrou a ci da de, homem. Em s egui da , uma voz s e judeus pres entes porque es tes
uma multidão de benefi ci a dos pel a ouvi u ordena ndo que Pedro s e jul ga va m que s omente os ci rcun-
ga rota : coxo, estropiados , doentes e s ervi sse daqueles a l i mentos . Di a nte ci da dos era m merecedores de ta l
cri a nças, se aproximou implorando-lhe di sso o após tol o recuou, a s s us ta do pri vi l égi o. Os a pós tol os , em
que a salvasse. E diante do l eito, Pedro di zendo que como judeu não poderi a Jerus além, toma ndo conheci mento
orou a o Mestre, de joelhos, l ogra ndo ja ma i s comer coi s a s “i munda s ”. dos fa tos ocorri dos em Ces a réi a
que a menina novamente leva nta s s e Nova mente s e fez ouvir a mes ma voz cri va ra m Si mã o Pedro de repri -
pa ra a l egri a de todos . Pedro que o repreendeu di zendo: “Ao que menda s :
perma neceu em ca s a de Si mã o Deus purificou não fa ça s tu i mpuro”. − “Entra s tes em ca s a de homens
curti dor, dura nte ba s ta nte tempo, Ao receber a vi s i ta dos i nci rcuncisos e comes te com el es ?”
prega ndo e cura ndo os enfermos . mens a gei ros de Cornél i o, Pedro O a póstolo teve que expl i ca r com
A promessa do Mestre se i mediatamente entendeu o porquê da deta lhes os a contecimentos de Jope
cumpria, mostrando que outros vi s ã o que pres enci a ra : os gentios e Ces a réi a , pa ra que os dema i s s e
também poderiam fazer, o que ele sendo também filhos de Deus eram a ca lmassem nas s ua s i nqui eta ções .
próprio fez. “Podeis fazer o que eu igualmente puros e mereciam ouvir Vê-se que os seguidores do
faço e ainda mais”. as palavras do Redentor assim como Mestre haviam se esquecido já das
os judeus. visitas que este havia realizado a
8. O BATISMO DO CORNÉLIO Segui ndo i nconti nente pa ra Zaqueu, o publicano, na distante
Ha vi a em Cesaréia um centurião da Ces a réi a e a l i chega ndo, Pedro foi Galiléia, e que Levi, apóstolo, fora
corte roma na muito res pei ta do nã o s urpreendido pelo gesto humi l de do anteriormente também publicano e
pel o s eu poder, ma s s i m pel a s ua centurião que se colocou a s eus pés que nem por isso o Mestre deixou
ca ri da de e s i mpa ti a . pa ra adorá-lo. O a póstolo reergueu o de comer em sua casa e com seus
Certo di a um Espírito l he a pa rece s ol dado dizendo-se homem como ele amigos.
pedindo que enviasse al guém a Jope e a bra ça ndo-o fra terna l mente, Os cha ma mentos pa ra que os
cha ma r o a pós tol o Pedro que s e tra ns mitindo nes s e comporta mento a pós tol os dei xa s s em os s eus
encontra va hos peda do na ca s a de exemplos que deveriam ser s egui dos s ecta rismos e pa ssassem a di vulgar
Si mã o o curtidor, a qual ficava junto ao por todos os que hoje em di a s e a nova doutrina para todos os
ma r. jul ga m s uperi ores por ocupa rem povos cons oante os des ejos do ra bi ,
Enqua nto os mensageiros seguia m pos i çã o de des ta que na s s ei ta s a i nda nã o era m entendi dos . Só
pa ra Jope, Pedro pregava nas ci dades rel i gi os a s . ma i s tarde seria m ouvi dos , qua ndo
próxi ma s . Vol ta ndo certo di a pel a Após os primeiros entendimentos , um ra bi no ti ves s e pa s s a do por
pra i a, s enti u fome e pa rou pa ra s e uma reuni ã o foi ma rca da qua ndo Da ma s co e encontra do s eu
a l i menta r, Enqua nto prepa ra va a entã o gra nde número de a mi gos do verda dei ro ca mi nho.

18.
CONVERSÃODE PAULO
De Rabino a Operário
De Moisés a Jesus

1. CONSIDERAÇÕES morte, i mpi edos a mente. repentinamente em um homem vi r-


Conhecendo Ga ma l i el como já o Teri a o bom, sensato e pondera do tuos o e bom como passou a ser após o
conhecemos, muito nos s urpreende à vel ho se enganado na a preci a çã o do s eu encontro em Da ma s co?
pri meira vi s ta que tenha es col hi do ca rá ter de Saulo? E s e o di s cípul o de
como di scípulo preferi do e s uces s or Ga maliel fos s e rea l mente ca pa z de 2. O HOMEM NOVO E O
aquele fanático jovem que, de maneira extra va sar tanto ódio gratui to contra HOMEM VELHO
qua se selvagem, perseguia os cristãos os humildes s egui dores do Mes tre, O jovem Sa ul o a prendera a s er
a té l evá-los à tortura , à des onra e à como poderi a tra ns forma r-s e orgul hoso. Orgulhoso por pertencer a

68
INICIAÇÃO ESPÍRITA

uma tra dicional e conservadora família Ca mi nho nós já s a bemos . Senti u-s e ... Qua ndo conhecer Jes us deverá
judi a ; por s er cons i dera do o ma i or humi l ha do pel o comporta mento s ervi -l o com o mes mo fervor”.
ora dor dentre os doutores do Sinédrio s ereno e comedido de Estêvão que s e Nesse mesmo dia Gamaliel veio
e um dos ma i ores conhecedores e recus ou a polemizar como des eja va . solicitar a Saulo que este lhe
ma i s fanáticos defens ores da Lei de Pres o, o a póstol o comportou-s e tã o entregasse o corpo de Estêvão,
M oisés; e por ter o seu nome apontado di gnamente e tã o de a cordo com seus anunciando também que se retirava
como o ma is prová vel para a sucessão pri ncípios que cons egui u s upera r a definitivamente das atividades do
de Ga ma l i el na l i dera nça da a l a própri a a cus a çã o do gra nde ora dor Sinédrio.
fa ri s a i ca do Si nédri o. que era Saulo, durante o julgamento, o Sa ulo estava convencido de que o
Não, dizia o homem velho, Saulo que veio a aguçar sobremaneira o ódio mes tre ha vi a s i do vi ti ma dos
de Tarso não pode aceitar os que o ra bi no já a l i menta va em s i . “s orti légios” dos cri stãos a tra vés dos
ensinamentos absurdos que o Dura nte as primeiras perseguições “fei tiços e bruxarias ” que l hes era m
nivelaria àqueles “maltrapilhos, a os di s cípul os do Cri s to, foi i mputa dos .
perseguidos e doentios seguidores nova mente surpreendido na Ca s a do Rejeitada pelo noivo, porque Saul o
do carpinteiro”. Ca mi nho com a coragem demonstrada “nã o podi a des pos a r a i rmã de um
Contudo os ens i na mentos novos pel os a pós tol os e pel a i l i mi ta da i ni mi go”, Abi ga i l a doece repen-
que ele ouvia repetidamente aqui e ali confi ança que os i números doentes ti na mente e ca minha a passos l a rgos
encontra va m eco no s eu ínti mo, que a li eram atendidos depos i ta va m pa ra o desenlace final. Informa do da
a poi a dos na educa çã o reta que na quel es tra ba l ha dores do bem. s i tuação, Saulo procurou a ex-noiva e
recebera e nos exemplos de bondade, Revoltava-se ao encontrar naqueles é qua ndo a s ua resistência emoci ona l
jus ti ça e pondera çã o que o mes tre homens maltrapilhos, seguidores de chegou a o l i mi te, a o s a ber que el a
Ga ma l i el l he i ncuti ra na mente. Jesus, a serenidade diante de própri a , des ejos a de s a ber que
E, à medi da que o homem novo qualquer situação, que ele buscava doutri na era a quel a que ha vi a s i do
s e a gi ga nta va pa ra domi na r os tão desesperadamente alcançar a cei ta i ntegra l mente pel o i rmã o,
preconceitos i nteriores do rabino, este através das violências que realizava tra ns formando-o, havia s e converti do
s e i nquietava, se revol ta va contra os em nome da Lei. a o “cri s tianismo” através da a tua çã o
ens inamentos recentes que os a rra s - O s eu desespero a ti nge enormes de um homem que vei o a s a ber
ta ri a m pa ra uma ra di ca l tra ns for- proporções a pós o jul ga mento dos cha ma r-s e Ana ni a s e mora r em
ma çã o. a póstol os a pri s i ona dos . Ga ma l i el , Da ma s co.
Era a i nérci a que s e opõe cons - comedido e justo, vem pessoal mente Sa ulo requisita poderes ao Sinédrio
ta ntemente a os movi mentos reno- i nterceder junto a Sa ul o em fa vor pa ra i r a Da ma s co prender a quel e
va dores e que impedi a uma pronta e da queles homens. Não havia dúvida s , homem, no que é a tendi do
i mediata ades ã o do doutor da Lei à o vel ho doutor da Lei havia se deixado i medi a ta mente.
boa nova do Cri s to. Neces s i ta ndo i nfl uenci a r “pel os a bsurdos
prova r a todos e a si mesmo que Saulo ens i na mentos do ga l i l eu”. De- 4. AS PORTAS DE DAMASCO DÃO
de Ta rso ainda não estava s eguro dos s ori enta do, Sa ul o a qui es ceu em INGRESSO A UMA NOVA VIDA
s eus princípios, tenta va a todo cus to permi ti r que Pedro e Fel i pe per- O ra bi no, à frente de pequena
di s farçar a s extraordinárias l uta s que ma neces s em em Jerus a l ém pa ra ca ra va na de s ol da dos , ca mi nha va
s e tra va vam entre a s velhas e as novas cui dar dos doentes des a mpa ra dos , extrema mente preocupa do. Um
idéias. E como estas interiormente s e que João fosse banido, mas não a bri u mundo desconhecido povoa va -l he a
forta l eci a m a ca da i ns ta nte, Sa ul o mã o da neces s i da de de l a pi da r mente com idéi a s es tra nha s , força s
procura va desesperadamente aniquilar, Es têvã o. des conhecidas para ele obrigava m-no
s e pos s ível , a s ua fonte, a tra vés da No momento da execuçã o é que a medi ta r s obre os úl ti mos
pers eguição aos propagadores da Boa Sa ulo sofre um dos ma i ores a ba l os . a contecimentos, cri ando-lhe um clima
Nova . Sa ulo contrariava a s ua própri a Tendo exigido que Abigail, s ua noi va , i nteri or s a tura do de dol oros a s
ra zã o, rebaixando-se à i rracionalida de es tivesse presente a o a to, provocou i nquietações que não s a bi a expl i ca r.
pa ra retornar a o ca mpo dos i ns ti ntos , um a contecimento que vei o el eva r a Ana l i s a va a s ua vi da , que fora
da ndo va zã o à vi ol ênci a e a o ódi o. proporções críti ca s o s eu es ta do i ntegralmente dedi ca da à bus ca da
emoci ona l . verda de nos ens i na mentos de s ua
3. OS CONFLITOS SE ACENTUAM Abi ga i l reconhece no a pós tol o rel i gião, e conclui que o s eu objeti vo
O i níci o do proces s o de “a ma - a gonizante o seu i rmão Jeziel . E es te, era conquistar a pa z e a s ereni da de
dureci mento” do doutor da Lei pa ra a o i nvés de condena r a Sa ul o pel os que a inda lhe era m des conheci da s .
s ua conversão à nova doutrina, deu-se a conteci mentos pa voros os que E a s ua revolta crescia porque nos
no di a em que ouvi a fa l a r pel a di ri gi ra , va l e-s e da quel es poucos ol hos , no s orri s o, na a l egri a dos
pri mei ra vez nos ens i na mentos de mi nutos de reencontro com Abi ga i l s egui dores do Na za reno, nota va a
a mor, i gua l da de e fra terni da de, pa ra tenta r i mpedi r qua l quer a ni - pres ença constante dos s enti mentos
a tri buídos a o humilde ca rpi ntei ro da mos i da de entre os doi s noi vos , que l he fa l ta va m.
Ga l iléia. Tanto ouvi u sobre o a s s unto di zendo: E em meio às indagações
que res ol veu i r pes s oa l mente −“Cri s to a bençoe a Sa ulo, tenho profundas que lhe saltavam da
conhecer os prega dores de “tã o nel e um i rmã o”. mente, as figuras notáveis de
a bs urda s i déi a s ”. − “Sa ulo deve s er bom e Abigail e Estêvão pareciam estar
E o que s e pa ssou na Ca s a do generoso, defendeu Moisés até o fi m... sempre presentes como se desejosas

69
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

de lhe transmitir alguma orientação e Sa ulo, perplexo, deixou-se envolver todos , curvar-se em pra nto convul s o
algum alento. Eram tão reais que pel os s enti mentos novos que o s obre o pó es ca l da nte da es tra da
Saulo julgava poder falar, trocar homem l he tra ns mi ti a , s obres - como s e es ti ves s e feri do de morte.
idéias com elas. s a ltando-se quando este lhe falou com E Sa ul o vi u que Jesus podi a l er
Ma l podia i ma gi na r que a quel a s i nes quecível a centua çã o: os s eus pensamentos e que conheci a
enti dades a migas o prepara va m pa ra profundamente a s s ua s rea ções
gra ndes eventos . −“Sa ulo... Saulo!... por que me ma i s ínti ma s , poi s di s s e:
Tudo o que procurava encontra ri a pers egues?” − “Sa ul o, nã o reca l ci tres contra os
na quela estrada em poucos instantes . Ins ti nti va mente, col oca -s e de a guilhões.”
Sa ul o s egui a a bs orto nos s eus joelhos e diante do desconhecido, com
pens a mentos , a l hei o a o s ol Di a nte destas palavras a s úl ti ma s
o cora çã o opres s o num s enti mento
ca us ticante do deserto do plano meio- res i s tênci a s ca íra m por terra . As
i ndefi nível de venera çã o e a mor.
di a , qua ndo foi s urpreendi do pel o pa l avras de Abi ga i l , de Es têvã o, de
Quem s eri a a quel a ma jes tos a
a pa reci mento de es tranha Si mã o Pedro, eram verdades que el e
enti dade, cuja presença lhe inunda va
l uminosidade cuja fonte nã o s oube a té então recusava aceitar, cego pel o
o cora çã o de emoções desconhecidas,
i denti fi ca r. orgul ho.
a o mesmo tempo que l he infundia um
Sente-se envolvido por uma nuvem Cons i derou o tempo perdi do no
res pei to i nédi to?
ra di ante que l he ofusca a vi são. O a r à es tudo de ens i na mentos ma l
E s em perceber os a mi gos
s ua frente pa rece fender-s e i nterpreta dos ; medi u a energi a
a s sustados que l onge perma neci a m
repenti na mente, provocando-lhe des pendida na defes a de pos i ções
pergunta :
des agradável verti gem, termi na ndo fa ná ti ca s ; jul gou a s a troci da des
por ca i r a o s ol o s ob os ol ha res cometi das durante as s uas i mpiedosas
−“Quem s ois, Senhor?”
a s sus ta dos dos s eus coma nda dos . pers egui ções a os s egui dores do
Ao que, com des conheci da homem que a gora l he es tendi a
Quer des es pera da mente pedi r
s ocorro, mas a voz parece-lhe presa na bra ndura, a enti da de l he res ponde: ca ri nhosamente a mão l eva nta ndo-o
ga rga nta . do pó dos seus erros, e i nunda ndo o
Des eja ori enta r-s e, mas nada −“Sou Jesus, a quem pers egues .” s eu coração de alegria, fé e confia nça
consegue ver a não ser uma entidade Entã o os ol hos es ta rreci dos dos no futuro.
res plandecente, tra ja ndo l umi nos a s eguidores puderam ver o orgul hos o Al i naquele loca l , a pós i ns ta ntes
túni ca , cujos ol hos ma gnéti cos doutor da Lei todo poderoso entre os que l he pa recera m s écul os , fez o
i rra di a va m s i mpa ti a e a mor. pres entes, respeita do e temi do por protes to de dedicar toda a sua vi da a
Jes us, e i mediatamente pergunta, sem
es colher ta refas ou impor condi ções :
− “Senhor, que querei s que eu
fa ça ?”
− “Entra na ci da de, l á s a berá s .”
Após es ta s pa l a vra s Jes us
des a pa receu a os ol hos dos enca r-
na dos, deixando Saulo nova mente
à s voltas com os problemas materiais.
Os s ol dados , a pa rentando
preocupa çã o, a tri buía m os
a contecimentos à febre dos que s e
expõem l ongamente ao sol escaldante
do deserto e à fa l ta de a l i menta çã o
a dequa da , ou a os s orti l égi os dos
fei ticeiros que i nfes ta va m a regi ã o.
Após despachar os res ta ntes dos
s ol dados de volta a Jerusa l ém, Sa ul o
pede a Ja có que o a compa nhe a
Da masco, pois estava completamente
cego.

5. O PERSEGUIDO AUXILIA
O PERSEGUIDOR
Nã o tendo s i do recebi do pel os
a nti gos a mi gos , Sa ul o hos peda -s e
numa humi l de es ta l a gem da rua
Di rei ta , pertencente a um ta l

70
INICIAÇÃO ESPÍRITA

Juda s,onde perma nece por três di a s convertera a o “Cri stianismo”, e fi na l - Sa ulo dirige-se entã o pa ra o l oca l
i nteiramente s ó, tendo a provei ta do mente, pôde transcrever integralmente onde, após o reencontro emociona do
pa ra pens a r e medi ta r s obre os a s a notações de Levi (Ma teus) s obre a dos doi s tra ba l ha dores , pôde
úl ti mos a contecimentos que lhe foram, vi da de Jesus, a pa rti r de uma cópi a extra va sa r toda s a s s ua s dúvi da s e
a pesa r de tudo, tã o des a gra dá vei s . em poder do s eu benfei tor. i nqui eta ções pa ra que o mes tre o
Enqua nto Sa ul o era s ubmeti do a conselha s s e a gora mel hor do que
a quel es três di a s de di s ci pl i na a ntes, já que conheci a os pri ncípi os
es piritual, Ananias recebia a vi s i ta de 6. A REPERCUSSÃO tã o s á bi os di vul ga dos pel o Cri s to.
Jes us, a lhe pedir que fosse assistir a o Sa ulo estava a nsi os o pa ra entra r E é a ssim que, orientado pelo sábio
ex-ra bi no. em a çã o. Decidiu no mesmo di a que, vel hi nho, Saulo aceita o trabalho de
Di a nte do receio do velho discípulo no domingo, iria à Sinagoga transmiti r tecelão num oásis distante,
em enfrenta r o terrível pers egui dor a os demais as Boas Novas, crendo, na chamado de Dã, onde vem a
s ua ingenuidade, que s eri a m a cei ta s conhecer novos e valiosos amigos.
dos “cri s tã os ”, Jes us l he di z:
Tratam-se de Áquila e Priscila,
− “Va i , porque es te é pa ra mi m o por todos .
cristão refugiados das suas
va s o escolhido para l eva r meu nome Todos os grupos e rodas s ociai s da
antigas perseguições em Jeru-
pera nte os gentios e os reis, e os filhos ci da de e da regi ã o, no enta nto, já salém. Após um a no de tra ba l ho
de Is ra el .” conheciam “as novas”: Saulo, o rabino, conjunto, ma i s forta l eci do na s ua
es ta va l ouco. O que ma i s chocou crença , o ex-rabi no i nda ga a o ca s a l
a quel a s pes s oa s foi a a ti tude
É a s s i m que, no tercei ro di a , o a mi go:
des assombrada de Saulo que teria dito
hoteleiro anuncia a Saulo a chega da a o Na za reno:
de a l guém, o que vei o tra zer gra nde −“Que fa ri am di a nte do
a l egri a a o jovem por poder fa l a r − “Senhor, que queres que eu faça”; pers eguidor?”
nova mente a um a mi go. s em i mpor condi ções ou exa mi na r −“Procura ría mos ver nel e um
Ma s , di a nte do muti s mo do di rei tos .
vi s i ta nte, Sa ul o i nda ga : i rmã o, e tentaríamos tes temunha r o
a mor que Jes us nos ens i nou.”
No domi ngo, a pres entou-s e a
− “Quem s oi s ?” Sa doc, antigo amigo, para rel a ta r-l he −“Poi s meus a mi gos , eu s ou
− “Irmã o Sa ul o, fui envi a do por os a contecimentos, diante dos qua i s Sa ul o de Ta rs o.”
Jes us que encontra s te à entra da da es te mos trou-s e profunda mente
choca do: As s ombrados, mas profundamente
ci da de;”
−“Ma s , o vos s o nome qual é?” – emoci onados pel a oportuni da de de
−“Ma s Sa ulo, e a s ua fa mília, e a reconciliação que recebi a m na quel e
pergunta Sa ul o s urpres o. s ua pos i çã o?” i ns ta nte, res pondera m:
− “Ana ni a s ”. − “Agora es tou com o Cri s to, el e
convocou-me para maiores es forços . − “Irmã o Sa ul o, como i rmã os
O pers eguido vi era em a uxíl i o do Já nã o sou mais eu que vive, fala e age, es tá va mos s epa ra dos e a gora nos
pers egui dor. é Jes us quem vi ve, fa l a e a gem em
Di a nte daquele que havia ensinado meu l uga r.” reencontra mos .”
a s verdades da Boa Nova a Abi ga i l , e
que fora o moti vo da s ua vi nda à Apres entando-se à Sinagoga, Saulo No outro di a , os três pa rti a m de
ci da de, Sa ul o s ente-s e toma do por é i nsultado e quase a gredi do, a pós o vol ta à civili za çã o pa ra l eva rem a os
profundo sentimento de venera çã o, homens os novos conheci mentos
que, profunda mente ma goa do,
di zendo:
des pede-s e dos a mi gos rea i s que a dquiri dos . O Ca s a l di ri gi u-s e pa ra
encontra ra entre os s egui dores do Roma e Saulo regress a nova mente a
− “Qui s era bei ja r a vos s a túni ca , Mes tre na quel a ci da de, pa ra i r à Da ma s co.
ma s es tou cego.”
procura do s eu mestre Gamali el , que
pa s s a ra a vi ver no des erto, num 8. OS PRIMEIROS PASSOS
Di a nte da a titude humi l de do ex-
povoa do nã o mui to di s ta nte. NA TRILHA DO MESTRE
ra bi no, Ana ni a s comove-s e, e a l i
Nova mente Sa ul o tenta prega r a
mes mo, s em perda de tempo,
Boa Nova na s inagoga em Da ma s co
promove o batismo de Sa ul o à nova
7. OS NOVOS AMIGOS e, pers egui do, vê-s e força do a fugi r
crença ; a pós o que, impondo-lhe as
Na ci da de de Pa l mi ra , Sa ul o a l tas horas da noite, tra nspondo com
mãos, faz movimentar enormes
encontra -s e com um i rmã o do s eu a a juda de a lguns amigos , num ces to
quantidades de energias através de
a nti go mes tre que, a pós recebê-l o, de vi me, o muro da cidade e s eguindo
um passe poderoso que, num
ma nifesta estranheza pelas mudanças a pé na di reçã o a Jerus a l ém.
instante, restituiu a vista ao jovem,
ocorri das com o a ntigo presidente do Mas, indo de Damasco à capi-
destruindo os fluídos densos que
Si nédrio que, segundo s uas pa l a vra s : tal, Saulo teria que atravessar toda
obstruíam os raios luminosos.
− “Pa s sa dias e dias numa ca ba na a Galiléia, palco das atividades do
Al i perma necera m juntos o di a
a ba ndonada num pequeno oá s i s , à Mestre que ele tão bem conhecia
todo, tendo Saulo conhecido a história
s ombra de algumas ta mareiras, l endo através dos relatos dos amigos e
de Ana nias, ex-s a pa tei ro de Ema ús
e rel endo um ma nus cri to es tra nho da leitura constante das anotações
que conhecera o Mes tre, de como
que nã o pude entender.” de Levi (Mateus)
tra va ra conhecimento com Abigail e a

71
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

Foi com enorme emoçã o que Ma s Sa ulo nota gra nde muda nça −“Que s i gni fi ca a comédi a de
Sa ulo percorreu todos a queles l oca i s em tudo, a tribuindo-a à a us ênci a de Da ma s co, entã o?”
tã o queri dos que l he pa reci a m tã o Es têvã o, que a traía gra nde mul ti dã o
E termi na por dei xa r Sa ul o num
fa mi liares. Ca minhou l entamente pela de s ofredores pa ra ouvi -l o
es ta do próxi mo a o des es pero
a reia das praias do l a go da Ga l i l éi a res peitosamente durante as pregações.
compl eto quanto, friamente, retendo
onde o mestre pisara , prega ndo a os Agora, o auditório mais parecia uma
no peito sentimentos perfei ta mente
tra ba l ha dores humi l des que o sinagoga, com judeus inflexíveis e
opos tos , o vel ho Is a que encerra a
s egui a m; es teve em Ca fa rna un fanáticos a ouvir discussões sobre
entrevi s ta di zendo:
fa l ando a Levi ;conheceu a col etori a assuntos nem sempre importantes
onde trabalhava o apóstolo quando foi da nova doutrina, sob a orientação de −“Es col ha a fi na l : eu, ou o
cha mado a o testemunho; foi verificar Tiago, filho de Alfeu. Os doentes ca rpi ntei ro des prezível .”
a ca s a da s ogra de Si mã o Pedro de e a fl itos de toda sorte eram atendidos Di a nte da posição inflexível do pai ,
onde Jesus partia nas suas a nda nça s numa s a l a a o l a do por Si mã o, que Sa ulo afasta-se daqueles l ocais que lhe
pel a regi ã o; es teve em Bets a i da e a s s i m a l ertou a Sa ul o:
fa zi am vi brar as cordas mais profundas
Na za ré; em Da l ma nuta fa l ou com − “Gra ça s à a tua çã o de Ti a go, os do s eu Es pírito, afastando-se também
Ma ri a Madalena; conheceu inúmeros pers eguidores respeitaram a casa, que, da ci dade em direção a os arredores do
cegos , leprosos e estropiados cura dos a s s i m, pôde conti nua r a receber a Ta uro onde va i encontrar a brigo numa
por Jes us . Des eja va i ntei ra r-s e de todos os neces s i ta dos que nos da s mui ta s ca verna s da regi ã o.
todos os fa tos , e coordená -l os procura m.”
Foi ali que encontrou mediu-
correta mente pa ra poder, com Sa ul o a pes a r de ter a cei to a s nicamente pela primeira vez Abigail e
fa ci lidade e desembaraço, ensi ná -l os expl ica ções do vel ho a pós tol o nã o Estêvão, os quais lhe transmitiram a
a os dema i s . pôde perma necer em Jerus a l ém seguinte orientação:
Após vá ri os di as na região, di rige- porque a inda era temido pel o povo e
s e fi nalmente a Jerus a l ém e a l i , na porque poderi a des perta r a i ra dos −“Nã o te detenha s no pa s s a do,
ci da de s a nta dos judeus , el e s ente ra bi nos contra a casa. Assim retirou-se quem ha verá i s ento de cul pa ?”
pa s s a r pel a ca beça toda s a s pa ra a cidade natal, Tarso, com a ajuda E a cres centa ndo, em mei o e um
recorda ções que l he era m tã o de a bnega dos a mi gos e i rmã os em a mbi ente de profunda emoçã o e
a ma rgas. Dirigindo-s e à res i dênci a crença . a l egri a , o s egui nte progra ma :
dos a mi gos é recebi do fri a mente,
−“AMA! TRABALHA! ESPERA!
porque fora cons i dera do l ouco. Na 9. UM PROGRAMA DE
Ca s a do Ca minho ta mbém encontrou ATIVIDADE PARA SAULO PERDOA!
di fi cul da des da s s ua s terrívei s Ao chega r a Ta rs o, s ua ves No di a seguinte alguns ci dadãos de
pers egui ções . Ma s gra ça s à i nter- recorda ções começara m a s urgi r em Ta rs o nota ra m um homem
vençã o de Pedro e Ba rna bé que s ua mente e Saulo ganhou novo alento ma l trapil ho, quei ma do pel o s ol do
depos i ta va m gra nde confi a nça no pa ra se dirigir à casa de s eu pai, onde des erto, ca rregando pesados fardos de
converti do, tudo pôde ser resolvi do a es pera va encontra r o a poi o que couro pa ra a s ua tende de tecelão, no
contento. necess i ta va e o ca ri nho que já nã o qua l l hes pareceu reconhecer o jovem
Recebi do na Ca s a que a nte- recebi a há mui tos a nos . Tenta ndo Sa ulo, a nti go ra bi no de tra di ci ona l
ri ormente ha vi a des eja do des trui r, expl icar a seu velho pai os fatos, disse: fa míl i a da ci da de. Rea l mente era
Sa ulo descansa no mesmo l ei to onde − “Meu pa i, não estive doente, mas Sa ulo que abandonara definitivamente
outrora repousara Es têvã o, e es tuda s i m muito neces s i ta do do Es píri to.” a s ua i dentidade de doutor de lei para
nos mes mos perga mi nhos que o Di a nte disso, o orgul hos o a nci ã o, rei niciar sua ca minhada como humilde
s ervi ra m. fi rme e s ol ene, pergunta : operá rio em busca de novos objetivos.

72
INICIAÇÃO ESPÍRITA

19.
O APÓSTOLO PAULO E SUAS PREGAÇÕES

s ua i greja, Ba rnabé vol ta a fa lar com Na za reno. E funda menta ndo mui to
1. CONVITE PARA O TRABALHO Pedro que des creve a el e os predi - bem a s ua i déi a , propôs serem todos
As perseguições s e torna ra m a ta l ca dos do jovem doutor da l ei conhecidos a partir daquele dia pelo
ponto i ntens a s , mes mo a pós a converti do, que há anos s e encontra denominativo de “ CRISTÃOS ”, no
convers ão de Pa ulo, que os a póstol os em Ta rs o, humildemente trabalhando que foi i media ta mente a ca ta do por
fora m obrigados a dei xa r Jerus a l ém como tecel ã o. todos .
em bus ca de l uga res que l hes pos - Já s eis a nos ha vi a m tra ns corri do Por es ta época a a fl uênci a de
s i bilitassem o trabalho. Este fa to vei o a pós ter sido expul s o pel o pa i que, s i mpa ti za ntes da nova doutri na
contri buir em muito para a expa ns ã o a ma rgurado, mudou-se para Eufra tes cres ceu a tal ponto que s e forma ra m
da nova doutri na . onde foi morrer. verda deiras romarias rumo à ci da de
Apenas os observadores rigoros os Considerando ótima a sugestão, de Anti oqui a pa ra verem e s erem
da l ei , como Ti a go, fi l ho de Al feu, Barnabé dirige-se para Tarso, na beneficiados pelas curas admiráveis já
perma necera m na ca pi ta l . Pedro Cilícia, distante 240 km de Antioquia, rea l i za da s pel os doi s a pós tol os .
percorreu diversas cidades litorâneas para convidar o ex-rabino. Es te a i nda
e depois foi a Samaria, com João, era temi do em Jerus a l ém, ma s 3. DIFICULDADES EM
para onde já havia se retirado Felipe. compl eta mente des conheci do em JERUSALÉM
Um dos núcl eos na s centes do Anti oquia, o que l he deu confi a nça Era ba s ta nte comum, na época ,
Cri s ti anismo mais promissor era o de pa ra a cei ta r o convi te. que os médiuns profetizassem, s endo
Anti oqui a , na Síri a . Ha vi a cres ci do ouvi das as orientações mais ra cionais
ta nto o número dos adeptos naquel a 2. ANTIOQUIA e col ocadas em prática para benefíci o
ci da de, que es tes s ol i ci ta ra m a Chega ndo à cida de, i ni ci a ra m de de todos .
Jerus além enviasse um dirigente mais i media to o tra ba l ho, Sa ul o, porém, Um dos médiuns preferidos para
es clarecido que pudes s e ori enta r o a pres enta va uma i nes pera da comunicações mais i mportantes era
des envol vi mento do grupo. di ficuldade: Nã o era cl a ro na s s ua s Aga bo. Es te, certo dia. recebeu
Um dos novos a póstolos, Barnabé, exposições , fa l a ndo de ma nei ra à s notá vel mensagem na qual eram
da tri bo de Levi , na tura l da i l ha de vezes vi ol enta e des a gra dá vel . revel adas gra ndes prova ções e
Chi pre, foi convocado pa ra ocupa r o Ma s , pa rti cul a rmente, Sa ul o era di ficuldades para os cri stãos de Jeru-
ca rgo. i ncessantemente procurado por todos. s a lém, a s e realizarem em breves dias.
Os tra ba l hos evol uíra m s a ti s - Na Igreja, reunia grandes grupos que o Avi s a do, Pedro, de i nício nã o crê,
fa toriamente a té que Barnabé a chou ouvi a m a tenta mente conta r s ua s ma s passadas poucas semanas escreve
necessário procurar alguém mais para experiências. A s ua tenda de tecel ã o a Ba rna bé s olicitando a uxílio dos
a rca r com a s pes a da s res pons a - es tava durante todo o dia repl eta de i rmã os de Antioquia por que, de fato,
bi l idades que iam surgindo. Antioquia, i ndi víduos que o procura va m pa ra gra ndes sofrimentos s e abateram
como terceira maior cidade do Império es clarecimentos de di vers os pontos s obre a ca pi ta l .
Roma no na Ásia Menor, na época, era obs curos da nova doutri na . Al ém das epidemias e da esca s s ez
gra nde centro de convergênci a de Dentre os freqüentadores de víveres, ma l a i nda pi or ocorrera :
mui tos e di ferentes povos . Era assíduos daquelas reuniões surgiu Tiago, filho de Zebedeu, vindo da
necess á ri o encontra r com urgênci a certo dia um jovem chamado Lucas. Galiléia, fora preso e executado de
a l guém que reuni s s e condi ções de Era médico de bordo de um navio imediato por Agripa para aplacar
contenta r a todos . merca nte que a portara por alguns dias o ódio dos judeus mais tradi-
Va l endo-s e de uma vi a gem a a l i próximo, na ci dade de Selêucia. cionalistas e dos sacerdotes po-
Jerus a l ém, Ba rna bé comenta com Por mui tos di a s s egui dos Luca s derosos.
Pedro a s di fi cul da des e s ol i ci ta a o es teve s e i ns trui ndo com Sa ul o na Reuni ndo doa ções , pa rtem
cons elho ponderado do apóstolo mais nova doutri na . Ba rna bé e Saulo para a Ca pi ta l cri s tã
experi ente que medi ta demora - Certo di a , o médi co cha mou a da época onde já nem mesmo a Pedro
da mente s obre o a s s unto. a tenção do apóstolo sobre a fa l ta de encontrara m. O deci di do pes ca dor,
Ao s e a proximar o dia do retorno à uma denominação dos seguidores do des ejando requisitar o corpo de Tiago,

73
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

fora ta mbém pres o, ma s es pon- s omente dos judeus i nfl exívei s e mentores es pi ri tua i s , os qua i s s e
ta neamente solto por um anjo que lhe fa ná ti cos , a s nova s i déi a s nã o ma ni fes ta ra m fa vorá vei s a o em-
vi s i tou a cel a dura nte a noi te. a ti ngi ra m os s eus fi ns . El e fora preendi mento.
Pres s ionados, ta mbém Fel i pe e o cha mado a divulgá-las e exempl i fi cá - Prepararam-se então para a
i rmã o do executa do, Joã o, fora m l a s a té os confi ns do mundo. viagem, deixando à testa da Igreja,
obri ga dos a dei xa r a ci da de. E s entindo os i nfluxos poderos os Monahem, colaço de Herodes,
Somente Tiago, filho de Al feu, pela do pl ano espiritual a l he descortinar o auxiliado por Negro, Lucas, Cireneu e
s ua obediência às l eis mosaicas, podia gra nde tra ba l ho que o es pera va , outros.
ma nter em funcionamento a gra nde Sa ulo, emocionado, convida Barnabé
Ca s a do Ca mi nho, nes s a a compa rtilhar dos seus ideais, no que 4. PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA
época mais parecida a uma sina goga , é i medi a ta mente a col hi do. Ma rgea ndo o Orontes, alcançara m
já que nel a s omente s e fa l a va na s Pa s s a ra m entã o a tra ça r os o l i tora l e ruma ra m pa ra SELÊUCIA,
Es cri tura s Sa gra da s e a pena s os pri mei ros pl a nos . onde foram a panhar um navio que os
ci rcunci s os podi a m freqüentá -l a . Ini ci a ra m pel a terra na ta l de l eva s s e à i l ha de CHIPRE.
Por recei o das represálias, Tiago Ba rna bé, e em ca da ci da de, ca da Chega ndo à i l ha , a porta ra m em
nã o convidou os vi ajantes a pousarem povoa do, prega ri a m a Boa Nova , SALAMINA, gra nde porto feníci o,
na i greja, obrigando-os a procurarem tra ba lha ndo ca da um no s eu ofíci o onde procura ra m de i medi a to a
a bri go na casa de Ma ria Marcos, irmã pa ra se sustentarem ma teri a l mente. s i nagoga l oca l a fi m de i ni ci a rem o
de Ba rnabé, onde foram rever João Joã o Ma rcos l ogo mos trou-s e ma i s brevemente pos s ível a s
Ma rcos , jovem e cheio de entusiasmo. i nteressado em a companha r a dupl a prega ções da nova doutri na .
Al i s e reunia o grupo de cri stãos de a póstol os , e tã o convi cto es ta va E a s sim fizeram ta mbém em outros
des contentes com Ti a go, pos- que Sa ul o e Ba rna bé ti vera m de pequenos povoados l itorâneos como
s i bilitando a Saulo va liosa opor- a cei tá-l o no grupo, a gra deci dos a o Ci ti um, Ama tonte, a té chega rem à
tuni dade de discutir os grandes Mes tre pelos recursos que recebi a m, ca pi tal romana da i l ha , a ci da de de
probl emas pelos quais pa ssava a des de o i nício, para a ta refa que iria m NEA-PAFOS.
doutri na de Jes us , na quel a época . empreender. Al i permaneceram ma i s tempo: o
Concl uiu certa noi te, em reuni ã o Chega ndo a Anti oqui a s ubme- s ufi ci ente pa ra que o procôns ul
com s eus confrades que, a depender tera m-se a i déia à a preci a çã o dos roma no Sérgio Pa ulo s e i nteirasse da

- --- - -·
---
-- . .. ::_-

----=-
---~ □ --- -::,--
-
- ---- ---
--·- . --:.._
---- ·. .. .
- T)NA1
AS VIAGENS
DE PAULO --------
-·--
19 VIAGEM

74
INICIAÇÃO ESPÍRITA

pres ença dos prega dores e os Vendo isso, temeroso de perder a pós tol os s em demora pa ra a s
convi da s s e a i rem a o pa l á ci o. s ua influência s obre o romano, Simão des conheci da s i l ha s da pri mi ti va
Na quel es poucos di a s na ca pi ta l , pede permissão para realizar uma PANFÍLIA.
Sa ul o es teve s empre a bs orto, s éri e de fenômenos estranhos, alguns Da ca pi ta l toma ra m uma em-
procura ndo des cobri r no ma i s medi únicos, com a col a boração de ba rca ção que os l evou à ATÁLIA, onde
profundo da s ua memóri a de onde di versos médiuns perturbados que o pros s egui ra m na s s ua s prega ções .
conheci a o nome do procôns ul . a companhavam, outros de simples O que diferenciava enormemente
Enqua nto rememora va , prega va pres tidigitações, s empre com o Pa ul o dos dema i s prega dores que
a os cri s tã os do l oca l , procura ndo objetivo de reconquistar seu prestígio. a pa reciam muito ra ramente, era o seu
conhecer um pouco ma i s dos Ta nto fez que Saulo se vi u obrigado des prendimento, s ua deci s ã o, cora -
cos tumes es tra nhos da quel e povo, a cegá-lo momentaneamente, para em gem e confi a nça no Mes tre.
dentre os quais s e destacava o culto s egui da res ti tui r-l he a vi s ã o, pa ra Al ém disso, falava aos gentios com
de Afrodi te. a s s ombro dos es pecta dores e i nfi ni to ca ri nho, afirmando-lhes, ao
No di a mes mo da entrevista com pri nci pa l mente do roma no, que a contrário dos demais judeus, que o
o procôns ul foi que o ex-ra bi no pa rti r da í pa s s ou a res pei tá -l o e Messias tinha vindo para toda a
s ol uci onou o eni gma que o obedecê-l o como a um mes tre. humanidade. Is to despertava gra nde
a tormenta va há di a s : Sérgio Paulo! Ta i s conheci mentos s obre i nteresse entre aquele povo sofri do e
Certamente tratava-se daquele medi unidade Saulo ha vi a a dqui ri do necessitado de amor, que se a garra va
romano libertador de Estêvão, cuja da s s ua s convers a s com Pedro em à quel a s i déi a s como a uma tá bua
historia Pedro havia contado com Jerus além, o qual lhe transmitiu todos s a l va dora no ocea no da s crença s
detalhes e que a umenta ra os os concei tos tra zi dos por Jes us i rra ci onais, dos deus es vi nga ti vos e
profundos s entimentos de a dmiração dura nte os 40 di a s que es teve em ra ncoros os , que a bunda va m entre
e res pei to que já a l i menta va por corpo espiritual dentre os a pós tol os . el es .
a quel e jovem que fora s eu A pa rti r da í o procôns ul Prosseguindo, chegaram à
pers egui dor e vi ti ma . reconquistou rapida mente a s a úde. PERGA, onde João Marcos, des-
Acompa nhado de Barnabé, rumou Recebeu de Saulo não s omente cura gostoso com o andamento da
pa ra o palácio, onde foi recepciona do momentâ nea , na forma do pa s s e empreitada, delibera retornar a
pel o procôns ul e por um enorme cura dor, como ta mbém ouvi u dele os Jerusalém.
s équi to de i ndi víduos es tra nhos e pri ncípios básicos da nova doutri na , Com o grupo reduzi do, ma s
doenti os . pa ra que pudesse por si só coloca r-s e confi antes e resolutos, pusera m-s e a
Dentre eles destaca va -s e um que a ci ma das i nfluênci a s de i ndi víduos ca mi nho da PISÍDIA.
a tendi a pel o nome de Simão Bar i gnorantes e maus, outros Alimas que Na s tri l ha s tortuos a s da s mon-
Jesus, ou Alimas, o mágico, e que a bunda va m a regi ã o. ta nhas foram testados várias vezes na
pa reci a s er o l íder da quel a s úci a . O romano foi batizado, confi a nça que os a ni ma va . Nã o
O roma no estava preso de um ma l transformando-se em breve num fa l taram chuvas e vi olentas enchentes,
des conhecido que desafiava a ci ênci a grande colaborador da comunidade noi tes a o relento, perigosas escaladas
dos s eus ma gos e cura ndei ros . Por cristã florescente na ilha. Ta nta pel a s gri mpa s dos
i s so havia consentido na aproximaçã o s ol idez transmi ti u a el a que ja ma i s montes, e a té mesmo s a l tea dores
do má gi co cha rl a tã o, curi os o por necessi tou Sa ul o retorna r a o l oca l em bus ca de ri queza s ocul ta s e
tes tar todas a s possibilidades de cura . pa ra nova s prega ções . tes ouros ma ra vi l hos os .
E fora pelo mesmo motivo que ha vi a Foi ali ainda que, graças à confiança Chega ra m fi na l mente a ANTIÓ-
convi da do os doi s a pós tol os . a dquirida em si mesmo após os fa tos QUIA onde procuraram o albergue da
O ex-doutor da lei compreendeu de ocorri dos , Sa ul o assumiu s i na goga , doentes e es gota dos
i mediato a má influência ca usada pelo na turalmente a direçã o da pequena fi s icamente. Já no outro di a , porém,
má gi co, decidindo afastá-lo da corte e ca ra va na. Tão sincero e des prendi do s a íra m à procura de emprego
ga nha ndo a s s i m a confi a nça do era Ba rnabé, que aceitou de imedia to porque s ua s res erva s ha vi a m s e
i mporta nte roma no. a nova s ituação. E tã o des l umbra do es gota do.
Sa ul o i ni ci a des crevendo em es tava pelos a conteci mentos novos No sábado próximo Paulo
rá pi da s pa l a vra s a doença do que propôs a Sa ul o a troca do s eu realizou seu primeiro discurso em
procôns ul , a fi rma ndo tra ta r-s e do nome para que este se esquecesse de público a pós muitos anos de silênci o,
mes mo ma l que o a cometera há vez do que fora a nteri ormente, tendo sido mui to gra nde o s uces s o
mui tos anos passados e do qua l fora fa zendo nascer em definitivo um novo que a lcançou, causando admi ra çã o e
s a lvo graças ao concurso de um jovem homem dentro de si. Assumiu então o res pei to em todos .
cha ma do Jezi el . nome de Paulo, a grafia romana do O número de judeus que aderi ra m
Impres s i ona do, Sérgi o Pa ul o seu antigo nome. a o Cri s ti a ni s mo foi gra nde e o de
a credita s er um mi s teri os o dom do De Chi pre, não se preocuparam em genti os ainda maior, formando-se com
a pós tol o a quel e de conhecer o i r prega r a Boa Nova à s gra ndes i s so gra nde comunidade que se reunia
pa ssado, e manifes ta s eu des ejo de ci da des da época, mas as s i m como o em ca s a de um del es .
s a ber ma i s s obre a quel e Mes s i a s Mes tre havia escolhi do a di s ta nte e Ma s , s e cres ci a m os a deptos ,
prega do pelos dois homens, a s eu ver pobre Galiléia, a terra de Zebul om e a umenta va m ta mbém os des -
um poderos o e s a pi ente deus . Na fta li dos profetas, também foram os contenta mentos entre os judeus

75
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

ortodoxos e fa ná ti cos , que culmi- a quel e povo. Logo adiantou-se um dia em que esteve à frente de outra
naram por expulsar da cidade os dois paralítico que pela sua fé turba semelhante àquela para levar à
apóstolos, os qua i s vi ra m-s e na extraordinária foi curado com a ajuda morte o primeiro mártir do
necessidade de deixá-la, dirigi ndo-s e dos dois pregadores. Cristianismo, Estêvão. Paulo tinha
pa ra ICÔNIO. Havia na cidade um templo consciência de que uma Lei Divina, a
Al i ta mbém os a pós tol os nã o fo- dedicado a Júpiter e o povo, tendo à de Ação e Reação, se cumpria naquele
instante.
ra m bem recebi dos . Envolvido por frente o seu sacerdote, julgou estar
Um jovem, porém, estava do seu
uma intriga passional sem diante do próprio deus greco-romano
lado e conseguiu afastá-lo de sob as
fundamento, Paulo esteve preso 5 e do seu intérprete Mercúrio; pedras quando já estava prestes a
dias tendo sido submetido aos i ni ci a ra m entã o gra ndes cul tos e desfalecer; era Timóteo, neto de
açoites e às torturas, a o fi m dos ri tua i s a cumul a ndo dá di va s e Lóide, que o conduz à casa da avó,
qua is deliberaram prosseguir s empre curva ndo-s e a os des ejos dos doi s onde é tratado com todo carinho.
em frente rumo a nova s terra s . a dmi ra dos judeus . Não desejando ser motivo de no-
Pa rti ra m então para a LICAÔNIA, Aquel a s tenta ções de poder e vas apreensões para seus bons
e a tra ves s a ndo a s monta nha s da pres tígio, no enta nto, nã o pudera m amigos, Paulo e Barnabé partem,
regi ão, deixaram para trá s a Ga lácia dobra r os doi s fi éi s s egui dores do deixando em Listra um núcleo
e a Pi s ídi a , chega ndo a ci da de de Cri s to, os qua i s , s evera mente, cristão pequeno, mas forte e
LISTRA. mos tra ra m a os ci da dã os o erro convicto.
Tra zi am uma ca rta de a pres enta - cometi do: não passavam de homens Prosseguiram até DERBE onde
çã o pa ra Lói de, i rmã de um novo comuns e sem outros poderes a nã o puderam se refazer dos sofrimentos
cri s tão no Icônio, em ca sa de quem s er o da mediunida de movi da pel os físicos recebidos enquanto pregavam
ao povo.
s e hos peda ra m. conhecimentos a dqui ri dos na nova
Passados muitos meses, por volta
No s á ba do, como nã o houves s e doutri na e pela confiança no Mess i a s
de um ano, reencetaram a caminhada
uma s i na goga na ci da de, os doi s Jes us .
de volta, mas ao invés de descer pela
a pós tol os s e col oca ra m em pra ça E aquele povo todo, sob instigação Cilícia atravessando o Tauro,
públ i ca pa ra a prega çã o. E s e dos sacerdotes, se voltou para deliberaram retornar pelo mesmo
dei xaram empol ga r de ta l ma nei ra , apedrejar o apedrejar o apóstolo, o caminho pelo qual vieram, passando
fa l ando sobre o Mes s i a s Jes us , que qua l s e dei xou conduzi r cora jos a e por todas as cidades visitadas,
i mpres s i ona ra m profundamente confiantemente, rememorando o triste fortalecendo os núcleos do Cris-

...
0£ PAVLO
Z9 V1,V'..£M

76
INICIAÇÃO ESPÍRITA

tianismo que floresciam em cada uma Al i , em contato com os i rmã os do E como s omente mul heres
delas. l oca l, Paulo veio tomar conhecimento compa reciam, Pa ul o e Si l a s fora m à
dos feitos ca ridosos de Ti móteo, fi l ho pra ça pública pregar. Ali encontra ra m
de Eunice, por quem já sentia gra nde certa médi um obs edi a da que os
5. SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA s i mpa ti a des de os trá gi cos a con- s egui u dura nte vá ri a s s ema na s
De vol ta a Antioquia, logo puderam teci mentos da s ua úl ti ma vi a gem. bra da ndo em a l ta s vozes : “Es s es
perceber as dissensões i nternas que Em LISTRA foi recebido por todos homens são servos do Deus Al tíssimo”,
a l i ha viam s urgido gra ças à s posições os cri stãos do local, passando a toma r o que desgostou profunda mente a os
i nflexíveis dos judeus ortodoxos, conhecimento dos grandes progressos humi ldes pregadores , des a cos tuma -
i nfluenciados por grupos s emelhantes alcançados pelo Cristianismo na dos dos elogios bajul a dores que nã o
de Jerusalém, s ob a direção de Tiago. região, gra ça s , em gra nde pa rte, a o provi nham dos seus verdadeiros men-
Entendiam eles que a observância da concurs o de Ti móteo. tores espirituais. Pa ulo, entã o, va l en-
l ei mos aica es tava a ci ma dos Ao dei xarem a ci dade dias depoi s , do-s e da s ua enorme a utori da de
ens inamentos do Cristo, ou se pelo es tava m a companhados pelo jovem, es pi ri tua l , ordenou a o obs es s or
menos não o dissessem, era assim que o qua l i ria, a partir de entã o, des em- dei xasse a jovem es cra va , fa zendo-a
a gi am. penhar enorme colaboração a os após- l i vre, provoca ndo a i ra dos s eus
Des ejosos de esclarecer a questão, tol os dos gentios,servi ndo-os de ma - s enhores que ga nha va m gra ndes
Pa ul o, Barnabé e Ti to pa rtem pa ra a nei ra des prendi da e fra terna . s omas a través das sessões popul a res
ca pi tal judaica. Ali consegui ra m, com Pa s saram pelas cidades já conhe- de a di vi nha ções que rea l i za va m.
a uxi l i o de Pedro, uma ca rta de ci da s de ICÔNIO, ANTIOQUIA, pregan- Ma s , a s s i m como em tos os os
a presenta çã o a os grupos novos da do e forta l ecendo a s Ca s a recém- tempos, o povo estava a cos tuma do e
Ás i a, onde se esclarecia que os gentios fundadas e que a presentavam cres ci - des ejava continuar s endo l udi bri a do
nã o precisavam ser ci rcuncidados para mento notável, para alegria de todos , pel os i nescrupulosos exploradores do
i ntegra rem a comuni da de cri s tã . pri ncipalmente do a pós tol o que s e “s obrenatural”. E ta nto s e revol ta ra m
Na verda de, ta l ca rta s ó foi s entiu recompensado pelo seu esforço que as autoridades viram-se
cons egui da depoi s de l onga s e dedi ca çã o. obrigadas a deter os dois apóstolos e
di s cussões e a calorados debates que, Proi bi dos pelo plano espi ri tua l de os açoitaram como aos malfeitores,
fel i zmente, conta va m com o a dentrarem a Ásia e a Bi tíni a fora m a pes a r de Pa ul o ter a ci da da ni a
va l i osíssimo concurso de Simão Pedro, a té a Mísia onde procuraram a cidade roma na que o fa zi a i mune à s
a pa zi gua ndo e es cl a recendo. litorânea mais importante denominada pers eguições deste ti po. Mas, à noite,
Concl uíram ta mbém ser necessário TRÔADE ou TRÓIA. Ali, Paulo teve um fenômeno estranho ocorreu,
s e i niciar uma gra nde obra social na novo contato com os mentores provocando a abertura das portas da
a nti ga Ca sa do Ca minho, que visasse espirituais que o guiaram naquela prisão, i mpres s i ona ndo tã o
ti ra r os cristãos da ociosidade das tarefa, para conhecer através da profundamente ao carcereiro que este,
ora ções e do excl usivismo religioso clarividência a necessidade da sua convencido, se fez batizar e à fa míl i a ,
que começava a formar, e que desse à ida à Macedônia. na nova doutri na .
Ca s a a i ndependência fi nanceira Enqua nto procura va m oportuni - Pa ra fugi r de nova s pos s ívei s
necessária a o seu desenvolvi mento da de para exemplificar e testemunhar a gressões, Pa ulo e Si l a s dei xa ra m a
futuro. Ma s como ta l obra necessitava a doutri na de Jes us , percorri a m a ci da de e pa rti ra m pa ra o porto de
de um i nvestimento i ni cial ci da de em bus ca de mei os que os TESSALÔNICA, à procura de Timóteo e
cons iderável, este seria a rrecadado l eva ssem ao outro lado do ma r Egeu, Luca s , onde se hospedaram em ca s a
dura nte uma s egunda vi agem de Paulo qua ndo depararam com alguém já de Ja s ã o, um judeu.
e Ba rnabé à Ásia, através do concurso muito conhecido de Paulo. Tratava- Al i rei ni ci a ra m o tra ba l ho e
dos novos irmãos daquelas localidades. se de Lucas que, como médi co de nova mente foram perseguidos , tendo
Acompa nhados de Judas Barsabás bordo de um navio mercante, dispôs - s i do salvos gra ças à influência de Jasão
e a i nda Silas , que era o porta dor da s e a a judá-los na tra vess i a , o que foi entre a s a utori da des . O mes mo s e
ca rta a os gentios, o grupo constituído fei to s em del onga s . repeti u ta mbém em BERÉIA, ci da de
por Pa ul o, Ba rna bé e Ti to, a gora Chega ndo a NEÁPOLIS, Pa ul o con- próxi ma, onde Paulo foi a çoitado mai s
a cres cido ta mbém com Joã o Ma rcos venceu o jovem médico a a companhá- uma vez, e de onde deliberaram pa rti r
pa rtem de vol ta a Anti oqui a . l os no a postolado, já que pel a morte pa ra Atenas à procura de um a uditório
Na ca pital só permaneceram Tito e de s ua mã e ha vi a fi ca do s ó e s em ma i s receptivo e prepara do em ouvi r,
Juda s pa ra a uxi l i a r a os i rmã os da ma i ores responsabilidades familia res . como a contecia com os seus notá vei s
i greja l oca l , enquanto Barnabé partia Tendo a cei ta do, jubi l os o, a pro- fi l ósofos e pens a dores . Certa mente
com João Marcos para Chipre, e Paulo pos ta, partiram ma i s pa ra o i nteri or a cei tariam as novas idéias de imediato,
com Silas para a cidade natal do ex- rumo a FILIPOS onde a dentra ra m pens a ra m Pa ul o e os dema i s
rabino(Tarso). Pa ul o e Si l a s enqua nto Luca s e tra ba l ha dores do Eva ngel ho.
Atra ves sando a grande ca dei a de Ti móteo i a m a TESSALÔNICA. Dei xa ndo Si l a s e Ti móteo em
monta nha s do Ta uro, chega ra m à Em Filipos os apóstolos co- Beréi a , da ndo i ns truções fi na i s a o
ci da de de TARSO, onde perma - nheceram Lídia, rica purpureira que pequeno grupo que s e formava, Pa ulo
neceram poucos dias, reenceta ndo a ofereceu seu lar para a instalação da di ri gi u s e a ATENAS.
ca mi nha da rumo à LICAÔNIA, onde primeira Casa Cristã no velho Ao des embarcar, no porto de Falera,
fora m pa ra r em DERBE. continente, Europa atual. a l i mesmo iniciou, só e desconhecido,

77
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

prega ndo em pra ça públ i ca a os nova i greja, porque ainda s e acha va m Perguntando a qui e a l i cons egui u
a teni ens es . E gra nde foi a s ua tími dos e i ncertos . l oca l i za r a vel ha propri eda de de
des i l us ã o qua ndo percebeu que Foi a í que Ti móteo chegou de Jochedeb, a gora pertencente a outros,
a pesar da cultura, os gregos era m um Cori nto, com nova s e a us pi ci os a s vi s i tou as pequena s ca s a s
povo extremamente materialista e frio. notíci as, apagado l ogo do Es píri to do a ba ndona da s onde os doi s i rmã os
Em qua l quer da s outra s ci da des da a pós tol o a s nuvens cri a da s com cres ceram e s e fizeram moços, es teve
Pa nfília, Li caônia , Mís i a , Ma cedôni a , i ns uces s os de Atena s . Fa l a va do ta mbém na pri s ã o onde s e deu a
s empre encontrou uma Lóide, ou Lídia, Cri s ti anismo na velha capital da Acaia , tra gédia da morte do vel ho judeu, e
ou Ja s ã o, que o recebera m com a que fl orescia gra ças a um jovem ca s a l fi na l mente contempl ou o porto de
es pontânea a legri a da fra terni da de. a mi go de Pa ul o, Áqui l a e Pri s ci l a Cencréia, de onde partiu Abigail rumo
Ma s a li o conhecimento havia toma do chega dos recentemente de Roma , a Pa l estina sob os cuidados de novos e
o l uga r da a mabilidade e do ca rinho, e fora gi dos de Cl á udi o. E foi com bondos os a mi gos , de encontro a os
Pa ul o durante muitos dias dormi u por i menso desejo de reencontrá-los que des tinos desconhecidos que a ligaria m
conta própria em pensões e ta berna s o a pós tol o s egui u pa ra CORINTO. eternamente a o rabi da Galiléia e a ele,
da ci da de. Al i chegando seu primeiro encontro Pa ul o de Ta rs o.
Após alguns dias conseguiu ser foi com Lóide e Eunice, que já ha vi a m Ma s nã o perma neceu i na ti vo.
ouvido no Areópago, onde começou s i do i ns ta l a da s s i mpl es , ma s Imediatamente, no s á ba do s egui nte
seu discurso aos pensadores do conforta vel mente por Ti móteo. A i ni ciou preparativos para a funda çã o
local falando sobre a es tá tua grega s egui r foi à procura i medi a ta dos da i greja de Cori nto, já que na
do “Deus desconhecido”, e a mi gos “do oásis de Dã” na companhia s i na goga nã o fora bem recebi do.
atribuindo a ele a autoria da criação e de quem pa s s ou l onga s hora s Apoi a do por um gra nde grupo de
cri ti ca ndo os cul tos exteri ores e os des crevendo e ouvindo as peripécias e tra ba l ha dores , a a vó e a mã e de
s a crifícios i nútei s . Todos o ouvi ra m a l egrias sentidas no s eu a pos tol a do. Ti móteo, os doi s a mi gos Áqui l a e
res peitosamente até que Pa ulo fa l ou- Junto a o ca s a l s e i ns ta l ou, já que Pri s ci l a , Ti móteo, Si l a s , Luca s e um
l hes na ressurreição, quando então s e pretendi a tra ba l ha r como tecel ã o roma no bastante respeitado na cidade,
l eva nta ra m s orri ndo e s e reti ra ra m nova mente com Áqui l a , e no dia Ti to Jus to, que ofereceu um local pa ra
des denhosamente. Somente a l guns seguinte saiu à procura de uma i ns ta l a rem a Ca s a cri s tã .
poucos ficaram para a ceitar a s nova s localidade altamente significativa O número e a qua l i da de dos
i déias, dentre eles Dionísio e Damaris , para o seu Espírito: o sítio onde col a boradores eram tã o notáveis que
que nã o s e dispuseram a fundar uma nasceram Abigail e Jeziel. permi tiram a Pa ulo mandar Lucas para

-· ....~

,_-·· ·-=-··
·-~-

===----~ --
AS VIAGENS
OE PAULO
liii VIAGEM

78
INICIAÇÃO ESPÍRITA

Trôa de, e empregar Silas e Timóteo tra Sós tenes, o i s raelita que a cusava , a umentou ainda ma i s entre judeus ,
como caravaneiros para que e o es pa ncou a té que Pa ul o i nter- cri s tã os e genti os .
servissem de intermediários entre ele vi es s e. E pa ra evi ta r novos des en- Nã o podendo deixar Éfes o, enviou
e as casas fundadas nas regiões por tendimentos, o a póstolo decide i r a té várias epístolas às cidades distantes,
onde passaram. ÉFESO a tender a os i ns i s tentes cha - dentre elas aos Gálatas e uma
Essa relativa calma permitiu ainda ma dos de Joã o. desconhecida por nós, endereçada
a ele começar um dos seus trabalhos Chega ndo à ci dade, com Áqui l a e aos Coríntios. Mais tarde, sabedor
mais importantes, qual seja o de Pri s ci l a , logo procurou João. de que aquela Casa passava por
redigir as suas epístolas. E chegando Si l a s e Ti móteo da s grandes dificuldades, envia uma
Foi um dos estreitos conta tos que s ua s ca ra va na s , deci di ra m vol ta r a outra epístola conhecida por Iª aos
ma nti nha com os s eus mentores JERUSALÉM pa ra entrega r a Si mã o o Coríntios, a qual tem Tito como
es pi ri tua i s que Pa ul o obteve tã o fruto da col eta que rea l i za ra m. portador.
va l i os a i déi a que l ogo col ocou em Na ca pital judaica reviu Pedro, que Preocupa do ta mbém com a
prá ti ca, demonstrando ser de gra nde recebeu comovido as contribuições, e s i tua çã o da s Ca s a s da Ma cedôni a ,
a l cance e utili da de pa ra a ca us a do a os demais compa nhei ros , todos já envi a Timóteo e Era s to pa ra o l oca l .
Cri s ti a ni s mo. a l quebra dos pel os a nos e pel a s Após dois a nos de tra bal ho i nces -
Nel a pôde nã o s ó res ol ver cons ta ntes pers egui ções s ofri da s . s a nte, alguns tristes fatos precipitaram
probl ema s i medi a tos da s ca s a s e Poucos di a s a l i perma necem, novos a conteci mentos .
tra ns mi ti r s ua experi ênci a , ma s di ri gi ndo-s e em s egui da pa ra Um artífice chamado Demétrio,
pri ncipalmente deixar metas a s erem ANTIOQUIA. Al i era cons ta ntemente fabricante de imagens da deusa
a l cançadas pelos grupos, explicando a requi s i ta do por di vers a s repre- Diana, a preferida dos Efésios,
todos em pal a vra s mui to s i mpl es e s entações de cristãos, que vi nham das provocou uma revolta dos seus
com uma l ógica e bom senso notáveis. Ca s a s di s ta ntes , ou que envi a va m colegas de atividade.
La nçou com el a s a s ba s es de uma ca rta s a s quais quase sempre tra zi a m Al ega ra m que a s tra di ções rel i -
teol ogia que infel i zmente, nos di a s dúvi das a serem esclarecidas qua ndo gi os a s da ci da de es ta va m s endo
que s e seguiram, estagnou e regrediu, nã o s ol i ci ta va m di reta mente a prejudicadas pelo a pós tol o; qua ndo
nos s eus conhecimentos a respeito do pres ença do apostolo, para solucionar em realidade era a situação econômica
Cri a dor e da cri a çã o. Foi nessa época questões va ria da s que s urgi a m na s que s e tornava críti ca já que a venda
que redigiu as duas epístolas aos s uas regiões. E assim Paulo ini ci ou os de i magens ha vi a decres ci do mui to
Tessalonicenses. prepa ra ti vos pa ra a nova vi a gem. a pós a chega da de Pa ul o.
Pa ul o quis ainda transformar a casa O tumul to formou-s e e l ogo que
de Cori nto num model o pa ra a s 6. TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA a l guns s aíram à rua gri ta ndo “Vi va a
dema i s . Es ta recebeu a s ba s es da Sa i ndo de Antioquia, Saul o rumou Di a na dos Efés i os ”, e a l guns com-
a s s i s tênci a mora l e ma teri a l a os pa ra Ci l íci a pa s s a ndo por TARSO e pa nhei ros do a pós tol o, Ga i o e
necessitados que afluía m em gra nde ul tra passando o Ta uro dirigiu-se pa ra Ari s tarco, foram presos pela turba que
número a o l oca l . Orga ni zou os a s ci da des de Li ca ôni a , DERBE e s omente ma i s ta rde os s ol ta ra m,
tra ba lhos doutrinários com s essões de LISTRA, onde pôde a cl a ra r vá ri a s convenci dos pel a i ntervençã o do
eva ngelização. Es tudou com carinho a ques tões s us ci ta da s pel a s s ua s es cri ba da cidade, ma i s comedi do e
questão do intercâmbio com o pl a no epi s tol a s . O mes mo rea l i zou em s ens a to.
es piritual através do medi uni s mo. E ICÔNIO e ANTIOQUIA na Pi s ídi a . Após o a conteci mento, Pa ul o
principalmente alimentou o sentimento Chega ndo a ÉFESO nã o ma i s a compa nha do de a l guns a mi gos
de fra ternidade que já exi s ti a entre encontrou Áqui l a e Pri s ci l a , que di ri giu-s e pa ra a Mís i a chega ndo a
poucos, a mpli a ndo-o pa ra todos os ha vi am i do a Cori nto em companhia TRÔADE.
frequentadores da casa, sem exceção, de um ora dor grego converti do, de Al i reencontrou Luca s que s e
nã o permi ti ndo que s urgi s s em nome Apol o. di s pôs a a companhá-lo à Ma cedônia.
di s cussões es térei s e s em provei to, A i greja da ci da de s ofri a gra nde A pa rti r da í nunca ma i s o dei xou.
como a quelas que existiam em outros i nfluência da s inagoga e Paulo durante Chega ndo a FILIPOS reencontrou
grupos mesmo dentro da Terra Sa nta . três mes es pregou e ba ti zou os Ti móteo e Erasto, e logo em seguida a
Passado um ano e meio, Paulo viu- cri s tãos. Mas o povo s omente aceitou Ti to que tra zi a boa s noti ci a s de
se processado pelos israelitas que se a s ua palavra quando passou a realizar Cori nto, o que o motivou a escrever a
julgaram ofendidos em diversos dos fenômenos de voz direta, vi dênci a s e IIª aos Coríntios, para levá-la
seus direitos inclusive por ter outra s va ri a ntes do medi uni s mo, pessoalmente, após ligeira pausa em
convertido o Crispo, chefe da pri ncipalmente as curas maravilhosa s casa de Lídia.
sinagoga, e então acusaram-no que ocorriam quando ele o des eja va . Pa s s a ndo ra pi da mente por
ao procônsul romano Júnio Gálio, Percebendo que perdiam terreno, TESSALÔNICA e BERÉIA penetra na
o qual era irmão de Sêneca, o o chefe da sinagoga l ocal inici ou uma Gréci a e chega a Cori nto.
filósofo. ca mpa nha contra Pa ul o, a qua l Al i el a borou os pl a nos que o
Conta -nos Lucas que o a dvoga do s omente chegou a o fim qua ndo doi s conduziriam à Ca pi ta l do Impéri o. E
de Pa ulo, Ti to Justo, proferiu belíssimo dos s eus filhos vi ram-se obsediados e prepa ra ndo a vi a gem elaborou com
di s curs o tota l mente medi uni za do, qua s e l oucos . Lucas e os demais companheiros a
na quel e di a , convencendo a Júni o Com i s s o o a pós tol o l ogrou Epístola aos Romanos, o seu mais
Gá l io. O povo então revoltou-se con- reerguer a Ca s a e o s eu pres tígi o importante documento, pel os pro-

79
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

fundos conceitos ali conti dos e pel a Em TRÔADE fa l ou dura nte uma pra i a, PTOLEIMADA e fi nalmente
a l ta sensibilidade que dele extra va s a . s emana, estudando as suas pal es tra s CESARÉIA.
Quando já se preparava com Lucas a té à meia-noi te ou ma i s . Foi numa Al i é recebido em ca s a de Fel i pe,
e Silas para partirem, eis que chega des sas reuniões que um moço, Êuti co que possuindo quatro filhas médiuns ,
um portador de Jerusalém, com ca i u do tercei ro a nda r de uma rea l i za va cons ta ntes reuni ões
mensagem urgente para Paulo, vinda cons truçã o próxi ma , por ter medi únicas em que eram esclarecidos
de Tiago. a dormecido enqua nto Pa ul o fa l a va . i mportantes assuntos doutrinários. Em
Surpreso e comovi do, o a pós tol o Certa mente o jovem nã o s e ha vi a uma dess a s reuni ões é que Ága bo,
veri fi cou que o fi l ho de Al feu prepa ra do pa ra entender a quel es a ma rrando s uas mãos com o ci nto do
humi ldemente rogava pela s ua i da a s ublimes ensinamentos do a pós tol o a póstolo, profeti za a s ua pri s ã o de
Jerus além, a fi m de res ol ver a l guns dos genti os . ma nei ra dra má ti ca .
probl emas que s omente el e poderi a Adqui ri ndo um ba rco em ASSÔS, Na quel e mes mo di a recebeu o
s ol uci ona r. percorre a s ci da des de MITILENE e a póstolo um mens a gei ro de Ti a go,
À noi te, os mentores dissiparam as SALMOS, rea l i za ndo memorá vei s com um comuni ca do que tra duzi a
s ua s a preens ões , a fi rma ndo com pa l estras em todas a s comuni da des toda a preocupaçã o do ga l i l eu pa ra
s egurança que el e i ri a a Roma , ma s l i torâ nea s . com a s ua s egura nça .
que a ntes era preciso dar testemunho Na hi s tóri ca MILETO a gua rdou Roga va Ti a go que Pa ul o s e
do Mes tre no próprio local em que ele a l guns di a s pa ra chega rem os hos peda s s e em ca s a do porta dor,
ha vi a da do ta ntos exempl os de compa nhei ros de Éfes o, já que Mna s son, natural de Chi pre, porque
humi l da de e a mor. des eja va evi ta r novos confl i tos e do contrá ri o s eri a a pri s i ona do de
Al tera dos os planos de viagem, em di ssabores para os cri s tã os do l oca l . i medi a to.
poucos dias s eguiram os três de vol ta Após o último encontro com Joã o E foi a s s i m que o a pós tol o dos
a Ma cedônia, para aquela que Pa ul o e outros companheiros, rea l i za do Genti os novamente a dentrou à cidade
cons idera a sua última vi sita às Ca s a s na pra ia de Mileto, partem os nos s os s a nta dos judeus, trazendo o cora çã o
da Europa e Ásia. Assi m demorou-s e a mi gos pa s s a ndo por CÓS, opresso pelas incerteza s , ma s com o
a l guns dias em ca da uma das Ca s a s RODES, PÁTARA na Lídi a , TIRO na Es píri to confi a nte e di s pos to a o
de FILIPOS, TESSALÔNICA e Síri a , onde s e des pedi ra m ora ndo tes temunho e, s e necessário fosse, a o
BERÉIA. juntos de joel hos na a rei a da s a cri fíci o pel a ca us a do Mes tre.

20.
PAULO DEFENDE-SE EM JERUSALÉM

1. O CORPO TOLHIDO, entendia que a úni ca s ol uçã o pa ra turba de judeus fanáticos que o
O ESPÍRITO LIBERTO a pl acar o ódio dos pers egui dores da conduzem ao local das lapidações,
Chega ndo em Jerus a l ém, Pa ul o Igreja cri stã na ca pi ta l juda i ca era a prontos para descarregarem todo seu
hos pedou-s e na res i dênci a de a presentação de Pa ulo a o templo para ódi o a cumul a do de mui tos a nos .
Mna s son e no dia seguinte encontra - s er puri fi ca do e da r a s expl i ca ções O a póstolo pôde então rememora r a
s e com Tiago, a través do qua l tomou exi gidas pelo Sinédrio quanto às s ua s s ua participação no apedrejamento de
conhecimento da situa çã o di fíci l em a ti tudes . Es têvã o e compreende a exatidão das
que se encontrava a comunidade cristã Após l onga s medi ta ções , tendo Lei s Di vi na s que es ta bel ecem a
de Jerus a l ém, pers egui da i mpl a - Pa ul o a cei to a s i déi a s de Ti a go, res ponsabilidade pel os nos s os a tos
cavelmente pelos rabinos que, naquela prepa rou-s e pa ra no di a ma rca do pra ti cados. Submeteu-s e, entã o, de
época , res ol vera m revi ver a s per- a presenta r-s e a o templ o junto com ma neira tã o dócil a violências dos seus
s eguições i nici a da s por el e própri o, outros judeus pobres que iriam fazer o perseguidores que teria sido morto em
Sa ul o de Ta rs o, há mui tos a nos . voto na zireu, isto é, voto de pobreza e mi nutos, se uma tropa de s ol da dos
As obra s sociais ini ci a da s a pa rti r puri fi ca çã o, s egundo a crença e a roma nos nã o i ntervi es s e pa ra
da s contri bui ções tra zi da s pel o ex- tra di çã o do povo. a pa zi gua r a s i tua çã o.
rabino sofreram vários impedimentos No último dia dos seus votos, Apes a r dos â ni mos exa l ta dos ,
a pós o ba nimento de Pedro. E Ti ago Paulo sofre perseguição por uma Pa ul o s ol i ci ta a o tri buno roma no

80
INICIAÇÃO ESPÍRITA

- ____
__ ...__
..

/
/

Cl á udio Lísias, seu captor, permi s s ã o retido em Cesaréia, porque Fél i x Conta ndo com o a uxíl i o do rei
pa ra falar ao povo; e o faz de maneira es pera va obter del e ou dos s eus Agri pa , Pórci o Fes to redi gi u um
notá vel, impres s i ona ndo profunda - a mi gos alguma polpuda gra ti fi ca çã o documento a César explicando, à s ua
mente a todos, em especial ao soldado pa ra l i bertá -l o. ma nei ra , a demora da pri s ã o do
que passou a respeitá -l o, a l tera ndo Todo esse tempo Pa ulo utilizou apóstolo e encaminhando-o para o seu
s eu comporta mento em rel a çã o a o pa ra continuar divulgando a Boa Nova derra dei ro jul ga mento.
a póstol o e provi denci a ndo a como- a tra vés das epístolas e das inúmeras
da ções dignas e seguras na forta l eza entrevistas com delegações cri s tãs 2. NOVAS OPORTUNIDADES
Antôni a . da s igrejas da Pa lestina e do exterior, DE TRABALHO
No dia seguinte foi conduzido ao que ti nham relativa liberdade para A des pedi da foi profunda mente
Sinédrio pa ra s er jul ga do, qua ndo, cons ultar o a póstolo gra ça s à comovedora para todos . Cri s tã os de
entã o, revi vendo nova mente os s i mpatia de Cl á udio Lís i as. toda s a s i greja s da Pa l es ti na s e
s ofri mentos de Es têvã o, foi a gredido Perma necia tolhido o s eu corpo físico, fi zeram representar e o próprio Tiago,
e i njuri a do, s omente s a i ndo i l es o mas o Espírito, forte, era liberto e ativo. es quecendo a s di vergênci a s doutri -
gra ça s à i ntervençã o de Cl á udi o Ao fim dos dois anos, um novo ná ri a s que ha vi a , chefi ou extens a
Lís i a s . governador, Pórcio Festo, foi comi ti va de Jerus a l ém a té Ces a réi a
E como nos di a s s ubs eqüentes nomeado, i ndi víduo muito político e para abraçar pela última vez o apóstolo
tra ns piraram planos de a ssassinato do i nteressado em a dquirir prestígio e dos genti os .
vel ho doutor da lei , o tri buno a chou poder entre os judeus . Acompanhado de Lucas,
ma i s seguro transferi-lo para Cesaréia Nova mente o Sinédrio armou s eus Timóteo e Aristarco e escoltado
a s alvo da s i nves ti da s do Si nédri o. pl a nos pa ra l a nça r mã o de Pa ul o, pelo centurião Júlio, dei xa ra m a
Al i um novo jul ga mento, com a orga nizando um novo julgamento em ci da de num na vi o que os l evou a té
pres ença do governador romano Féli x pres ença do governa dor roma no. SIDON; depois ma rgea ra m a i l ha de
e de uma comissão do Sinédrio, Pa ul o Percebendo a intenção de entregá-lo Chi pre, e a porta ra m na ci da de de
foi novamente vi torioso graça s à s ua aos sacerdotes e fariseus fanáticos, o MIRRA, na Líci a .
s ereni da de e confi a nça no Mes tre, apóstolo apela para Nes ta ci dade emba rca ra m noutro
s a bedor que s ua mi s s ã o a i nda nã o César, úl ti ma e derra dei ra opor- na vi o que, embora tivess e rota ma i s
ha vi a chega do a o fi m. tuni da de de um ci da dã o roma no di reta, para a Itália, estava ca rrega do
Doi anos o apóstolo esteve res gua rda r a vi da a mea ça da . com tri go e 276 pes soas. Como nã o

81
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

fos s e época a dequa da pa ra a s coma ndante decidiu assassinar Pa ul o s e encontra va profunda mente
l ongas vi agens , foi com di fi cul da de e s eus companheiros já que deles não a ba ti do, toma do por uma doença
que, vencendo os poderos os ventos ma i s precisava, no que foi obstado por i ncurá vel .
pa s s a ra m por CNIDO e CRETA. Júl i o, o centuri ã o res pons á vel pel o E tendo a tendi do a o cha ma do e
Va l endo-se dos es cl a reci mentos pres o e que já vi a em Pa ul o o s eu debelada a doença, Pa ul o obteve do
de Luca s , que fora ma ríti mo vá ri os mes tre e ori enta dor e, na doutri na governa dor toda a l i berda de pa ra
a nos e da sua própria intuiçã o, Pa ul o cri s tã , o i dea l a s egui r. rea lizar a sua ta refa de divulga çã o na
opi na que ta l vez fos s e mel hor Tendo o na vi o s e des troça do a o i l ha, e ali fundar mais uma Ca sa Cristã,
a guardarem época propícia em KALOI- chega r à pra i a , os ná ufra gos fora m ma i s um núcl eo de tra ba l ho e de
LIMENES, no que nã o é ouvi do pel o l ogo bem recebidos pelos habi ta ntes a s s i s tênci a à quel a popul a çã o
coma nda nte do na vi o, que pretendia da i l ha , povo cons i dera do bá rba ro neces s i ta da .
atingir o porto de Fênix, onde i ri a m pel os roma nos , porém s i mpl es e O própri o Júl io es tava já convi cto
a ncora r. a col hedores . da s ua nova crença . De ta l ma nei ra
Passados poucos dias foram Logo na s primeiras hora s na i l ha , que, partindo da i l ha em di reçã o de
colhidos por uma perigosa tempes- Pa ul o obteve uma gra nde opor- SIRACUSA e PUTÉOLI e em a l i
tade que os obrigou a desviarem sua tuni dade para se des ta ca r dentre os chega ndo, mandou procurar na cidade
rota, arrastando-os para o mar largo. dema i s , a qua l s oube a provei ta r os cri s tã os pa ra que vi es s em a o
Fora m dias difíceis a queles,durante devi damente. Tendo sido pi ca do por encontro do velho discípulo de Jes us .
os qua i s Pa ul o tra ns formou-s e, de uma víbora e não demonstrando dor, E gra nde foi a sua alegri a qua ndo
pri s ioneiro que era, no orienta dor de nem fa lecendo após a l guma s hora s , i números s egui dores do na za reno
toda a tri pulação que, a medronta da , Pa ul o passou a s er cons i dera do um chega ram, gra tamente s urpresos com
vi a nele o elo de l igação com os planos deus pel os na ti vos . a vi s ita, tomando de i mediato diversas
es pirituais , já que previ a m terrívei s Pa ul o não descans ou um mi nuto. provi dência s pa ra a provei ta rem a o
a conteci mentos pa ra dentro de Logo o governador romano da ilha, máximo a oportunidade extremamente
poucos di a s . Públio Apiano, tomando conhe- ra ra que l hes a pres enta va .
Pa s saram-se 14 dias de tormentas cimento dos fatos maravilhosos
e prega ções eva ngéli ca s pa ra todos , promovidos pelo apóstolo através 3. RUMO A CIDADE ETERNA
qua ndo avi s ta ra m a ILHA DE MALTA. do Julio, chamou-o para que o ajudas Pa ul o permaneceu na ci da de por
Pa s sado o perigo, o orgulhoso se na cura do seu velho pai, o qua l s ete dias, pregando, ao final dos quais

. . . .. , .,.,., - ·'-'"' . . .
-----·. -.
-----
--

I
ÁSIA MENOR J¡
l
i
i
I
□ l
ICIA}

--.------- -- . ,, __
::::=. --- -'-=-:..... ...=.

P i1sr1NA ~.

OE PAULO
... _
··--- t
ROMA

82
INICIAÇÃO ESPÍRITA

partiu novamente em direção da capi- com Luca s , Ti móteo e Dema s , o todos com humanidade e propiciando-
tal do Império, agora acompanhado a dvogado, para o extremo oci dente, l hes cons ta ntes oportuni da des de
também por diversos cristãos que l eva ndo a Boa Nova à s GÁLIAS e pa rti cipação na quel es movi mentos
disputavam o privilégio da companhia di vers a s regi ões da ESPANHA; renova dores do cri s ti a ni s mo.
do apóstolo e dos seus valiosos vi a gens es ta s que s ã o pontos de Após o regres s o de Joã o pa ra
ensinamentos e exemplos edificantes. controvérsias, por não estarem citadas Éfes o, novos a contecimentos vi era m
Valeram-se dos seis ou sete dias em “Atos dos Após tol os ”, ma s que a cel era r a s pers egui ções contra os
dispendidos na longa viagem para dis-
conhecemos a pa rti r de rel a tos cri s tã os .
cutirem a situação da comunidade
medi úni cos res pei tá vei s . Sob a s ordens de Nero, na noite de
cristã do local, que há dois anos sofria
implacáveis perseguições sendo sacri- Ma s , a li não pôde permanecer por 16 de jul ho do a no 64, i rrompeu, na
ficados adeptos às centenas, nos circos mui to tempo já que em mei o à s ua ca pi tal, vi olento i ncêndio des trui ndo
da capital. E Paulo valeu-se da oportu- peregrinação recebeu certo di a , um todo o Cél io, o Pala ti no e i nva di ndo
nidade para desvanecer as preocupa- mens a gei ro de Pedro noti ci a ndo a ta mbém o Vel a bro des a bri ga ndo
ções que pairavam no seio da irman- ca ptura de João, no momento em que mi l hares de famílias e l evando à morte
dade esclarecendo, com grande propri- es te prega va na s ca ta cumba s pa ra uma população enorme de 10 da s 14
edade, o sentido mais profundo daque- gra nde número de a deptos do ci rcuns cri ções em que s e di vi di a a
les tristes acontecimentos, explanando cri s ti a ni s mo. ci da de.
com simples palavras as transcenden- Sem va ci l a r, Pa ul o retornou a Pretendia o filho de Agri pina
tais questões do destino e da dor eu, na Roma , envidando todos os es forços des truir gra nde pa rte da ci dade para
época, ainda permaneciam obscuras junto a os s eus conheci dos da corte depois reconstruí-la, muito mais bela,
para os adeptos da nova doutrina. pa ra libertar o filho de Zebedeu, alcan- à ma neira de ver da sua megalomania.
E foi consolando e esclarecendo
ça ndo em poucos dias o seu objeti vo. Al ém desse objetivo, o a con-
que o velho ex-rabino chegou à Cidade É de s e notar que o ex-doutor da lei teci mento encerrava oportunidade
Eterna, à frente de numeroso
nã o dispensou em nenhuma ocasião o va l i osa de perseguição em grande
acompanhamento de adeptos, para
concurs o da quel a s cri a turas es cala a os cristãos, desde que fosse
novos testemunhos dentro do seu
apostolado sublime. profundamente envolvidas no víci o e a tri buída a eles a responsabilidades
E foi consolando e esclarecendo na corrupção da corte, enca ra ndo a pel a tra gédi a .
que o velho ex-rabino chegou à Cidade
Eterna, à frente de numeroso
acompanhamento de adeptos, para
novos testemunhos dentro do seu
apostolado sublime.
Em ROMA lograram conquistar a
confiança das autoridades, graças à
intervenção de Júlio e permaneceram
em prisão domiciliar, alugando uma
casa humilde na Via Nomentana,
onde foram todos residir, Paulo,
Lucas, Timóteo e Aristarco.
Instalado Paulo iniciou logo a
seguir uma intensa atividade,
recebendo inúmeros representantes
cristãos, não só da capital como de
todas as regiões por onde esteve,
pessoalmente, ou através das suas
esclarecedoras epístolas.
Foi nesta época que o apóstolo
elaborou a sua Epístola aos
Hebreus, do próprio punho, expri-
mindo valiosos conceitos a toda
cristandade da época, e de sempre.
Realizou também notáveis curas,
atendendo sem distinção a qualquer
necessitado que o procurasse, o que
muito contribuiu para aumentar
rapidamente a sua popularidade inclu-
sive dentro da própria corte do César.

4. NERO
No a no de 63, Pedro e Joã o
chega ram ta mbém a Roma o que deu
a Pa ulo a oportunidade que esperava :
dei xando-os à frente do movi mento
cri s tão na ca pital, partiu, juntamente Catacumba em Roma

83
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

E foi a s s i m que s e i ni ci a ra m a s 5. O REENCONTRO centi vado a rea l i za r o s eu des a gra -


gra ndes ca rni fi ci na s de cri s tã os da dá vel tra ba l ho.
época do impera dor Nero, que com- Ma s , qua ndo novos pl a nos de Fi na l mente, retornou Pa ul o a o
prometeram seriamente os des ti nos pri s ões e s acrifícios estavam prestes pl a no es pi ri tua l , pa ra reencontra r
es pirituais de mil ha res de cri a tura s a s er colocados em prática , Pa ul o foi s eus diletos a migos, Estêvão e Abigail
que del es pa rti ci pa ra m di reta ou nova mente pres o. e empreender novos tra ba l hos com
i ndi reta mente. Na noi te mais escura e s i l enci os a â ni mo redobrado dentro da s ea ra
Dura nte milênios, até os dias de que s e s eguiu, um pequeno grupo do Mes tre.
hoje, há a ntigos romanos responden- de s oldados deixou a prisão ruma ndo Anos de s ofrimento e de tra ba l ho
do, gra ças à lei de Açã o e Reação,pelas na di reção da Via Ápia, conduzi ndo o s uperaram o a bi s mo que ha vi a i ni -
a troci dades cometidas naquela época. a póstolo já preparado pa ra o úl ti mo ci a l mente entre el es e os s eus
Pa ul o ta mbém esteve preso, e foi epi s ódi o da s ua vi da terres tre. a mi gos , a proxi ma ndo-o do Mes tre,
fi nalmente l eva do à presença do E num l oca l di s ta nte, Pa ul o foi porque s oube a cerca r-s e dos
Cés a r, como já sabia de a ntemão col ocado diante do s eu verdugo, que, pequeni nos que bus ca va m o s eu
pel os s eus mentores es pirituais, dele va ci l ando diante da autoridade mora l concurs o.
obtendo liberdade condicional.

21.
os APÓSTOL OS QUE MAIS se DEST~CAR Alll

qual se apoiou a nova doutrina nos investidas dos rabinos e dos sacer-
1. INTRODUÇÃO seus primeiros e incertos dias. dotes.
Dos a pós tol os que res ta ra m do Sua mediunidade foi notável em O filho de Alfeu dava, no entanto,
grupo i nicial escol hi do pel o Mes tre, todos os aspectos, em especial a sua especial atenção às obras, não se
a l guns não têm nomes destacados nos faculdade de cura. restringindo à fé como o faziam os
Atos dos Apóstol os , ma s da í nã o s e Ao que se sabe foi sacrificado no fariseus.
ano 64, em Roma, na mesma época em Isto é perfeitamente notável na sua
pode concl ui r que nã o ti vera m s ua
que o Apóstolo dos Gentios sofria epístola quando diz: “De que serve,
i mportância também na divulgação do
também o seu martírio. irmãos meus, dizer alguém que tem
cri s ti a ni s mo na s cente. fé, quando não tem obras? Poderá,
Se recorrermos a outros porventura, a fé salvá-los? Se um
2.2 Tiago
hi s toriadores que viveram em época s irmão ou irmã estiver com falta de
O fi l ho de Al feu des empenhou
próxi mas, podemos obter preci os a s roupa ou do sustento cotidiano, e
ta mbém i mportante papel na históri a
i nforma ções s obre o a pos tol a do alguém de vós lhes disser: Ide em paz,
do cri s ti a ni s mo gra ça s a s ua
da queles s eguidores do Mes tre. Sã o aquecei-vos e fartai-vos, mas não lhes
a pa rentemente contraditória atuaçã o
va l i osas as i nformações fornecidas por derdes o que é necessário para a vida
junto à Igreja de Jerus a l ém.
vel hos textos deixados por Orígenes , − de que servirá isto? O mesmo se
As di scussões s obre a a cei ta çã o
Jerôni mo, La tâ nci o e outros . dá com a fé: se não tiver obras, por si
ou nã o de genti os na comuni da de
Mui ta s informações s erão a pena s só está morta”.
cri s tã , s e es tes deveri a m s er
ci ta das por terem s ido já comentada s
ci rcunci dados ou não, movimentaram, 2.3 João
dura nte outra s a ul a s do curs o.
de certa maneira, todo o mundo cristão O irmão de Tiago, filho de
da época . Zebedeu, era o mais místico e
2. GRUPO INICIAL:
A posição rígida do galileu, espiritual dos apóstolos. Introvertido,
2.1 Pedro
obedecendo rigorosamente as raramente falava e muito menos fazia
A hi s tóri a de Si mã o es tá tã o tradições judaicas, permitiu manter discursos, dedicando-se assiduamente
es treitamente ligada à do Cristianismo
a casa do Caminho, com o seu às curas, ao esclarecimento, ao
pri mi tivo que no decorrer das nos s a s trabalho.
trabalho de assistência social e
a ul a s pra ti ca mente tudo o que Durante vários anos percorreu toda
esclarecimento público dos ensi-
s a bemos s obre ele já foi expl a na do. a Palestina, tendo sido preso várias
namentos do Mestre, a salvo das
Foi rea lmente a “pedra ” s obre a vezes, juntamente com Simão Pedro.
do ex-ra bino, teve de s er por el e in-

84
INICIAÇÃO ESPÍRITA

Foi deporta do, tendo i do com TOMÉ, ou DÍDIMO, foi à Pérs ia e própri o Mestre, de l evar o Eva ngel ho
Pedro a Roma , depois retornou para à Arábia. a té os confins do mundo, ou s eja , do
a Ás i a onde perma neceu a té s eu SIMÃO, o ZELOSO, s egundo mundo conheci do na época , que
des encarne na Il ha de Pá tmos pel o hi s tori a dores gregos , percorreu o chega va até a Espanha apena s , l oca l
a no 98 ou 100. Ali fundou uma i greja Egito, a Cirenaica, África, Mauritânia, onde Pa ul o pregou a l gum tempo.
extrema mente atua nte que foi a de Líbia, Ilhas Britânicas. Dura nte os 30 a nos a proxi -
Éfes o, onde Pa ul o ta mbém es teve JUDAS TADEU, teri a i do à Líbia, ma da mente de s ua prega çã o per-
vá ri a s vezes . Pérsia, Armênia, a l ém de ter es cri to correu na da menos que 90 localidades
Em Pá tmos teve as extraordinária s uma epís tol a . da Ás ia, Grécia, Espanha, Pa l es ti na e
vi dênci a s que retra tou num l i vro TIAGO, fi l ho de Zebedeu, pregou Itá l i a .
conheci do com o nome de APO- na Ga l i l éi a e Sa ma ri a , s endo Vi mos que o ra bino Saulo de Ta rs o
CALIPSE DE JOÃO,o qua l estudaremos deca pita do por Agri pa por vol ta do foi abordado pelo próprio M estre a fim
em a ul a s próxi ma s e es creveu o a no 41. de que muda s s e o curs o de s ua s
Eva ngel ho que tem o s eu nome. a ti vi da des terrena s , dedi ca ndo-s e
3 OS NOVOS APÓSTOLOS: i ntegra l mente a os ens i na mentos
2.4 Filipe 3.1 Estevão renova dores do Eva ngel ho.
Es te a póstol o foi um dos poucos O pri meiro mártir cristão era na tu- Podería mos concluir com i s so que
que compreenderam a s pa l a vra s de ra l de Cori nto, s egundo nos conta o cri s tianismo nascente, frágil pl a nta
Jes us s obre a “s a l va çã o uni vers a l ” Emma nuel. Sofreu pers egui çã o e foi em cres cimento, necessita va do con-
doutri na ma i s ta rde defendi da e l a pidado por um grupo de fa ná ti cos curs o do apóstolo para arrancá-lo da s
mel hor des envol vi da por Pa ul o. l i derados pelo ra bino Saulo de Ta rs o. mã os do farisaísmo, sufocante, dando-
Enqua nto todos di s cuti a m s e os Tra ns formou-s e depoi s , no outro l he novos horizontes para expandir-se
cri s tã os genti os deveri a m s er pl a no, em orientador espiritual do s eu devi da mente.
ci rcunci dados ou não. Fi l i pe prega va a nti go perseguidor, e depois Apóstol o Nã o ha vi a tempo para s e es perar
em pl ena Samaria tendo feito gra nde dos Genti os , a compa nha ndo-o na s o des pertar espontâneo do ra bino; foi
número de prosélitos, dentre os quais s uas pregações e esclarecendo-o na s preci so s acudi-lo energicamente na
um i mportante funcionário da ra i nha di fi cul da des . s ua i nércia a fi m de que s e vol tasse
da Eti ópi a . pa ra a s ua real missão evangelizadora.
Após a s s ua s vi a gens , s empre 3.2 Paulo La nçou, com a s ua a tivi dade
retorna va a Jerus a l ém onde col a - É o pri nci pa l pers ona gem des ta l i terária, as bases da teologia cri stã,
bora va nos trabalhos da gra nde “Ca sa s éri e de aulas. Através da s ua i mens a nem sempre bem interpretada nos dias
do Ca mi nho”. Foi a l i que encontrou ca pa ci da de de tra ba l ho cons egui u a tua is, cujos detalhes conheceremos
pel a pri mei ra vez a o jovem ra bi no a l ca nça r o objeti vo tra ça do pel o na s próximas aulas sobre as epístolas.
Sa ulo de Tarso quando da s ua pri s ã o
junta mente com vá ri os outros
a pós tol os .
Ao que s e sabe esteve ma i s ta rde
di vul ga ndo o Eva ngel ho em toda a
regi ã o da Eti ópi a .

2.5 Mateus
O pri ncipal tra ba l ho de Levi , s em
dúvi da, foi o s eu Eva ngelho. Tra ta -s e
da na rrativa mais fi el que conhecemos,
pos to que ele a fez como uma espéci e
de reportagem, procura ndo a pa nha r
todos os da dos , s em no enta nto, s e
preocupa r em dema s i a com o fa tor
cronol ógi co.
Pa rece ter es ta do ta mbém na
Eti ópi a , Pérs i a , Ma cedôni a e Síri a ,
tendo desenca rna do por vol ta do
a no 80.

2.6 Outros
ANDRÉ Ba r Jona s , s egundo a s
tra di ções pregou em Pa tra, ci dade da
Grécia, e na Acaia.
BARTOLOMEU, na s ci do em
Ca ná , Ga l i l éi a , pregou na Arábia,
Pérsia, Etiópia, Lídia, Licaônia, etc.

85
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

3.3 Lucas refa na divulgaçã o do Cri s ti a ni s mo, Devi am esta conqui s ta à l embra nça
O jovem médico grego foi discípulo não só pela energia e convicção de que a i nda recente da presença do Mes tre
de Pa ulo tendo-o acompanhado até o era pos s ui dor, como ta mbém pel a na mente dos s eus pri nci pa i s
s eu ma rtíri o em Roma . i nfl uênci a de Pa ul o, com quem a póstolos e especialmente à existência
Foi o a utor da sugestão de cha ma r convi veu muitos anos na Antióquia da de um esclarecimento geral de todos
os s eguidores do naza reno, cri s tã os , Síri a e dura nte a pri mei ra vi a gem os a deptos qua nto a os objeti vos a
proposta imedi a ta mente a cei ta por mi s sionária do Apóstolo dos Genti os . s erem a l ca nça dos .
todos . Ha vi a a i nda pres s ões externa s
Redi giu um Eva ngel ho a pa rti r de 3.6 Outros enormes contra a comunidade, o que
i nformações dos apóstolos e da mã e Dentre os inúmeros dis cípul os de a ma ntinha coesa, e os obri ga va m a
de Jes us , a i nda vi vos na época . Pa ul o des ta ca m-s e Ti to, Ti móteo, s e a poiarem uns a os outros, nascendo
Si l a s e Ari s ta rco que, em di vers a s da í uma fra terni da de rea l .
3.4 Marcos oca s iões o acompanha ra m na s s ua s Se, na época , a l uta era contra o
Ma rcos , ou João Marcos, sobri nho vi a gens eva ngel i za dora s . i mpério roma no que a i nda tenta va
de Ba rnabé, es creveu s eu Eva ngelho Tíqui co e Trófimo, Áquila e Priscila, obs ta r o des envol vi mento e a ex-
a pa rti r da s i nforma ções de Si mã o Lói de e ta ntos outros nomes s e pa nsão do cri stianismo, hoje ela deve
Pedro, Ti ago, Barnabé, Paulo, e outros repetem na s na rra ti va s da vi da do s er contra a s nos s a s i mperfei ções ,
que convi vera m com o Mes tre. Após tol o dos Genti os , todos pri ncipalmente o orgulho e o egoísmo
Acompa nhou a dupla, Pa ulo-Barnabé, des empenhando i mportantes ta refa s que, s egundo Ka rdec, são as gra ndes
dura nte a primeira viagem missionária na expansão do cri stianismo dentre os cha gas da nossa socieda de, que têm
do Após tol o dos Genti os , tendo povos genti os . i mpedido a sua evol uçã o es pi ri tua l .
des istido ao chegar à cidade de Perga, Nã o devemos es quecer a i nda de É o que a Es cola de Aprendi zes
na Pa nfíl i a . Ma ti as, s ucessor de Juda s Is ca ri ote, do Eva ngelho tem tentado tra ns mi ti r
Conti nuou depois s uas prega ções tendo si do um dos 72 envi a dos por a os Aprendizes, colocando em termos
s omente com seu ti o Barnabé, na i lha Jes us às cidades da Pa l es ti na . Teri a prá ti cos e objeti vos os mei os de
de Chi pre e outros l oca i s . i do prega r na Capadócia, no Ponto . a l ca nça r a vi tóri a em ta l comba te.
Sa be-s e que es teve ta mbém no
Egi to, tendo fundado um i mporta nte 4. EXEMPLOS Nota: A filiação dos apóstolos e
núcl eo cri s tã o em Al exa ndri a . A fra terni da de que bus ca mos os trabalhos de difusão do Evangelho
des envolver a tualmente nos Centros que realizaram após a retirada de
3.5 Barnabé Es píri tas pode s er encontra da como Jesus, são pontos controvertidos
Mes mo nã o s endo um dos doze a ca ba mos de es tuda r. por falta de documentação
a póstolos i nicialmente escolhidos por Al i a lcançavam um entendi mento satisfatória.
Jes us, desempenhou i mporta nte ta - qua se perfeito entre os tra balhadores.

22.
ESTUDO DAS EPiSTOLAS

1. INTRODUÇÃO Encontra m-se no Novo Testamento ta mento, 14 fora m escri tas por Pa ul o,
Pa ra que s e pos s a m a ti ngi r os 21 epís tolas cons i dera da s como de o Apóstolo dos Gentios; a s demais por
nobres propós i tos da Es col a de a utoria dos a póstolos de Jesus. Reúne Ti a go, Pedro, Joã o e Juda s .
Aprendizes do Eva ngel ho, dentre os ca da uma del a s preci os a s l i ções a Dentre es tes , como s e s a be,
qua i s s e des ta ca como objeti vo s erem utiliza da s em nos s a reforma s omente Pa ulo não privou com Jes us
má xi mo, a transformação do “homem ínti ma . qua ndo o Mes tre s e encontra va
vel ho” no “homem novo”, é i m- Cons ti tuem-se elas em verdadeiros enca rna do, tendo recol hi do s ua s
pres ci ndível o es tudo dos ens i - tra ta dos de conduta cristã, bas ea da s obs erva ções em convívi o com outros
na mentos apostólicos e dos marcantes que s ão nos testemunhos e a ti tudes a pós tol os .
e s empre a tuais precei tos exa ra dos de Jes us Cri s to. Segundo a lguns estudiosos, Ti a go,
na s epís tol a s . Des sas 21 epístolas do Novo Tes- a utor de uma das epístolas, era i rmã o

86
INICIAÇÃO ESPÍRITA

de Jes us. Com referênci a à epís tol a


di ri gidas a os Hebreus, pairam opiniões
di vergentes, crendo a l guns que nã o
teri a s i do es cri ta por Pa ul o ma s
prova vel mente por Ba rna bé.
Efeti va mente a s ca ra cterís ti ca s
des sa epístola fogem às linhas gera i s ,
já que Pa ul o i ni ci a e termi na s ua s - • -c:A

epís tolas de forma quase i dênti ca , a o


pa sso que a quel a endereça da a os
Hebreus difere em seu i níci o; porém,
no fi na l , a pres enta ca ra cterís ti ca s
s emelhantes às das dema i s . Qua nto
a o conteúdo, embora siga uma l i nha
um pouco di vergente, i s s o pa rece
compreensível por ter sido di ri gi da a
um povo com a va nça dos conhe-
ci mentos religios os em compa ra çã o
com os dos outros povos da época .
Es ta s cons i dera ções , de ca rá ter Mos a icas e a Boa Nova. Os i s ra el i ta s níti da i mpres s ã o de que recebi a a
hi s tóri co, s ã o fei ta s a pena s pa ra nã o tol era va m a s uperi ori da de de vi s i ta do Senhor, e, genufl exo, expe -
regi stro, pois o que realmente i mporta Jes us sobre Moisés e, se consideravam ri mentou i ndizível comoçã o a o ouvi r
é o conteúdo des s a s epís tol a s , a s Jes us como profeta, não o tol era va m s erena e ca ri nhos a a dvertênci a .
i morredoura s l i ções que encerra m, como o Mes s i a s . Aquel a voz exorta va Pa ul o a
nã o i mportando qual tenha s i do s eu Aca ba s urgi ndo tumul to porque continuar no trabalho, fazendo-o sentir
a utor. a l guns i s ra el i ta s ma i s exa l ta dos que es tava a s eu l a do, e, a tendendo
Is to pos to, pa s s a remos a um tenta m agredi-lo.Um romano de nome à s preocupa ções do a pós tol o em a
regi stro extra ído de Emmanuel em seu Ti to Jus to i ntercede por Pa ul o, todos servir com esmero, lembra-o de
l i vro Paulo e Estevão e que el uci da reti ra ndo-o i ncól ume. que l he era materialmente i mpossível
como s urgiu a i déi a des s e mei o de Es s e Ti to Justo a dqui re uma ca s a a todos a tender pess oa l mente, ma s
comuni ca çã o: pa ra os s ervi ços rel i gi os os . Os que poderia fazê-lo pelos poderes do
“Na pri mei ra vi a gem que fa z a compa nhei ros de Pa ul o, Áqui l a , Es píri to, s ugerindo, então, escrevesse
Cori nto, a pós s ua convers ã o, Pa ul o Pri s ca , Lóide e Eunice, col a bora m na a todos em s eu nome e a lertando-o
entrega-se ao trabalho com afinco, não execução dos programas tra çados de de que os de boa vonta de s a beri a m
s ó porque compreendia a necessidade a cordo com a orga ni za çã o já em compreender, porque o valor da tarefa
es s enci a l do tra ba l ho como mol a funci ona mento na Anti óqui a . nã o estaria na pres ença pes s oa l do
propul s ora da evol uçã o es pi ri tua l , Es ta va , a ssim, fundada a i greja de mi s s i oná ri o e, s i m, no conteúdo
como ta mbém pa ra es quecer a s Cori nto, que produzi u ri quís s i mos es pi ri tua l de s eus ens i na mentos .
l embra nça s que a s terra s a l i frutos e atingiu singular i mportâ nci a , Surgem então as epístolas de Paulo,
l oca lizada s , outrora pertencentes a es peci a l mente porque conta va , tã o ma rca ntes , tã o el eva da s ,
Jochebed, progeni tor de Jes i el na quel a época , com a pres ença de i mprescindíveis, a qua l quer es píri to
(Es têvã o), l he tra zi a m. Pa ul o. que pretenda reforma r-s e i nti ma -
Entrega ndo-se a rdorosa mente a o Chega vam a Cori nto emissários de mente.”
tra ba lho, s em o concurs o de Luca s , todos os l ugares onde já funcionava m Após este regis tro, i ni ci a remos o
que es ta va em Trôa de, nem a o de a s i grejas , tra zendo s ol i ci ta ções a s es tudo das epís tol a s , propri a mente
Ti móteo e Si l a s , que na época ma i s diversas. Os pedidos s urgia m de di ta s , começa ndo-o a tra vés do
tra ba l ha va m como ca ra va nei ros , Li s tra, Ma cedônia, Icônio, Tessalônica, a pós tol o dos genti os .
Pa ul o dedi ca -s e à s prega ções Chi pre, Jerus a l ém, Ga l á ci a , Pi s ídi a .
eva ngélicas na s i na goga de Cori nto. As s i m, poi s , em mei o a ta nto 2. ESTUDO DAS EPÍSTOLAS
Era comum receber vi s i ta s de tra ba l ho, a tendendo a todos e Sua s epístolas foram dirigi da s a os
emi s s á ri os de núcl eos (i greja s ) já s entindo-se i ncapaz de fa zê -l o com a Roma nos , a os Corínti os (2), a os
funda dos por el e própri o. Es s es pres teza que achava necessári a , bem Gá l atas, a os Efésios, aos Fi l i pens es ,
núcl eos, ou igreja s ti nha m urgentes como s enti ndo que nã o ba s ta va a os Colossenses, a os Tessalonicens es
probl emas a s olucionar e requeriam a s omente enviar emissári os , va l e-s e, (2), a Ti móteo (2), a Tito, a Fi l émon e
i ntervenção de Pa ul o. As s oberba do um di a, do silêncio da noite, quando a a os Hebreus .
pel o tra balho, a caba por chamar pa ra i greja es ta va des erta , pa ra roga r a A ca ra cterís ti ca gera l des s es
junto de si Timóteo e Si l a s , a fi m de Jes us, com l ágrimas nos ol hos , nã o es cri tos é a de l evar o esclarecimento
poder a todos atender com solicitude. l he dei xa s s e fa l ta r os s ocorros e conforto es pi ri tua l , tra ça ndo a
Após a l guma s s ema na s de pre- necessários a o cumprimento i ntegra l conduta que ca da um deve imprimir à
ga ções na s i na goga l oca l , s urgem de s ua ta refa . s ua vi da .
di ficuldades quanto Pa ulo a borda a s Termi na da a ora çã o, s enti u-s e Era m, em s ua maioria, dirigidas aos
rel a ções exi s tentes entre a s Lei s envol to em tênue cl a ri da de. Teve a núcl eos ou a grupa mentos que na

87
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

época s e denominavam igrejas , cuja s es clarecimento é oportuno, porquanto s a ibamos fa zer, a s s umi ndo a ti tude
reuni ões ti nha m por es copo a nos sa vaidade nos mostra a realida de humi lde e a utenti ci da de. Res s a l ta
a s simil a çã o da Boa Nova , cons ubs - des torcida, fa zendo-nos crer s eja mos Pa ul o nesse preceito que a quel e que
ta nci ada nos ensinamentos de Jes us . os detentores da verda de. ens ina deverá fazê-lo com dedicação,
Es s as pessoas, reunida s em torno de Ma s , s e ca da um s erá recom- o que reparte, com l iberalidade, o que
um mes mo ideal, buscava m a l ca nça r pens a do s egundo s ua s obra s , pres ide, com cuidado, o que exerci ta
s ua reforma ínti ma . receberá a glória a quel e que fi zer o mi s eri córdi a , com a l egri a .
Ta i s ens i na mentos era m tra ns - bem des i nteres s a da mente, tra ba - Di z Pa ul o no ca pítul o 12:9-10
mi ti dos ta mbém pessoalmente pel os l ha ndo com a mor, edi fi ca ndo s ua des s a epís tol a : “O a mor s eja nã o
a póstolos ou seus discípulos. Note -s e cons ciência e a de s eus semel ha ntes fi ngido... Amai-vos cordial mente uns
que a s ca rta s era m envi a da s s em va i da de nem preconcei tos . a os outros com a mor fra terna l ... A
diretamente por quem as escrevia, não Os que a s s i m nã o procederem ni nguém torneis mal por mal: procurai
exi s tindo qua l quer moda l i da de de s erã o entregues à s orte a dveniente da a s coisas honestas pera nte todos os
cens ura prévia, nem mesmo por parte i nobs ervâ nci a da s mes ma s Lei s e homens ... Nã o vos vi nguei s a vós
de Si mã o Pedro. Apes a r di s s o, a s s ofrerão toda tri bulação e angústia da mes mos, amados”, mostra ndo-nos o
recomenda ções nel a s conti da s vi vência no caminho do ma l , porque, amor como regra de conduta, para que
gua rda m uni formi da de com os embora as estradas do bem e do ma l aprendamos a ver também o lado bom
ens inamentos dos outros a pós tol os . s ejam diferentes, a Lei é uma só e para de nos s o s emel ha nte, já que, no
Em s ua epís tol a a os Roma nos , o Pa i “não há a cepçã o de pes s oa s .” es tá gi o evol uti vo em que nos
l ogo no pri mei ro ca pítul o, Pa ul o As Lei s do Pa i nã o s ã o dúbi a s . encontra mos , fá ci l nos é nota r em
chama atenção para o fato de se terem As s im, o Apóstolo nos l embra de que nos so próximo os defei tos que ma i s
os “homens torna dos l oucos , e, “os que ouvem a Lei nã o s ã o Jus tos s obres s a em em nós mes mos .
di zendo—se sábios, mudaram a glória pera nte deus, mas os que pra ti ca m a Al erta ndo-nos pa ra evi ta rmos
de Deus i ncorruptível em semelhança Lei hã o de s er jus ti fi ca dos .” vi nga nça s ou fa zermos jus ti ça com
da i magem do homem corruptível , e Na l uta dos sentimentos, na pugna nos sas próprias mãos, escla rece-nos
de a ves , e de qua drúpedes , e de i ncessante da ca rne com o Es píri to, de que a s Lei s Di vi na s s e ocupa m
réptei s .” Pa ul o nos dá s eu própri o exempl o, des s e jul ga mento. Em verda de, a s
Em verda de, mergulhados em s ua mos tra ndo a a mbi va l ênci a de que vi nga nças geram processos obsessivos
va i da de, os homens pa s s a ra m a s omos possuídos: “Segundo o homem extrema mente prejudi ci a i s a o
a dorar a matéria, distanciando-se da s i nterior, tenho prazer na Lei de Deus”, des envolvimento mora l do Es píri to,
coi s as espiritua i s , porque, como di z i s to é, como Espírito, porém, envolvi- prendendo-o i rres i s ti vel mente a o
Pa ul o, “mudaram a verdade de Deus do pel as vi brações grosseiras do corpo pa s s a do.
em mentira, e honra ra m e s ervi ra m fís i co, s enti a ha ver outra l ei que Es s a regra de conduta é res umi da
ma i s a cri atura do que o Cri ador, que ba ta lhava contra s eu entendi mento pel o a pós tol o dos genti os nos
é bendi to eterna mente.” ínti mo,o qua l na da ma i s é que a s eguintes termos: “Portanto, se o teu
Hi s tori ca mente, mui tos que proxi midade do Espírito à s coi s a s do i ni migo ti ver fome, dá -lhe de comer;
deti nham conhecimentos capa zes de Pl a no Ma teri a l . Da í s e pode depre- s e ti ver sede, dá-lhe de beber; porque,
l i bertar o Espíri to enca rna do pa ra a ender que evoluir s ignifica distanci a r- fa zendo isto, amontoa rá s bra s a s de
verda dei ra evol uçã o a ca ba ra m por s e da s neces s i da des ma teri a i s , fogo s obre a s ua ca beça ... Nã o te
des s ervi -l os , poi s a pl i ca ra m-nos à des prender-s e. dei xes vencer do ma l , ma s vence o
s a tisfação de s ua própri a va i da de e O des prendimento do mundo ma - ma l com o bem.”
a umentaram s eu poder, ma s i nega - teri a l l i berta , já que o Es píri to, As s im é que expa ndi remos nos s a
vel mente todos s erão justiçados pel a modi ficando s ua s di s pos i ções com ca pa ci da de de a ma r e s eremos
Lei Ma ior, porque a ca da um será dado referência ao entendimento da s Lei s res plandecentes, porque es ta remos ,
s egundo suas obras, na medida exa ta . Di vi na s , terá condi ções de res ta - entã o, s intonizados com a Lei do Amor,
Com efei to, nã o s ó os que têm bel ecer o equilíbrio dessa mes ma l ei a l ei má xi ma : “Quem a ma cumpre a
nega do es s a a bertura evol uti va a o des armonizada por ele, reconstruindo Lei .” “Ama rás a o teu próximo como a ti
Es píri to ca rente de ens i na mentos o que des trui u por s ua i gnorâ nci a . mes mo.” Como di z Pa ul o: “O a mor
s erã o julgados mas todos o s eremos , O a póstolo recomenda -nos a nã o nã o fa z ma l a o próxi mo.” Se nos
nã o por um tri buna l como es ta mos conforma çã o com o mundo, ma s o di s ta nci a rmos da s pa i xões e víci os
a cos tumados a ver, porém por nos s a es forço pel a renova çã o de nos s o representados pelo apego à ma téri a ,
própri a cons ci ênci a , já que s omos entendimento, para compreendermos va i dade, orgulho, maledicência, cobiça,
ta ngidos por todo um conjunto da s quã o agradável e perfeita é a vontade poderemos dar l ugar à penetra çã o do
cha madas Leis Na tura i s , cri a da s por de Deus . Exorta -nos à humi l da de a mor em nos s o ínti mo e
Deus pa ra reger toda s a s coi s a s . qua ndo nos diz:”Cada um de nós nã o des perta remos do s ono em que
Aos dominadores de consciênci a s , s a iba mais do que convém saber, ma s es tamos mergulhados para a realidade
a os poderosos de toda es péci e, a os s a iba com temperança .” A ca da um de que “a noi te é pa s s a da e o di a é
i mprevi dentes jul ga dores e s eus foi da da uma medi da , de s orte que chega do. Rejeitemos pois as obras das
s emelhantes, Pa ul o a dverte: “E tu, ó nem todos tem o mes mo gra u de treva s e revistamo-nos da s a rma s de
homem, que julgas os que fazem ta i s entendimento. É importante, pois, que l uz.”
coi s a s , cui da s que, fa zendo-a s , nã o nos mostremos ps eudo-s á bi os , Qua ndo Pa ul o es creve a os
es caparás a o juízo de Deus ?” Es te ma s que procuremos fazer bem o que Corínti os, continua a a ponta r regra s

88
INICIAÇÃO ESPÍRITA

de conduta preciosíssimas para noss a pra ti cá-lo dentro de uma normalidade nes s a 1ª Epís tol a a os Corínti os .
reforma íntima através da renova çã o a cei tá vel pel a s oci eda de e pel a Es creve el e: “Segui a ca ri da de, e
de nos s o entendi mento. Moti va do di gnidade. Na ca mi nha da evol uti va , procura i com zelo os dons espirituai s ,
pel as dissens ões s urgi da s na quel a conqui s ta mos es cl a reci mentos e ma s principalmente o de profeti za r.”
comunidade cristã, procura esclarecê- refrea mos desejos l enta mente. Nã o Devemos entender o dom de profetizar
l a s a cerca do comportamento cri s tã o devemos ja mais es cra vi za -nos , ma s como i ntermediação, que era então o
a nte a s oci eda de. ta mbém não devemos i r a l oucura por s enti do corrente, e nã o como
Es crevendo a os Corínti os pa ra repri mi rmos s ens a ções a i nda i n- a di vinhação, conforme genericamente
evi ta rem a ja ctânci a e a l erta ndo-os compreensíveis . Sa l vo mel hor juízo, querem a gora. Continua o a pós tol o:
pa ra o fa to de que um pouco de dos males o menor. Certa s a ti tudes “O que profetiza fala a os homens para
fermento fará l evedar toda a ma s s a , podem e devem funci ona r como edi ficação, exortação e cons ol a çã o.”
procura va preveni -l os de que vá l vul a s pa ra equi l íbri o des s a s Fa z i mportante advertência no sentido
deveri a m l i berta r-s e dos víci os e s ens a ções . Ao homem é da da de que s eja m a s mens a gens i nte-
pa i xões, nã o s e uti lizando da ma lícia oportuni da de pa ra procri a r como l i gívei s a fi m de que s e l hes pos s a
e da ma ldade, ma s s i m a pl i ca ndo a i mperiosa necessidade de possibil i ta r entender o ensinamento. Se os vá rios
s i nceridade e a verdade. Aconselhava- a os espíritos a manifestação no pla no i ns trumentos musicais não formassem
os a não se a ssociarem com os que ma teri a l , neces s á ri a a o des en- s ons distintos , como ha vería mos de
s e pros ti tuís s em, a dverti ndo-os vol vi mento. Es te a to reves te-s e de di s ti ngui -l os ?
porém de que i s s o nã o s i gni fi ca ri a ca pi tal i mportâ nci a e nã o deve s er Idênti ca l i çã o nos dá Ka rdec
i s olamento a bs ol uto dos deva s s os , pra ti ca do com i ndi gni da de. Com a qua ndo s e ocupa da s mens a gens
a va rentos, roubadores ou i dól a tra s , evol uçã o, os mei os poderã o s er medi únicas, exortando-nos a a nali s á -
porque a ssim s eri a m obri ga dos a modi fi ca dos , ma s mui to tempo l a s pa ra a qui l a ta rmos s eu va l or.
s a ir do mundo. Era preci s o, toda vi a , decorrerá até que a procriação venha Ai nda s obre o a s s unto, encon-
cui da do pa ra que a hi pocri s i a de a fa zer-s e s em a s i mbi os e da s tra mos es te cons el ho, por s i s ó
i ndi víduos ves ti dos de roupa gens s ens a ções a ni ma i s . es cl a recedor: “Irmã os , nã o s eja i s
enga nosas não levas s e a res ul ta dos Com res peito às possibilida des ou meni nos no entendimento, mas s ede
nul os todo o tra ba l ho da reforma qua l i da des que ca da i ndi víduo meni nos na ma l íci a , e a dul tos no
ínti ma em que s e empenha va a a presenta, Paulo mostra-nos que essas entendi mento.”
comuni da de cri s tã . qua l i da des s ã o conqui s tá vei s , A vi da es piritual, a reencarnação
Ai nda hoje, o ens i na mento é porque diz: “Ora , há di vers i da de de e a evol ução ficam claras no ca pítul o
vá l i do. Os a grupa mentos cri s tã os dons , mas o espírito é o mes mo... E 15, que fa l a s obre a res s urrei çã o.
devem pa uta r s ua s rea l i za ções s e- há di versidade de ministéri os , ma s o Pa ul o, nessa epís tol a , fa z compa-
gundo os caminhos da s inceri da de e Senhor é o mesmo.” Deus é o cri ador, ração entre Adão e Cristo, o primeiro
da hones ti da de, com a ti tudes cri s - i gual portanto para todos , e a todos repres enta ndo o homem em s eu
ta l i na s , s em fa l s a modés ti a s em cri ou com a s mesmas possibil i da des , es tágio evoluti vo i ni ci a l , o s egundo
hipocrisias, construindo com o cimento de s orte que os dons ou qua l i da des representando o homem (Espírito) em
do eva ngelho e revesti ndo tudo com s ã o conqui s ta dos pel o tra ba l ho. O s eu mais eleva do gra u de evol uçã o.
mui to a mor. Ja ma i s a va i da de, o Es píri to pos s ui todos os a tri butos As s im, di z: “Porque, a s s i m como
orgul ho, o jul ga mento preci pi ta do di vi nos e i rá evoluindo à medi da que todos morrem em Adã o, a s s i m
poderão encontrar guarida entre essas os for desenvolvendo. E, à medida que ta mbém todos s erã o vi vi fi ca dos em
comuni da des , s e s egui rem os for evol ui ndo, a proxi ma r-s e-á dos Cri s to.” Ma i s a di a nte: “E há corpos
ens i na mentos de Pa ul o. pl a nos di vi nos . Es s a i ntegra çã o cel estes e corpos terrestres, mas uma
“Embora todas as coisas me s eja m poderá levar-nos à compreensã o da s é a gl ória dos celes tes e outra a dos
l íci tas, nem todas me convêm. Toda s pa l avras do Apóstolo quando di z que terres tres ;” E conti nua : “Semei a -s e
a s coisas me são l íci ta s mã o nã o me os membros de um corpo, a pes a r de corpo a ni ma l , res s us ci ta rá corpo
dei xarei dominar por nenhuma.” Ess a serem muitos, fazem parte de um todo, es pi ri tua l . Se há corpo a ni ma l , há
a dvertênci a mos tra -nos o di s cer- de uma uni da de. ta mbém corpo espiritual. As s i m es tá
ni mento que devemos ter em nos s a s As s im poderíamos a té entender es cri to: o primei ro homem Adã o foi
deci s ões e a ti tudes , procura ndo a s palavras de Jesus quando dizia que fei to em a lma vi vente: o último Adão
compreender a importância do l i vre - “Eu e o Pa i s omos um”, ou qua ndo – em Es píri to vi vi fi ca nte.”
a rbítri o e s a bendo us á -l o com bom di zia.: “Nã o vos maravilheis com o que Nes s e ca pi tul o é-nos da do
s ens o e prudênci a . eu fa ço; vós s ereis ca pazes de fa zer o obs erva r que o homem celeste, isto é,
No ca pítul o 7 da 1ª epís tol a a os que fa ço e mui to ma i s .” Todos , o Es píri to, uti l i za -s e do homem
Corínti os , Pa ul o tece uma s éri e de porta nto, temos a s mes ma s pos - terres tre, i s to é, o corpo, pa ra s ua
obs erva ções sobre o ca s a mento e o s i bilidades e poderemos des envol vê- evol ução, renascendo qua nta s vezes
comporta mento s exua l , fa l a ndo do l a s. Esse é o es copo da s Es col a s de forem neces s á ri a s à s ua evol uçã o.
res peito e da dignidade exi gi da pel a Aprendi zes do Eva ngel ho: mostrar- Nes sa caminhada, o Espírito evolui e a
vi da em comum de doi s s eres . nos o caminho. ma téri a ta mbém, já que o Es píri to
Sa bi a mente a dverte os que nã o Exempl os ma gnífi cos de me- evol uído neces s i ta de um pl a no de
tenha m condi ções de s opi ta r os di unidade e da existência da vi da após ma nifestação condizente com seu grau
des ejos do s exo de que procurem a morte do corpo nos dei xa Pa ul o evol uti vo.

89
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

23.
A PREDESTINAÇÃO SEGUNDO
A DOUTRINA DE PAULO

1. INTRODUÇÃO um s erá dado segundo suas obra s ou da s mã os de Jes us , i s to é, de s eus


Conti nuando os estudos em torno na medida de s uas conquistas espiritu- ens i na mentos .
dos ensinamentos deixados por Paulo, a i s , de vez que ca da um de nós Uma vez cha mados, à medi da que
a na lisemos, à l uz do Eva ngel ho e da conquistará va lores que nos distancia- formos evoluindo e desvendando o véu
Tercei ra revel a çã o, o que podemos rã o da s coisas materiais a ponto de nos que encobre a s lei s na tura i s a reger
depreender do concei to a ti nente a elevarem espiritualmente e nos a pro- toda s a s coi s a s , nós i remos , em
predes ti na çã o. xi ma rem da divindade enqua nto nos vi rtude de nos s a s conqui s ta s , nos
As i nterpretações dadas a os textos a fa stam das necessidades próprias da a proxi ma ndo de Jes us .
de Pa ulo ou à s ua fala qua ndo vi vo e ma téri a . Com efei to, foi o própri o Mes tre
a i nda nos temos modernos vêm Infelizmente, teimamos em com- que o disse: “Não vos maravi l hei s do
ca us a ndo di s cus s ões . parar o Supremo Ser, o Criador de que eu fa ço, ma s vós mes mos s oi s
A l eitura dos Atos dos Após tol os todas as coisas, conosco mesmos. ca pa zes de fazer is s o e mui to ma i s ”.
dei xa claro que, em qua s e toda s a s Por certo, o Criador nos predestinou, Dá -nos a ssim Jes us l i ção de
ci da des, havia polêmicas. Toma va -s e a todos sem exceção, para um destino humi ldade e indica a medida exata da
pa rti do de a cordo com a s i nter- glorioso, mas sem acepção de pessoas, es trutura que poderemos a tingir em
credo, religião, política, cor, etc.
preta ções de uns e de outros ou nos sa cristificação através dos tempos.
O vers ícul o 28 do ca pítul o 8 da Nã o existe, pois, predestinação no
s egundo os i nteresses econômicos ou
Epís tola a os Romanos vem tra zer, pela s entido que a lguns querem empregar,
s a cerdota i s .
i nterpreta çã o, a di vi s ã o entre os i s to é, de que Deus escolhe alguns
De um l a do, os judeus , i m-
di ri gentes de rel i gi ã o, provoca ndo pa ra serem s eus eleitos. Evi den-
pregnados das leis mosaicas, s enti a m
dúvi das nos profitentes . Veja mos : “E temente, eleitos s ão a queles que tudo
di fi cul da des em i nterpreta r os
ens i na mentos de Jes us , e, porque s a bemos que toda s a s coi s a s fi zeram por merecê-lo, que i mitaram
contri buem junta mente pa ra o bem Cri s to e s e des pojaram das
i ma ginavam s er o povo escolhi do por
da queles que a mam a Deus, daqueles necessidades puramente materiais,
Deus, cui da va m, que s omente el es
que s ão chamados por s eu decreto.”
teri a m direito à s a l va çã o, ba s ta ndo gra ça s a inúmeras reencarnações
Os vers ículos subseqüentes , 29 e 30, pregressas em que ti veram
pa ra i s s o crer e de qua ndo em vez
di zem-nos : “Porque os que da ntes oportunidade ara s e burilar, para
oferta r sacrifícios através da imolação
conheceu também os predestinou para
de a l gum a ni ma l . exercerem a ca ri dade epa ra
s erem confi rme à i ma gem de s eu
Sempre foi muito difícil para eles o cercea rem todas as a restas que
Fi l ho, a fi m de que el e s eja o pri -
entendimento da reconci l i a çã o, da di fi cul ta m a prá ti ca do a mor puro.
tolerância e da fraternidade em virtude mogênito entre muitos irmãos . E a os Nã o podería mos dei xa r de
que predes ti nou a es s es ta mbém
de s eus a rra i ga dos concei tos comentar, embora a contra gos to, a s
cha mou; e a os que cha mou a es s es
di s torci dos da ca ri da de. i nterpretações surgidas acerca desses
ta mbém justificou; e as que justificou
Por compa ração, nos dias de hoje, vers ícul os .
a es s es ta mbém gl ori fi cou”.
a s coisas não s ã o mui to di ferentes , Os puros ens i na mentos da
Conqua nto mui tos a i nda nã o o
embora se tenham fei to progres s os . cha ma da Casa do Caminho,
a cei tem, a i es tá : Jes us foi envi a do
A verda de é que mui tos já ma ra vilhoso tra balho i ni ci a do pel os
pa ra ori enta , conduzi r e redi mi r a
i ma ginaram que fora m os escolhidos di s cípul os , fora m, no decorrer dos
huma nidade, fazendo-se modelo pa ra
e mui tos modernamente i magi na m a tempos, deturpados por a quel es que
s er s eguido e exemplifi ca do. As s i m é
mes ma coisa, como se Deus pudes s e s e a rvora ra m em donos de
que a huma ni da de terrena tem um
s er pa rcial, simpa ti za ndo com uns e cons ci ênci a s , por a quel es que s e
l íder, Jesus Cri sto, que, pel a vonta de
des gostando-se de outros, possui ndo outorga ram como ministros de Deus .
do Pa i ,na formação foi o início de tudo.
ca pri chos próprios de seres inferiores . Por vol ta do s écul o XVI, comuns
Porta nto, s e isso é predestinação, logo
Atra vés dos tempos, difícil tem sido era m os a bus os perpetra dos por
fomos predestinados para entrar pel a
à huma ni da de e a os l íderes de mui tos que s e di zi a m rel i gi os os .
porta es trei ta a tra vés
rel i giões e s eitas aceitarem que a ca da Na quel es tempos , a di s cus s ã o dos

90
INICIAÇÃO ESPÍRITA

dogmas i nstituídos gera va enormes


pol êmicas. Os fa tos a s s umi a m pro-
porções gi gantescas e cres ci a m
a s des a vença s . Surgi u, a s s i m,
rompi mento no seio do ca tol i ci s mo,
poi s l eva va m-s e em cons i dera çã o,
nes s a s di s puta s verba i s , os
des mandos de a l guns em nome da
i greja. Exi stia m, evi dentemente, os
que a bus a va m da fé, os que, s em
es ta rem i nves ti dos de qua l quer
a utori da de, a gi a m como s e o
es ti ves s em, bem a s s i m os que s e
compra zi a m na ma l da de, na
a rrogâ nci a e na má fé.
Exi s tem períodos s ombri os na
história religiosa da humanidade. Hoje,
porém, parece que vemos cres cer um encontramos nos Atos dos Apóstolos que nele há, sendo o Senhor do Céu e
s entimento ecumêni co. Oxa l á no fu- e na s epís tol a s , pri nci pa l mente da Terra , não habita em templos feitos
turo pos samos ter um s ó reba nho e qua ndo a pl i ca mos a s Lei s de por mã os de homens .
um s ó pa s tor. Reenca rna çã o e de Açã o e Rea çã o. Nem é s ervi do por mã os de
À época, s urge o Protes ta nti s mo, homens , como s e neces s i ta s s e de
tra zendo doi s l íderes rel i gi os os , 2. ANALISANDO OS ATOS DOS a l guma criatura, quando ele mesmo é
cons iderados como os reforma dores , APÓSTOLOS o que dá a todos a vi da, a respiração e
Lutero e Ca lvino, os quai s , em pouco No ca pítul o 10, vers ícul o 34 do toda s a s coi s a s .
tempo, a ca ba m envol vi dos em Atos dos Após tol os , Pedro di z: De um s ó fez todo o gênero
di vergênci a s , s urgi ndo, entã o a s “Reconheço por verda de que Deus huma no, para que ha bi ta s s e s obre
correntes ca l vi ni s ta e l utera na . nã o fa z a cepçã o de pes s oa s ”. toda a face da terra, a s s i na l a ndo os
Em s eu l i vro Os Institutos,Ca l vi no Des de que nã o há es col ha de tempos e os limites da Sua habita çã o.
i nterpreta Pa ul o da s egui nte forma : pes soas por parte de Deus , s egue -s e Pa ra que buscassem a ele, Deus, s e
“Deus escolhe os que quer para si e, que qua i s quer cri a tura s podem porventura o pudessem tocar ou achar,
a ntes que nasça m, põe de res erva a a proxi ma r-s e do Senhor pel a a i nda que não esteja l onge de ca da
gra ça com que des eja fa vorecê-l os . conqui s ta de s i mes ma s , ou s eja , um de nós .
Nã o é s ua previ s ã o da nos s a futura a tra vés da reforma ínti ma . Porque nele mesmo vivemos e nos
s a ntidade que determina essa escolha. É por i s s o que Pedro a fi rma , no movemos e exi s timos, como a i nda
A gra ça de Deus é gra tui ta e nã o vers ículo 35, “que, em toda a Na çã o, di sseram a lguns dos vossos poetas:
concedida aos que merecem os nossos a quel e que o teme e obra o que é porque dele ta mbém somos linhagem.
l ouvores. Ela deixaria de s er gra tui ta , jus to, es s e l he é a cei to”. Sendo nós linhagem de Deus, não
s e, es col hendo o s eu povo, Deus Confi rmando que s eremos a feridos devemos pensar que a divi ndade é
a tendess e à na tureza da s obra s de por nos sa s a ções e boa s obra s , di z s emelhante a o ouro, ou à prata, ou à
ca da um. Pedro no versículo 42: “E nos mandou pedra lavra da por a rte e i ndústria do
O homem não possui a fa cul da de prega r a o povo e dar tes temunho de homem.
de pra ticar as Boa s Nova s , a menos que El e é o que por deus foi Deus, dis s i mul a ndo por certo os
que s eja assistido pel a gra ça , e es s a cons ti tuído jui z de vi vos e mortos ”. tempos des ta i gnorâ nci a , a nunci a
gra ça s ó é concedida a os el ei tos , na Fi ca claro que Jesus foi constituído a gora aos homens que todos em todo
s ua regenera çã o.” jui z de encarnados e desenca rna dos , l uga r fa ça m peni tênci a .
Como s e vê, os nos s os i rmã os porque o Cri s to e o Ca mi nho, a Pel o que ele tem determina do um
protes ta ntes entendem que Verda de e a Vi da . di a em que há de jul ga r o mundo,
a l cançarão a sal va çã o pel a gra ça : no Qua ndo em Atena s , Pa ul o tem conforme a justiça, por a quele va rã o,
enta nto, o Espiritismo prudentemente, oportuni da de de proferi r vi bra nte que desti nou pa ra jui z, do que deu
nos ensina de forma di ferente, o que di s curso, em que angaria adeptos para certeza a todos , res s us ci ta ndo-o
veremos ma i s a di a nte. a Boa Nova. Esse discurso encontra-se dentre os mortos .”
Pa ul o e os dema i s a pós tol os nos Atos dos Após tol os , ca pítul o 17, Pa ul o, nes s e di s curs o, confi rma
i gualmente foram pródigos em ensinar vers ícul os 23 a 31: pl enamente o ensinamento de Pedro
que o homem pode conquistar a graça “Poi s , pa s s a ndo e vendo vos s os no vers ículo 42 do ca pítulo 10 do Atos
pel a s boa s obra s . santuários, achei também um altar, em dos Apóstolos, relatado por Lucas, isto
O Cons olador Prometido, com s uas que s e a cha va es ta i ns cri çã o: AO é, de que Jesus era jui z e de que o
s á bi a s l ei s e revel a ções , nos dá a DEUS DESCONHECIDO. Poi s es s e Mes tre era a ca beça de tudo.
cha ve pa ra i nterpreta çã o ma i s Deus , a quem a dora i s s em
cons entâ nea a os próprios conhecerdes , é de fa to o que eu 3. ANALISANDO O ESPIRITISMO
ens inamentos do Mestre Jesus e que a nunci o. Ora , s e no Pai vi vemos e existimos,
Deus, que fez o mundo e tudo o por que somente alguns seriam

91
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

es colhidos? É evidente que todos têm nunca retrógradas; mas a vel oci da de pelo conhecimento da verdade e para
a mes ma oportuni da de. Es s e o de progres s o depende dos nos s os os aproximar de Si. A felicidade eterna
ens inamento da Terceira Revelação, es forços pa ra a ti ngi rmos a e sem mescla para eles está nesta per-
o Es pi ritismo, perfeitamente a justado perfei çã o.” feição.Os Espíritos adquirem esses
a o dos Após tol os . “As qua lidades da alma s ã o a s do conhecimentos passando por provas
Senã o veja mos : Es píri to em nós encarnados ; a s s i m o que Deus lhes impõe. Uns as aceitam
com submissão e chegam mais
Em O Livro dos Espíritos, “Intro- homem de bem é a encarnação de um
rapidamente ao fim que lhes é
dução ao Estudo da Doutrina bom Es píri to, o pervers o a de um destinado; outros não se submetem
Espírita”, i tem 6, l ê-s e: “Há no ho- i mpuro.” sem murmuração e assim, por própria
mem três coi s a s : 1) “O corpo ou s er “Ti nha a a lma a s ua individualidade culpa, ficam afastados da perfeição e
ma terial, anál ogo a o dos a ni ma i s e a ntes da enca rna çã o e a cons erva da felicidade prometida.
a ni mado pelo mesmo pri ncípio vi tal; depoi s de s epa ra r-s e do corpo.”
2) A a l ma ou s er i ma teri a l , Es píri to No ca pítul o 1, pergunta nº 11: 4. COMENTÁRIO FINAL
enca rnado no corpo; 3)O l aço que une P. “Será um di a da do a o homem Eis aí a justiça divina: criados
a l ma e corpo, princípio intermedi á ri o compreender o mi s téri o da Di vi n- simples ignorantes, todos os Espíritos
entre a ma téri a e o es píri to”... da de?” têm as mesmas possibilidades, adqui-
“Pertencem os Espíritos a divers a s R. “Qua ndo o s eu Es píri to nã o rem conhecimentos, evoluem e se
cl a s s es ; nã o s ã o i gua i s em poder, ma i s estiver obscurecido pela matéria aproximam de Deus.
como nã o o s ão em i nteligência, saber e qua ndo, pela perfei çã o, s e houver Os que se rebela m e des ca mba m
e mora l i da de...” a proxi ma do de deus , vê-l o-á e o pa ra a i nsubmissão, fá-lo-ão em outra
“Os Es píri tos pertencem eterna- compreenderá .” oportunidade, porque o Pai os destinou
mente à mesma ordem. Todos s e No l i vro II, ca pítulo 1, pergunta 114, a todos pa ra Sua gl óri a .
mel horam a o passar pelos diversos encontra mos o s egui nte: Por cons eguinte, predestina çã o no
gra us de hi erarquia es pírita... Tal P. “Sã o os Es píritos bons ou ma us s entido que muitos l he pretendem dar,
mel hora se verifica pela encarnação...” por na tureza ou são eles próprios que nã o existe, pois o Pai a ni nguém pro -
“Ao dei xar o corpo, a a lma entra s e mel hora m?” tege: há um começo para ca da Espírito
no mundo dos Es píritos, de onde havia R. “El es própri os s e mel hora ,; e, e todos terão um destino fi nal que só
s a ído pa ra toma r nova exi s tênci a mel horando, passa m de uma ordem o Pa i s a be. Em ca da uma da s
ma teri a l ”... i nferi or a outra ma i s el eva da .” reencarnações, cada um tra z um pro-
“Devendo o Es píri to pa s s a r por Na pergunta 115, l ê-s e: gra ma a cumprir. No entanto, cada um
vá ri a s encarnações, resulta que todos P. “Entre os Es píri tos , uns fora m tem l i vre-arbítrio e cumpri rá s eu pro-
nós temos ti do vá ri a s exi s tênci a s e cri a dos bons e outros ma us ?” gra ma , se o desejar. de qua l quer mo-
teremos ainda outras, mais ou menos R. “Deus cri ou todos os Es píri tos do, ci ngir-se-á à i nflexibilida de da l ei
a perfeiçoadas, na Terra ou em outros s i mpl es e i gnora ntes , i s to é, s em de Açã o e Reação e, inevi ta vel mente,
mundos .” ci ência. A ca da um deu uma mi s s ã o, a ca ba rá por cumpri r s eu progra ma
“As vá ri as existências corporais do com o fi m de os esclarecer e fa zê -l os evol utivo em consonância com a l ei do
Es píri to s ão s empre progres s i va s e chegar, progressivamente, à perfeição, progres s o.

24.
JUSTIFICAÇÃO DOS PECADOS

1. INTRODUÇÃO rel i gi ã o ou fi l os ofi a , ou s eja Es pi ritismo não se consideram dogmas,


Antes de continua rmos o es tudo, propos i çã o a pres enta da como ma s sim postulados, tendo
torna -se necessário esclarecer o que i ncontes tá vel e i ndi s cutível . a s sim a característica de evol uírem à
s e entende por dogma e como o Ora , como o dogma repres enta medi da que a huma ni da de tenha
Es pi ri ti s mo s e ma ni fes ta s obre o uma dedução, pressupõe a existênci a pos sibilida de de entender a s nova s
a s s unto. de dúvi da, o que s i gni fi ca que nem revel a ções .
Por defi ni çã o, dogma cons ti tui s empre encerra a verda de. Entre vá ri as, destaca mos a Lei de
ponto fundamental de doutri na em Os pontos fundamentais do Açã o e Reação, a da Reencarnação, a

92
INICIAÇÃO ESPÍRITA

do Amor, a do Tra balho, que , reunidas,


forma m um grupo de Lei s Na tura i s
cri a das pelo Pai para regerem todas as
coi s as. Elas existem e a huma ni da de
a i nda nã o a s compreende, ma s ,
qua ndo vi er a entendê-l a s , terá
a ti ngi do o á pi ce da evol uçã o, num
da do ponto.

2. ESTUDOS EM TORNO
DA JUSTIFICAÇÃO
DOS PECADOS
Es tudando as epís tol a s de Pa ul o,
encontramos s eus ens i na mentos a
res pei to dos peca dos .
A reda çã o de Pa ul o em s ua s
epís tol a s provocou i nterpreta ções
di vers a s , s urgi ndo o Dogma da ENTENDER, que os i ndoutos e gri de a l ei e pela pena imposta resgata
Sa l va çã o pel a fé, como ta mbém o i nconstantes torcem, e igualmente a s o erro cometi do. Há , porém, a
Dogma de que o sangue de Cri sto nos outra s Es crituras, para a s ua própri a verda deira Lei, a Lei do Es píri to, com
puri fi ca dos peca dos . perdi çã o.” efeito, criada pelo Pa i para reger todas
Nes te estudo, o que importa para Pa ul o, em s ua Epís tol a a os Ro- a s coi s a s e, na da terá res ga ta do
o a prendi z do eva ngel ho s ã o os ma nos, aborda a justifica çã o pel a fé. a quele que embora tenha s a l da do a
ens i na mentos de Pa ul o, s em Al i ás , em Roma nos , 1:16, Pa ul o di z Lei de Deus .
di s cutirmos se assiste ra zão a es ta ou que o a ssunto da epístol a é a jus ti ça As s im, quanto Pa ulo diz: “Ora , nós
à quel a corrente. pel a fé. s a bemos que tudo o que a Lei diz, a os
A verda de insofismável, que Jes us Nes sa epístola, Pa ulo faz disti nçã o que estão debaixo da Lei o di z”, el e o
Cri s to deixou bem cl a ra a tra vés dos entre a l ei dos homens e a s Lei s fa z pa ra as cri aturas que neces s i ta m
que relataram os fatos ocorri dos du - Di vi na s . a ndar s ob o freio da lei, porquanto os
ra nte s ua permanência na Terra, é que Va mos, pois, iniciar o estudo tendo que, pela reforma íntima, conseguiram
ca da um receberá de acordo com suas em vi s ta os dizeres de Pa ulo sobre a lei evol ução espiritual, já não estão s ob a
obra s, isto é, segundo a s conqui s ta s a que todos es ta mos s ujei tos . a utoridade da l ei e s im libertos porque
que venha a fazer no ca mpo efeti vo Em Roma nos , 1:19-20, di z Pa ul o: es tã o i ntegra dos em Cri s to.
da ca ri da de pura e da i nces s a nte “Ora , nós sabemos que tudo o que a O que é estar i ntegrado em Cristo?
reforma ínti ma . Lei di z, a os que estão debaixo da Lei É s eguir-lhe os passos, e i mitá -l o s em
Nes te particul a r, a s epís tol a s de o di z, pa ra que toda boca es teja res tri ções .
Pa ul o s ã o fértei s , a ponta ndo a os fecha da e todo o mundo s eja con- Conti nuando, de Romanos 3:21 em
s eguidores da Boa Nova a conduta de dená vel di a nte de deus . Por i s s o di a nte, temos : “Ma s a gora s e
ca da di a e i ncenti va ndo ca da um a nenhuma carne será justificada diante ma nifestou s em a lei a justiça de Deus,
es força r-s e a o má xi mo pa ra s e del e pelas obras da lei, porque pela lei tendo o tes temunho da l ei e dos
tra ns forma r em um homem novo. vem o conheci mento do peca do.” profetas.” Is to é, “a jus ti ça de deus
Efeti vamente, a leitura isolada dos É evi dente que a l ei dos homens pel a fé em Jesus Cri s to pa ra todos e
es cri tos de Pa ul o, em a l guns ca s os , procura cri ar uma disciplina para que s obre todos os que crêem; porque não
di ficulta s ua i nterpreta çã o, de s orte a s comunidades pos s a m vi ver l a do a há di ferença .”
que s e fa z neces s á ri o a bra nger um l a do, para que a s pes s oa s tenha m Evi dentemente, refere-s e à
todo e não só citações esparsa s , bem uma meta e um frei o a o mes mo di ferença entre judeus e genti os ,
a s sim estudar a s epístol a s redi gi da s tempo. Assim, por ca usa das s a nções porquanto os primeiros se ti nham por
por outros apóstolos, Tiago, e, ainda, o da Lei , pa ga mentos i mpos tos , res - pri vi l egi a dos em vi rtude de
Eva ngel ho em s eu conjunto, já que pei tamos o próxi mo e cumpri mos os a credi ta rem no Deus úni co e nã o
Pa ul o bebeu nes s a s fontes o deveres cívicos. Muitos há, entretanto, tol era rem a s uprema ci a dos
conheci mento da Boa Nova . que nã o res pei ta m a Lei e entã o ens inamentos de Jes us s obre os de
Indubitavelmente, gra ndes eram s ofrem a s cons eqüênci a s . As l ei s Moi s és .
s eus conhecimentos das leis mosaicas. devem s er res pei ta da s , quer s eja m Agora Deus se manifesta sem a Lei
As s im é que o di scípulo de Gamaliel boa s ou más, e a Justiça i nstituída nos de Moi sés, mas com a Lei do Amor de
mui tas vezes faz comparações que nos ga ra nte a defesa quando s entimos que Jes us, tendo a Lei Divina e os profetas ,
di a s de hoje podem parecer estranhas. el a s nos podem prejudi ca r. i s to é, os médiuns, como testemunhos,
Pedro, o gra nde apóstolo, a borda o Os judeus, na época de Paulo, eram porque estes tra zem os ensinamentos
a s sunto em sua segunda epístola, zel os os a o cumpri mento da l ei do ma i s a l to.
ca pítulo 3º, vers ículo 16, nos seguintes mos aica , e, qua ndo s e s enti a m em Conti nua ndo, di z Pa ul o: “Sendo
termos : “Falando disso, como em peca do, a cha va m que obti nha m jus ti ficados gra tui ta mente pel a s ua
toda s a s s uas epístolas, ENTRE AS jus ti fi ca çã o medi a nte a oferta do gra ça , pela redenção que há em Jes us
QUAIS HÁ PONTOS DIFÍCEIS DE s a crifício, como o homem que trans- Cri s to, a o qua l Deus propôs pa ra

93
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

propi ciaçã o pel a fé no s eu s a ngue, Deus , é ca pa z de produzi r, pel a s Em Roma nos 15:17, di z-nos : “De
pa ra demons tra r a jus ti ça pel a obra s, frutos santificantes. É ca pa z de s orte que tenho glória em Jesus Cri sto
remi s s ã o dos peca dos da ntes tra ba lhar i ncess a ntemente, como o na s coi s a s que pertencem a Deus ,
cometi dos, sob a pa ci ênci a de Deus : Pa i o fa z. porque nã o ous a ri a di zer coi s a
pa ra demons tra çã o da s ua jus ti ça Ma gníficos exempl os de fé têm- a l guma, que Cri sto por mim não tenha
nes te tempo pres ente, pa ra que el e nos sido demonstrados no curs o dos fei to, para obediência dos gentios, por
s eja justo e justifi ca dor da quel e que s éculos. Queremos aqui destacar o de pa l a vra s e por obra s .”
tem fé em Jes us .Onde es tá l ogo a Abra ã o, que, quando sol i ci ta do pel o Em 1ª Corínti os , 3:13-14, di z: “A
ja ctâ ncia? É excl uída . Por qua l l ei ? Es píri to do Senhor, que ofereces s e obra de cada um s e ma ni fes ta rá ; na
Da s obras? Nã o: ma s pel a l ei da fé.” s eu fi l ho a ma do Is a que em hol o- verda de o dia a declarará, porque pelo
Concl uímos , poi s , que o homem é ca us to, nã o teve dúvi da s e s ó nã o fogo s erá descoberta, e o fogo provará
jus ti ficado pela fé sem as obras da l ei. cons umou o fa to porque o a njo do qua l s eja a obra de ca da um, s e a
É porventura Deus s omente dos Senhor s ubs ti tui u Is a que por um obra que alguém edificou nessa pa rte
judeus ? E nã o o é ta mbém dos cordei ro. perma necer, esse receberá gala rdã o”.
genti os ? Ta mbém dos genti os , Outro notá vel exempl o é o do Nos s a s jorna da s terres tres s ã o
certa mente. Se Deus “é um s ó, que centurião de Ca farnaum: “Senhor, dize verda deiras provas de fogo e nos s a s
jus ti fica pel a fé a ci rcunci s ã o, e por s omente uma palavra e o meu cri a do conquistas s erão assim testadas à l uz
mei o da fé a incircuncisão”. “Anulamos, s a rará, pois ta mbém s ou homem s ob do di a , i s to é, à s cl a ra s .
poi s, a lei pela fé? De maneira nenhu - a utori da de, e tenho s ol da dos à s Ai nda em 1ª Coríntios, 4:12, Pa ul o
ma , a ntes es ta bel ecemos a l ei .” mi nhas ordens; e digo a es te: va i e nos di z: “E nos a fa di ga mos , tra ba -
Vê-s e, pois que Pa ul o demons tra el e vai;e digo a o outro: vem, e ele vem; l ha ndo com a s nossas próprias mã os ;
a os gentios que os judeus não tinha m e a o meu cri ado: fa ze isto, e ele faz.” O s omos i njuri a dos , e bendi zemos ;
efetiva mente privilégio algum e que os centurião tem fé pura, reconhece em s omos pers egui dos e s ofremos ...”
genti os , i s to é, todos , poderi a m Jes us a a utori da de s uprema , a uto- Prova ndo que a fé em s i nã o é
a l cançar evoluçã o pel a fé. Porta nto, ri da de outorga da pel o Pa i mercê a s tudo, Pa ul o, na pri mei ra ca rta a os
nem a fé a nul a a l ei , conqua nto conqui s ta s do Mes tre. Corínti os, 13:2, declara: “E a i nda que
necessária à nossa evolução, nem a lei A conversão de Paulo no ca mi nho ti ves s e o dom da profeci a , e
pode abalar a fé, já que fé significa ter de Da masco é outro exempl o de fé. conhecesse todos os mistérios e toda
confi a nça . Os ensinamentos de Jes us es tã o a ci ência, e ainda que tives s e toda a
Permi tam-nos este esclarecimento: repl etos desses exemplos , s endo El e fé, de ma neira ta l que tra nsporta s s e
mui tos confundem fé com crença . própri o exempl o vi vo des s a fé que os montes , e nã o ti ves s e ca ri da de,
Nã o é a mesma coisa. Ter fé é, a ntes tra ns porta monta nha s . na da s eri a .”
de ma is nada, confiar. Porta nto, ter fé Pa ul o, em Roma nos 9:30-32, Conti nua ndo, em 13:13, a fi rma :
em Jes us é confi a r no Mes tre. comenta: “Que diremos, pois? que os “Agora , poi s , perma necem a fé, a
Fi ca bem entendido que os gentios genti os que nã o bus ca va m a jus ti ça es perança e a ca ri da de, es ta s três ,
podiam ser justificados sem a s obra s a l ca nça ra m a jus ti ça ? Si m, ma s a ma s a ma i or des ta s é a ca ri da de.”
da l ei mosaica: nã o preci s a va m con- jus ti ça que é pela fé.” Ma s Israel , que Fa l a ndo em 2ª Corínti os , 11:15,
verter-s e a o judaísmo para evoluírem, bus cava a lei da justiça, não chegou à a cerca dos falsos a póstolos, refere -s e
pa ra se a proximarem de Cri s to e por l ei da justiça. “Por quê? porque nã o ta mbém às obras: “Nã o é mui to que
s eu i ntermédi o s e a proxi ma rem de foi pela fé, mas como pel a s obra s da os s eus ministros s e tra nsfi gurem em
Deus . l ei: tropeçaram na pedra de tropeço.” mi nistros da justiça, a fi m dos qua i s
Nã o podemos nos confundi r, Is to porque os de Is ra el a cha va m s erá conforme a s s ua s obra s .”
porque a s boa s obra s s ã o que, pra ti ca ndo a l ei de Moi s és , Em s ua Epís tol a a os Gá l a ta s ,
i mprescindíveis à evolução es pi ri tua l : es tava m salvos. As leis de Moi s és fo - Pa ul o torna ao a ssunto da justificaçã o
s em o tra ba l ho que a reforma de ra m deturpadas , poi s a cha va m que, pel a fé, pa ra que os Gá l a ta s nã o
nos s os cora ções exi ge, s em a obra ora ndo e oferecendo s a cri fíci os , i ma ginassem que somente pel a s l ei s
edi fica nte de tra ns forma r o homem es ta va m s ob a gra ça de Deus . Ora , dos judeus cons egui ri a m a jus ti -
vel ho no homem novo, nã o Jes us di s s e-nos : “Porta nto, s e fi ca ção. Assim é que, em 2:14-16, di z:
conquistaremos a graça de Deus . Si m, trouxeres a tua oferta ao altar, e a í te “Ma s , qua ndo vi que nã o a nda va m
ei s o que s e nos i mpõe: gra njea r os l embra res de que teu i rmã o tem bem e di rei ta mente conforme a
fa vores do Pa i Cel es te a tra vés de a l guma coisa contra ti, deixa ali diante verda de do Eva ngelho, di s s e a Pedro
nos sa efetiva vi vência crís tica em pel a do a l tar a tua oferta e va i reconci l i a r- na pres ença de todos : s e tu, s endo
s i ntoni a com a s vi bra ções emi ti da s te pri meiro com teu i rmã o e depoi s judeu, vi ves como os genti os , e
pel as mais altas hierarquias espirituais. vem e a presenta a tua oferta .” Is to é nã o como judeu, por que obri ga s
Des ori enta dos es tã o a quel es que ma i s a gra dá vel a os ol hos de Deus . os genti os a vi verem como os
a cha m que o Pai premi a rá quem nã o Os genti os não tinham a lei, mas judeus ? Nós s omos judeus por
tenha em s eu fa vor uma fol ha de ti vera m fé, i s to é, confi a ra m. na tureza e não peca dores dentre os
s ervi ços pres ta dos . Pa ra reforçar que a reforma íntima genti os. Sabendo que o homem não é
A fé i ndubi ta vel mente remove é tudo, que a l ei má xi ma é o a mor e jus ti ficado pel a s obra s da l ei , ma s
monta nha s de probl ema s e di fi - que ta is coisas se conquista m com a s pel a fé em Jes us Cri s to, temos
cul dades, e o homem que tem fé pura, obra s, va mos relatar o entendi mento ta mbém cri do em Jes us Cri s to
i s to é, confiança total no Cri sto e em de Pa ul o a res pei to. pa ra s ermos jus ti fi ca dos pel a fé

94
INICIAÇÃO ESPÍRITA

de Cri s to e nã o pel a s obra s da l ei ; a certa do Cri sto: “O qua l s e deu a s i “Porventura o nosso pai Abra ã o nã o
porquanto pelas obras da lei nenhuma mes mo por nós pa ra nos redi mi r de foi justifi ca do pel a s obra s , qua ndo
ca rne s erá jus ti fi ca da ”. toda a iniqüidade, e puri fi ca r pa ra s i ofereceu s obre o a l ta r o s eu fi l ho
No ca pítulo 3º continua no mes mo um povo s eu especial, zeloso de boa s Is a que?” (2:22): “Bem vês que a fé
di a pasão, reforçando s uas afirma ções obra s .” E conti nua , em 3:1: cooperou com a s s ua s obra s e que
de que nã o ha vi a neces s i da de de “Admoesta-os a que se s ujei tem a os pel as obra s a fé foi a perfei çoa da .”
s egui rem a s l ei s dos judeus pa ra pri ncipados e potes ta des , que l hes (2:24): “Vedes então que o homem é
s erem justificados, ta nto que, em 3:19, obedeçam, estejam prepara dos pa ra jus ti ficado pelas obras e não somente
nos di z: “Logo, pa ra que a l ei ? Foi toda boa obra ...” pel a fé.” Tiago a rremata o ca pítul o 2
ordena da por ca us a da s tra ns - Em 3:8, s ol icita a Ti to que a fi rme: di zendo: “Porque, assim como o corpo
gres s ões ...”. “... pa ra que os que crêem em Deus s em o Es pírito está morto, ta mbém a
Na s Epístola s a os Col os s ens es , procurem apl i ca r-s e à s boa s obra s ; fé s em obra s é morta ”.
bem como na s dua s a os Tes s a - es tas coisas s ã o boa s e provei tos a s
l onicenses , Pa ul o mos tra que a nda pa ra os homens.”E arremata em 3:14: 4. COMENTÁRIO FINAL
di gnamente diante do Senhor a quel e “E que os nossos aprendam também a Ca ros Aprendizes do Evangelho, os
que pra ti ca a boa obra . a pl icar-se às boa s obra s , na s coi s a s gra ndes obreiros da s eara do Mes tre,
Em Ti móteo, 1:9, Pa ulo demons tra neces s á ri a s , pa ra que nã o s eja m s eus a ma dos Após tol os , dei xa ra m,
s ua humildade, declarando: “Que nos i nfrutuos os .” como vi mos acima, exaustivos escritos
s a lvou, e chamou com santa voca çã o; Em Hebreus 6:10 encontra mos o s obre a fé, a l ei e a s obra s .
nã o s egundo a s nos s a s obra s , ma s que s e s egue: “Porque Deus nã o é De tudo isso podemos concluir que
s egundo o s eu própri o propós i to e i njusto para se esquecer de vossa obra o i ndi víduo que s egue a l ei dos
gra ça que nos foi dada em Cri sto Jesus e do tra balho e ca ridade que para com homens é tido por um bom ci da dã o,
a ntes dos tempos dos s écul os .” o Seu nome mos tra s tes enqua nto ma s a quele que firmemente s e a tém
Na 2ª a Ti móteo, 2:6, pros s egue s ervi stes a os santos e a i nda s ervi s .” à s l eis de Deus é Espírito puro, e, para
Pa ul o mostrando o valor do tra ba l ho: Ai nda em Hebreus 10:22 nos exorta à ta nto, deve imitar a Cri sto, enviado do
“O l a vra dor que tra ba l ha deve s er o fé pura e em 10:24 à ca ri da de e à s Pa i para que o tome por model o de
pri mei ro a goza r dos frutos .” 2:15: boa s obra s . conduta . O Es píri to puro conqui s ta
“Procura a presenta r-te a Deus como es sa condição por s ua evol uçã o, nã o
obrei ro que nã o tem do que s e 3. AS OPINIÕES DE PEDRO, es tando mais debaixo das leis porque
envergonha r, que ma neja bem a JOÃO E TIAGO nã o precisa delas, lavra das que es tã o
pa l avra da verda de.” 2:21: “De s orte Na s epístolas de Pedro e Joã o de - no s eu íntimo e fa zendo parte de si. O
que, s e a l guém s e puri fi ca r des ta s pa ra m-se também exortações às boas Es píri to puro é a quel e que,
coi s a s , s erá va s o pa ra honra , obra s, porque por elas seremos julga - di s tanciado da matéri a bruta , já nã o
s a nti fi ca do e i dôneo pa ra us o do dos : a cada um segundo s ua s obra s . cede a os impulsos menos nobres do
Senhor, e prepa ra do pa ra toda boa Fi nalmente, nes tas ci ta ções corpo, a ntes supera as paixões e adota
obra .” Em 3:16 e 17 conti nua: “Toda a cheguemos a Ti ago, que dedica a o o a mor, a pa z, a pa ci ênci a , a
Es cri tura di vi na mente i ns pi ra da é a s sunto todo o ca pítulo 2 de sua beni gni da de, a bonda de, a
provei tosa para ensinar, para redargüir, epís tola. Entre outras coisas, diz ele l onga ni mi da de, a ma ns i dã o, a
pa ra corrigir, para instrui r em jus ti ça ; (2:14): “Meus Irmãos, de que s erve fi delidade, a modéstia, a continência ,
pa ra que o homem de Deus s eja a l guém dizer que tem fé, se não tem a ca s tidade, a caridade. Contra es ta s
perfei to, e perfei ta mente i ns truído obra s? Porventura a fé pode salvá-los?” coi s a s di z Pa ul o, nã o há l ei .
pa ra toda a boa obra .” Conti nuando ma i s a di ante(2:17): Ta i s coi s a s s ã o conqui s ta da s
Qua ndo es creve a Ti to 1:16, di z: “As s im também a fé, se não ti ver a s medi a nte nos s a tra ns forma çã o e
“Confess a m que conhecem a Deus , obra s, é morta em si mesma.” (2:18): reforma interior, através do trabal ho,
ma s negam-nO com a s obra s , s endo “Ma s di rá alguém: Tu tens a fé e eu i s to é, das boas obras, da fé, da prática
a bomi ná vei s e des obedi entes , e tenho as obras: mostra-me a tua fé cons tante das vi rtudes crís ti ca s , com
reprova dos para toda boa obra .” Com s em a s tuas obras, e eu te mostrarei a a utênti ca humi l da de de cora çã o e
a s má s obra s nega mos a o Senhor, mi nha fé pel as mi nhas obra s.” devota mento a Jesus , Nos s o Ama do
porém com a s boa s obra s s eremos Pros s egue Ti ago (2:20): “Ma s , ó Mes tre, porquanto, se a fé sem obras
jus ti fi ca dos . homem vã o, queres tu s a ber que a é morta , a s obra s s em fé nã o têm
Ins truindo Ti to, em 2:14, fa l a fé s em obras é morta?” (2:21): ca l or: falta-lhes o a mor que vi vi fi ca .

95
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

25.
CONTINUAÇÃO DAS EPÍSTOLAS

1. INTRODUÇÃO própri o. Seu esforço lhe modifi ca rá a Com res peito às nossas a fl i ções e
Nã o s ó a s Epís tolas, ma s ta mbém conduta e todos s erã o benefi ci a dos a tri bulações, Pa ul o nos recomenda :
os Atos dos Após tol os devem s er com i s s o. “Por i s s o nã o des fa l ecemos ; ma s ,
objeto de es tudos por pa rte de Cons eqüentemente, nesta parte do a i nda que o nosso homem exterior s e
qua ntos desejem inicia r s ua reforma es tudo, a ter-nos-emos à queles corrompa , o i nteri or, contudo s e
ínti ma, porquanto os ens i na mentos concei tos, ou mel hor, a quelas renova de dia em dia”. Conti nua ndo:
que encerram s ão verda dei ra mente a dvertências dirigidas por Paulo a “Porque a nossa l eve e momentâ nea
útei s. Como, porém, neste estudo, não todos quantos queiram transformar-se. a tri bulação produz para nós um pes o
há espaço para análise mais profunda, Qua ndo Pa ulo escreve a Epístola eterno de glóri a mui excel ente: nã o
recomendamos a todos es tuda rem o a os Romanos fa z advertências ao a tenta ndo nós na s coi s a s que s e
Novo Tes ta mento, bus ca ndo cri s tão iniciante, sobre os perigos que vêem, porque a s que s e vêem s ã o
compreender o es píri to dos o ma terialismo oferecia a ca da temporais, e as que se nã o vêem s ã o
ens inamentos apostólicos e a plicá-los ci da dão. Na rea lidade, Roma eterna s .”
na vi da comum. representava a perdi ção: da va Nos sas aflições e a tribul a ções s ã o
Mui tos dirão que isso é difícil. Claro, oportunidade a todos pa ra s e produtos de nosso desconheci mento.
ma s devemos i ni ci a r um di a . Os ba nharem em víci os , pa ra Na da a contece por a caso. A Es col a
a póstolos deixaram es s e exempl o. A a l imentarem e extra vasarem paixões. de Aprendi zes do Eva ngel ho e a
vi da ta mbém era difícil naquela época. O Es pírito encontrava -s e tota l mente Doutri na Espírita têm, exaustivamente,
Todos l uta va m com di fi cul da des , embri a ga do e entorpeci do. ens inado esses fatos a través da s Lei s
ta l vez pi ores que a quel a s que Nes se meio conturba do, onde os Na tura is, dentre el a s a s de Ca us a e
enfrentamos hoje, porque os meios de ma i s baixos desejos encontravam fácil Efei to ou de Açã o e Rea çã o.
comuni ca çã o e tra ns porte era m gua ri da , s urge um punha do de Porta nto, nos s a s a preens ões
preca ríssimos, a s oportuni da des de homens buscando leva r uma l uz que relativamente aos bens materiais e aos
ga nho pa ra a s ubs i s tênci a da vi da pudesse a tingir consciências, uma l uz probl ema s que enfrenta mos na
ma terial eram escassas. No entanto, o que pudesse servi r de a bertura pa ra jorna da terres tre, ou mes mo com
comporta mento dos a pós tol os foi di a s mel hores . Es s e grupo, ta nta s res pei to à s di fi cul da des que s e
exempl a r. Tra ba l ha va m pa ra s eus vezes s a cri fi ca do e humi l ha do, é i mpõem ao corpo físico em forma de
s us tento, tra ba l ha va m pa ra s ua i ncompreendido, apesar de tudo fazer defi ciências ou doença s , nã o devem
reforma íntima, tra ba l ha va m pa ra a pel a huma ni da de. torna r-s e obs es s i va s , ma s s i m s er
comuni da de onde vi vi a m e Dentre esses gigantes, s urge Pa ul o objeto de refl exões e a prendi za do,
exemplifi ca va m, no s enti do de que com s uas epístolas, verdadeiros focos porque, como di s s e o Após tol o, o
todos pudes s em bus ca r nes s es de l uz, bus ca ndo des perta r homem interior s e renova di a -a -di a ,
exempl os s ua própria cons ciências para a es pi ri tua l i da de. des bastando s ua s i mperfei ções na s
tra ns forma çã o.Assim, pois, nos dias Era exa tamente a quela s i tua çã o que l uta s que as sucessivas reencarnações
atuais, em que são grandes os l eva va a escrever abrindo os olhos das l he propi ci a m.
recursos de toda natureza, não é mais na s centes igrejas para os engodos da Indubi ta vel mente, fa zem-se
cabível ficarmos de braços cruzados, corrupçã o, pa ra o peri go da s conquistas tra duzi da s em evol uçã o
principalmente porque lá se vão dois di s cussões estéreis que só levavam a o mora l e espiri tua l e nã o em va l ores
mil anos de ensinamentos ma teri a l i s mo e à des crença . temporais . Por i s s o, di z o Após tol o
evangélicos e pouco, muito pouco, se que a s cois a s que nã o s e vêem s ã o
tem feito. eterna s .
As Es col a s de Aprendi zes do 2. ADVERTÊNCIAS DE PAULO Nessa árdua luta, tempos de confiar
Eva ngelho guardam uma ca racterística Adverti a, como o fez na 1ª Epístola em Jes us, que representa pa ra nós o
em comum com os núcl eos cri a dos a os Coríntios, dos perigos da vaidade e ca mi nho, o exemplo para alcançarmos
por Pa ul o: o aluno recebe uma s éri e do orgul ho, porque os a dversários de o fi m de nos s a s a fl i ções . E Pa ul o
de i nforma ções pa ra que s ua Cri s to evi dentemente procura ri a m a pregoa a todos nós que, embora
di s pos i çã o s e modi fi que a nte a a ti ngi r es s e a l vo, frá gi l a i nda nos s ejamos perseguidos, não es ta remos
s oci edade e pri nci pa l mente a nte s i i nci pi entes cri s tã os . des a mpa ra dos ; poderemos es ta r

96
INICIAÇÃO ESPÍRITA

a ba tidos em determinadas situa ções ,


ma s nã o des truídos .
Outra a dvertência extrema mente
úti l de Pa ulo, contida na Epís tol a a os
Efés ios, capítulos 5º e 6º, refere-se aos
deveres domésticos , a bra ngendo a s
rel a ções não s ó entre o ca s a l , como
ta mbém entre pa i s e fi l hos .
O i mportante nas recomenda ções
de Pa ulo é a exortação ao respei to, à
compreensão, cada um reconhecendo
s eu lugar, todos com possibilidades de
ori entar e de s erem orientados, não se
tra ns forma ndo o pa i em a l goz dos
dema i s fa mi l i a res . Se ca da um
reconhecer s eu l uga r, o l a r poderá
cumpri r s ua precípua finalidade como
l oca l de reencontro de Es píri tos que
bus ca m a evol uçã o. Após tolo Paulo des creve uma fi gura ma i s humilde entre os homens, o mais
A Doutri na Es píri ta , em toda s ua i nteressante, que pode a juda r-nos a el eva do nos rei nos dos Céus .
l i teratura, quer s eja a quela codifi ca da vencer a s dificulda des do di a -a -di a . Es s a s mes ma s recomenda ções
Tra ta -se da Armadura de Deus. Na luta encontramos na 1ª Epístol a a os Tes -
por Al l an Ka rdec ou a tra nsmi ti da por
outros Es píri tos da s ma i s di vers a s que tra va mos pa ra nos s a reforma s a lonicenses: “Ni nguém deve opri mi r
categorias,traz belíssimas lições sobre ínti ma, o conselho é i mporta nte.. El e ou enganar a seu i rmã o em negóci o
o ca s amento, a união de Espíritos afins, nos di z: “Porta nto, toma i toda a a l gum, porque o Senhor é vi ngador de
o rel a cionamento pelas necess i da des a rma dura de Deus, para que pos s a i s toda s estas coi s a s , porque nã o nos
criadas através da lei de Ação e Reação, res istir no dia ma u, e, ha vendo fei to cha mou Deus para a i mundíci e, ma s
onde grupos de Espíri tos l i ga dos por tudo, fi car firmes. Estais poi s fi rmes , pa ra a santifi ca çã o: porta nto, quem
laços consangüíneos aprendem a se tendo ci ngidos os vossos lombos com des preza isto não des preza o home,
amar. a verda de, e ves ti da a coura ça da ma s des preza Deus .” (ITes s . 4:6-7)
Na verda de, a decanta da cri s e de jus ti ça ; e ca l ça dos a os pés na Com referência à ca ri da de, Pa ul o
comunicação, a legada por ta ntos, que prepa ra çã o do Eva ngel ho da pa z; tra z ens i na mentos preci os os . A
prejudica o relacionamento entre pais toma ndo sobretudo o es cudo da fé, caridade é pouco compreendida porque
e fi l hos ou entre jovens e adultos , é a com o qua l podereis a paga r todos os a s i nterpretações são as mais diversas
nega çã o da l íngua uni vers a l , a da rdos inflamados do maligno. Toma i e o gra u evol uti vo em que nos en-
a us ência do cultivo do a mor, porque ta mbém o ca pacete da s a l va çã o, e a contra mos dá ensejo a a credi ta rmos
em nos s os cora ções ma rcou o Pa i , es pada do Espírito que é a pal a vra de que algumas atitudes nossas, que mais
i ndelevelmente, nossas necessida des Deus .” (Ef. 6:13-17) pa recem ba rga nha s , s eja m cons i -
de a mar e de evoluir, mas os homens Ora , ves ti dos da verda de e da dera da s como ca ri da de. Al guns s e
querem a prisionar consciências, e, no jus ti ça , pa z ha verá onde quer que a comoda m a o pens a mento de que
ínti mo, o s er revol ta -s e porque foi es tejamos e, com confiança i nabalável da ndo o s upérfl uo, tudo es tá bem.
fei to para a l i berda de e nã o pa ra a no Cri a dor, di s ta ntes do ma l , am- Certo é que a prática efetiva da carida-
es cra vi dã o. parados por Jesus e os ensinamentos de em consonância com sua conotação
Enca ra ndo nos s os l a res des s a a pos tól i cos , poderemos l eva r a de a mor puro poderá l eva r-nos a
forma , nos s os fi l hos , i rmã os , pa i s , pa l a vra de Deus a todos . compreendê-l a em s ua ma gni tude.
cônjuges , todos es ta remos em Ao encerrar essa epístola, pede-nos Va mos tra nscrever Pa ul o qua ndo
condi ções de tra ns porta r es s e que oremos e vi giemos a todo tempo endereça aos tessalonicens es s ua 1ª
entendimento para as ruas, para a vida e com toda a perseverança, pa ra que Epís tola: “Qua nto, porém, à ca ri da de
comum, pa ra o tra ns eunte, pa ra o nã o nos prendamos a os gri l hões do fra ternal, não necessitais de que vos
mi l i ta r, pa ra o compa nhei ro de pa ssado, e, em vez disso, liga dos a os es creva, vi sto que vós mesmos es ta i s
trabalho, para o colega de estudo, para pl a nos di vi nos , pos s a mos ha uri r i ns truídos por Deus que vos a meis uns
o chefe, pa ra o pa trã o, pa ra o vi bra ções de a mor, ca ra cterís ti ca a os outros .” (ITes s .4:9) Com i s s o,
s ubordinado, criando corrente de boa es s enci a l des s es pl a nos . Pa ul o demonstra ma i s uma vez que
vonta de, procurando a tudo enca ra r Qua ndo Pa ul o recomenda a os todos trazemos , ma rca da em nos s o
como neces s i da des evol uti va s , Fi l ipenses perseverança, a mor fra ter- ínti mo, a essência da divindade, isto é,
compreendendo que o planeta Terra é na l e humil da de, di ri ge-s e a todos , a Lei Ma ior de a mar a o próximo como
es cola, que todos s omos alunos nel a porque i s s o a todos é úti l . a nós mes mos .
ma tri culados e que a melhor manei ra “Na da fa ça i s por contenda ou Em s ua 1ª Epís tol a a os Corínti os ,
de nos educarmos é a de trabalharmos va ngl ória, mas por humi l da de; ca da 13:1-7,fa l a-nos da suprema excelência
em grupo, cri a ndo col eti va mente e um cons idere os outros superiores a si da ca ri da de. Os vá ri os vers ícul os
evol ui ndo, ca da um a mpa ra ndo o mes mo.” (Fi l . 2:3) Bel ís s i ma s erã o tra ns cri tos , porque
s emel ha nte em di fi cul da de. demonstração de humildade es s a de na da s e pode perder do que l á s e
Na Epís tola a os Efésios , o Pa ul o. Temos o exemplo de Jes us, o cons i gna .

97
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

“Ai nda que eu falas s e a s l íngua s 3. COMENTÁRIO FINAL Epís tolas de Pa ul o, nã o poderemos
dos homens e dos anjos, e não ti vesse Na da a provei ta o Es píri to que, dei xar de convidá-los a es tuda r o Ato
ca ri dade, seria como o metal que s oa embora tenha fei to conqui s ta s dos Apóstolos e as próprias epístol a s ,
ou como o s i no que ti ne. cul tura i s e ma teri a i s , nã o tenha porque nos oferecem passos s eguros
E a i nda que ti ves s e o dom de compreendi do a ca ri da de. pa ra nos s a s a ti vi da des di á ri a s .
profeci a , e conheces s e todos os Impossível haver regra de conduta As pes s oa s di s pos ta s a s e
mi s térios e toda a ci ência, e a inda que ma i s s ubl i me. Sem reves ti rmos modi fi ca r terã o nos ens i na mentos
ti ves se toda a fé, de ma nei ra ta l que nos sos conhecimentos e conqui s ta s , a postólicos guia ímpa r pa ra fa zê-l o,
tra ns portasse os montes, e não tivesse qua l quer que s eja o ca mpo de porqua nto el es encerra m toda a
ca ri da de, na da s eri a . atividade ou de manifestação, de amor sabedoria divina e têm sustentado este
E a i nda que di s tri buís s e toda a fra terno, na da cons egui remos e pl a neta chei o de s ofri mentos na
mi nha fortuna pa ra s us tento dos nos sas mã os estarão s empre va zia s . pres ente fa s e evol uti va .
pobres, e a inda que entregasse o meu O edi fício ca recerá de l uz, a pa l a vra Ora , os tempos s ã o rea l mente
corpo para ser queimado, e não tivesse nã o edi fi ca ra , o exempl o des en- chega dos. Teremos, pois, de pra ti ca r
ca ri dade, nada disso me aproveita ri a . ca mi nhará, tudo será fri o e i l us óri o. es se exercício desde l ogo, s em ma i s
A ca ri dade é sofredora, é benigna; Compreender o exato s igni fi ca do del onga s , pa ra que nã o s eja mos
a ca ri dade não é i nvejosa; a ca ri da de da ca ri dade é a meta mais importante a pa nha dos des preveni dos .
nã o tra ta com l evi a nda de, nã o s e proposta pela escola de Aprendizes do Nes se sentido, Pa ulo a dverte na 1ª
ens oberbece. Nã o s e porta com Eva ngelho, porque é a cha ve pa ra a Epís tola a os tes s a l oni cens es , 5:2-4,
i ndecênci a , nã o bus ca os s eus evol uçã o. As s i m que a ti vermos s ervi ndo essa advertência para todos
i nteresses, não s e irrita, não s us pei ta compreendido, na da nos reterá . Em nós , para todo o sempre: “Porque vós
ma l ; não fol ga com a i njus ti ça , ma s verdade, como di z Emmanuel, tudo se mesmos sabeis muito bem que o
fol ga com a verdade; tudo sofre, tudo resume em que a verdadeira caridade dia do Senhor virá como o ladrão
crê, tudo es pera , tudo s uporta .” é aquela que faz com que nosso da noite. Mas vós, irmãos, já não
Temos a ssim a i morredoura l i çã o semelhante não mais precise de estais em trevas, para que aquele
dei xada pelo i nspirado Após tol o dos caridade! dia vos surpreenda como um
Genti os . Ao encerrarmos o es tudo das ladrão.”

26 ..
DÒUTRINA DE TIAGO SOB.RE A SA~VAÇÃO

1. INTRODUÇÃO vers ículo seguinte, s obre a prova de mei o de res ga te. De outro l a do, o
A a nálise das epístolas a té aqui nos nos sa fé. Discorre s obre a tentação e a próprio Tiago nos diz que ela pode, por
l evou ao estudo da jus ti fi ca çã o dos prova çã o, mos tra ndo-nos a fi m, a pres enta r-s e em forma de
peca dos pel a fé, à l uz dos ens i - necessi da de de a mba s pa ra nos s a es clareci mento e de a qui s i ções no
na mentos de Pa ul o. Agora es tuda - evol uçã o, i s to é, s a l va çã o, s e qui - ca mpo da experiência e da paci ênci a .
remos Tiago e s ua doutri na çã o com s erem. Temos a s s i m que prova s e
res pei to à s a l va çã o pel a s obra s . A tenta çã o, di z Ti a go, pode s er tenta ções funci ona m como a des -
A epís tol a uni vers a l de Ti a go produto de nossa i mperfeição, porque tra mento para o Espírito em evolução,
compõem-se de 5 ca pítulos, os qua i s “ca da um é tentado quando atraído e ma s podem ta mbém s er proces s o
vers a m s obre prova s e Tenta ções , engoda do pel a s ua própri a con- l i gado aos i mperativos de resgate com
Condenação à Acepçã o de Pes s oa s , cupi s cênci a ... Depoi s , ha vendo a vi s tas à correção de erros pra ti ca dos
Tropeço na Pa l a vra , Res i s tênci a à s concupiscência concebido, dá à l uz o a nteri ormente.
Pa i xões e Condena çã o a os Opres - peca do; e o peca do, s endo cons u- Es te precei to de Ti a go gua rda
s ores . Ca da ca pítul o contem vá ri os ma do, gera a morte...Não erreis, meus es tri ta conformi da de com os
vers ículos, que estudaremos daqui por a ma dos i rmã os ”. (Ti a go, 1:14-16) ens ina mentos do Es pi ri ti s mo. Pa ra
di a nte. Ora , a tentação, isto é, a prova ção, nos sa edi fi ca çã o, é-nos neces s á ri o
No ca pítul o 1, vers ícul o 2, Ti a go pode s er produzida por nossas ações enqua dra r na Lei do tra ba l ho a s
fa l a -nos s obre a tenta çã o, e, no e pensamentos, funci ona ndo como oportunidades que vã o s urgi ndo e

98
INICIAÇÃO ESPÍRITA

a tra vés delas aprender a desvenda r o Aduz Ti ago que “aquele que atenta tropeça remos em pa l a vra , e, s e
véu de nossa i gnorância a encobri r a s bem pa ra a lei perfeita da l iberdade e cons egui rmos refrea r a l íngua ,
verda des encerradas na s vá ri a s Lei s ni sso persevera , nã o s endo ouvi nte cons egui remos domi na r o corpo. A
Na tura is, que serão es tuda da s ma i s es quecido, mas fa zedor da obras, esse di s cipli na proporci ona r-nos -á es s e
a di ante. Qua ndo i nfri ngi mos es s a s ta l s erá bem-aventurado no seu feito.” equi l íbri o. Nos s a pa l a vra pode
Lei s, provoca mos o des equi l íbri o e (Ti a go, 1:25) Ora , a liberdade obri ga - bendizer ou ma l di zer, a bençoa r ou
entã o a s provações assumem ca rá ter nos a ter responsabi l i da de: a s dua s a ma ldiçoar, consoante nosso gra u de
de res ga te porque é preci s o res - coi s a s s ã o conqui s ta s da s ma i s evol uçã o.
ta belecer o equilíbrio da Lei. Ora , esse el eva da s . De a cordo com o procedimento e
equilíbrio s ó s e faz de uma forma , ou Deveremos ser julgados pela lei da a s palavras do i nterlocutor, saberemos
s eja , pela reconstrução do que se liberdade, pontifica Tiago, porque, s e estamos l idando com quem pactua
destruiu. pelo l i vre-arbítrio, exercemos nos s a com o Eva ngel ho ou nã o, porque,
Impressiona-nos s obrema nei ra a l i berdade, e, porta nto, a s tra ns gres - como di z Ti a go, de um mes mo
cons ci ênci a de Ti a go s obre es ta s s ões serão julgadas s em miseri córdi a ma nancial não pode vi r á gua doce e
ques tões , poi s ens i na com cl a reza s e ti vermos a gi do s em compa i xã o. á gua a ma rgos a .
cri s talina o que vem a s er tentação e No ca pítulo 2, ori enta -nos a nã o Nos so comportamento e o produto
o que vem a ser provação, orientando- nos i mpres s i ona rmos com a s do nosso tra ba l ho refl eti rã o nos s o
nos a i nda pa ra o gra u de conhe- a pa rênci a s , a fi m de nã o fa zermos conhecimento. Se formos fa cci os os ,
ci mento que poderemos a ti ngi r. jul ga mentos prévi os , porque os menti rosos, hipócritas e invejosos, não
Es ta orientaçã o es tá conti da nos homens nã o s ã o como a pa renta m es taremos com a s abedoria divina. Ao
vers ículos 4 a 7 do ca pítulo 1, onde externa mente. Com efei to, a ves ti - contrá ri o, s eremos centro de toda
nos di z que, s e nos a cha rmos com menta e a posição nem s empre dizem perturba çã o. Ma s , s e nos s a obra e
fa l ta de s a bedori a , i s to é enten- da s qualidades espirituais de que cada nos so comportamento s e pa uta rem
di mento, devemos pedir a Deus, “que um é porta dor. O procedimento mani- pel a mansidão e pela pureza cheia de
a todos dá l i bera l mente. Devemos fes to de cada um poderá da r mos tra mi s ericórdia, estaremos certos de que
pedi r com fé, i s to é, com confi a nça de s eu rea l va l or. Se cumpri rdes , a s a bedori a di vi na es tá conos co.
i na ba l á vel , porque o homem que conforme a escri tura , a Lei Rea l , di z A s a bedoria divi na não pactua com
duvi da , di z o Após tol o”, “...é s e- Ti a go: “Ama rás a teu próximo como a o egoís mo, a va i da de e o orgul ho,
mel hante à onda do mar, que é levada ti mes mo.” estareis praticando o que porque o fruto da jus ti ça , di z Ti a go,
pel o vento e lança da de uma pa ra a é certo. s emeia-se na paz e para aquel es que
outra parte.” “Não pense ta l homem Pa ra o Aprendi z do Eva ngel ho, o exerci ta m a pa z.
que receberá do Senhor a l guma ens i na mento de Ti a go pode s er De onde vêm a s guerra s e a s
coi s a.” Bem cl a ro o ens i na mento: o cons iderado regra á urea, porque nos contendas entre os homens, pergunta
vol úvel, inconstante ou descrente não previ ne de como deveremos porta r- Ti a go, s e não de nossas imperfeições?
o a s s i mi l a rá . É preci s o ha ver di s - nos a nte as tentações. As facil i da des Cobi ça mos e na da temos , s omos
cerni mento e fé i na ba l á vel pa ra que o mundo atual nos oferece podem i nvejosos e nada temos, combatemos
compreendê-l o. l eva r-nos à ociosidade. De outro lado, e guerreamos e nada temos. Pedimos
Emma nuel a s s evera que o cumpre-nos a tenta r pa ra o va l or da a o Al to e nada a l ca nça mos , porque
es clareci mento, qua ndo s ol i ci ta do l i berda de, a fi m de que ta mbém nã o s a bemos pedi r, porque qua s e
(mes mo que nã o o s eja ), pode pos samos va lorizar nossa conduta no s empre o fazemos pa ra a gra da rmos
a presenta r-s e de forma a ma rga ou rel a ciona mento com nos s os s eme- nos s os s enti dos e nã o pa ra nos
l eva r-nos a o ca mi nho da dor. Is to l ha ntes. O Aprendiz do Eva ngelho não i ntegrarmos na harmonia celes ti a l . A
porém nã o deve des es pera r-nos . A fa rá a cepçã o de pes s oa s nem humi ldade é pouco cultiva da. Aquel e
confi ança i nabalável no Pa i l i berta r- pa rti lhará das tra ns gres s ões que os que s e prende à matéria dista nci a -s e
nos -á . i ndivíduos a o s eu redor porventura da Di vi nda de. Por i s s o, di z Ti a go
Se s oubermos ouvi r, fa l a ndo com venha m a cometer. O comportamento qua nto à nossa resistência às paixões :
prudênci a e bom s ens o, s em nos do cri s tão a utênti co s erá regi do por “Porta nto, qua l quer que qui s er s er
i ra rmos, poderemos ma nter-nos em a cri s ol a da conduta menta l que o a mi go do mundo é inimigo de Deus ”.
equilíbrio, porque, diz Tiago, “a ira dos ma ntenha definitiva mente a fa s ta do Comba ter os víci os e a s pa i xões é
homens não opera a justiça de dos ma l es que a fl i gem o mundo. pra ti car efetivamente a reforma íntima,
Deus”. Ca be-l he, a o mes mo tempo, evi ta r ponto funda menta l da Es col a de
Com nos sos cora ções i s entos de qua lquer similarida de com a quel es Aprendizes do Evangelho. Revi s emos
ma l ícia e maldade, poderemos ouvi r que a inda não têm o Evangelho como poi s nossa conduta, vigi emos nos s os
s ensatamente s em nos enga na rmos norma de conduta. Na rea l i da de, s ó pensamentos e palavras, exercitemos
com fa l sos discursos. Os ensinamentos terá va l or a quele que, tendo pass a do a humildade e a pa ci ênci a pa ra que
podem fa zer gua ri da em nos s os pel o fogo, não s ai u quei ma do, ma s pos samos tes temunha r a os nos s os
cora ções e germinarão com a força da s i m retempera do, forta l eci do ou s emel ha ntes os ens i na mentos de
verda de. Poderemos, assim, cumprir e puri fi ca do. Cri s to Jes us , nos s o Mes tre.
a tua r de a cordo com es s e Pa ra que noss a pa l a vra nã o s eja Preci os ís s i ma l i çã o nos tra z a
s á bio entendimento, refrea ndo nos - tropeço, é-nos preci s o vi gi a r cons - a dvertência de Tiago com res pei to à
s a palavra e gua rda ndo-nos da cor- ta ntemente nossos pensamentos . Se fa l ibilidade dos projetos humanos, tão
rupçã o. formos moderados e prudentes, não preci osa e oportuna que passaremos

99
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

a tra ns crevê-l a : “Ei s a gora vós , que


di zeis: Hoje ou a ma nhã i remos a ta l
ci da de e l á pa s s a remos um a no,
contra taremos e ga nha remos . Di go-
vos que não sabeis o que a contecerá
a ma nhã. Por que, que é a vossa vi da?
É um va por que aparece por um pouco
e depoi s s e des va nece.”
O ensinamento é tã o a tual que nos
a s s us ta . Qua ntos a l ega m nã o ter
tempo di s ponível pa ra s eu a pri -
mora mento es pi ri tua l , ou pa ra o
tra ba lho em favor do próximo, ou para
o a des tra mento que l he permi ti rá
ra s ga r o véu da i gnorâ nci a e con-
templar a s inefáveis belezas da s Lei s
Di vi na s ? Al ega m que vá ri a s ci r-
cuns tâ nci a s os i mpedem a gora de
fa zer i s to ou a qui l o, ma s a ma nhã que existe igualdade nos ensinamentos Deus a provado, como obreiro que não
começa rã o. Qua ntos pequeni nos de a mbos . tem de que s e envergonha r, que
probl ema s ma teri a i s a ca ba m pa ra Pa ul o fala não s ó da recompens a ma neja bem a palavra da verda de.” E
es s a s pes s oa s s endo ma i s i m- pel a fé, como ta mbém da recompensa em 2:21: “De s orte que, s e alguém s e
porta ntes que s ua própri a tra ns - pel as obras (Romanos 2:6, 2:9, 2:10 puri fi ca r des ta s coi s a s (da s
forma ção! Quanta hesitaçã o, qua nta e 15:18). Na 1ª Epís tola aos Corínti os , i ni qüidades ), s erá va s o pa ra honra ,
dúvi da ! O momento é de l uta , de ca pítulo 3, vers ícul o 9 a 13, Pa ul o s a nti fi ca do e i dôneo pa ra us o do
remodelação, de tra ba l ho no ca mpo di z textualmente o s eguinte: “Porque Senhor e prepa ra do pa ra toda boa
da reforma íntima da eva ngel i za çã o nós s omos cooperadores de Deus; vós obra .” Em s uas recomendações a Tito,
Nã o esperemos o a manhã ! Fa ça mos s oi s l a voura de Deus e edi fíci o de o Apóstolo dos Gentios exorta também
hoje mesmo, i nca ns a vel mente, por Deus . A obra de ca da um s e à s boas obra s . As s i m, no ca pítul o 1,
nos so s emel ha nte e a s s i m por nós ma ni fes ta rá ; na verda de, o di a a vers ículo 16, encontraremos “Confes -
mes mos , o que es ti ver a o nos s o decl a ra rá , porque pel o fogo s erá s a m que conhecem a Deus , ma s
a l ca nce! des coberta e o fogo provará qual seja nega m-no com as obra s , s endo a bo-
Que o momento da separa çã o en- a obra de ca da um.” Na 2ª Epís tol a mi náveis, desobedientes, e reprovador
tre o joi o e o tri go nã o nos a pa nhe a os Coríntios, Pa ulo di z, no ca pítul o pa ra toda boa obra.”Em 2:14, a o falar
des preveni dos . Lembremo-nos dos 11, vers ículo 15: “Nã o é muito que os a Ti to a respeito de Jesus, diz: “O qua l
ens i na mentos de Pa ul o, que nos s eus mi ni s tros s e tra ns fi gurem em s e deu a s i mes mo por nós pa ra nos
a dverte para que o di a do juízo nã o mi nistros da justiça : o fi m dos qua i s remi r de toda iniqüi da de e puri fi ca r
nos encontre de mã os va zi a s . s erá conforme a s s ua s obra s ”. pa ra si um povo seu especial, zeloso de
Que s i gni fi ca es s a a dvertênci a No ca pítul o 3, vers ícul o 17, da boas obras.” No ca pítulo 3, vers ículo 1,
pa ra que nã o es teja mos de mã os Epís tola a os Colossens es , Pa ul o di z: 8 e 14, s ol i ci ta a Ti to di zer a os
va zi as? Significa que as conquistas no “E, quanto fizerdes por palavras ou por ha bitantes de Creta que s e prepa rem
ca mpo da reforma ínti ma fora m obra s, fazei tudo em nome do Senhor s empre pa ra a s boa s obra s .
coroa das de êxito, pois vencemos os Jes us, dando por ele gra ça s a Deus .” Fi na l mente, na Epís tol a a os
víci os e combatemos as pai xões . A fé No ca pítul o 1, vers ícul o 3, da 1ª Hebreus , 6:10 e 10:24, vol ta a fa l a r
i na balável nos ensinamentos de Cri sto Epís tol a a os Tes s a l oni cens es , di z: da s boa s obra s .
pode conduzir-nos a es s e ca mi nho, “Lembra ndo-nos sem cess a r da obra Nos ca pítulos 10 e 11 da Epís tol a
porquanto refletem a vontade do Pa i . da vos sa fé, do tra balho da ca ridade e a os Hebreus , o a utor fa l a da fé
Ora , quem adota os procedimentos da pa ciência da esperança em Nos s o i na balável depositada em Deus pel os
a ponta dos por Ti a go em s ua Senhor Jesus Cri sto, diante de nos s o a nti gos .
es pl êndi da epís tol a demons tra fé Deus e Pa i ”.
i na balável nos preceitos divi nos e, por Em s ua Epís tol a a Ti móteo, s eu 3. COMENTÁRIO FINAL
cons eguinte, todas a s s ua s a ti tudes gra nde discípulo, Pa ulo faz uma s éri e As s im, forçosamente, chega mos à
edi ficarão exemplarmente. Assim, alia- de recomenda ções que exorta m a o concl us ã o de que todos têm ra zã o,
s e a fé à s obra s . Aquel a s em es ta s tra ba lho e à s boas obras. Ora , o que poi s quem tenha fé i na ba l á vel em
nenhum va l or terá . Ens i na mento é bom pa ra Ti móteo o s erá Deus fa rá boa s obra s e tudo o que
s á bio, di vi no, que encontra mos em evi dentemente ta mbém pa ra todos empreender estará em harmonia com
todos os Apóstolos e no próprio Cristo. nós . a s Lei s Na tura i s cri a da s pel o Pa i ..
No ca pítulo 2, versículo 6, da 2ª Ademais, tudo o que o homem realiza
2. COMPARANDO OS ENSINA- epístola a Timóteo, encontramos o que é s ua obra. E todo a quele que edifi ca r
MENTOS DE PAULO E TIAGO s e s egue: “O l a vrador que tra balha s em i mpregnar s ua obra de a mor e de
Nes te ponto nos reporta remos deve s er o primeiro a gozar dos frutos.” fé i nabalável não terá feito boa obra,
nova mente a Pa ulo pa ra s enti rmos Em 2:15: “Procura a presentar-te a e, porta nto, el a nã o terá va l or.

100
INICIAÇÃO ESPÍRITA

Ti a go é extremamente feliz ao dizer Ora , quem fa z, s eja o que for, a os ensinamentos do Pai, porque o Pai
que a fé s em obra s pa ra na da produz obra que só será meri tóri a s e cri a i ncessantemente, com amor. Seria
a proveita ou que a fé sem a s obra s é es tiver revestida de fé i na ba l á vel e i ngenuidade pensar que alguma obra
morta . Pa rece ate que el e pretende i mpregna da de a mor, o qua l é des tituída de amor pudesse contribui r
di ri mir dúvidas com s ua epís tol a , já ca ra cterísti ca má xi ma da evol uçã o. pa ra nossa evolução. Por conseguinte,
que, nos versículos 21 a 25 do ca pítulo Porta nto, de nada va l e uma obra a quele que não revestir s ua obra com
2, a l ude às mesmas pes s oa s a que o s em a mor, como ta mbém é a ca ra cterística da fra ternida de na da
a utor s e dirige em s ua epís tol a a os i mpos s ível a quem a ma dei xa r de terá cons egui do.
Hebreus pa ra exortá -l os à fé. edi fi ca r. A pequenina epís tol a de Ti a go é
Na Epís tol a a os Hebreus , Chega remos de mã os va zi a s s e gi ga ntes ca em s eus ens i na mentos
encontra mos que Abra ã o pel a fé ti vermos tra balhado e edifi ca do s em cl a ros e preci os os . Dei xa um
ofereceu Isaque em holocausto. Tiago a mor, s em nos termos preocupa do es cl a reci mento que é verda dei ra
pergunta em tom a fi rma ti vo s e com nos s a reforma ínti ma e s em preci osidade à quele que ensina como
porventura Abraão não foi justifi ca do termos vencido os víci os e as paixões . s er religioso. A verdadeira religião nos
pel a s obra s a o oferecer s eu fi l ho Igua l mente chega remos de mã os ens i na a refrea r a l íngua , a s er
Is aque. Pela fé, Raabe, a meretriz, di z va zi as s e, tendo sabi do o que é bom prudente, a ter bom s ens o, a s egui r
o a utor, nã o pereceu com os pa ra a edi fi ca çã o de nos s o s e- rel i gião pura e i ma cul a da pa ra com
i ncrédul os , a col hendo em pa z os mel hante, tivermos nos omitido. Com Deus , doa r-s e a o próxi mo fra ter-
es pias. Tiago, entretanto, diz: Nã o foi efeito, não s ó falha aquele que comete na l mente e ma nter-s e di s ta nte da
ta mbém Raabe, a meretriz, justificada erros em seus pensamentos e a ções , corrupçã o do mundo.
pel a s obra s qua ndo recol heu os como ta mbém a quele que s e omi te. Fi nalizando o estudo das epístola s ,
emi ssários e os des pedi u por outro Ai da quel es que s e entrega m à res umiremos os ens i na mentos dos
ca mi nho? oci osidade! Es tã o s endo contrá ri os a pós tol os Pedro, Joã o e Juda s .

27.
OOllTAINAS DE PEDRO. JOÃO E JUDAS

1. EPÍSTOLAS DE PEDRO cerra m toda a s a bedori a di vi na e na s cidos, dotados da pureza própri a


Es tã o conti da s no Novo Tes ta - cons tituem a chave que a bre a s enda da s cri a nça s , pa ra que, com os
mento duas epístolas de Pedro, ambas da evolução conducente a os elevados ens inamentos verdadeiros, pudessem
i ncentivando os s eguidores de Cri sto pl a nos da es pi ri tua l i da de de en- rea l i za r a reforma ínti ma como
a ma nterem conduta capaz de refleti r ca rna çã o a enca rna çã o. método indispensável à transformação
es s es ens i na mentos em s eu vi ver Ma i s uma vez, os ens i na mentos do homem vel ho no homem novo.
di á ri o. a postólicos reforçam a tese de que a Todos os que, cons ci entemente, s e
Ta l conduta a cabaria l evando-os a evol ução espiritual s e caracteriza pela empenha m nes s a tra ns forma çã o,
receberem, naturalmente, a hera nça di s tância a que o espírito s e ma ntém compreendem os preci os os ens i -
que o Pa i Celes ti a l di s pus era pa ra da ma téria, isto é, das neces s i da des na mentos evangélicos e a pres enta m
Seus fi l hos . pura mente ma teri a i s . comporta mento concorde com s ua s
Es s a hera nça , di z Pedro, é Como fi l hos obedientes, di z Pedro, conquistas. Eis por que Pedro i nci ta o
i ncorruptível , i nconta mi ná vel e a gora nã o devemos perma necer cri s tão a obedecer às l eis dos homens
i ma rces cível , poi s nã o repres enta i mpassíveis a nte a concupi s cênci a a e a cul ti va r o res pei to a o próxi mo,
conquistas materiais, mas tra nscende que outrora a ignorância nos compelia. da ndo assim testemunho compa tível
à s necessidades terrenas, e, portanto, Is to porque a palavra e o tes temunho com s ua vi vênci a crís ti ca .
é i mperecível. Consubs ta nci a -s e em nã o s ó de Jes us , como ta mbém dos Como nã o poderi a dei xa r de s er
a va nços definitivos consentâ neos a o Após tol os , fora m emi nentemente es se comportamento começa no l a r,
des abrochar de todas as vi rtudes que es clarecedores . A i gnorâ nci a já nã o no rel acionamento entre os cônjuges
tra zemos l a tentes em nos s o s er. pode preva l ecer, poi s “a l uz e entre es tes e os fi l hos .
Com efei to, Jes us ti pi fi ca o res pl a ndeceu s obre a s treva s ”. Exorta à s implicidade, para que, em
Ca mi nho, a Verda de e a Vi da , Des eja va o Após tol o que todos vi rtude de seu aprimoramento íntimo,
porquanto Seus ens i na mentos en- fos s em como meni nos recém- a a pa rênci a exteri or refl i ta os

101
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

a va nços obti dos no ca mpo da


evolução espiritual,deixando de refletir
o orgul ho, a va ida de e a s i mul a çã o.
Nos vers ículos 5 a 7 do ca pítul o 4
de s ua 1ª Epístola, Pedro refere-se aos
enca rnados e desencarnados , confi r-
ma ndo-se assim os ensinamentos dos
Es píri tos nã o s ó a cerca dos
s ofri mentos, como também s obre a s
oportuni da des de edi fi ca çã o con-
cedi das a todos, quer enca rna dos ou
nã o.
“Os qua is hão de dar conta a o que
es tá preparado para julga r os vi vos e
os mortos. Porque por i sto foi pregado
o Eva ngelho ta mbém a os mortos, para
que, na verda de fos s em jul ga dos
s egundo os homens na ca rne, ma s
vi ves sem segundo Deus em espírito;
e já es tá próxi mo o fi m de toda s a s
coi s as; portanto, s ede s óbrios e vi gi a i deixam patente sua condição elevada. mesmos nessa transformação não
Apesar de serem esses Espíritos tem nem pode ter tréguas. As
em ora ções .”
classificados por alguns como rudes e necessidades materiais representadas
Logi ca mente, s eria absurdo prega r ignorantes, são bem diferentes pelos vícios e paixões exercem fortes
o Eva ngelho a os mortos, a não s er à s daqueles que se jactam de seus atrativos sobre nossas consciências,
a l mas ou Espíritos dos que morrera m conhecimentos, mas na realidade só tolhendo nossa libertação.
(des enca rna ra m). Il ógi co s eri a exibem verborragia que a nada leva Quando entramos em contato com
ta mbém pensa r que o Mes tre Jes us senão à satisfação de sua própria os ensinamentos apostólicos,
prega ria a Boa Nova como mei o de vaidade. principalmente estudados à luz do
s a lvação a quem não tivesse a mínima Aos alunos da Escola de Apren- Espiritismo, começamos a vislumbrar
pos sibilidade de consegui-la no pl a no dizes do Evangelho, Pedro faz opor- a possibilidade dessa libertação,
fís i co. tuna advertência. rompendo com isso os grilhões que
É certo, portanto, que a mensagem No capítulo 2 de sua 2ª Epístola, o nos prendem a um passado primitivo,
tra zi da por Cri s to foi endereça da a Apóstolo refere-se aos falsos mestres marcado por necessidades primárias
todos , encarnados ou não, estivessem e aproveita a oportunidade para que não representam a essência do
onde estivessem, para que pudessem, ministrar ensinamentos de elevada Espírito, embora necessária ao
pel o esclarecimento, pelo tra ba l ho e significação para todos os que estão impulsionamento para a evolução.
travando a grande batalha:a O aprendiz, durante o período es-
pel a recons truçã o do que ti ves s em
transformação do homem velho no colar, recebe estímulos de todas as
des truído, conqui s ta r o equi l íbri o
homem novo. formas, que o impelem para essa
necessário que leva rá a todos para os
Nos versículos 18 a 22 do referido libertação. A convivência com os
ca mi nhos da evol uçã o. capítulo, lê-se: “Engodam com as outros alunos, a experiência orien-
A recomenda çã o pa ra s ermos concupiscências da carne e tadora do dirigente, o desenvolvimento
prudentes e vi giarmos em ora ções é dissoluções aqueles que se estavam de temas empolgantes, o trabalho
s empre oportuna, e reitera da s vezes afastando dos que andam em erro, desempenhado de diversas maneiras,
tem s i do feita não s ó por Jesus , como prometendo-lhes liberdade, sendo eles principalmente de modo a oferecer
ta mbém por outros Após tol os e mesmos servos da corrupção. Porque oportunidade de evangelização a
i ns trutores espirituais. Sabedores que de quem alguém é vencido, do tal se criaturas impossibilitadas por questões
s ã o de nos s a s defi ci ênci a s e faz também servo.” Continuando, sociais de procurarem uma escola
di ficuldades nas l uta s que tra va mos encontramos: “Porquanto, se, depois como a que estão freqüentando,
pa ra nos s a tra ns forma çã o, vêm em de terem escapado das corrupções do trabalho esse traduzido também em
nos so s ocorro, alertando-nos para que mundo pelo conhecimento do Senhor caravanas de evangelização e
vi gi emos nossa mente e pol i ci emos e Salvador Jesus Cristo, forem outra campanhas de combate aos vícios e
nos s a s a ti tudes pa ra que nã o vez envolvidos nelas e vencidos, paixões, asseguram resultados
i ncorra mos em maiores compromissos tornou-se-lhes o último estado pior do positivos no atingimento dos ideais
que o primeiro. Porque melhor lhes crísticos. Em contrapartida, em sua
pera nte a s Lei s Na tura i s .
fora não conhecerem o caminho da vida comum, recebem os alunos uma
Os ensinamentos eva ngél i cos e
justiça do que, conhecendo-o, série de estímulos para continuarem
dos Es píritos são extraordinários, pois desviarem-se do santo mandamento na ociosidade, isto é, sem bom ânimo
a presentam-se de todas a s forma s e que lhes fora dado. Deste modo, para desarraigarem de si os vícios e
es tão a o a lcance de todas a s classes sobreveio-lhes o que por um paixões. Acabam então alguns crendo
e cul tura s . Es píri tos do ma i s a l to verdadeiro provérbio se diz: “O cão que a reforma espiritual os obrigará a
ga ba ri to a pres enta m-s e humi l de- voltou a seu próprio vômito, e a porca abdicarem das boas coisas da vida,
mente, tra ns mi ti ndo-nos va l i os os lavada ao espojadouro da lama”. que representam nada mais que
ensinamentos, de tão sublime teor que A batalha que travamos com nós comodismo, lassidão e negligência.

102
INICIAÇÃO ESPÍRITA

Na realidade, as boas coisas da vida João conclama a todos ao amor e só a oração nos aproxima do Pai, mas
são as que deixamos de conquistar alerta-nos várias vezes para o maior também todas as oportunidades em que
exatamente por nos acomodarmos às ensinamento, que é de nos amarmos praticamos as Leis Divinas em sua
facilidades da vida material. uns aos outros. essência. Quando, pois, somos úteis
Ora, os estímulos devem ser Adverte-nos também acerca dos aos nossos semelhantes, praticando
vigiados e analisados com vistas à prazeres materiais, dizendo que eles assim a Lei do Amor, aproximamo-nos
escolha do caminho certo. Existem nos mantêm presos, asseverando que do Pai em verdadeira oração e nossa
diretrizes que emanam do mais alto. quem ama o mundo, isto é, as coisas ação acabará por provocar reação
Não são ensinamentos falazes, não materiais, ainda está distante da recompensadora do ato cometido.
engodam, antes esclarecem e libertação. João, tanto quanto os demais
libertam. Todas as coisas que o mundo autores das Epístolas, chama-nos a
Todo o cuidado é pouco. Avultam oferece devem ser utilizadas para atenção para os falsos mestres ou
as responsabilidades, e, decerto, os nossa libertação e não para nossa doutores, como diz ele. A Epístola uni-
conhecimentos adquiridos constituem escravidão. Não devemos ser versal de Judas ocupa-se integral-
nossa máxima motivação. É por isso conquistados pelo mundo, mas antes mente deste assunto, classificando-os
que Pedro diz que aquele que já aproveitar as lições e oportunidades de murmuradores, queixosos da sorte,
conhece erra mais. que nos oferece para evoluirmos. manchas em festas de caridade,
O grande escudo do aprendiz é o João aproveita o exemplo de Jesus nuvens sem água, árvores murchas,
trabalho. Nos bancos da Escola de para definir o que entende por infrutíferas. Não possuem o espírito,
Aprendizes do Evangelho, o aluno vin- caridade. dizendo que Jesus deu Sua isto é, não tem sabedoria divina.
cula-se ao trabalho que o mantêm vida por nós e que nós devemos dar a Falam apenas das coisas supérfluas,
unido aos ideais da reforma espiritual. nossa por nossos semelhantes com procurando conspurcar as conquistas
Estará lado a lado com pessoas que desprendimento total, sem murmu- alheias.
vibram na mesma sintonia, e, mesmo rações, fazendo o bem pelo bem e sem Cuidemos de manter distância dos
depois de afastado desse convívio intenções subalternas. O amoroso jactanciosos, dos vaidosos, dos
inspirador, o trabalho o manterá na apóstolo, que a todos chamava de orgulhosos, do que acham que
conduta correta e o fará “mais que filhinhos, diz: “M eus filhinhos, não somente seu semelhante tem que
vencedor por Aquele que nos amou”. amemos de palavra, nem de língua, fazer o que eles dizem, mas eles
Pedro, o primeiro dos apóstolos, mas por obra e em verdade”. mesmos não são capazes de fazê-lo.
deixa importante contribuição para Outro importante ensinamento de O verdadeiro mestre exemplifica, nada
toda a humanidade com seus João é o que diz respeito à eficácia da pede se não for capaz de fazê-lo,,
ensinamentos simples, claros e oração. exorta todos ao trabalho comum da
objetivos. “E esta é a confiança que temos reforma íntima, não se coloca num
nele, que, se pedirmos alguma coisa, pedestal, é humilde.
2. AS EPÍS TOLAS DE JOÃO segundo a Sua vontade, ele nos ouve.” Ao encerrarmos este estudo,
E JUDAS A fé traduz-se por confiança. esperamos que o Aprendiz do
As Epístolas de João e de Judas Quando oramos com fé, poderemos Evangelho busque nos Apóstolos do
guardam a mesma orientação. atingir nosso objetivo, mas nossa Cristo o exemplo para sua conduta de
A uniformidade dos ensinamentos é pretensão deverá enquadrar-se na cada dia e que tenha em mente o
insofismável. Tanto os fatos descritos vontade do Pai, guardando con- ensinamento de Emmanuel, o qual nos
por Lucas no Ato dos Apóstolos co- formidade com as Leis Divinas. Assim, diz ser ilógica a luta que travamos para
mo as advertências exaradas nas se soubermos pedir, seremos ouvidos. conquistarmos as coisas materiais,
epístolas estão em perfeita con- Não nos iludamos, porém, preten- porque mais tarde, travaremos maior
sonância com os ensinamentos de dendo obter vantagens materiais. luta para nos despojarmos dessas
Jesus contidos nos escritos dos Nada alcançaremos se não fizermos conquistas que na verdade marcavam
evangelistas. por conquistar o que almejamos. Não nossa inferioridade.

103
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

28.
APOCALIPSE DE JOÃO

1. INTRODUÇÃO s i gne cl arividente de Pá tmos oferece - Os ca pítulos 2 e 3 cons ti tuem-s e


Com o Apoca l i ps e, encerra mos nos a chave e ensina-nos a senha para em Epís tolas a todas a s rel i gi ões do
es ta s éri e de es tudos eva ngél i cos . a compreens ã o des s e l i vro. É men- mundo. Aí não s e mencionam i greja s
Exi s tem vá rias i nterpreta ções do s a gem em que s e utiliza a mpla mente des ta ca da s e i mporta ntes , que
Apoca lipse segundo as mais va ri a da s da s i mbol ogi a , conforme Joã o nos mereceram a honra de receber carta s
correntes fi l os ófi ca s . i nforma nes s e ca pítul o i ni ci a l e de Pa ul o, como a dos Corínti os ,
Nes te tra balho, selecionamos doi s pos teriormente confirma no ca pítul o Gá l atas, Filipens es , Col os s ens es ou
res umos, um de a utoria do Sr. Nels on 17, a presentando-nos a decifração das Tes salonicenses, enquanto a l guma s ,
Lobo de Ba rros e outro de Edga rd i ma gens por ele usadas . Os números qua s e des conheci da s , como a de
Armond. que ta mbém aí se a pres enta m cons - Fi l a dél fi a , a í s e encontra m, o que
Os es tudi os os do a s s unto ou ta ntemente devem ser i nterpreta dos confi rma tra ta r-s e de i greja s s i m-
a queles que tenciona m empreender dentro da numerol ogi a , na concei - ból i ca s .
es tudo mais profundo poderão utilizar tua çã o de Pi tá gora s , o s á bi o grego Éfes o é expres s ã o grega que
des te tra balho como cha ve pa ra s ua i ni ci a do na s es col a s da Índi a . s i gnifica “desejável ”; Smi rna provém
i nterpreta çã o. Como s eu próprio título o i ndica , a da pa l a vra grega “myrrha ”, ou s eja ,
A pa l a vra grega Apokalypsis, que Revel a çã o foi es cri ta em grego e perfume; Pérga mo expri me “el e-
s i gni fi ca des cerra r o véu, revel a r di ri ge-se às s ete igrejas da Ás i a . Sete va çã o”; Ti atira s ignifi ca “s a cri fíci o de
coi s as a té então ocultas, representa a representa número exato, adequa do, contri çã o”; Sardo quer di zer “câ nti co
Revelação que o Mestre, devidamente necessário, divino, poi s é a s oma de de a legria”; Filadélfia, “amor fraternal”;
a utorizado pelo Pa i , envi ou-nos por qua tro e três, e tudo quanto existe de e , fi na lmente La odicéia é formada por
i ntermédio da magnífica mediunidade vi s ível e ta ngível em nosso mundo de dua s pa l a vra s grega s s i gni fi ca ndo
do a pós tol o Joã o. rel a ção situa-se dentro dos s i s tema s “povo de juízo”. Nestas condi ções , a s
Houve diversos Apocalipses , entre terná rio e quaternário. E endereça-s e ca rta s s ão endereçadas a religiões que
el es o de Pedro, que teve grande rele- à s “s ete igreja s que es tã o na Ás i a ”, s ã o “desejáveis”, “perfumada s ”, “que
vâ nci a e foi notavelmente a preciado e porque foi exatamente no Oriente que el evam”, que soli ci ta m “s a cri fíci o de
ci ta do por Cl emente de Al exa ndri a , na s cera m os pri nci pa i s ca mi nhos contri çã o”, que s ã o “câ nti cos de
Sa nto Epi fâ ni o e outros . rel i giosos do mundo e a s fi l os ofi a s a l egri a ”, “a mor fra terna l ” ou que
O Apoca lipse encontrado na Bíbl i a es pi ri tua l i s ta s funda menta i s . reúnem “povo de juízo”, porta nto,
foi escrito pelo Apóstolo João na i l ha Após a descrição simbólica de Jesus, todos os ca minhos religiosos ensinam
de Pá tmos , no ma r Jôni co, onde s e Joã o destaca que os “sete castiçais de o bem e o a mor a os seus s egui dores .
encontra va exi l a do pel o governo outro”, objetos que di fundem l uz, Ma s observamos que em quase toda s
roma no. cons truídos de meta l nobre, el as, com exceção de a pena s dua s , o
Joã o, em des dobra mento, vi u no i ncorruptível , bem como a s “s ete Mes tre a ponta deslizes, humani za çã o
mundo espiritual quadros mos tra dos es trelas” representam os mensageiros do es pi ri tua l , conci ta ndo-a s a que
por Jes us e que o i mpres s i ona ra m di vi nos e a s di vers a s rel i gi ões retornem a o pl a no tra ns cendente,
profunda mente, de forma a l he exi s tentes no pl a neta . As s i m, a a ci ma dos i nteres s es medi a tos ou
permi ti rem compor tra ba l ho de revel a çã o des ti na -s e a todos os i medi a tos do mundo.
di vul gação do que sucederia nos di a s ca mi nhos filosóficos e rel i gi os os do No ca pítulo 4, o Apóstolo des creve
fi na i s des te ci cl o. mundo, porque a expres s ã o “i greja ” o trono de Deus, comparando- com os
Mui tos a contecimentos constantes s i gnifica a reuni ã o de cri a tura s que terrenos, para mel hor fa ci l i da de de
do Apoca l i ps e já ocorrera m no s entem pela mesma faixa de sintoni a , nos s a compreens ã o. Em vol ta do
pa ssado, enqua nto outros s ucedem que s e afinam pela mes ma forma de trono, querubi ns , s era fi ns e a njos
em nossos dias e outros verificar-se-ão pensamento, que se i rma na m pel os col a borando com o Pa i, em des cri çã o
proxi ma mente. mes mos objetivos e ideais, como nos es tá ti ca . Já no ca pítul o s egui nte, a
confi rma Paulo na Epístola a Filêmon, des cri çã o é di nâ mi ca , e o Cri a dor
2. O APOCALIPSE DE JOÃO em que alude “à i greja que es tá em entrega a o Mes tre “um l i vro es cri to
Nelson Lobo de Barros tua ca s a ”, ou s eja , à res i dênci a de por dentro e por fora, selado com sete
Logo no pri meiro ca pítulo, o i n- Fi l êmon. s elos”, que representa o Apoca l i ps e.

104
INICIAÇÃO ESPÍRITA

No ca pítul o 6, Joã o res ume em


es plêndida s íntese, a abertura de sei s
s el os , i nforma ndo-nos que qua tro
ca va l os, quatro gra ndes força s es tã o
a gi ndo no mundo de forma con-
comi ta nte, simultânea e a tual: a força
do Eva ngelho, vencedora, juntamente
com a força da s guerra s , do fri o
merca ntilismo, e a da fome, da peste e
fera s da terra. É s olici ta do da quel es
que já vencera m s ua própri a i m-
perfeição que a gua rdem o “tempo”
pa ra completa sepa ra çã o de bons e
ma us , i nforma ndo o s exto s el o do
gra nde terremoto que muda rá a
pa i s a gem geográ fi ca do mundo.
No ca pítul o 7, o eva ngel i s ta
a di anta-nos que da s doze tri bos de
bos esses médiuns sacudiram a naçã o processar essa ascensã o e o expurgo
Is ra el, ou seja, os i ntegra ntes des ta
a mericana com s ua s medi uni da des dos s em Deus representariam dores e
Huma ni da de, dua s del a s s eri a m
s egura s , exa ta s e fa rta mente a ma rgura s .
excl uídas para o Terceiro Milênio: a de
comprova da s . Será a repeti çã o, em O ca pítulo 11 esclarece-nos que a s
Dã e a de Efraim, substituídas pelas de
nível mais agudo, do que já ocorreu no doutri nas religiosas representadas aí
Jos é e de Levi , nã o ha vendo povo
pretéri to, com o di l úvi o a nunci a do pel o Velho e Novo Testamento, con-
pri vi legiado, religião eleita, pois todas
pel o rei i ni ci a do Noé e que é men- ti nuarão a ser pregadas a té que seu
a s tri bos têm o mes mo número de
ci ona do em toda s a s rel i gi ões do “tempo” termine. Depois, durante 3
a s sinalados de ascensão espiritual.E os
mundo. a nos e meio (42 meses, 1260 di as,
vencedores de s i mes mos ,que s e
No ca pítulo 9, o a pa reci mento de “tempos, tempo e metade de um
reforma ra m i nteri ormente, s ubs ti -
um a s tro novo, talvez esse novo s ol a tempo”), o mundo a través de s eus
tui ndo i nstintos e víci os por vi rtudes e
que s e refere Nos tra da mus , a s tro di ri gentes, ficará proibido de seguir
s entimentos estarão a mparados pel o
ígneo, ens eja o recrudes cer dos qua lquer ca minho espiritual, s erão
Mes tre, e não mais terão necessidade
i ns tintos. E João descreve -nos o pano- proi bidas as religiões e negada a
de dor ou de s ofrimento para res ga te
ra ma s ocial da terra, com o reencarne exi s tência de Deus. Es gotado esse
ou a prendi za do de s eus Es píri tos .
de enti da des a gnós ti ca s , ma teri a - “tempo”, o movi mento do eixo da
A a bertura do s éti mo s el o
l i zadas, que possuem um re i, o anjo do terra ensejará desencarnes em massa.
des dobra-se a o toque de trombeta s
a bi s mo, Apol i on, que s i gni fi ca No ca pítulo 12, Joã o refere-se
com o destaque repetido de uma terça
des trui dor. à quela reduzida parte da humanidade,
pa rte. E a terça parte de árvores e de
Serã o des a ma rra dos os qua tro pequena percentagem que s e esforça
erva verde que é queimada, torna -s e
a njos da s treva s , que promoverã o por s eguir os ensinamentos do Mestre,
em s a ngue a terça pa rte do ma r,
guerra s fratricidas, através da s qua i s mos tra ndo a perseguição constante e
perdendo-se a terça pa rte da s na us ,
uma terça pa rte da huma ni da de tena z das forças do mal, concitando à
morrendo a terça parte das cri a tura s
des enca rna rá .. exemplificação do próprio Jesus, que
huma nas, uma terça parte das á gua s
Como Sa lomã o já nos i nforma ra , des de seu nascimento até a morte no
torna -se i mprestável, e é a lterada
tudo tem seu “tempo”.M as, no capítulo Gól gota foi objeto de ciladas, ardis,
a terça pa rte do s ol , da l ua e da s
10, Jes us nos a dianta “que não haveria tra i ções e vi tupérios. Mas o magnífico
es trelas. Refere-se à el eva çã o em 23
ma i s tempo”, i s to é, o “tempo” da s cl a ri vidente i ncentiva essa pequena
gra us e 30 mi nutos do ei xo da terra ,
s epa ra ções entre bons e ma us , o pa rcela da humanidade já espiri-
provoca ndo maremotos, terremotos e
“tempo” dos exames entre a cordados tua l izada, já eva ngelizada, a pros -
cons eqüentes modi fi ca ções geo-
e a dormeci dos , poi s a terra s erá s eguir, pois o Bem é mais forte que o
grá fi cas na distribuição de ocea nos e
promovi da a nível ma i s a l to e s eus Ma l .
conti nentes, Isaías, Ezequiel e Da ni el
futuros ha bi ta ntes nã o s erã o Na s i mbologia da besta, no capítulo
já s e haviam referido a i s s o. Hermes
porta dores de ca rma s oneros os , 13, Joã o nos a vi s a que o que i rá
Tri megisto, o insigne instrutor egípcio,
exi gi ndo vi da s dol oros a s de s o- ca ra cterizar es te fi m de ci cl o s erá o
já ha via mencionado anteriormente a
fri mentos pa ra res ga te de s ua s i ns tinto bestial, envolvendo a mente
modi ficação do ei xo. O fa to ta mbém
dívi da s . i nvi gi l a nte de gra nde ma i ori a da s
foi a s s i na l a do por Nos tra da mus .
O Mes tre entrega a João o livri nho cri a turas do planeta. E pa ra que nã o
Ra ma tís , moderna mente, confi rma
que é es ta Revelaçã o, no ca pítul o houvesse dúvidas, são apres enta da s
es s e evento, e os doi s ma i ores
10, já a berto, i nforma ndo-o que o dua s bestas: uma que s obe do ma r e
médi uns , contemporâ neos dos Es -
comes s e, ou s eja , que toma s s e outra que sobe da terra , des ta ca ndo
ta dos Unidos, Edga rd Ca yce e Arthur
conhecimento de s eu conteúdo, que que s erá uma huma ni da de que s e
Ford, ra ti fi ca m a a l tera çã o do ei xo,
a s notícias era m a l vi s s a rei ra s – um a fundará na lama dos i ns ti ntos , que
com s ubmers ã o da Ca l i fórni a ,
pl a no que s e el eva , um mundo que cha furdará na Vicência dos s enti dos
rea parecimento da Atl ântida, etc. Am-
progri de – ma s a forma de s e em toda s as l atitudes e meri di a nos .

105
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

E a s s i m como na concei tua çã o os a contecimentos s e repetem: é fri eza dos que ainda nã o a corda ra m
pi ta góri ca o novo repres enta o Va l dívia, no Chile, desaparecendo sob pa ra a s verda des es pi ri tua i s .
homem es pi ri tua l i za do, poi s é um ma remoto; é Aga dir, a pérola do Informa -nos , a i nda , que es s a
círcul o que se mantém em ascensão, o Medi terrâneo, des truída por ci vi l ização a gnóstica s erá s epul ta da
número seis é um círcul o que des ce, terremoto; é o ri o Arno, em Florença, s ob a s águas, poi s nã o ha verá ma i s
um homem em decadênci a , ou s eja , na Itá lia, s altando de seu l eito e comérci o das coi s a s a petecívei s do
ma terializado, vi vendo pelos sentidos, i nundando casas, a nimais, plantações mundo, “nem voz de harpista, nem luz
pel os i ns ti ntos pri mi ti vos . E o 666 e cri a turas humanas; é o Pa quistão, de ca ndeia, nem vos de es pos o e de
s i gni fi ca a huma ni da de a gnós ti ca , na quela dolorosa ca tá strofe; é es pos a ”.
des crente, ignorante em sua extensão Ma ná gua, víti ma de terremoto; é, O ca pítul o 19 ocorre no pl a no
máxima, em seu perigeu absoluto, pois recentemente Tubarão, em Santa es piritual, mos tra ndo-nos a a l egri a
é o s eis três vezes , i s to é, o má xi mo Ca ta ri na, que s ofre a vi olência das da quel a pequeni na pa rte da
pos sível de des control e es pi ri tua l . á guas. Os fatos se repetem, s e huma nidade que tiver perseverado na
O ca pítulo 14 a presenta o Mestre e renova m, esclarecendo e confirmando. obs ervâ ncia das l i ções do Mes tre, a
os escolhidos, isto é, aqueles que, pelo Um ca l or a brasador, como men- profunda justiça de s eu jul ga mento,
própri o esforço, dentro de toda s a s ci ona Isaías e Nostradamus, s erá o a pres enta ndo nova mente o ca va l o
rel i giões, tra nsforma ra m s eus víci os efeito da Quarta ta ça vertida sobre o bra nco – a força do Eva ngel ho –
em vi rtudes , s eus i ns ti ntos em s ol . A quinta taça é despejada sobre o ca va l gado por Jes us , a compa nha do
s entimentos, em meio à musicalidade i ns tinto bestial, ensejando civilização dos l umi na res es pi ri tua i s .
a mbi ente, ca nta ndo a mel odi a do de treva s espirituais, onde todos Tra va -se a luta milenar entre o Bem
Amor. É des tacada a força i mperecível s ofrem e ni nguém s e entende. e o Ma l , entre a Luz e as Trevas, a s dez
do Eva ngelho, pois nossas obras, boas Em s eguida, João anuncia, a tra vés na ções s ob o domíni o do i ns ti nto
ou má s, nos a companham, e, uma vez da Sexta ta ça, as guerras terríveis que bes tial combatendo contra o Mes tre.
que Ba bilônia, s ímbol o de confus ã o a i nda pres enci a remos a té o fi m do Ma s o i nstinto bestial e o falso profeta,
trevos a desta humanidade dos “s em s écul o. Dura nte a úl ti ma des s a s a quele que tra ns forma rel i gi ã o em
Deus”, já caiu, é processado o expurgo guerra s, um terremoto como nunca foi i ndús tri a e comérci o s erã o
pa ra fora da Terra da quel es que s entido a té hoje, submergirá exércitos tra ns feri dos pa ra pl a neta i nferi or,
fi zeram de s ua própri a exi s tênci a a e conti nentes, i nformando-nos que no ígneo, i ncandes cente, ta l vez es s e a
s a tisfação de seus i nsti ntos , de s eus próxi mo milênio o mundo terá apenas que s e referiu Isaías , Nos tra da mus e
víci os e de s eu ma teri a l i s mo três conti nentes em vez dos ci nco moderna mente Ra ma tís .
egocêntri co. a tua i s . E uma s a ra i va da de pedra s O ca pítulo 20 i nforma-nos o
Joã o, no ca pitulo 15, descreve-nos pes ando 25 a 40 quilos será despejada control e e a vi gilância do Pl ano
os preparativos do Pl ano Es piritual s obre a terra , a rra s a ndo ci da des e Es pi ritual s obre a s força s da
pa ra as modificações anunciadas. Mas ca mpos , cri a tura s e a ni ma i s . i gnorância, o jul gamento dos
o que ele, neste intróito a o ca pítulo As s i m como a nteri ormente el e redi midos pelo Velho Testamento, e,
s ubseqüente, des tacando-lhe a des crevera a humanidade espiritua l i - em s eguida, o aviso de que Satanás,
i mportância, deseja salientar é que, za da , no capítulo 17 ele tra ça paralelo s i mbolizando as trevas, o mal, está
i ni ciada a “operação elevação da terra” entre a mba s , des crevendo o que s ol to, procurando aproveitar o “tempo”
nã o mais poderá ha ver i ntercessões ocorrerá com a gra nde ma i ori a das res tri to de que ainda dispõe, fi ndo o
de Mentores, pedidos de Mensageiros. criaturas que ainda não atenderam a os qua l ta mbém será, como já o foram o
Quem estiver aqui permanecerá a qui. mi l enares chamamentos es pi ri tua i s . i ns tinto bestial e o falso profeta,
Quem s e encontrar ali, continuará a li. Es s a humanida de a gnós ti ca tem projetado para outro plano, para outra
Nã o mais poderá haver modificações. por ba se o i nstinto bestial , a dorna da es cola mais atrasada.
O ca pítul o 16 des dobra -s e em com a s coi s a s l uxuos a s do mundo, Em s egui da , proces s a -s e o
ta ça s derra ma da s s obre a terra . A tra zendo na mã o o cá l i ce que jul gamento: a ca da um s egundo s ua s
pri meira indica que o des equi l íbri o repres enta os a tos de s ua vi da : obra s , confi rma ndo que nós é que
es piritual das cri aturas material i s ta s , a bomi na ções e i mundíci e. E dez cons truímos nossos próprios destinos,
s ua des a rmoni a ínti ma , provoca rá na ções , que na hora devi da s erã o que ca mi nha mos s obre nos s os
doenças maléficas fís i ca s i ncurá vei s di ri gi da s por el ementos bes ti a i s , própri os pa s s os pa s s a dos , que
pel a ci ênci a Médi ca . proi birão qualquer religião no mundo tecemos , com nos s o es forço e
Em s eguida , ci nco vers ícul os s ã o e qua lquer pens a mento es pi ri tua l , pers everança, a túnica nupcial. O Al to
dedicados às águas. A Segunda ta ça e comba tendo a i déia de Deus, de Jesus a penas sanci ona , homol oga nos s a s
derra ma da s obre o ma r, a tercei ra e da vida espiritual. E o próprio ins- deci s ões , res pei ta ndo nos s o l i vre-
s obre os ri os e fontes, que se tra nsfor- tinto bes tial de que estará impregnada a rbítri o. A s emea dura é l i vre, ma s a
ma m em sangue, morrendo toda s a s es s a ma i ori a promoverá s ua a uto- col heita obrigatória. Somos livres ma s
cri a turas encarnadas que aí se encon- des truição, queimando a ci vilização no res pons á vei s . E proces s a -s e o
tra m. Os oceanos i nvadirão continen- fogo do s ofri mento. jul ga mento, dentro do convi te do
tes , s ubmergindo cida des e ca mpos . No ca pítul o 18, Joã o tra ns mi te Mes tre, contido no Novo Testamento.
Al i ás, essas modificações no ei xo, uma palavra de i ncentivo às cri a tura s O ca pítul o 21 a pres enta a nova
por ora mui to l enta s e míni ma s , que procura m s egui r a Jes us pa ra terra , com s eus três novos continentes,
cons ti tuem a vi s os que s ã o l ogo pers everarem com bom â ni mo, nã o com s ua huma ni da de já es pi ri -
es quecidos. Ma s quase todos os anos obs tante o egoís mo, a ma l da de e a tua l izada, s em mais neces s i da de de

106
INICIAÇÃO ESPÍRITA

vi da s dol oros a s a rega ta r ca rma s conta minar s ua pureza ou “cometer da á gua da vi da ”. e ta mbém, uma
pes ados, pois “não haverá mais morte, a bomi na çã o e menti ra ”. “á rvore da vi da ”
nem pranto, nem cl a mor, nem dor”. O ca pítulo final do Apocalips e vi n- Será uma ci vi l i za çã o es pi ri -
Em s eguida faz-s e a des cri çã o da cul a o pri mei ro l i vro do Vel ho Tes - tua l izada, vi vendo como i nstrumentos
nova terra em todo o s eu es pl endor ta mento – o Gênes e – em s eus cons cientes do Plano Superior, plenos
es piritual, sem templos de pedra, pois ca pítulos 2 e 3, em que se des creve o
de s ereni da de e equi l íbri o.
Deus habita o íntimo de ca da cora çã o Éden, a á rvore da vi da e a um ri o
que a ge como uma i greja vi va do menci ona do no úl ti mo ca pítul o do Es ti mul a -nos a pros s egui r di s -
Eva ngelho. O cl ima es pi ri tua l des s a úl ti mo l i vro do Novo Tes ta mento, tri buindo o bem, porque está próximo
huma nidade s erá de perfei ta ha rmo- i ndicando que o Pa raís o perdi do por o “tempo” em que Jesus será o Pa stor
ni a e pa z, em que s e regerá o Adã o e Eva, simbolizando o Homem e Úni co de nos s a s a l ma s , o Mes tre
reencarne de Espíritos des ti na dos a a Mul her, s erá reencontra do no i ncompa rá vel de nos s os Es píri tos ,
pros s egui rem s ua evol uçã o nes s e Tercei ro Mi lênio, na nova Terra, onde numa ci vilização de pa z, ha rmoni a e
pl a no, excl uídos os que possam teremos simbolicamente um “ri o puro fel i ci da de.

29.
CONTINUAÇÃO DO APOCALIPSE DE JOÃO

Edgard Armond o própri o Jesus já profetizara s obre os A vi da no próximo milênio será a da


No Apoca lipse, tudo tem s i gni- fi ns dos tempos. Nova Jerus a l ém ou Sexta Raça e se ca racterizará pela fei -
fi ca ção cósmica e deve ser consi- Ci da de Santa é alus ã o à Terra Reno - çã o eva ngélica cri stã. Os homens se ir-
dera do em ca ráter geral, global. Tudo va da do Terceiro Milênio, na qual nã o manarão em todas as atividades, com
foi gra va do na consciência etérica de es tarão Espíritos atrasados, pois que, des prendimento de bens perecívei s e
Joã o e depois tra nsferido para sua no expurgo, ficarão para trá s . Ao que excl usivos, em governo s ocialista cris-
memória fís ica. Joã o, nã o s abendo conta , de uma popul a çã o es pi ri tua l tão. A luz do Cristo Planetário afastará
tra ns mitir o que vi u em perfeita es timada em 24 bi lhões, somente um as trevas, fazendo reinar inalterável
rea lidade, descreveu como pôde, terço, i s to é, oito bilhões serão admiti- claridade nas almas.
compa rando com o que conhecia, mas dos no Planeta Renovado, de a mor e O trabalho será de todos para todos,
com justiça em sua distribuição, tal
o s entido e a l egorias descritos tal redençã o.
como ocorre nos astros evoluídos,
como os viu. Assim , quando menciona No ca pítul o 21:1, onde di z “uma
havendo tempo destinado ao labor, ao
ma r de s angue, s ignifica guerra, nova Terra e um novo céu porque os
estudo, ao culto, ao repouso, às distra-
ma ta nça , ca tá s trofes . pri meiros se foram e o mar já nã o é”, ções sem competições, e os Espíritos
O Apoca li ps e a pres enta fi gura s , refere-se ao novo aspecto do céu, após receberão da árvore da vida (símbolo
s ímbolos e alegorias semelhantes a os a verti calização do eixo da Terra, ainda de eterna fonte geradora) o alimento e
uti l izados a ntes pelos hindus, pers a s , nes te s écul o. Por oca s i ã o dos os recursos necessários ao aperfeiçoa-
s íri os , egípci os , á ra bes e ca l deus , ca ta cl i s mos que s ubmergi ra m a mento que leva aos reinos angélicos
porque a verda de nã o s e a l tera, isto Atl â ntida, o eixo da Terra ca i u pa ra a (1º céu, dos guardiães).
é, os s igni fi ca dos era m os mes mos di reita alguns gra us . Es pera -s e que, Todos os que forem l oca l i za dos à
pa ra ca da um daqueles povos, porém com a movi mentação deste fi na l dos di reita do Cri sto, no selecionamento a
os que Joã o us ou referem-s e tempos , o ei xo retorne à verti ca l s er feito, s erão i ns cri tos no Li vro do
excl us i va mente a os a tua i s fi ns de res ul ta ndo em degelo dos pólos e Cordei ro e poderã o entra r na Nova
tempo evolutivo. O que foi na rra do, equalização das estações. Jerus além pela porta da s reenca rna -
entretanto, não tem da ta certa , ma s Com conseqüência, teremos ainda ções oficiais (normais e forçadas), para
s i m período, i ns ta nte, momento no pl anisfério a mudança de posições que haja uma só ra ça, um só rebanho
cós mico, porque espaço e tempo nã o da s constelações , bem como a l tera - e um s ó Pa s tor.
existem no mundo espiritual. M omento ções nos mares e nos continentes . As Ma s a ntes desse sel eci ona mento
cós mi co pode s er 100/200 a nos . muda nça s ma i ores terã o l uga r na s ha verá oportunidade para todos, bons
No ca pítulo 1:2-3, Joã o relata o que vés pera s do período de tra ns i çã o. e ma us, a fi m de que os jus tos s e

107
jus ti fiquem a inda, os s ujos s e s ujem
a i nda e os s a ntos s e s a nti fi quem
a i nda, isto é, para que tudo se defi na
de vez.
A s i mbologia do Apocalipse parece

ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

(
ill I lii

~~~:;\¡
di s cordante, mas a pena s s e repete:
qua ndo João fala de glória espi ri tua l ,
emprega os termos coroas, lâmpadas,
es trel a s , fa chos , rel â mpa gos , cl a -
ri da des deslumbrantes, porque es s e
era o s i s tema ori enta l de fi ca r a s
i ma gens na mente. Qua ndo fa l a de
s ete estrelas, s ete sóis, sete s elos, etc.,
refere-se à tradição da cri ação di vi na
no ri tmo s eptenário; quando emprega
o número 12, respeita as carac- ~
terísticas na ci onais dos hebreus: as 12
tri bos , os 12 fi l hos de Ja có, os 12
mes es do a no, os 12 a pós tol os
e outra s como os 12 s i gnos do
toda s a s i greja s do momento. Sua s es tabelecer o pâ ni co uni vers a l e o
Zodía co, dentro dos quais o s ol
des crições estão sendo confi rma da s ca os geral, com a morte a mea ça ndo
s e movi menta , etc.
pel a hi s tóri a . di a a di a e de hora em hora a
Qua ndo fa la de dias, quer dizer
Ma i s uma vez se comprova que os huma ni da de i ntei ra , gera ndo
mi l ênios e de horas, quer dizer séculos.
es cri tos do Apocali ps e s e des ti na m i ns egura nça .
As potestades, a njos, a rcanjos,
a os tempos pres entes . Es ta é a a çã o da Bes ta do
querubins e s era fins a brem os
O termo Besta foi empregado pa ra Apoca lipse que s e desenvolverá nes te
s ete s elos, que representam os
des i gna r o i ns ti nto a ni ma l i rres - fi m de tempo, agindo favorecida pela s
períodos siderais referentes a es te
pons á vel . No Apoca l i ps e de Joã o, enormes brechas a bertas na ci da del a
fi m de tempos. Os s eis pri meiros
s i gnifica o reinado des enfrea do da s terrena pela inferioridade dos homens,
s elos representam os a contecimentos pa i xões i nferi ores e dos s enti dos s eu a fa s ta mento de Deus , s ua
da época de Jesus a té 1950 e o
fís i cos s ob o coma ndo perverti do i nvi gi l â nci a rel i gi os a e s eu reta r-
úl ti mo os acontecimentos dessa data
domi nado pelos i mpulsos do i ns ti nto da mento evol uti vo.
a té o fi m do período de transição,
a ni mal, peri odi ca mente revi gora do Na vi da dos homens , a Bes ta
já na Terra Nova .
pel os altos e bai xos da vi da col eti va representa, pois, as força s nega ti va s
No ca pítul o 8:1 – Qua ndo o
(ci vi l i za ções ). do ma l, que encontram ca mpo aberto
pri meiro a njo a briu o s étimo s elo, fez-
Nos di a s des te período fi na l do pa ra s ua domi na çã o.
s e s ilêncio de meia hora (meio século),
gl obo, o descontrole se a póia ta mbém Por i s s o, todos os s ímbol os de
dura nte o qua l a s coi s a s fi na i s
na s conquistas da ci ência materiali s ta dra gã o, serpente, etc., referem-se aos
a contecerã o.
que i mpressionam a s alma s fra ca s e i ns tintos animais que a esta a l tura já
No ca pítulo 8:2,5 – Refere-s e a os
na des ori enta çã o proveni ente do deveriam ter s i do s upera dos pel os
a conteci mentos do úl ti mo período
des morona mento da s rel i gi ões de homens .
(úl ti mo s el o); s ete a njos fora m
ba s es falsas , como a i nda na revol ta As cores vermel ha e es ca rl a te
s opra ndo s uces s i va mente s ua s
huma na contra a s desigualda des da s referem-s e à s força s da vi da fís i ca
trombetas e os a contecimentos foram-
condi ções sociais de vi da (exces s o de a ni mal centralizada no sangue, que é a
s e des enrol a ndo.
população, contenções, comunizaçã o, l i nfa da vi da a ni ma l . Nes tes di a s
Pel o primeiro a njo foi lançado fogo
etc.). Da í s urgiu o a pelo ao militarismo fi nais, não s ó a l i nfa do corpo fís i co
s obre a Terra , chuva de pedra s e
como fonte de di s ci pl i na e de como a do perís pi ri to s erã o conta -
s a ngue, e a Terra foi abrasada , houve
orga ni za çã o. mi nadas. Isto quer dizer que o próprio
terremotos , etc., e um terço da
A Bes ta, em seu reinado, alimenta - Es píri to poderá ser domi na do pel os
vegeta ção e do arvoredo foi queimado
s e de tudo quanto produz no mundo: i ns ti ntos da a ni ma l i da de i nferi or.
e o ma r s e tra ns formou em s a ngue
tri s teza , revol ta , corrupçã o, cri mes , Serão dominados todos os que
(ca ta clismos e guerras em terra, no a r
guerra s, fome e mortes coleti va s . El a amarem a vida até o fim, até os
e no ma r).
vi s a a desmoralização da humanidade, limites máximos do que ela poderá
Os s eis elos anteriores referem-s e
s eu desgoverno, devassidão col eti va , dar de gozos e prazeres sensuais.
a os a conteci mentos rel i gi os os
predominância do instinto anima l , do Somente aqueles que se filiarem às
ocorrentes no pl a neta : cul tos
s exua l i s mo des enfrea do e bruta l . hostes do Cordeiro, provando que
pri mi ti vos , bra ma ni s mo, budi s mo,
Objeti va ainda o i ns uces s o de tudo amam também a vida após a morte, a
cri s ti a ni s mo, es pi ri ti s mo, etc.
qua nto as ci viliza ções cons trua m no vida do Espírito, se salvarão.
O Apoca lipse foi es cri to de forma
ca mpo da ordem, da disciplina social e A Bes ta é a explosão i nconti da da
peculiar para que pudesse a traves s a r
da moral pública. Busca a extinção dos a ni malidade e prova a necessidade de
i nta cto todos esse séculos a té nos s os
l a ços familiares e s oci a i s , da s força s s elecionamento para abertura de nova
di a s a fi m de s ervi r de mensagem a
mi l itares e policiais para fi na l mente pos sibilidade de recupera çã o futura ,

108
INICIAÇÃO ESPÍRITA

fora da Terra, com as experi ênci a s e centelha divina a brilhar dentro de nós, des s e refugo huma no, como já
s ofri mentos que os expurgos cons eguir s obrepor-s e à domi na çã o di s s emos a nteri ormente.
receberã o. ma terial, a l enda de Satã desaparecerá Es s es Espíritos estão sendo s ol tos
Tudo que é rui m no mundo pa ra s empre. em ma s s a da s pri s ões em que s e
pertence à Bes ta , a dora -a e é s eu A crença de que Sa tã é o a njo encontravam há milênio e mei o pa ra
a gente, inclusi ve os s a cerdotes da s Lúci fer expul s o do céu por rebel di a que s eja m a gra ci a dos com nova
rel i gi ões convenci ona i s que nã o contra Deus nã o tem ba s e s ól i da oportunidade e em seguida jul ga dos ,
tenham base nas religiões espiritua i s . porque a s quedas de a l ma s fora m porque devem s er julgados “os vi vos
O úni co poder ca paz de derrota r a dua s : a pri mei ra s uporta queda , e os mortos ”.
Bes ta é o do Cri sto Pl anetário, porque cha ma da ori gi na l , foi a descida da s El es s atura rã o a huma ni da de da
ta nto a ci ência como as religiões não centelhas dos mundos divinos para os Terra nestes últimos dias, voltando aos
o cons egui ra m e é por i s s o que o mundos ma teri a i s ; e a s egunda , cos tumes corruptos da Lemúri a , da
Es pi ri ti s mo vei o como a gente do qua ndo l egi ões de a l ma s fora m Atl â ntida, da Babilônia , da Roma Im-
Cri s to pa ra eva ngel i za r o mundo, expul s a s de outros orbes por peri al e de outros centros de deva s -
a juda ndo o tra ba l ho i ns a no dos i ncompatibilidade moral. Essas alma s , s i dã o da Anti gui da de.
mens a gei ros do Di vi no Pa s tor. nã o consegui ndo domi na r o mundo Os fei ti cei ros a fri ca nos , os
Vi mos como a Besta, representada a té hoje, l uta m por es s e objeti vo i nqui s i dores do Sa nto Ofíci o, os
ta mbém pelo s ímbolo numéri co 666, como l egiões satânicas, porém, se não cha ci nadores de povos conquis ta dos ,
vi s a o des regra mento de toda a s e modificarem nestes últimos dias do os comerci a ntes e i ndus tri a i s que
huma nidade e a tua primeiramente no ci cl o, serão nova mente expurga da s , expl ora m a mi s éri a huma na , os
ca mpo do s ens ua l i s mo. junta mente com as da própri a Terra . a rma menti s ta s , os pol íti cos de-
O ps i qui s mo bes ti a l , tem s eus Nã o confundi r poi s queda com s a lmados , enfi m toda a es cuma l ha
coma ndos no plano a s tra l i nferi or e descida. mora l da huma ni da de s erá des ca r-
uti l iza especiali za dos a gentes s eus , Há gra nde verda de expres s a no ta da , conqua nto mui tos pos s a m
enca rnados em grande número e que Apoca lipse quando João, referindo-s e s a lvar-se no selecionamento, tocados
vã o mul ti pl i ca r-s e a gora enor- a rebeldias de Es píritos preci pi ta dos à ul ti ma hora pel a s l uzes do a mor
memente, porqua nto a s l egi ões pa ra orbes i nferiores, diz: “pelo poder cri s tão espalha da s pel os di s cípul os
ma l i gna s , s egrega da s há l ongo do s eu Cri sto”, deixando ver que cada humi l des do Cordei ro, s obretudo
tempo na s regi ões tenebros a s , orbe tem s eu Cri s to, s eu Es píri to es píri ta s .
es tão sendo s oltas e reenca rna ndo pl a netá ri o. Sa cri fício para a judar a s a l va çã o
em gra nde número, i ncl us i ve os As ma s s a s huma na s ma l i gna s do número, eis o úni co ca mi nho
que, des terra dos de outros orbes , i nfes ta m a s treva s , o umbra l e a de a scensão para a angelitude, porque
s empre des eja ra m governa r a cros ta , mi s tura m-s e com os a renúncia de si mesmo é a l to índi ce
Terra . enca rnados em enorme maioria e, no de evol uçã o es pi ri tua l .
Apes ar de apena s i ni ci a do o fi m próxi mo expurgo, doi s terços , Pa ra os Espíritas, nos di a s a tua i s ,
dos tempo, já s e podem ver a s a proxi madamente, serão descartados, es te é o maior dever, depois da devida
ondas de corrupção, de ana rqui a , de l i mpando-se definitivamente o planeta prepa ra çã o.
des orientação e de s exualismo va rrer
a Terra de extremo a extremo.
A Bes ta , que foi a ba ti da gra ve-
mente em vi rtude da vi nda do
Cri s to com s eu a mor, s eu s a crifício
e rotei ro que l egou de vi da reta e
s a nta que é o Evangel ho, já vol tou a
domi na r por cul pa dos homens
i ns ens a tos .
Ai nda que a s hostes do Cordei ro
s e una m e s e mul ti pl i quem, s e
i ns truam e s e eva ngel i zem, fi ca rã o
s ujeitas à derrota s e nã o merecerem
o a uxíl i o dos poderes cel es tes ,
corpori fi ca dos no Cri s to, úni co
poder rea l ca pa z de vencer a
ba ta l ha contra a s treva s .
Outra fi gura s i mból i ca repre-
s enta ti va do ma l é s a tã que, no
enta nto, nã o pa s s a de um mi to,
ma s nos mundos i nferi ores como o
nos so tem gra nde fa ma porque
s e a l i menta , como a Bes ta , da s
i mperfei ções huma na s .
Ma s qua ndo a l uz do Cri s to,

109
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO
I

30.
ci'ENCIA E RELIGIÃO

1. APRESENTAÇÃO a s eriedade dessa passagem do século, a l i cerça mento da fé rel i gi os a , ha r-


Nes ta nova série de a ulas teremos e poderã o reuni r es forços pa ra moni za ndo os três a s pectos dou-
a fel iz oportuni da de de es tuda r um s ocorrer a humanidade quando “o s ol tri ná rios. Assim concl ui remos que o
pouco de ci ência espírita e, com i s s o, es curecer e a s es trel a s ca írem dos Es pi ritismo é uma rel i gi ã o moderna
forta l ecer a nossa fé, tornando-a cada céus ”. onde a fé insólita e imposta dá l ugar à
vez ma i s racional e, ao mesmo tempo, Nã o obs ta nte o expos to, há fé ra ci ona l , oca s i ã o em que de-
des cortinando novos e mara vi l hos os i números confrades que i ns i s tem em duzi remos o ca rá ter fi l os ófi co da
ca mpos de a prendi za do dentro dos rotul ar o espiritismo como ci ência e se Doutri na Cons ol a dora .
pri ncípi os bá s i cos da doutri na s entem, portanto, des obri ga dos dos A i ma gem de Emma nuel é mui to
codi ficada pelo Profes s or Li onês em s a gra dos compromi s s os com a cl a ra e nos cha ma à Vi cênci a
1857. reforma mora l , a qua l enca ra m com eva ngélica, a va lorizarmos os nos s os
A pres ente a ula, conquanto poss a , des dém e des perdi ça m hora s mi nutos na difícil luta contra as nossas
pa ra muitos, parecer extemporâ nea , preci os a s entreti dos em fotogra fa r i mperfeições, es tri ba dos s empre na
pres ta -s e a tra zer es cl a reci mentos a ura s ou gra va r vozes de Es píri tos , ci ência pa ra nã o envereda rmos nos
preci osos a respeito da caracterização enquanto expressivos contingentes de peri gosos caminhos do fana ti s mo ou
do Es piritismo como ci ênci a e como s ofredores batem às porta s dos s eus do s ecta ri s mo. Somente a s s i m
rel i gi ã o. “l a boratórios” i mplorando uma rés ti a podemos entender que es ta remos
Sa bemos, já das a ulas a nteri ores , de l uz, a benção de um esclarecimento, a ptos a prestar um servi ço a o próximo,
que a doutrina espírita representa, na pa l avras consoladoras que l hes dêem nes te s écul o de decl i ves , cuja
fa s e a tual, a derradeira espera nça de força s para res i s ti rem à s a grura s de qua lidade s erá condizente com o título
redenção do homem que, há milênios, s ua s jorna da s . que os tenta mos : ESPÍRITAS.
vem tri l hando os ca minhos s ombri os Di z-nos Emmanuel, no prefáci o do Sugerimos aos prezados a mi gos a
do ma l . l i vro O Consolador. “Podemos tomar o l eitura das l ições nºs 26 (Pesquisas ) e
A Terra s e encontra em preparação Es pi ritismo, simbolizado desse modo, 3 (Di álogo e Estudo) do l i vro Estante
pa ra cumprir o s eu des ti no gl ori os o, como um tri â ngul o de força s da Vida, da a utori a do Irmã o X,
pres tes a s e tra ns forma r em mundo es pi ri tua i s ”. Ed. FEB.
regenerado, onde s erá impl a nta do o “A ci ência e a filos ofi a vi ncul a m à
Reino do Evangelho res erva do Terra essa figura simból i ca , porém, a
à quel es que “gua rda ra m os s eus rel i gião é o ângulo Divino que a liga a o 2. A AFIRMATIVA DE KARDEC
ma nda mentos ”. Os di a s es tã o céu. No s eu a s pecto ci entífi co e Em fa ce nã o s ó do expos to, ma s
conta dos e faz-se mister desenvol ver, fi l osófico, a doutrina será s empre um ta mbém do própri o conteúdo da
em pouca s déca da s , um pl a no de ca mpo nobre de i nves ti ga ções Codi fi ca çã o, como nega r o ca rá ter
redenção que deveria ter sido levado a huma nas , como outros movi mentos rel i gioso do Espiritismo? A Codificação
efei to em doi s mi l a nos ! col etivos de natureza i ntelectua l , que mos tra cl a ra mente a fi na l i da de
É o momento hi s tóri co que vi s a m o a perfei çoa mento da rel i giosa da doutrina e o a mi go l ei tor
es ta mos vi vendo, onde s omos huma ni da de. No a s pecto rel i gi os o, que o jul gue por s i mes mo.
concl amados pelo Alto, em s ucessivos toda via, repousa a sua grandeza divina, Acontece, porém, que, em O que
cha mamentos, pa ra des cermos da s por cons ti tui r a res ta ura çã o do é o Espiritismo Ka rdec a fi rma que
tri bunas, das cátedras e dos púlpitos e Eva ngel ho de Jes us Cri s to, Es pi ri ti s mo nã o é rel i gi ã o, a ti tude
confi rma rmos a s pa l a vra s com estabelecendo a renovação definitiva contra ditória em relação ao conteúdo
tes temunhos vi vos . Uma época do homem, pa ra a gra ndeza do s eu de s ua própri a codi fi ca çã o.
gl ori os a onde o Pl a no Es pi ri tua l , i menso futuro es pi ri tua l ”. (O gri fo é É preci s o, como s empre, nã o
ma ni fes ta ndo-s e com toda a s ua nos s o). toma r a pa l a vra que ma ta , pel o
puja nça , depos i ta nos es píri ta s a s Em s egui da , va mos tecer a l guns es píri to que vi vi fi ca .
derra deiras esperanças, pois s omente comentários sobre ci ência, filosofi a e Nes sa afirmativa vemos, mais uma
a queles que foram tocados pela suave rel i gião, a pós os quais confirmaremos vez, a ma estria do Prof. Ri va i l , a s ua
l uz do Cons ol a dor, terã o em s i a s o Es pi ri ti s mo como ci ênci a , e a extrema e ca lculada habilidade diante
condi ções básicas para compreender fi na l i da de da Ci ênci a Es píri ta no da monumenta l obra que deveri a

110
INICIAÇÃO ESPÍRITA

rea lizar. Vejam, amigos, numa época


em que o mundo s e encontra va
s a tura do de “rel i gi ões ” e frene-
ti ca mente bus ca va a es mo uma
reposta pa ra os s eus a ns ei os ma i s
ínti mos, ja mais s e contentando com
o dogma ti s mo e a té repel i ndo a s
puerilidades que l he ca racterizavam as
ba s es , s e Ka rdec a pres enta s s e à
huma nidade s edenta de l uz mais uma
“religião” certamente correria o grande
ri s co de s er repudi a do “i n l i mi ne”.
Si m, companheiros, a grandeza de
Al l an Kardec se exalta. Ha bi l mente a
pri ncipio negou o Es pi ri ti s mo como
“rel i gião” querendo de forma indireta
di zer que a Doutrina Consoladora nã o
pos sui dogmas a bstrusos que a ra zã o
repele; que, na elucida çã o da mente
huma na e na puri fi ca çã o dos
s enti mentos , i nduz-nos a o cul to
i nterno e nã o a o externo; que nã o
pos sui e jamais terá hierarquia s a cer-
dota l , nã o decreta rá ja ma i s a
i nfalibilidade de homem a lgum e nem
redi mirá a alma pela venda de preces
ou de i ndul gênci a s ; s e i s s o era
exa ta mente o que todo s com-
preendi a m na época por rel i gi ã o,
ja ma is o Es piritismo poderia a ssim ser
qua l i fi ca do.
Por outro l ado, ta l vez qui s es s e o
Codi ficador s e referi r à s ubl i ma çã o
rel i gi os a pa ra a qua l fa ta l mente
ca mi nhamos: no início, nos a lbores da
huma nidade, pa rti ci pa va m do cul to
rel i gioso i magens grotescas de muitos
deus es , em que chega mos , dentro Es píri to l i ga do a Deus , que o Es - rel i gião da família. Se assim é, di rão,
des se primitivismo remoto, a sacrificar pi ri ti s mo. o Es pi ritismo entã o é uma rel i gi ã o?
i nocentes cri a nça s e a dul tos ; em Mui to oportuno seria l embrarmos Perfei ta mente! Sem dúvida; no
s eguida, com o passar dos s éculos , a s o di s curso proferido por Alla n Ka rdec sentido filosófico o Espiritismo é
i ma gens fora m s e reduzi ndo e os qua tro mes es a ntes do s eu uma religião, e nós nos ufanamos
s a crifícios eram já de a nimai s e nã o des encarne, o que tornará mais clara a disso, porque ele é a doutrina que
de s eres humanos; de muitos deus es nos s a expos i çã o; veja mos a l guns fundamenta os laços de fraternidade
pa s s a mos a um s ó, a s i ma gens trechos : e de comunhão de pensamentos, não
des apareceram de mui tos cul tos e o “O l a ço es ta bel eci do por uma sobre uma
sacrifício passou a ser na intimi- rel i gião, s eja qual for seu objeti vo, é, simples convenção, mas sobre as
dade do próprio crente, no portanto, um elo essencialmente moral mais sólidas bases: as leis da
sentido de sua própria purificação, que religa os corações, que identi fi ca própria Natureza. Por que então
na eliminação da animalidade e no os pensamentos, a s a spirações e não declaramos que o Espiritismo não
verdadeiro desenvolvimento espi- é s omente o fa to de compromi s s os é uma religião? Por isso que só
ritual pela reforma íntima. Per- ma teriais que se rompem à vonta de, temos uma palavra para exprimir
cebemos a s s i m que fa ta l mente ou do cumprimento de fórmul a s que duas idéias diferentes e que, na
a beiramo-nos daquel e cul to de que fa l a m ma i s a os ol hos do que a o opinião geral, a palavra religião é
fa l ou Jes us à Sa ma ri ta na : o cul to Es píri to. O efei to des s e el o mora l é inseparável da de culto; revela
ínti mo, que o Mes tre defi ni u cl a ra - estabelecer entre os que ele une, como exclusivamente uma idéia de forma
mente dizendo: “dia vi rá em que nã o cons eqüênci a da comuni da de de e o Espiritismo não é isso. (o gri fo é
a dorareis a Deus nem nes s e monte, opi ni ões e de s enti mentos , a nos so). Se o Es piritis mo s e di s s es s e
nem em Jerus a l ém, ma s s i m em fra terni da de e a s ol i da ri eda de, a uma religião, o público s ó veri a nel e
Es pírito e Verdade”. Convenhamos que i ndulgência e a benevolência mútua s . uma edi fi ca çã o, uma va ri a nte, s e
nenhuma doutri na nos l eva ma i s É nes s e s enti do que s e di z a s sim nos quisermos expres s a r, dos
pos itivamente para essa rel i gi ã o do ta mbém:a rel i gi ã o da a mi za de, a pri ncípios absolutos em matéria de fé,

111
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

uma ca sta sacerdotal com seu cortejo toda rea l i da de) s eri a a pa ná gi o da pl eta bi l i da de e i ntei reza junto a o
de hi erarqui a s , de ceri môni a s e de fi l os ofi a . Cri a dor. Em poucas palavras, a mi gos ,
pri vi légios; o público não o s epa ra ri a Pros s eguindo, veja mos uma es ta mos repeti ndo o conheci do
de i déias de misticismo e dos a bus os i nteressante ci tação do Professor concei to de Sa nto Agos ti nho:
contra os quai s s ua opi ni ã o tem s e Joha nnes Hessen, da universidade “Rel igat nos religio omnipotente Deo”
l eva nta do ta nta s vezes . Nã o pos - de Col ônia, em seu célebre volume (A rel i gi ã o nos une a o Deus
s ui ndo nenhum dos ca racteres de uma i nti tulado Teoria de Conhecimento: oni potente).
rel i gião, na acepção usual da pala vra , “efetiva mente, existe uma a finidade As s im sendo, tudo o que contribui
o Espiritismo não poderia, nem deveria entre fi losofia e ciência, à medida que pa ra eu haja essa reunião entre a
orna r-se com um título s obre o va l or a mbas assentam na mesma base do cri a tura e o Cri ador será uma religião,
do qua l i nevi ta vel mente s e es ta - Es píri to huma no, no pensa- des de que esteja fundamentada num
bel eceria a i ncompreens ã o; ei s por mento.Porém, ambas s e distinguem conjunto de pri ncípios básicos
que ele nos diz simplesmente: doutrina pel o s eu objeto. Enquanto que as (doutri na). O que é confi rmado pelo
fi l os ófi ca e mora l ”. ci ências especiais têm por objeto ens inamento de Emmanuel (Roteiro).
Por fi m, depoi s de enumera r a pa rcelas da realidade, a filosofia dirige- “Nã o nos reportemos a religiões mas à
l onga s éri e de convi cções que o s e a o s eu conjunto. Dessa forma,se rel i gião, propriamente considerada
es pírita deve possuir, e de sintetiza r a concebêssemos uma ci ência como s i stema de crescimento da lama
conduta mora l do a depto do uni versal, chamá-la-íamos de filosofia”. pa ra a celeste comunhão com
Es pi ritismo em fa ce à huma ni da de, Certa mente, a essa a ltura, o o Es píri to Divino.”
concl ui o insigne Codi fi ca dor: “ei s o a mi go Aprendiz estará ansioso por
Credo, a rel i gi ã o do Es pi ri ti s mo, s a ber onde entra a religião nesse 4. CIÊNCIA
rel i gi ã o que pode conci l i a r-s e com enca deamento de opiniões. Analise- A ci ênci a tem a s ua ori gem nos
todos os cultos, isto é, com dota s a s mos ca utelosamente o a s sunto e fa tos dos qua i s , como já ci mos , s e
ma nei ra s de a dora r a Deus ”. Foi va mos descobrir que i gualmente ori gi nam a s indaga ções . Uma vez os
s a l uta r o di s curs o de Ka rdec e exi s te profunda afinidade entre a fa tos cons ta ta dos s ã o os mes mos
certa mente impelido a el e pel a s ua fi l osofia e a rel igião, pois estão l eva dos à obs erva çã o metódi ca , de
própri a consciência ou por s uges tã o l i gadas através de um único vínculo, onde surgem as hipótes es que, uma
i ntuitiva de s eus mentores espirituais que reside no s eu objeto. Ambas vez comprova da s pa s s a m a s er
a fi m de es cl a recer s ua s própri a s pretendem resolver o enigma do denomi na da s Lei s .
pa l avra s , em a pa rente contra di çã o universo e da vida, da r enfim, uma Toda ci ênci a pos s ui três ca ra c-
com o conteúdo próprio da codificação i nterpretação da realidade. O que as terís ti ca s funda menta i s :
a o a firmar que o Espiriti s mo nã o era di s tingue é a origem desta inter- a) objeto próprio de estudo: por
rel i gi ã o. preta ção: enquanto que a concepção exemplo, a botânica estuda a vi da ve -
fi l osófica é ori unda do conhecimento geta l; a fisiol ogi a , o funci ona mento
3. DEFINIÇÕES: CIÊNCIA, ra ci onal, a religios a ba s ei a -s e na fé. norma l dos órgãos; a embri ol ogi a , o
FILOSOFIA E RELIGIÃO Ora , i rmã os, entã o podemos , por des envolvimento dos seres vi vos etc.;
Sendo a s defi ni ções s empre vi a de conseqüência, concl ui r que s e b) métodos próprios de pesquisa:
i mprecisas e imperfeita s , nã o é fá ci l exi s ti uma religião a licerça da numa na botânica encontra mos i números
del imitar com preci s ã o, o ca mpo da fé racional, a quela que “pode encara r métodos entre os qua i s o da s
ci ência e da religião, va riando mes mo a verda de fa ce a fa ce, em toda s a s
“gera ções alternadas” de Van Tieghem
de a cordo com a evolução ou o ponto épocas da huma ni da de”, es ta s erá
(1870);
ta mbém uma fi l os ofi a .
de vi s ta de quem a borda o a s s unto. c) leis próprias: vol ta ndo a o
Poi s bem, vamos guardando es s es
A ci ência poderia ser definida como exempl o da botâ ni ca , va mos
concei tos , poi s ma i s ta rde i remos
um conjunto de verdades logica- empregá -l os . encontra r a s cel ebres l ei s de
mente encadeadas entre si, de Pa ra defi ni r rel i gi ã o, va mos Gregóri o Mendel (1866).
maneira a formar um sistema foca l i za r o concei to emi ti do pel o Concl uindo, dispomos a gora de
coerente ou, s egundo um l i ngua ja r es tudios o Cha rl es F. Potter, de cuja um método prático para constatarmos
ma i s s i mpl es , o conhecimento certo a utoria temos o conhecido compêndio o ca rá ter ci entífi co de qua l quer
dos fatos por suas causas e por História das Religiões, onde va mos ma téria que nos for a presentada para
suas leis. encontra r uma definição a ná lise. Bas ta que s a ti s fa ça os três
|”O es panto, dizia Aristótel es , é o compreens i va res ul ta nte da s s ua s requi s i tos a ci ma enunci a dos .
começo da ci ênci a ”, o que é fá ci l pes quisas : “Rel i gi ã o é o es forço da
entender uma vez que a mes ma pers ona l i da de huma na , di vi di da e 5. RELIGIÃO
na s ceu da curi os i da de na tura l do i ncompl eta no s enti do de a ti ngi r Reca pi tul a ndo, o concei to de
homem, ou s eja, da neces s i da de de uni da de e i ntei reza , bus ca ndo o rel i gi ã o precei tua uma l i ga çã o da
compreender e expl i ca r a s coi s a s . a uxíl i o de pes s oa s i dea l mente cri a tura a o Cri ador, l iga çã o es ta que
Compl ementa ndo a s defi ni ções compl eta e divina”. Realmente s omos deve s er profundamente cons ci ente,
a ci ma, seria lícito a firmar que o campo cri a tura s detentora s dos a tri butos tra duzi da no es forço de a s cens ã o
ci entífico compreende a investi ga çã o di vi nos, que se encontram no â ma go ma ni fes to em s eus a deptos .
da s causas segundas ou próximas do nos s o s er, em es ta do l a tente e Tudo, poi s , que concorrer pa ra
enquanto que a pesquisa da s ca us a s a ns i a mos por des envol ver es s a s el eva r a cri a tura a o Cri a dor ca be
pri meiras (razões funda menta i s de vi rtudes bus ca ndo a nos s a com- dentro do campo da religião, i nclusive,

112
INICIAÇÃO ESPÍRITA

s á ri o o funci ona mento s i nérgi co


des ses dois fatores, ca so contrário, a s
cons eqüênci a s s ã o fa ci l mente
enumerá vei s :
a) a rel i gi ã o s em a ci ênci a des -
ca mba fa talmente para o dogmatismo
a bs urdo, francamente repel i do pel o
homem do s écul o XXI;
b) a ci ência s em reli gi ã o res ul ta
na s catastróficas ocorrências belicosas
obs ervá vei s nos di a s de
hoje.
Por es s e moti vo é que, a pós s é-
cul os de razão, vêm os Es píri tos
Superiores nos orientar: “É chegada a
hora do cora çã o di zer ba s ta a o
cérebro, e provar que somente o amor
redi me pa ra a eterni da de”.
A rel i gi ã o, como di zem a l guns
hi s tori a dores , us a ndo de uma l i n-
gua gem a legórica, tem ca mi nha do
de ci ma pa ra ba i xo. No i níci o, a s
i nda ga ções era m di ri gi da s a o
Albert Snst&ín des conhecido, a os poderes s uperiores
contra os qua i s el e, o homem, s e
s entia impotente e vulnerável. Quanto
por ma i s pa ra doxa l que s eja , o s ens a çã o, a quel e que nã o ma i s
à ci ência, tem evoluído de bai xo pa ra
s etor compreendi do pel a ci ênci a . pos sa deva nea r e s er empol ga do
ci ma . A pri ncípio a curiosidade de um
Es cl arecemos: qual o astrônomo que pel o enca nta mento, nã o pa s s a em
Cro-Ma gnon era dirigida tã o somente
a o observar um movimento sincrônico verda de de um morto. Sa ber que
no s enti do de a tender à s s ua s
dos gigantescos planetas que singra m rea l mente exi s te a qui l o que é
necessidades i mediatas, obri gando-o
s ua vemente o espaço sidera l , nã o s e i mpenetrável a nós e que se manifesta
a desenvolver a a gricultura, o es tudo
renda diante da grandeza do Supremo como a ma is a lta das s a bedori a s e a
do s ol o, etc. Com o pa s s a r dos
Ma es tro desta sinfonia i nteres tel a r? ma i s ra di a nte da s bel eza s , que a s
s éculos, a religiã o des ce a tendendo
Qua l o embriol ogi s ta que, por ma i s nos s a s embota da s fa cul da des s ó
a os apel os a ngus ti a ntes da huma -
ous ado, não se sinta profunda mente podem entender em s ua s ma i s
ni dade e começa a se i nterpenetrar no
toca do pelo processo expressivamente pri mi ti va s forma s – es s e
coti diano, ao mesmo tempo em que a
bel o do nascimento de um s er, e nã o conhecimento, esse s entimento es tá
ci ência, impelida pelas i nsa ti s fa ções
reconheça a s ua inferioridade di a nte no centro da verdadeira religiosidade”.
do s er, a vança celeremente no campo
des sa obra magistral ? Qua l o a rti s ta Noutra oportunidade el e decl a rou:
do Es píri to e s ua s ma ni fes ta ções .
que a pós a tenta mente exa mi na r a s “A experiência cósmica rel i gi os a é a
Ca berá a o Es pi ri ti s mo promover a
gra da ções e nua nces cromá ti ca s da ma i s forte e a ma i s nobre fonte da
fus ã o i nevi tá vel dessas irmãs que
péta l a de uma ros a , recus e-s e a pes quisa científi ca ” e ma i s a di a nte:
devem forçosamente caminhar
reverenci a r o Incri a do? “Mi nha religião, diz Einstein, consi s te
sempre unidas.
Concl uímos, assi m, que a ci ênci a em humilde a dmiração do espírito su-
ta mbém é uma rel i gi ã o des de que peri or e i limitado que s e revel a nos
7. O ESPIRITISMO É UMA
exi s ta humi l da de no cora çã o do menores deta l hes que podemos
CIÊNCIA?
pesquisador que não relute em admitir perceber com nossos Espíritos frá geis
Pel o que vi mos a té o momento,
a exi stência de um ser cuja capacidade e i ncertos . Es s a convi cçã o pro-
podemos dizer, s em recei o de erra r
e s a bedori a s obrepuja m i men- fundamente emocional na presença de
um poder raciocinante superior, que se que o es pi ri ti s mo é uma ci ênci a .
s ura velmente a s s ua s mes qui nha s
revel a no i ncompreensível universo, é Veja mos :
condi ções .
a i déi a que fa ço de Deus ”. A Doutri na dos Espíritos teve a sua
Pa ra a cl a ra r o que a ca ba mos de
ori gem nos fa tos (ver o l i vro Enten-
es tudar, nada menos valioso do que o
dendo o Espiritismo) que fora m
depoimento do gra nde ci enti s ta que
6. SENTIMENTO E RAZÃO cri teri osamente es tuda dos e meto-
revol ucionou a física clássica, extraído
A fi m de prosseguirmos com nosso di ca mente analisados por Ka rdec, que
do l i vro O universo e o Dr. Einstein, de
Li ncol n Ba rnett. Di z-nos o pai da es tudo va mos nos a ter às defi ni ções os cl a s s i fi cou e engendrou a s
bá s i ca s que, em úl ti ma a ná l i s e, hi pótes es . Após a cons ta ta çã o da
relatividade: “A ma i s bela e profunda
a s sociam à ci ência a ra zão e à religiã o va l i dade das hipóteses, descortinou-se
emoçã o que s e pode experimentar é a
um a mpl o hori zonte onde fora m
s ens a çã o do mís ti co. Es te é o o s enti mento.
Pa ra uma marcha equi l i bra da do des cobertas as l eis s abias que regem o
s emea dor da verda dei ra ci ênci a .
Es píri to em evolução, fa z-s e neces - des ti no dos s eres .
Aquel e a quem s eja es tra nha ta l

113
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

No segundo item do esquema,


que s e baseia na a ná l i s e da s obra s
bá s icas, nota -s e ni ti da mente a s ua
es sência de feição moral ou religi os a .
Os meta psiquistas materialistas como
Ri chet e Sudre, nã o cons i dera m
ci entífico o Espiritismo, reconhecendo,
porém, a grandiosidade moral de s ua
fi l os ofi a .
Rea l mente, vi s to pel os l i vros
bá s icos da Codi fi ca çã o, el e é mui to
ma i s uma filosofia de natureza mora l
que uma ci ênci a . Com exceçã o de
a l guns ca pítulos da Gênese e do Li vro
dos Médi uns , que s ã o de ca rá ter
rea l mente científico, tudo o ma i s na
Codi fi ca çã o, é es s enci a l mente de
ca rá ter religioso, e ai reside a grandeza
i ncontestável da Doutrina, e o alcance
profundo da vi s ã o de Ka rdec.
Vi s ta em s eu conjunto, ni nguém
poderá negar que a Codificação a fi na
mui to mais com a religião do que com
os rígi dos e fri os ca ra cterís ti cos da
ci ênci a .
Senã o veja mos : Es tuda ndo a
fi l os ofi a do Es píri to, a fi rma ndo a
-
CIÊNCIA FILOSOFIA exi s tência e a evol uçã o do Es píri to,
ma s nã o a demons tra ndo prévi a e
ci entificamente, O Livro dos Espíritos
− Li vro de Revelação − começa com o
Pros s eguindo, convidamos o a migo a ba li za do pa recer do Prof. Hes s en, ca pítulo referente a Deus e termi na
que nos l ê a vol ta r a o i tem 4 do conforme já vi mos, s eria s inôni mo de com o ca pítul o da s pena s e gozos
pres ente ca pítulo e a plica r o “método filosofia. futuros , a mbos tema s de es s ênci a
prático” a l i s ugeri do. rel i giosa e não científica, temas que só
Porventura possui o Es piritismo um 8. O ESPIRITISMO É UMA com o a dvento do Es pi ri ti s mo
objeto próprio de estudo? É cl a ro que RELIGIÃO? pa ssarão a ser encarados fa ce a fa ce
s i m, todos res ponderã o, o Espírito. Pa ra prova rmos que o Espiritismo é pel a ciência do futuro, enqua nto que
Mui to bem, e s erá que di s põe a uma rel i gi ã o va mos propor um s empre o foram pelas religiões toda s
Doutri na de um método próprio de es quema bastante di dá ti co a fi m de do pa s s a do e do pres ente.
pesquisa? Si m, a mediunidade! fa ci litar a a s s i mi l a çã o por pa rte do O Livro dos Médiuns é l ivro técnico
Atra vés da mediunidade demonstra a Aprendiz. O es quema é o s egui nte: e el uci da ti vo s obre o fenômeno
exi s tênci a e a s obrevi vênci a do 1º) a ná l i s e do Es pi ri ti s mo como medi único, que é a fonte de revelaçã o
Es píri to e a sua evoluçã o. La nça mã o Doutri na dos Es píri tos ; rel i giosa, o que não devemos esquecer,
da a nálise comparada dos fa tos e da 2º) a nálise da s obra s bá s i ca s da poi s é também a fonte reveladora dos
convergênci a da s prova s . Codi fi ca çã o; conheci mentos novos tra zi dos e
E qua nto à s Leis próprias? Ora , 3º) a ná l i s e do Es pi ri ti s mo como di vul gados pel o Es pi ri ti s mo. Nes s e
i númera s l ei s fora m des coberta s conti nua çã o do Cri s ti a ni s mo. l i vro técnico, Ka rdec a fi rma que há
a tra vés da obs erva çã o dos fa tos No primeiro caso, i s to é, cons i de - três ca tegori a s de es píri ta s :
na turais com a utiliza çã o do método ra ndo o Es pi ri ti s mo em s i mes mo, 1º) Es píritas experimentadores;
própri o de que o Espiriti s mo di s põe. concl uímos que el e vem tra zer a o 2º) Es píri ta s i mperfei tos ;
Pa ra ci ta rmos um exempl o pode- mundo a certeza científica da existên- 3º) Verda dei ros es píri ta s ou
ría mos nos referir à Lei da Justi ça , Lei ci a e da s obrevi vênci a do Es píri to es píri ta s cri s tã os .
do Tra balho, etc., a ssuntos que s erã o el ucidando pelas novas revel a ções o Is s o é s i gni fi ca ti vo, poi s o
enfoca dos ma i s a di a nte. ca mpo obs curo da rel i gi ã o, confi r- Cri s ti anis mo foi ti do a té hoje como
Ana l i s a ndo cui da dos a mente o ma ndo certas afirmativas religios a s e rel i gi ã o, s endo que o es píri ta
Es pi ritismo, veremos que, de forma des truindo outras. As conseqüênci a s verda deiro, para Ka rdec, é o es píri ta
ba s tante objetiva e ao mesmo tempo mora is que decorrem do es pi ri ti s mo cri s tã o e, porta nto, o verda dei ro
profunda, ele aborda todos os setores ci entífi co, res umi da s na fé racional, Es pi ri ti s mo é o cri s tã o e, poi s , o
do conhecimento. As sim podería mos s ã o exatamente a mais pura essênci a rel i gi os o.
s eguramente cl assificá -l o como uma dos princípios morais verdadei ros da Os outros doi s l i vros que s e
ciência universal que s egundo o rel i gi ã o. s eguem s ã o O Evangelho segundo o

114
INICIAÇÃO ESPÍRITA

Espiritismo e o Céu e Inferno, l i vros Es píri to Santo, a quem o Pa i envi a rá O a fa s ta mento de Es píri tos e a s
que, pel os própri os títul os , s e em meu nome, vos ensinará toda s cura s s ã o pa rtes i ntegra ntes do
l oca lizam no setor puramente religioso, a s coisas e vos fará l embrar de tudo o Cri s ti anismo, o mesmo que s e rea l i za
vi s to como a ciência nunca cui dou de que vos tenho di to”. hoje nas organizações es píri ta s bem
ta i s a s s untos , a o pa s s o que el es Rea lmente, o Espi ri ti s mo encerra ori enta da s , tudo s em a míni ma
cons tituem temas básicos de todas a s toda s as condições preconizadas para remunera çã o, a títul o ou pretexto
rel i gi ões . a ca ra cteri za çã o do Es píri to Con- a l gum.
Por fi m, na Gênese, que é, de s ol ador, que, em tempo oportuno, isto Hora , s endo o Es pi ri ti s mo conti -
todos os l i vros da codi fi ca çã o é, qua ndo a humanidade já pudes s e nua ção do Cri stianismo e s endo e s te
ka rdeci a na , o de ca rá ter ma i s comporta r o compl emento de s eus rel i gião, por que não há de ser a quel e
ci entífico, vemos a preocupa çã o de própri os ens i na mentos , El e nos da mes ma forma qua l i fi ca do?
el uci da çã o eva ngél i ca domi na ndo envi a ri a .
Ka rdec. O l i vro s e di vi de em três Pa ra l el a mente a o Cons ol a dor 9. CONCLUSÃO
pa rtes: enquanto que a 1ª s e refere a prometi do encontra mos i númera s Reforça mos a ma téri a expos ta
Deus e à gênes e, a 2ª e a 3ª s e a na logias entre o Cri stia ni s mo de há nes te ca pítul o com a s pa l a vra s de
referem, res pecti va mente, a os doi s mil anos e o Es piritis mo de hoje: Emma nuel (A Caminho da Luz) que
mi l a gres dos Eva ngel hos e a s Jes us determinou aos s eus dis cípul os s ã o bastante elucidativas: “A ta refa de
predi ções também eva ngél i ca s ; ora , “Ide e pregai a boa nova, ressuscitai
Al l an Ka rdec era di fíci l e compl exa .
Eva ngelho a té hoje foi reli gi ã o e nã o os mortos, curai os enfermos,
ci ênci a . expeli os demônios e dai de graça o Competia-lhe reorga ni za r o edi fíci o
Fi nalmente, vejamos o Es piriti s mo que de graça recebeis”. Quem, no des morona do da crença , recondu-
como continuação do Cristianismo, mundo de hoje, s enã o os es píri ta s , zi ndo a civilização às sua s profunda s
e pa ra ta l reportemo-nos a o rea liza todas es s a s determi na ções ? ba s es rel i gi os a s ”.
eva ngel i s ta Joã o (14:15-17,26): “Se Apena s devemos l embra r que os Pens amos a s s i m, preza do l ei tor,
me a ma i s , gua rda i os meus es pírita s , a corda ndo pa ra a gra nde que a s dúvidas foram todas dirimi da s
ma ndamentos. E eu rogarei a o Pa i , e rea lidade da vi da as a l ma s huma na s e, porta nto, poderemos a fi rma r com
Ele vos dará outro consolador para que enca rnadas e desencarnadas, opera m André Lui z (Missionários da Luz) que
fique eternamente convosco, o Espírito nel a s verda dei ra res s urrei çã o “o Es pi ri ti s mo e a revi ves cênci a do
da Verda de, a quem o mundo nã o es pi ri tua l , poi s es s a é a que
Eva ngel ho de Nos s o Senhor Jes us
pode receber porque não o vê, nem o i nteres s a , mes mo porque a s
conhece. Ma s vós o conhecerei s , Cri s to” ou a i nda com Léon Deni s :
res s urrei ções do Eva ngel ho nã o
porque ele ficará convos co e es ta rá “religião com ba s es científicas e
fora m s enã o cura s de pes s oa s
em vós . – Ma s o Consolador, que é o a ti ngi da s pel a morte a pa rente. cons eqüênci a s filosóficas”.

31.
O PENSAMENTO E A VONTADE
COMO FORÇAS

1. INTRODUÇÃO e a vontade como forças, na da ma i s pens a mento concreti za r-s e em


Em s eqüênci a a o nos s o es tudo, propíci o do que i ni ci a l mente defi - ma terialização pl á s ti ca ? Poderá s er
a gora que já s a bemos s er o Es pi - ni rmos o que vem a s er a força . fotogra fa do? Sã o os a s s untos que
ri ti s mo uma religião fundamentada Entendemos por força tudo a qui l o a borda remos a s egui r. Contudo,
na ciência, propomo-nos a um estudo que s eja ca pa z de provoca r defor- a di a nta mos que pa ra a boa
ba s ta nte breve do s etor ci entífi co, ma ções num s i s tema ma teri a l ou compreensão do assunto o Aprendi z
como objetivo de a clararmos a nos s a ca us ar alterações no s eu movi mento deverá ler o l ivro de Ernesto Bozza no
compreensão de certos fa tos (ti rá -l o do repous o, a cel erá -l o, i nti tul a do Pensamento e Vontade.
e fenômenos mui ta s vezes de- des a cel erá -l o, etc.)Ma s s erá ,
nomi nados s obrena tura i s ou “mi l a - i nda ga rá o preza do l ei tor, que um 2. PENSAMENTO E VONTADE
gros os ” fenômeno ps i col ógi co pode tra ns - O pens a mento e a Vonta de s ã o
Pa ra es tudarmos o pensamento forma r-s e em mecâ ni co? Pode o força s do Es pírito que a gem s obre o

115
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

mei o a mbi ente da ndo forma e ma l -assombradas, à s vezes ) qua ndo decorre i rrefutá vel e s egura des s e
propri edade à ma téri a e i ntera gem nã o passam de formas-pens a mento. grande acontecimento: o de haver sido
com outros Espíritos enca rna dos ou A fi m de es cl a recermos o úl ti mo demonstrada pelos fatos. É a definição
des enca rna dos . pa rá grafo salientamos que as formas - pel a qua l o Pensamento e a Vontade
O pens a mento nã o é força de pens a mento, s a l vo ra ra s exceções são forças plásticas e organizadoras. E
a s pecto ou natureza a penas subjetiva ; (como por exempl o o ca s o da Sta . tã o gra nde é o va l or teóri co des s a
é rea lidade objetiva pois, parti ndo do Everi tt na rrado no livro Pensamento e demons tra çã o que a bre uma nova
Es píri to, provoca alterações vibratórias Vontade de Bozzano), s ã o es tá ti ca s , época ci entífi ca por des morona r
na ma téria, da ndo-l he forma , movi - des providas de qualquer movi mento, tota l mente, a ntes de tudo, a s
mento, cor e, prova vel mente, s om. da í a possibilidade de uma di s ti nçã o i mponentes, mas fictícias, construções
Em gera l o pens a mento vem entre formas-pensamento e Espíri tos . l a bori os a mente es ta bel eci da s por
a compa nha do de um determi na do numerosos grupos de inves ti ga dores
s enti mento; a qua l i da de do pen- 3. IDEOPLASTIA pertencentes a todos os ra mos
s a mento l he determi na a cor, por O cél ebre Gustavo Gel ey defi ne a ci entíficos decalcados no postulado da
exemplo: o pensamento de devoçã o i deoplastia como sendo “mol da gem Oni potência da ma téri a , qua ndo na
tem cor a zul a da , o de cól era é da ma téri a vi va fei ta pel a i déi a ”. verda de deverá o tempo a l i cerça r-s e
a vermelhado; a na tureza do mes mo A i déi a nã o é um a tri buto, um no postulado diametralmente contrário
l he determina a forma , veja mos : um produto da matéria; ao contrário, ela é da Oni potênci a do es píri to”.
pensamento de a vareza tem forma de que modela a ma téria e lhe confere a Veja mos como André Luiz se refere
ga rra s , o de cól era , forma de forma e s eus a tri butos . a o a s s unto (Mecanismos da Mediu-
rel â mpa go. No mes mo s enti do já a fi rma ra nidade): “Pel os princípios mentais que
Es s a objetivi dade do pensamento Ca mi lle Flammarion que “a explicação i nfl uenci a m em toda s a s di reções
pode s er estudada pela observa ção pura mente mecâ ni ca da na tureza é encontra mos a telementação e a
direta dos videntes e por fatos naturais i ns ufi ci ente e exi s te no uni vers o reflexão coma nda ndo todos os
cons tatados ci entificamente e que vã o a l guma outra coisa a lém da pretens a fenômenos de a s s oci a çã o, des de o
des de a sugestão hipnótica até a ma téria; não é a ma téri a que rege o a ca s a l a mento dos i ns etos a té a
fotogra fia do pensamento, em formas mundo, mas um elemento dinâmico e comunhão dos Es píri tos Superi ores ,
huma nas completas. O mi crobiologista ps íquico”. Idêntica afirma ti va fa zi a o cujo s istema de aglutinação nos é por
Fel ix Archimedes Pouchet, do s éculo i ns igne fisiologista Cl aude Bernard: “o a gora , defes o a o conheci mento”.
pa ssado, vi a es pontaneamente que ca racteriza a máquina viva não é a “Emi ti ndo uma i déi a , pa s s a mos a
s urgi rem diante dele as imagens de na tureza de suas propriedades fís i co- refl etir a s que s e l he a s s emel ha m,
s uas cul turas mi croscópicas e com ta l quími cas; é a criação dess a má qui na i déia essa que para l ogo s e corporifica,
ni ti dez que podia projetá-las s obre um com i ntens i da de corres pondente à
junto a uma i déi a defi ni da ”.
nos s a i ns i s tênci a em s us tentá -l a ,
pa pel e lhes traçar os contornos a lápis. Sobre a i mportâ nci a des s a s ma ntendo-nos , a s s i m, es ponta -
Os roma ncistas Di ckens e Balzac concl usões, diz Bozza no: “es s a nova nea mente em comunicação com todos
por vezes fi cava m obsediados pela defi ni çã o ci entífi ca do s er vi vente os que nos esposem o modo de sentir”.
vi s ão das personagens por eles
i dealizadas, vendo-as diante de si
como s e fossem personalidades rea i s . FORMA PENSAMENTO
Um pi ntor que herda ra gra nde OE ACESSO OE
pa rte da clientela do cél ebre a rti s ta CÓLERA
i ngl ês Jos hua Reynol ds , conta -nos
Bri erre de Boi s mont em s eu l i vro As
Alucinações, cons i dera do retra ti s ta
superior ao próprio Reynolds, declarou
ter ta ntas encomendas que chegou a
pintar trezentos retratos, entre grandes
e pequenos no curs o de um a no. Ta l
rendi mento de trabalho afigura-se-nos
i mpossível; mas, o s egredo da ra pidez
e do extra ordi ná ri o êxi to do a rti s ta
cons istia na ci rcunstância de l he nã o
s er preci s o mais que uma “pose do
modelo original”.
As i ma gens cri a da s pel o
pensamento podem perma necer no
l oca l onde fora m engendra da s por
mui to tempo, conforme a intensidade
da s emoções senti da s no momento
em que, i ncons ci entemente fora m
cri a da s , da ndo a i mpres s ã o de s e
tra ta r de Es píritos verda deiros (casas

116
INICIAÇÃO ESPÍRITA

“É nes s a projeçã o de força s a


FORMA PENSAMENTO
determinarem o compul s óri o i nter-
câ mbi o com toda s a s mentes en- OE COBIÇA
ca rna das ou desenca rna da s , que s e
movi menta o Es píri to no mundo
da s formas-pensamento, construções
s ubstanciais na es fera da a l ma , que
nos l i bera m o pa s s o ou no-l o
es cra vizam, na pa uta do bem ou do
ma l de nossa escolha . Is s o a contece
porque, à ma nei ra do homem que
cons trói estradas para a s ua própri a
expa nsão ou que talha algemas pa ra
s i mesmo, a mente de ca da um, pela s
correntes de ma téri a menta l que
exteri ori za , el eva -s e a gra da ti va
l i berta çã o no rumo dos pl a nos os s entimentos que, propri a mente, Por outro l a do, pa s s a mos a
s uperiores ou esta ci ona nos pl a nos com os pensamentos. Os vi dentes a s entender melhor o ens i na mento do
i nferi ores , como quem tra ça va s to vêem como ga rra s (a va reza ), como Mes tre que bondos a mente nos
l a bi ri nto a os própri os pés ”. rel â mpa go em zi gueza gue (cól era , a dverti a “em verda de vos di go, a o
ódi o), como fi gura s geométri ca s pens a rdes em cometer o erro, já o
(ordem cos mogôni ca e concei tos cometes te”, e des s a forma conhe-
4. FOTOGRAFIA DO meta físi cos ), péta l a s (ora çã o), com cemos a s res pons a bi l i da des que
PENSAMENTO cores as mais va riadas , ca da cor com contra ímos a o fa l a rmos ou mes mo
Aca ba mos de ver no ensina mento s ua significação; assim, a marelo indica pens a rmos em a l go.
de André Lui z já a pri mei ra cons e- i ntel ectua l i da de, ra ci ocíni o; a zul : Al erta -nos a lição desse ca pítul o a
qüênci a de el eva da profundi da de devoçã o, religi os i da de; cor de ros a : res pei to da s nos s a s convers a ções ,
mora l , decorrente de um es tudo a mor ou a fei çã o; vermel ho: cól era , l eituras, filmes, programas de Tv, etc.,
ci entífico. Vamos prosseguir um pouco vi ol ênci a ; preto: maldade, que devem ser s elecionados. Isto nã o
na pa rte experi menta l a fi m de que perversidade. As cores puras são mais quer di zer que deva mos vi ver num
pos samos ti rar o máximo provei to do ra ra s ; em geral a mistura de cores com a l heamento total do mundo ma s s i m
es tudo levado a efeito nes ta s a ul a s . certa predominâ nci a de uma del a s . s ermos vi gi l a ntes a ponto de
A cha pa fotográfica pode, mui ta s Nes s a ques tã o de cores exi s te “podermos descer a o poço s em nos
vezes , s er i mpres s i ona da pel o ocul ta uma verdadeira ciência. Nossos enl a mea rmos ”, conforme ens i na
pensamento, na luz (fotografia) ou na mentores espirituais a conhecem bem André Lui z. Por exempl o, di a nte dos
obs curi da de (s konogra fi a ). e, num relance analisando as cores da l i vros fúteis e a té pornográ fi cos que
Um dos pioneiros desses trabalhos nos s a a ura , s a bem l ogo de nos s a oca s i ona l mente ca em em nos s a s
foi o coma ndante Da rget com o qua l verda dei ra s i tua çã o i ntel ectua l ou mã os nã o podemos nos dei xa r
s e passou um fato curioso; projetou a fetiva, s em perigo algum de enga no, envol ver pela mens a gem del etéri a ,
el e, com o pensamento, a imagem de poi s ja ma i s poderemos ocul ta r a ma s sim examiná-lo tecnica mente “a
uma ga rrafa; a contece que, na rea l i da de nes s e pl a no. di s tâ nci a ”, como di z o povo.
revel ação da chapa, além da garrafa Sugerimos a o preza do Aprendi z Na da melhor para uma ilustração
s urgi u um ros to níti do de mulher, que nos acompanha, a leitura do l i vro gl obal do que a cabamos de di zer do
em que nã o havia pensado; poste- Métodos Espíritas de Cura, de a utori a que um trecho de André Luiz extraído
ri ormente essa mulher s e manifestou do Com. Edga rd Armond, publ i ca do do l i vro Mecanismos da Mediunidade:
em uma sessão em ca sa de Léon pel a Edi tora Al i a nça . “O compra zimento nes sa ou
Denis, di zendo-se merca dora ou na quela es pécie de a ti tude ou
fei rante em Ami ens, o que as 6. CONCLUSÕES compa nhia, leitura ou conversação
i nvestigações posteriores confirmaram. Inúmeras s ã o a s cons eqüênci a s menos edificantes, estabelece em nós
Inúmeros outros casos a res pei to mora is que deduzimos desse capítulo, o refl exo condicionado pelo qual
da fotogra fi a do pens a mento o a começa r pel a maledicência. i nconscientemente nos voltamos para
preza do amigo leitor poderá encontrar Veja mos : a o comenta rmos o l a do a s correntes i nvisíveisque re-
no l i vro Pensamento e Vontade que menos feli z de um compa nhei ro de pres entam.
dedica um capítulo excl usivamente a o tra ba lho, estaremos des ca rrega ndo É des s e modo que forma mos
a s s unto. s obre el e ca rga s ma ci ça s de força s há bitos i ndesejáveis pelos qua i s nos
nega tivas que, conforme o seu estado fa zemos pa s to de enti da des
es pi ri tua l , poderã o prejudi cá -l o va mpi rizantes, a cabando na a fei çã o
5. FORMAS-PENSAMENTO enormemente. As s i m l embra mos e de a rca bouços vi vos pa ra mol és ti a s
Al ém dessas formas de pess oa s e va l ori za mos os ens i na mentos de fa nta s ma s .
de objetos, os pens a mentos podem André Lui z: “O ma l nã o merece Pens a ndo ou convers a ndo
engendrar forma s a s ma i s bi za rra s , comentá ri o em tempo a l gum” e cons ta ntemente s obre a gentes
rel a cionando-se el as, a liás, ma is com “Comentar o mal é da r força s a el e”. enfermiços, quais sejam a a cus a çã o

117
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

i ndébi ta e a críti ca des truti va , o


deboche e a crueldade, incorporamos
de i mediato a influência das criatura s \
enca rnadas e desencarna da s que os
a l i menta m, porque o ato de voltar a
semelhantes temas, contrá ri os a os
pri ncípi os que a juda m a vi da e a
regeneram, se tra nsforma em reflexo,
condi ci ona do de ca rá ter doenti o,
a utomatizando-nos a ca pa ci da de de
tra ns mi ti r ta i s a gentes mórbi dos ,
res pons á vei s por l a rgo a cervo de
enfermi da de e des equi l íbri o.”
E ma is a diante a l i çã o pros s egue
s oa ndo para todos nós como um grito
de a l erta :
“Suponhamos, porém, que o l eitor
s e deci da pel os fa tos pol i ci a i s .
Avi da mente procurará os sucessos FORMAS PENSAMENTO
ma i s lamentáveis e, finda a voluptuosa FORMA PENSAMENTO DA INTENÇÃO
s el eçã o dos cri mes ou des a s tres DE AUTORENÚNCIA DE SABER
a pres enta dos , es col herá o ma i s
i mpressionante a os própri os ol hos ,
pa ra nel e concentra r a a tençã o. 7. AURA tes situra ci rculam as irra di a ções que
Fei to i s s o, começa rá exteri o- Pa ra completarmos a nos s a l i çã o l hes s ã o pecul i a res .
ri za ndo na onda mental caracterís ti ca fa l a remos um pouco s obre a a ura Evi denciam-se essas irradiações de
os qua dros terri fi ca ntes que l he i ni ci a ndo pel os comentários ma neira condens a da , a té um ponto
na s cem do cérebro, plasmando a s ua cons tantes no l i vro Métodos Espíritas determinado de saturação, contendo
própri a vers ã o, a o redor dos fa tos de Cura, de a utori a do Com. Edga rd a s es s ênci a s e i ma gens que l he
ocorri dos . Armond. confi gura m os des ejos no mundo
Nes s e es ta do de â ni mo, a tra i rá Al ém da superfície do corpo fís i co, ínti mo, em processo es pontâ neo de
compa nhias simpá ti ca s que, em l he pode ser vi sta uma espécie de névoa a uto-exteri ori za çã o, ponto es s e do
es cutando as conjecturas, passa rã o a l ei tos a , ema na çã o des te e que s e qua l a s ua onda menta l s e a l onga
cunha r pens a mento da mes ma denomi na duplo etéreo; ma s , a di ante, atuando s obre todos os que
na tureza, associando-se-lhe à maneira s obrepondo-s e a es te exi s te outro com el a s e a fi nem e recol hendo
ínti ma de ver, não obstante ca da um el emento, l i ga do di reta mente a o na turalmente a a tuaçã o de todos os
s e mos tre em ca mpo pes s oa l de períspirito e que s e cha ma aura, que s e l he revel em s i mpá ti cos .
i nterpreta çã o. a mbos com a mes ma forma ovalada E, desse modo es tende a própri a
Da í a i ns ta ntes s e a s forma s - do corpo fís i co. i nfl uênci a que, à fei çã o do ca mpo
pensamento fossem vi síveis a o ol ha r A s uperfíci e exteri or da aura proposto por Einstein, diminui com a
huma no, os comenta ri s ta s contem- funci ona como se fosse uma pel ícul a di s tâ nci a do ful cro cons ci enci a l
pl a ri a m no própri o a grupa mento o envol vente do conjunto (corpo fís i co, emi ssor tornando-se cada vez menor,
fl uxo tóxico de imagens depl orá vei s , perís pi ri to) conheci da em a l guns ma s a espraiar-se no Universo i nfinito.
em torno da tra gédia, a lhes nascerem a utores , como película áurica.
da mente no regime das rea ções em Os pens a mentos vêm do Espírito
ca dei a , es pra i a ndo-s e no rumo de a tra vés da mente pa ra o cérebro físico,
outra s mentes i nteres s a da s no enquanto os sentimentos, a s emoções,
a conteci mento i nfel i z. tudo quanto for do campo moral , vem
E por vezes , s emel ha ntes con- do períspirito di retamente para a aura
juga ções de onda s des equi l i bra da s projeta ndo-s e s obre es s a pel ícul a
cul minam em gra ndes cri mes públicos, envol vente, na forma de i ma gens ,
nos qua i s Es píri tos enca rna dos em como na Tv em cores .
des vario, pel a s i déi a s doentes que Sobre o mesmo a s s unto fa l a -nos
permutam entre s i , s e a nteci pa m à s André Lui z o s eguinte (Mecanismo da
ma ni fes ta ções da jus ti ça huma na , Mediunidade):
efetuando atos de extrema ferocidade, Arti cul ando, ao redor de si mesma,
em ca nibalis mo fra nco, a ta ca dos de a s ra diações das sinergias funci ona i s
l oucura col eti va , pa ra , ma i s ta rde, da s agregações cel ul a res do ca mpo
res ponderem às silenciosas a rgüi ções fís i co ou do psi cos s omá ti co, a a l ma
da Lei Divina, ca da qual na medi da enca rna da ou des enca rna da es tá
da col aboração própria no que envol vida na própria a ura ou túnica de
s e refere à extens ã o do ma l . força s el etroma gnéti ca s , em cuja Um tipo de aura huma.na

118
INICIAÇÃO ESPÍRITA

32.
A LEI DE AÇÃO E REAÇÃO

Obs ervemos nes s e exempl o os homem pensa e a ge, l iberta uma s érie
1. INTRODUÇÃO s enti dos da s dua s força s , a çã o e de força s e, a utoma ti ca mente, fi ca
Na a ul a a nteri or vi mos que o rea çã o, s empre contrá ri os ; s ujei to, el e mes mo, à a çã o des s a s
pens a mento é uma força e a s b) qua ndo o esportista pra ticante força s s obre o mei o em que el a s
pri nci pa i s decorrênci a s no ca mpo do “ti ro a o alvo” experimenta o “coice” a gi ram, recebendo o s eu choque de
mora l . Pros s egui ndo com o nos s o a o da r um tiro, aí i dentificamos retorno, cedo ou ta rde, quer queri a ,
es tudo va mos a gora nos a profunda r i gualmente a l ei da a ção e reação; quer nã o queri a . Entra a qui , porém,
um pouco e chegaremos a conclusões c) a o s ubi rmos num es tra do de (por s e tra tar do s etor ps íqui co, que
mui to i mporta ntes pa ra todos nós , ma deira, exercemos s obre o mes mo tem cons ciênci a ), um fa tor que nã o
Aprendi zes do Eva ngel ho. uma força (o nosso peso) que s eri a a exi s tia no meio material: a vontade, o
a çã o; ora , a rea çã o s eri a o es tra do l i vre-arbítrio; esse fator novo, própri o
2. NEWTON E SUAS LEIS exercendo uma força de i gua l do Es píri to, não anula a lei do choque
Is aac Newton foi, i ndubitavelmente i ntensidade e sentido contrá ri o pa ra de retorno, ma s pode diminuir a a çã o
uma da s maiores figuras da história que o s i s tema perma neça em do choque, muda ndo a s condi ções
ci entífica: gra nde matemático, exímio equi l íbri o. O a mi go l ei tor há de recepti va s da a l ma pel a a çã o da
fís i co e des tacado a s trônomo, concorda r que, s e nã o exi s ti s s e a vonta de forte e es cl a reci da ; es s a
revol ucionou o conhecimento com rea çã o nós a fundaríamos com estrado verda de nã o a pa rece tã o cl a ra a os
gra ndes descobertas. Como o nosso e tudo! ol hos do mundo ma terial i s ta porque
curs o nã o tem por objetivo a ca- el e des conhece a l ei da s
demi zar, mas tã o somente evangelizar 3. CONSEQÜÊNCIAS reenca rna ções , da ndo assim
e, pa ra tanto, fornece a ilustração De a cordo com essa lei, visto como i mpres s ã o de que nem s empre
bá s ica e i ndispensável a fi m de que o pensamento e a vontade são força s determinado indivíduo venha a s ofrer
s e processe a renovação i nterior, não do s etor espi ri tua l , toda vez que o o choque de retorno das suas próprias
di va garemos no vastíssimo ca mpo
a bordado pelo s ábio i nglês e iremos
di reto a o que nos i nteressa, ou seja: a Isaac Nev110
terceira lei de Newton ta mbém
denominada a LEI DA AÇÃO E REAÇÃO.
O enunciado da l ei da Açã o e
Rea ção é o s eguinte: a toda ação
corresponde uma reação, de igual
intensidade e de sentido contrário.
Obs ervemos que, com o a dvento
de Al bert Ei ns tei n, toda a fís i ca
cl á ssica sentiu-se seriamente abalada,
com a exceçã o da tercei ra l ei de
Newton, que va lentemente resis ti u à
a ná l i s e críti ca fei ta pel o "pa i da
rel a ti vi da de”
A Lei da Ação e Reação é
comprova da i númera s vezes no
decorrer de um di a de coti di a no.
Veja mos :
a) o empuxo forneci do pel os
motores a jato nada mais é do que a
rea çã o dos gases que s ã o expel i dos
em a l ta vel oci da de (a çã o).

119
ESC OLA DE A PRENDIZES DO E VANGELHO

força s espirituais pos ta s em a çã o; a


l ei , porém, ja ma i s dei xa rá de s e
a pl icar, poi s é des s a a pl i ca çã o que
cada qual vem a sentir em si próprio
o que fez seu semelhante sentir, a
fi m de jul ga r s e há ou nã o conve-
ni ência, se há ou nã o s a bedori a , em
pros seguir num determinado s enti do
na cons ecuçã o dos objeti vos i ndi -
vi dua i s que devem col i ma r na rea -
l i za çã o da fel i ci da de, da pa z, e do
equilíbrio desejado. Vê -se, assim, que
há uma profunda s a bedori a nes s e
princípio tão simples quão lógico; ele é

-=-
a base de toda a justiça natural, de todo
equilíbrio, e a grande fonte dos ens i -
na mentos mais íntimos para a criatura
em s i e para os aglomerados de cri a - :::>
tura s que formam as s oci eda des , os
es tados, as nações, as ra ças, os povos .
l he como deve a gi r na cons ecuçã o pa ssado por ele própri o, quer a i nda
defi nitiva de seu desideratum úl ti mo, nã o tenha m s i do corri gi da s ou
4. A CONTRIBUIÇÃO DA CIÊNCIA
qua l s eja p da aquisição de uma vi da s uplantadas ou então definitiva mente
NO CAMPO RELIGIOSO
ca da vez mais perfei ta e ma i s fel i z. i ntegra da s na quel e Es píri to; s e
À proporção que essa evolução for
Como é fá cil de se cons ta ta r, por el a rea l mente es s a vi da a tua l es tá
s e proces s a ndo, ma i s fi rme s erá a
ca da homem s ó é verda dei ra mente condi ci ona da à s vi da s já vi vi da s ,,
nos sa convicção nos ensinos do Divino
l i vre a ntes e pensar e de a gi r; des de contudo resta sempre a o Es pírito, pelo
M estre e então compreenderemos pela
que tenha pos to em a çã o o s eu s eu atual l ivre-arbítrio, já es cl a reci do
i nteligência e sentiremos pel a nos s a
pensamento já fica condicionado pelo por ta ntos choques de retorno,
própri a exi s tênci a a pos i ti vi da de
choque de retorno do mesmo, choque ori entar a vi da futura em nova direção,
ci entífica e a profundeza moral des s e
que, cedo ou ta rde, na mesma ou em a nulando pa ul a ti na mente todos os
ens i na mento de Jes us : “com a
outra encarnação, na vi da de enca r- choques de retorno dol oros os do
medida com que medirdes, sereis
na do ou de desencarnado, o a ti ngi rá pa ssado e emi ti ndo nova s força s no
medidos” que é idêntico a esse outro:
pa ra fazê-lo s orver o cálice amargo das s enti do novo que qui s er vi ver no
“quem comete pecado fica escravo
dores i mpi ngi da s a o próxi mo ou futuro, futuro esse que estará distante
do pecado”.
oferecer-lhe o fruto s aboroso do bem ou perto, na ra zã o da vonta de pos ta
Entreta nto, para que os horizontes
com que fel i ci tou s eus i rmã os . em a çã o na quel e s enti do, s empre
huma nos s e aclarem, na ci ência como
s eguindo o mesmo princípio do Cri s to:
na rel i gi ã o, é neces s á ri o o conhe-
5. LIVRE-ARBÍTRIO E “A cada um segundo as suas obras”.
ci mento do pri ncípi o da s reca -
DETERMINISMO As força s i rradiadas do s er forma m o
pi tulações s ucessivas, da s a scensões
No ponto de vi sta ma terial, essa lei s eu mundo ps íqui co, no qua l el e s e
e retroces s os peri ódi cos pa ra a
é de efei to a bs ol uto, ma s no s etor movi menta, do qua l el e s e nutre e
rea lização paulatina e s egura do plano
es piritual é de efeito rel a ti vo, poi s o pel o qua l el e obs erva o mundo
evol uti vo, o pri ncípi o da s reen-
mes mo l i vre-a rbítri o que l i bertou ps íquico, esse profundamente móvel ,
ca rna ções do Es píri to. Sem el e
força s passadas, poderá libertar novas fl exível e modi fi cá vel pel a a çã o da
perma necerá uma l arga zona de treva
força s , a gora em s enti do contrá ri o vonta de.
no conhecimento huma no, e nem a
à s primeiras, para a tenua r o choque Evi dentemente nã o pode ha ver
ci ência, nem a religião, serão ca pa zes de retorno delas;o livre-arbítrio de hoje evol ução sem a l iberdade de es col ha
de ver cl a ro no Plano Diretor da Vi da ,
nã o i nva l i da ou exti ngue o contra - ou us o do livre arbítrio; assim deduzi -
torna ndo-se impotentes, ambos, para choque do l i vre-a rbítri o de ontem, mos : pa ra que o livre -arbítrio atue nas
ori enta r a evol uçã o huma na cons -
(determinismo) mas pode a tenuar-lhe l ei s que regem a vi da , es ta s nã o
ci entemente e com s egura nça . a intensidade e modificar-lhe os efeitos podem ser rígidas. São elásticas e tole-
Es s a l ei , tã o certa e pos i ti va no ma i s ínti mos s obre a própri a per- ra ntes, características que espelham a
s etor ci entífi co, qua nto ri ca de s ona l i da de. Ampl i a ndo, a s s i m, no bonda de e a mi s eri córdi a do Pa i .
corol ários morais no s etor mora l ou tempo,o efeito desse princípio de Ação Entreta nto, o a bus o s empre tra z
rel i gioso, será uma das colunas-mestra e Rea ção, ou s eja, de ca usa (i mpul s o cons eqüências! É quando o direito de
da ci ência e da religião do futuro que pri má ri o) e de efei to (i mpul s o es colha é s ubtra ído do Es píri to que
a í vem, e que já temos es ta mpa da s ecundário, de igual intensida de ma s i ni cia a caminhada em s entido contrá-
ni ti damente na Doutrina dos Es píritos, de s entido contrário) concluímos que ri o, es va ída a força do s eu l i vre-
que é a Doutri na de Jes us . a vi da de um determi na do Es píri to a rbítri o, e a l ei o conduz pa ra a pos i -
Como vi mos , es s a l ei i mpel e o num determi na do momento é a çã o de equilíbri o es tá vel em funçã o
Es píri to em s ua evolução ensinando- res ultante da s forças l i berta da s no dos compromissos assumidos ao longo

120
INICIAÇÃO ESPÍRITA

da s experi ênci a s enca rna ti va s .


Is s o pa ra a a l ma orgul hos a e
i gnorante, que não s a be entender a
es s ênci a dos fenômenos vi ta i s ,
s i gnifica dor, a ngústia , s ofri mento, e
l he parece, então, i ra divi na , qua ndo
na realidade, é benção misericordiosa,
a prendizagem vi vi da , reti fi ca çã o do
ca mi nho pa ra a cons ecuçã o cons -
ci ente da felicidade permanente, a qual
s ó existe na rea l i za çã o do Pl a no Di -
vi no. As sim s e proces s a a evol uçã o,
i s to é, o conhecimento ca da vez maior
da vonta de de deus e, poi s , da s Lei s
Di vi na s que regem a vi da .
Cedo ou ta rde, conforme o uso que
fi zer do seu l i vre-a rbítri o, o homem
conhecerá o Pl a no Di vi no e nel e s e
-=-
i ntegra rá cons ci entemente. Bem o
di sse Jesus: “O que eu faço vós podeis
fazer”; “Sede perfeitos como
vosso Pai Celestial é perfeito”. “É qua l , rea gi rã o s obre nós , de ca da indivíduo) a vi bração emiti da
prejudicando-nos ou beneficiando-nos pode encontrar ressonância, simpatia,
da vontade de meu Pai que eu nada
perca de tudo que Ele me deu; Ele conforme ca da ca s o em pa rti cul a r. a fi ni da de, s i ntoni za çã o ou pode
Com i s s o, encontra remos va l i os a s encontra r força s contrá ri a s ; a a ura
me deu poder sobre toda a
oportunidades de resga ta rmos erros exci ta da vi bra rá em cons onâ nci a , e
humanidade”. A fel icidade absoluta e
do pa ssado e retificarmos o ca mi nho. nes se caso i ntegrará em si a força que
cons ci ente é a meta que a gua rda
recebeu, ou vi bra rá em s enti do
toda s a s cri a tura s .
7. EXEMPLIFICANDO contrá ri o, repel i ndo a exci ta çã o no
O pens a mento é força que s e s entido em que ela vei o, s enti do em
6. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
i rra di a do Es píri to, s eu dína mo que ela voltará para o foco gerador de
A l ei da Ação e Reaçã o s e cumpre
gerador, e que pode dirigir-se em todas s i mes ma .
ta mbém i ndiretamente, a tra vés dos
a s di reções ou numa determi na da Suponha mos um i ndi víduo de
nos sos s emel ha ntes . Expl i quemos :
di reção, vol tando, às vezes , a ca i r no vi bra çã o má (M) e um i ndi víduo de
Tra zemos em nos sa aura
â ma go do Es píri to que o gerou e a o vi bra ção boa (B) e estudemo-l hes a s
vi bra ções condizentes com o
s omatório da s nossas experiências qua l fica l iga do, ta l como a contece i rra di a ções recíproca s e a s s ua s
com o ra dar. res pectivas reações dinâmicas.
pregressas, e com elas i nfluen-
A s i ntonização rege a ci ência das M vibra sobre B: B tendo já
ci a remos os nossos s emelhantes,
i rra diações da s a l mas; toca ndo um s uplantado o nível baixo da vi bração
mes mo s em o desejarmos, os qua is,
ca mpo ma gnético determinado (a ura de M, nã o dá acesso a ela dentro de si
de a cordo com a evol ução de ca da

~
..,..,
(~~~\
J
I'\
121
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

mes mo, embora poss a perceber-l he quem foram di ri gi da s , contudo nã o s omente frutos doces; da comparação
cons ci entemente a pres ença e o es queça mos que ecoa rã o, embora des ses frutos, que temos que i ngeri r,
des ejo de malfazer; como no ra da r, a com menos intensidade, s obre todo o va mos tirando a s a bedori a de vi ver,
vi bra ção de M vol tará para M mesmo, mei o a mbi ente, prejudi ca ndo-o, a umenta ndo progres s i va mente a
que s entirá, em si próprio, aquilo que porta nto, e torna ndo o s eu gera dor s emea dura da s s ementes que
qui s que B s enti s s e. Se M irradiar res ponsável por esse prejuízo. Mesmo engendra rã o, no futuro, á rvores de
sobre outro indivíduo, de tipo M ra ci ocínio s e fará na irradiação de um frutos a gra dá vei s , os frutos da
(ma u), um indivíduo que chamaremos Es píri to bom irra di a ndo s obre outro s a bedoria que a fasta a i gnorânci a , da
M1, entã o es te da rá , na s ua a ura , bom ou s obre um ma u. pa z que s uplanta a vi olência, da saúde
a cesso às vi brações de M, porque el e que extermina a doença, do bem que
tem os mesmos defeitos psíquicos, a s 8. A SEMENTEIRA É LIVRE, MAS A a nul a todo o ma l .
mes ma s tendênci a s ba i xa s e COLHEITA É OBRIGATÓRIA Vemos a s s i m, a i nda uma vez, a
ma l dosas, isto é, dará acesso a es s a s Como s e vê, ca da qua l s empre profunda s a bedori a dos ens i nos
vi bra ções porque também as possui e receberá conforme o que emitiu; é jogo mora i s de Jes us , os qua i s es tã o
a s a l i menta : como a contece a o ma temático de forças do Es píri to e a regi dos por l eis s á bi a s e eterna s no
l i ga rmos o nos s o rá di o pa ra uma es sa l ei ninguém escapará, porque ela s etor do Es píri to, ma i s s á bi a s e
determi na da es ta çã o di fus ora : é rege a vi da do Es píri to e o ens i na a eternas que essas l eis que a ci ênci a
preciso haver sintonização de vi ver, da ndo a ca da um s egundo a s já revel ou, no s etor cha ma do da
ondas; a s sim a contece que a vi bração s uas obras, medindo ca da um com a ma téri a , s etor onde a quel a s l ei s
de M exci ta ndo M1 provocará rea çã o medida com que ele mesmo mediu seu s empre encontram a sua equivalente.
i dêntica nele, força que se a dici ona à s emel ha nte, torna ndo, provi s o- Os médi uns devem a tenta r
i ni ci a l , a umenta ndo-a ; M1, a s s i m ri a mente, (da do o l i vre-a rbítri o que profundamente para essa ci ênci a do
exci ta do, i rradiara no mal, também, e poderá modificar a s ituação) cada qual pens a mento a fi m de mel hor
es sa força toda se encaminha rá pa ra es cra vo de s eu própri o peca do. s i ntonizarem com os Es píri tos de
M, como no ra dar e ta mbém pel a l ei A vi da uni vers a l é o terreno vi vo a l ta evolução, repelindo, a utomá ti ca
do míni mo esforço, pois o ca minho já onde planta o Espírito a semente boa ou cons ci entemente, qua l quer
fora a berto por M e por es s a rota ou má , s emente que da rá á rvore e vi bra ção menos elevada por parte dos
ps íquica se enca mi nha a i rra di a çã o á rvore que da rá fruto; des s e fruto des encarnados . Aprenda mos todos
ma l éfica de M1, que assim atingirá em vi verá o Es píri to que pl a ntou a nós a emi ti r a s boa s vi bra ções e a
chei o M, s eu foco gera dor i ni ci a l , o s emente; se essa é a ma rga , a ma rgo repelir as má s que nos venha m de
qua l, ainda uma vez, receberá o que s erá o fruto; s e fos s e, o fruto s erá fora e es ta remos , no s eu s enti do
qui s que s eu s emelhante recebes s e. s a boroso. No momento a tual de nossa ma i s a mpl o, rea l i za ndo a
Se é verda de que es s a s i rra di a ções evol ução não pl a nta mos , cons ci en- determinação eva ngélica da ora çã o
a gi rão com maior i ntensida de s obre temente, frutos s ó a ma rgos , nem e da vi gi l â nci a .

33.
O AMOR COMO LEI SOBERANA.
O VALOR CIENTÍFICO DA PRECE

1. O OCEANO FLUÍDICO QUE Es píri to que gerou a força propulsora , vi bra tóri a s contrá ri a s .
NOS CERCA ta l como ocorre quando s e a ti ra uma De qualquer forma, é nes s e mei o
Vi vemos num autêntico mar eletro- pedra na s á gua s de um l a go. que vi vemos, que, como vi mos, é uma
ma gnético s obre o qual a gi mos e do Ocorre que nesse “mar fl uídico” há unidade, e a gi mos sobre ele de forma
qua l s ofremos i nfl uênci a . Expl i - i nfinitas ondas pa rti da s dos res pec- cons ciente ou não e, da mesma forma,
quemos : ca da pens a mento que ti vos dínamos geradores e: recebemos milhões de i mpul s os da s
emi ti mos a gi ta es s e mei o, que s e a) s oma n-s e, a umenta ndo a ma i s diversas na tureza s vi bra tóri a s .
encontra vi nculado a tudo o que existe i ntens i da de, qua ndo da mes ma Pa ra vi vermos bem protegi dos s ó
e, a s s i m, o movi mento i ni ci a l na tureza , ou; há um recurso: é vibrar e agir sempre
provoca do s e i rra di a em toda s a s b) a nulam-se ou enfraquecem-se no bem, no sentido de facilitar a
di reções, tendo como ponto central o qua ndo a pres enta m tona l i da des vida, a evolução e a felicidade de

122
INICIAÇÃO ESPÍRITA

todos, ta l como no-l o a cons el hou groso da nossa comunhão com os As defi ni ções a pres enta da s s ã o
Jes us . Só a s s i m a nos s a a ura planos mais elevados. a uto-explicativas e di s pens a m com-
a utomaticamente repelirá as vibrações Conqua nto s eja m exa ta s a s pl ementações. Pa ssemos a ssim pa ra
ma l éfi ca s do mei o externo, da ndo defi ni ções a ci ma a pres enta da s o nos so tópico s eqüente onde faremos
a cesso apenas às vi brações benéficas , preferi mos nos deter numa outra , a l guns comentários proveitosos sobre
pel o pri ncípi o da s i ntoni a . formul ada também por Isabel Ca mpos o a s s unto.
Is so é ci ênci a do pens a mento, e (Cartas do Coração, ps i cografia de F.
quem a conhece percebe logo a ba s e C. Xa vi er) que nos ensina o seguinte: 4. COMENTÁRIOS
ci entífica e o profundo a lcance mora l “A prece é como que uma escada Conforme a ca ba mos de ver é
do ens i no do Mes tre, pel o qua l invisível, por onde subimos aos a tra vés da prece que nos col oca mos
devemos a ma r os nos s os i ni mi gos , mais altos campos da experiência em es trei to conta to com a es pi -
bendizendo os que nos maldisserem e humana. Por intermédio dela, nossa ri tua l i da de s uperi or, a dvi ndo, em
ora ndo pelos que nos ca l uni a rem ou alma recebe forças multiplicadas e, cons eqüência, uma s érie de benefícios
i njuriarem. Não há, realmente, outro só mesmo junto a essa fonte pa ra quem ora . Tra ta -s e, i ndubi -
mei o de nos protegermos contra ta i s bendita, poderemos encontrar o ta vel mente, de um dos mais eficientes
vi bra ções depres s ora s , des i nte- suprimento de energias com que recurs os de que dispomos na l uta de
gra dora s , demol i dora s . Contudo, vamos vencendo as provas ca da di a .
fi l osoficamente, a s a bedori a des s a redentoras”. Subi ndo pel a escada invisível,
norma de conduta a cons el ha da por
Jes us é mui to ma i s profunda , poi s
a gi ndo como El e no-l o a cons el hou,
nós nã o s ó neutra l i za mos ou
enfra quecemos a força dos ma us
pens a mentos que nos a ti ngem o
ca mpo es pi ri tua l , recebendo a o DEUS
mes mo tempo as vi brações da s a l ta s
es feras espirituais como, irradiando e
a gi ndo s empre no bem, res ga ta mos
del itos cometidos por nós mesmos nas
enca rnações passadas, tornando mais
tr
JESUS
Pl.AHO DIVINO

a l va a nossa “túni ca ”, bem como,


envol vendo de boa vi bração a aura de
nos sos a dversários, concorrendo para
que eles se tra nsformem e, caindo na
~!)DE~
tr ESFERA CAISTICA

rea lidade e observando a nossa reação


de bem-querer s obre eles, s e tornem ,ASTELÃ ltj
nos s os a mi gos l ea i s .

2. A CONQUISTA DA FELICIDADE
Por es sa ciência do pens a mento,
tr PAOTcÇÄO-PATAOCINIO

\SM.UL
a gi ndo s obre o meio que nos ci rcunda,
vemos claramente que, na consecução
tllWDo
de nossa felicidade pessoal, devemos
l eva r em consideração a felicidade da
col eti vi da de, poi s estamos
i ndelevelmente ligados a o todo, quais
tr DtREÇÃONACIOl!Al

t~1ERNID41>t.s
gota s de água no oceano. Todo esforço
evol utivo íntimo no s entido Divino de
a dquirir maior sabedoria para mel hor
poder s ervi r, i mpl i ca num
tr AUXÍU<>OOl.AOORACÃO

l eva ntamento da própria s oci eda de,


da mes ma forma porque, a ti tudes
t1tl\1 10 RIS.Gt,~
opos ta s , de i gnorâ nci a e egoís mo,
redundam em depress ã o orgâ ni ca e
ps íqui ca .
\~ tr TRABALHOS PRÁTICOS

3. A PRECE – Definições
Segundo Emma nuel , a prece é a
forma mais sublime de expansão do
•"º ~,,oau Pts.so
~,., SEGUIWICA·AU XIU O

sentimento humano, partindo da


criatura ao Criador. Ou como nos
ens i na Is a bel Ca mpos , o fio mila-

123
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

es taremos a nalisando o a s s unto por s eguida, i rmos s ubindo a té chegarmos respiração. É indispensável co-
outro l ado, em melhores condições de a o Cri a dor. nheçamos o meio seguro de nos
roga rmos pelos nossos s emel ha ntes , identificarmos com o Nosso Pai”.
l eva ndo-l hes va l i os os benefíci os . 6. NOVAMENTE, A ESCADA
Tra ta ndo-se de uma expa ns ã o do Vol ta ndo à fel i z compa ra çã o de 8. A LEI DA SOLIDARIEDADE
s enti mento, concl uímos que na Is abel Campos, referimo-nos à fi gura “Amai ao vosso próximo como a
exi s tem pos i ções es peci a i s pa ra da pá gina a nterior que bem i l us tra a vós mesmos”, é a s íntese do es píri to
proferi-la, e deduzimos ta mbém que s eqüência l ógica que devemos s egui r de s olidari eda de que deve i rma na r
nã o s ã o a s pa l a vra s que torna m a a o nos el eva rmos a té o Pa i . toda s a s cri a tura s pa ra que toda s
ora çã o ma i s ou menos poderos a , Torna -se muito difícil entendermos s ejam felizes e pos s a s evol ui r ma i s
conforme nos ensi na a pa rá bol a do o Di ri gente que chega ao Centro a pós ra pi da mente. É uma l ei mora l ,
publica no e do fa ri s eu. Toda prece ter “venci do” as i númeras barreiras do genuinamente moral; no entanto está
deve s er fei ta com o coração e não trâ ns ito, dos ponteiros do rel ógi o, da el a reproduzi da no s etor ma teri a l ,
com os lábios! pol uição, etc. e de i mediato l iga-se a o ta mbém, pois as vá ria s pa rtes des te
Cri a dor!... mundo não vi vem isolada s e s i m em
5. OS RESULTADOS DA PRECE comunhã o perpétua .
Mui tos s e decepci ona m e 7. A PRECE A l ei da solidariedade huma na s e
des acreditam do valor da prece pel a COMPLEMENTAÇÃO es ta mpa ni ti da mente, com nomes
a us ênci a de res ul ta dos em ca s os Encerra ndo o assunto referente à di ferentes, em todos os s etores da
es pecíficos. Recordemos, contudo que prece l embremos que o noss o Di vi no vi da e cons ti tui a lei básica da
o res ultado da prece não vem s empre Ami go exortou-nos à ora çã o e à evolução, mos tra ndo que, pa ra o
na forma de um ma nja r cel es te; vigilância. O que s i gni fi ca vi gi a r? É Cri a dor, nã o há l ei s de ci ênci a ou
mui ta s vezes , a o roga rmos , s omos André Lui z que nos res ponde na pri ncípios de religião, ma s s i mpl es e
a tendidos na forma de dura s l i ções Agenda Cristã: “Vigiar não é uni camente as l eis que regem a vi da ,
que nos tra rã o enorme provei to. desconfiar. É acender a própria i mpelindo tudo o que exi s te (seres e
Convi damos os Aprendizes à leitura da luz, ajudando os que se encontram formas) pa ra a s condições de pureza ,
l i ção de Irmã o X, do l i vro Luz Acima, nas sombras”. Es cl a recendo-nos equi l íbri o e perfei çã o ca da vez
i nti tul a do “A Proteção de Santo que vi gi ar é, a ntes de uma a ti tude ma i ores.
Antônio”. de a l erta, uma a çã o pos itiva A títul o de exemplo podemos ci tar
“A Prece, di z-nos Emma nuel , no onde procura mos i dentificar o o nos so s istema solar e, i gualmente,
l i vro que tem o s eu nome (Ed. FEB), s emelhante que necessita da nos sa os outros sistemas desse universo
deve ser cultivada, não para que a juda. i nfinito e a dicionar a os mesmos os
sejam revogadas as disposições da lei Fi nalizando com uma preciosa mundos etéricos i nvisíveis pa ra nós,
divina, mas a fim de que a coragem e l i ção do l ivro Boa Nova, do i rmã o X, onde esse turbilhão gira e s e move
a paciência inundem o coração de
fortaleza, nas lutas ásperas, porém
necessárias”.
Lembremos que muitos, a o orarem
(Ed. FEB), que deverá permanecer
i ndelével em nossas mentes: “É
necessário, portanto, cultivar
prece, para que ela se torne um
a
com i ndependência das partes entre si.
Há sempre o entrosamento das
unidades entre si para.,'
r: ...... A\.
todo.
□ .,!' ~
o equilíbrio do .. ..-- •
l
-
l i mitam-se a conjuga r o verbo pedi r. elemento natural da vida, como a Exa mi nando o nos so organismo
Cons i deremos , entreta nto, a -· -
a dmi rá vel l i çã o extra ída do l i vro
Renúncia, ta mbém da a utori a de
,
.
-s-, ...
Emma nuel : “Na tura l mente que □
deveremos a pelar para os céus , ma s
a o i nterpretar a prece como roga ti va ,
( □ '
•\
,
nã o devemos i r além do “Pa i Nos s o”,
,;,'
porque a ci ma de tudo, jul go que a
ora çã o deve s er um es forço pa ra
mel hora rmos .”
-. . . /' .._
' /..
-\ .,
,.
_□ ,,,,,···
Recordemos ainda que Jesus em
uma das s uas a ssertivas disse-nos:
“Tudo o que pedirdes em meu nome I
'
.Î-0- -. .~ ,
□ I
-- .. ;tt:--~~

'
JI ... ,e".",
.,....- •

• •
s er-vos-á concedido”, ora, pedir em
nome de Jesus é pedir em benefício
.. · I

dos nossos s emelhantes e nã o em


nos so próprio. Contudo é o próprio
Emma nuel que vol ta a nos di zer que
di a nte da s gra ndes dores, nos
momentos mais difíceis, uma coisa
s erá lícita solicitarmos: esclarecimento.
É evi dente que temos que começar
pel os pri meiros degra us e, em

124
INICIAÇÃO ESPÍRITA

fís i co i denti fi ca remos fenômeno ma i s que nunca , como es ta mos Os des equi l íbri os s ã o s empre
s emelhante: mi l hões de cél ul a s s e i nti mamente relacionados uns com a pa rentes , poi s , como no ca s o da s
a grupa ndo em teci dos di ferentes , os outros por esses fi os , i nvi s ívei s doenças, representam o es forço da s
forma ndo órgãos diferencia dos , ma s a os olhos materiais, das vibrações do vá ri a s pa rtes pa ra ma nterem o
tra ba l ha ndo com conjunto pa ra a pensamento, por essa s correntes de equilíbrio ideal, tentando alijar de seus
ma nutenção do equi l íbri o do todo, força , de cor e de forma tã o va riáveis , mei os os fatores de desequilíbrio e de
i s to é, para a manutenção da saúde e que emitimos a ca da ma ni fes ta çã o perturbação da harmonia. É a mes ma
da vi da . Se obs erva rmos a estrutura de nos s o pens a mento e de nos s a l ei do “amai-vos uns aos outros”,
do átomo, ti do a té há pouco como vonta de, e que vã o a gir, a di s tâ nci a s obs erva da agora no terreno científico.
i ndivisível, lá encontraremos a mesma i mens a s , no pens a mento e na
da nça maravilhosa do Univers o entre vonta de de nos s os s emel ha ntes . Observação: qua ndo a Lei da
prótons e el étrons , procura ndo Compl ementa mos , cha ma ndo a Sol idariedade se verifica entre os seres
s empre o equilíbri o ma i s es tá vel . E a tenção para o fato da existência dos huma nos, não por interesses pessoais,
i s s o é ti do como ci ênci a genuína e vá ri os rei nos da Terra (mi nera l , ma s por a mor, es ta mos di a nte do
modernís s i ma ; a l ei , contudo, é a vegeta l e a nimal), que no entanto não que convenci ona mos cha ma r Fra -
mes ma: a harmonia das partes para a a gem i s ol a da mente um do outro. terni da de. Em pouca s pa l a vra s ,
estabilidade do todo. Em todos os casos as partes jamais porta nto, a Fra terni da de s eri a a
Se, por fi m, projeta rmos nos s a se torna m reci procamente Sol idariedade no seu ma i s a l to gra u,
obs erva ção para o setor, a inda pouco i ndiferentes; pelo contrário, trabalham s eria a vi vência do “a mai-vos uns a os
conhecido, do pensamento, veremos, s ol idariamente, em plena ha rmoni a . outros ”.

34.
A MEDICINA PSICOSSOMÁTICA

e ra ra mente por ele mesmo, embora , nervos o, da consci ênci a dos pl a nos
1. APRESENTAÇÃO vi a de regra, com plena e cons ci ente es pi ri tua i s .
A medicina psicossomática é a a qui es cênci a do mes mo. O corpo Pra na , no pl a no fís i co, é a
que trata das relações recíprocas fís i co, s endo o veículo a s er uti l i za do vi ta lidade, a energia cons trutora que
entre espírito e corpo. Va mos dura nte a vi da material ou encarna da coordena a s mol écul a s fís i ca s e a s
a bordar o assunto pelo pri s ma úni co é, evi dentemente, s ede de cui da dos reúne em um organismo definido; e o
pel o qual o vê a doutrina espírita, pois es peci a i s por pa rte dos di retores sopro da vida no orga nismo, ou antes,
es te é o que ma i s nos i nteres s a . es pirituais do pla no de evol uçã o, os es ta porção do s opro da vi da universal
O corpo físico é veículo do Es píri to qua is o adaptam assim às fi nali da des de que um orga ni s mo huma no s e
nos pl a nos i nferi ores da evol uçã o. es peciais que terá que rea l i za r; pa ra a propria durante o breve período de
Des de que es teja enca rna do, o ta nto, é organiza do por el es o duplo tempo que denomi na mos “Vi da ”...
Es píri to forma, com o corpo que ocupa etérico, corpo fl uídi co, nã o vi s ível O pra na vi taliza o dupl o etéri co e,
e que vi taliza e dirige, a personalidade pel os olhos materiais, porém formado por mei o dele, o corpo físico dens o; a
huma na , ha vendo entã o profunda de ma téria do plano físico em es ta do s a úde das diversas regi ões do corpo
reci procidade de a çã o entre os doi s de menor densidade ou condensação. depende em gra nde pa rte da
el ementos , de forma que rea ções Tem dua s funções pri nci pa i s : a qua ntidade de pra na di s tri buído. O
s obre um ecoam l ogo s obre o outro. pri meira é a de a bs orver a prana ou dupl o etérico tem centros de força ou
É pel o sistema nervos o que o corpo vitalidade e envi á -l o a toda s a s cha cra s, cujo conhecimento e es tudo
fís i co s e põe em contato com o corpo regi ões do corpo físico; a s egunda é s erá de gra nde i mportâ nci a na
es pi ri tua l . de s ervir de i ntermediário ou de pon- medi ci na do futuro.
O pl a no de vi da , em s ua s l i nha s te entre o corpo fís i co e o corpo Há 7 cha cra s pri nci pa i s : bá s i co,
gera i s , é determi na do, em ca da peri spi ri tua l tra ns mi ti ndo a es te a gá s trico, esplênico, ca rdíaco, l aríngeo,
Es píri to que va i s e reenca rna r pa ra cons ciência dos conta tos s ens ori a i s fronta l e coronário. Assunto que s erá
pros seguir em s ua marcha evol uti va , fís i cos e, outros s i m, permi ti ndo a a bordado com ma i or profundi da de
por mentores desse mes mo Es píri to des cida ao cérebro físico e a o sistema. em a ul a s futura s .

125
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

2. CONSIDERAÇÕES B., expl i cou-me el e que a forma ps i quismo racional, e que a quil o que,
COMPLEMENTARES ectoplásmica de uma ros a a ti ngi a a na fa s e da enca rna çã o, todos nós
SOBRE DUPLO ETÉRICO s ua completa floração a ntes da ros a vemos como única realidade palpável
Ao conhecimento da forma fluídica na tural. E a propós i to, s ugeri u-me a e pa tente, não pode exi s ti r s em que
preexistente s e adaptam com precisão i déia de fotografarmos um botã o de a ntes exista uma forma fl uídi ca que
es sa s judi ci os a s cons i dera ções do ros a , s obre o qua l exercera a a çã o l he servi rá de modelo, forma essa que
gra nde fi s i ol ogi s ta Claude Bernard: fl uídica, destinada a s ubs ta nci a l i za r s ó os des enca rna dos e certos
“Se fos s e preci s o defi ni r a vi da , eu s uficientemente a forma ectoplásmica cl a ri vi dentes podem ver, ma s que
di ri a : a vi da é a cri a çã o... o que já exi s tente, em pl eno des en- cons titui uma real i da de mui to ma i s
ca ra cteri za a má qui na vi va nã o é a vol vi mento, em torno do botã o. pos itiva que a que os nos s os ci nco
na tureza de suas propriedades fís i co- Cui da dos a mente conta mos , na s enti dos percebem, em outra s
quími cas, é a cri ação dess a má qui na fotogra fia assim obtida, a s pétala s da pa l a vra s , pel os nos s os s enti dos
junto a uma i déi a defi ni da ... ros a fluídica, e quando a ros a rea l s e ma teri a i s vemos os efei tos e pel o
Es s e a grupa mento s e fa z em a bri u, veri fi quei s er es ta uma s entido espiritual, e s ó por ele, vemos
vi rtude de l ei s que regem a s reproduçã o exa ta da ros a fl uídi ca a s ca us a s , que pertencem poi s , a o
propri eda des fís i co-quími ca s da fotogra fada, com o mesmo número de mundo espiritual e nã o a o ma teri a l .
ma téria, mas o que é essencial mente péta l a s na quel a conta da s .” Pa ra l á ca mi nha a nos s a ci ênci a ,
do domíni o da vi da , o que nã o Depois de ci tar dois casos em que a tua l mente a i nda ma teri a l i s ta ,
pertence nem à física, nem à química , um Es píri to des enca rna do fa zi a a es tudando, porém, a energia de que é
é a idéia-diretriz dessa evolução vi tal . mes ma a fi rma ti va fei ta pel o fei ta a ma téri a .
Há um como des enho vi ta l que cl a ri vidente do cas o a nteri or, i s to é,
tra ça o pl a no de ca da s er, de ca da que ele via a forma de evolução que as 3. CONSEQÜÊNCIAS
órgã o, de s orte que, cons i dera do fl ores tomari a m, concl ui Bozza no: Por i ntermédio do duplo etéri co é
i s ol a da mente, ca da fenômeno do “Ao meu ver ta is são os fa tos que s e que os Es píri tos des enca rna dos
orga ni s mo é tri butá ri o da s força s pres ta m a i l a ções revel a dora s do i nterferem s obre os enca rna dos ,
gera is da natureza; toma dos em s ua mi s tério do Ser e da s moda l i da des a gi ndo ra pi da mente s obre o s eu
s ucessão e em s eu conjunto pa recem ma ni fes ta s pel a i déi a di retri z que equilíbrio orgânico nessas opera ções
revel ar um liame especial; di r-s e-i a m regul a os fenômenos da vi da . De- de cura s espirituais que nos dei xa m
dirigidos por alguma condição vería mos, pois, conclui r de tudo i s to es ta rreci dos pel a s ua ra pi dez e
invisível, na rota que s eguem, na que, nos fenômenos ideopl á s ti cos a perfei çã o.
ordem que os enca dei a .” i déia -di retri z, na s ci da na s ubcons - Funci onando sinergicamente, tudo
Por fi m, di z a i nda o eméri to ci ência do médium, ou na vontade de o que melhorar a s condições do duplo
fi s iologista: “Vemos na evol uçã o do uma enti da de des enca rna da , ex- etéri co “i pso facto” melhorará a saúde
embri ão surgir um simples esboço do teri ori za -s e numa forma fl uídi ca do corpo físico, e tudo o que modificar
s er a ntes de qualquer organização. Os corres pondente, que a trai a si a s mo- a cons tituição do corpo físico (dens o)
contornos do corpo e dos órgã os a l éculas do ectoplasma. Estas, gra ças à modi ficará ta mbém a constituiçã o do
pri ncípio são meros del i nea mentos l ei de a fi ni da de, vã o col oca r-s e na corpo etéri co.
começa ndo pelas construções orgâni - forma a rquétipo, assim como no órgão A nutri ção ma teri a l , de fora pa ra
ca s provisórias, que servem de apa re - que l he s urge, cri a ndo, dentro de dentro, e a nutri çã o es pi ri tua l
l hos funcionais e temporários do feto. a l guns i ns ta ntes , um s er vi vo (pens a mentos e s enti mentos ), de
Até entã o nenhum teci do é di s ti nto; perfeitamente organizado. Do mesmo dentro pa ra fora , concorrem e s e
toda a massa é constituída apenas por modo, a i déi a di retri z que regul a a res ponsabilizam pelo estado de saúde
cél ulas plasmática s e embri oná ri a s . ori gem e a evol uçã o da s es péci es do homem enca rna do.
Ma s , nesse esforço vi tal está traçado o vegeta i s , a ni ma i s e huma na s no Rea ções de natureza i nferior (ódio,
desenho ideal de um organismo, a mbiente terres tre, exteri ori za m-s e tri s teza, i ntemperança, medo, aflições,
ainda invisível para nós, s endo já numa forma fl uídi ca que precede a s ensualismo, desânimo, i mpaci ênci a ,
des i gna dos , a ca da pa rte a ca da cri a çã o somática, cujas fases ulteriores i ncons tâ nci a , etc.) s endo força s
el emento, s eu l uga r, s ua es trutura , de desenvolvimento são i gua l mente depressoras e dispersivas, a baixam ou
s uas propriedades. Onde devem esta r precedi da s pel a s forma s fl uídi ca s exa l tam demais os nívei s vi bra tóri os
va s os sanguíneos, nervos , mús cul os , corres pondentes , e des ti na da s a da s cél ul a s cons ti tuti va s do dupl o
os s os , a s cél ul a s embri oná ri a s s e s ervi rem de modelo em torno do qual etéri co e do corpo denso, origi na ndo
tra ns formam em glóbulos de s a ngue, deverá gradualmente, condensar-se a doença s e di s funções , da mes ma
em teci dos a rterial, venoso, muscular, ma téri a vi va que a ti nge a i ndi vi - forma por que rea ções no s enti do
nervos o e ós s eo.” dua lidade vegetal, a nimal e huma na , i nvers o (s ereni da de, confi a nça , fé,
Al i á s , es s e dupl o etéri co, es s a gra ça s à nutri çã o fi s i ol ógi ca . cora gem, pa ci ênci a , â ni mo forte,
forma preexistente fluídica, existe em Se nos alongamos um pouco s obre a l egri a , tempera nça , etc.) s erã o
toda parte onde há vi da orga ni za da . o probl ema do duplo etérico é porque ca pa zes de restabelecer a s aúde ou o
A es s e res pei to ei s uma ci ta çã o vemos nele uma ca pital i mportâ nci a equilíbrio orgânico. Isso do ponto de
i nteres s a nte de Bozza no, em de na tureza ci entífica e filosófica, pois vi s ta ps íqui co, como reação do
Pensamento e Vontade: “Qua ndo vem nos revelar que a vi da é regi da , espírito sobre o corpo material.
comecei (quem fa l a é o prof. F. M. nã o por uma mecâ ni ca ma teri a l e Outro ta nto s e dá em rel a çã o à
Mel ton) a operar com o cl arivi dente M. i rra ci onal, ma s s i m por um dína mo- a l imentação ma terial a qua l, quando

126
INICIAÇÃO ESPÍRITA

nã o-a dequa da à s neces s i da des


funci onais , provoca o des equi l íbri o
orgâ ni co e a s s i m vem di fi cul ta r o
control e do corpo (veículo) por pa rte
do es pírito, o que se refl ete no s etor
ps íquico como neurastenia, i rri ta çã o,
nervos ismo, desânimo. Como se vê, o
homem encarnado deve cuidar com
carinho, tanto da higiene do espírito
como da do corpo físico, poi s s e é
verda de que o corpo fís i co va i
des aparecer no túmulo, contudo ele é
o veícul o indispensável do Espírito que
s e encarnou pa ra a va nça r ma i s na s
s ua s conqui s ta s evol uti va s .
Os dons da mediuni da de s urgem
nos encarnados por a daptações físicas
no corpo habita do e vi vi fi ca do pel o
Es píri to; o fenômeno mediúnico em si
s e deve, evidentemente, às faculdades
i nerentes a o Es píri to, ma s o s eu
des abrocha me nto nã o s e proces s a
s em correl a ti va s a da pta ções da
má quina física; queremos di zer que,
como há centros físi cos da vi s ã o, da
a udi çã o, etc., há centros fís i cos da
medi unidade de vi são (clarividênci a ),
de a udi çã o (cl a ri a udi ênci a ), etc.
O nos so corpo físico deverá atingir
a s ua forma a rquéti pa , a s ua
orga nização ideal, ainda não atingida ,
os homens que s e enca rna m, s e “Os rol os brancos que conduzem ga r. Pa ra isso tra balham aqui (no setor
s egui rem a vonta de de Deus , s ã o pequenos ma pa s de forma s es piritual confinado a o “Nos s o La r”),
ma ni fes ta da na terra por Jes us , orgâ ni ca s , el a bora dos por ori en- centenas de técnicos em questões de
l eva rã o o veícul o fís i co do Es píri to ta dores de nosso plano, especializados embri ologia e bi ol ogi a em gera l , no
enca rna do a es s e es ta do i dea l , em conheci mentos bi ol ógi cos da s entido de ori enta r a s experi ênci a s
fa zendo s urgi r nel e novos órgã os , exi s tência terrena. Conforme o gra u i ndi vi dua i s do futuro de qua ntos
novos centros de emi s s ã o e de de a di a nta mento do futuro i rmã os s e l i ga m a nós , no es pa ço
recepção, novas funções, fa cul da des reenca rna nte e de a cordo com o col etivo... São i números os projetos de
nova s , cujo número e a l ca nce nã o serviço que lhe é designado no corpo corpos futuros em nossos s etores de
podemos ainda prever, ma s de cujo ca rna l , é neces s á ri o es ta bel ecer s ervi ço.
poder e utilidade temos uma pá l i da pl a nos adequados a os fins essencia i s . Depreende-se da ma i ori a del es ,
i dei a pel a já conheci da fa cul da de − E a l ei da hereditariedade que todos os enfermos na ca rne s ã o
medi úni ca , que fa ci l i ta a o homem fi s i ol ógi ca ? − perguntei a l ma s em tra ba l ho da urgente
enca rnado um intercâmbio consciente − Funci ona com i na l i ená vel conquista de si próprios. Ninguém trai
com os des enca rna dos , tra zendo domíni o s obre todos os s eres em a vonta de de Deus nos proces s os
à queles , percepções e poderes a té evol ução, mas sofre na tura l mente a evol uti vos , s em gra ves ta refa s de
entã o s ó conhecidos e a provei ta dos i nfl uênci a de todos a quel es que repa ra çã o, e todos os que tenta m
por a l guns i l umi na dos . a l cançam qualida des s uperi ores a o enga nar a Na tureza, quadro l egíti mo
ambiente geral. Além do mais, quando da s leis divi nas, a cabam por enganar a
4. HEREDITARIEDADE o i nteressado em experiência s nova s s i mes mos . A vi da é uma s i nfoni a
A orga nização do corpo dens o ou no pl a no da cros ta é merecedor de perfei ta . Qua ndo procura mos
fís i co é orientada pelo do corpo etéreo s ervi ços “i nterces s óri os ”, a s força s des afiná-la no círculo da s nota s que
ou forma preexistente, duplo esse que ma i s elevadas podem i mprimir certa s devemos emi ti r pa ra a s ua má xi ma
merece profundo estudo e a centuado modi fi ca ções à ma téri a , des de a s gl ori fi ca çã o, s omos compel i dos a
ca ri nho dos orientadores es pi ri tua i s a ti vi da des embri ol ógi ca s , deter- es ta ci ona r em pes a do s ervi ço de
do reencarnante, de a cordo s empre mi na ndo a l tera ções fa vorá vei s a o recomposi çã o da ha rmonia
com a s finalidades evolutiva s des tes . tra ba l ho de redençã o. Como s a be, quebra da ”...
André Lui z, em Missionários da Luz obs ervou Mana s s és , cui da dos o, no “Temos, nestes mapas, a geografia
projeta muito esclareci mento nes s e s ervi ço de recapitulação ou de tarefas dos genes da heredi ta ri eda de
a s sunto, como s e constata por es s a s es pecializadas na superfície do globo., di s tribuídos nos cromossomos . A l ei
a s s erções : a reenca rnação nunca pode s er vul - da herança, porém, s erá ilimitada? A

127
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

cri a tura receberá a o renascer, a tota l res s e pelas a qui s i ções eterna s nos vi da s pregres s a s , enca rna da s ou
i mpos i çã o dos ca ra cterís ti cos dos domíni os do Es píri to. Renúncia, des encarnadas ; ca da qua l tra z s ua s
pa i s ? As enfermi da des ou a s abnegação, continência sexual, tendênci a s , s eus há bi tos , s eus
di s pos i ções cri mi nos a s s erã o disciplina emotiva não representam “talentos” que, adicionados aos fatores
tra ns missíveis de ma nei ra i ntegra l ? meros preceitos de feição religiosa: educacionais proporci ona dos pel os
− Nã o, André, obs ervou o são providências de teor científico pa i s e pel o mei o a mbi ente, vi rã o
ori enta dor, com gra ve i nfl exã o; para enriquecimento afetivo de forma r a nova personalidade daquel a
es tamos diante de um fenômeno físico personalidade. Nunca fugi remos à i ndividualidade eterna e em evoluçã o
na tural. O organismo dos na s ci turos , Lei , cujos a rti gos e pa rá gra fos do perma nente. Em ca da encarnaçã o há
em s ua expres s ã o ma i s dens a , Supremo Legi s l a dor a bra ngem o que res ga ta r erros do pa s s a do,
provém do corpo dos pa i s , que l hes Uni vers o. Ni nguém enga na rá a a prender com a nova vi da e na s
entretém a vi da e l hes cri a m os Na tureza . Centros vi ta i s des e- nova s oportuni da des , e a ti ra r a
ca ra cteres com o própri o s a ngue; qui l i bra dos obri ga rã o a a l ma à s emente para a germinação benéfi ca
toda via, em semel ha nte i mpera ti vo perma nênci a em s i tua ções de do futuro.
da s l ei s di vi na s pa ra o s ervi ço de des equi l íbri o”... Qua ndo mai s evol uído o Es píri to
reprodução das formas, não devemos “A medicina huma na s erá mui to ta nto menos sujeito às condi ções do
ver a s ubvers ã o dos pri ncípi os de di ferente no futuro, quando a ciênci a mei o, pois maior o seu l i vre -a rbítri o,
l i berda de es pi ri tua l , i ma nente na puder compreender a extens ã o e a ma i s forte sua vontade, mais positivos
ordem da Cri a çã o Infi ni ta . Por i s s o compl exidade dos fa tores mentais no e profundos s eus conheci mentos .
mes mo a cri a tura terrena herda ca mpo das moléstias do corpo fís i co. O determinismo do meio ambiente
tendências e não qualidades. As Mui to ra ramente não s e encontram as provoca e a umenta o livre -a rbítri o do
pri mei ra s cerca m o homem que a fecções direta mente rel a ci ona da s Es píri to, que va i se torna ndo s enhor
rena sce desde os pri mei ros di a s de com o ps i quismo. Todos os órgãos são do corpo físico e do mundo que habita,
l uta , não só em seu corpo transi tóri o, s ubordinados à a scendência mora l ... a té s upl a nta r toda s a s s ua s
ma s ta mbém no a mbiente geral a que O médi co do porvi r conhecerá conti ngências. Pa ra bem s e es tuda r a
foi cha mado a vi ver, a primorando-s e; s emel ha ntes verda des e nã o pers ona l i da de huma na e mel hor
a s s egunda s res ul ta m do l a bor ci rcunscreverá sua ação profis s i ona l ori entá -l a na l ei da evol uçã o, é
i ndi vi dua l da a l ma enca rna da , na a o s imples fornecimento de indicações i mpresci ndível a l ei da s reenca rna -
defesa, educação e a perfei çoa mento técni cas, dirigindo-se muito mais, nos ções , quer como neces s i da de
de s i mesma nos círculos bendi tos da tra ba lhos curativos, à s provi dênci a s fi l osófica, quer como ci entífica. Ta nto
experi ênci a ”. es pi ri tua i s , onde o a mor cri s tã o a fi l osofia como a ci ência, no es tudo
repres ente o ma i or pa pel .” e ori enta çã o do homem, es ta rã o
5. DOENTES E NÃO DOENÇAS Como s e vê, a a s cendênci a fa dados a i rremediá vel fra ca s s o s e
“André, meu amigo, as doenças ps íqui ca na gênes e da s mol és ti a s nã o i ntroduzirem em seus compêndios
psíquicas são muito mais deploráveis. orgâ nicas é ca pita l , o Es píri to ori en- a l ei das reencarnações, que ta nta l uz
A patogênese da alma está dividida ta ndo, cons ci ente ou i ncons ci en- projeta em todos os aspectos da vi da
em quadros dolorosos. A cólera, a temente a matéria que l he s erve de huma na .
intemperança, os desvarios do sexo, veícul o, des de a concepçã o a té a Sem a demonstração científi ca da
as viciações de vários matizes, morte do corpo; a própri a l ei da s obrevi vênci a e da l ei da s reen-
formam criações inferiores que hereditariedade física não l he escapa ca rna ções ta nto a ci ênci a como a
afetam profundamente a vida íntima. à i nfl uênci a , i nfl uênci a nã o s ó do fi l osofia girarão sempre em torno de
Quase sempre o coro doente assinala reenca rna nte como do de s eus efei tos , s em a ti ngi r a s ca us a s .
a mente enferma. A orga ni za çã o mentores es pi ri tua i s . O Es píri to
fi s iológica, s egundo conhecemos no prepa ra o terreno pa ra a s a úde ou 7. A AÇÃO DOS DESENCARNADOS
ca mpo de cogitações terres tres , nã o pa ra a doença . Nes se estudo s e terá de i ntroduzi r
va i a lém do va so de ba rro, dentro do O mundo da ma téri a é o dos um outro fa tor não menos i mportante
mol de preexistente do corpo espiritual. efeitos; o da s ca us a s é o mundo do que a i mortalidade e a reencarnação;
Ati ngi do o mol de em s ua es trutura Es píri to; removi da s a s ca us a s é o i ntercâ mbi o, cons ci ente ou
pel os golpes das vi brações i nferiores , ces s a rã o os efei tos ; a medicina do i ncons ci ente, entre enca rna dos e
o va s o refl eti rá i medi a ta mente”... porvir será espiritualista, consciente des encarnados. A i ntercorrelação dos
“A pervers ã o do nos s o pl a no e cientificamente espiritualista, e doi s pla nos é evi dente, l ógi ca e de
menta l cons ci ente, em qua l quer o espiritismo cristão será a sua coluna profundas consequências filosóficas e
s entido da evolução, determina mestra. ci entífi ca s . Es s a s a ções podem s er
a pervers ã o de nos s o ps i qui s mo di vi di da s em dua s ca tegori a s ;
i ncons ci ente, enca rrega do da 6. A HERANÇA PSÍQUICA benéfi ca s e ma l éfi ca s ; entre es ta s
execução dos des ejos e ordena - Al ém da hereditarieda de fís i ca , a úl ti ma s podería mos ci ta r l ogo os
ções ma i s ínti ma s , na es fera da s qua l o Espírito reencarnante ou s eus cha mados “encostos”, as a tua ções e
opera ções a utomá ti ca s . A vonta de mentores espirituais podem modificar a s obs es s ões .
des equilibra da des regul a o foco de s ubstancialmente, temos que levar em Na rea li da de, porém, como tudo
nos sas possibilida des cri a dora s . Da í cons idera çã o a hera nça ps íqui ca , a obedece a uma ca us a que fi cou no
procede a neces s i da de de regra s qua l é fruto de todas a s experiências pa s s a do, repres enta ndo um des e-
mora is para quem, de fa to, s e i nte- já rea lizadas pelo Es píri to em suas qui líbrio que precisa s er des feito, na

128
INICIAÇÃO ESPÍRITA

rea lidade as ações dos desencarnados podem i r des de a i ntra nqüi l i da de e conscientemente praticado em todos
s obre os enca rna dos s e di vi dem, es pi ri tua l a té a doença fís i ca . os seus aspectos pelos homens todos
rea l mente, em direta e indiretamente do planeta Terra.
benéficas e não em benéficas e 8. O FATOR PSÍQUICO Estudando a magnificência
maléficas. Se a s emente s emea da Es s e fa tor ps íqui co é de gra nde esplendente da Doutrina Espírita,
no pa ssado foi má o fruto de hoje será i mportância, mormente na educa çã o estamos ouvindo, de novo, a voz
meiga e esclarecedora de Jesus a nos
a ma rgo; contudo o Espírito que s ofre domés ti ca , poi s a s i rra di a ções do
dizer: “Eu sou o Caminho, a Verdade,
hoje o que fez os s eus s emel ha ntes Es píri to dos pais, ainda que não s eja m a Vida; ninguém vai ao Pai senão por
s ofrerem ontem es tá s empre ma nifestadas pelas pa l a vra s e pel a s mim.”
a prendendo a vi ver bem e a ori enta r a ções na frente dos fi l hos , contudo,
mel hor a vi da, retificando ca mi nhos , poi s que s ão i rradiações es pi ri tua i s ,
pontos de vi s ta , conheci mentos e i mpregnam as almas dos filhos como a 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
a ti tudes . má s emente que i rá fa zer s urgi r os Há outros aspectos interessantes
Se há coisa manifesta e i ndiscutível frutos a ma rgos do futuro. na medicina psicossomática, mas
nos Eva ngelhos é a a çã o Incentiva r a prá ti ca da s vi rtudes não lhe faremos menção aqui, a não
ser aquilo que nos irá esclarecer na
dos “mortos ” s obre os “vi vos ”, nã o é fa zer es pecul a çã o s obre
interpretação das curas e dos
conhecimento esse que, l eva do pel a probl emas obscuros procurando uma “milagres” constantes no Evangelho.
i gnorância ao fanatismo místico é tã o es pera nça vã de di a s mel hores : é Entretanto, não pode passar des-
profunda mente perni ci os o quã o pri ncípi o ci entífi co s em o qua l o percebida a influência indiscutível
profundamente científico e benéfico se homem não sairá do terreno das dores do magnetismo, tanto físico como
torna quanto orientado com critério e e da i gnorância a o qual s e vi ci ou por espiritual (objeto de estudo a parte
pa ra os fi ns justos do esclarecimento ta ntos s éculos de vi da vi vi da s em o a ser focalizado no Curso de
e do des ejo de s ervi r. devi do di s cerni mento, s em o M édiuns) o qual, aplicado em bases
Os desencarnados a gem s obre os conhecimento i mprescindível das l ei s científicas e para o bem, é capaz de,
enca rnados pelo pensamento e pel o que regem a vi da . em mãos hábeis, fazer o homem
s entimento, tanto no bem qua nto no Educa r a humanidade nas bases da reviver aquelas maravilhas dos
ma l ; a comunhão dos planos está na i morta l i da de, da evol uçã o, da Evangelhos.
razão direta da sintonização das reencarnação, da s ol i da ri eda de, da Por fim, para concluirmos o
vibrações; da í a sabedoria científica e fra terni da de, da humi l da de, da presente capítulo, focalizamos um
fi l osófica da admoestação evangél i ca honestidade e do trabalho, é educá-la outro fator importante na cura de
a cerca da ora çã o e da vi gi l â nci a . na vonta de de Deus, é orientá-la pa ra doenças que é a auto-sugestão, e
As s im como há conta gi o fís i co no que se poderia sintetizar como uma
o úni co ca mi nho ca pa z de l he
profunda radiação benéfica ou
mei o físico, há contá gi o ps íqui co no a s segurar a felicidade, a paz, a saúde,
maléfica, de exaltação ou depressão,
mei o ps íqui co; a l ei é a mes ma , a s a bedori a e o poder, de ma nei ra respectivamente, do Espírito sobre o
a penas a vi bra çã o do pl a no é que é i ndel ével , efi ca z e s á bi a . corpo que lhe serve de veículo e cuja
di ferente. Ma us pensamentos e maus E é por i s s o mes mo que o matéria, por assim dizer, “nada”
s enti mentos funci ona m no pl a no Es pi ri ti s mo, conti nua çã o que é do nas malhas tenuíssimas que lhe servem
ps íquico, com repercuss ã o pos teri or cri s tianismo, será a gra nde a l a va nca de sustentáculo e que lhe mantém
no pl ano físico como fonte pernicios a propul s ora da huma ni da de, quer a coesão e a vida celular em conjunto,
de ba cilos deletérios a conta mi na r o fi l os ófi ca , quer ci enti fi ca mente, graças ao “duplo etérico” a que já nos
mei o, produzindo desequilíbri os que quando ele for conscientemente aceito referimos.

35.
CURAS E MILAGRES DO EVANGELHO

1. APRESENTAÇÃO cumprimento integral da vontade do e d’El e o enviado para a redenção dos


Jes us é a vonta de de Deus Pai, e isso Ele o afirmou muitas e Es píri tos que evol uem no pl a neta
ma ni fes ta da e vi vi da na terra . O muitas vezes e, de tal forma o fez, que Terra .
Mes tre Divino nada fez que não fosse se considerou sempre uno com o Pai A expres s ã o – a gora gl ori fi ca -me

129
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

Tu, ó Pa i , junto de ti mes mo, com tempo; a evolução se processaria com determi na do i ndi víduo, es te, a pro-
a quela glória que eu ti nha contigo a n- pl eno des res pei to a o l i vre-a rbítri o vei ta ndo o novo ens ejo, a gora teri a
tes que o mundo exi s ti s s e – i ndi ca huma no, o que ti raria todo o méri to ma i ores possibilidades de a gir no bem
bem a perfeição divina de Jesus , que da ma rcha e da s vi tóri a s da e de entender a vi da por outro prisma,
já era perfeito e divino a ntes mes mo cons ci ênci a . As l ei s da vi da têm poi s, daquele momento em di a nte o
que s urgi s s e o nos s o pl a neta no determinada elasticidade, (tolerância) i ndivíduo beneficiado já conta va com
uni vers o fís i co. Jes us tem perfei to embora , ja ma i s s e rompa m ou s e os recursos novos, consubsta nci a dos
conhecimento do plano divino que re- des trua m; qua ndo o homem por no poder e na bondade d’Ele, Mes tre,
ge todos os fenômenos da vi da , s a be i gnorância, teimosia ou por orgul ho, e na experi ênci a vi vi da dentro da
qua l a vontade do Cri a dor e s ó vi ve, a ti ra a força de s ua vonta de num própri a dor. Quando nenhuma dessa s
cons ci entemente, conforme es s a s entido diferente daquele des i gna do pos s i bi l i da des ou s i tua ções s e
vonta de s oberana, i nigualável por ser pel as l eis da vi da , es s a s cedem a té a presentavam, Jesus não cura va , nã o
a perfeição a bsoluta em qualquer dos determinada altura, em que é atingido a tendia ao apelo que Lhe era dirigi do.
a s pectos por que s eja enca ra da . o l i mite da tolerância delas em relação A dor funci ona , a o mes mo tempo,
Sendo, pois, conhecedor profundo a o l i vre-a rbítri o do homem; des s e como remédi o e a dvertênci a , na
e rea lizador convi cto da vonta de de momento em diante, é a própri a l ei reti fi ca çã o do ca mi nho evol uti vo;
Deus, nada é i mpos s ível a o Mes tre que va i empurrando o homem pa ra a enquanto o s ofredor nã o a prende e
fa zer, exceto perturbar ou contrariar a s i tuação de equilíbrio e i s s o é o que, nã o s e predi s põe, do ínti mo do
vonta de do Pa i ou as l eis que Ele cri ou em l i nguagem vul ga r, s e cha ma “i ra es pírito, a tomar conscientemente, o
des de o i níci o pa ra reger todos os di vi na”, dor, a ngús ti a , i nqui eta çã o, novo rumo que a mente e o sentimento
fenômenos da vi da, em qua l quer de remors o, s ofri mento; o homem l he a ponta m, entã o é preci s o que
s eus múltipl os a s pectos . Do di vi no percebe, então, pelos próprios fa tos conti nue a “a rder no fogo”, i s to é, a
Ra bi da Ga l i l éi a tudo podemos de s ua vi da que, na consecução de sua a prender pel o s ofri mento, cuja
es perar, exceto que ele desrespei te o fel icidade, tomou um ca minho errado fi nalidade é, nos dizer do eva ngel ho,
plano divino. Sendo o dispensador dos e que é preciso retificar pensamentos, “s a lgar”, isto é, fazer o Espírito adquirir
bens di vi nos no s etor do nos s o s entimentos e a titudes para vi ver em vi rtudes reais, vi rtudes divina s ; tirá-lo
pl a neta, sendo o respons á vel di reto, pa z, com s aúde no corpo fís i co, com desse “fogo” antes da hora é dar
em fa ce da vonta de de Deus , pel a di s cernimento e luz na i ntel i gênci a e alta a um doente longe da cura, o
nos s a evol uçã o es pi ri tua l e pel a com pa z e harmonia no s enti mento. que redundaria em um desastre
evol uçã o fís i ca do pl a neta , evi - As s im, o erro humano não passa de maior para ele e para a humanidade.
dentemente ele tem s obre esse s etor uma nova experiência em relação a Es s a a ra zão porque o Mes tre nã o
a utoridade divi na; ora, se Deus cri a a s ua própria vontade e à vontade curou todos e não que Ele não ti vess e
vi da , o que não poderá fa zer o Fi l ho di vi na; e é a s sim que, por s i próprio, sabedoria e poder para o fazer; apenas
que no Pai s e integrou? Não sabemos obs erva ndo s ua própria vi da e a vi da El e nã o o fez, porque ja ma i s
s e realmente a contecera m todos os de s eus semelhantes, o homem vai des res pei tou a vonta de de Deus ,
fa tos mi ra cul os os na rra dos nos a dquirindo a sabedoria de viver, isto é, vonta de es s a que procura s empre
eva ngelhos, ma s temos certeza de a s a bedoria de vi ver conforme o plano el eva r o Es píri to do fi l ho e nã o,
que Jesus tinha capacidade e poder di vi no, plano esse pelo qual ninguém i mprevi dentemente, ti rá -l o de
de rea l i za r tudo o que foi na rra do. s erá jamais feliz à custa da desgraça de s i tuações benéficas para el e própri o,
s eus s emelhantes, de forma que a preci pitando-o ainda mais na revol ta
2. PERDOAR OS PECADOS fel icidade de um vem a ser a felicidade da i gnorâ nci a .
O que mais causa estranheza é ter do outro, a lcançando esse estado ideal
el e a fi rma do que ti nha o poder de pel o esforço próprio, i ndivi dual e 3. EXPLICANDO
perdoar pecados, o que aparentemen- col etivo. Tra ba lho, s olidariedade, Como es píritas, sabemos que a l ei
te é prerrogativa divina; trata-se porém fra ternidade, honestidade e de a çã o e reação, de ca us a e efei to,
de pura a pa rênci a , pois, essa dele- humi ldade, parecem-nos as linhas rege a Justiça na natureza e que, cedo
gação de poderes evidentemente será mes tras da evolução no s entido divino. ou ta rde pa ra nós , ma s s empre no
conferida pelo Pai, aos filhos que já Jes us , poi s ,nã o derroga va l ei s momento ma i s oportuno, es s a l ei
conheceram e realizaram as Suas leis. di vi nas, quando “perdoava peca dos ”. a ti nge-nos em chei o, fa zendo-nos
A es se respeito ainda convém salientar Ou Ele suspendia a incidência da lei s orver os frutos de nos s a própri a
que jamais há derrogação de leis sobre determinada criatura ou s ementeira; dos desvios, em relação à
di vi nas, mesmo por pa rte do próprio protelava essa incidência; no pri meiro vonta de de deus , nos chega m os
Criador, pois, se assim fosse, a Sua ca s o ele vi a, lendo a aura espiritual do ma l es todos , fís i cos , i ntel ectua i s e
vonta de nã o teri a s i do perfei ta na s ofredor, que o mes mo já res ga ta ra mora i s : es s e choque de retorno à s
s a bedori a , na jus ti ça ou no amor, ao s eus del i tos e s e l i mpa ra vezes aparece durante a própri a vi da
ter criado a lei que fora derroga da . O i nteriormente, s uprimindo assi m, por em que s e comete o erro e nunca
que há é uma elasticidade dessas l ei s s i própri o, por ter sofrido resig- dei xa de a pa recer na s enca rna ções
di vi nas que regem a evol uçã o: es s a s nadamente e por ter aprendido o futura s, no momento exa to em que
leis não são absolutamente rígidas, ensinamento contido na dor, a ca us a ti vermos adquirido um nível evoluti vo
pois, se assim o fossem não permitiram compa tível com a redenção, pela dor,
do ma l ; no s egundo ca s o, ta mbém,
que o homem, com o seu livre-arbítrio, no s entido do erro cometido, erro que
l endo a a ura , El e percebi a que,
a s desrespeitasse por certo espaço de vem a s er s empre di reta mente
rea lizado o “mi lagre da cura” em um

130
INICIAÇÃO ESPÍRITA

proporci ona l a o gra u de evol uçã o


es piritual d cada s er. Aprovei ta ndo a
s i tuação, esclarecendo-se e retificando
o ca mi nho, o Es pírito s ofredor l impa
a má cul a da a l ma , a ca us a do
s ofri mento e, entã o, pros s egue em
nova s oportuni da des de evol uçã o,
a gora já com um conheci mento, um
di s cernimento, uma experiênci a bem
ma i or e, poi s , com ma i ores pro-
ba bilidades de acertar com o s enti do
do pl a no di vi no. Conhecendo a
vonta de de deus e o meca ni s mo de
a çã o das l eis da vi da, é fá ci l ma neja r
es s a s força s da na tureza e da í a s
cura s e os “mi l a gres ” que, na rea l i -
da de, s ão fenômenos s i mpl es pa ra
quem conhece o mecanismo da vi da .
Uma l ei de â mbi to ma i s a mpl o,
ma i s profundo e ma i s el eva do,
s uplanta a l ei menor, ma i s res tri ta ,
ma i s fraca. Se a ma téri a vi bra s s e
ma l , ma ni fes ta ndo a doença , que
di ficuldade poderia encontra r Jes us
em fa zê-la vi brar harmonios a mente,
s e El e conhecia as l eis do Es píri to, a s
força s es pi ri tua i s que governa m a
própri a vi da do mundo ma teri a l ? O
mundo na matéria é ilusório, efêmero,
o dos efeitos; o mundo do Es píri to é
rea l , eterno, o das causa s . A doença ,
di reta ou i ndi reta mente, é fi l ha da
des orientação do Espírito em rel a çã o
a o pl a no di vi no, perturba do cons -
ci entemente; por isso, disse Jesus : “O
que é mais fácil dizer (a o pa ra l íti co):
l eva nta-te e ca mi nha ou perdoa dos quer pelo magnetismo dos Espírito, s eu próprio livre-arbítrio, i ntegra dos
es tã o os teus peca dos ”? Aquel e quer por ca usas a inda mal conhecidas. como es tão com Jesus. Tinha ra zã o o
pa ra lítico certamente já havi a fei to a Pa ra a ci ência materialista, que s ó centurião romano, ao dizer que não era
reforma íntima de sua alma , reforma preci so que Jesus fosse di retamente
s a be jogar e, muito mal, com forças de
que Jes us percebeu pel a vi s ã o à s ua ca s a fa zer a cura do s eu
na tureza ma terial, essas cursas s ão
es piritual como em um l i vro a berto; a bs urdas, pela ra pidez com que s e protegido, mas que determi na s s e a
vendo isso e querendo demonstrar aos
processam, coisa que a ci ência não é cura a es s a coorte de Es píri tos que
incréus o poder divino que trazia como
ca pa z de fa zer. Quem es tuda e a gi a m em s i ntoni a com El e.
o M essias que havia de vir, determinou
conhece a lguma coisa da ciência do Ca s os houve, porém, inúmeros, em
que s e curasse o paralítico; a fa l a nge
Es píri to e de suas forças, acostuma-se que Jesus agiu diretamente pel o s eu
de Es píri tos de l uz que o a com-
a nã o ma is es tranhar es sas curas, própri o ma gneti s mo, como na
pa nhava realizou, i medi a ta mente, o
a pa rentemente miraculosas; o milagre expul s ã o de demôni os , na cura do
ps eudo mi l a gre, i s to é, a cura ,
é o i na bitual e o i rrea lizável pelo cego de na s cença . etc.
certa mente agindo sobre os centros
conhecimento comum; na realidade, A fé do pedinte ti nha que influir em
do duplo etérico, bem como s obre o
porém, esses milagres s e realizam mui tos ca s os , poi s , quem pede,
peri s píri to e s obre o própri o corpo
pel o cumpri mento de l eis s uperiores s a bendo que pode receber e que va i
fís i co do paralítico, dilatando-l hes os
que a ci ência humana, em geral, ainda receber, prepara a cura por si própri o
veículos e canais condutores do “fluído
des conhece i ntegra l mente. a tra vés da s vi bra ções do própri o
vi ta l ”, da “força vi tal”, mudando assim,
Como a contece hoje, na s cura s Es píri to, vem como predi s põe o
profundamente, as condições do meio
pel o Es pi ri ti s mo, Jes us , tem à Sua terreno para a a ção daquel e a quem
fís i co. Al iás, não é de admirar que isso
di s pos i çã o uma coorte i mens a de foi s olicitada a cura ou pa ra a quel es
a conteces s e frente a o Mes tre,
Es píri tos de escol, que se i ncumbem i ncumbi dos de rea l i zá -l a .
qua ndo conti nua a a contecer em
de rea li za r, em nós , a Sua vonta de, Es s a s vi bra ções ínti ma s de
nos sos di a s , di a nte de s eres mui to
Es píri tos es s es que, da da a s ua confi ança no poder di vi no a brem os
i nferiores a El e, quer por s uges tã o,
evol ução profunda, tem já um a mpl o ca na is que nos ligam ao Grande Poder
quer pel o ma gneti s mo do homem,
ca mpo de a ção, onde trabalham pelo e de ci ma recebemos , entã o, ma i or

131
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

quantidade de forças vitalizantes; a começa r, explicou-me o orientador: res s urreições. É a planta que brota de
vida pura, serena e fraterna é o estado Segundo você sabe, há três regiões novo, mui tas vezes por uma só de suas
de receptividade ideal para essas forças, orgâ nicas fundamentais, que de- ra dículas; mas, desde que a s úl ti ma s
ma s as vi brações s incera s e i ntens a s ma ndam extremo cui dado nos mol écul a s do corpo ca rna l ou es te
da s almas em prova çã o ta mbém s ã o s ervi ços de libertação da a lma: o úl ti mo fique em esta do de corrupçã o
ca pa zes de a bri r ma i s a s ja nel a s da centro vegetativo, ligado ao ventre, i rreparável, a volta à vida é impossível”.
a l ma , por onde entra a vi da pa ra o como s ede da s ma nifestações Depois, referindo-se à ressurreiçã o da
Es píri to e para o corpo que ele ocupa . fi s iológicas; o centro emocional, zona fi l ha de Ja i ro, do fi l ho da vi úva de
Da s intonização dos desejos de quem dos s entimentos e desejos, sediado Na i m e de Lázaro, diz ainda Ka rdec: “O
pode curar com o que quer ser cura do no tóra x, e o centro menta l, o ma is fa to da vol ta à vi da corpora l de um
decorre a maior ou menor ra pi dez ou i mportante, por excelência, situado no i ndi víduo rea l mente morto, s eri a
perfei çã o da cura . cérebro”. contrá ri o à s l ei s da na tureza e, por
Todos os centros de vitalidade cons eguinte, mi ra cul os o. Ora , nã o é
4. PORQUE JESUS CURAVA? podem ser desligados pelo próprio necessário recorrer a es s a ordem de
Como s e vê, por muitos proces s os desencarnante, se, se trata de um fa tos para expl i ca r a s res s urrei ções
di ferentes s e rea l i za va m a s cura s , indivíduo muito evoluído, exceto opera das pelo Cri sto. Se, entre nós, a s
cura s essas, que, segundo pens a mos , porém, o centro cerebral ou chacra a pa rências enganam algumas vezes a s
ti nha m os s egui ntes es copos ou coronário, que é sempre desligado pes soas da a rte, os a ci dentes des s a
fi na l i da des : por um mentor desencarnado. na tureza deviam ser mais freqüentes
1º) Da r expansão natural ao Amor, Como s e vê, nem sempre o a tes ta do num pa ís onde nã o s e toma va
que era a característica primordial de de óbito do médico terreno coi nci de preca uçã o a l guma e onde os
Jes us ; quem s e a proxi ma s s e d’El e com o fenômeno definitivo da morte enterramentos era m i medi a tos . Há ,
recebi a l ogo gra ndes benefíci os e, a a testar essa a firmação a í es tã o poi s, toda a probabilidade de que, nos
es pirituais ou materiais; pel a prá ti ca os i números ca s os de muda nça da doi s exemplos acima (fi l ha de Ja i ro e
do a mor, El e trouxe à huma ni da de o pos i çã o, dentro do própri o ca i xã o fi l ho da viúva de Naim) s ó se dera uma
ca mi nho da redençã o. mortuá ri o, o que s e veri fi ca pel a s íncope ou uma l eta rgi a . O própri o
2º) Fi rma r, no conceito dos homens, pos ição em que vem a ser encontrado, Jes us o di z, pos i ti va mente, s obre a
o poder di vi no de Jes us , que s eri a pos teri ormente, o es quel eto. fi l ha de Ja i ro: Es ta meni na nã o es tá
recus ado pela classe sacerdotal como Se os l a ços fl uídi cos fora m morta , a pena s dorme.
o Mes sias que rea l mente era e que des ligados, então não é mais pos s ível Em vi s ta dos poderes fluídicos que
tra ri a a s a l va çã o do mundo pel a vol ta r à vi da , mes mo porque es s e Jes us possuía, não é de a dmi ra r que
prá ti ca consciente, por parte de ca da des ligamento é uma opera çã o cons - Seus fl uídos vi vificantes, dirigidos por
homem, da l ei do a mor. ci ente, fei ta por Es píri tos des en- uma forte vontade, pudessem reanimar
3º) Demonstrar a s uperioridade do ca rna dos, evoluídos e que cumprem os s enti dos entorpeci dos e mes mo
Es píri to sobre a matéria, revel a ndo a a s ua missão em fa ce da l ei di vi na . cha ma r de novo a o corpo o Es píri to
ca us a rea l dos ma l es huma nos e o Nos ca sos ci ta dos de res s urrei çã o, pres tes a deixá-lo, uma vez que o l a ço
s entido verdadeiro que se deve da r à nã o houve, rea l mente, s enã o morte es piritual não estivesse definitivamen-
vi da . aparente, perma necendo o s er em te roto. Pa ra os homens desse tempo,
Comentemos a gora , s i nteti ca - es tado de vi da latente ou em es ta do que julgavam o indivíduo morto,
mente, a l guns ti pos de cura s e de de ca ta l eps i a ; s egundo os rel a tos des de que não respirasse mais , ha vi a
“mi l a gres ”. vi ndos da Índia, há i ndivíduos capa zes uma ressurreição e podiam afirmá -l o,
de permanecer s oterrados por gra nde de mui to boa fé; mas na realidade, s ó
5. RESSURREIÇÃO número de di a s , vol ta ndo depoi s à ti nha havi do cura e nã o ressurreição,
O Es píri to s e encontra l i ga do a o vi da . Já di zi a Ka rdec: “Em certos no s enti do ri goros o da pa l a vra .
corpo pel os centros de força ou es tados patológicos, quando o Espírito A res surreição de Lá za ro, di ga m o
cha cra s do duplo etérico. E, pa ra que nã o está mais no corpo e o peri s píri to que quiserem, não i nvalida por forma
haja morte verdadeira ou libertação i n- a penas a ele adere por alguns pontos, a l guma es s e pri ncípi o.
tegra l do Es píri to, é preci s o que s e o corpo tem toda s a s a pa rênci a s da El e es ta va , di zi a m, ha vi a qua tro
rea l i ze o des l i ga mento des s es morte e a fi rma -s e uma verda de di a s, no sepulcro; mas sabe-se que há
cha cra s, operação essa que é, vi a de a bs oluta dizendo que a vi da es tá por l eta rgias que duram oito dias ou mais .
regra , fei ta pel os Es píri tos , des en- um fi o. Es se estado pode dura r ma i s Acres centa m que el e exa l a va ma u
ca rna dos que vêm a s s i s ti r o que ou menos tempo; certa s pa rtes do chei ro, o que cons ti tui s i na l de
des encarna . Os l i vros de André Lui z corpo podem mes mo entra r em decomposiçã o; es ta a l ega çã o na da
fa zem vá ri a s referênci a s a es s e decomposição, sem que a vi da es teja prova , i gualmente, porque em certos
des l i ga mento. Dentre el es , des ta - defi nitivamente extinta. Enquanto não i ndivíduos há decomposição parcial do
ca mos o s egui nte: “Noutro tempo, s e romper o último fi o, o Espírito pode, corpo mesmo a ntes da morte e el es
André, os a nti gos a credi ta va m que quer por uma a çã o enérgi ca de s ua exa l a m um chei ro de podri dã o. A
enti dades mitol ógi ca s corta va m os própri a vontade, quer por um i nfl uxo morte s ó chega quando s ão a ta ca dos
fi os da vi da huma na . Nós s omos fl uídi co es tra nho, i gua l mente os órgã os essenci a i s à vi da . E quem
Pa rca s autênticas , efetua ndo s eme- poderos o, s er de novo cha ma do a o s a bia que ele exa l a va ma u chei ro? É
l ha nte opera çã o. E, porque, eu corpo. As s i m s e expl i ca m certos s ua irmã Ma rta quem o diz, mas como
i ndagasse, tímido, por onde i ría mos prol ongamentos da vi da, contra toda
a proba bi l i da de e certa s s upos ta s

132
INICIAÇÃO ESPÍRITA

o s a bia ela? Estando Lá za ro fecha do Ta nto a obs es s ã o como a cura s e 9. JESUS CAMINHA SOBRE AS
numa tumba, havia qua tro di a s , el a fa zem por vá rios processos, i ncl us i ve ÁGUAS
ti nha desconfiança, mas não podia ter pel a ação menta l de Es píri tos ma i s Qua nto a o fa to de Jes us ter
certeza ”. fortes s obre Es píri tos ma i s fra cos , s upl a nta do a l ei da gra vi da de,
s endo que a s fra queza s es pi ri tua i s a ndando sobre as á guas, mantendo no
6. CURA DA HEMORROÍSSA decorrem s empre dos víci os e a r o ma is pesado que o a r, nã o deve
As res s urrei ções , poi s , nã o s ã o defei tos , a s s i m como a s força s s er considerado coisa impossível, pois
senão uma determinada forma de cura proma na m da s vi rtudes e do vemos os aviões fa zerem o mesmo no
que, s e não fosse rea l i za da , evi den- conhecimento. Em todas essas ações a r, e os barcos na á gua; é ques tã o de
temente fa ri a o i ndi víduo entra r recíprocas, porém, é preciso jogo de força s , coi s a rel a ti va mente
mes mo na morte. Es s a s cura s , poi s , obedecer os limites impostos pelo s i mples para quem conhece as l eis da
nã o s ã o ma i s es pa ntos a s ou ma i s Carma, pelas forças de mérito ou de na tureza e sabe jogar com elas, como
di fíceis que a cura de uma paralisia, demérito, acumuladas pelo Espírito e a contecia com Jesus. A respeito desse
de uma cegueira ou da lepra. Em todos pelas suas necessidades evolutivas, fa to, convém l embra r a opi ni ã o de
es ses casos houve, certamente, vá rios quer pela dor, quer pelo Ka rdec – que admite duas hi pótes es ,
fa tores em a çã o, s a l i enta ndo-s e, esclarecimento. Na rea lidade, dentro a mba s vi á vei s , exeqüívei s : “Jes us ,
evi dentemente, a vonta de de Jes us , do pl ano divino, todo mal terá um di a pos to que vi vo, pôde a parecer s obre a
a ci onando Seus i l i mi ta dos poderes , s eu fim, pois el e provém s empre da á gua, debaixo de uma forma ta ngível ,
a gi ndo ora pel o Seu própri o i gnorâ nci a ou da des obedi ênci a , enquanto o s eu corpo ca rna l es ta va
ma gnetismo, ora determinando a cura a mbas provi s óri a s ou temporá ri a s . em outro l uga r; é a hi pótes e ma i s
a s er feita pelas falanges espi ri tua i s prová vel; pode-se mesmo reconhecer,
a o Seu di s por. 8. A TRANSFIGURAÇÃO pel a na rra çã o, certos s i na i s
As s oci a ndo-s e todos os conhe- Ta mbém como “mi l a gres ”, já ca ra cterísticos das aparições ta ngíveis.
ci mentos rel a ti vos da s expl i ca ções el ucidados pelo Es piritis mo, temos a Por outra forma, o s eu corpo poderi a
precedentes , tem s e uma i déi a tra ns fi gura çã o do monte Ta bor e a s er s ustentado e o peso neutra l i za do
rel a ti va mente preci s a de como s e “res s urreição” ou apari çã o de Jes us pel a mes ma força fl uídi ca que
teri a m proces s a do es s a s cura s ; no em s eu corpo fl uídi co ou es pi ri tua l , ma ntém uma mes a no es pa ço, s em
â ma go do probl ema , contudo, nã o depoi s de ter s i do cruci fi ca do. ponto de a poio; o mesmo efei to tem
podemos ainda penetra r, poi s , s e o Apena s des eja mos l embra r que s i do, por diversas vezes, produzido em
pudés s emos , certa mente tería mos s empre es s es fa tos s e dera m em corpos huma nos ”.
entã o a ca pa ci da de de rea l i za r pres ença de discípulos ou a fei çoa dos
ta mbém ta i s prodígi os . Às vezes , a s i nceros da doutri na do Mes tre, os 10.JESUS ACALMA A
cura ti nha como fa tor pri nci pa l a qua i s funci ona ri a m entã o como TEMPESTADE
gra nde fé no Rabi e, entre essas cura s médi uns a fornecer o ectopl a s ma Qua nto à tempes ta de a ca l ma da ,
es tá a da mul her que s ofri a de necessário às a parições ta ngívei s ou l embra mos a pena s que uma
hemorragias; não s e tra ta a qui apenas vi s íveis a os noss os ol hos ma teri a i s . tempestade é movi mento de força s
de a uto-sugestão, de vaso-cons tri çã o Pa rti cularmente, porém, a creditamos fís i ca s , podendo-s e porta nto, pel o
emoti va , que por s i s ó, poderi a que Jesus , s e o qui s er, a pa recerá a menos teori ca mente, a dmi ti r que
determinar a cura, pois Jes us s enti u quem l he a prouver, s em ter ne- pos sam s er controladas pela vonta de
que s e ha vi a es ca pa do del e uma ces s i da de de ti ra r de a l guém os poderosa, poi s , a uma força e a um
virtude que, no caso, s eria força vi ta l el ementos neces s á ri os pa ra a Sua poder, se terá que opor uma força e
ou ma gnetismo suficiente pa ra fa zer ma terialização provisória; Ele, Senhor um poder ma i or, e a s força s
es tancar a hemorragia, qual remédi o que é da natureza, cujas l eis conhece des encadeadas nas tempestades s ã o,
poderos o; s e hoje s e es ta nca m de forma absoluta, pode ti ra r des s a vi a de regra , poderos a s . Pens a mos
hemorragias , à s vezes es peta cul a r- própri a natureza os elementos de que ta mbém que uma tempestade pos s a
mente, com os medicamentos materi- necessitar, pois o ectoplas ma que s e s er a calmada por um Cri sto, ma s que
a i s, muito mais s e poderá fa zer com as i rra dia fartamente, de certos médiuns, i s so s e faça só esporadicamente, poi s
força s imensas e incomparavel mente é produto da natureza, como o s ã o o es s es movi mentos ma i s vi ol entos
ma i s poderos a s do Es píri to (Na corpo fís i co e o corpo es pi ri tua l do vi s a m o reequilíbrio e a purificação da
hemorragia, por exempl o, uteri na s , própri o médi um. a tmosfera a bem dos própri os s eres
como o dessa mulher que duram anos Ta mbém já devi da mente el uci - vi ventes, impedindo a consecuçã o de
porque s ã o de pouco vol ume). da dos pelo espiritismo s ão a l ei tura ma l es mui to ma i ores que a quel es
do pensamento a qua lquer di stância, des encadea dos pel a s heca tombes .
7. CURA DOS POSSESSOS a vi s ão a través dos corpos opa cos , a Ka rdec a ssim se expres s a , a cerca
Qua nto à cura dos pos s es s os , vi s ã o à di s tâ nci a , a previ s ã o ou des se fato: “Nã o conhecemos a i nda
obs eda dos e a tua dos , i s s o é do premoniçã o, o que em nos s os di a s s ufi ci entemente os s egredos da
conheci mento corri quei ro dos es - dei xa de assumir a quel e a s pecto de na tureza para a fi rma r s e há ou nã o
píri tas. Es píritos mais fortes impõem prodígi o ou mi l a gre, em fa ce de i nteligências ocultas presidindo a ação
o a fa s ta mento de Es píri tos ma i s i dênti cos “mi l a gres ” da ci ênci a dos el ementos ; na hi pótes e da
fra cos , sem, contudo, correr o atuado moderna , ta i s como o rá di o, a a fi rmativa , o fenômeno em ques tã o
o ri s co de, não sabendo se vi giar, vi r a tel evi s ã o, o ra da r, a a vi a çã o, a poderia ser o resultado de um a to de
s er a ssediado e dominado novamente. des i ntegra çã o da ma téri a , etc. a utori da de s obre es s a s mes ma s

133
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

i nteligências e provaria um poder que realmente a Sua superioridade, foi de s ua própria redenção, revelando a
nã o é dado a nenhum homem exercer. a revolução que, com os Seus el a qual a vontade do Cri ador.
Em todo o ca s o, Jes us , dormi ndo ensinos, operou no mundo, apesar
tra nquilamente durante a tempestade, da exigüidade de seus meios de “Eu sou o caminho, a verdade, a
a testa uma segura nça que pode s er ação... Condena do a o s upl íci o vida; ninguém vai ao Pai senão por
expl i ca da pel o fa to de que o Seu res erva do a os cri mi nos os , morre
mim”.
Es píri to vi a que nã o ha vi a peri go i gnorado do mundo,pois que a história
a l gum e que o tempora l i a a ca l ma r- contemporânea cala-se a Seu respeito;
s e”. na da es creveu El e e, entreta nto, “Eu vi m bus ca r e s a l va r o que s e
a judado por alguns homens obs curos ha vi a perdi do” – “Mi s eri córdi a eu
quero e nã o s a cri fíci o”. – “Se vos
11. AS BODAS DE CANÁ como El e, a Sua palavra foi ba s ta nte
Temos a impressão de que s e trata pa ra regenera r o mundo. A Sua a ma rdes uns a os outros, s ereis verda -
de um fenômeno de rea l i za çã o doutri na ma tou o pa ga ni s mo po- dei ra mente meus di s cípul os ”. “Um
novo ma ndamento vos dei xo: - que
rel a tiva mente fá cil, pois todos nós não deros o, torna ndo-s e o fa cho da
conhecemos casos de mudança da cor ci vi l ização;tinha contra Si tudo quanto vos a meis uns aos outros, assim como
e da s propri eda des da á gua , a os pode fazer na ufragar os homens. Ei s eu vos tenho a mado.” – “Aquel e que
pers everar em minhas pala vra s a té o
nos sos olhos e em pleno di a , a pós a a ra zã o porque dizemos que o tri unfo
a çã o de uma s i mpl es prece ou pel a obtido pela Sua doutrina é o maior dos fi m, esse s erá verdadei ra mente meu
Seus milagres ao mes mo tempo que di s cípulo; ele conhecerá a verdade, e a
a posiçã o da s mã os de um médi um
curador? Poderia também o fenômeno tes temunha a Sua miss ã o di vi na . Se, verda de o torna rá l i vre.”
s er expl i ca do pel o tra ns porte de em vez de pri ncípi os s oci a i s e Nessa revivescência do cris-
es s ênci a s própri a s dos vi nhos , regeneradores, fundados s obre o fu- tianismo em pleno século XXI, não
tra ns porte esse feito pel os Es píri tos turo es pi ri tua l do homem, El e s ó nos esqueçamos das advertências do
des enca rna dos . ti ves se oferecido à posteridade alguns Mestre e procuremos o cristianismo
Quem tem ca pacidade de dissolver fa tos ma ravilhos os , ta l vez fos s e El e redivivo no Espiritismo como a
pri ncípi os medi ca mentos os , tra ns - hoje a pena s conheci do de nome”. grande fonte de verdades emancipa-
porta dos ou nã o, num reci pi ente O Mes tre cens urou a quel es que doras, e não como fonte de
contendo água, porque nã o poderi a a penas só segui a m com o i ntui to de “milagres”. Curemo-nos de nos s os
produzi r o vi nho? Se o pri mei ro ga nhar d’Ele o pão que ma ta a fome ma l es es pi ri tua i s , com Jes us , e nã o
fenômeno é repeti do qua s e que do corpo ou a cura de a lgum mal físico, teremos mais fome, doença s e vi ci s -
di a riamente no mei o es píri ta pel os a fi rmando-l hes , ca tegori ca mente, s i tudes de qualquer natureza , porque
des encarnados , porque nã o s eri a o que a Sua missão era bem outra, qual es taremos i ntegrados na Vonta de de
s egundo realizado por Jesus , Es píri to a de tra zer a humanidade o ca mi nho deus consciente, alegre e eternamente.
di vi no, todo perfei çã o de a mor e de
s a bedori a ?

12.A MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES


Vem, por fi m, a multipli ca çã o dos
pã es e dos pei xes . Di z o Eva ngel ho,
s egundo João: “Tomou, pois, Jesus os
pã es e, tendo dado gra ças, distribui u-
os a os que es ta va m a s s enta dos e,
a s sim mesmo dos pei xes , qua ntos
el es queri a m”.
O fa to de ter Jes us s ol i ci ta do os
pã es e peixes a sua pres ença , i ndi ca
que sobre eles e, provavelmente, sobre
o arcabouço fluídico deles, servindo de
modelo ou forma, Jesus condens ou a
ma téri a do mei o a mbi ente e da s
própri a s ci nco mi l pes s oa s a l i pre-
sentes, fazendo a multiplicação. Talvez
s eja esse um fenômeno simples , ma s
nã o pa ra nós , que es ta mos mui to
l onge de conhecer as l ei s que regem
ta l fenômeno.

13.O MAIOR DOS MILAGRES


Ao termi na r es ta a ul a , nã o
podemos es quecer es s a s pa l a vra s
s á bi a s de Ka rdec: “O maior dos
milagres que Jesus fez, atestando

134
INICIAÇÃO ESPÍRITA

36.
COSMOGONIA$ (I)

1. DEFINIÇÕES es s a ra zã o que os probl ema s da toma rmos conhecimento da existência,


Entre os probl ema s gera i s e Cos mogonia, da origem e do des ti no dentro do a l ca nce dos nos s os
comuns à religião e à filos ofi a ocupa do homem, ficaram pertencendo em tel escópios, de mais de 100 mi l hões
des ta ca do l uga r a concepçã o do comum à s rel i gi ões , onde es ta va m de ga l á xi a s .
uni verso, que envolve doi s a s pectos i ni cialmente, e à filosofia . Só depoi s Nes se espaço infinito, ao contrári o
bá s i cos : o ci entífi co e fi l os ófi co. O de um l ongo ca minho é que a filosofia do que muitos pens a m, a o i nvés da
pri mei ro ba s ea do na obs erva çã o dei xou de se a poiar em hipóteses,para des ordem e do a ca s o rei na uma
di reta, verifica a dinâmica dos mundos s e ba s ea r nos fa tos , em da dos uni dade de regência , uma ordem ta l
e a ha rmonia dos s eus movi mentos , ci enti fi ca mente es ta bel eci dos . que nos dá a compreender o gesto de
fa l a -nos da s s ua s ca ra cterís ti ca s Servi r de ponte, de el emento de Ca mi lle Flammarion que, cada vez que
fís i cas e químicas. O s egundo aspecto l i gação entre a ciência e a rel i gi ã o é, s e a proxi ma va do tel es cópi o e
es cl a rece-nos o como des s a s poi s , uma da s gra ndes funções do contempl a va es s a i nfi ni da de de
forma ções e o processo evol u- Es pi ri ti s mo. As s i m s endo, nã o mundos , curva va -s e em prece a o
ci oni s ta . podía mos dei xa r de i ncl ui r no Cri a dor de todas a s coi s a s , como s e
Entreta nto, ocorre que o es tudo progra ma da Escola de Aprendizes do es tivesse s enti ndo a quel a i déi a , s ó
da s concepções do uni vers o es ba rra Eva ngelho esse a ssunto de tã o grande ma i s tarde enunciada por um filós ofo
i nevi ta vel mente nos probl ema s i mportâ nci a , que s erá a borda do bra s ileiro, Farias Britto: “O Universo é
i ns olúveis de todas as fi l os ofi a s : os s egundo uma fusão harmoniosa entre Deus Pensando”.
da s caus a s pri mei ra s e da s ca us a s a ci ênci a e a rel i gi ã o. Os va l ores a ci ma i ndi ca dos
fi nais, isto é, probl ema s teol ógi cos . i nduzem-nos fa ta l mente a um reco-
Quem cri ou es s es mundos ? Pa ra 2. A TERRA E O SISTEMA SOLAR nhecimento da nos s a pequenez, da
que os cri ou: De que os cri ou? Ei s os O Si s tema Solar está compos to do nos s a i ns i gni fi câ nci a , di a nte da
gra ndes eni gma s da vi da – o da Sol , que é a estrel a que centra l i za o i mensurável gra ndeza da cri a çã o e,
origem e o do destino. s i stema, e dos s eguintes planetas, que cons eqüentemente, nos l eva a um
Contudo, o homem os i rá des - gi ra m em torno do mesmo: Mercúri o, profundo sentimento de respeito pelo
venda ndo à medi da que s e for Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, di vi no Autor.
a proxi mando daquele estado superior Ura no, Netuno e Pl utão. Existem ainda
no qual poderá repeti r “Eu e meu Pai cerca de 1.000 a s terói des ou 3. CONCEPÇÕES DO UNIVERSO
somos um”. Is to, entreta nto, nã o s e pl a netóides, que segundo s e s upõe, Es tuda ndo a s concepções do
obtém s em s a cri fíci os , poi s exi ge s ã o res tos de pl a neta s exti ntos , e Uni verso, desde a s época s remota s ,
conhecimentos das l eis universais que a l guns s a tél i tes . três s i s tema s fora m propos tos e
mos tra m a i nsignificância do homem Al a rgando um pouco os horizontes, di s cuti dos : heliocentrismo, geocen-
e a i nfi ni ta Sa bedori a Di vi na . concl uímos que a nossa família solar trismo e antropocentrismo.
Es te a s s unto foi denomi na do ocupa um l ugar i nsignificante no O heliocentrismo cons i dera o Sol
Cos mogonia. Tra ta-se de um vocá bulo i nfinito dos espaços interplanetários. como o centro do Uni vers o,
de forma ção grega , com ra i z cosmos Atra vés dos processos ci entíficos cons i dera ndo-s e o uni vers o s ol a r.
(mundo) e gonus (geração). Signi fi ca , modernos como, por exemplo, a O geocentrismo é um s i stema que
porta nto, cri a çã o ou ma nei ra de ra di oastronomia, tem-se chegado a cons idera a Terra como o centro do
s urgi mento dos mundos . cons tatações assombrosas. Verificou- Uni vers o.
Em era s remotas, a totalidade dos s e que nossa galáxia, a chamada Via- E fi na l mente, o antropocentrismo
conhecimentos humanos es ta va na s Láctea, é tã o extensa que, se que cons i dera o homem como o
mã os dos diri gentes rel i gi os os . Só pudéssemos vi ajar com a velocidade centro da Cri a çã o.
num período mais a va nça do da evo - da l uz, levaríamos mais de 120 mi l Nã o há concepção definitiva sobre
l uçã o s oci a l é que s e tra çou a a nos pa ra percorrê-la de uma a forma ção dos astros que existem no
s eparação, fi ca ndo a ci ênci a de um extremi dade a outra, e que existem na es paço i nfinito a não s er a da própri a
l a do e a rel i gi ã o do outro. Amba s , mes ma mais de 40 bi lhões de estrelas. i nfi ni da de.
entretanto, cultiva ram a filosofia.É por Ma i s estarrecidos, ficaremos a o Apes a r de pos s ui r a tua l mente

135
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

Com es s es conheci mentos , os


egípci os primitivos orga ni za ra m s ua
vi da na ci ona l s ob a ori enta çã o de
s a cerdotes de a l to mereci mento
i ni ciático, que impulsiona ra m o povo
pel o s eu des ti no hi s tóri co. Es s e
período pré-hi s tóri co que vem da
fundação fei ta por Mi s ra i n, evol ui u
a tra vés de s eus s uces s ores a té o
hi era rca Mena com a qua l ti vera m
i níci o a s di nastias que s e s ucederam
no tempo transformando o Egi to em
um gra nde i mpéri o.
Foi estabelecido para o povo ignaro
um pol iteísmo religioso no qua l
os a ni ma i s era m endeus a dos e
representava m forças da Na tureza e
deuses menores e um deus mai or, de
ca rá ter na ci ona l – Amon-Ra –
representado pel o Sol , cujo cul to s e
generalizou durante milênios, somente
s e a lterando no reinado de Amenhot
IV – Aquenaton – que tentou s uprimi -
l o e s ubsti tuí-l o pel o cul to de Aton.
Es s a muda nça durou poucos a nos ,
s omente enquanto viveu es s e fa ra ó.
Ma s existia também no Egi to uma
tri ndade Suprema de deuses constitu-
ída de Ís i s , Os íri s e Horus , e es s a
orga nização, de certa forma , promo-
veu uma redução do politeísmo gera l .
Pa ra os egípcios a cosmogoni a era
representada por Geb, a Terra – Nut, o
Céu – e Ra , o Sol .
C~miOO è O Sistema beãocênmœ. Pa ra el es o mundo procedi a do
ca os primordi a l , es péci e de ma s s a
l íquida e inerte, Nun, a qual gerou Ra ,
a pa relhagem potente que devassa os é de s upor que exi s tem nã o um, o Sol .
es pa ços a di s tâ nci a s i ncomen- s omente, mas vá rios universos, todos Ma s estas concepções popul a res
s urá veis, o desconhecimento perdura cons tituindo o portentoso pa nora ma nã o era m cul tua da s nos templ os
s obre a s origens do Universo encarado da cri a çã o di vi na e contendo a s fecha dos, onde sacerdotes dotados de
como um todo, conqua nto s e pens e huma ni da des i numerá vei s que os el evados conhecimentos es pi ri tua i s ,
que o universo que conhecemos es tá ha bi ta m, ca da qua l vi vendo s ua herda dos da Atl â nti da , cul tua va m o
em perma nente expa ns ã o. própri a vi da dentro da evolução geral , Deus úni co – Atma n, cri a dor e
O que s e pode, com boa s ra zões , s egundo o pens a mento e a vonta de mi s eri cordi os o, e uma hi era rqui a
conceber é que es s e uni vers o é s obera na de Deus . es pi ri tua l de a l ta expres s ã o.
forma do por nebulosa s , ma tri zes de Os egípci os a nti gos pos s uía m
mundos; galáxias, conglomera dos de 4. CONCEPÇÕES DO UNIVERSO conheci mentos a va nça dos de
a s tros , a os mi l hões , forma ndo ENTRE OS POVOS ma temática, de mecâ ni ca cel es te, e
s i stemas planetários, mais ou menos Veja mos a gora a s concepções do cons truíram portentosos monumentos
numeros os com s eus s a tél i tes ; e uni verso entre os diferentes povos da a té hoje existentes como, por exemplo,
a grupa mentos de a s tros menores Terra . a s pirâmides, das quais a s pri nci pa i s
denominados asteróides, tudo girando Egípcios s ã o a s de Kefren, Quéops e
em torno a um astro maior, di ri gente A na çã o egípci a foi funda da em Mi querinos, e Sancara e a Es fi nge do
cós mico do sistema; e todos gi ra ndo época pré-hi s tóri ca , por Mi s ra i n, Gi zé, todas nas proximidades da a tua l
no es pa ço em órbi ta s própri a s , des cendente di reto de emi gra dos ca pi ta l , Ca i ro, a l ém de i númera s e
ri gorosamente fixadas e i nva ri á vei s , a tl antes e conservou ness es tempos gi ga ntescas obras de a rte no va l e do
obedientes a l eis divi na s uni vers a i s os conheci mentos herda dos dos Ni l o. Como povo de ma i or cul tura e
que ma ntêm a regul a ri da de do ca pelinos que des cera m à terra em poderio material, o Egi to conqui s tou
funci onamento, dentre a s qua i s s e época s mui to remota s , como foi extensos territórios na África e na Ásia
des ta ca a de gra vi ta çã o. deta l ha do no Ca pítul o As Raças Menor, formando seu grande impéri o.
Como tudo nesse ca mpo é i nfinito Primitivas do progra ma desta Es cola. Qua nto a os povos ma i s conheci dos

136
INICIAÇÃO ESPÍRITA

pel o va lor histórico, como os hi ndus , Domi nada pel os muçul ma nos , a A Concepção Científica
os pers a s , os greco-roma nos e os Pérs i a sobreviveu com os pa rs i s que O s i stema de Ptol omeu, a dota do
judeus, veja mos como concebi a m a ha bitam a té hoje a região sudoeste da na a ntigüidade e a cei to pel o ca tol i -
forma çã o do mundo. Índi a . ci s mo romano e o protes ta nti s mo e
s egundo o qual a Terra é o centro do
Hindus Grécia e Itália Uni vers o, foi s upera do pel o de
Povo que s ofreu a i nfl uênci a Os conhecimentos gregos s ofreram Copérnico, astrônomo polonês que fez
a tl ante através de s obreviventes que, i nfl uênci a di reta e pri mi ti va dos uma revolução no campo de a s trono-
no norte da Europa des cera m pa ra o a tl antes emigrados e, mais ta rde, dos mi a , pa s s a ndo es ta do s i s tema
centro desta e daí se deslocaram para egípci os que, por s ua vez os geocêntrico para o hel i ocêntri co, no
o ori ente forma ndo a l i a s ra ízes da tra ns feriram a os romanos i nva s ores , qua l o s ol é o centro do s i s tema de
Qui nta Raça-Mãe, a qua l pertence a dos qua i s s e torna ra m i ns trutores pl a netas, determina a velocidade dos
ma i or parte da populaçã o do mundo rel i gi os os . di versos a s tros , ca da qua l com s eu
oci denta l . Ma nti nha m cul tos i ni ci á ti cos movi mento de rotação e de translação
Como em relação aos outros povos, fecha dos e uma mi tol ogi a popul a r do oci dente pa ra o ori enta , os
entre os hindus, da mesma forma , os ba s ta nte evi denci a da . pl a neta s dota dos de vel oci da des
conheci mentos ma i s i mporta ntes Admi tiam o Ca os Ini ci a l , do qua l di vers a s movendo-s e em órbi ta s
fora m s ubtra ídos à ma s s a i gna ra , na s ceu a Noi te e o Erebo, que é a el ípti ca s i ncl i na da s , em torno dos
fecha dos em templ os e es col a s de profundidade onde ha bi ta a Morte. qua is giram os s atél i tes , dota dos de
i ni ci a çã o, s endo da do a o povo um da obs curi da de da Morte na s ceu o movi mento de tra ns l a çã o como os
pol iteísmo ma i s ou menos a mpl o e Amor e com el e a ordem e a bel eza , pl a netas a que es tã o s ubordi na dos .
cons erva do a té hoje. que es pa nca ra m a s treva s e a Es s e s i s tema preva l eceu com o
Os hi ndus a nti gos ti nha m confus ã o. O Amor cri ou a Luz e de tempo e foi a poiado por Galileu e mais
conhecimentos astrológicos avançados tudo i ss o s urgi ra m a Terra -Mã e e o ta rde por Kepler, o qual demonstrou a
s endo os cri a dores do Zodía co; Céu-Pa i . Ini ci a l mente a Terra foi exa ti dão dos enunciados de Copérnico
pos suíam ta mbém uma Tri nda de de ha bitada por gigantes que provocavam e Ga l ileu, sendo o universo regido por
Deuses formada por Bra ma , Shi va e ca ta clismos e distúrbios na na tureza . rel a ções matemáticas e l ei s fís i ca s e
Vi s hnu. Pos s uía m conheci mentos Os deus es s e reuni ra m e fora m demons tra ndo que a s órbi ta s
a va nçados de física nuclear, admitiam mora r no Ol i mpo s ob a di reçã o de pl a netárias são elípticas, da s qua i s o
que força e ma téri a s ã o a s pectos Zeus , ou Júpiter, e es ta bel ecera m a Sol ocupa um dos focos .
di vers i fi ca dos da s ubs tâ nci a pré- ha rmoni a do mundo e a s força s Newton, Ka nt, La pl a ce e Ei ns tei n
cós mi ca . es pi ri tua i s que, s ob s ua s uprema nã o explicam a s ca us a s pri mei ra s e
di reção, proces s a m a evol uçã o dos úl ti ma s ; a ci ênci a foi evol ui ndo,
Persas mundos e dos s eres . el iminando erros, corrigindo conceitos
Cos mogonia s emelhante à do Egito e ma temá ti cos e ci entífi cos e,
e à da Índia. Ma nti nha m o cul to do Os Judeus a tua lmente, já a dmi te a eterni da de
Sol como centro do s i s tema Cons a gra m o Vel ho Tes ta mento dos movimentos da s nebul os a s e o
cos mogônico, à volta do qual gira va m como cul to na ci ona l . O movi mento i nfi ni to do s eu número e a nã o-
a s a tivi dades dos magos e sacerdotes . dos astros governa todo o cul to. Sã o exi s tênci a do a ca s o no uni vers o.
Sua religião é o masdeísmo que s e es ca s s os os ensinamentos Há uma semelhança muito gra nde
refere a l uta constante entre o Bem e cos mogônicos contidos no Ta l mude, entre o Ma crocosmo e o Microcosmo,
o Ma l , à l uz e à s trevas, o es píri to e à que é o corpo de s ua s l ei s ci vi s e ou s eja, entre o sistema solar universal
ma téri a . ca nôni ca s . e o el emento a tômico.

137
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

37.
COSMOGONIAS (11)

1. RECAPITULANDO pel os fatos i ndis cutívei s , expl i ca dos ci ências.


A Fi l os ofi a Es píri ta oferece a os por l eis naturais,; pela elimi na çã o do
homens a possibilidade de aliarem à s s obrenatura l , de vez que dentro da 2. A FILOSOFIA ESPÍRITA
ma i s a va nça da s conqui s ta s da s natureza nada poderá existir que esteja Em toda s a s rel i gi ões há uma
ci ênci a s e à s ma i s a mpl a s fora e a cima da própria natureza, nem a presentação simbólica das i déi a s de
genera l i za ções a que nos pos s a m s ubordi na do a o a ca s o. s eus profitentes sobre a gênes e dos
conduzir essas conqui s ta s , a certeza Como cons eqüênci a des tes mundos, isto é, há uma Cos mogoni a .
dos pontos fundamentais da doutrina pos tul a dos , tem-s e que: Nã o é a s s i m no Es pi ri ti s mo.
dos Es píri tos : VII − os fenômenos espíritas estão Nes te s enti do nã o cri ou o
I – a exi s tênci a de nos s a em todos os tempos , em toda s a s Es pi ritismo, uma Cos mogoni a . Deu-
i ndi vi dua l i da de espiritual, rel i giões e não podem permiti r que o nos , porém, Al l a n Ka rdec certa s
i ndestrutível e eterna, condicionada às Es pi ritismo seja tra nsformado em uma noções indispensáveis em O Livro dos
l eis gerais da evolução, a través de suas rel i gião, s egundo o conceito ci entífi co Espíritos, na 1ª Pa rte. Com efei to, o
reenca rna ções ; de rel i gi ã o, i s to é, de fenômeno Ca pítulo I é dedica do a Deus , Ca us a
II – a exi s tênci a de uma sociológico; ma s , Pri meira da Cri ação; O Ca pítulo II s ob
hi erarquia espiritual, estabelecida fora VIII - como fenômenos que s e o títul o de “Dos El ementos Gera i s do
e a ci ma de interesses pessoa i s ou de l i gam à evolução da indi vi dua l i da de Uni verso”, l imita o nos s o des ejo de
gra dua çã o por força de va l ores a tra vés de múltiplas reenca rna ções , conhecimento das origens à quilo que
s i mból i cos , ri tua i s e outros , ma s i s to é, a uma vi da a nteri or e a uma podemos i r conhecendo, à medi da
fi rma da exclusivamente nas mes ma s vi da pos t-mortem, a doutri na que a s ciências avançam e os Espíritos
l eis gerais da evolução, no que ta nge a ba rcando questões de bi ol ogi a , de progri dem. Esse ca pítulo é esplêndida
os va lores morais e ao conhecimento; fís i ca, de quími ca , de a na tomi a , de l i çã o de bom s ens o e um a ntídoto
III − a ma ni fes ta çã o progres s i va fi l os ofi a e de ps i col ogi a , na s s ua s contra o fa na ti s mo.
des s e mundo mora l , des s e pl a no múl tipla s s ubdi vi s ões ou nos s eus Nes te patamar do conhecimento a
es piritua l na vi da col eti va e s oci a l , va ri a dos a s pectos , a l ém da quel a s que chegamos , l eva ndo em conta o
a i nda em funçã o da s mes ma s l ei s ques tões teol ógi ca s , que dura nte que disse o Codifi ca dor e o que tem
gera i s da evol uçã o cós mi ca ; mui to tempo estiveram sob o domínio di to a lguns Espíritos sobre o a s s unto,
IV − a exi stênci a de Deus , ca us a da s religiões, da filosofia e da moral; e, podemos resumi r a s s i m a qui l o que
pri mei ra da cri a çã o, e nã o um s er fi na l mente, s eri a a Cos mogoni a Es píri ta .
pa rti dá ri o, excl us i vi s ta , vi nga ti vo, IX − des de que da quel es três Deus é espíri to, como di z Joã o, o
va i doso, acessível à adulação, carente a s pectos da vi da huma na , os ma i s eva ngel i s ta , Eterno, Oni potente e
do nos s o s a cri fíci o e do nos s o a bs orvíveis pelos nossos pobres ci nco Infi nito, tudo quanto existiu, existe ou
s ofri mento, incoerente, atrabili á ri o e s enti dos s ã o os que s e a cha m no exi s tirá em seu s eio, pois nada poderá
i njus to; s egui mento que va i do berço a o exi s ti r fora des s e s er i nfi ni to.
V − a exi stência de um s ubs tra to túmul o, a doutrina cuida, i gualmente, A ma téria é uma ema na çã o del e
comum a toda s a s rel i gi ões , da s ações humana s vi s ta s na s oci e- própri o, como ta mbém o é o es píri to
cons tituído de verdades que s ervem da de e, poi s , es tuda os probl ema s de toda s a s cri a tura s . Há uma
como va l ores norma ti vos pa ra a gera is da sociol ogi a , entre os qua i s i ndi vi dua l i za çã o da s cri a tura s no
evol ução espiritual, não pass a ndo a s es tã o a s a pl i ca ções ci entífi ca s , a mundo das formas – mesmo das mai s
exteri oridades das religiões de valores pol ítica, no bom sentido clás s i co, e a s uti s , como a s forma s es pi ri tua i s .
mui to relativos, de importância ta nto mora l . Nisto o Espiritismo científico se Es s as forma s es pi ri tua i s fa zem um
ma i s reduzi da e tra ns i tóri a qua nto l i ga às outras ci ências e reclama gene- movi mento descensional na energi a
ma i or for o progresso real i za do pel a ra l izações só feitas pela sua fi l os ofi a . pré-cós mi ca ou na s ubs tâ nci a
huma ni da de; Por a í pode ver-s e a mpl i dã o da nebul os a , ma teri a l i za ndo-a , e um
VI − a preva lência do Espi ri ti s mo Doutri na dos Es píri tos , a s ua fl e- movi mento a scens i ona l , a tra vés da
como uma fi l os ofi a es ta bel eci da xi bi l i da de nos deta l hes , pa ra a co- mes ma matéria, es pi ri tua l i za ndo-a ,
ci entificamente, isto é, “a posteriori”, moda r-se aos progressos gera i s da s s uti lizando-a e s e es pi ri tua l i za ndo.

138
INICIAÇÃO ESPÍRITA

Compreende-se que, assim, tenha Anti cri sto, que é uma fi gura s imbólica, mes ma moeda , i s to é, um mes mo
ha vi do s empre uma hi era rqui a já previ sta pelos gra ndes profeta s do s a l á ri o.
es piritual, determina da por a quel es Vel ho Tes ta mento e l a rga mente Por outra s pa l a vra s , tendes que
va l ores , cons eqüentes dos doi s es tuda da por Joã o, no Apoca l i ps e. a da ptar a apresentação dos princípios
movi mentos. Em conseqüência dis s o, basilares da Doutrina, à receptibilidade
em cons eqüência da ordem rei na nte 4. COSMOGONIA E RELIGIÃO dos i ndi víduos e dos grupos , tendo
no Uni vers o, é a dmi rá vel que ca da Aca ba mos de ver que, dentro da s porém, o má xi mo cui da do de nã o
mundo, como uma unidade cós mi ca , l i nha s gera i s da Doutri na dos a ba s ta rda r, nã o degra da r, nã o
es teja s ujei to a uma hi era rqui a Es píri tos , des a brocha um concei to cons purcar a codificação ka rdeci a na .
es piritual e a um supremo coma ndo. novo de Cos mogoni a , do mes mo Es ta a gra nde funçã o s oci a l do
Pa ra os Es píri ta s es s a s uprema pa sso que rena s ce o vel ho concei to Es pi ri ti s mo.
di reção no nosso planeta é de Jes us profundo e es pi ri tua l de rel i gi ã o. Por i s s o os Espíritos do Senhor, que
Cristo. Isto, porém, não quer dizer que Ol ha ndo um e outro de um ponto ti vera m a nobre missão de i ns pi ra r e
el e s eja Deus – mas a mais alta de vi s ta ma i s a l to, que permi te a s sistir o Codificador, ti veram a estrita
expressão de Deus na Terra. Pa ra pers pecti va s ma i s a mpl a s , o Es - preocupação de deixar a Doutrina fora
os Es píritas, os mundos são di ri gi dos pi ri ti s mo vê hoje no mundo repre- e a ci ma de qua l quer rel i gi ã o
por outra s tantas hierarquias e, poi s , s enta ntes de toda s a s eta pa s da dogmá ti ca , porque nes te fi m de
es s a s força s hi era rqui za da s é que evol ução huma na , por i s s o mes mo época ca da uma delas a i nda tem um
teri a m a gido e continuam a a gir como s i tuados dentro das faixas estreitas do pa pel no panorama s ocial: o de servir
ca us a mediata ou agentes da cri a çã o. dogma tismo, das exteri ori da des , do a el ementos es pi ri tua l mente ma i s
Por outra s pa l a vra s , os Es píri tos de l i mi ta do de s ua s percepções . moros os de todos os grupos e
toda s a s cl a s s es , cons ci ente ou É s eu dever oferecer a quel a s s ubgrupos em que s e di vi de o
i nconscientemente, é que teriam s ido pers pectivas de s ua doutrina a todas pensamento religioso da humanidade.
os model a dores da vi da na s ua a s cri aturas; mas não as poderá reunir
i nfi ni da de de a s pectos . numa mesma acuidade espiritual. Não 5. O PENSAMENTO KARDECIANO
Os a nti gos i ni ci a dos bem o é fá ci l es te tra ba l ho. Requer mui to O pensamento kardeciano deve
s a biam. Tanto que a grande pirâ mi de estudo e muito espírito de serviço, que servir-nos como uma alta e nobre
de Quéops , cons truída cerca de 290 es tamos a prendendo nesta a l tura do disciplina. Já não há limites territoriais
a nos a ntes de nos s a era , é um nos s o curs o. a di l a ta r, nem preci os a s gema s a
monumento a Jes us Cri s to, à s ua Como vemos , a huma ni da de des cobrir e depor no col o na fronte
doutri na e aos efeitos que es ta teri a i ntei ra es tá repres enta ndo os orgul hosa de rei s , de pri nces a s , de
s obre a cha ma da era a dâ mi ca , que tra ba l ha dores da s vá ri a s hora s , nos sas esposas e filhas. Nossa ta refa
deve encerra r-s e, pa ra da r l uga r à da quela parábola de Jes us Cri s to, de é a de alargar, indefinidamente, o reino
Ci vi l i za çã o do tercei ro Mi l êni o, que nos fala Ma teus no Ca pítul o 10. do Es pírito e de conquistar a s jóias da
es tabelecida s obre bas es rea l mente Nós i remos repres enta r o dono da vi rtude, através do conhecimento e da
cri s tã s , i s to é, s obre a Verda de. vi nha que alugou os tra ba l ha dores . a pl icação da Verdade, a plicando esses
Por i s to tudo o verdadeiro espíri ta El es i rão fazer um trabalho convos co, conhecimentos no servi ço do bem aos
nã o s e pode s ubtrair a o i mperativo do pa ra receber, a o fi m do di a , o s eu nos sos s emel ha ntes , cumpri ndo os
conheci mento da Verda de, que é s a l á ri o. Lembremo-nos de que, ens inamentos de Jesus quando di s s e
condi ção i ndi s pens á vel pa ra a s ua conforme a parábol a , a des pei to da que pelo amor que tivermos uns pelos
s a l va çã o, i s to é, pa ra a quel e variação do tempo de serviço, cada um outros prova remos que s omos s eus
movi mento a s cens i ona l . recebeu a mes ma i mportância, a di s cípul os .

3. O FIM DOS TEMPOS


Ana l isemos os efeitos diretos sobre
o nos so mundo, e indiretamente, nos
mundos mais próxi mos de nós , da s
tremendas explosões produzidas pelos
ca nhoneios das últimas guerras e da s
expl osões a tômi ca s . Es tá o homem
perturba ndo o ri tmo gera l da vi da ,
porque desencadeia energi a s de um
terrível poder e de i ncontrol á vei s
cons eqüênci a s s obre a fa ce do
pl a neta. e como os efeitos imedi a tos
des sa energi a s ã o o s ofri mento e a
des trui çã o, é bem de ver que de-
fronta mos coisas contrá ri a s à l ei de
Deus, à Providência, à Harmonia e a o
Amor, que s ão expressões do própri o
Deus. Defrontamos a manifestação do
Manifestação do Anticristo

139
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

38.
SÍNTESE

I DEFINIÇÕES – DIVISÃO
Com es ta aul a enceta mos hoje o
es tudo dos s eres .
Ser, conforme a s i gni fi ca çã o
etmol ógica – do l atim “sedere” – quer
di zer tudo que vi ve, tudo que exi s te,
tudo a quil o que é, que fa z pa rte da
Cri a çã o, da Na tureza .
Do ponto de vi s ta es pi ri tua l ,
entretanto, melhor definição seria esta:
s er é o ente sensível, que pos s ui vida
própria, permanente, individualizada.
A pri meira definição, a da ci ênci a ,
representa uma s i tua çã o de ordem
gera l, um estado de exis ti r, a o pa s s o
que a s egunda s e refere à exi s tênci a
de um ente i ndividua l , i ntel i gente e
l i vre, que evol ui por s i mes mo: o
Es píri to, enfi m.
Porém, como devemos nos a ter à
concei tua çã o ci entífi ca , a dota mos
a qui a primeira destas duas definições
da ndo como Ser tudo a qui l o que
exi s te na Na tureza, s eja m a s forma s
ma teri a i s a dvi nda s de i númera s
tra ns formações da s ubstância fluídi ca
fundamental, seja a própri a môna da
es pi ri tua l .
Ol ha ndo o mundo que nos rodei a ,
vemos logo que á enormes diferença s
entre a s diversas mani fes ta ções dos
s eres em gera l . Uns s ã o i nertes ,
i móvei s , i mpa s s ívei s , como por
exempl o os mi nera i s ; outros s ã o
a pa rentemente i móvei s , ma s nã o
i nertes , e pa s s a m por di ferentes
modi fi ca ções de a s pecto e de
es trutura, como os vegetais; e outros ,
fi nalmente se movem por s i mes mos ,
têm ges tos e a ti tudes , a ti vi da de
própri a e caracterís ti ca s i ndi vi dua i s
bem defi ni da s , como os a ni ma i s ,
i ncl us i ve o homem.
Es te fa to deu ma rgem a que s e
cl a s s i fi ca s s em os s eres em dua s
gra ndes di vi s ões , a s a ber: os
animados e os inanimados. Os

140
INICIAÇÃO ESPÍRITA

pri mei ros s ã o os que vêm do ema nação divi na, tra ns forma -s e em l i mi ta dos e fa nta s i os os os conhe-
protopl a s ma orgâ ni co, pos s uem a l ma vi vente quando s e organiza para ci mentos que pos s uía m s obre a
exi s tência organizada, sensibilidade e vi ver no mundo físico, seja qua l for a Cri a çã o.
movi mento, i ndi vi dua l i da de e vi da forma de que s e uti l i ze em da do Tha l es de Mi l eto di zi a que tudo
própri a; são os que possuem a l ma – momento ou ci rcuns tâ nci a . vi nha da á gua . Pa ra outros s á bi os
do l a tim “a nima” – i ntegra da nel es , E o que quer di zer orga nizar-se gregos o a r é que era o pri ncípi o da
como s ucede com os a ni ma i s e o pa ra vi ver no mundo físico? Cri a çã o. Herá cl i to a fi rma va que a
homem, conqua nto de ma i or ou Si gnifica: ori gem do mundo era o fogo.
menor consciência própria, segundo o a) reves ti r-s e de ma téri a ; Pi tá goras não a dmitia a matéria ou
grupo e a s condições de vi da que l hes b) uti l izar-se de órgãos a propriados a energia, mas uni ca mente a forma ,
s eja m própri a s . à s a tividades que deva des envol ver que dependi a de números ; es tes
E os s egundos, os i nanimados, s ã o nos a mbi entes onde va i evol ui r. pos s uía m uma força es peci a l , uma
os s eres i ns ens ívei s , s em vi da Is to, como s e s a be, va ri a ha rmonia especi a l , que gera va m a s
orga nizada, nos quais não s e distingue enormemente, s egundo a esfera ou o forma s corres pondentes .
a pres ença da alma, que nel es nã o é pl a no em que a a l ma deva exercer Pa ra Pl a tão, discípulo de Sócrates,
reconhecida , como nos vegeta i s ou es s a s a ti vi da des . a a l ma era tudo e o corpo uma mera
es tá s implesmente adstrita, como nos Pa ra este nosso pl a neta – que é pri s ão, enquanto que para Aristóteles
mi nera i s . um pl a no bem i nferi or – e pa ra a os corpos fís i cos é que era m a
época evolutiva que estamos vi vendo rea l i da de, e corres pondi a m a uma
– ta mbém ba s ta nte a tra s a da – a es s ênci a própri a .
Ma s a i nda s e nota m outra s orga nização que a a l ma toma é es ta O uni verso, para Pl atão, era , em
di ferenças: Os s eres animados não são que conhecemos nos homens , s i mesmo, um s er vi vo, a ni ma do por
i gualmente dotados do ponto de vista a ni ma i s e vegeta i s , a s a ber: um uma a lma universal , concepçã o es ta
ps íqui co, vi s to que uns pos s uem a rca bouço fís i co, gera l mente es posada mai s ta rde, já nos nos s os
cons ci ênci a própri a , a gem com recoberto de s ubstâ nci a orgâ ni ca , e, di a s , por Swedenborg, um dos
i nteligência, maior ou menor segundo pa ra a ma i ori a dos a ni ma i s , precurs ores do Es pi ri ti s mo – o qua l
a cl a sse a que pertença m, a o pa s s o denomi na da ca rne e órgã os de di zia que o mundo era um s er vi vo e
que outros são incons ci entes , a gem s enti dos fís i cos pa ra a s rel a ções ti nha a forma de um homem.
por i ns ti nto, como s ucede com os s oci ais e integração no meio ambiente, Ma i s ta rde, Demócri to de Abdera
a ni mais inferiores (insetos , a nfíbi os , a l ém dos órgãos psíquicos, situados no expl icou que o homem era compos to
pei xes , a ves e a ma i ori a dos peri spírito, destinados às relações com de á tomos e que a s di ferença s
ma míferos ). os pl a nos i ma teri a i s . exi s tentes entre as diversas es péci es
Por i s s o, fora m el es nova mente Ei s , pois , o que é a a l ma vi vente de s eres vinha da di ferença entre os
cl a ssificados em seres cons ci entes e nes te nos s o pl a no: uma pa rtícul a á tomos que os compunha m, teori a
i ns ti nti vos , ou mel hor di zendo, di vi na emanada de deus , dota da de es ta que foi s egui da por Lucréci o, já
ra ci ona i s e i rra ci ona i s . poderes potenci a i s , s ubmergi da na depoi s de Cri s to.
ma téria e organizada para nela evoluir. Pa ra os hindus, em s ua ma i ori a ,
s ó existe uma alma univers a l , um s er
A Gênese de Moi s és , conta ndo a bs ol uto, s endo tudo o ma i s mera
como os seres fora m cri a dos , di z: “E Os s eres vi vos, a s alma s vi ventes , a pa rência, pura ilusão, havendo entre
di s s e Dei s : produza a Terra a l ma s a s mônadas luminosas, emana da s do el es os sankias que dizem que nã o há
vi ventes, gado e répteis e bestas feras, foco uni vers a l que é Deus nã o s ã o, Deus, mas sim, um conjunto i nfi ni to
conforme a sua espécie”. E quanto a o poi s, como ensina a teologia ca tól i ca , de a l mas que forma o uni vers o. E há
homem, acrescenta que este foi criado a l mas criadas no a to sexua l huma no, outra s concepções .
à s ua i ma gem e s emel ha nça . nem ta mpouco o produto da atividade Ma s . do ponto de vi sta ma terial, as
Porta nto, s egundo a Gênese, almas cerebral dos homens e dos a ni ma i s ; coi s as começaram a se firmar qua ndo
vi ventes são os animais e os homens , nem a i nda frutos da gera çã o foi des coberto o mi cros cópi o,
i s to é, os s eres de vi da orgâ ni ca , com es pontâ nea como o querem, permi ti ndo o exa me di reto de uma
excl usão dos vegetais e dos minera i s ; a bs urdamente, os materialistas ; ma s , i nfinidade de seres vi vos i nvi s ívei s a
porém, hoje nós s a bemos , com os i s so s im, s eres s agrados, divi nos , que ol ho nu e que só entã o pudera m s er
conhecimentos ma i s des envol vi dos i nvol uem de Deus pa ra a ma téri a e cl a s s i fi ca dos em vá ri a s fa míl i a s
que vi eram depoi s , que ta mbém os vol ta m da ma téri a pa ra Deus , di ferentes .
vegeta i s podem s er i ncl uídos na evol ui ndo, na eterni da de. Foi Ca rl os Li neus , em 1778, que
ca tegoria de s eres dota dos de a l ma . fundou o s i s tema moderno de
O termo “cri a do à i ma gem e III CONCEPÇÕES ANTIGAS cl a ssificação dos s eres vi vos, segundo
s emelhança de Deus”, ta nto s e refere Ma s a ntes de entra r ma i s a s formas que apresentava m, o modo
a o fa to do homem s er uma enti da de di retamente no estudo dos seres e das de reproduzi r-s e e outros ca ra c-
es piritual, emanada de Deus, como da forma s , convém fa zer um exa me terís ti cos .
mes ma essência es pi ri tua l de Deus . rá pi do do modo porque s e chegou Cuvi er, em s egui da , fez a
hoje à s concepções que s e pos s uem cl a ssificação s egundo a anatomi a dos
II A ALMA s obre os s eres e a s forma s . s eres e Da rwi n, ma i s ta rde
O s er eterno, a mônada espiritual, Na a nti guidade eram mui to a cres centou o conhecimento de que

141
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

os s eres s e reproduzi a m uns dos nã o há mui to tempo que Ha rwey Deus é a a l ma de tudo, es tá no
outros , modificando-se a s i mes mos des cobriu a ci rculaçã o do s a ngue; e, centro de tudo e tudo atrai e repele em
s egundo as necessida des da própri a qua nto à respiração, cus tou mui to a s i mes mo. E como Deus é puro
vi da . Es ta é a teori a a cei ta . s e compreender o papel dos pulmões es pírito, a cri ação não exi s ti ndo fora
Sempre, no es tudo dos s eres , no processo da oxi da çã o do s a ngue del e, s egue-s e que a cri a çã o é
predomi na ra m as concepções pel o oxigênio, descoberta esta que s e espiritual e não material, sendo a parte
ma teri a l i s ta s , nunca s e fa zendo deve a La voi s i er. ma teri a l vi s ível , puro refl exo da
es tudos a res pei to da s a l ma s em s i Hoje s e sabe que nos orga ni s mos es sência espiritual, no plano rel a ti vo.
mes ma s , tra ba l ho pri va ti vo de a ni mais o sangue é a s eiva que conduz Como nã o pode haver na da fora
doutri na s es pi ri tua l i s ta s , que o a vi da ; o cora çã o, a bomba que de Deus e na da é ma teri a l como o
Es pi ritismo veio a gora, nos nossos dias, empurra o s a ngue e que os va s os vemos com os olhos físicos, os antigos
revel a r de forma deta l ha da . pos suem ca pacidade de di l a ta çã o e ti nha m o concei to de que s omos
Des ca rtes , por exempl o, um dos retra çã o de forma a ga ra nti rem a uni camente um pensamento de Deus
homens ma i s s á bi os dos s écul os ci rcul açã o a té a peri feri a do corpo, que, no plano a bsoluto, não pass a de
recém-passados, dizia que os a nima i s ma ntendo o ca lor necessário à vi da . um pens a mento rá pi do ma s , no
era m a utôma tos , s em a l ma , e E que o s i s tema nervos o a ge rel a tivo, dura tempos i ndefinidos, du-
s omente o homem di s punha de um produzindo todos estes movi mentos , ra nte os quais se processa a evoluçã o.
Es píri to. de forma que s empre vegeta ti va ; Deus, pensando, cri a, e as cri ações
Pel o a nimismo de Stha l a a l ma é que a proteçã o do corpo é fei ta por s e s ucedem i ninterrupta mente, com
que governava tudo e pela teoria dos germes do próprio corpo, bem como i ntervalos de repouso que os hi ndus
vi ta listas havia nos corpos uma força por s ubs tâ nci a s s ecreta da s por cha ma m de noite de brama e de
es pecial e única que lhes dava todas as gl â ndulas de di ferentes es péci es e a ti vi dade que eles cha ma m de dia de
a ti vi dades. Este vi talismo é que ma i s fi na l i da des . brama, termos es tes que dã o bem
ta rde s e transformou no materialismo E, por fi m, a ciência descobri u que i déia do fenômeno mental da cri a çã o
ofi ci a l . exi s te perfeita interdependência vi ta l nos s eus momentos de s er e nã o s er,
Ma s o mi cros cópi o é que a ca bou entre todos os s eres dos di ferentes a ti vi dade e paus a , s egundo a l ei do
com toda s es ta s es pecul a ções rei nos e que todos os s eres vi vos ri tmo.
mos tra ndo que os s eres s e dependem das plantas, por intermédio Nos períodos de repous o há
reproduziam pela suão dos sexos e por da s qua i s a bs orvem os el ementos s omente s i l ênci o e es curi dã o; é o
i ntervençã o de um germe vi vo de neces s á ri os à s ua cons ti tui çã o e período de caos a que se refere a Bíblia
reprodução, chamado espermatozóide, ma nutençã o fís i ca . e que perdura até que volte o momento
bem como mos tra ndo o modo de Fei ta es ta l i gei ra a ná l i s e da cri a dor, tra zendo novos e i numeráveis
reprodução das plantas, cuja ba s e é a s i tuação anterior referente aos s eres , s eres, em acréscimo às humanida des
mes ma . va mos agora entrar mais diretamente que ha bi ta m os uni vers os .
Ca mera rius mostrou que o pólen é no s eu conheci mento s egundo os A cri a çã o di vi na e cons ci ente,
o el emento da reprodução das plantas. concei tos espiritualistas que são, aliás, del i bera da e s e rege por l ei s
Sprengel veio em s eguida e mostrou a os ma is i nteressantes e verda dei ros . previ a mente es ta bel eci da s pel o
a çã o dos pássa ros nes s e proces s o e própri o Cri ador. Sendo, pois, todas a s
qua ndo s e des cobri u que ha vi a um IV A CRIAÇÃO – INVOLUÇÃO coi s as simples pensamentos de Deus ,
tubo vi ra do para baixo, na direção dos - EVOLUÇÃO – PLANOS DE entã o poderemos agora compreender
óvul os das plantas pel o qua l o pól en MANIFESTAÇÃO o i nfi nito já que nós também, feitos à
des ce, então s e compreendeu que nas Pa ra entender a cri a çã o, em s i s ua imagem e s emelhança, conforme
pl a ntas também se da va a fus ã o dos mes ma , é preci s o pa rti r do di z a Bíbl i a , podemos cri a r cons -
el ementos ma s cul i no e femi ni no pres suposto de que no Universo tudo tantemente e sem limites, com a nossa
s endo a fecunda çã o a ná l ogo à dos é mente, o uni vers o é menta l no mente, conquanto em esca l a ínfi ma ,
a ni ma i s . s entido de que os s eres criados vi vem no pl a no em que vi vemos .
As s i m, poi s , os s eres s e e s e movem como pens a mentos A cri a çã o, pos to que s eja uma
reproduzem pelo sexo, tanto no reino di vi nos pl a s ma dos nos mundos ma nifestaçã o que s e exteri ori za no
a ni mal como no vegetal e s uas formas fenomena i s . pl a no fís i co, contudo es tá s empre
s e a puram e modi fi ca m s egundo a s Em pri ncípi o, Deus pode s er conti da em Deus, como já di s s emos ,
neces s i da des da própri a vi da . cons i dera do como uma mente que porque el e a bra nge tudo.
vi ve, i nfi ni ta e uni vers a l . Os s eres s ão pulverizações de luz,
Todo o cos mo é cri ação mental de que vã o surgindo do turbilhão da
Os es tudos da s forma s huma na s Deus, s ujei to à s l ei s preexi s tentes , mente cri adora e i mediatamente são
começa ra m mui to cedo, porém, determi na da s por el e própri o. l a nçados a o exterior, como pen-
ti nham no i nicio o caráter de ma gi a e Deus é a bsoluto e tudo vi ve nel e, s a mentos divinos, atraindo a si,
foi Leonardo da Vi nci o pri mei ro que na da podendo existir fora dele porque a utomaticamente, o fl uído cósmico
es tudou a a natomia do corpo humano, nes te caso ele estaria di vi di do e nã o uni versal, plasmável, do qual s e
s egui do por Ves a l i us . s eri a a bs ol uto, s e exi s ti s s e a l gum reves tem para ga nhar forma e poder
Anti gamente s e pens a va que a s poder fora del e, ta mbém cri a ndo ca i r no vórtice irresistível da involução.
a rtéri a s conti nha m s omente a r e o mundos, haveria mai s de um deus e Toma da por es se vórti ce, a
s a ngue só existia na s vei a s , porém, nenhum deles s eri a deus a bs ol uto. pequena chama, a mônada l uminosa,

142
INICIAÇÃO ESPÍRITA

já envolvida por matéria fl uídi ca , va i era um princípio meramente espiritual Plano da matéria C – Éter –
mergul ha ndo, ca i ndo, a tra vés da s que, em s egui da , i nvol ui u pa ra os el emento de tra nsição entre a matéria
di ferentes esferas e pl a nos e, s endo pl a nos de energi a e de ma téri a , e a energi a .
envol vida ca da vez em fl uídos ma i s compl etando o ciclo na ondulaçã o de
pes ados, perdendo s ua luminosi da de vol ta de matéria para energi a e pa ra
até o ponto em que, cessado o impulso es píri to.
da queda, cessa a aspiração do vórti ce As s im passa a mônada por toda s Plano da energia A – ca l or, l uz,
e chega el a a o má xi mo da a s experiências da descida e da subida ra i os do es pectro (i nfra e ul tra ).
condensação exterior, ponto este que, da es pi ra l s i mból i ca . Plano da energia B – Ra i os X e
pa ra o nosso mundo, s e dá no rei no A pri meira ondulação cri a dora – a Ra i os Ga ma .
mi nera l . da descida ou da queda – no ca mpo Planos espirituais – Força s
Da í ela é tomada por outro vórtice, da s ubs tâ nci a corres ponde à s
mentais, forças aními ca s , força s dos
em s entido oposto, de s ubida, e inici a s egui ntes eta pa s : cri a çã o, tra ns -
a fa s e de evolução, s ubi ndo ta mbém forma ção em energi a , condens a çã o pl a nos s uperi ores , força s di vi na s .
a tra vés das esferas e planos e, a s s i m, da s nebulosas, formação dos sistemas
como na des ci da mergul hou l en- s i derais a té a condens a çã o má xi ma ,
ta mente na s treva s da ma téri a , va i s egundo o plano da queda, formando-
a gora , em sentido oposto, voltando às s e a ssim todos os hábitats nos qua i s Convém a gora definir o que é o
regi ões de l uz; e tendo des ci do va i a môna da s ofrer experi ênci a s . Plano.
i ncons ci entemente, va i s ubi r des - E no ca mpo da môna da corres - Plano nã o é um l uga r ou uma
perta ndo uma cons ci ênci a própri a , pondem: cri ação (pensamento), exte - di mensã o, ma s s i m, um es ta do ou
ca da vez ma i s a mpl a e perfei ta ; uma condi çã o de ma ni fes ta çã o de
ri ori za çã o como energi a (cha ma ),
des ceu como uma s i mpl es cha ma envol vimento pela substância funda - coi s a s ou s eres , ca ra cteri za do por
ma s , a gora, s ubirá como uma a l ma . mental, rebaixamento vi bratório desta determi na do teor vi bra tóri o. O
Va i a gora s er pos ta nova mente a a té o rei no mi nera l . coefi ciente vi bratório de determinado
bri l har; exteriorizada em deus no a to A s egunda ondulação – a de vol ta es tado ou condição coletiva de coisa s
da cri a çã o, va i s er nova mente − corres ponde: ou s eres , é que forma o Plano.
exteri orizada agora, por si mesma, no No pl a no em que vi vemos a qui na
Para a substância: tra ns forma çã o
es forço i menso e penoso de rel i ga r- da ma téri a bruta em ra di a nte, Terra , por exemplo, há três dimensões
s e a Deus , tra ns forma ndo-s e de tra ns formação nos diferentes ra i os e pa ra todas a s coi s a s : compri mento,
s i mples chama potencial inconsciente a l tura e l a rgura e todos os
vi bra ções dos pl a nos que l eva m à
que era no princípio, em um indivíduo energi a , à es fera menta l e à do entendimentos são feitos nes ta ba s e
orga ni za do, i ntel i gente, chei o de es píri to. porque esta é a vi bração do pl a no, o
bondade e de sabedori a . As s i m uma coefi ci ente de toda s a s vi bra ções
Para a mônada: pa s s a gem do
s i mples chama se tra ns forma em um ca mpo da matéria inorgâ ni ca pa ra a pa rti cul a res do pl a no.
s er di vi no. orgâ nica; entrada nas origens da vi da Porém, no plano i medi a ta mente
A i mens i da de do a mor do Pa i a ci ma deste, há quatro di mens ões e
cel ul a r, conqui s ta do i ns ti nto, da
cel estial de tudo à mônada luminos a : i ntuição inconsciente, do ra ciocínio, da ha verá outra s ma i s porque o
vi da própri a , i morta l i da de, pos s i - cons ciência, e da intuição cons ci ente coefi ciente vi bratório nesses planos é
bi l idade de voltar à fonte de ori gem, ou s upercons ci ênci a . di ferente, ha vendo na s môna da s
l i berdade para escolher seus própri os órgã os ca pa zes de perceber ta i s
ca mi nhos e a eternidade como pra zo. di ferença s , mormente na es fera
A i nvolução é a grande ondul a çã o Plano da matéria A – s ól i dos , cons ci enci a l .
de queda do espírito para a energi a e Va mos a gora a compa nha r a
l íqui dos e ga s os os
des ta para a matéria; de fato a chama môna da a través de todos estes planos
Plano da matéria B – ma téri a nos reinos mineral, vegetal, a ni ma l e
i ni ci a l nã o era um s er, ma s uma
ra di a nte. homi na l .
s i mples manifestação da mente divina:

143
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

39.
A EVOLUÇÃO NOS DIFERENTES REINOS

1. NO REINO MINERAL uma certa organização nas diferentes mi nerais são consideradas i ndi víduos
Em nos s o pl a no, como já di s s e- fa mílias classifica da s pel a geol ogi a . por s i mes ma s .
mos , a i nvol uçã o ces s a no rei no Os cri s tais s ão unida des quími ca s Qua ndo os á tomos que s e
mi nera l e a í a môna da i ni ci a o col eti va s , pos s ui ndo um míni mo já a grupam são da mesma na tureza , no
movi mento de vol ta; como é na tura l , bem a preciável de ps i qui s mo. Como mes mo número e obedecem à mesma
começa pelas experiências ps íqui ca s expres s i va mente di z A Grande di s pos i çã o, gera l os corpos
menores, tra nsitando de uma fa míl i a Síntese: “os cri s ta i s s ã o s oci eda des cha mados simples, e quando isto nã o
mi nera l pa ra outra , do gra ni to a o mol ecul a res , verda dei ros povos ocorre temos os corpos compos tos .
urâ nio e similares , pontos em que a orga nizados e regidos por um princípio A cri s talização dos mi nera i s pode
ma téria começa a tra nsforma r-s e em de ori enta çã o ma tema ti ca mente ser brusca ou normal; no primeiro caso
energi a . preci so, na qual es tá ma ni fes ta do o temos o es ta do a morfo (s em forma
Nes te rei no a orga ni za çã o da di to ps i qui s mo”. própri a) e, no s egundo, o cri s ta l i no
môna da é a mais rudimentar possível, Rea lmente, o movimento vi bratório (com forma própri a e regul a r).
l i mitando-se à existência de s i mpl es cel ul a r des tes s eres l eva pa ra a Qua ndo a s moléculas s e a grupam
fi l amentos fluídicos que lhe s ervem de cri s talização, em formas e desenhos os em pl anos paralelos, num mesmo
a ntenas e que lhe levam, no sono frio ma i s caprichos os e perfei tos , o que s entido, forma-se a clivagem, que é a
e profundo em que está mergulha da , demonstra um maravilhoso s ens o de ca pa cidade que tem o mi neral de se
a s i mpres s ões , qua s e que i na - mel odi a , ordem e s i metri a . fender em lâminas perfeitas, à simples
preci áveis, do mundo exteri or, como Veja mos agora, como se formam os ba ti da de um instrumento apropriado.
s eja m: di l a ta ções e retra ções cri s ta i s . Na cri s talização, os seres mi nera i s
mol ecul a res , por muda nça s de Os l íqui dos , condens a ndo-s e, s e formam por encostamento (atração,
temperatura; passagem de ondas, luz, solidificam-se nas formas minerais. Na a fi ni da de) e por penetra çã o ou
s om; tumul tos da des a grega çã o, forma ção do Gl obo os mi nerais, com entrecruzamento; nestes dois úl ti mos
mol ecul a r por efei to de oxi da ções , o res friamento que se deu, fora m s e ca s os o conjunto s empre evolui para
ruptura s , etc. condensando e superpondo, formando a forma ção de ti pos ma i s perfei tos .
Ads tri ta a es te rei no, a môna da ca ma das e depósitos que receberam Os s eres mi nera i s ta mbém s e
começa a educar a s ens i bi l i da de no a s s eguintes classifica ções : 1) rocha s podem cl a s s i fi ca r pel a dureza ,
ca mpo íntimo, até quando esse há bi - funda menta i s (s ã o a s pedra s em densidade, cor, bri lho, s a bor, chei ro,
ta t l he fornece experi ênci a s a pro- gera l); 2) ja zidas minerais; 3) mi nerais etc.
vei tá veis. Nel e perma nece como s e metá licos; 4) combustívei s mi nera i s . Sã o s ensíveis ao ca l or, a o fri o, a o
es tivesse s ubmers a em um ocea no Exi s tem para mais de 3 mi l espécies a tri to e, em presença uns dos outros ,
i móvel mui to dens o, de vi da de mi nera i s cl a s s i fi ca dos , que s e rea gem di ferentemente.
i nconsciente, não havendo, porta nto, a presentam sob diferentes formas. Na A s ens i bi l i da de mi nera l , o
como é óbvi o, i ntegra çã o. cri s tal i za çã o, os á tomos forma m a s ps i quismo mineral, é a capacidade que
El a es tá s i mpl es mente a ds tri ta , mol écul a s pol i édri ca s , i s to é, que es s es s eres têm de pos s uírem
a grega da a es s e ocea no mi nera l , a pres enta m fa ces pl a na s na s vi bra ções moleculares mais ou menos
s enti ndo a s i mpres s ões que del e s uperfíci es e es ta s forma m os i ntens a s , que s e a fi na m com a s
recebe pel os tênues fi l a mentos conjuntos geométricos que podem ser: vi bra ções exteriores, vindas de outros
fl uídicos que nele lança em toda s a s monocl íni cos , tri cl íni cos , monomé- s eres e a s s i m mutua mente s e
di reções , i ncons ci entemente. tricos, dimétricos, trimétricos,trigonais i nfl uenci a ndo.
Ma s , em s enti do gera l , qua l a e hexa gona i s . Es s a ca pacidade de exteriori za çã o
forma física pos s uída pel a môna da Enqua nto nos s eres a ni ma dos a s foi ci entificamente demonstrada por
nes te reino? Nenhuma . Uni ca mente pa rtes componentes di ferem uma s W. Crookes , o sábio i ngl ês a quem o
ma s s a s i mens a s de mi nera i s que da s outra s , nos mi nera i s s ã o toda s Es pi ritismo ta nto deve no ca mpo de
cobrem extensas regiões do pl a neta . idênticas;e ao passo que, nos primeiros, s ua propagação experi menta l , como
Toda via, nos cri stais encontramos es sas partes forma m conjuntos , nos ta mbém por Riechembach, outro

144
INICIAÇÃO ESPÍRITA

s á bio, alemão, que colocou no es curo i ns etos multicores que l he ronda m a De fa to, neste reino, entra el a em
várias pedras minerais, verificando que ra ma ria e que, a ssim, l he a sseguram contato mais direto com o protoplasma
toda s el a s emi ti a m fi l a mentos l u- os elementos da concepção; e quando orgâ nico, s ubstância vi va e s ens ível ,
mi nosos, umas em direção à s outra s . fruti fi ca , es pa l ha a o redor s ua s funda menta l da cél ul a orgâ ni ca .
A môna da, através de todos es tes s ementes , pa ra que s ua es péci e Pa ra evoluir nos reinos a nteri ores
corpos minerais, realiza s ua s pri mei - s ubs i s ta , benefi ci a ndo o mundo. es tava ela ou uni ca mente l i ga da a o
ra s e mais rudimentares experiênci a s Mui ta s delas, nas épocas própri a s , conjunto orgânico, ou nele i ntegra da
de s ens i bi l i za çã o pa s s a ndo, em des pem-se de s eus ma ntos verdes , como pa rte ínfi ma e de forma
s egui da , pa ra o Plano Elemental de fi ca m nuas e hi berna m em repous o s ecundá ri a ma s , a gora , mergul ha
Transição A, pa ra s ofrer a s neces - pa ra , na pri ma vera s egui nte, fundo no ocea no cel ul a r, nel e s ub-
s á rias adaptações antes que i ngres s e recobri rem-s e de novo e de novo merge, s enti ndo todos os s eus
no rei no s egui nte. fl ori rem e frutificarem, perpetua ndo i mpulsos e movimentos e participando
a s s i m o ci cl o da vi da . de s ua vi da ínti ma . Agra nã o é ma i s
2. NO REINO VEGETAL E o vento que as vergasta e o ca nto uni camente uma pa rte do conjunto
No rei no vegeta l , pa ra onde os humi lde que vem dos ninhos, armados ma s s i m a ca beça , o centro motor
Es píri tos Di retores a tra ns ferem no na s frondes a col hedora s ; e a s des s e conjunto.
tempo devi do, o ca mpo de tempestades que a s ma l tra ta m, e o Es s e corpo que ela agora a ni ma , é
experi ênci a s da môna da s e di l a ta ra i o mortífero que as divide de a l to a um mundo em mi ni a tura – um
ba s tante, porque aí já está em contato ba i xo ou, ainda, o machado brutal que mi crocos mo – forma do de
com a vi da celular, que a existência do l hes fende o lenho, mutila o tronco a s i numeráveis sistemas de turbi l hões ,
protopl a s ma permi te. derri ba a o s ol o, na da pa s s a compreendendo bi l hões de cél ul a s
Pa rti ci pando da vi da da s cél ul a s des percebi do à môna da que, na es pecia l i za da s , ca da qua l com s eu
vegeta is, á dotadas de sens i bi l i da de s onolência do seu s onho, recol he a s pri ncípi o rítmi co e na tureza de
rel a tiva , a mônada enriquece o a cervo i mpres s ões e a s a rma zena , tra ba l ho, tona l i da de vi bra tóri a e
de a ções e reações, passa ndo a vi ver des envolvendo a s ua s ens i bi l i da de. fi na l i da de funci ona l .
de forma ma i s a ti va . “O es píri to”, como já foi E todos es tes el ementos do
Da s plantas ma i s rudes do fundo i ns pi ra da mente di to, “dorme no di na mi s mo corpora l s e orga ni za m
dos mares e dos desertos áridos , a té mi neral, s onha na planta, desperta no jus ta mente em torno à môna da ,
a s perfumos a s fl ores dos ja rdi ns a ni ma l e vi ve no homem”. evol ui ndo a o s eu redor, a o s eu
ci vi l izados, que enorme caminho tem E conti nuando a sua peregrina çã o, coma ndo, como sistemas siderai s em
el a que percorrer no s eu tremendo qua ndo i ngres s a na fa míl i a dos torno a o s ol centra l .
es forço de vi r à tona da vi da vegeta i s ca rnívoros , da terra e da s Na rea l i da de, toda a quel a
cons ciente, para religar-se à fonte de á guas, a destra os i nstintos da luta pela orga ni za çã o cel ul a r, vi bra ndo e
ori gem! própri a cons erva çã o, de que va i maravilhosamente perfeita, existe para
Com a fi nalidade de todo esforço é preci s a r i ntens a mente qua ndo s ervi r à mônada, para que es ta vi va ,
des envolver não a forma física, mas o i ngressar no reino a ni ma l i nferi or; e s e eduque, rea l i ze experi ênci a s ,
ps i quismo, visando o desperta mento ta mbém nos de bonda de, nos s eus progri da na a s ces e, regres s a ndo à
da consciência i ndi vi dua l no futuro, pri mei ros e i nci pi entes i mpul s os , fonte es pi ri tua l de ori gem.
mui ta s a l tera ções fora m por i s s o qua ndo a tingir a class e dos vegeta i s A pres ença da môna da é que
i ntroduzi da s na orga ni za çã o da benignos, que alimentam os seres, ou ma ntém a coes ã o, o equi l íbri o, a
môna da , pa ra que pudes s e nã o s ó dos ba l s â mi cos , que l he cura m a s uni da de do conjunto e s ua
receber mas, ta mbém, a rma zena r a s mol és ti a s e os s ofri mentos . i nterdependênci a funci ona l .
i mpres s ões exteri ores . Res ta a gora pergunta r qua i s a s As l i ga ções , que nos rei nos
Já nã o ba s ta va m poi s , s i mpl es forma s que tem a mônada neste reino a nteri ores era , como já di s s emos ,
prol ongamentos fl uídi cos l a nça dos e a res posta é que são todas a quel a s externas, filamentares ou cel ul a res ,
pa ra o exterior, como a ntena s , pa ra que o mundo conhece e que a porém s ecundá ri a s , s ã o a gora
recol her i mpressões à superfície, mas botâ ni ca cl a s s i fi cou. i ntegrais, célula por célula, órgã o por
a cri a çã o de órgã os verda dei ros , Termi nada s ua peregrinação nes te órgã o, sistema por sistema, porque o
pos s ui dores de certa a utonomi a rei no, transitando pelas famílias, cujos corpo fís ico é uma duplicata do corpo
funci onal, ta nto na forma físi ca como conta tos l he fora m útei s , pa s s a a peri s pi ri tua l .
no ps íqui co. môna da , em s egui da , a o Plano É cl a ro que neste reino a môna da
A pl a nta já nã o é ma i s i nerme Elemental B, onde sofre as adaptações começa sua peregrinação nos pontos
como o mi neral: respira, reage. La nça que forem necessárias ao s eu i ngresso ma i s baixos da escala, gradativamente
s uas ra ízes a o solo e por elas recol he no rei no a ni ma l . s e tra nsferindo de uma fa míl i a pa ra
os a limentos de que ca rece e os fa z outra , ca da vez ma i s a perfei çoa da .
s ubir pela haste, distribuindo-os pelos 3. NO REINO ANIMAL Porém, o ma is importante é s a ber
ra mos e fol ha s . La nça s eus bra ços Qua ndo a ti nge es te rei no, a que, neste reino, ocorre o fenômeno
pa ra o céu em busca de l uz e de força môna da já s ofreu tra ns forma ções pri nci pa l do progres s o ps íqui co da
vi ta l . Nas épocas apropriada s , a bre o cons ideráveis, no período de transição môna da, que é a s ua i ntegra çã o em
cá l ice de s ua s fl ores pa ra receber o referi do e vê que então se abre à s ua um corpo fís ico organizado es peci a l -
pól en fecundante, que l he vem trazido frente um campo muito mai s va s to e mente para s ua evoluçã o i ndi vi dua l .
pel o vento, pelos páss a ros ou pel os profundo de experiências evol uti va s . Se nos rei nos a nteri ores , re-

145
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

peti mos , el a concorri a a forma r podendo pa recer a uda ci os a s ua Há i númera s forma s de s eres
conjuntos como parte s ecundária que i ncl usão nestes es tudos . Ma s es tá é el ementa i s , porém, os ma i s co-
era , a gora ela a ge i ndi vi dua l mente, uma Es col a de Ini ci a çã o e os mumente citados s ão os que corres -
s endo, el a mes ma , um conjunto. a prendi zes devem s er pos tos em pondem aos quatro elementos naturais
Nes te rei no, pa ra a s l i ga ções - conta to com os conheci mentos – a r, fogo, terra e água. Os elementais
a mbiente, possui el a no corpo fís i co exi s tentes , mes mo qua ndo nã o s e do a r cha ma m-s e silfos, os do fogo,
di ferentes órgã os de s enti dos , que pos sa ou convenha a profunda r s ua salamandras, os da terra, gnomos e os
va ri a m s egundo a cl asse animal onde i nves ti ga çã o. da á gua , ondinas.
es tá no momento realiza ndo prova s ; Ati ngindo os pontos mais a l tos do Pos s uem forma s que mui to s e
s endo que o primeiro obtido e o ma i s rei no a ni ma l , a pós peregri na r, por a proxi mam das humana s e vi vem de
generalizado nos graus i nferi ores da úl ti mo, entre os mamíferos superiores, preferência nos elementos que l hes
es cala, é o sentido do ta to; e à medida em cujo ponto estão os s ímios, passa corres pondem. São seres cujo tra to e
que a vi da foi exigindo novos sentidos, a môna da a rea l i za r experi ênci a s e a proxi mação envol vem certo peri go
fora m s endo estes desenvolvi dos, a té s ubmeter-s e a a da pta çã o no rei no porque nã o pos s uem cons ci ênci a
a ti ngir o ponto mais perfeito, no reino mi s teri os o dos s eres i nvi s ívei s própri a, são dominados por instintos e
huma no. cha mados Elementos da Na tureza – s entem gra nde i ncl i na çã o pel os
E pa ra a s l i ga ções do ca mpo por s erem expres s ões vi va s de s ua homens , podendo produzi r pertur-
s ubjeti vo e s uperfís i co pos s ui el a , força , i ns ti ntos , pa i xões e vi rtudes ba ções física s e ps íqui ca s ba s ta nte
nes te reino, órgãos especiais da classe es pontâ nea s . s érias como s ucede com os Es píri tos
do i ns ti nto, fi xa dos no cérebro, Aí el a se prepara para i ngressa r na i nferi ores e ma us e com a s forma s
ba s ta nte des envol vi dos . cl a s s e dos homens , i mergi ndo na degenera da s dos ovói des , l a rva s e
Cl a s s i fi ca mos os a ni ma i s em tra ma dos a rra s ta mentos ps íqui cos outra s diferentes manifestações, entre
gra ndes a grupa mentos , s endo os que os domi na m. ha bi ta ntes de mundos es pi ri tua i s
pri nci pa i s : Protozoá ri os , poríferos , di ferentes .
cel entera dos , pl a tel mi ntos , nema-
telmintos, equinodermes, moluscos,
a rtrópodes e os vertebra dos , o
pri meiro sendo unicelular e os demais
pl uri cel ul a res .
Atra vés des tes di ferentes a gru-
pa mentos a môna da rea l i za s ua s
experi ênci a s , ma i s ou menos pro-
funda mente, conforme a s conve-
ni ênci a s própri a s e a juízo dos
Es píri tos Di retores , enca rna ndo e
des enca rna ndo i númera s vezes , e
ta nto mais ra pidamente quanto ma i s
ba i xa se encontrar na escala e todas as
vezes recolhendo precioso material de
progres s o e de s ens i bi l i za çã o.
Pa s s a em s egui da a o Plano dos
Elementais Humanos, onde convém
que nos detenha mos um pouco.

4. OS ELEMENTAIS HUMANOS
Os el ementa i s s ã o enti da des -
es tado, elementos de tra nsição entre
os di ferentes planos da vi da, ou reinos
da na tureza. Nesses planos a mônada
s ofre as a daptações neces s á ri a s a o
pros seguimento de s ua evol uçã o de
um rei no pa ra outro.
Somente para efei to expos i ti vo é
que perfilhamos a denomi na çã o A, B
ou C, a dota da nos santuários egípcios
da a ntiguidade, visto que, realmente,
s ua es péci e é s empre ma i s
a proxi mada do reino imedi a ta mente
s uperior. Assim, entre o reino a nimal
e o homi na l , os el ementa i s s ã o
cons iderados el ementa i s huma nos .
Es te é um ca pítulo singular,

146
INICIAÇÃO ESPÍRITA

40.
HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS

1. Introdução di ferentes épocas da vi da do mundo. Depois que passou essa época e


Qua ndo a terra se tornou habitável, Sã o os cha ma dos fós s ei s . a s a ves enchera m os céus e os
com temperatura a dequada e Por outro l a do ta mbém já ma míferos conqui s ta ra m a Terra , a
a tmosfera própria, s ua s uperfície es tudamos que da a tmos fera ca em môna da s ua vi zou es s es i ns ti ntos
cobri u-se de protoplasma, o elemento s obre a cros ta , cons ta ntemente, bruta is e apurou de a l guma forma o
que dá origem a todas as formas vivas. tênues ca ma da s de pó, que no fi m ca mpo es pi ri tua l , com o dese-
O protoplasma não é o gerador da vêm a pes a r pa ra ma i s de 700 mi l nvolvimento do cérebro e a redução da
vi da , mas o elemento fundamental da tonel a da s por a no e i s s o des de a ma s s a orgâ ni ca , vi s a ndo o futuro
orga ni za çã o fís i ca da s forma s . cri a çã o do gl obo. Es s e pó va i predomíni o da i ntel i gênci a .
Os pri mei ros s eres a a pa recer s epul ta ndo tudo, a pa r com os Is so durou outros milhões de anos,
fora m a s cél ul a s a l bumi nói des , da terremotos, maremotos, erosões e até a té que a vi da a ni ma l a ti ngi u o
cl a sse das a mebas e todas as dema i s mes mo com os trabalhos humanos . O má xi mo possível, no s eleciona mento
orga nizações unicelulares, isol a da s e s ol o, isto é regra, tende a ni vel a r-s e. da s espécies, chegando a os tipos mais
l i vres, cujo único s enti do era o ta to. As coi s a s a ba ndona da s , a s s i m evol uídos dos macacos a ntropói des .
Todos os outros sentidos vi eram com o s epul ta da s , vã o s endo a os poucos E qua ndo veio o quaternário, como
des envolvimento do próprio s er, como des enterradas pelos cientistas que s e já di s s emos , a pa receu entã o o
já di s s emos . dedicam a este ramo de conhecimento, homem, produto de todo esse enorme
Depoi s , es s es embri ões s e cha mado pa l eontol ogi a . Com es s es e l ongo esforço evol uti vo ma teri a l e
a s s oci a ra m pa r a vi da cel ul a r em tra ba l hos el es recons ti tuem o que es pi ri tua l .
comum, da ndo origem às colônia s de podem da vi da da huma ni da de e do Nes te rei no huma na l , a môna da
pol ipeiros e i nfusórios, que i nfestaram gl obo em s ua s di ferentes época s . i ni ci ou s ua s experi ênci a s com os
a s á gua s . Pompéia foi s epultada pelo Vesúvio homens pri mi ti vos , s el va gens , tã o
E qua ndo surgi u a terra fi rme e a em 79 e des enterrada pelos i tal i a nos próxi mos do animal que com es te s e
vegeta ção, tendo a s á gua s recua do há poucos anos. E há regiões extensas confundi a m.
pa ra as partes baixas, aparecera m os s oterradas, como fósseis, na Palestina, A orga niza çã o a nteri or fora fei ta
pri meiros crustáceos, os a nfíbios, que no Irã , no Egito, na Índi a , no Méxi co, vi s a ndo a vi da no ca mpo do i nstinto e
troca ra m a á gua pel os terrenos no Bra s i l e em toda pa rte. a gora era preci s o conqui s ta r a vi da
l odosos, passando a fazer vi da anfíbi a Tendo vi ndo do rei no a nteri or, a cons ci enci a l , com o domíni o da
por l a rgo tempo. môna da , nes s es tempos , rea l i za va i nteligência, para uso do livre-arbítri o.
E por fi m vei o o período dos experiências ainda acanhadas no reino No corpo fís i co s upri mi u-s e a
réptei s , dos s á uri os gi ga ntes cos , a ni mal, nos seus pri mei ros conta tos ca uda, reajustou-se o equilíbrio pa ra
a ntecedendo a transição que marca a com a cons tituição orgâ ni ca cel ul a r. a a nda dura s obre doi s pés e
entra da do qua terná ri o, no qua l Depoi s , qua ndo vi era m os réptei s i ntroduzi ra m-s e modi fi ca ções no
a pa receu o homem e que se es tende mons truos os , os s á uri os a nfíbi os , s i s tema nervos o.
a té os nos s os di a s . ca rnívoros e herbívoros, que dura nte No ca mpo ps íqui co houve
A vi da a ni ma l s urgi u na Terra , ma i s de 100 mi lhões de aos tra va ra m a cres centa mentos vi s a ndo o ma i s
s egundo se supõe, á uns 500 mi l hões na s uperfíci e do pl a neta l uta a mplo funcionamento da mente, sede
de a nos ou mais e is s o foi ca l cul a do tremenda para a s obrevi vência, para o da i ntel i gênci a , da ra zã o e da
exa minando a s cama da s geol ógi ca s que ha vi a m s i do prepa ra dos , cons ciênci a ; a pura ra m-s e e des en-
que, com o tempo, vã o s e sobrepondo pos suindo ca beça minúscula e a rma s vol vera m-se os órgãos do sentimento,
uma s à s outras no s olo, conforme já terrívei s de a taque e defes a , pa s s ou os pl exos, o cérebro e os referentes
foi a qui es tuda do no 1º gra u des ta el a por experi ênci a s vi ol enta s , à s l i ga ções com os pl a nos extra -
Ini ci a çã o. des envol vendo, de forma bruta l , a s ens ori a i s .
Nes s a s ca ma da s vã o fi ca ndo força dos i ns ti ntos , s endo Tudo i s to é o que a gora forma a
reti dos objetos, vegetais, es quel etos compl eta mente a bs orvi da pel a s enti dade denominada alma huma na ,
de a nimais, monumentos, construções necessidades imperiosas e bá rba ra s que é o conjunto formado pela mônada
e a té mesmo ci dades, pertencentes às do a mbi ente em que vi vi a . (es s ênci a l umi nos a , ema na çã o de

147
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

Deus ) e os envol tóri os e órgã os


des tinados à sua vi da exterior nes tes
pl a nos a tua i s .
Pa ra a Teosofi a exi s te uma a l ma
a ni ma l i nferi or e o Ego, uma a l ma
es piritual superior, porém l ogo s e vê
que s e tra ta da mes ma coi s a : é
s empre a mônada, vi vendo i ntegra da
na s s ua s di ferentes orga ni za ções ,
conforme a s necessidades das esferas
exi s tenciais em que s e encontra em
determi na do momento de s ua
evol uçã o.
Toda s estas modificações, como já
di ssemos, foram s e processando com
o tempo nos planos de transição a que
nos referi mos .
Após es s a s modi fi ca ções a
môna da começou entã o a enca rna r
em corpos fís i cos , em tudo
s emelha ntes a os dos a ntropói des ,
porém não s e tra tando ma i s de uma
mes ma organização psíqui ca como a forma ndo duas porções iguai s e l ogo des envolvimento do sentimento. Pa ra
a nteri or, própri a de corpos de s e pa rte em dua s , o que ta mbém ver isto basta observar a protuberância
ma ca cos, mas sim de almas mais evo- a contece com os cromossomos: desta fronta l , zona da i ntel i gênci a e a
l uídas, mais completas modi fi ca da s , ma neira ca da célula nova conti nua a retra çã o do cerebel o, zona do
mel hora da s , já pos s ui ndo nova s pos suir os mesmos 46 cromossomos e equi l íbri o.
pos s i bi l i da des . es tes os mes mos genes da cél ul a Dei xou-s e domi na r pel a s s ol i ci -
Enca rnou em ti pos já s el e- pri mi tiva . Isto permite que o novo s er ta ções, pelos pra zeres e i l us ões da
ci onados, com s upressão dos órgã os gera do pos s ua a s mes ma s ca - vi da material, desencadea ndo a s s i m
des necessári os e a cres centa mento ra cterís ti ca s fís i ca s que o a nteri or, s obre s i mesma uma multiforme ca rga
dos que deveriam s er agora utilizados tra zendo a s mes ma s tendênci a s de s ofri mentos fís i cos e mora i s .
na nova fase, ti pos esses que, a pa rti r ps íquicas (considerar que o perispírito A es ta a l tura da vi da pl a netá ri a ,
da í, fora m s endo ca da vez ma i s é o mol de e o mes mo que vei o da com os ensi nos que Jes us l egou a o
a perfei çoa dos pel os Protetores enca rnação anterior) que serã o ma i s mundo, cada homem deveria ser uma
Es pi ri tua i s , a té a ti ngi r o ponto ou menos desenvol vi da s s egundo o cha ma vi va de l uz es pi ri tua l
necessári o pa ra pl ena execuçã o do a mbiente em que o novo i ndi víduo s obrepondo-se a o envoltóri o pes a do
progra ma de vi da huma na como a vi ver e os cuidados da educa çã o que da ca rne a a o a mbiente, a s mônadas
vemos hoje. receber. s e exteriorizando dos corpos fís i cos
Es s as modificações na s forma s Agi ndo s obre os genes , os como l uzes .
s ã o s empre pos s ívei s pel a própri a Es píri tos podem nã o s ó forma r os Entreta nto, o que vemos é bem
cons ti tui çã o da cél ul a orgâ ni ca . corpos como alterá-los , de a cordo, é di ferente: o mundo material mais que
Como s a bemos , o corpo fís i co é cl a ro, com a s conveni ênci a s ou a s nunca dominando tudo, mergulhando
forma do de bi l hões de cél ul a s neces s i da des evol uti va s da a s a lmas em trevas, em si mes ma s e
es peci a l i za da s , que s e a grupa m huma nidade ou do i ndivíduo; e as s i m no a mbi ente tumul tuos o em que
s egundo os órgã os e a s funções . procedem modificando o número e a vi vem.
As s i m, no s i s tema mus cul a r, a s di s pos i çã o dos genes nos Os s eres huma nos , pa rtícul a s
cél ulas são alongadas, lisas; no ós s eo cromos somos. Este é o conhecimento di vi nas a dormeci da s na ca rne, i rã o
s ã o a rredonda da s , no nervos o s ã o ci entífico denomi na do “Muta ções ”. s endo, toda vi a , ca da vez ma i s
es tri a da s e ma i s compl exa s . Ao entra r na es fera huma na , a s a cudidos pelos emba tes da dor a té
Ca da célula possui di s s emos , no môna da i ni ci ou uma vi da di ferente, que ouçam o cha ma mento de Deus ,
s eu protopl a s ma , 46 corpús cul os repl eta de emoções novas e profundas, que nãocessa um s ó i nstante de l hes
a rredonda dos cha ma dos cromos - pri nci pa l mente pel o fa to de vi ver fa l ar no ínti mo, cl a ma ndo pa ra que
s omos que, por s ua vez, contém um a gora cons ci entemente, por s ua des pertem pa ra a s rea l i da des do
número determi na do de genes , própri a conta, util i za ndo a ra zã o e o es pírito e pa ra a fel i ci da de eterna .
nucl eotídeos que s ã o pa rtícul a s l i vre-a rbítri o. E já é tempo que elas a tenda m a o
mi cros cópicas que encerra m a cha ve Nes se esforço i menso de centena s a pel o s a gra do.
da reproduçã o da es péci e pel a de mi lhares de anos ela, infelizmente,
heredi ta ri eda de. tem s e a fa s ta do dos verda dei ros
Qua ndo a célula se reproduz, o que rumos, do verdadeiro sentido espiritual Pa ra terminar va mos agora resumir
a l iás ocorre com i ncrível ra pi dez, el a da vi da, promovendo uma hipertrofi a tudo o que foi di to:
gera lmente s e a del ga ça no centro, da i ntel i gênci a em prejuízo do A cri a çã o é mental; o pensamento

148
INICIAÇÃO ESPÍRITA

de Deus s e exterioriza como centelhas No rei no a ni ma l , a o i nvés de Envol vi mento pela substância fun-
de l uz e de i ntel i gênci a e es ta s s e cons tituir unidades celulares coletivas, da menta l .
i ndi vi dua l i za m a tra i ndo a s i fl uído já forma m um i ndivíduo integra do na Invol ução até o mineral.
cós mi co com o qua l s e reves tem e ma téria orgânica, em torno ao qua l a Iníci o da evol uçã o.
a utomaticamente ca em no vórti ce da orga ni za çã o fís i ca s e ma ntém. Reino mineral: ps iquismo míni mo,
i nvol uçã o; des cem nes s e vórti ce Qua ndo entra no rei no huma no, i ncons ci ênci a .
condens a ndo-s e gra da tiva mente tra ns forma-se em senhor do si s tema , Es tá gi o no Pl a no de Tra ns i çã o A.
a tra vés de di ferentes es fera s a dqui re órgã os ps íqui cos a perfei - Reino vegetal: s ens i bi l i za çã o,
vi bra tórias a té o ponto mais baixo que, çoa dos , vem como l i vre-a rbítri o e
forma ndo conjuntos celulares. Instinto.
pa ra o nos s o s i s tema , é o rei no cons ci ênci a própri a .
mi nera l . Entre todos os reinos , a môna da Es tá gi o no Pl a no de Tra ns i çã o B.
Nes se reino, a s mônadas luminosas fa z es tá gi os de a da pta çã o nos Reino animal: a utonomia, psíquica,
fa zem experi ênci a s evol uti va s , res pecti vos pl a nos el ementa i s e a orga ni za çã o i ndi vi dua l , des envol -
des envol vendo um míni mo de pa rti r da esfera humana el a s e torna vi mento do i ns ti nto.
ps i quismo nas formas dos cri s ta i s , a s enhora do s eu própri o des ti no. Es tá gi o no Pl a no de Tra ns i çã o C.
cuja s ma s s a s fi ca m s i mpl es mente
Reino hominal: cons ci ênci a , l i vre-
a ds tri ta s .
Evol uindo para os vegeta i s , nes te 2. Esquema da Evolução dos a rbítri o, ra zã o.
rei no forma m grupos col eti vos que Seres Vivos Pl a nos es pi ri tua i s s uperi ores :
cons ti tuem a s di ferentes es péci es Cri a çã o mental divina. s upercons ci ênci a . Intui çã o.
cl a s s i fi ca da s pel a botâ ni ca . Exteri orização. Planos divinos: Nã o conheci dos .

41.
LEIS UNIVERSAIS

1. INTRODUÇÃO 2. LEI DA EVOLUÇÃO s er, em mundo algum, s alvo naqueles


Conquanto respeite a conceituação Es ta l ei s e a pl i ca à s ubs tâ nci a que já pertencem à es fera di vi na ,
ci entífica, o progra ma des s a es col a fundamental do Cosmo, como a o s er es capa à sua a ção. A s ua contrapa rte,
vi s a , nesta parte, dar ensinamentos de i mortal, i ndividual i za do, a o Es píri to, i s to é – a i nvol uçã o – já foi por nós
fundo espiritual e é neste ca ráter que enfi m. a qui mes mo es tuda da qua ndo
va mos enca ra r a s l ei s que regem a E pomos em des ta que es ta tra ta mos da organização dos s eres . A
Cri a çã o Di vi na . s eparação porque, rea l mente, uma i nvol uçã o é uma es péci e de
Por es ta ra zão, deixamos de lado as coi s a é o jogo da substância, na tra ma prepa ração, uma tomada de ponto de
l eis que constam dos compêndi os de do torna r-s e, vi ndo da es fera do pa rti da pa ra o proces s a mento da
fís i ca, astronomia, etc., e tra ta remos es pírito para a de energia e desta para evol uçã o.
de outra s , ma i s propri a mente do a da ma téria e voltando pelos mesmos
ca mpo es pi ri tua l . trâ mi tes ; e outra coi s a , e ba s ta nte 3. LEI DA RELATIVIDADE
Em gera l a s leis podem s e a grupa r di ferente, a l i á s , s ã o a s forma s Deus , no pl a no a bs ol uto, é
em doi s s etores , a s a ber: l ei s i ndividuais, i nteligentes, as môna da s i na ces s ível ; s ua cri a çã o, porém, é
pri nci pa i s e l ei s s ecundá ri a s , ou, l uminosas, que evoluem a tra vés dos fenômeno do pl a no rel a ti vo.
mel hor dito, s ubsidiárias; as primei ra s ocea nos da s ubstância transformável , Toda forma é rel a ti va , toda
s ã o universais; a fetam todo o Cosmo e, s ofrendo s eus efei tos , recol hendo es s ênci a é a bs ol uta .
por i s s o mes mo, pos s uem ca rá ter experi ênci a s , ma s nã o s e di l ui ndo Deus, manifes ta do na forma , é o
es tático, permanente e defi ni ti vo, a o nel es, mantendo s ua i ntegri da de e pl a no do relativo. Todos os uni vers os
pa s s o que a s s egunda s s ã o de nã o s ofrendo modificações s enã o a s s ã o, pois, uma manifestação do pla no
a pl i ca çã o ou â mbi to ma i s res tri to, do ca mpo da vi da mora l . rel a ti vo.
a gi ndo em s etores determi na dos . A Lei da Evolução é i mperi os a em Tudo que evolve é relativo porque
Veja mos em primeiro l ugar a s l ei s todo o Cos mo, i s to é, em toda a s ó o rel a ti vo é mutá vel .
pri nci pa i s . Cri a çã o, no plano relativo, e nenhum Tudo que é ma teri a l , objeti vo

149
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

é a bs ol uto e uno. Pel a s s ua s


ma ni fes ta ções , toda vi a , é dupl o e
tri no. O homem di z-s e que é fei to à
i ma gem e s emel ha nça de Deus ,
porque é ta mbém duplo e tri no: uno
como essência di vi na ; dupl o, como
Lli DA ,CK .A • U P.& O t
s er vi sível e i nvisível, está vel e tra ns -
formá vel , morta l e i morta l ; tri pl o
como s er cons ti tuído de es píri to,
energi a e ma téri a .

6. LEI DAS UNIDADES COLETIVAS


Na da exi s te i ndi vi dua l mente
i s ol a do, i ndependente.
Toda i ndividualidade resulta de
a gregados de i ndivi dualidades a inda
e
o menores e assim a té o i nfinito
nega tivo, s endo, a o mesmo tempo,
¡ ;¡., pa rte i ntegrante de i ndividualidades
ma i ores, que o s ão de outras a inda
ma i ores e assim a té o infinito positivo.
A môna da, antes que possuísse
orga nismo próprio, no reino a nimal,
forma do de unidades coletivas a ela
s ubordinadas, concorreu a forma r
orga nismos col etivos nos reinos
a nteri ores , como já es tuda mos a qui .
LU Subs idiária a esta l ei s ã o a s l eis
~ de a finidade e de a nalogia, s egundo
'l!f a s quais todas as coisas têm, em
comum, ca racteres que permitem o
rea grupamento em unidades coletivas.
Os s eres a fins s e a traem, s e
fundem, forma ndo a grupamentos
s eparados. Os bons a traem os bons,
os ma us a tra em os ma us .
-.::.Lt0 .!1_ __!D!.!!O~~LI,,-•- ~- No ca mpo menta l os p en-
samentos , que s ão ondas vibratória s
de tonalidades diversas, a tra em e s e
vi s ível , é rel a ti vo. Somente o que des morona ri a ; a ordem res ul ta da fundem com ondas afi ns , da mes ma
es capa aos sentidos físicos, o invisível, perfei çã o e ha rmoni a de todo s i ntoni a .
o i mponderá vel , o i ma teri a l , é conjunto e de ca da uma de s ua s
a bs ol uto. pa rtes em s epa ra do. 7. LEI DO TRANSFORMISMO
O própri o Pa ulo, em vá rios de s eus Os fenômenos de ca rá ter na tura l As môna da s , como já di s s emos ,
ens inos diz: II Cor.4:10: “Nã o a tentan- que pa recem s er a l tera ções des s a s ofrem i nfluência desta l ei unicamente
do nós nas coisas que s e vêem, ma s ordem, a o contrá ri o, s ã o s i mpl es no ca mpo da vi da mora l , porém a
na s que se não vêem; porque a s que retoma da s de equi l íbri o ou s ubstância está a ela s ujeita em toda s
s e vêem s ão tempora i s e a s que s e compens a ções . a s s uas esferas de ma ni fes ta çã o; do
nã o vêem s ã o eterna s .” Um terremoto nã o é uma pl a no espírito desce a o plano energia
Atrá s do homem ma teria l – que é des ordem, uma infringência a esta lei, e des te ao plano matéria, vol tando i n-
fenômeno do plano rel a ti vo – es tá o ma s uma expa ns ã o de força s ces santemente s obre si mesma e pas-
homem es pi ri tua l que contém a s ubterrâneas cuja pressão chegou aos sando por inumeráveis transformações
es sência emanada de Deus no pl a no s eus limites de tolerância, ameaçando cujos aspectos, na descida, s e chamam
a bs ol uto. romper o equi l íbri o. involução e na subida, evolução.
Por es ta lei a unidade do Uni vers o
4. LEI DA ORDEM 5. LEI DA UNIDADE s e ma ntém i na l tera da , na da des a -
A ordem mais absoluta i mpera em O Uni vers o é uma uni da de pa recendo de todo mas, uni ca mente
todo o Cos mo. Es ta ordem é um contendo em s i mes mo toda s a s s e tra ns forma ndo.
es ta do de equi l íbri o s uperi or, s ua s ma ni fes ta ções e força s
perma nente, i rrevogá vel . Se es s e opera ntes . Deus contém em s i 8. LEI DO RITMO
equilíbrio s e rompes s e, o Uni vers o mes mo a Cri a ção a bstrata e por isso A l ei da ordem, conjugada com a

150
INICIAÇÃO ESPÍRITA

dua lidade e agindo no seio da forma , ma nifestação, podemos remonta r à s ma i s ínfimas até os s óis. Os pl a neta s
produz a simetria, a compensação e a ca us as distantes, prosseguindo a s s i m gi ra m em redor s ói s forma ndo
reci procidade; e a gi ndo no ca mpo i ndefi ni da mente. s i stemas que, por s ua vez, gi ra m em
do movi mento produz o ri tmo. O O que fa zemos a gora i nfl ui rá , no torno a outros s i s tema s e a s s i m
Uni verso todo funciona por mei o de futuro, s obre muitas pes s oa s , como i ndefinidamente. Os á tomos forma m
ri tmos , des de os fenômenos outra s muitas i nfluíram com seus atos, turbi l hões , compondo mol écul a s e
a s tronômicos a os ps íquicos , des de s obre a nos s a vi da de a gora . es ta s gi ra m entre s i forma ndo a s
os quími cos a os s oci a i s . A ma i ori a da s pes s oa s s e dei xa ma s s a s ma teri a i s .
“Tudo tem fl uxo e refl uxo; tudo a rra s tar pelas circunstâncias ou pel os O gra u vi bra tóri o produz os
tem s eus altos e baixos. Tudo s obe e i mpul s os de pa i xões ou i nteres s es di ferentes estados do fl uído cós mi co
des ce, ava nça e recua e s e mani fes ta ma teri a i s , gera ndo efei tos s obre fundamenta l . Pa ra demons tra r i s s o
por os ci l a ções compens a da s . A efeitos, s em a menor cons ci ênci a do i ma gi nemos um pi ã o roda ndo em
medi da do movi mento à di rei ta é a que fa zem, e depoi s s e l a menta m; di ferentes vel oci da des . Gi ra ndo
medi da do movimento à esquerda ” e porém, o homem esclarecido control a l entamente ele pode ser vi s to a ol ho
es sa medida não é mais ultrapassada . s eus atos, evita gerar efeitos maléficos, nu e nã o produzir s om a l gum que s e
Há s empre es forço e repous o pa ra s i e para os outros, e s ó age para ouça . Aumentando a vel oci da de va i
cons ecutivos e nos estados mentais o o bem, cri a ndo efei tos benéfi cos . produzindo um s om cada vez mais alto
ri tmo é a utomático; quando o esforço O ca rma é a demons tra çã o ma i s à medida que es ta a umenta ; e s e a
é demasiado, há um des l i ga mento. pos itiva e concl udente des ta l ei de vel oci da de pa s s a r dos l i mi tes do
Invol ução e evolução s ã o o ri tmo ca us a e efeito, aplica da na evol uçã o ouvi do huma no a pós uma nota
da Cri a ção. Tudo nasce, vive e morre dos s eres . Por outro l a do, es ta l ei a gudís s i ma , vol ta a o s i l ênci o,
e torna a nascer, vi ver e morrer. Noite repres enta e jus ti ça di vi na , conqua nto o pi ã o conti nue a gi ra r.
e di a , di a e noi te s e s ucedem di s tribuindo a cada um segundo s ua s Entã o começa o ca l or a cres cer e
eterna mente no mes mo ri tmo. O obra s . começa mos a ver o piã o toma r cores
pêndul o uni vers a l , como o dos di ferentes : vermel ho-es curo, ver-
rel ógios, nunca pára, porém =, o ri tmo 10.LEI DE POLARIDADE mel ho-cl a ro, a l a ra nja do, a ma rel o,
é o repouso automático entre os doi s Tudo é duplo; tudo tem dois pólos. verde, a zul e fi na l mente vi ol eta ,
movi mentos l a tera i s . Tudo tem seu oposto e os opostos são qua ndo o gra u de ca l or es ti ver
No ca mpo es pi ri tua l , qua ndo o i dênti cos em na tureza , porém, i ntens ís s i mo.
ri tmo está em plano i nferior, pode -s e di ferentes em gra us de vi bra çã o. Ma s s e a vel ocidade a inda
es capar dele, forçando-o no s enti do Es píri to e ma téri a s ã o doi s pól os a umentar, a s cores escapam da vi sta
s uperior correspondente. Se es tá no opos tos da mesma coisa; assim o calor huma na e o pi ão vol ta a s er vi sto na
pl a no i nferior do ódi o, por exempl o , e o fri o, o ódio e o a mor, o ba i xo e o cor pri mitiva. E s e continuar a
força ndo-o na vi bra çã o opos ta , do a l to, oriente e ocidente, norte e s ul , a umentar, passa ele a emi tir ra i os
a mor, e a s sim ele s e desloca e passa l uz e trevas. Uma nota musica l numa i nvi síveis a olho nu como o ra io X,
a os ci l a r nes s e outro pl a no. oi ta va abaixo é idêntica à mesma nota ra i os eletromagnéticos, infras e ultras.
O ri tmo pode dominar um homem, uma oitava a cima, diferindo s omente E s e a velocidade continuar cres-
s eja no período de um a to, de uma no gra u vi bra tóri o. cendo, o pião então se desintegra nos
s éri e de atos, de uma enca rna çã o ou Por i s s o é possível tra nsmutar uma s eus átomos constitutivos e a matéria
de vá ri as delas e permanece i nvariável coi s a em outra , muda ndo de pól o, pa s s a à condi çã o de energi a .
a té que o homem reja e mude de pólo des de que s eja m coi s a s da mes ma E o mes mo se a pl ica a o ca mpo
vi bra tóri o. cl a sse. Por exemplo, no plano menta l da vi da espiritual: a mente humana
pode-se mudar ódio em amor, tri steza pode emitir vi brações que a fetam
9. LEI DE CAUSALIDADE em a l egri a , muda ndo de pól o. outra s mentes e a fetam a ma téria. O
Es ta l ei assegura a conca tena çã o Os pól os podem s er pos i ti vos e pensamento é vi bração, e esta forma
dos desenvolvimentos fenomêni cos . nega ti vos . ondas que circulam ou s e dirigem a
Fa z deri va r o efei to da ca us a , o a l vos determinados, podendo ser ca p-
cons eqüente do antecedente, ligando 11.LEI DE VIBRAÇÃO ta da s por outras mentes, ou a glutinar-
todos os eventos entre s i e todos os Na da es tá pa ra do no Uni vers o. se a outras ondas de pensamentos afins.
di ferentes aspectos do transformismo Tudo s e move, tudo vi bra . As Todos os pensamentos , emoções
uni vers a l . di ferença s entre a s di vers a s ou es tados mentais, têm s ua vi bra çã o
A l ei domina nos universos. Nã o há ma nifestações da ma téria , energi a e própri a, e podem ser reproduzi dos à
a ca sos. Tudo está encadeado para trás es píri to, res ul ta m de di ferença s vonta de, tornando-se a s s i m, um dos
e pa ra diante. Como Deus é a própri a vi bra tóri a s . ma i ores poderes concedi dos a o
Lei Suprema e tudo s e contém n’El e, A vi bra çã o, na pa rte i nferi or da homem para agir nos a mbi entes em
l ogicamente tudo esta debaixo da l ei . es cala, onde a ma téri a exi s te, é tã o que vi ve, como ta mbém pa ra a gi r
Aca s o é s omente a quilo cujas ca us a s l enta que parece não existir, a ma s s a s obre s i mes mo, modi fi ca ndo-s e.
des conhecemos . pa recendo i móvel; e o mesmo sucede
Há s empre uma ligação direta entre no extremo oposto em que a vi bração, 12. LEI DO GÊNERO
todos os a contecimentos pa s s a dos , extrema mente rápida, dá i déia de que O gênero es tá em tudo, ma -
pres entes e futuros . Toma ndo um nã o exi s te i mobi l i da de. ni festa ndo-s e em todos os pl a nos .
efei to, em da do ponto de s ua Tudo s e move, desde a s partículas Tudo tem o s eu princípio masculino e

151
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

femi nino e i sto se dá, ta nto no pl a no repres enta do no es oteri s mo pel o uti l izando-se da liberdade mais ampl a
fís i co como no es pi ri tua l . s ímbol o do a ndrógi no. e a s sumindo responsabilidade de s eus
Es te pri ncípio no pl a no fís i co é o O pri ncípi o femi ni no na mente própri os a tos ; os res ul ta dos des s a
s exo, que s ignifica geração; no pl a no recebe i mpressões de fora e de dentro; l i berdade de a ção, ela os aquila ta por
mental é regeneração e no espiritual fi ca ndo s omente na recepção exterior, mei o de atributos es peci a i s que l he
é cri a çã o. a ge como um receptor pa s s i vo, fora m na mes ma da ta forneci dos ,
O gênero masculino no plano físico uni camente como Eu, sem na da cri a r; qua ndo s ua mente s e organi zou pa ra
é de polaridade positiva e o femini no ma s recebendo a s i mpres s ões de i ngressar nessa esfera, a saber:a razão,
é nega ti va . dentro, a gi ndo como Es píri to, a a cons ci ênci a .
Na s ba teri a s o pól o nega ti vo ou cri a çã o de pronto s e compl eta . Uti l i za ndo es s a l i berda de, o
ca tódico é a ma tri z dos fenômenos Na tel epatia, a energia vi bra tóri a homem comete toda s orte de abusos
el étricos. Os elétrons têm eletricidade do ma s cul i no emi s s or é projeta da e de erros , recol hendo de ca da um
nega tiva , que é energia feminina, que s obre o femi ni no receptor, que a a preci á vel s oma de experi ênci a e
procura uni r-s e a os corpús cul os ma ni pul a , des envol ve e fa z vi ver. conhecimento e nessa a ti vi da de nã o
ma s culinos para criar novas formas de A ma i oria dos homens é di ri gi da s a be parar, a não s er quando i nfri nge
ma téria ou energia.Quando esta união mentalmente por outros o que prova outra s l eis, que o freiam e lhe colocam
s e dá ,, uma nova forma de vi da que a l ei do gênero a tua vi va e uma parede à frente; e i s s o s ucede
começa , e a ssim surgem os diferentes profunda mente no ca mpo da vi da s empre, inevi tavelmente, porque se a
fenômenos de l uz, calor, eletricida de, es pi ri tua l . a çã o é livre, a rea çã o é a utomá ti ca :
a tra çã o, repulsão, etc., como também “Semeadura l ivre”, costuma-s e di zer,
a s di ferentes forma s no ca mpo da “ma s col hei ta obri ga tóri a ”.
ma téri a dens a . 13.O LIVRE-ARBÍTRIO À medida que o homem evol ui , o
O pri ncípi o ma s cul i no i nocul a Há a inda uma l ei, que não é funda- l i vre-a rbítri o s e di l a ta , chega ndo
energi a no femi ni no, ma s a a çã o mental mas unicamente s e a pl i ca à s mes mo a des a pa recer nos mundos
cri a dora s e opera somente nes te, s e môna das, a té certos l i mi tes de s ua ma i s superiores, onde o homem nã o
bem que nã o há cri a çã o s em o a s cens ã o: a do l i vre-a rbítri o. tem ma is necessidade de opta r entre
concurs o dos doi s el ementos e, por As s im que s e orga ni za no mundo uma e outra coisa, ou entre o ma l e o
i s so, em todas a s ma ni fes ta ções da huma no, como já es tuda mos , a bem, o certo e o erra do, porque
na tureza, um elemento es tá s empre môna da conqui s ta o di rei to de a gi r s uperou a tudo e é s enhor de s i
conti do no outro. Es te fa to é i ndividual mente, por l i vre-a rbítri o, mes mo.

42.
O PLANO DIVINO - A LEI DA EVOLUÇÃO

1. O EVOLUCIONISMO a) os s ais, que dissolvidos na á gua − Pa ra onde caminhamos?


A fi l osofia do evol uci oni s mo teve forma m cri s ta i s ; Al ém disso, concluía:
como s eu pri nci pa l s i nteti za dor o b) a s s ementes, que l a nça da s a o − bom é o que s obrevi ve;
fi l osofo inglês Herbert Spencer, que s ol o germi na m da ndo ori gem à s − ma l é o que fracassa;
nã o era espiritualista, e cujo i nteresse á rvores ; − a força é a virtude máxima;
pel a filosofia decorreu do fa to de ter c) a s nebulosas, que se expandem e − o mundo s e des ti na a os ma i s
concl uído que a realidade s e expl i ca forma m pl a neta s ; perfei tos .
qua ndo demonstradas s ua s ori gens . d) o homem, que s e a perfei çoa , Es s es l a mpejos era m refrea dos
evol ui ndo fís i ca e menta l mente. pel os da rwi ni s ta s i ngl es es , os po-
1.1. A Teoria Evolucionista s i tivistas fra nces es e os s oci a l i s ta s
Em 1862, Spencer a pres enta s ua a l emães, que jamais ousaram a tacar a
teori a evolucionista, s egundo a qua l , 1.2.Aspectos Negativos da Teoria mora l cri s tã .
pel a evol uçã o, s e pa s s a da homo- de Spencer
geneidade para a heterogenei da de, Nã o cons eguiu res ponder às
da s forma s s i mpl es pa ra a s ma i s perguntas: 2. FRIEDRICH NIETZSCHE
compl exa s : − Quem deu o i mpulso i ni cial? Fi l ósofo a lemão, filho de um

152
INICIAÇÃO ESPÍRITA

mi nistro protestante. Estudou teologia p\.ANO DIVINO Um rel ógio a testa a exi s tênci a de

•,.
e fi l os ofi a cl á s s i ca . Em 1885 foi um rel ojoei ro. A qua l i da de do s eu
publicada s ua obra-prima: Assim falou l meca ni smo i dentifica a i ntel i gênci a
Zaratustra, um dos livros mais lidos no do seu cri a dor.
s écul o XIX. fl Deus não se mostra, mas se revel a

2.1 A filosofia de Nietzsche


Il, pors uas obras. Sua exi s tênci a é uma
reali da de comprova da nã o s ó pel a
El e ressalta o pa pel di s s ol vente, li~ revel ação, mas pela evidência material
como va l ores, do bom, do verdadeiro 111m dosfa tos .
e do belo. Afi rma que nã o exi s te no O Es pi ri ti s mo nos l eva a uma
homem nenhum i nstinto de bondade, ßl\1\ cons i deração muito i mportante: nã o
de verda de e de bel eza , ma s s i m a bast a que conheça mos o fruto pa ra
vonta de de mando e de poder. Es s a 11\ .li conhecemos a á rvore. Se conhe-
vontade de mando e de poder é o valor cermos s ua essência , conheceremos
s upremo; é quem deve determi na r o melhor a á rvore. Por isso o Espiritismo
cri téri o do que é bom, verda dei ro e nosconvi da a estudar a essência dos
bel o. fa tos , i s to é, a s l ei s que regem os
Segundo Ni etzs che nã o ca mi - fenômenos .
nha mos para Deus (que es tá morto), Pa s sando a observar essas leis
ma s pa ra o s uper-homem. Às perf ei tas, eternas e i mutáveis, que
perguntas s obre o que é bom ou o que reg em todos os fenômenos naturais,
é ma l , respondeu: bom é tudo o que nota mos que em todas elas reflete-se
a umenta o sentimento de poder e mal a l goque ca usa em nós um s entimento
é tudo o que vem da fra queza . de profunda ha rmoni a .
De uma forma simples es s a s l ei s
3. A FILOSOFIA ESPÍRITA podem s er divididas em l eis simples e
Ci nco a nos a ntes da teori a l eismora i s .
evol uci oni s ta de Spencer s er Pa ra onde evol uímos ?
a pres enta da , ou s eja , em 1857, foi S e Spencer nã o cons egui u res -
publ i ca do O Livro dos Espíritos, que s i va mente a o conheci mento da ver- ponder a ess a pergunta e s e outra s
expõe o aspecto filosófico da Doutrina da de, a proxi ma ndo-os de Si . Nes ta Es colas dizem que caminha mos pa ra
Es píri ta , que nos ens i na que perfei çã o é que s e encontra a ver- deus, o espiritismo nos ensina de uma
ca mi nha mos pa ra deus , que cri ou da dei ra e eterna fel i ci da de. forma mais fá ci l , que ca mi nha mos
todos os Es píri tos s i mpl es e pa ra a perfeição que observamos na s
i gnorantes, pa ra chega rem progres- 3.1. Provas da existência l eis eternas e imutáveis que regem os
de Deus
Pa ra s e dizer que ca minhamos para
DEUS Deus é neces s á ri o a cei ta r Sua PLANO DIVINO

1. exi s tência. Como podemos prová -l a ?


Exi s tem vá ri os métodos e cri téri os ,
contudo va mos nos basear no Método
1
•¡"•r¡
ll;l
Tomi s ta , que é o uti l i za do pel a
ilì Doutri na Espíri ta . Tomá s de Aqui no f¡
a fi rma va que s e pode conhecer a
flP á rvore pel os s eus frutos . E a s s i m Hi'
ll~lt concl ui u Al l a n Ka rdec: !IF.il
llllll a) Por s eus efeitos é que s e jul ga Ul!il
uma ca usa, mesmo quando ela esteja
"I i Ill ocul ta ; rii.lii
1111 •u b) Todo efeito i nteligente decorre

li
de uma ca us a i ntel i gente;

=
c) Pel a grosseria ou perfei çã o de
uma obra s e reconhecerá o gra u de
i ntel i gênci a de quem a executou.
La nça ndo, pois, o ol har em torno
de nós, observa ndo a provi dênci a , a
I
=
s a bedoria e a harmonia que regem a s
obra s da na tureza , reconhecemos
fa ci lmente que o homem não as pode
produzir, e portanto, são rea l i za ções
de uma i ntel i gênci a s uperi or.

153
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

Es s a ma rcha pa ra a perfei çã o, o
Es píri to o fa z gra ça s à vonta de, à AMOR AO PRÓXIMO
PLANO DIVINO cooperação de seus s emel ha ntes e à
), J,
.
il
vonta de de deus a qua l o i mpel e
s empre pa ra Si Própri o, como fonte
cri a dora e única – o Es píri to – e o
.
I

il
li
fa z pel a l ei do tra ba l ho, s ob a jf¡
I(¡ ori entação da lei da justiça, pela qual
nl~ a ca da um s erá concedido conforme !Rl1
ll~fil o es forço que tenha des envol vi do e ¡j..i .;¡:!i:\
com a s obras que tenha reali za do, l ei
Jiii !I es sa que a caba por i mpel i r o Es píri to
l/llíll
pa ra a Lei do Amor, úni ca ca pa z de ill,lli
111;1 11
fel icitar a cri atura s egundo a s l ei s de
s i ntoni a e reci proci da de. O Es píri to
ca mi nha, assim, da ignorâ nci a pa ra a
s a bedoria, da dúvida pa ra a certeza ,
do determinismo do meio para o l ivre -
arbítrio próprio, do indiferentismo para
o i dealismo, do egoísmo vi olento, cego
e des truidor, para o a ltruísmo pacífico,
es clarecido e construtivo, do direito da
força pa ra a força da jus ti ça , da
ma terialidade para a espiritual i da de,
-· da i nteligência ra cional para a intuição,
enfi m, da i gnorâ nci a pa ra a
cons ciênci a pel a do Pl a no de Deus .
fenômenos na tura i s . Es s a é uma s entimento, ama a tudo o que exi s te,
forma s imples , l ógi ca e ra ci ona l de 5.1 Características do uni vers a l i za o a mor.
expl i ca r a nos s a evol uçã o, poi s já Homem Evoluído Convém l embrar a lição contida no
vi mos uma s emente germi na r, já a) Bondade:Em tudo vê o bem. conto do Irmã o X (Humberto de
obs evamos a pétal a de uma ros a , já Ama ndo a Deus sobre todas as coisas , Ca mpos ) que fa l a do cã o morto na
ol ha mos pa ra o céu e vi mos a s de todo entendi mento, e de todo bei ra da estrada, já em decomposição.
es trel a s , os a s tros , gi ga ntes ca s Pa s sando a o lado um homem de bem
ma s sas deslizando s ua vemente com obs ervou a bel a a rca da dentá ri a
s ua s órbi ta s bem ca l cul a da s , tudo da quele corpo putrefato e comentou:
regi do por essas l eis eternas, perfeitas “Bel os dentes !”
e i mutáveis. É o conjunto dessa s Lei s AMOR Sobre esse a specto, é importante a
Di vi nas que regem a vi da e sintetiza o l ei tura da l i çã o nº 32 do l i vro Fonte
J,
Pl a no Di vi no.
Porta nto, evoluir é ca minhar para o
Pl a no Di vi no, pa ra o s eu
.'
li
Viva ps i cogra fa do por Fra nci s co
Câ ndi do Xa vi er, na qua l Emma nuel
concl ui:”Quem procura a boa parte e
conheci mento, a s ua a cei ta çã o t1l nel a se detém, recol he no ca mpo da
vol untá ri a e cons ci ente, numa vi da o tesouro espiritual que ja ma i s
i ntegraçã o ca da vez ma i s profunda
nn:• l he s erá rouba do”.
com a vonta de do Cri a dor. Ull b) Perdão: Nã o a limentando o ódi o
nil g¡ nem o desejo de vi nga nça , perdoa e
4. O BEM E O MAL es quece as ofensas porque s a be que
Qua ndo ca minhamos para a nos s a ,,, ,li s omente s erá perdoa do conforme
i denti fi ca çã o com a s Lei s Di vi na s ti ver perdoa do. É preci s o perdoa r
es tamos evoluindo, donde s e chega ao IJE\: i ncondiciona l mente, como Es têvã o,
concei to do bem e do ma l :
a) Bem é a gi r de conformi da de
com a s Lei s Di vi na s . =
!i a ntes de desencarnar perdoou Sa ul o
de Ta rso, que o havia perseguido com
toda s as forças, ate conseguir s ua con-
b) Ma l é tudo o que contra ri a a s denação a morte por a pedreja mento.
Lei s Di vi na s . c) Simplicidade: Companheira
i ns eparável da pureza de coração e da
5. A LEI DA EVOLUÇÃO humi ldade, é ta mbém uma vi rtude
O Es pírito progri de s em ces s a r e que ca ra cteri za o homem de bem.
qua nto ma i s s e a proxi ma do Pl a no d) Desprendimento: O homem
Di vi no, ma i s fel i z s e s ente. evol uído e adiantado espiritualmente
é o que concorre para a evolução ou

154
INICIAÇÃO ESPÍRITA

a perfeiçoamento de tudo e de todos , b) O do princípio das reen- c) O da vida depois da morte:


da ndo-se para o bem, a felicidade e o carnações: Sem a reencarna çã o, nã o Sem es te conheci mento, os doi s
progres s o de tudo e de todos . s e relacionam os frutos do pres ente pri meiros não passarão, gera l mente,
de uma hi pótes e. Sendo a vi da
com os do passado, não s e podendo,
6. CONHECIMENTO NECESSÁRIO depoi s da morte a grande realidade,
Pa ra compreender com cl a reza e poi s, estabelecer a s relações l ógi ca s enquanto que a vi da de encarnaçã o
s egurança a majestade es pl endente de ca us a e efei to: o pa s s a do e o é repl eta de ilusões, o conhecimento
do Pl a no Divino é necessá ri o pos s ui r pres ente. Sem a reenca rna çã o, dela por parte dos enca rna dos
três conheci mentos es s enci a i s : perma necendo des conheci da s a s tra rá a es s es um elemento de
a) O da existência e sobrevivência ca us a s , nã o podendo s er com- indiscutível e imensa valia na
do Espírito: Nã o ha vendo a preendidos os s eus efei tos . O Pl a no ori enta çã o da vi da , enqua nto
conti nuidade do espírito no es pa ço e enca rna dos . Di z Emma nuel : “A
Di vi no se a presentará ca ótico e injusto,
no tempo, perder-se-á a fi nalidade da gra nde realidade da morte é
e, em ta is condições, logicamente nã o
evol ução, que fi ca rá s em expres s ã o colocar o homem em fa ce de s i
l ógi ca . poderá s er a cei to. própri o”.

43.
A LEI OO TRABALHO - A LEI DA JUSTIÇA

1. A LEI DO TRABALHO 1.1 O Caminho do Trabalho Neces- el e. Dessa união chega ra m os fi l hos ,
Conforme já vimos na a ula a nterior, sário até a Necessidade a mpl i a ndo um pouco ma i s o
pel a Lei da Evolução caminhamos para do Trabalho. s enti mento de s ol i da ri eda de e o
o Pl a no Di vi no, ou s eja , pa ra a Todos nós, seres vi vos , centel ha s tra ba l ho egoís ta e excl us i vi s ta s e
perfeiçã o, pa ra a ha rmoni a , pa ra o di vi nas, tra zemos no íntimo de nos s o es tendeu também para a companheira
equilíbrio existente nas leis que regem s er, em estado latente, os a tributos da e os fi lhos. Passou, então, o homem a
os fenômenos naturais. Contudo, essa Di vi nda de. Ao evol ui rmos , va mos tra ba l ha r pa ra a fa míl i a , cuja
ca mi nha da nã o se faz exteri ori za ndo es s es a tri butos , e cooperação l ogo em s eguida a mpliou
a utoma ti ca mente, ma s a tra vés do s omente cons egui mos fa zê-l o pel o o ca mpo do s eu tra balho, que passou
tra ba l ho. tra ba lho cons ta nte que a evol uçã o a s er de grupo.
O tra balho é uma l ei da natureza e exi ge. Entreta nto, cres cendo a s neces -
por i s s o s e cons ti tui numa Sem o tra ba l ho, nenhuma s i da des , os grupos ta mbém s e
neces s i da de. qua lidade ou faculdade s e desenvolve des dobraram formando comunidades
A vi da é movi mento e, no Es píri to. Sem o tra ba l ho da ma i ores de tra ba l ho e da s ol i da -
cons equentemente, não há vi da onde evol ução, a i ntel i gênci a do homem ri edade, que por fim cons ti tuíra m a s
nã o haja movimento, que se manifesta nã o sairi a da condi çã o da i nfâ nci a . na ções e os povos . Enqua nto no
como a tri to, esforço, l uta e tra ba l ho. No i níci o, era o tra ba l ho i mpos to campo material o trabalho se expandia
Como nã o pode ha ver vi da s em pel os i nstintos de cons erva çã o e de e s e organizava, no setor espiritual a s
movi mento, ta mbém não pode ha ver defesa, que ga ra nti a m a o homem o experiências eram feitas a feta ndo os
evol uçã o s em tra ba l ho. a l i mento e a proteçã o contra a s enti mentos , a proxi ma ndo os co-
O Pa i tra balha sem cessar e tudo na a gressividade do meio ambi ente. Era ra ções e os homens, a judando e sendo
Sua cri a çã o tra ba l ha ; da í s er o um tra balho egoísta e exclusivista, mas a juda dos , s enti ra m-s e mui to ma i s
tra ba lho uma lei natural. Um si mpl es neces s á ri o à s obrevi vênci a em s i fel i zes e a s s i m a l ei do tra ba l ho
objeto, a pa rentemente i móvel a os própri o e da prol e. compl etou-se com a l ei do a mor a os
nos sos olhos, movimenta -s e como a A na tureza foi da ndo a o homem s enti mentos . Com es s a evol uçã o o
Terra em torno do Sol, e, s e observado mei os pa ra di s cerni r s obre outra s homem chegou à compreensão que o
mi cros copicamente verifica-se l ogo o rea l i da des da vi da , i ncl us i ve na oci oso rouba a si e à sociedade, que o
cons tante l abor das molécul a s que o reprodução da espécie, surgindo assim tempo é do Senhor e que a ociosidade
cons ti tuem e es ta s a s eu turno, a pri meira vi bra çã o de s i mpa ti a e a nã o s e justifica nem para aqueles cuja
demonstram apurada movimenta çã o pri mei ra ma ni fes ta çã o de s ol i da - condi çã o fi na ncei ra l hes permi ta
i nterna . ri eda de, pa ra outro s er que nã o des frutá -l a .

155
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

O tra ba l ho s e tra ns forma entã o


numa neces s i da de mora l .
1.2 As Normas Para Que o
Trabalho Seja Evangélico
Se tra ba l ha r por tra ba l ha r pro-
moves se alguém a pl a nos s uperi o-
res , qua l quer um de nós fa zendo
es forço fís ico fa cilmente conquistaria
o céu.
Há ta mbém a quele i ndi víduo que
a pós ouvi r uma palestra s obre a lei do
tra ba l ho di s s e a o expos i tor:
− “Gos tei muito de suas pa l a vra s ,
poi s eu tra balho demais. Todos os dias
entro à s 7 da ma nhã no s ervi ço e
s omente saio às 7 da noite” Iss o é s i -
na l que vou i ndo bem!”
Um outro ouvi nte comentou:
−“É, a pa lestra foi muito boa , ma s
eu nã o tenho nenhuma oportunidade
de tra ba l ha r.”
É preci so distinguir o trabalho utili-
tá ri o que realizamos para nós, daquele doentes mentais a oportuni da de de do s ubconsciente como uma conquista
que desenvolvemos vi sando o bem co- tra ba l hos , pri nci pa l mente de defi ni ti va . Va mos , a s s i m, enri que-
mum. É preci so ta mbém combater em a rtesanato, com resultados altamente cendo o tes ouro menci ona do por
nós o comodismo: ba sta olhar em pos itivos. O mes mo ocorre há mui to Jes us, que a tra ça e a ferrugem nã o
qua lquer direção e veremos o s ofri- tempo nas prisões , em nos s o pa ís e cons omem e que nenhum l a drã o
mento que existe, oferecendo inúme- fora del e. rouba. Portanto, para quem já eliminou
ra s oportunidades de tra balho a todos. de s i o há bi to de fa l a r ma l da vi da
Porta nto, pa ra que um tra balho 1.4 Nenhum Esforço é a l heia, ninguém preci s a ra a dverti -l o
s eja evangélico, deve ser: Feito em Vão que i sso é erra do, poi s es te enten-
a) honesto: nã o prejudicando a Aprovei temos a imagem que André di mento fa z pa rte de s ua i ndi vi -
ni nguém; Lui z nos oferece em s eu l i vro No dua lidade, guardada que está no s eu
b) fraterno: i s to é, realizado Mundo Maior, ps i cogra fa do por s ubconsciente a vi rtude que venceu
vi s a ndo o bem dos semelhantes; Fra nci s co Câ ndi do Xa vi er, na qua l a quele mau hábito. Nenhum trabal ho
c) coletivo: rea l izado por todos. nos so cérebro, que s e di vi de em três é fei to em vã o. Mes mo que os s eus
regi ões distintas, é compa ra do a um res ultados nã o s eja m a quel es que
As s i m, devemos executa r da
edi fício de três pavimentos. O porão é es peramos, estamos tra nsferindo para
mel hor maneira pos s ível o tra ba l ho
a res i dênci a dos nos s os i mpul s os o s ubconsciente um a cervo de experi -
que o destino nos res erva , como fez
a utomá ti cos , onde gua rda mos a s ênci as que s erá uti l i za do no futuro.
Es têvã o quando, condenado à gal era ,
conqui s ta s e a s remi ni s cênci a s do Porta nto, o tra ba l ho é um
ma neja va os pes a dos remos com
pa s s a do – é o subconsciente. O el emento indispensável para a nos s a
s ereni da de, entrega ndo-s e a o
pa vi mento térreo é o domi cíl i o da s renova ção i nterna, pois através da sua
s a cri fíci o s em rebel di a . Devemos
nos s a s conqui s ta s a tua i s – é o repeti çã o di a a di a , enca rna çã o a
ta mbém tra balhar com humi l da de e
consciente. O s egundo a ndar é a ca s a enca rnação, vamos nos modifi ca ndo,
pers everança, não nos preocupa ndo
da s noções s uperi ores que nos a perfei çoa ndo, evol ui ndo.
com os res ul ta dos , a nã o s er pa ra
cumpre a tingi r – é o superconsciente.
a na lis á -l os e com i s s o a pri mora r o
Al i estão, pois, os registros do passado 2. A LEI DA JUSTIÇA
própri o es forço.
e do pres ente e a s pers pecti va s do O tra ba lho, que realiza a nossa
1.3 Trabalho como Lenitivo
futuro. evol ução para o Pl a no Divi no, é
O Es píri to André Lui z nos di z:
Os va l ores já conqui s ta dos e coordenado e regido pela lei da justiça.
“Bus que a gir pa ra o bem, enqua nto
gua rdados no subconsci ente, a pes a r Segundo essa l ei, toda a çã o
você di s põe de tempo. É peri gos o
de ocul tos à nossa l embra nça a tua l , determina uma reação, toda ca usa
gua rdar uma cabeça cheia de sonhos ,
i nfl uenci a m poderos a mente na tra z, como conseqüência, os s eus
com a s mã os des ocupa da s .”
ma rcha evol uti va do Es píri to. efeitos. É pois, s inteticamente a l ei de
Por i s s o, para os males espiritua i s ,
Por exemplo: Se temos o hábito de a çã o e rea çã o ou a l ei da ca us a l i da de.
entre a s providências do tra tamento,
fa l a r ma l da vi da a l hei a , podemos Di s se Jesus: “A ca da um segundo as
o tra ba l ho é tera pêuti ca preci os a .
comba tê-lo falando s ó do que é bom. s uas obras”, i sto é, s egundo a s s ua s
Al i ás, nos hospitais psiquiátricos es tá
Com a repetição dessa atitude va mos a ções e, porta nto, s egundo os s eus
s endo ca da vez ma i s a pl i ca da a
nos a cos tuma ndo a fa l a r do que é pensamentos e os s eus senti mentos ,
tera pi a do tra ba l ho, ou s eja , a
bom, e, em conseqüência, adquiri ndo poi s s ã o es s es os fa tores que
l a bortera pi a , i s to é, oferecer a os
es se há bito e o tra ns ferindo à es fera determi na m e ori enta m a s a ções .

156
INICIAÇÃO ESPÍRITA

Por es s a l ei entendemos que devem facilitar e não dificultar a nossa conforme o grau de evolução espiritual
s omos hoje o resultado dos a tos que ca mi nhada. já a l cançado. Surge então, no cená ri o
pra ti ca mos no pa s s a do, e por Em rel ação à vi da humana o Pa i da jus ti ça , o pri ncípi o da s res pon-
cons eguinte, que nã o devemos nos nã o cogi ta do probl ema da s a bi l i da des , ou s eja :
quei xa r de ni nguém pel o que nos condenação, mas apenas da salvação. Qua nto ma i or a evol uçã o ta nto
a contece, porque somos os a rtífi ces As s im, a misericórdia do Pa i nos chega ma i or a res pons a bi l i da de, poi s
de nós mesmos. E mais, que ninguém s empre que a mereçamos, livre e ma i s clara e ampla é a ca pa ci da de
nos i mpõe qualquer ca stigo, que nã o es pontaneamente, no s entido de do l i vre-a rbítri o. Só há verda -
há ni nguém para julgar s e merecemos fa ci litar a nossa evolução. dei ramente li vre-a rbítri o onde há
i s to ou a qui l o. Jes us nos oferece a mel hor forma l i berdade de pensamento e de ação,
É a l ei da jus ti ça que coma nda . É de compreensão da vontade de deus , e s ó pode ha ver l i berda de de
es s a l ei que va i ori enta r o Es píri to a uxi liando-nos a subir para Ele, apesar pens a mento e de a çã o onde há
huma no em s eu tra ba l ho pa ra a da gra nde preponderâ nci a que a evol ução, discernimento, onde há
conquista da perfeição dentro da lei ma l dade exerceu em nossas a tividades conheci mento de ca us a .
de evol uçã o. do pa s s a do. Porta nto, o ca nibal a o ma ta r pa ra
Conhecendo e s enti ndo a reen- O Pa i não nos desampara nunca , e comer tem pouca res pons a bi l i da de,
ca rna ção, pa s s a mos a entender de no fenômeno da reenca rna çã o poi s sua liberdade é pequena esta ndo
forma mais simples a lei da justiça e a cons tatamos dois exemplos nítidos da l i mitada às leis e tra dições da sua tribo.
compreender a s ua perfei çã o. Sua mi s eri córdi a : Sofrerá , ma s com atenuantes. À
a) O es quecimento que temos de medi da que o Espírito evolui , a dqui re
ma i or conhecimento, maior l iberdade
nos s a s vi da s pa s s a da s .
2.1 A Nova Compreensão da b) A uti l ização, em cada encarnação, e ma i or responsabilidade e por i sso, os
Divindade de a pena s alguns a s pectos de nós erros cometi dos envol vem e s e
A a nti ga i déi a da di vi nda de nos ca rrega m de a gra va ntes .
mes mos. Se fôssemos col oca dos em
mos tra va um Deus que castiga va , um pres ença do nos s o eu total, Pa ra nós , que há recebemos a
Deus vi ngativo. Atra vés de um melhor s ucumbi ría mos . bênçã o do conheci mento do
entendi mento da l ei da jus ti ça , Es pi ri ti s mo é mui to gra nde a
pri ncipalmente com os ensinamentos res pons a bi l i da de e por i s s o é
revel a dos pel a Doutri na Es píri ta , 3. O PRINCÍPIO DAS oportuno nos l embra rmos da s
s entimos que sendo criados por Deus RESPONSABILIDADES pa l avras de Jesus: “Muito s erá exigido
pa ra chega rmos um di a a té El e, é Em fa ce de uma mesma a ti tude, a da quel e a quem mui to foi da do; e
evi dente que, para percorrermos essa l ei da jus ti ça rea ge s obre ca da da quele a quem mui to foi confi a do,
di fícil e longa tra jetória, as leis divinas i ndivíduo e s obre ca da col eti vi da de ma i s a i nda l he s erá exi gi do”.

44.
A LEI DO AMOR

1. RECAPITULANDO l eva m paz e alegria a os que com el e com ma i s a tençã o e curi os i da de,
Já vi mos que, pela lei da evol uçã o, convi vem. obs erva mos que, pelo progresso, tudo
ca mi nhamos para deus, ou s eja, pa ra Vi vendo s empre no mei o da ca mi nha para uma uni ã o ha rmôni ca
col eti vi da de, pa ra a s s egura r s ua gera l, num congraçamento de toda s
o Pl a no Divino. Vimos ta mbém, que o
fel icidade e seu progress o, o homem a s partes no todo. Cons ta ta mos i s s o
veícul o i nces s a nte é o tra ba l ho, nos diversos s etores do conhecimento
preci s a fa ci l i ta r a fel i ci da de e o
ori enta do pel a l ei da jus ti ça . progresso da própri a s oci eda de em huma no. Na física, por exemplo, onde
Por s ua vez, o homem, com o que vi ve. a mul tiplicidade das l eis que exi s ti a m
a cervo de experiências s ecul a res , va i no pa s s a do es tá s endo res umi da
percebendo que os choques de retorno pa ul a ti na mente. Se es tendermos
2. META A ALCANÇAR nos s o ra ci ocíni o a o i nfi ni to, tudo
de s uas a ções s ó l hes tra zem pa z e
Dentro da meta básica a ser alca n- tenderá para uma lei única, harmônica,
a l egria quando essas mesma s a ções ça da , olhando pa ra o Pl a no Di vi no que é a l ei do a mor. Porta nto, na

157
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

rea lidade pa ra es s a s uprema ci a do O egoís ta é i gnora nte e i ngra to. ma i s ta rde pel a dor, que é a
a mor é que caminhamos, sendo essa a Com efei to, a l i cerça ndo ma l s ua cons eqüência e a res pos ta da l ei a o
meta final a ser a tingida na forma de fel icidade a tual, por ter sido alcançada tra ns gres s or e, com o s ofri mento,
fra terni da de e s ol i da ri eda de pel a desgraça alheia, invariavelmente, devemos ter a conscientização do mal
a bs ol uta s . pel a lei da causalidade, ela redunda rá que pra ti ca mos .
na s ua própria i nfelicidade de amanhã. Se nos revoltarmos com a dor, s e
Quem a s s i m procede revel a mui to nã o a ssimilarmos o sofri mento, tere -
2.1 Como Definir o Amor? ma i s ignorância do que maldade, pois mos s ofrido em vã o e se repetirá com
Pode-se a qui l a ta r a evol uçã o de o que ca da um quer é assegurar a s ua ma i or i ntensidade. Emmanuel nos di z
uma cri atura pelo s eu es píri to própri a felicidade, e, quem constrói o que “a a flição sem revol ta é pa z que
de s olidariedade e de fra terni da de templ o de s ua pa z na a rei a do nos redime”. As s i m, a l ei di vi na da
em rel a çã o à col eti vi da de. E i s s o egoísmo s e esquece que pel a l ei da jus ti ça, i mpelindo a criatura, pela dor,
outra coi sa nã o é s enã o o a mor, jus ti ça esse templ o nã o res i s ti rá à s a o ca minho seguro e reto da felicidade
que pode então s er defi ni do como tempes ta des i nevi tá vei s . verda deira, não é l ei de represál i a ou
um sentimento espontâneo e Por outro l a do, o homem egoísta é de vi ngança, mas sim de advertência e
esclarecido que impulsiona a ta mbém i ngra to, poi s tudo que el e de a uxílio para, por fi m, esclarecer-se
criatura a ser útil ao seu próximo, pos sui é sempre retira do (por mei os e l i berta r-s e do s ofri mento.
auxiliando-o na sua evolução, honestos ou desonestos) da sociedade
visando, não somente o seu bem, em que vi ve; quem ti ra de um mei o e 4.1O Esclarecimento e a
mas o bem de toda a coletividade nã o reconhece a neces s i da de de Ajuda aos Necessitados
da qual faz parte. tra ba l ha r em torno des s e mes mo Na ta refa do es cl a reci mento
A na tureza é pródi ga em bel os mei o, é i ngrato, i njusto e nã o a junta público é fundamental que estejamos
exemplos: observemos a s oci eda de s ua colabora çã o a o es forço comum cons cientes de que el e s e fa z mui to
dos cri s ta i s , que s e congrega m dos s emel ha ntes . ma i s por a titudes e exemplos, do que
ha rmoni os a e equi l i bra da mente, por pa l a vra s . Jes us exempl i fi cou e
oferecendo a nós uma l i çã o de 4. A DOR vi veu ca da pa l a vra do Eva ngel ho e
s ol idariedade e fra terni da de. Como A s emeadora é livre, mas a colheita na da escreveu. E o s eu ensi na mento,
outros exempl os pode-s e ci ta r a s é obri ga tóri a . Se cometemos uma porque nos foi deixado pelo exempl o
s oci edades das formigas, das abelhas fa l ta no pa s s a do, prejudi ca ndo ou vi vo de todos os s eus a tos , ja ma i s
e ta nta s outra s ma i s , donde s e feri ndo alguém, s eremos a ti ngi dos des a pa recerá .
cons tata, pela natureza, que o amor é
rea l mente uma l ei .

3. O EGOÍSMO
Contudo, a pes a r de ta ntos
exempl os na na tureza , entre os
huma nos exi s tem va zi os e
contra di ções .
É bem s ignificativo o diálogo entre
o pri nci pezi nho e a s erpente que
cons ta do livro de Antoi ne de Sa i nt-
Exupéry O Pequeno Príncipe:
− “Ah!... E nã o há ni nguém na
Terra ? pergunta o prínci pe.
− Aqui é o des erto. Nã o há
ni nguém nos des ertos . A Terra é
gra nde, di s s e a s erpente.
− Onde estão os homens ? repeti u
enfi m o principezinho.A gente está um
pouco s ó no des erto.
− Entre os homens também,
di s s e a s erpente...”
O gra nde obstá cul o é o egoís mo,
cha ga que tem i mpedido o progres s o
mora l da humanidade, pois a cri a tura
egoís ta , pa ra cons egui r a s ua
fel i ci da de, prejudi ca o próxi mo.
Entreta nto, a felicidade assim obtida é
efêmera , e na da ma i s é que um
ca s telo construído sobre a a rei a , que
i nevi ta vel mente des morona rá .

158
INICIAÇÃO ESPÍRITA

Temos a tendênci a de es cl a recer Deus, que a me. Quem qui s er a ma r, a) Esclarecido: a cri a tura que a ma
pel a pa l a vra , contudo nã o nos que procure mul ti pl i ca r o “ta l ento” preci s a s a ber o que es tá fa zendo.
es queçamos de que a pa l a vra s em o que l he foi confia do pa ra a pl i ca r na b) Espontâneo: quem a ma dá s em
exempl o qua s e na da repres enta . s eara de Deus, e que é a ca pa ci da de es pera r recompens a a l guma .
Há mui ta s cri a tura s que nã o própri a de servi r, pondo esse talento à Porta nto, a judar o necessitado não
a judam o seu s emel ha nte a l ega ndo di s posição de todos, pa ra que todos é a tender a quilo que ele está pedindo,
que confi a m na l ei do ca rma e del e se beneficiem como determina o ma s sim dar o que ele está realmente
a fi rma ndo que quem s ofre es tá Eva ngelho: “Que a l uz s eja col oca da neces s i ta ndo. Ao a juda r o próxi mo
pa gando o que precisa pa ga r. Di a nte s obre o vela dor pa ra que os que s e devemos a judá -l o na s ua evol uçã o
des sa posição o Es pi ri ti s mo i nda ga : a proxi marem, del a s e benefi ci em”. es pi ri tua l e fís i ca .
“Ma s quem lhe ga ra nte que nã o foi Recomendamos a leitura da l i çã o Ei s por que é tã o i mporta nte o
você o es col hi do pa ra ti ra r a quel a nº 20 conti da na 2ª pa rte do l i vro do conheci mento da exi s tênci a e da
cri a tura da s ua prova çã o?” Es píri to Hil á ri o Si l va , A Vida Escreve, s obrevi vência do Es píri to, bem como
Como vi mos, a dor s urge para que ps i cografado por Fra nci s co Câ ndi do da s leis que regem a s ua evol uçã o.
tenha mos a neces s á ri a cons ci en- Xa vi er. Essa lição nos conta o ca s o de Sem ta i s conheci mentos , a boa
ti za ção do mal que fizemos a o nos s o Sa turnino, um homem s i mpl es ma s vonta de de um homem poderi a
s emel ha nte. Por i s s o, podemos e que foi um cri s tã o exempl a r, e que preci pitar no abismo uma coletividade.
devemos a judá -l o, a fi m de que el e mui to amou, conquistando a a mizade É preci so servi r, mas aci ma de tudo é
a dquira o equilíbrio indispensável para e o res peito de quantos o conheci a m. preci s o saber s ervi r.
a s s i mi l a r o s ofri mento, ga nha r Num a ci dente de trabalho, Sa turni no
experiência e, em conseqüência , ti ra r perdeu o polegar, e pos teri ormente,
a s l i ções provei tos a s da dor. no Centro Es píri ta onde col a bora va 5. CONCLUSÃO
a ti va mente, foi i nforma do por uma Ca mi nhamos portanto para o Plano
4.2Os Efeitos do Amor enti da de que, pa ra el e, es ta va Di vi no e como já s a bemos o nos s o
As s i m como a fé remove progra ma do que perderi a o bra ço des tino, percorrendo esse ca minho de
monta nhas, ta mbém o a mor remove na quela enca rna çã o, pa ra res ga ta r forma consciente, alcançando a s l ei s
a s monta nha s que cri a mos com os débitos de vi da a nterior. Ma s, devi do de Deus res umi da s na l ei ma i or do
nos s os própri os erros do pa s s a do. a os méritos a cumulados na pres ente a mor a o próximo como a s i mes mos .
Podemos pagar com amor a s nos s a s enca rnação Saturnino resgatou com o Agora o nos s o entendi mento s e
dívi da s pretéri ta s . Jes us , a o nos s eu a mor gra nde pa rcel a de s ua s a mplia, pois sabemos que no nos s o
ens inar o “Ama i -vos uns a os outros dívi das, não l he sendo mais necessário des tino ca minhamos pa ra a vi vênci a
como eu vos a mei ” i ni ci ou-nos à perder o bra ço, ma s a pena s e tã o do a mor, ou s eja , pa ra a quel e
rea lização mais segura e preciosa da s s omente o pol ega r. s entimento esclarecido e espontâneo
l eis de Deus em benefício da harmonia de a uxiliar o nosso semelhante na s ua
e do a mor que deve reinar no coração 4.3 Como Ajudar ao Próximo? prova çã o es pi ri tua l na s ba s es
de todos . Por s ua definição vi mos que o amor es tabelecidas nos ens i na mentos do
Quem qui ser vi ver a vonta de de é um s enti mento: Di vi no Mes tre Jes us .

45.
AMOR A DEUS, AO PRÓXIMO, AOS INIMIGOS.
A Lei do Amor e da Justiça frente
às lntercessões espirituais

1. AS DIVERSAS a l gumas formas de mani fes ta çã o do vi s a ndo a conserva ção dos mes mos .
MANIFESTAÇÕES DO AMOR a mor, a té s e chegar a o a mor as Deus , Nos a ni ma i s , o a mor s e l i mi ta à s
Excl ui ndo-s e o a mor pa i xã o, o que é o objeti vo pri nci pa l , que s e neces s i da des ma teri a i s e ces s a
s i mples desejo carnal , s endo o a mor pretende a l ca nça r. qua ndo es s es cui da dos s e torna m
um s enti mento es cl a reci do e 1.1 Amor de Mãe des necessários. No homem, contudo
es pontâneo que l eva a cri a tura a s er O a mor ma terno é um senti mento es se s entimento pers i s te por toda a
úti l , a uxi l i a ndo o próxi mo na s ua i ns tintivo e uma vi rtude. A na tureza vi da e o leva a um devota mento e a
evol ução espiri tua l , va mos es tuda r deu à mãe o a mor a os s eus fi l hos , uma a bnega çã o que s ã o vi rtudes .

159
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

Às vezes, ocorre que certa s mã es , e menores. Em sentido geral, o que há fís i co ( o que em parte está certo), mas
contra ri a ndo a s l ei s da na tureza , é a uni ã o de todos os Es píri tos , em desenvolver diariamente um esforço
odei a m ou a ba ndona m s eus fi l hos di versos gra us, e s egundo a perfei çã o pel o a niquilamento do homem velho
des de a infância e, em gera l , qua ndo que tenham a dquirido. Qua nto ma i s e o na s ci mento em nós do homem
i s so ocorre, é uma prova ou expi a çã o perfeitos os Espíritos, mais uni dos s e novo. É poi s, em síntese, a real i za çã o
que o Es pírito do filho es col heu por torna m. Porta nto, o a mor de a l ma s da nossa reforma ínti ma pa ra nos s a
ter s i do ma u pa i ou mã e pervers a gêmea s é, em s uma , a quel e que o el eva çã o es pi ri tua l .
noutra existência . Entreta nto, a mã e Es píri to um di a s enti rá por toda a
que a ssim age não ficará i mpune, e o huma ni da de. 2. O AMOR A DEUS
Es píri to do filho s erá recompens a do Fi na l mente nã o devemos nos Há vá ri as teorias s obre como
pel os obstáculos que conseguir vencer. es quecer que s endo a Terra uma devemos a mar a Deus. Uns a cham que
Um bel o exemplo de a mor materno – es col a de l uta s regenera dora s ou é fi ca r numa a titude contemplativa
o i ns ti nti vo e o vi rtuos o – expi atórias, encarnando-se, o homem em rel ação à na tureza. Outros
encontramos na poesia de Ra i mundo pode consorciar-se vá rias vezes , s em a fi rmam que é s entir Deus no coração.
Corrêa : que a sua união matrimonial s e efetue Outros a inda a cham que revelamos
A Leoa com a a l ma mais afim da s ua , mui ta s nos so a mor a Deus com a construção
vezes di s ta nte da es fera ma teri a l . de templos majestosos em Seu l ouvor.
Nã o há quem a emoção não dobre e Vi mos no estudo da Lei da
[vença 1.3 O Amor para com os Evol uçã o, que existe um fator primor-
l endo o episódio da leoa brava Semelhantes di a l na Vonta de Divina, tendente
que sedenta e famélica, bramava, Ama r a o s emelhante s i gni fi ca , de à uni dade, ou seja, de que o todo
va ga ndo pelas ruas de Florença a cordo com a defi ni çã o de a mor, s e i ntegre pel o congra çamento
a uxi liá-l o na s ua jorna da evol uti va , ha rmônico da s pa rtes. Como é
Foge a população espavorida, fa zendo-l he todo o bem que s eja a bs urdo para nós ajudar a Deus na
e na ci dade deplorável e erma pos s ível . Des s a forma , s e formos s ua evolução, porque Deus é a
topa a leoa, quase s em vi da , tra ba lhar numa favela, não deveremos perfeição a bsoluta, concluímos com a
uma i nfeliz mul her débi l e enferma . nos preocupa r qua nta s fa míl i a s evol ução da Sua obra . As sim,
es ta remos a tendendo, ma s s i m podemos amar a Deus de vá rias
Em frente à fera no estupor do qua nta s es ta remos de fa to recu- forma s , como s egue:
[a s sombro, pera ndo, quantas pessoas es ta remos
nã o já por si tremia, ela, a mesquinha, a juda ndo a evol ui r a té o pondo de a) pl a ntando uma árvore;
porém porque era mãe, e o peso tinha, di s pens a rem o nos s o a uxíl i o. b) modelando a argila;
s empre caro p’ras mães, de um filho c) l a pidando uma pedra;
[a o ombro. 1.4 O Amor à Pátria
d) da ndo uma a ula;
Como devemos a ma r a Pá tri a ? O
Cega va -a o pranto, enrouquecia-a o que é o a mor à Pá tri a ? Ta i s e) educando;
[choro, i ndagações encontram vá rios tipos de f) educando-se, etc.
des vairava-a o pavor!... e entanto, o res pos ta s . Uns a cha m que a ma r a
[lindo Pá tri a é s entir um grande amor por ela, Cons eqüentemente, todo o
e terno i nfante, pequenino e louro, é defender o s olo onde s e na s ceu, os tra ba lho que realizamos no s entido de
pl á cido estava nos seus braços ri ndo. há bi tos , os cos tumes , col oca ndo o a perfeiçoar o que existe na cri a çã o é
ci vi s mo como um s enti mento bem uma ma nifes ta çã o de a mor a Deus .
E o ol har desfeito em pérolas celestes a quém do que deve rea l mente s er. Sempre que toma mos uma forma
cra va a mãe no animal, que pára e Ama r a Pá tri a é tra ba l ha r em s eu pouco perfei ta e a tra vés do nos s o
[hesita benefíci o pa ra que el a s e el eve tra ba lho procura mos a perfei çoá -l a ,
à quele olhar de súplica infinita, ma terial e espiritualmente no convívi o es ta mos a ma ndo a Deus .
que é só próprio das mães em transes da col eti vi da de huma na . Des sa forma, até mes mo um a teu
[desses. Des sa forma, cada um de nós pode pode a ma r a deus . Exi s tem mui ta s
demons tra r s eu a mor à Pá tri a pes soas a bnegadas que amam a Deus
Ma s a l eoa, como se entendesse o cumpri ndo com fi del i da de s ua s s em a creditarem na Sua exi s tênci a .
a mor da mãe, incólume deixou-a... obri gações perante o l ar, a família, no
É que esse amor até nas feras vê-se... tra ba l ho e na comuni da de s oci a l . 3. O AMOR AO PRÓXIMO
E é que era mãe talvez essa leoa. Há vá ri as formas de a ma r a Deus
1.5 O Amor a Si Mesmo ma s , como di s s e Emma nuel :
1.2 O Amor de Almas Gêmeas Ba s eados nova mente na defi ni çã o “Há cora ções que se desfa zem em
Mui ta s pessoas admitem que ca da do a mor, concl uímos que qua ndo l ouvores; tempera mentos a rdentes
um de nós possui em a l gum l uga r do verda dei ra mente nos a ma mos , que pronunci a m bel os di s curs os ,
Uni verso a sua metade eterna, ou seja, tra ba lhamos vi sando a noss a própri a i ntel i gênci a s pri moros a s que de-
a s ua a l ma gêmea , a quem um di a , evol ução espiritual. Portanto, a mar de monstram sua existência. Mas, existe
fa ta lmente, s e reuni rá . Entreta nto é fa to a si mesmo não é ter uma a titude um que se destaca por amar o
i mportante entendermos que nã o há na rci sista ou a pri mora r os cui da dos próximo”.
uni ão particular, há a finidades maiores que devemos ter com o nos so corpo Porta nto, em res umo, chega mos

160
INICIAÇÃO ESPÍRITA

à concl usão que amar a Deus é amar s e a proximam de nós com a pa rênci a cor ou desejo de vingança retribuindo
ao próximo. de i ni mi gos , como nos s os exa- s empre o mal com o bem.
As s im, evoluímos pa ra Deus, para minadores, ens i na ndo-nos :
o Pl a no Divino, ca minhando pel o tra - “Devemos receber, desse modo, os 5. A LEI DO AMOR E DA
ba l ho conduzido pela l ei de Justiça, na pa rentes di fícei s e os a mi gos JUSTIÇA FRENTE ÀS
vi vência do amor, a través do a mor a o compl exos, os adversários gratuitos e INTERCESSÕES ESPIRITUAIS
nos so próxi mo. Essa é a nossa meta! os i rmã os des a fortuna dos , ta nto Já vi mos na a ul a a nteri or que
Exempl o expres s i vo de a mor a o qua nto a queles que te a pedreja m e a l guma s pes s oa s nã o a cei ta m a s
próxi mo encontramos na parábola do ferem, pers eguem e ca l uni a m, por i ntercessões por jul ga rem que el a s
bom s a ma ri ta no. exa mi na dores cons ta ntes de teu ca mi nham em s entido contrári o à l ei
Um comentário é importante sobre a proveitamento nas ci ências da alma , da jus tiça, que, na s ua sabedoria, dá a
es sa parábola: a pós a narrativa, Jes us de que os Mens a gei ros Di vi nos s e ca da um s egundo o seu mérito e à sua
pergunta: “Qual desses três te parece fa zem nossos instrutores a bnega dos neces s i da de evol uti va .
ter s i do o próximo daquel e que ca i u na l uta coti di a na ... Ca da um del es , Se i s s o é verda de, nã o menos
na s mã os dos s a l tea dores ?” Res - hora a hora , te exa mi na o gra u de verda de é que muitas vezes o Es píri to
pondeu o doutor da lei: “Aquel e que pa ci ênci a e s ervi ço, ca ri da de e erra por conti ngênci a s própri a s do
us ou de misericórdi a pa ra com el e”. benevolência, perdã o e fé vi va , bom mei o em que vi ve; erros esses que não
No ca s o ci ta do a fra s e es tá certa : â ni mo e entendi mento. teri a cometido se nã o ha bi ta s s e ta l
Jes us quis a s s i na l a r a quel e que s e E, l embrando-te de que o própri o mei o. É jus to, poi s , que el e s eja
i nteressa pelos problemas dos outros, Cri s to s ofreu i ronia e es pa nca mento a juda do pel a s oci eda de a s e
que é s ol i dá ri o; ma s nos s eus entre eles, no dia da cruz, asserena-te des vencilhar daquelas conseqüênci a s
ens i na mentos , Jes us va i a l ém e na ba nca de prova s em que te do ma l , pel a s qua i s o ma i or
ens i na a ma r a todos , i ndi s - encontras, aprendendo a valorizar, em res pons á vel foi o própri o mei o
ti nta mente. Amar a quem nos s ervi u teu próprio favor,o poder da humildade a mbiente. Outrossim, considerando a
ou a judou é um a mor qua s e que e a força da compa i xã o”. reenca rna çã o, quem nos poderá
obri ga tóri o, mes mo pa ra a s a l ma s Nã o há , porta nto, utopi a no ga ra nti r que qua ndo es ta mos
i ndiferentes ou i ngrata s ; a té mes mo Eva ngel ho a os nos ens i na r que tenta ndo a juda r um s emel ha nte
por mero e mes qui nho i nteres s e devemos a mar a os nos s os i ni mi gos . qua lquer, não estamos, na reali da de,
pes soal o servido costuma di s ti ngui r Ba s ta que se coloquem as coi s a s nos tenta ndo a pa ga r um vel ho débi to?
a quele que l he s ervi u.. Is s o é mui to s eus devidos l ugares, pois não va mos Al ém disso, pela maior das l ei s , a
pouco dentro da doutrina de Jesus; ela dedicar a o nos s o i ni mi go a mes ma l ei do amor, devemos s ervir s empre. E
é mui to ma i s profunda e exi gente, ternura que dispensamos a um i rmã o qua ndo s e ama, nunca se comete uma
poi s determi na o a mor i gua l pa ra ou um a migo. Não podemos depositar i njustiça , porque nã o há quem nã o
todos os semelhantes, necessitados ou confi a nça nem ter expa ns ões de preci se de amor di vi no e mes mo do
nã o, a mi gos ou i ni mi gos . a mi za de a quem nos quer ma l . a mor huma no.
As s im, a mar os nos sos i ni migos Por outro l a do, o poder de s ervi r é
4. O AMOR AOS INIMIGOS é perdoar-lhes i ncondi ci ona l mente, fruto da evolução, e o es píri ta que o
É evi dente que quem deseja amar a s em l hes guardar qualquer ódio, ran- pos sui tem pl eno di reito de usar seu
Deus , a ma ndo toda Sua cri a çã o,
neces s i ta i ni ci a r a ma ndo os s eus
fa mi liares, que são os próximos ma i s
próxi mos, e a ssim s uces s i va mente,
a té chega r a o ponto de cons egui r
a ma r os s eus própri os i ni mi gos .
Como a ma r nos s os i ni mi gos ?
Des de que os enca remos como
i ma turos, retardados, ignorantes, isso
s e torna relativamente fácil conquanto
de nossa parte não haja presunção de
uma s uperi ori da de que nã o temos
porque devemos l embrar que gra ça s
a os nossos inimigos encontra mos os
ca mi nhos que nos conduzem a os
pl a nos s uperiores , poi s s empre que
nos desviamos do bom caminho el es
nos a gri dem, permi ti ndo-nos ver
nos s os própri os erros , s enti r de
i medi a to s ua s cons eqüênci a s na
nos s a vi da e corri gi r-nos ma i s
ra pi da mente, recol oca ndo-nos no
ca mi nho que nos l eva a Deus .
Emma nuel compa ra a queles que

161
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

l i vre-arbítrio, faculdade essa que se vai l ei, i mpondo,por outro lado, o pri ncí- ol ha r s empre pa ra trá s e concorrer
a mpliando à proporção que o Espíri to pi o do egoísmo e do i ndi ferenti s mo, pa ra a evolução dos que estiveram na
a va nça na evolução para a perfei çã o poi s ca da qual, por mais evoluído que reta gua rda .
di vi na . fos se, não teria o di rei to de us a r de O que nã o é permi ti do é uma
Se es sas i ntercessões nã o fos s em s ua própri a força , dentro da l ei do interferência direta, definitiva,
pos síveis dentro do Pl a no Di vi no da a mor, pa ra ajudar, pa ra s ervi r. Quem resolutiva nos atos alheios, quer no
vi da , entã o es s e pl a no teri a já subiu aos altos planos da bem, quer no mal, impedindo o l i vre -
i nterditado integralmente o espírito de espiritualidade sem ter sido ajudado a rbítri o i ndi vi dua l , o méri to da
comi seração, de fraternidade, de s oli - e orientado? E s e a s s i m é, por evol uçã o do Es píri to pel os s eus
da ri edade, que é o es pírito básico da gra ti dão e por justiça, deve cada qual própri os a tos .

46.
A FILOSOFIA DA DOR

1. A DOR É UMA LEI? fa zer todo o percurs o da evol uçã o, em di fi cul da de ou tropeço pa ra o
A dor nã o é uma l ei da vi da s endo, ao mesmo tempo, o fa tor que nos so s emelhante em rel a çã o à s ua
es piritual, mas nos mundos inferiores ga ra nte o méri to e que exerci ta o ma rcha evol uti va .
como o nosso, el a des empenha um Es píri to, des envol vendo-l he a s A injustiça prejudi ca ; a
pa pel tã o rel eva nte pa ra a l ei da fa cul da des que tra z l a tentes em s i ociosidade furta à s oci eda de a
evol uçã o, que bem merece s er mes mo como s emente divina que é; a col a boração e s e constituem em ônus
medi tada com mais profundidade, em l ei da jus ti ça ori enta o tra ba l ho do por s e tra ta r de uma funçã o nã o-
uma a ul a à pa rte. Es píri to na s ua gra nde ca mi nha da rea liza da , o que di fi cul ta a ma rcha
Rea lmente, ela não cons ti tui uma evol utiva para a meta fi na l , o a mor, ha rmôni ca da s oci eda de; o orgulho
l ei mas a penas o choque de retorno ens inado a o Espírito, qual a na tureza humi l ha e des res pei ta ; a vaidade
da s ações planeja da s e executa da s do tra balho que o elevará à concepção ofende e des perdi ça ; a avareza
fora do Pl a no Di vi no. Es s a rea çã o, e à prá ti ca da gra nde l ei da s l ei s . s onega; o egoísmo a fa sta a s pa rtes
como já vi mos, é s enti da com ta nta e rouba a col a bora çã o; a male-
ma i or i ntensidade quanto maior for o 2. O SOFRIMENTO EXPLICADO dicência cri a obs tá cul os e à s vezes
nível evolutivo do que errou, estando, As s i m s endo, todo s ofri mento preci pita em a bismos ; a sensualidade
poi s , na ra zã o di reta do nível de i ndica que o Es pírito (ou a coletividade) degra da e reba i xa ; o ódio des trói ; a
cons ciência já alcançado pelo Espírito. a gi u contra o amor; i ndica que a a çã o mentira di fi culta e desorienta; enfi m,
Na rea lidade, a dor vem a s er a di fi cul tou a ma rcha de s eus qua lquer mal acaba por provir, de fato,
a pl icação da l ei da justiça (lei de ação s emelhantes naquele s enti do que é o da a usência do amor, da fa l ta des s e
e rea çã o) s obre todo a quele que agir úni co a a s s egura r a fel i ci da de es píri to de col a bora çã o pa ra a
no s entido contrário ao da lei do a mor. perma nente. rea l i za çã o da evol uçã o.
Es s a l ei, como já vi mos, é a meta Certa mente foi por entender assim Feri ndo, pois, o s emelhante, o
fi nal que o Espírito deve atingir em sua es se problema fi losófico da vi da que homem se sentirá ferido, (lei da justiça)
evol ução e, por isso mesmo, não é o Gra nde Após tol o a fi rmou que “o e s erá a ssim que, depois de múltiplas
propri amente uma l ei, mas s im a lei, a mor cobre a multidão dos peca dos ”. experiências nes se s entido, nã o
a ma ior de todas, aquela para cuja Quer i s s o di zer que nã o há erro des ejando mais s ofrer, e sabendo já
rea lização todas as demais concorrem huma no que a prática do verda dei ro que s ofre porque fez alguém sofrer,
como l ei s s ubs i di á ri a s . a mor nã o sane; l ogo, todos os erros pa ssará a agir somente no sentido do
A meta é o amor, a soli da ri eda de huma nos, di reta ou i ndi reta mente, bem geral, favorecendo, a o mesmo
com tudo e com todos no s enti do do vêm a s er erros de lesa-amor. tempo, a sua própria evolução e a
bem-fa zer, de tudo ori enta r pa ra o Se a tentarmos bem para qua l quer evol ução da s ociedade e do meio em
ca mi nho verda dei ro da evol uçã o. A erro humano, chegaremos à conclusão que vi ve.
evol uçã o é o ca mi nho, progres - de que s e tra ta , di reta ou i ndi re- A dor é, pois, fenômeno-efeito e um
s i va mente a scendente, que deverá ser ta mente, evidente ou veladamente, de fa to provisório, fada do a s e venci do
percorri do pel o Es píri to; a l ei do um cri me cometido contra o es píri to i nexora vel mente com a a s cens ã o
tra ba lho é o mei o pelo qual s e pode de solidariedade, um ato que redundou evol utiva de ca da Es pírito. El a i ndica

162
INICIAÇÃO ESPÍRITA

s empre um erro em relação ao pl a no


di vi no, à l ei , a o a mor, e vem a s er a
força que a companhará o homem a té Sugerimos ao amigo leitor
que ele volte para o plano, para a l ei . Inteirar-se da biografia de
Jésus Gonçalves,(foto ao lado)
3. A DOR: ESSA NOSSA valoroso trabalhador do Cristo
GRANDE AMIGA que. no fim da sua existência
no Asilo Colônia de Pirapi·
Como Jes us é o s ímbol o e a
Ungut, olhava para as suas
expressão máxima do amor na Terra ,
mãos consumidas pelo mal de
cos tuma mos di zer que, quando o Hansen e dizia: "Como Deus é
homem terreno não quiser bom permitindo que eu pague
caminhar de braços dados com um pouco do tanto que devo"
Jesus, caminhará de braços dados
com a dor; e essa dor é tão amiga
do homem errado que de modo
algum o abandona enquanto ele,
"Da palhoça passei· para os salões,
voluntariamente, não voltar para os
onde nasceram novas ilusões que
braços de Jesus.
vieram sucumbirnurn.leprosãrio.,"
Como a fi rmar, então, que a dor é
i ni miga do homem e de sua felicidade, Jésus Gonç alv e s
qua ndo el a a pensas deseja i mpelir
es se mesmo homem para essa mesma
fel icidade? Por outro lado, como dizer com compreens ã o e a mor é que o s entido da l ei, que ma nda , a ci ma de
que el a é a vi nga nça ou a i ra di vina “vol ume” do nos s o carma começa a tudo, col aborar com todos de maneira
contra o homem que se rebela contra reduzir. É por i sso que Emmanuel nos a facilitar a reabilitação do Plano
a verda de qua ndo o Cri ador, di z: “Afl ição sem revolta é paz que nos Divino.
permi tindo que a dor toma sse pa rte redi me”.
Se quisermos ter um sina l s eguro 5. SOFRIMENTO E EVOLUÇÃO
a ti va no fenômeno evolutivo, quis
do índi ce evol uti vo de uma deter- Os moti vos de sofrimento ta mbém
a penas alertar o homem a fim de que
mi na da cri a tura , observemos como evol vem, como tudo aliás, na vi da , de
el e estudasse nova toma da de
sofre ela, como enfrenta o problema ta l forma que o que nã o era ontem
pos ição, a fi m de que ele mudasse o
da dor e como o resolve. moti vo de dor poderá vi r a s ê-l o
rumo de s eus pensamentos e de suas
Ca da qua l s ofre à s ua moda , a ma nhã, gra ças à maior a cui da de do
a ções a fa vor de s ua própria
a tes ta ndo o gra u de evol uçã o já Es píri to, ao seu mais eleva do gra u de
fel icidade? Pa ra os espiritualistas
a l ca nça do. cons ci ênci a . É por i s s o que todo
es clarecidos, a dor é uma esplendente
homem sofre quando va i pa s s a r de
ma nifestação do a mor de Deus pelas
4. BEM-AVENTURADOS OS QUE um pl ano evoluti vo pa ra outro ma i s
s uas cri aturas, pois é uma a rma
CHORAM el evado; superadas a s condi ções de
poderosamente elucidativa da l ei da
O que s ofre es tá a ca mi nho do vi da de um determi na do pl a no, o
evol ução, a rma essa que o homem
es cl a reci mento e da redençã o; el e homem, impulsionado pela evol uçã o,
poderá dispensar quando já ti ver
atingido alto grau de discernimento em l i mpa a mancha que criara e aprende a s ente o desejo de subir mais, e entã o
rel a ção às leis gerais da vi da espiritual. nã o ma i s i nci di r no mes mo erro, penetra em um pl a no onde nã o s e
a dquirindo s a bedori a , a fa s ta ndo a s ente bem afinado, por fa lta de hábito
Fa ce a o erro de lesa-amor, a dor é
ma nifestação da justiça; face a o i gnorâ nci a que é o fa tor qua ndo a inda s e s ente pres o, jus ta -
preponderante de nossos desa certos . mente pelo hábito e pelo princípi o da
erra do ou a o s ofredor, a dor é
Por i s s o mes mo o Mes tre já i nércia, àquele plano mais i nferior que
ma nifestação da mi s ericórdia do
Cri a dor, funcionando como bússola ponti ficou: “Bem-aventurados os que el e habitou por ta nto tempo e cujos
chora m”. conhecimentos e cujas leis ele já sabia
que norteia e como tábua que s a l va .
A i nterpreta çã o errônea des s a manejar com precisão, sentindo-se por
Frequentemente, a nos s a a ti tude
a fi rmativa tem leva do muitas cri aturas i s so, bem equilibrado aí nes te pl a no.
qua ndo s omos alcançados pel a dor é
de boa vontade a procurar a dor. Nã o Es s e esforço ascensional, i ndividual
de rejei çã o i medi a ta , i s to é, nos
foi isso que o Mestre ensinou; ninguém e col etivo, tem que vencer a s força s
rebelamos contra o s ofri mento. Com
deve procurar a dor, mas s im enfrentá- dos hábitos já sedimentados e da l ei
a s l ições que recebemos neste curso já
l a quando ela surge no cenário da vida, da i nérci a , o que já é um moti vo de
a prendemos que nã o extra i rmos da
es tuda r-l he a s ca us a s e procura r dor; s e a crescemos a ess es fa tores a
dor os s eus ensinamentos proveitosos
a ta car essas ca usas de frente para que di fi cul da de de equi l íbri o fís i co,
e úteis à nossa ca minhada evolutiva, é
a dor nã o ressurja amanhã por ca us a s i ntelectual, moral, econômi co, s oci a l
i ndi s pens á vel a s s i mi l a rmos o
i dênticas; a dor vem exatamente pa ra no novo pl a no que el e va i ha bi ta r,
s ofri mento serenamente, a fim de que
a l ertar o homem a fim de que ele vi gie des equi l íbri o que i nfunde pa vor,
o mes mo possa operar em nos s o s er
mel hor s eus pens a mentos e s ua s porque é a fonte de i ncerteza ,
a s neces s á ri a s tra ns forma ções .
a ções, sendo s empre um índi ce certo teremos pela frente ma i s um moti vo
Rejeitar a dor é sofrer repetidas vezes,
de que ele não procedeu dentro do de s ofri mento.
poi s somente quando a recebermos

163
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

Toda a s cens ã o é dol oros a e é de s ua cons ci ênci a , a qua l já nã o pl a nos tã o inferiores; isso é verdadeira
dema nda es píri to de renúncia (em cons idera como s eu há bi ta t i dea l o morte pa ra o Es píri to, e es s e o s eu
rel a çã o a o que va i s er dei xa do no mei o em que vi vi a . verda deiro sacri fíci o fei to a bem da
pa s s a do, como coi s a já s upera da ), Des se idealismo sadio e verdadeiro, evol ução das coletividades huma na s
confiança fi rme ou fé poderos a (em na s ce a têmpera , a a udá ci a , o de ba i xo nível evol uti vo.
rel a ção ao objetivo a ser a lcançado) e des temor dos va ngua rdei ros da Como es s a s i tua çã o es tá a i nda
forte es píri to de perseverança (pa ra evol uçã o, os qua i s a ca ba m por mui to distante de nós , pa ra el a nã o
que não fique a meio ca minho e pa ra a rra s tar consigo toda a huma ni da de devemos ou não precisa mos a tenta r
que s e ca pa ci te do a certo da nova pa ra as nova s forma s de vi da , ma i s com mui ta a cui da de e com mui to
toma da de pos i çã o). cons entâneas com o novo di a pa s ã o ca ri nho;ainda necessitamos de a lguns
Ei s por que enqua nto o homem vi bra tóri o da cons ci ênci a . mi l hares de séculos de evolução pa ra
nã o a tingir a perfeição, integrando-s e nos torna rmos um Cri s to ou um
na vonta de de Deus e dando-se como 6. O SOFRIMENTO DE JESUS condutor de huma ni da des .
Deus Se dá , nã o cons egui rá a Por fim poderíamos ainda nos
fel icidade a bsoluta; enqua nto el e l á referir a um tercei ro ti po de dor: é
nã o chega r, há de des eja r s ubi r a quele que envolve as a lmas já eman- 7. CONCLUSÃO
s empre ma i s , a da pta ndo-s e a ci pa das e divinizadas quando elas vol - As s im, pois, já devi da e s ufi ci en-
condi ções de vi da ca da vez ma i s ta m a os mundos i nferi ores pa ra nos temente esclarecidos , s a i ba mos s er
próxi mas da perfeição divina, e, poi s , di ta r a s nova s conduta s de vi da prá ti cos e i ntel i gentes fa ce a o
ca da vez de realização mais difícil face que essa humanidade s erá chamada a fenômeno da dor; procuremos a s ua
a os seus velhos hábitos egoís ti cos , e vi ver. ca us a próxi ma ou l ongínqua , na
frente às exi gênci a s da s ua própri a Es s es Espíritos nã o s ofrem como certeza de que a encontra remos ,
cons ciência que s e vai tornando ca da os demais, pois a l ei do carma só l hes ta mbém na certeza de que el a es tá
vez ma i s s ens ível , rea gi ndo com propi cia motivos de a legria; nada têm s empre dentro de nós mes mos ; nã o
i ntensidade ca da vez ma i s profunda a res ga ta r; vêm como mes tres e cul pemos, pois, esse ou a quel e pel o
fa ce a os des vi os em rel a çã o à l ei . ori entadores altamente categorizados, ma l que recebemos , poi s nã o é por
Ei s a í um aspecto interes s a nte do e eles não sofrem pelo que está dentro a ca so que i s s o ou a qui l o a contece
fenômeno dor; ele deve ser meditado del es, mas a penas por contemplarem conos co, e nem foi por a ca s o que já
com cui dado pelos a prendi zes des ta a tremenda ignorância e a rebeldia dos na s cemos des ta ou da quel a forma ,
Es col a do Eva ngel ho, poi s os Es píri tos a tra s a dos ; i s s o nã o é nes s e ou na quel e mei o.
va ngua rdei ros dos gra ndes s urtos propri amente dor, pois nenhum pai ou Tudo tem a s ua ra zão de s er
evol utivos são justamente os que mais nenhum profes s or s ofre por con- no s ei o ha rmôni co da vi da , e a l ei
s ofrem s egundo es s a ca us a que templar a i gnorâncias de s eus filhos ou determi na que ca da qua l receba
a ca ba mos de ci ta r. a l unos , mormente s a bendo que s e s empre conforme a s ua capacida de e
Es s e s ofrimento já é bem di vers o tra ta de contingência provisória e que conforme a sua necessidade evolutiva,
da quele que o Es píri to s ofre pela lei s erá sanada por eles mes mos , com o s endo, pois, colocados sempre em sua
de rea ção no plano em que el e es tá a uxíl i o de s eus pa i s ou mes tres . pos i çã o evol uti va e i dea l .
bem equilibrado, em que suas ações já O s ofri mento des s a s a l ma s Bendigamos sempre as dores e a s
s e vã o torna ndo a utomá ti ca s e ema ncipadas, como Jes us , cons i s te a dvers i da des , poi s que el a s s ã o
s ubconscientes; com efeito, s e el e, o em a pena s no des cer da s el eva - degra us que devemos ga l ga r pa ra
Es píri to, sente certo des equi l íbri o e dís s i ma s es fera s de l uz, pa ra s e a l cançarmos as es fera s i l umi na da s
certa i ncerteza na mudança, contudo ombrearem com os homens desses dos mundos ma i s perfei tos .

47.
NORMAS DA VIDA ESPIRITUAL

1. APRESENTAÇÃO norma s são uma conseqüência das leis 2. COM RELAÇÃO AO PLANO
A verda dei ra vi da , pa ra a qua l que a regem. Va mos a bordá -l a s DIVINO E LEI DA EVOLUÇÃO
todos , i ndi s ti nta mente, nos enca - res umidamente, na mesma ordem em Já vi mos que o Pl a no Di vi no
mi nhamos, é a vi da es piritual e suas que essas leis foram por nós estudadas. s i ntetiza o conjunto de Leis Na turais,

164
INICIAÇÃO ESPÍRITA

eternas, perfeitas e imutáveis , e que,


pel a Lei de Evol uçã o, o Es píri to
ca mi nha pa ra a perfei çã o.
Cons eqüentemente, com rel a çã o
a o Pl a no Divino e à Lei da Evol uçã o,
nos sa norma deve s er a de procura r
compreender a razão de s er da vi da e
a s l eis que regem essa evolução. Es s a
procura nos conduz a um i nteres s e
ma i or pela ques tã o da exi s tênci a e
s obrevi vênci a do Es píri to. E da í
decorrem as seguintes conclusões da
ma i s a l ta i mportâ nci a :
a) Como nã o se pode conceber a
eternidade da vi da s em progres s o e
s em responsabilidades , a dmi ti da s a
exi s tênci a e a s obrevi vênci a do
Es píri to, logicamente se conclui sobre
a exi s tênci a da evol uçã o.
b) Ao s e a profundar no estudo dos
mei os e proces s os de evol uçã o do
Pera nte a lei da justiça, que orienta 4. PERANTE A LEI DO
Es píri to, surge um pri ncípi o do ma i s
a s a tividades humanas, dentro da l ei AMOR
el eva do a l ca nce Fi l os ófi co: o da s
do tra ba l ho, conduzi ndo-a s pa ra a Di a nte da l ei do a mor devemos
reenca rna ções , que é bá s i co e
meta final da evolução, o trabal ho do pensar e a gi r s empre no s enti do do
i mprescindível para a compreensão da
homem deve s er: bem fa zer e do bem querer,
vi da , s egundo o que a vi da de hoje
a) Honesto: Pa ra nã o prejudi ca r a procura ndo a juda r o mei o em que
es tá vi nculada ao passado e ao futuro.
ni nguém; vi vemos na sua marcha evolutiva. Agi r
Sem o pri ncípio das reenca rna ções , a
b) Fraterno: Pa ra a uxi l i a r a todos ; s empre pelo bem é a forma ideal de se
fi l os ofi a da vi da nã o cons egue
c) Coletivo: Poi s s ozi nho nã o rea l i za r o precei to eva ngél i co,
es tabelecer as causas do passado, que
poderá realizar a s gra ndes obra s da profundo e i mperi os o do “a ma i -vos
s e refletem no presente, torna ndo-s e
edi fi ca çã o s oci a l ; uns a os outros ”.
confusa e i mpotente perante a l ógica
d) Útil: Ou s eja , objeti va ndo a Como nã o nos é pos s ível a cera r
e a ra zã o, l eva ndo o homem a
evol uçã o es pi ri tua l i ndi vi dua l e s empre, procuremos desenvol ver em
des cambar pa ra o ma terialismo. Com
col eti va ; e nós , a pa r da compreens ã o pro-
a a ceitação da reencarna çã o, tudo s e
e) Perseverante: Porque a per- gres siva, um progres s i vo es píri to de
modi fica e o homem, percebendo s ua
fei çã o ja ma i s s erá a ti ngi da s em a humi ldade, a fim de termos cora gem
res ponsabilidade e s enti ndo s empre
pers evera nça . de vol ta r a trá s em nos s os
pres ente a lei da causalida de, conduz
Se, por outro lado, nos lembrarmos des atinos, reconhecendo nossa cul pa
de forma diversa s ua vi da e começa a
de que a mi s eri córdi a Di vi na es tá e pedi ndo perdã o a os ofendi dos e
perceber a gra ndeza e a perfei çã o do
s empre a nos s o l a do, fa vorecendo prejudi ca dos . Por outro l a do,
Pl a no Di vi no. E a s s i m procura vi ver
nos s a ma rcha evol uti va , teremos perdoemos s empre a os que nos
dentro des s e pl a no, es força ndo-s e
conquistado mais um poderos o fa tor ofenderem ou nos prejudi ca rem.
pa ra se a daptar a ele de forma l ógi ca ,
de edi fi ca çã o es pi ri tua l : a fé. Lembremo-nos , contudo, que
cons ciente e permanente. Porta nto, a
A fé concorre pa ra a umenta r a perdoar não é dei xa r de reconhecer
fel i ci da de do Es píri to cons i s te em
vonta de do homem na luta evolutiva e um determinado erro; é nã o gua rda r
enqua dra r-s e no Pl a no Di vi no e
para lhe trazer a certeza de vitória final, res s entimento e não tomar represáli a
obedecer conscientemente as suas leis. poi s quem procura r es ta r com Deus , de vi olência : é es quecer a ofens a e
vencerá s empre, a i nda que mui ta s a bri r os braços ao ofensor s e el e vi er
3. PERANTE AS LEIS DO
vezes a s a pa rênci a s mos trem o nos procura r; ter boa vonta de pa ra
TRABALHO E DA JUSTIÇA
contrá ri o. Deus é tudo e tudo pode! com el e, tentando elevar o s eu nível
Como norma da vi da espiritual em Tra ba lhemos, pois, que o céu a juda rá . de conhecimento e de s enti mento, e
fa ce à l ei do tra ba l ho, devemos ter,
Fi na l mente devemos a cei ta r fa vorecendo a s ua evol uçã o.
s empre presente, que o es forço é o pa ci ficamente e procurar realizar com Só o a mor une; s ó el e redi me ;
móvel da evolução, bem como o fa tor esmero, todo o trabalho que a vida nos s ó el e fel i ci ta ; s ó el e l eva rá a
que l he a ssegura o mérito. A evolução
oferecer, l embrando que, se é erra do huma nidade à unidade na rea l i za çã o
do homem depende de s eus pen- cruza r os bra ços , é i mprudente e compl eta da vonta de do Cri a dor.
s a mentos, de s uas palavras e de s ua s contra producente procura r ta refa s Amemo-nos a nós mes mos , procu-
a ções. A vontade de Deus vem em seu a ci ma de nossa própri a ca pa ci da de, ra ndo a umenta r nos s a cul tura e
a uxíl io na sua marcha evolutiva de ta l a ci ma da quel a s que a vi da ou o puri ficar nos s os s enti mentos . Ame-
forma que, ao procura r ca mi nha r no des tino nos oferecer. Al iás, nunca nos mos nos s a fa míl i a , e por el a nã o
s entido das leis naturais, s ua evolução é da da pelo Alto ca rga ma i or do que poupemos esforços dentro do ca mpo
s e tona ma i s s ua ve e rá pi da . a quel a que podemos s uporta r. do que é hones to, jus to e ra zoá vel .

165
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

Amemos nossa grei , depoi s o nos s o Jes us é o nos s o pa ra di gma e ca us as e a ca baremos por encontrá -
es ta do e depoi s a nos s a pá tri a . ni nguém va i ao Pa i, à Perfeição, senão l a s qua s e s empre, dentro de nós
Amemos as demais pátrias e os nossos s eguindo-lhe as pegada s l umi nos a s . mes mos .
i rmã os que as cons ti tuem. Seja mos sempre cri teri os a mente Abençoemos s empre a s opor-
Des envolvamos nossos “ta lentos” e os exi gentes pa ra conos co mes mos , tuni dades de tra balho e de redençã o
ponhamos à dispos i çã o de todos os a na lisando-nos fri a mente, a fi m de que a bondade do Pl a no Di vi no
que deles ti verem necessidades pa ra vermos a té onde a ti nge nos s o nos concede. Realizemos pri mei ro o
s ua própri a evol uçã o. Aus cul temos egoís mo, nos s a i gnorâ nci a , nos s a pouco para depois podermos realiza r
todos os di a s a voz da nos s a va i da de, nos s o orgul ho, nos s a o mui to.
cons ciência e ouçamos serenamente o ma l edi cênci a , nos s a oci os i da de, e Comecemos a reforma dentro de
s eu julgamento. Tenha mos cora gem procuremos extirpar de dentro de nós nós mesmos para podermos ser útei s
de retroceder, qua ndo i s s o s e fi zer es ses nossos verda dei ros i ni mi gos . a o nosso l ar, à nos s a s oci eda de e à
necess á ri o, pa ra reencontra rmos o Subs ti tua mos o egoís mo pel o a l - huma ni da de i ntei ra .
ca mi nho preconi za do por Jes us . truís mo, o i s ol a ci oni s mo pel o Pa ra vermos , s enti rmos e rea -
Só dentro da vontade de deus pode col a bora ci oni s mo, o orgul ho pel a l i za rmos , a vonta de do Cri a dor,
ha ver equi l íbri o es tá vel , pa z, humi l da de, a va i da de pel a s i m- s a ibamos s empre ma nter em nós a
di s cerni mento e felicidade pl i cidade, a maledicência pelo s ilêncio s erenidade es cl a reci da , ori enta ndo
perma nentes . ca ri ta tivo e sábio, a oci os i da de pel o bem os nos s os pens a mentos ,
Es tudemos o Eva ngel ho com o es forço. E quando a dor nos dilacerar a rquitetando com cuidado os nos s os
cérebro e procuremos s enti -l o com o a a l ma, s ai ba mos compreendê-l a e i deais e mantendo completo domíni o
cora çã o, vi vendo-o em nossa vi da de a proveitá-la porque já s a bemos que s obre nos s a s a ções .
todos os dias. Ele contém a s norma s el a é nossa aliada fi el de evol uçã o e Enfi m, puri fi quemos , progres -
di vi na s da vi da e é, que como ta l , funci ona como s i va mente e i ninterruptamente, a nós
i ncontestavel mente, o Ca mi nho e a medi camento curativo, em relação aos mes mos , pa ra refl eti rmos , com
Verda de que preci s a mos conhecer nos sos erros passados fa ce à Vontade preci são ca da vez maior, a Vonta de
pa ra aceitar, s entir e realiza r o Rei no de deus, e como medicina preventi va de Deus e para sermos executores fiéis
de Deus dentro de nós mes mos . na nossa vi da futura. Procuremos suas do Pl a no Di vi no da Vi da .

48.
EVOLUÇÃO ANÍMICA (I)

1. INTRODUÇÃO nem ma téri a s em força ”. Força e cri s tais são s ociedades mol ecul a res
A evol ução é uma lei universal. Sua ma téri a es tã o entrel a ça da s por (l ei da s uni da des col eti va s ) e já
potencialidade encontra-se ocul ta ou i ndissolúvel união, a través de todas as expressam um germe de ps i qui s mo
imersa no espírito-matéria deste nosso fa s es da vida de um universo, e na da rudi mentar, embora no pri ncípi o de
mundo físi co. Ao des cer de pl a no, o pode s epa rá -l a s ,. ori entação ma tematicamente perfeito
Es píri to divi no e cri a dor, pa ra a nimar A ma téri a é a forma , e nã o há que l hes rege o desenvolvimento; esse
a s forma s , va i s uces s i va mente s e forma que não contenha em s i uma des envolvimento, porém, obedece a
encerra ndo nos ma teri a i s dos vi da ; o Es pírito é vi da , e nã o há vi da movi mentos es pi ra l ói des em ciclo
di ferentes planos. Assim, os materi a i s que não seja condi ci ona da por uma fechado. Na cri s ta l ogra fi a , que é a
de ca da plano, além das energi a s que forma . ci ência que estuda os cristais e revel a
l ha são próprias, guarda m em es ta do Pode-s e, porta nto, defi ni r ou a s l ei s de s ua forma çã o, já s e
l a tente, em potenci a l , toda s a s res umir a evol uçã o como s endo: “a ma ni fes ta es s e concei to, es s e
pos s i bi l i da des de forma e de força pa ssagem de potencialidades latentes pensamento a nimador cada vez ma i s
pertencentes aos planos superiores. O em poderes a ti vos ”. compl exo, segundo planos de simetria
termo espírito-matéria é a qui empre - regul ados por exato cri tério, conforme
ga do porque não existe matéria morta. s e pode obs erva r na ha rmoni a
Sa bemos hoje que toda ma téri a é 2. INÍCIO DA EVOLUÇÃO res ul ta nte de s ua s combi na ções e
vi va , mesmo a s menores pa rtícul a s DA MÔNADA NO MINERAL proporções regul a res .
s ã o vi da. Nã o erra a ci ênci a qua ndo Veja mos como s e porta no mi ne - Em todos os componentes de s ua
a fi rma: “Nã o há força , s em ma téri a , ra l o rudi mentar princípio-diretor. Os cl a ssificação, já exposta neste curs o,

166
INICIAÇÃO ESPÍRITA

veri fi cam-se sempre efeitos i nteligen-


tes , ri tmos matematicamente exa tos ,
numa vi va demonstração de que s ã o
regi dos por uma ca us a i ntel i gente.
Nos cristais, s egundo o concei to do
poeta ori enta l Sufi Rumi , o Espírito
dorme; mais tarde ele sonhará no
vegetal, se movimentará no animal,
reencontrando-se a si mesmo no
homem. Nã o há ainda a qui vi da , no
s entido de rel a çã o; os movi mentos
s ã o egocêntri cos , i s to é, em ci cl o
fecha do, processando-se da peri feri a
pa ra o centro. Nã o que el a s eja
punti forme, ma s é uma di mens ã o
cons ciencial inconcebível para nós . O
pri ncípio ps íqui co, i ntel i gente, a ni -
ma ndo o mineral, s e assim nos pode -
mos expres s a r, cons trói o mi néri o,
a tra indo e reunindo os elementos dos

I
I
.\ e '
'
fluídos apropriados, por mei o de uma I" ~\ ·¡~
• I
a çã o magnética atraente. Aqui , como □ :•• ; ~ X
em todo o s eu progressivo desenvolvi- □ '
mento a té a fa s e huma na , a a çã o
des se princípio ou dess e ps i qui s mo-
di retor é dirigida e fis ca l i za da pel os
Es píri tos prepos tos . A a çã o des s es
Es píri tos é ta nto ma i s di reta e os pól i pos , por ci s s i pa ri da de. O fl uido vi tal, não poderi a ha ver corpo
a centuada quanto mais i nconsciente é ps i quismo-diretor, no minera l , forma fís i co como um todo integral, atuando
o s er, pois que a mônada é tanto mais um conjunto que se personifi ca , que como enti da de; s em o fl uído vi ta l o
i ntegrada na forma quanto mais esta é s e divi de quando há divisão na mas s a corpo nã o s eria mais que um conjunto
evol uída ou a perfei çoa da . Nã o há em cons eqüência da mutilação ou da de cél ulas i ndependentes; o fl ui do vi -
Es píri tos prepos tos à forma çã o de extra çã o. As ma teri a l i za ções , ou ta l a s vi ncula e a s conecta em um todo
ca da mineral, de ca da vegeta l ou de mel hor, s ua s ma teri a l i za ções s ã o compl exo, ci rcul a ndo pel a s vei a s e
ca da i ndi vi dua l i da de a ni ma l ou l onga s e s uces s i va s a té a ti ngi r a s vi ta lizando todo o organismo. É, pois ,
huma na; s ua ação e vi gilância é geral e forma s i ntermedi á ri a s que numa o fl uído vi tal a bs orvi do por todos os
s e exerce sobre as massas nos rei nos progressão contínua se ligam entre s i . orga nismos vi vente s . Uma exces s i va
mi neral e vegetal e s obre grupos de Por efei to de s ua s i númera s qua ntidade de fluido vi ta l no sistema
i ndi víduos a ni ma i s e huma nos . ma terializações, é o invólucro do ps i - nervoso pode s er ca us a de
O mi neral arra nca do do mei o em qui smo-diretor devidamente adaptado enfermidades ou mesmo de morte, da
que s e des envol ve, morre, como no pl a no el ementa l A pa ra a s ex- mes ma forma que uma porçã o
morre a planta s epa ra da do s ol o de peri ênci a s que o a gua rda m na s i ns uficiente é ca usa de es gota mento,
onde extra ía a s ei va e recebi a os es pécies vegetais. Desde as primei ra s de debilidade e finalmente de morte.
el ementos que lhe mantinham a vi da i ndividuações da matéria é o mi nera l É, porta nto, o fluido vi tal o a tivo poder
na tura l . O pri ncípi o-di retor, que fi l ho de um germe cri s ta l i no, de um produtor de todos os fenômenos vi tais.
i nterpenetrava as paredes do minera l i mpulso interior e suas característica s
por mei o de filamentos eletromagnéti- s e a cham na sua forma típica de cristal 4. O PERISPÍRITO
cos , por s eu des l oca mento do mei o e, qua ndo muti l a do na s ua cons - Di z Ga briel Delanne: “Em ca da s er,
a mbiente, daí s e retira por uma a çã o ti tui çã o, s a be repa ra r a muti l a çã o, des de a sua origem, pode constatar-se
ma gnética e é transportado para outro recons ti tui ndo-s e. a exi stência de uma força que a tua na
ponto, di ri gi do pel os Es píri tos di reção fi xa e i nva ri á vel , s egundo a
prepostos, muito embora a coesão do 3. FLUÍDO VITAL qua l s e edificará o plano escultural de
mi neral desloca do s ubs i s ta , mui ta s É o fl uído vi ta l uma da s mui ta s recém-vi ndo, ao mesmo tempo que o
vezes , por l ongo tempo, em vi rtude ma nifestações da energi a cós mi ca . É s eu ti po funci ona l ”.
da s propri eda des rel a ti va s a ca da el e que coordena a s mol écul a s , E ci ta ndo Cl a ude Berna rd, di z:
es péci e de ma téri a , s egundo l ei s cél ul a s , etc., fís i ca s e a s ma ntêm “Qua ndo cons i dera mos a evol uçã o
na tura i s e i mutá vei s . uni das em um organismo definido. É compl eta de um s er, vemos
O mi neral ainda não pos s ui em s i o a l ento de vi da dentro do organismo; cl a ra mente que s ua exi s tênci a é
uma i ndi vi dua l i da de; s ua úni ca a porçã o de a lento da vi da uni vers a l res ultante de uma l ei orgâ ni ca , que
s ensação é a irri tabi l i da de e nã o s e que um dado organismo s e a propri a preexiste numa idéia preconcebi da e
reproduz como já o fazem as espécies dura nte o período de exi s tênci a cor- s e tra nsmite por tra dição orgânica de
i nferiores vegetais como, por exemplo, pora l. Se nã o fora pela presença do um a outro s er. No desenvolvimento

167
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

do embrião vemos, antes de tudo, um pa ra o exterior e forma em torno do es ti mul o. As s i m, s eja qua l for a
s i mples esboço, precedente a toda e corpo uma espécie de a tmosfera que pos i çã o que s e enterre no s ol o a
qua lquer organização. Os contornos o pensamento e a força de vonta de s emente, a pri mei ra ra i z l ogo que
do corpo e dos órgã os s ã o a ntes podem di l a ta r ma i s ou menos ”. emerge da terra volta-se pa ra ba i xo,
s i mples l i nea mentos , a começa rem Nes tas passagens de uma a outra enqua nto o ca ul e e a s fol ha s s e
pel os a prestos orgâni cos provi s óri os forma de um a outro reino a evolução vol ta m para cima, a travessando o solo
que hão de servir de feto de a parelhos do ps iquis mo nã o s ofre s ol uçã o de e, a s egui r, a l ça ndo-s e no a r.
temporários. Nenhum tecido a inda s e conti nuidade. Pa ssa ele por formas de A ci ênci a ofi ci a l tra duz o fa to
di s tingue. Toda a ma s s a a pena s s e tra ns ição, por períodos de adapta çã o di zendo que a raiz é dotada de
cons ti tui de cél ul a s pl a s má ti ca s e s em, porém, qualquer interrupção na geotropismo positivo e o caule de
embri oná ri a s . Entreta nto, nes s e s ua progres s i va a s cens ã o. geotropismo negativo e a tri bui es s es
bos quejo está traçado o desenho movi mentos à i nfluência exclus i va da
ideal de um orga nismo ainda invisível , 5. O REINO VEGETAL gra vi da de. Al ém des s e fenômeno,
e que tem assinalado a ca da partícula No rei no vegeta l , a s ma teri a l i - obs erva -se ainda que depois do ca ule
e a ca da elemento o s eu l uga r, a s ua za ções do ps i qui s mo s ã o de ma i s e da planta emergi r do s ol o, pode a
es trutura e a s s ua s a tri bui ções . Lá curta dura çã o do que no mi nera l , gra vi dade – s egundo a ciência oficial –
onde hajam de estar va sos sanguíneos, porém de ma i or progres s i vi da de. dei xar de s er a mais importante causa
nervos , mús cul os , os s os , etc., a s Ai nda nã o há cons ci ênci a de s i no determi na r a di reçã o do
cél ulas embrionárias s e tra ns forma m mes mo, nem sofrimento, mas a pena s cres ci mento; entra, então, em a çã o a
em gl óbul os de s a ngue, em teci dos sensação. As s im a á rvore da qua l s e l uz, e a posição habitual dos ra mos e
a rteri a i s , venos os , mus cul a res , quebra um ga l ho experi menta uma da s folhas resulta exclus i va mente do
nervos os , os s os . O que di z es pécie de eco da s ecçã o fei ta , ma s efeito combinado da gra vi da de e da
es sencialmente com o domínio da vi da nã o s ofre propriamente. De um ponto l uz. Es s e fenômeno é denomi na do
e nã o pertence a química, nem à física, a outro de sua orga ni za çã o há como fototropismo. Al ém dos fenômenos
nem a o que mais possamos i maginar, que uma repercussão, uma s ens a çã o que a cabamos de descrever, outros há
é a idéia-diretriz dessa a tua çã o vi ta l . i ndefini da , um a ba l o ma gnéti co no que provam a existência de uma
Em todo germe vi vo há uma i déi a pri ncípio psíquico que a anima , o que causa inteligente que age de acordo
di ri gente, a ma ni fes ta r-s e e a va i concorrer para o s eu des envol vi - com as necessidades para a
des envolver-s e na s ua orga ni za çã o. mento. Extra ordiná ri a já s e revel a a conservação da vida e s egundo os
Depois, no curso de toda a sua vi da , o rel a tiva sa pi ênci a do ps i qui s mo no obs tá cul os opos tos pel o mei o
s er perma nece s obre a i nfl uênci a vegeta l . El e di ri ge s ua forma çã o e a mbiente. Há outros tropismos, como
des sa força cri a dora , a té que morre des envolvimento e tudo dispõe para a o hidrotropismo, que s e refere à
qua ndo essa força criadora não ma i s rea lização eficiente de s eu tra ba l ho. muda nça de di reçã o da s ra ízes em
s e pode efetiva r. É s empre o mes mo Qua ndo a planta cresce, s ua s fol ha s , res pos ta à presença da água; o
pri ncípio de conserva çã o do s er, que ca ul e e rai z es tendem-s e em vá ri a s quimiotropismo que di z res pei to à
l he recons ti tui a s pa rtes vi va s , di reções , de forma a col oca r s eus rea çã o à s influências químicas; o
des orga ni za da s pel a exercíci o, por órgã os na mel hor pos i çã o pa ra o tigmotropismo, rel a ti vo à s ens i bi -
a ci dentes ou enfermidades . “Preci s a - rendi mento da s ua a çã o. Há a í um l i da de da s pl a nta s a o toque ou a o
mos , diz Gabriel Delanne, recorrer a o rudi mentar conhecimento a dqui ri do contato; o galvanotropismo, referente
perispírito, poi s é el e que contém o no percurso já feito e que s e evidencia à s reações à eletricidade; o termotro-
des enho prévio, a lei oni potente que de forma pa tente. As s i m, s e modi - pismo, que s e refere à s reações do
s ervi rá de regra i nfl exível a o novo fi ca rmos a pos i çã o de uma pl a nta calor, etc. Na tura l mente que todos
orga nismo e l he a s s i na rá o l uga r na qua ndo tenha chega do a pl eno es ses fatores têm acentuada influência
es cala morfológica, s egundo o gra u de des envol vi mento, os s eus órgã os na conserva ção e no desenvolvimento
s ua evol uçã o. É no embri ã o que s e movem-s e pa ra retoma r a pos i çã o da vi da vegeta l , ma s a tri bui r-l hes a
executa essa a ção diretiva ”. “O perispí- preferida, mas sem qualquer a umento ca us a dos movi mentos que res pon-
ri to s erve, pois , de i ntermedi á ri o a o de ta manho. Já vemos a qui, porta nto, dem à necessidade de conservação da
espírito e ao corpo.É, como diz Kardec, a ma nifestaçã o de uma cons ci ênci a vi da é com o que nã o podemos con -
“o órgã o de tra nsmiss ã o de toda s a s rudi menta r. Es s e rudi menta r corda r.Eles são ca us a s s ecundá ri a s ,
s ensações.Relativamente à s que vêm ps i quismo reage de forma evi dente a qua nto à qua l i da de que provoca m
do exterior pode-se dizer que o corpo certos estímulos que l he a uxi l i a m no rea ções internas do princípio psíquico-
recebe a i mpres s ã o: o peri s píri to a des envolvimento. Esses es tímul os , a di retor que a el a s res ponde com
tra ns mi te e o es píri to, que é o s er cuja ca us a a ci ênci a ma teri a l i s ta movi mentos que vi sam a conservaçã o
s ens ível e i ntel i gente, a recebe. a tri bui a penas a i nfluências exteriores da vi da. Fenômenos de outra ordem
Qua ndo o a to é de i ni ci a ti va do ma s que nós a tri buímos pri n- demonstram a sapiência do psiquismo
es pírito, pode-se dizer que o es píri to ci pa lmente ao princípio que plas ma e no vegeta l ; obs erva -s e na s pl a nta s
quer, o perispírito transmite e o corpo a ni ma as formas, são conheci dos , ou s ensitivas um movi mento regul a r de
executa ”. mel hor denomi na dos tropismos. s ono. Há outra s , cuja s fol ha s fun-
O peri spírito não se a cha encerrado Tropi smo é, pois, a denominação dada ci ona m como a rma di l ha s e cujos
nos l imites do corpo como numa caixa. à s mudanças de posição de um órgã o movi mentos são de extrema rapidez, a
Pel a s ua na tureza fl uídi ca , vegeta l, mudanças essas relacionada s fi m de que nã o l hes es ca pem a
s emimaterial, ele é expansível, irra dia com a di reçã o de qua l provém um pres a. A ma is notável é a dionéia ou

168
INICIAÇÃO ESPÍRITA

col a boradores da ma ra vi l hos a obra


di vi na, todos, como tudo, produto do
i nfi ni to a mor de Deus , nos s o Pa i .
Mi ría des de Es píri tos , dos ma i s
va ri a dos gra us evol uti vos , es tã o em
cons ta nte tra ba l ho, cons trui ndo
cél ulas, guiando os organismos na sua
forma çã o, model a ndo e col ori ndo
fl ores, selecionando entre os “fatores
mendel i a nos ” os que s ã o ma i s
convenientes para produzir a forma .
A na tureza é uma maravilhos a us i na
cuja extens ã o es tupefa ci ente des -
l umbra a nossa imaginação a vista das
s ua s i nfi ni ta s ma ni fes ta ções e
va ri a ções . Nã o nos es queça mos ,
porém, que é s empre El e, o própri o
Deus, que se ma ni fes ta a tra vés da s
Dlonéiaoom a mosca ap·anhacfa(em seu fnterlo1)
i nfi ni ta s moda l i da des de ma ni -
apanha-moscas, encontra da numa vento, ou colocando-as sobre animais fes tações que observamos na cri ação;
regi ão limitada das Carolinas do Norte que pa s s a m, numa evi dente ca da ser, no grau em que se encontra
e do Sul . Suas fol ha s dobra m-s e em demonstração de um ins ti nto pa ra a na es cala evoluti va , é uma centel ha
dua s, formando charnei ra s (mã os ) e cons erva ção da es péci e; a s emente Sua ma ni fes ta da por um a to de
tendo na s ma rgens uma fi l ei ra de envol ta num fruto s a boros o nã o o é i nfi ni to a mor e de i nfi ni to poder.
es pinhos. Quando estimuladas por um pa ra satisfação do homem ma s s i m E, pel o que a cabamos de expor em
relação ao desenvolvimento da
a gente i nteri or, fecha m-s e ra pi - um a rdi l , uma a rte pa ra que el e,
mônada no vegeta l , vi mos que a
da mente e os e spinhos encla vi nha m- comendo o fruto, i nvolunta ri a mente
s e com dentes de uma engrena gem, l eve a semente para longe, permitindo evol ução é lenta e penosa. Vai a s s i m,
progressivamente, o s er a dqui ri ndo
fecha ndo a a rma di l ha . Oberva-se, a s sim s ua propagação. a arte dos per-
ma i ores pos s i bi l i da des pel o a rma -
entã o, outra reação interes s a nte: a s fumes e a es téti ca da s cores e da s
células superficiais da folha excreta m forma s provam de forma irretorquível zena mento dos res ul ta dos da s
experiências que a dquire, em torno ao
enzi mas digestivas (subs tâ nci a s que o des envol vi mento l ento, ma s
s eu centro que é a cons ci ênci a em
provoca m a fermenta çã o dos progressivo e s eguro, desse psiquismo
a l i mentos ), que a tua m s obre a s di retor que marcha para ca da vez mais progres s o contínuo, pa s s a ndo por
toda s as experiências de cada fase a té
proteínas; os corpos dos i ns etos s ã o a mpl a conqui s ta da cons ci ênci a ,
domi ná-la s toda s , a ntes que pos s a
di geri dos e depoi s a bs orvi dos . As torna ndo, assim, através da s forma s ,
meta des da folha tornam a descerra r- ca da vez ma i s a ti va s a s potenci a - a s cender a uma fase i medi a ta mente
s uperior. A passagem de uma fa s e a
s e, então, pondo-se em condições de l i da des l a tentes .
outra s uperior se fa z s em a centua da
ca ça r novos i ns etos . Vemos a i , de Convém nota r que em todo es s e
transição. Há, de certa forma, aparente
forma rudimentar, o que ma i s ta rde processo que segui mos , procura ndo
confusão nos ti pos i ntermedi á ri os ,
cons tituirão as mã os e o es tôma go, demons tra r que a evol uçã o que s e
s endo di fíci l , a l guma s vezes , de-
s empre porém, regidos por aquilo que processa nas formas é cons eqüênci a
termi nar pela forma s e uma es péci e
é i ndestrutível e imortal, e sobrevive a da evolução do princípio espiritual que
pertence a este ou à quel e rei no, o
toda s a s muta ções . a s rege e plas ma , a té a s s uperi ores
que equi va l e di zer que ta mbém
Vemos, a ssim, que é expl os ã o forma s da vi da humana e, a lém delas ,
ps i qui ca mente, di ta aparente con-
do ps i qui s mo i nteri or que exerce a s força s da na tureza nã o obra m
fus ão existe. Não há s olução de conti -
pres sã o s obre a s forma s que toma cega mente e nem ao a caso; ma s s ã o
nui dade na progres s ã o do pri ncípi o
pa ra sua ma nifestação, desde as fases di ri gidas por Espíritos Cons trutores e
es piritual que se process a gra da ti va -
pri mordiais das formações orgâni ca s . gui a da s por enti da des s á bi a s e
mente. Os planos s e intercomunicam e
Sã o, dessa forma, evidentes meios de a morosas que agem s ob a orienta çã o
há , no pl a no es pi ri tua l , pl a nos de
a ta que e de defes a , que s e des en- ma gnânima dos Diretores Planetários,
a da ptações onde o ser s e prepara para
vol vem por i mpos i çã o da l uta como a contece com o nosso orbe que
a s cender de uma para a outra posição
contínua, e que vi eram para o exterior es tá confiando à s abedoria a ugus ta e
na es cala evol uti va , s ofrendo o s eu
a pa r de formação de órgãos internos a o a mor mi s eri cordi os o de Jes us
i nvól ucro s emimaterial as necessári a s
ca da vez mais complexos. Vi mos na s Cri s to.
modi fi ca ções pa ra pos s i bi l i ta r-l he
fol has da dionéia ou apanha-mos ca s , Há a i nda os agentes i nvi s ívei s de
ma i or expres s ã o.
órgã os de prendimento, sua mão para ca tegori a i nferi or na hi era rqui a
s egura r s ua pres a ; vemos nos es piritual , que col a bora m no Pl a no
es pinhos, ga rras pa ra feri r; pode-s e Di vi no para a harmonia uni vers a l : os 6. REINO ANIMAL
a i nda observar a invenção e o a rdil de gnomos, as ondinas, os silfos e as Pros s eguindo em nosso roteiro sem
a provei ta r o movi mento a l hei o, salamandras, ta mbém denomi na dos qua lquer s ol uçã o de conti nui da de,
a ba ndonando a s aladas s ementes ao Espíritos Elementais, s ã o a gentes e s ubimos ma is uma oi ta va da ma i s

169
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

Vemos i números a ni ma i s que


cons troem os s eus abrigos colocando-
os em posição ca paz de enfrenta r a s
i ntempéries. Todos conhecem o “João
de Ba rro”. Pois este pássa ro cons trói
s eu abrigo, sobre as á rvores, como s e
ti ves se conhecimento meteorológi co.
Cons trói -o em pos i çã o fa vorá vel e
ca pa z de suportar as fortes correntes
de vento e fortes chuva s . É o instinto
que a s s i m procede em vi rtude da s
experiências adquirida s pel o s er em
vi da s pretéri ta s . Outros i ns ti ntos
s urgem bem como a tendência para a
cons trução de domicílio, como pode -
mos observar nas espécies denomina-
da s crus tá ceos : os tra s , ca ra mujos ,
ca ra nguejos , etc.; a cons erva çã o da
es péci e des perta extremo a rdor
genés i co, poi s “a Di vi nda de que a
todos confere a existênci a s , a todos
fa z depos i tá ri os de fa cul da des
cri a doras”. “O pi rilampo, a o ci ntilar na
s ombra, busca apenas a perpetua çã o
da es péci e. O ba trá qui o s ente
vi bra ções de a mor e de pa terni da de
O João·de·barro consirólseu ninhosobreas ëlrvotes. nos recessos do charco. Aves minúscu-
l a s vi ajam l ongas distâncias col hendo
el eva da ma ni fes ta çã o ps íqui ca no fa cul tado o desenvolvi mento do meio ma terial pata tecer um ni nho. A fera
vegeta l, chegando a o cha ma do reino de ma ni fes ta çã o. ol vi da a índole selvagínea, a o l a mber
animal. As s im surgem s i mul ta nea mente com ternura, um filho recém-na to”. A
Após a s experiência s no s ei o da s órgã o e função e o progredir de um e voracidade ta mbém cresce e cega é a
á guas, berço da vida, “o s er saiu pelos de outro é recíproco e produzi do por crueldade, poi s o a nimal, no a lvorecer
cha rcos, a ti ngi u a terra fi rme, ma i s uma ação alternativa do órgão sobre do a mor, s ó conhece a pi eda de pa ra
ta rde s ubi rá a os a res e retorna rá a função e da função sobre o órgão. com os s eus fi l hos ; s urge depoi s , o
nova mente à terra firme”, e sofrendo Des ta forma a funçã o des envol ve o a rdi l, a astúcia de que são mestres os
s empre a i nfluência ativa e cons ta nte órgã o e es te a perfei çoa a funçã o. a ra cnídeos , a a ra nha , por exempl o,
dos mei os que s obre el e a tua m e Pa s sando às experiências no rei no que tece com ra ra habilidade s ua tei a
i mpul s i ona do por neces s i da des a ni mal, um novo grau de consci ênci a pa ra nela a pri s i ona r s ua s i nca uta s
s empre rena s centes , va i -s e des en- foi conquistado pelo psi qui s mo que, víti ma s .
vol vendo o psiquismo, a perfeiçoa ndo entã o, movimenta -s e em ma i s uma Ma i s a cima, na es ca l a , nos s eres
a s formas de manifes ta çã o e a s s i m di reçã o de cons ci ênci a . Da l uta ma i s evoluídos s urgem sensações mais
vã o s urgindo e transforma ndo-s e a s cres cente e do es forço s urgem a s a mplas, tais como a vi da de rel a çã o,
es pécies. Vã o a pa recendo e des en- pri mei ra s ma ni fes ta ções da provi são de guerra e defesa coletiva e,
vol vendo-s e nova s fa cul da des , a i ntel i gênci a , de uma i ntel i gênci a por úl ti mo, a s oci a bi l i da de, ma i s
pri ncípi o confundi da s entre s i e rel a ti va , a que cha ma mos instinto. comum nos i nsetos , pri nci pa l mente
es pa l ha da s de a l guma forma em Uma i ntel i gênci a rel a ti va à s entre a s abelhas e a s formi ga s , cuja
es tado l a tente nos pri mei ros orga - necessidades físicas, à conserva ção, a orga ni za çã o s oci a l já tem s i do
ni s mos; essas fa culdades vã o, pouco tudo que a vi da ma teri a l exi ge de s obeja mente des cri ta e que pode
a pouco, se concentrando em órgã os vonta de e de fa cul da des , sob os s ervi r de model o a mui ta s da s
es peciais que s urgem por i mpos i çã o pontos de vista da conservação do s oci eda des huma na s .
da s crescentes necessidades e que s e indivíduo, da reprodução e da Des sa forma , obs erva mos que à
vã o a perfeiçoando pelo exercíci o da s destruição, e à medida que haja es s e medi da que o s er va i a s cendendo,
funções . Sendo a cons truçã o do ps i quismo de concorrer para a vi da e des trui ndo o vel ho ma teri a l que
orga nismo pl a s ma da s egundo uma pa ra a ha rmoni a uni vers a i s . cons trói e que lhe s erve de i nvólucro e
i déia, que desponta com a maturaçã o Aqui o s er nã o pos s ui a i nda cons trui ndo outros ma i s a perfei -
evol utiva do meio ma téri a , l ogo que cons ciência de si mes mo, nem l i vre- çoa dos , morrendo e rena s cendo,
ha ja possibilidade, o princípio la tente a rbítri o, isto é, direito de escolha; s ua ha bitua-se, progressivamente, medi -
s e ma ni fes ta rá de forma di vers a , rudi mentar i nteligênci a nã o é a i nda a nte reenca rna ções s uces s i va s , a o
s egundo a s ci rcuns tâ nci a s de i ndependente, ca pa z de ra ci ocíni o, ma nejo ca da vez ma i s perfei to do
a mbi ente; ma ni fes ta r-s e-á onde e cons ciente de sua s fa cul da des e de aparelho, da forma e dos órgãos que
como o mes mo a mbi ente ha ja s eus a tos . cons trói ; todos es s es a tos com a

170
INICIAÇÃO ESPÍRITA

repeti çã o, torna m-s e a utomá ti cos corres pondentes; as a ções ps íqui ca s s e desprendendo do meio perispiritual
pel a reiterada freqüência da s s ã o va ga s , i mpreci s a s , pri mi ti va s , gros s eiro e, a ssim, permi ti ndo que o
mes mas neces s i da des . Poi s é es s a es treitamente ligadas ao organismo e Es píri to a l i ci e, em provei to dos
repeti çã o que determi na rá a quel e a o s eu a mbi ente. i ns tintos naturais, melhor a propriação
instinto a o qua l já nos reporta mos . Tendo ca da grupo de s eres da s condições a mbientes. Vã o, ass i m,
É, poi s , o instinto, o res ul ta do da s a ni mais a s ua es trutura peculiar, i sto os i ns ti ntos na tura i s s endo
experi ênci a s já rea l i za da s , cujos é, a mesma para ca da grupo, e qua s e modi ficados pela i nteligênci a e s e a s
movi mentos se a grega ra m em torno i dênti ca pa ra ca da i ndi víduo do ca us a s que a ca rreta m es s a s
a o centro do s er que, como já mes mo grupo, essa es trutura própri a modi ficações são persistentes, elas s e
di s s emos , é a cons ci ênci a ; exi ge determi na da s condi ções de torna m i nconsci entes e s e fi xa m no
movi mentos esses que s e fundem exi s tênci a fís i ca , a s mes ma s pa ra i nvól ucro fl uídi co, pa s s a ndo a s er
a os movi mentos já exi s tentes . É todos . Em conseqüênci a , a s a ções e verda dei ra mente i ns ti nti va s .
a s sim o i nstinto a forma ma i s ba i xa , rea ções são s empre as mesma s , ma i s O que s e tra ns mi te, poi s , por
mediante a qual se manifesta a a l ma . ou menos, para uma mesma espécie e, hereditari eda de nã o é ma i s do que
El e, o i nstinto, resulta das s ens a ções cons eqüentemente, provoca m a s a pti dã o pa ra conceder, qua s e
que s obre o pri ncípi o es pi ri tua l mes ma s opera ções i ntel ectua i s i nconscientemente, ta l ou qual relação;
determinam a s emoções de prazer ou obs cura s . Es s a s opera ções, é a a ptidão para procura r e des cobri r
de dor. “Procura ndo as emoções que cons tantemente repetidas, i ncrusta m- nova s relações, até que pos s a , enfi m,
determinam prazer e fugindo das que s e de alguma s orte no peri s píri to que mos tra r-s e na ma ra vilhosa
determi na m dor, o s er rea l i za a tos a s petri fi ca , por a s s i m di zer, no fl ores cênci a da ra zã o huma na ”.
i ns tintivos, que s e traduzem por ações a pa rel ho cérebro-es pi nha l ou nos “Era i ndispensável – diz Del a nne –
refl exas de que pode ter cons ci ênci a gâ nglios que l he equivalem nos s eres pa ssa s s e o pri ncípi o es pi ri tua l por
s em poder muitas vezes i mpedi -l a s , i nferi ores , a s s i m chega ndo a fa zer es sas tramas sucessivas, a fim de fi xa r
ma s que s e adaptam admiravelmente pa rte do a ni ma l . A a pti dã o pa ra no i nvólucro a s l ei s que em es ta do
à s ua existência. As sim, na l ebre que ma ni fes ta r exteri ormente es s a s l a tente traz em s i e que regem a vi da ,
foge a o menor ruído, no vea do e na opera ções, que a caba m torna ndo-s e embora isto não seja consciente pa ra
ma i ori a da s a ves e a ni ma i s mui to i ncons ci entes , é tra ns mi ti da por os s eres nos i nferi ores gra us
ba ti dos pel o degra da nte “es porte” hereditariedade física, s egundo a evol utivos. Só assim, e depoi s des s e
denomina do ca ça , o movi mento de ci ência, perispiritualmente – di zemos tra ba l ho prel i mi na r pode o s er
fuga é i nvoluntário, inconsci ente, em nós , por i s s o que s e tra ta tã o s ó de entrega r-s e a os tra ba l hos de
pa rte reflexo, em parte instintivo, mas s eres modifi ca dos , que vêm ha bi ta r a perfei çoa mento i ntel ectua l .”
é s obretudo, diz Gabriel Delanne, um novos corpos ”.
movi mento a daptado à vi da a ni ma l , Ta l é, s egundo Ga bri el Del a nne,
cuja fi nalidade é a s ua cons erva çã o. a utoridade plenamente reconheci da
Pa ra el e nã o há es col ha , nã o há no a s sunto, pelo menos es píri ta s , a
a l terna ti va , foge fa ta l mente, por gênes e dos i ns ti ntos na tura i s
conhecimento i nsti nti vo, em pa rte – pri mi ti vos .
herança psíquica – e, em pa rte, É nessa ca tegoria que s e col oca m
refl exo, i s to é – herdado dos seus os i nstintos, cujo objeti vo é: nutrição,
antepassados – que outro ta nto conservação, reprodução.
fi zeram em milhões de gerações ; s ua “Ao es ta do rudi menta r dos
s a lvação, ou melhor, sua conserva ção, i ns tintos naturais pri mi ti vos , s ucede
s ó na fuga pode encontra r.” com o tempo e com a experiência uma
Como obs erva mos , uma dupl a noçã o clara das relações do s er e do
s éri e de efeitos excita por sua a tuação s eu organismo com o seu ambiente. A
na pa rte s ens ori a l do cérebro dos s ua inteligência acaba adquirindo uma
a ni mais, pelo mei o exteri or em que certa i ntuição do fi m objetiva do pel o
vi vem: pri mei ro, uma s eqüenci a de s er, pa ra o que concorre o a gui l hã o
a ções corporais reflexas, depois , uma da s excitações exteriores e interi ores .
cl a sse de ma nifes ta ções ps íqui ca s Pouco a pouco va i a i nteligênci a

171
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

49.
EVOLUÇÃO ANÍMICA (li)

1. EVOLUÇÃO DA cerca , por um l ento proces s o, ma s rel a ção. O resultado das experiênci a s
MÔNADA NO HOMEM s eguro, de contínua s compos i ções . vi vi das e definitivamente assimilado é
Pel o que já foi exposto, vimos que a Ca da vez mais sapiente se torna o ser, a ba ndona do nos s ubs tra tos da
evolução, nos planos inferiores, apóia- por ter vi vi do e por efei to da s cons ci ênci a , a zona que podemos
s e numa ca dei a de fenômenos de experiências que a cumulou em todo o cha mar de subconsciente. O processo
assimilação que é a função orgâ ni ca , s eu pa s s a do. de a s s i mi l a çã o do res ul ta do da s
por mei o da qua l os s eres vi vos Aperfeiçoou-se nos s eus órgã os e experi ênci a s , que s e rea l i za por
tra ns forma m os a l i mentos em es peci a l i zou-s e s ua s a pti dões . No tra ns mi s s ã o a o s ubcons ci ente,
s ubstância própria; de adaptação, que homem continua a existir tudo aqui l o cons titui a base do desenvol vi mento
é o a jus ta mento do s er a o mei o que forma a parte essenci a l do s er e da consciência. No subconsciente tudo
a mbi ente em que vi ve; s obre que repous a m a s qua l i da des s e cons erva ; toda s a s conqui s ta s
hereditariedade, que é a herança dos a dquiridas nas pretéritas existências: a l ca nça da s pel o s er em s ua l a rga
res ultados obtidos na s experi ênci a s a cons ci ênci a orgâ ni ca , obs cura , peregrinação, o resultado de todas a s
rea l i za da s ; seleção, que é a a utomáti ca , ma s s empre pres ente, experiências já vi vidas. Tudo o que a ó
s obrevi vência das va riedades vegetais porque, s e bem que aba ndona da na s e a cha cons erva do, a i nda que
e a ni ma i s ma i s a da ptá vei s , com profundeza do s er, es tá s empre em es quecido, ressurge, des de que uma
s a crifício das menos a pta s , que vã o contínuo funcionamento; a tra vés do exci ta ção o desperte, s empre que um
des a pa recendo. i ns tinto vi vo, presente, sábio, como se fa to o exija. Assim é que podemos l er
“As hos tes do invisível , que s ob a obs erva nos animais, e recordador por s em recordar as fases de aprendizado
ori entação s ábia e a morosa de Jes us , ter a s s i mi l a do e cons erva do os pa ra conhecer a s l etra s , a s s íl a ba s ,
di ri gem os fenômenos terres tres , já res ultados, ma s a grega do de nova s como da mes ma forma podemos
ti nha m opera do uma defi ni ti va ca ma da s de a qui s i ções com a es crever; um pianista nã o neces s i ta
tra ns i çã o no corpo peri s pi ri tua l a s sociação da i nteligênci a , da ra zã o, recorda r os empregos da clave e da s
preexistente dos homens pri mi ti vos qua l feixe de fa culdades psíquicas que notas pa ra executar um trecho mus i -
na s regi ões s i dera i s e em certos forma m a consciência propri a mente ca l , porque tudo i s s o já s e a cha
i ntervalos de s uas reencarnações”, diz di ta . O homem resume em si todas a s a s s i mi l a do e depos i ta do no s ub-
Emma nuel , em A Caminho da Luz. menores consci ênci a s . Ca da cél ul a cons ciente, pelo es tudo e exercíci os
Pode, des s a forma , a môna da tem a s ua cons ci ênci a , pequeni na repetidos que precederam à s ua atual
encontra r a s pos s i bi l i da des i ndi s - embora, presidindo o s eu recâ mbi o condi çã o. É, pois, o subconsciente
pensáveis às manifestações de outros em todos os teci dos , em todos os a zona dos instintos, da s i déi a s
a tri butos, a inda não manifes ta dos e, órgã os; ca da órgão tem ta mbém a sua i na ta s ,da s qua l i da des obti da s .
porta nto, desconhecidos das espécies cons ciência que dirige as células que o Representa o s ubcons ci ente todo o
i nferi ores , que da ri a m a o s er a s compõem. Uma cons ci ênci a ma i or, pa ssado já tra nspos to, i nferi or, ma s
ca ra cterísticas fundamenta i s de s ua col etiva, dirige o funci ona mento de a dqui ri do.
condi ção humana. “Mais a pri mora da todo o orga nis mo, uma cons ci ênci a É nel es que se depositam todos os
i nteligência, s urge a razão; com es ta i ns tintiva que rege e cons erva a vi da produtos s ubstanciais da vi da ; nes s a
na s ce a liberdade de escolha e a ni ma l . zona encontra mos de novo o que
cons equentemente a responsabili- fomos e o que fi zemos , todo o
dade, s empre, porém proporci ona da 2. O SUBCONSCIENTE ca mi nho s eguido na construção de nós
a o gra u de compreens ã o de que s e As s im, o funcionamento do nos s o mes mos , a s s i m como na s es tra -
a cha dotado o ser. Até aqui , na da s e orga ni s mo é confi a do a uni da des ti fi cações geológi ca s s e nos depa ra
perdeu nem s e perderá ja ma i s . i nferiores de consciência e s e efetua toda vi da do pl a neta , todo o s eu
Nenhum a to, nenhuma experi ênci a , fora da consciência ordi ná ri a , que é pa s s a do vi vi do.
nenhuma prova passaram sem dei xa r l i mitada ao â mbito em que se executa É por meio da repetição
s ua impressão. Transformou-se ass i m o tra ba l ho úti l da s cons truções no constante que s e dá a tra nsmi s s ã o
nã o s ó a consciência primordi a l , ma s nos s o es forço di á ri o pa ra a a o s ubconsciente. Não são, porta nto,
ta mbém a forma que a encobre e que cons erva ção da vi da, para a aquisi çã o os há bi tos , ma s do que a exte-
l he s erve de veste, o a mbiente que a de novos valores, na nos s a vi da de ri ori zação daquilo que adqui ri mos e

172
INICIAÇÃO ESPÍRITA

que foi tra nsmitido a o s ubcons ci ente


por s ucessivas repeti ções . Toda s a s
qua l i da des a dqui ri da s s ã o i me-
di a tamente a bandona da s a os a uto-
ma ti smos fi cando fora da consciência,
porque para s ubsis ti r nã o neces s i ta
ma i s que a cons ci ênci a o di ri ja .
O consciente representa
uni ca mente a fa s e a ti va , úni ca que
s enti mos e conhecemos . Os
a utomatismos se nos a presentam s ob
a forma de instinto, de ca rá ter que a
pers ona l i da de a s s umi u. É na
cons ciência, fase que vi vemos, que s e
opera e evolução. Podemos concl ui r,
porta nto, que pela educação, o estudo,
o há bi to, edi fi ca mo-nos a nós
mes mos. Exercitando-nos na prá ti ca
do bem, pers evera ntemente,
a dquirimos o há bi to de pra ti cá -l o e,
a dquirido o há bi to, é el i mi na do da
zona da consciência porque pode, de
entã o pa ra di a nte, funci ona r por s i
dei xando em repouso o Eu. Podemos
compreender a gora a l guma s
i nexplicáveis características do instinto, 0---·IQ8S"'""2s é_Q Jl_nœ _clacc,6âêucio OMIOOllSÔal.._
a s s i m como a s ua ma ra vi l hos a
perfeição. Nel e, o fenômeno nã o s e e, por i s s o, funci ona ndo a uto- a qua se totalidade dos homens , es s a
a cha em formação, já foi rea l i za da a ma ti camente, a s egunda ainda em vi a fa s e, pos s uída a pena s como
a s similação, já chegou a s ua úl ti ma de formação. Instinto e razão mais não pres sentimento e conti da em germe
fa s e de a perfeiçoa mento. Por i s s o, o s ã o do que dois momentos de mesmo na s causas atuantes do pres ente, do
i ns ti nto é tena z e s á bi o; exi s te processo evolutivo.Além de sobreviver qua l exprime ela o desenvol vi mento.
heredi tá ri o e s em a des tra mento, no homem todo o i ns ti nto a ni ma l , Toda s as zonas de cons ci ênci a a qui
preci s a mente porque es te já s e conti nua a efetuar-se a formaçã o dos referi das, s ubconsciente, consciente e
veri fi cou; a ge s em reflexão no animal i ns tintos, como sucede com aquel e, e s uperconsciente, têm uma amplitude,
e no homem porque já refl eti u o pel o mesmo s istema de tra ns mi s s ã o um desenvolvimento, relativos ao grau
s uficiente. Se a ra zão cobre um campo a o s ubconsciente s e bem que mui to evol utivo do ser; a quilo que para uns é
ma i s va s to do que o i ns ti nto, es te, ma i s ra pidamente, da da a potênci a cons ciente ou superconsci ente, pa ra
contudo, no s eu pequeno ca mpo, já ps íqui ca do homem, e ta mbém em outros pode ser já s ubconsciente, por
a l cançou um grau de maturaçã o ma i s nível mui to ma i s a l to, da da a s e a charem estes mais adiantados, por
a va nçado, como se pode observar pela compl exidade do seu ps i qui s mo. No repres enta r percurs o já fei to e
s egura nça dos a tos e um gra u de homem, é i ncons ci ente a fa s e do experi ênci a s já a s s i mi l a da s e
perfei çã o a i nda nã o a ti ngi do pel a i ns tinto e consciente a fase da ra zã o; tra ns mi ti da s a o s ubcons ci ente.
ra zã o humana que, por s uas tentativas, no a ni ma l , a l ém do i ns ti nto Material, moral e espiritualmente,
revel a as ca racterísticas evi dentes da i nconsciente, há uma reduzida zona de a quilo que uns ainda s e esforça m por
fa s e de formação, de experimenta çã o. forma çã o, porta nto, cons ci ente a dquirir, outros já conquistaram. Num
E, do mesmo modo que o a ni ma l ra ci onal, embora de uma consciência e mes mo i ndi víduo, es s es l i mi tes
ra ci oci nou rudi menta rmente no ra ci onalidade primiti va s . E podemos ta mbém va ri a m dura nte uma
período da construção do s eu instinto, obs erva r que nem todos os a tos dos enca rnação, sendo esta precisamente
ta mbém, a ra zã o huma na a porta rá , a ni ma i s s e a cha m cri s ta l i za dos no o período da s a qui s i ções e
concl uída a s ua forma çã o, a um i ns tinto, que nel es há s empre uma tra ns forma ções da cons ci ênci a .
i ns tinto complexo e maravilhoso, que porta a berta para nova s a qui s i ções A juventude é a i da de ma i s
revel a rá mui to ma i s profunda por mei o de a des tra çã o, da a propri a da a es s a s a qui s i ções , ou
s a bedori a . domes ti ca çã o pa ci ente. mel hor, a ma i s s us cetível de
Nã o é, pois, a razão humana, ma i s educaçã o, porque a cons ci ênci a s e
que s imples continuaçã o do i ns ti nto 3. O SUPERCONSCIENTE mos tra ma is propensa à a ssimilação,
a ni ma l que s ubs i s te no homem. Al ém dessas duas zonas, o obscuro à es ta bi l i za çã o de novos a uto-
Compreendamos, porta nto, que nã o s ubconsciente e o lúcido cons ci ente, ma ti s mos , que s e fi a rã o i ndel e-
devemos a ntepor a ra zão a o i ns ti nto há a i nda uma tercei ra zona , a do vel mente no ca ráter, em vi rtude de se
nem este à quela; instinto e razão nã o superconsciente. Aqui tudo é a cha r a consciênci a refres ca da pel o
s ã o ma i s do que duas fases de expectativa e é onde s e prepa ra m a s repouso que desfrutou no i ntervalo de
consciência, a pri meira já tra ns porta conquistas do a manhã. É a i nda, para dua s reenca rna ções .

173
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

4. CONCLUSÃO ps íquico. Quem não aspira a s cender, potênci a de a l ma . A puni çã o e o


O Di vi no Ami go fornece rotei ro quem s e cons erva oci os o na “pra ça prêmi o são automáticos e inexoráveis.
s eguro pa ra todos . Senti ndo-O e pública”, s em esforço a uto-educati vo, Como companheiro i nseparável para a
quem pa l mi l ha a s s enda s do ma l a s cens ã o temos a dor que, pel a s
convertendo-nos a Ele, edi fi ca remos
des ce e destrói o próprio eu, extingue rea ções de es píri to que provoca , é
em ba s e s egura o nos s o futuro. De a l uz da s ua compreens ã o. Quem a gente seguro de progresso para fases
conformi da de com o tra ba l ho que pra ti ca o bem, quem nunca s e e di mensões s uperiores no ca mpo da
l i vremente executa mos , es ta remos contenta com a s conqui s ta s já cons ci ênci a .
cons truindo ou destruindo os va l ores rea lizadas e procura ascender ca da vez Nã o é, pois, a vi da, um fim, mas um
na s enda da evolução que, no nos s o ma i s, sobe e s e dilata a s i mesmo, cri a mei o para outra mais alta finalidade: a
nível , ra zão é progresso moral e a própri a ri queza de concepçã o e evolução.

50. •
CATEGORIAS DOS MUNDOS - MIGRAÇÕES

“Na Casa de Meu Pai Há Muitas do Al tíssimo, coloca sobre os degra us cos mológi ca s , a s s i m como os ma i s
Moradas.” des sa di s tâ nci a a hi era rqui a de s á bios entre os que se dedi ca ra m a o
Jesus s eres superiores, anjos ou santos, não es tudo des ta s edutora ques tã o da
pode achar formas mais belas e ma i s ha bitabilidade dos gl obos cel es tes ,
1. INTRODUÇÃO di gnas dessas s uperiores i nteligência s reconheceu a impossibilidade em que
Xenófa nes , fi l ós ofo grego, do que a forma huma na di vi ni za da . nos encontramos de emitir conjeturas
funda dor da Es col a de El éa , com Tudo tem o homem huma ni za do, e pl a usívei s s obre os ha bi ta ntes dos
mui ta ra zão afi rmou que o a ntropo- nã o há , nem entre os objetos outros mundos, e que, obedi ente à s
morfi smo é i nerente à cons ti tui çã o exteri ores ma i s es tra nhos – por lições da sábia natureza, compreendeu
menta l do homem. E, na verda de, exemplo, o Sol e a Lua – qualquer que que a força vi vificante, cuja i nfluênci a
nã o tenha sofrido a i nfl uênci a des ta fez germi na r a vi da , na ori gem dos
jul gamos tudo i na dverti da mente, à
nos s a i ma gem e s emel ha nça . O predisposição geral e que nã o tenha s eres, opera em toda parte, s egundo
própri o Deus, o a bsoluto, o Incri a do. s i do representado s obre uma fi gura os va ri ados el ementos i nerentes a
huma na . ca da um dos mundos .
Ca us a das ca usas, que o Areópa go
de Atena s ti nha decl a ra do incog- Contudo, o es ta do a tua l dos “Pode, porta nto, a fi rma r-s e que
noscível, comumente passa a os olhos conhecimentos huma nos nã o ma i s todo a quele, quem quer que s eja, que
comporta esse critéri o, que nã o tem não disponha senão dos sentidos
da a lma humana a tra vés do pri s ma
da s ua pers ona l i da de. outro fundamento a lém da ilusão dos comuns a todo homem, que pretenda
“Na ori gem das coisas, ens i na va m precá rios s entidos do homem des s a defi nir seriamente as ra ças de outros
pequena dose de va i da de que ca da pl a netas, caraterizar a s suas condições
os Vedas, o gra nde Espírito perguntou
à s a lmas que criara, qual o corpo que qua l tra z quando vem a o mundo. Ao de exi stênci a , da r a conhecer o s eu
preferiam, e que essas almas depoi s contrá ri o, pode aceitar-se em princípio es tado fís i co, i ntel ectua l ou mora l ,
que, para a va l i a r cri teri os a mente a expl icar a s ua natureza e o s eu modo
de terem passado em revista todos os
s eres , a dota ra m o corpo huma no, na tureza das coisas, importa a ntes de de s er, pode a firmar-se, dizíamos, que
como s endo o reflexo da mais bela das tudo nã o toma rmos como termo de todo homem que emita semelha ntes
compa ração, nem como referênci a , o pretensões está sujeito a cair no mai s
forma s.” O l ivro dos Veda s é o ma i s
a nti go dos l i vros de cos mogoni a que nos res pei ta , ma s tra ta r de cra s s o erro.”
rel i gi os a . Des de a ma i s remota conhecer os objetos no s eu justo valor. Se é fi rme a nossa convi cção sobre
a nti gui da de, a opi ni ã o da gra nde É es te um princípio, cuja i mportâ nci a a verda de da pluralidade dos mundos
ma i oria dos homens nãoi mudou, pois preci s a mos a preci a r e que ha bitados, devemos pelo menos , por
os mais humildes entre os homens não pa rti cul a rmente devemos a pl i ca r enqua nto, fi z Fl a mma ri on, a té que
duvi dam de que s eja m el es a obra - s empre que nos dedi ca rmos a os s ejam levantados os véus que cobrem
pri ma da cri ação e os reis do Universo, es tudos dos habitantes dos i nfi ni tos es se relativo mi s téri o, renunci a r a o
e, qua ndo o es píri to rel i gi os o, mundos que prova m o i l i mi ta do. títul o de colonizadores de pl a neta s ,
s ondando a di stância que nos separa La mber, na s s uas eruditas ca rtas s us tentando que, no estado atual dos

174
INICIAÇÃO ESPÍRITA

nos sos conhecimentos, é i mpos s ível des envol vera m gra dativamente ha bi ta ntes . Entre el es há os
encontrar a solução, ou melhor, expli- s egundo as neces s i da des i mpos ta s ha bitantes que são ai nda i nferi ores
ca çã o indiscutível para esta incógni ta . pel o meio ambiente, s ã o di ferentes a os a terra , fís i ca e mora l mente;
A fi s iologia nos tem demons tra do nos pl a neta s onde nã o podem outros es tã o no mes mo gra u e
qua nto es tã o em correl a çã o a s rea l i za r-s e a s mes ma s funções a outros são mais ou menos superi ores
produções da natureza com o es ta do des empenha r. Es te é o modo de s ob todos os as pectos . Nos mundos
da Terra , quanto estão em ha rmoni a proceder da natureza, aqui como em i nferiores a existência é i nteira mente
os di versos seres que habitam o nosso toda parte e seria este o modo como ma terial: i mperam a s pa i xões s obe-
mundo com os centros em que vi vem, el a procederi a , s e a s condi ções ra na mente e a vi da mora l é qua s e
e nã o têm fa l ta do exempl os pa ra terres tres chega s s em a s ofrer uma nul a . À medi da que es ta s e de-
es tabelecer a i ncontes tá vel verda de a l tera çã o que nã o fos s e ba s ta nte s envol ve, di mi nui a i nfl uênci a da
des ta proposição. As produções desta vi ol enta a ponto de des trui r os ma téri a de ta l modo que, nos
mes ma na tureza podem va ri a r e ha bitantes da Terra; foi es te o modo mundos mais evoluídos, a vi da
va ri a m, s egundo os gra us de uma como procedeu em outros tempos , é, por a s s i m di zer, i ntei ra mente
es cala i ncomens urá vel . Começa ndo pa ra a s uces s ã o da s es péci es na es pi ri tua l ”.
pel a s ma i s pequena s mi núci a s da s uperfície do nosso orbe, dura nte os Concl ui-se, portanto, pelo exposto,
nos sa organização, não há uma s ó que s eus períodos pri mi ti vos . que o Uni vers o oferece a o Es píri to
nã o tenha a sua ra zão de s er e a s ua Pel o exporto, não julgamos possível todos os meios, condições e posi ções
uti l i da de na economi a vi ta l . Os a rea lização do sonho alimentado por pos síveis a cons ti tui r e recons ti tui r
própri os a pêndices, que nos pa recem ci enti s ta s de toda s a s época s , no pa ra si um corpo na ma téria, para que
i ns i gni fi ca ntes , todos têm o s eu s enti do de cons egui rem a rea lize s ua ascensão progres s i va , em
objeti vo no orga ni s mo i ndi vi dua l . i ntercomuni ca çã o, por mei os bus ca de meta s uprema : Deus !
Troca i um elemento na física terrestre mecâ nicos, entre pla neta s , ou entre Ca da gota do i nfi ni to ocea no de
– di z a i nda Fl a mma ri on – cercea i ha bitantes deste mundo com outros mundos e de estrelas que divisamos,
uma força na s ua mecâ ni ca , fa zei de outra s es fera s . e outros a i nda que s e ocul ta m a o
s ofrer a o mundo uma modi fi ca çã o Aborda ndo o tema “Ca tegoria dos nos s o ol ha r pers cruta dos na
qua lquer na s ua na tureza ínti ma , e Mundos Ha bi ta dos ”, a s s i m s e i mensidão do espaço, a pres enta um
verei s o que res ul ta rá : uma vez expres s a o i ns i gne mes tre Al l a n s us tentáculo à vi da s em l i mi tes ,
modi fi ca da s a s condi ções de Ka rdec: “Depreende -s e dos ens i - na s ma i s va ri a da s e a propri a da s
ha bitabilidade, a habitação a tual da rá na mentos dados pelos Es píri tos que condi ções para o Espírito enfrentar a s
l ugar a outra.Atenuai sucessiva mente os di vers os mundos es tã o em prova s , real i za r a s experi ênci a s , a s
a i ntensidade da l uz solar, a té a tornar condi ções muito di ferentes uns dos ma i s va riadas e úteis a todos os ti pos
i gual, por exempl o, a o que el a é na outros , qua nto a o gra u de a di a n- de di ferenciação, em todas as fas es e
s uperfíci e de Ura no, e, s uces s i - ta mento e de inferiori da de de s eus nívei s de existência. Por todo o espaço
va mente, os nossos olhos perderã o a
fa cul da de de ver, s em des l um-
bra mento, os objetos expostos à nossa
a tua l i l umi na çã o. Aumenta i , pel o
contrá ri o, esta i ntensi da de, e já nã o MUNDOS
veremos cl a ro no nos s o pl eno di a . CELESTES
Fa zei com que o s om dei xe de (DIVINOS)
propa ga r-s e e a s nos s a s futura s
gera ções serão compostas de surdos -
mudos, falando com a linguagem dos
+
s i nais. Já di s s emos em outra pa rte,
transmitindo os conceitos emitidos por
“Sua Voz”, que a “função a perfei çoa MUNDOS DE
os órgã os e estes des envol vem-na ”, EXPIACöES
numa a çã o concomi ta nte. Aba ndo-
na da, portanto, a função, atrofia-s e e
des a pa rece o órgã o.
A vi da em ca da globo depende da
o E PROVAS

s oma dos el ementos es peci a i s MUNDOS


exi s tentes em cada um del es e va ri a AD·HOC
como neste mundo, sofrendo dentro
del es modificações graduais. Se a vi da MUNDOS
é i nerente à própri a es s ênci a da (, PRIMITIVOS
ma téri a , é s us cetível de uma
di vers i da de i ndes cri tível . Pode-s e
a s segurar que os órgãos existentes em
nós de um determinado modo, porque
+
preenchem um determinado fim e se

175
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

l i mitado palpita a vi da e a consciênci a a tri butos do s er a ca mi nho da i déia das condições de um mundo i n -
e s em cessar ressoa em todos os re - evol uçã o. Com referênci a a o nos s o feri or, s upondo o homem no es ta do
ca ntos o palpitante lavor de evol uçã o mundo, a s s i m s e expres s a o s elva gem como aqui ainda o vemos e
que é a l ei uni vers a l . es cl a reci do e generos o Es píri to que é resto do s eu pri mi ti vo es ta do.
Podemos, pois, dar uma classi fi ca - Emma nuel, no que diz respeito à fa s e Nos mundos mais atrasados , os s eres
çã o, ma is ou menos próxima da rea l i - de a daptação a que foram submetidos que os habita m s ã o a i nda de a l gum
da de, s obre os mundos habitados, s e- os s eres já huma nos e que s e modo rudi menta res : têm forma
gundo a exposi çã o que pa s s a mos a enca rnariam na Segunda Ra ça -Mã e huma na , ma s s em bel eza ; predo-
fa zer: da nos s a Huma ni da de: “as hostes mi na m os i ns ti ntos a ni ma i s , s em
superiores do plano invisível qualquer noção do justou ou do injusto;
2. MUNDOS PRIMITIVOS operam nesses mundos uma a del i ca deza dos s enti mentos e a
E da do este qualificativo aos definitiva transição no corpo benevol ênci a , des conheci dos ; a í a
mundos acabados de s air dos fluidos perispiritual preexistente dos úni ca l ei que impera é a da força bruta.
incandescentes. Qua ndo os planetas homens primitivos, o que provocou, Des conhecidas s ã o a s i ndús tri a s e,
es tão devidamente preparados para cons eqüentemente, tra ns forma ções s em i nvenções , todo o tempo do
nel es s e ma nifestar a vi da dife- vi s cera i s na es trutura dos a nte- homem ou de s eus ha bi ta ntes é
renci ada, a pós o i nsano e abnegado pa s s a dos da s ra ça s huma na s , empregado na l uta pa ra a conqui s ta
tra ba lho dos artistas da cri ação no permi tindo a aquisição de ra zã o e de dos a limentos, em obediência à l ei de
es tudo das formas e na manipulação outra s pos s i bi l i da des a té entã o cons erva çã o do i ndi víduo.
dos fl uídos da vi da que devem s e des conhecidas pelos a ntecedentes Nã o estão, porém, essa s cri a tura s
a da ptar às condições físicas de ca da do homem”. Ante uma pos s ível a ba ndonadas; no i nteri or da s treva s
pl a neta, tra balho todo es te de- a dmi ra çã o, res ponde Emma nuel : da i nteli gênci a há , l a tentes , a va ga
s envolvi do s ob a direção amorosa e “Ta mbém as cri anças têm os feitos da i ntui çã o de um Ser Supremo.
s á bia dos Cri stos ou Messias, são os i nfância corri gidos pelos pa i s , que a s Nã o s e tra tam, portanto, de s eres
germes da vida aí depositados. prepa ram em fa ce da vi da, s em que, degra da dos , ma s cri a nça s que
Des envolvendo-se e progredindo na ma ioridade, elas s e lembrem disso”. cres cem em busca de uma consciência
gra da tiva mente, passam esses germes ca da vez ma i s a mpl a .
ou pri ncípios de vi da por todas as 4. MUNDOS FLUIDOS Na tura l que seja gra nde a varie-
fa s es necessárias à conquista de uma Al guns a utores s e referem a da de entre esses mundos, assim como
cons ciência ca da vez mais ampla, mundos dessa es péci e, des ti na dos , entre outros de uma mesma categoria
torna ndo ativas as potencialidades s egundo eles, à habitação de Espíritos ha vendo entre eles inúmeros degraus.
l a tentes, a té que a evolução do pla- que desde o início de s eu aprendizado, Cremos que os mundos que
neta e das espécies que o habitam como s eres cons ci entes , nunca forma m o nos so s istema s olar s ã o
permi tam, em chegando a época fa l i ra m. Es te fa to os pos s i bi l i ta a ma i s ou menos semelhantes quanto à
propícia, o a parecimento neles do progredi r no es ta do fl uídi co, s em s ua cons tituição fís i ca, va riando,
homem, ou do ser consciente de si neces s i da de, porta nto, de s e en- na turalmente, quanto à densidade dos
mes mo, s enhor de um relativo l ivre- ca rna rem em mundos ma teri a i s , el ementos que entra m na sua
a rbítri o que lhe permite a l ivre escolha propri a mente di tos , de prova s e cons tituição, de conformidade com a
no ca mi nho a s eguir, tornando-o expi a ções . ca tegoria que ocupam na escala
res ponsável pelos a tos que pra tica. evol utiva dos mundos; cremos s er,
Sob a orientação dos seus governado- 5. MUNDOS MATERIAIS ta mbém, mais ou menos semelhante a
res e guias de suas humanidades, são Sã o mundos onde os Es píri tos forma dos s eres que os habitam,
rea lizados nesses novos mundos, en- i ni ciam seu aprendizado pa rti ndo da embora haja gra nde va riedade quanto
s a ios a pós o a parecimento dos pri mei- s i mpl i ci da de e da i gnorâ nci a , à s i tuação ou ao grau evolutivo físico,
ros s eres vi vos, até que são estabeleci- des envol vendo-s e e progredi ndo mora l e intelectual de seus habitantes.
da s linhagens definitivas para todas a s gra da tiva mente. O gra u de densida de
es pécies que devem servi r de “hábitat” da ma téria que os constitui, é mais ou 6. MUNDOS DE PROVAÇÕES
à s unidades de consciência que, em menos densa, de conformidade com E EXPIAÇÕES
tempo oportuno, passarão a animá-las. o es ta do de progres s o. Sã o a s s i m Sã o a inda esses mundos materiais .
es ses mundos ma teri a i s ou menos Entre el es es tá i ncl uída a Terra que
3. MUNDOS “AD HOC” i nferiores ou s uperiores, ma s a tra vés ha bi ta mos . A s uperi ori da de da
Após terem os s eres compl eta dos dos tempos , a compa nha ndo o i nteligência num gra nde número de
os ci clos de uma determinada fase ou progresso dos s eres que os ha bi ta m, s eus habitantes i ndica não serem eles
rei no, como denominamos nós , e os a l cançarão a ca tegori a dos mundos mundos pri mi ti vos , des ti na dos a
s écul os terem compl eta do a s s uperiores ou celestes, des ti na dos a enca rnação de Espíritos em i níci o de
experiências nos ti pos ou es péci es Es píri tos que já alcança ra m o es ta do evol uçã o. As qualidades inatas s ã o
pri mi ti va s , s ofrem el es , nes s es de pureza. É na tural que as condições prova s de espíritos já vi vi dos e que já
mundos cha ma dos “a d hoc” ou de exi stência física e moral va ri em de rea liza ra m um pequeno progres s o;
mundos elementais , a s neces s á ri a s um mundo ma teri a l pa ra outro, ma s s uas a centua da s i mperfei ções ,
a da ptações, nos seus i nvólucros, a fim obedecendo s empre a s condi ções ca ra cteri za da s nos víci os a que s e
de que es tes pos s i bi l i tem a evol uti va s de s eus ha bi ta ntes . Em i ncl ina m, s ã o i ndíci o de s ua pouca
ma nifestação de outras faculdades ou rel a ção à Terra, podemos formar uma evol ução moral. Destinou-lhes Deus

176
INICIAÇÃO ESPÍRITA

condi ções de vi da di fícei s , pa ra regeneração. Nosso planeta a travessa só se l i berta m os s eres


expi arem suas altas por mei o de um a tua lmente a fase de transição que lhe compl etamente des ma teri a l i za dos ;
penoso tra balho e pelas mi s éri a s da permi ti rá a s cender na es ca l a dos a i nda restam provas a passar, embora
vi da , a té que hajam aprendido as l ei s mundos, pas s a ndo da ca tegori a de s em as dolorosas conseqüênci a s que
do bem e se tornem dignos de pas s a r mundo de provas e expiações pa ra a predominam neste noss o mundo, na
pa ra mundos ma i s fel i zes . de mundo regenerador. Al iás, como já a tua l i da de.
A va ri edade desses mundos deve di ssemos, todos os mundos evol uem
s er muito grande; s ua grada çã o deve com s uas respectivas humanida des e 8. MUNDOS FELIZES
s e estender a o l ongo da res pecti va no decorrer dos mi l êni os vã o Sã o ha bi ta dos por Es píri tos já
es cala , des de os a propri a dos a os pa ssando de uma a outra ca tegori a , regenerados, depurados de toda s a s
s eres mais primitivos, passa ndo pel a a té a tingirem a de mundos cel es tes . má s tendênci a s . Nel es s ó i mpera o
l onga série dos mundos a propriados bem; o ma l já foi totalmente venci do.
à a quisição de todas as experi ênci a s 7. MUNDOS REGENERADORES Sua va riedade é como a dos dema i s
prel iminares, bem como a proporci o- Nes s es mundos enca rna m mundos já descritos, gra nde, e os há
na r a os Es píri tos toda s a s prova s e Es píri tos em fa s e de regenera çã o e i nferiores e superiores uns aos outros,
mei os para retemperar-se na l uta pela que, a pes a r do s eu já a centua do na s ua categoria. Esses mundos, como
dor e pelos s ofrimentos a que fa zem progresso, ainda têm o que expiar para os Es píri tos que os ha bi ta m, já s e
jus pelos seus desvios. São verdadeiras que, progres s i va mente, s a i a m da a cha m no início do período de s emi -
es colas-oficinas, onde, pelo tra ba l ho, ma terialidade. Neles já predomi na a fl ui dez, i ni ci a ndo-s e a í a des ma -
pel o estudo e pelo gra dativo a perfei - força do direito, em vez do direi to da teri a l i za çã o do corpo dens o. Pel o
çoa mento mora l , num verda dei ro e força , como o meio mais emprega do expos to, é l ógi co que os mei os de
penoso esforço para a s ua des ma te - pa ra a s olução da s pendências entre ma nutenção da vi da física, va ri em de
ri a l i za çã o, va i o Es píri to, pouco a os s eus habitantes, mesmo já e m grau uma para outra categoria de mundos .
pouco, desenvolvendo os poderes e i ntel ectua l ba s ta nte a va nça do. As Podemos, pois, s upor que em vez de
a tri butos que traz em l atência, pa ra a guerra s , porta nto, já nã o s ã o o s erem combinados ou mistura dos na
conquista dos supremos valores para a processo us a do pa ra s ol uci ona r a s cons ti tui çã o dos corpos s ól i dos ou
vi da eterna. Descem a esses mundos , ques tões s urgi da s entre os s eus l íquidos, os a l i mentos , nos mundos
peri odicamente, missionários do bem, povos ; el a s s ã o jul ga da s i nútei s e s uperiores, s e encontrem em es ta do
e em épocas de gra nde degra da çã o, contrá ri a s a o bem e à ra zã o. A ga s os o na forma çã o de s ua s
em que há peri go de des trui çã o em fra ternidade e a s olidarieda de s ã o a í a tmosferas, sendo estas naturalmente
cons eqüênci a da s rea ções deter- pra ti ca da s pel a ma i ori a da s hu- nutri tivas, dispensando dessa forma ,
mi nadas pela soberana lei sobre s ua s ma nidades que os ha bi ta m. Nes s a a di ges tã o e a s funções gros s ei ra s
huma nidades, num vi vo tes temunho ca tegoria de mundos onde os Espíritos comuns à s nossas a tuais condi ções .
de a mor e a bnega çã o, nel es enca r- a ca ba m s ua depura çã o, entra rá o Da mes ma forma , mundos há
na m-s e s eus Mes s i a s que, pel os nos so orbe, após este ci cl o dol oros o i nferi ores a o nos s o, onde es s a s
ens inamentos que ministram e pel os que vi vemos e qua ndo os s eus condi ções necessárias à ma nutençã o
exemplos de a mor, de renúnci a , de ha bitantes, em s ua gra nde ma i ori a , da vi da , s ã o a i nda ma i s di fícei s de
pi edade e de perdão com que pautam a cei ta rem, s enti rem e vi verem os s erem obtidas. Fla mma ri on, o i ns pi -
sua conduta, oferecem elementos para pos tulados evangélicos, ens i na dos e ra do poeta da astronomia , refere-s e
que s eja res ta bel eci do, de a l guma exempl i fi ca dos pel o nos s o Di vi no no s eu ma gnífi co l i vro Narrações do
forma , o equi l íbri o exi gi do pel a já Mes tre e Governador, reunindo-se sob Infinito, a um mundo i nferior a o nosso
referi da lei . Es s es mes s i a s dei xa m, s ua égide misericordiosa e compassiva pl a neta, onde os s eres que o habi ta m
a s s i m, a es s es povos , códi gos de num s ó reba nho. es tão a i nda s ubmeti dos a ma i ores
conduta que, s e seguidos, os conduzi - Apes ar de tudo o que temos dito, di ficuldades do que os habi ta ntes da
rã o à conqui s ta de s ua l i berta çã o convém termos em mente que a Terra , pa ra nutri rem os s eus corpos
es pi ri tua l . Qua s e s empre s ã o di versidade das ma nifestações da vi da ma teriais. Dis põe es s es s eres do a r
mi s sionários ou messias, sacri fi ca dos no Uni verso infinito é ta mbém infinita. que, à semelhança do que ocorre aqui,
pel a ignorância e pel a ma l da de dos As s im há infinitas va riedades de s e a cha disseminado na a tmosfera do
s eres i nfel i zes que ha bi ta m es s es forma s a través das quais a Vida Una se mundo que ha bi ta m; entreta nto, o
mundos i nferi ores . Nã o ra ro, a ma nifesta, assim como meios de oxi gênio que absorvem seus pul mões
evol uçã o da s huma ni da des dos ma nifestação de sentidos que fogem à s ó os a l i menta três qua rta s pa rtes ;
mundos de prova s e expi a ções é nos sa atual compreensão. Nã o s omos necessário é, portanto, que busquem
a uxi liada por Espíritos degredados de pa drão em s entido algum; os maios o que s e pode denominar – s eu oxigê-
outros orbes mais adiantados, de onde va ri a ndo ao infinito, ta mbém a o ni o – e, s em trégua, estão condenados
s ã o banidos em época s de expurgos i nfinito va riam a s expressões da vi da, a fa zer funci ona r s eus pulmões e a
que periodicamente, s e proces s a m a tra vés das formas infinitas e mutáveis. preparar ar nutriente, sem ja ma i s dor-
em todos os mundos do Uni vers o, Servem, portanto, os mundos mir e sem nunca se saciarem des s e a r,
cuja s huma ni da des a i nda nã o regeneradores, de transição entre os por i s s o que, a des pei to de todo o
a ti ngiram a perfei çã o. Há , ta mbém, de expiação e os mundos felizes, não tra ba lho que desenvolvem conti nua -
entre esses mundos ma teriais, os que s e encontrando a inda ai a perfeita mente, s ó o podem a bs orver em
s ervem de ha bi ta çã o a Es píri tos fel icidade. Sendo o homem a inda car- pequena s proporções de ca da vez.
pres tes a entra r na fa s e de na l , está sujeito às vi cissitudes de que Pa s s a m, a s s i m, es s es s eres , a

177
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

vi da i ntei ra , e s ucumbem por es s e l ei natural, s er de extrema fl ui dez. A s ã o sábios e a moros os a o extremo;


gi ga ntes co es forço. Es s e pl a neta , el es s ó podem ter a ces s o os puros têm a jus ti ça perfei to s ens o e já
s egundo Flammarion, está situado no Es píri tos. Sa bendo, como s a bemos , perdera m o conta to com os pl a nos
s i s tema Andrômeda . As forma s que evol uçã o é s i nôni mo de i nferi ores , dos qua i s es tã o mui to
des ses s eres, segundo ainda o mesmo des ma teri a l i za çã o, na tura l que os a fa stados. Sua va ri eda de é, como a
a utor que os classifica ta mbém como mundos em sua escalada ascensi ona l dos demai s mundos , mui to gra nde.
ra ça huma na , é um pouco a da s s e vã o desmaterializando assi m como Os Es píri tos , l i bertos da ma te-
s i rena s da a nti gui da de, ma i s ou os Es píritos. As sim, na pa s s a gem de ri a lidade, i rradiam energia sublimada
menos elegante, e aproximando-se do uma a outra ca tegoria de mundos , há e condensam a ma téria quando di s s o
orga ni s mo da foca . um proces s o de gra da ti va têm neces s i da de.
A ci ta ção a qui feita é a pena s uma des ma teri a l i za çã o, perdendo os Mui to embora , nos mundos
da s inúmeras formas de vi da narrada s mundos pes o fís i co, a s s i m como os i nferiores, os Espíritos estejam l igados
pel o gra nde astrônomo em suas obras. Es píri tos perdem, as cendendo, pes o à ma téri a na proporçã o de s ua
Es ca pa , à s ma i s a rroja da s a nte- es pecífico. Essa a scensão aproxima os i nferi ori da de, nã o o es tã o como a
ci pa ções da nos s a i ma gi na çã o, a mundos, ou os sistemas de mundos , ta rta ruga no seu ca sco ou pá s s a ros
di versidade reinante na cons ti tui çã o de outros s i s tema s de ma i or na ga iola; gozam de relativa liberdade
da s formas que o Espírito plasma pa ra vi bra tilidade e, portanto, de maior luz. nos momentos de medi ta çã o ou
s ua ma ni fes ta çã o e a s cens ã o. E Uma coi sa é certa: A predomi nâ nci a el eva çã o es pi ri tua l e, ta mbém
qua nto ma i s penetra rmos na do bem nesses mundos cel es tes ou dura nte o repouso do corpo materia l ,
ma ra vi l hos a obra di vi na , ma i s di vi nos; há perfeita harmonia entre os dura nte o qua l há uma l i berta çã o
s entiremos crescer a nossa pequenez. Es píri tos que o ha bi ta m, perfei ta rel a ti va , s egundo o gra u de s ua
s i ntonia com a s Lei s Di vi na s , s endo el eva çã o.
9. MUNDOS CELESTES OU DIVINOS todos os s eres que os povoa m De uns pa ra outros mundos de
Pouco ou quase nada sabemos de col a boradores conscientes e di retos ca tegori a ma i s ou menos s eme-
pos itivo a res pei to des s es mundos do Cri a dor, na direção do Universo. Os l ha ntes, há migrações de Es píri tos e,
di tosos. Os elementos que entra m na Es píri tos , ha bi ta ntes dos mundos na evolução, Espíritos de um mundo
s ua formação devem, no entanto, pela di vi nos, gozam de a mpl a l i berda de; i nferior a outro de superior categori a .

51.
IMORTALIDADE

“De tal maneira a imortalidade da dua lize, sem o qual s eria i mpossível É de todos conhecido o fa to de que
alma nos diz respeito e toca-nos tão a vi da de rel a çã o com o mundo os homens de di vers a s época s
profundamente, que é preciso ter exteri or. As s i m, no nos s o pl a no de s epultavam seus mortos e coloca va m
perdido todo sentimento para vi da , o corpo huma no é o mei o que em s eus túmul os armas e objetos de
considerar esse problema com pos sibilita a o Espírito conta to com a s us o pessoa l ; na tura l , porta nto, que
indiferença” coi s as materia l i za da s . Des ta forma , es ses povos primitivos tenham ti do a
Pascal l ógico é também, que a pós a morte, i déia ou a i ntuição da continuaçã o da
tenha o espírito, em qualquer plano em vi da s ob outra forma , embora mui to
que s e manifeste, outro i nvólucro para va ga mente.
1. INTRODUÇÃO poder esta r em rel a çã o com o mei o
Sa bemos, di z Ga briel Delanne, ser a mbiente, sem o que perderi a a s ua
o Es píri to a bsol uta mente i ma teri a l , i ndividualidade. Is to foi comprova do 2. AS CRENÇAS ANTIGAS NA
embora nã o cons i ga mos conceber em todas a s épocas pelas a pa ri ções IMORTALIDADE
mui to bem o que s eja a a bs ol uta de pessoas “mota s ”, a vi dentes e a Entre os povos mais primitivos da s
i ma teriali da de, a nã o s er a l go s em nã o vi dentes, pela ma teri a l i za çã o e ma i s remotas épocas houve sempre a
qua lquer semelhança com aquilo que nos s onhos e s empre com a forma crença na i morta l i da de do Es píri to.
fi s i ca mente conhecemos . terrena. Pos s i vel mente s e deva m a Os hi nos de Rig-Veda , que s ã o os
Ta mbém não podemos conceber o es te fa to a s pri mei ra s noções da ma i s a nti gos tes temunhos que s e
es pírito s em o i nvólucro que o i ndivi- i morta l i da de do Es píri to. conhecem sobre a sobrevi vênci a do

178
INICIAÇÃO ESPÍRITA

Es píri to, nos falam que os homens que s i era cha ma do o céu. O cul to dos dota da de conhecimento da s i déi a s
vi vi a m junto a o Hi ma l a i a , a o Sa pta Es píri tos e à alma dos a ntepa s s a dos eternas. Sócrates ti nha uma demônio,
Si ndhou (país dos sete ri os), possuíam era tri buta do. Confúci o, o gra nde um Es pírito famil i a r que convers a va
há i ntui ções preci s a s s obre o a pós s á bio e santo chinês, respeitou es s a s com el e conti nua mente, e cujos
“morte”. crença s a nti ga s e a dmi rou-s e da s cons elhos s egui a em toda s a s s ua s
“O céu védi co era a mora da má xi ma s es cri ta s ha vi a ma i s de del i bera ções .
defi nitiva dos deuses i mortais, sede da qui nhentos a nos (da época em que Os pri meiros cri stãos a credi ta va m
l uz eterna , ori gem e ba s e de tudo vi veu) no pedestal de uma estátua de na exi s tênci a de uma s ubs tâ nci a
qua nto existe, ma nsão de cons ta nte outro no templo da Luz, des ta ca ndo- mediadora, naturalmente obedecendo
a l egria, de prazeres i nfindos, onde os s e esta: “Quer falando ou a gindo, nã o a cons eqüência l ógica de explicarem a
des ejos se realizam logo que nascem, penseis ainda que es teja i s s ozi nho, a çã o do Es píri to s obre o corpo
e onde o a ri a no fi el goza rá a vi da que nã o s oi s vi s to ou ouvi do; os ma teri a l .
eterna ”. Es píri tos são testemunha s de tudo”. O gra nde Pa ul o, o Após tol o da
Ora , nã o cremos que homens com (La Ma gi e et l ’As trol ogi e, Ma ury) gentilidade, fala por di vers a s vezes ,
tã o a centua da i ntui çã o s obre a Povoa m os céus do Cel es te em s uas ca ra s , do corpo es pi ri tua l ,
i morta l i da de a cei ta s s em a pos s i - Impéri o, como na Terra , nã o s ó os i mponderá vel , i ncorruptível .
bi l i da de de ga l ga rem pl a nos tã o gêni os, mas ta mbém os Espíri tos dos Poeta s emi nentes como Da nte,
el evados , a pes a r de pos s uírem tã o homens que vi vera m nes te pl a no. Mi l ton e outros , a l ém de
res tri tas faculdades e de es ta rem tã o Cul tua m-s e l á os Es píri tos e os tes temunha rem em s ua s obra s a
i nti mamente ligados à Terra, senão por a ntepa s s a dos . crença na i morta l i da de da a l ma ,
um processo miraculoso, ou seja, pela O Budi s mo, que ma i s ta rde jul garam também, indi s pens á vel ter
vi ol ação das lei s na tura i s . Supomos penetrou na Chi na , a s s i mi l ou a s es s a a l ma um i nvól ucro que l he
s erem el es crentes de que a l guma a nti ga s crença s e conti nuou a s cons erva s s e a i ndi vi dua l i da de,
coi s a existente no home, a l ém do rel a ções com os “mortos ”. conforme s e pode veri fi ca r na Divina
s eu corpo material , s eri a o herdei ro Na Pérs ia, Zoroastro ensina va que Comédia (Purga tóri o, XXV) e em o
des s a bem-a ventura nça . De outra a ba ixo do ser i ncriado, eterno, existem Paraíso Perdido (Guerra dos Anjos ).
forma , como poderi a o corpo fís i co dua s emanações opostas, pos s ui ndo
vencer s eu peso específi co, l i vra r-s e ca da qua l determi na da mi s s ã o. 3. CONSIDERAÇÕES SOBRE A
no es paço e a travessá-lo em busca da Ormuzd é enca rrega do de cri a r e IMORTALIDADE
regi ã o dos deus es ? cons erva r o mundo; Ahri ma n deve A ma i or e mel hor prova da
Na tra di çã o egípci a , da s ma i s comba tê-lo e mes mo des truí-l o, s e i moralidade do Es píri to, pode ca da
remota s era s , cons ta ta mos a i s s o l he for pos s ível . Refere-s e a um de nós encontra r em s i mes mo.
a fi rmação de fé na s egunda vi da do gêni os celestes ajudantes de Ormuzd Dos refolhos de nossa a lma, s urgem
homem, em l ugar de onde ni nguém no tra ba l ho de cri a çã o; ma s há a todo i ns ta nte tes temunhos vi vos
pode vol ta r, e onde vi vem os ta mbém uma legião de Es píri tos , de des s a verda de. Idéi a s i na ta s e
a ntepa s s a dos . gêni os, pelos quais pode cons i dera r- remi ni s cênci a s de fa tos e conhe-
A ma is a ntiga crença egípcia vi a na s e o homem como tendo em s i a l go ci mentos afloram-se constantemente
morte, a pena s a s us pens ã o de di vi no. A mi s s ã o des tes gêni os , à nossa consciência ordinária, da ndo-
temporária da vi da. O corpo, cri am os i nevi tá vel em ca da s er dota do de nos a certeza de que nã o s ã o
egípci os , recupera va o s opro, e i a i nteligência é, a o mes mo tempo, de ocorrênci a s do pres ente, por nã o
ha bitar mui to l onge, pel o oes te do i ns pirador e vi gila nte. Temos a qui a termos vi vido ou aprendi do. Embora
mundo. teori a do eu s uperi or e, s ob outro nos tenha fugido o fi o condutor que
Ma i s ta rde, e mes mo ta l vez ponto de vista, a dos a njos da gua rda . l i gue o pres ente a o pa s s a do ou os
a nteriormente à s primeiras dina s ti a s , A Gréci a ta mbém possuía, desde efeitos à s causas, a verda de é que a
cri a m que s omente “uma pa rte do a ma i s remota a nti gui da de, rea i s perma nênci a em nós des s a a cu-
homem” é que conti nua va vi vendo conhecimentos sobre a i mortalidade e mul ação de valores ps íqui cos é uma
uma s egunda vi da. Nã o era uma al ma ; o mundo es pi ri tua l . rea lidade evi dente. O s eu processo de
era um corpo di ferente do pri mei ro, Em Homero, os mori bundos cons erva ção, apesa r da s s uces s i va s
porém del e deri va do, ma i s l eve e profetizam, e a a lma de Pá troclo vi sita mortes e renovações orgânicas, s egue
menos ma teri a l . Es te corpo, qua s e Aqui l es em s ua tenda . “De o s eu curso, i ni nterrupta mente, e a
i nvi sível, originário do pri mei ro corpo conformi da de com a doutri na da s i mples observação i mpa rci a l des s e
mumi ficado, estava s ubmetido a todas ma i ori a dos fi l ós ofos gregos , todo fenômeno já é testemunho ba s ta nte
a s exi gênci a s da vi da corpórea ; homem tem por gui a um demôni o de que exi s te em nós um pri ncípi o
necessário, portanto, alojá-lo e vesti-lo; pa rti cular (Daimon, cha ma -s e entã o i ndes trutível e que tem o poder de
s ua forma , no outro l a do da vi da , a os Espíritos), no qual personificava-se recons trui r s empre.
reproduzi a o corpo ca rna l , pel a a s ua i ndi vi dua l i da de mora l ”. É, poi s , a morte, eva pora çã o de
s emelha nça . Era o duplo, a o qua l s e Sócra tes e Pl a tã o preenchi a m o cons ciência, e por s eu efei to pa s s a o
rendia o cul to dos mortos no a nti go i ntervalo entre Deus e o homem com orga ni s mo, num i ns ta nte, da
i mpéri o. Es píri tos, aos quais chamavam gêni os mobi l i da de à pa s s i vi da de i nerte.
Entre os chineses, o sentimento da tutel ares dos povos e dos i ndivíduos, E i ncapaz e cons terna da , queda a
s obrevi vência impôs-se desde a ma i s e i ns piradores dos orá cul os . A a l ma criatura ante um corpo morto e em vão
remota antiguidade. Ili a n ou Cha ng- preexistia ao corpo e vi nha ao mundo l he pede que s e lhe restitua a centelha,

179
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

a vi da que del e s e eva porou; pri ncípio posteriormente à morte do Apena s uns poucos i ndi víduos
entretanto, no primei ro momento, a corpo, temos, pela l ógica, e de acordo excepci ona i s , a nteci pa ndo-s e à
má quina repousa completa; a matéria com o bom s enso, de admitir que el e evol ução normal em sua época , já s e
es tá a li, toda intacta; órgãos, teci dos , a nteri ormente ta mbém já exi s ti a ; mos tra m cons ci entes nes s a cons -
forma , tudo a li está; falta-lhe, porém, podemos, assim, concl ui r s er eterno ci ênci a i nteri or, profunda . Es s es
a vonta de que regi a o conjunto, o es s e pri ncípi o, em fa ce de s ua médi uns naturais, cuja mediunidade é
pri ncípio es pi ri tua l que o a ni ma va . i mortalidade a nteri or e pos teri or à s produto de sua i ntima elaboração, de
Des prendido esse princípio espiritua l , forma s que anima. E s e é eterno tudo s uas tremendas l uta s i nteri ores , de
di s s ol ve-s e a s oci eda de como o que existe, porque nós , des de que i menso sofrimento, de s ua evol uçã o,
des agrega-se um exército que perdeu exi s ti mos , nã o deveremos s er, enfi m, di zem e ouvem coi s a s
s eu general e onde cada um de s eus ta mbém eternos? Que a utorida de ou extra ordinárias, maravilhosas, porém,
componentes , pa s s a a pens a r por que l ei humana pode destruir a férrea s ã o a i nda i ncompreendi dos . Es s e
conta própria, cuidando de agregar-se l ógica e a sobeja mente comprova da es ta do, no enta nto, s erá o es ta do
a outros exércitos, o que fará tão l ogo evi dênci a dos fenômenos ? norma l do s uper-homem do tercei ro
os encontre. Tudo porém, é de novo No homem, a s ua cons ci ênci a mi l êni o.
retoma do em novo turbilhão, em novo l a tente e que é a sua verdadeira al ma Entreta nto, compreendamos bem,
círcul o, novamente utiliza do e revi ve eterna , é a que preexi s te a o como e a té que ponto devemos
a o s ol , pa ra forma r uni da des ma i s na s cimento e s obrevi ve à morte do entender es s a ca ra cterís ti ca de
compl exa s . Di s s ol vi da a uni da de corpo. É a essa consciência ma i s pro- eternidade, atribuída por nós aqui a o
col eti va , a s uni da des menores funda que pertence a i ntui çã o. Es píri to.
procura m l ogo forma r em novo Tra zendo em si os resultados de todas
conjunto. À perda de mobi l i da de a s experi ênci a s já vi vi da s em s eu
s egue-se liberação de energi a . Na da l ongo percurso, el a é s á bi a e opi na 4. O ESPÍRITO DA VIDA
nunca s e des trói em a na tureza e, com conheci mento de ca us a . E a UNIVERSAL, ÚNICO: DEUS!
mes mo a morte, por lei universal, tem i morta l i da de s erá , no futuro, de- Como refl exo de s ua vol i çã o na
que restituir i ntacto o psiqui s mo que mons trada ci entifi ca mente, qua nto, Ma téri a, se formam dentro des ta , Es -
l he s obrevi ve i ndes trutível , i ndi fe- progredindo, a ci ênci a a ti ngi r es s a píri tos em número i nfi ni to, cons e-
rente a que a obs erva çã o des s a cons ci ênci a l a tente. Pa ra a gra nde qüentes da a ção d’Aquel e, como s ua
s obrevi vênci a es ca pe a os nos s os ma i oria dos homens , es s a pa rte da ma ni fes ta çã o.
s entidos e aos nossos meios materiais s ua consciência ainda não foi atingida Es tes “Es píri tos ” exi s tem e s ã o
de veri fi ca çã o. por s ua s ens i bi l i da de, es ta ndo, tra ns formá vei s ; desenvolvem
E a quele psiquismo que a nimava a porta nto, a i nda , pa ra es s a gra nde a tri butos, conquistam predicados , s e
forma , o veremos na s cer de novo, a ma i ori a , mergul ha da na s treva s . reves tem de qualidades, em ra zão de
todo momento, como do ma r, por
eva pora çã o, rena s cem a s chuva s ;
rena s ce a quel e psiquismo,
i ndividualizado como estava, mais ri co
de i nstintos, em obediência à universal
l ei cícl ica, que determina para o i níci o
de todo fenômeno a a bertura de um
ci cl o, que s e des envol ve, a ti nge a
ma tura çã o e retorna à s ua ori gem,
pa ra , mais ta rde, s er reiniciado de um
ponto mais alto, reunindo de novo os
s eus extremos .
“Assim como o que não morre (o
Espírito) não pode ter nascido,
também não pode morrer o que
existia antes do nascimento. O que
não nasceu com a vida (o Espírito)
com a vida não morre”.
É l ógico, portanto, e a es s a l ógi ca
nos conduz a observaçã o de todos
os fenômenos , que a pes a r da
tra ns forma çã o e da muda nça da
forma , a ess ênci a da s ubs tâ nci a s e
cons erva i ndes trutível . Da mes ma
forma , s e é evidente a exi s tênci a de
um pri ncípio espiritual que sobrevive a
toda s as mutações do i nvólucro, es te
pri ncípi o tem que s er i morta l ; e s e
a dmi ti mos a i morta l i da de des s e

180
INICIAÇÃO ESPÍRITA

s ua relação com Aquele. Se Aquele 5. CONCLUSÃO des ejam certificar-se da i mortalidade.


não existisse, es tes ta mbém Gra ça s a o Es pi ri ti s mo, o O des dobramento da pers ona l i da de
dei xa ri a m de exi s ti r ou nã o teri a m probl ema de i morta l i da de da a l ma , huma na, comprovado a través de tes -
nunca exi s ti do. Ma s como Aquele é outrora do domíni o excl us i vo da temunhos indiscutíveis e observações
eterno, es tes ta mbém s e investem da fi l osofia, pode, desde o a dvento da a cura das de renomados ci entista s , a s
ca ra cterística de eternida de. Porém, 3ª Revel a çã o, s er a borda do pel o a pa rições espontâneas, os des dobra -
a eternidade não consiste na método pos i ti vo. O hi pnoti s mo, mentos conscientes, as materialização,
peculiaridade das qualidades, ma s ma l grado os peri gos que encerra s e es tas ta mbém comprovadas por gra n-
s i m no fator da exi s tênci a . nã o bem ori enta do, pres tou à de número de personalidades ilus tres
Por exempl o: o ferro é ferro em ps i col ogi a gra ndes s erviços, e ci entistas abalizados, e todas as ma -
rel a ção à s ua cons ti tui çã o quími co- pos s i bi l i ta ndo o es tudo da ni festações psíquicas que s e proces -
fís i ca , como o má rmore é má rmore pers ona l i da de huma na e o conhe- s a m pela mediunidade nas sua s ma i s
pel a mesma ra zã o de equi va l ênci a . ci mento do pri ncípi o pens a nte em va ri a das modalidades, tais como fenô-
Ma s o ferro não é a l ocomoti va que s ua s moda l i da des de cons ci ente, menos de i ncorpora çã o, voz di reta ,
vemos deslizar tão rapidamente s obre s ubcons ci ente. ps i cografia, psicometria, i ntuição, etc.,
os tri lhos, nem o mármore é a Vênus Pos s ibilitou ele, ainda, a elucidação s ã o fatores por demais conheci dos e
de Mi l o. O ferro s e tra ns forma em de fenômenos mui to pouco conheci- a na lisados que, de forma objetiva, dão
l ocomotiva pela inteligência utilitarista dos , ta is como a sugestão mental à a todos os que, com s i nceri da de e
do homem, como o má rmore foi di s tância, a exteriorização da sensibili- pureza de i ntenções o des ejem, a
tra ns forma do em es tá tua pel a da de e da motricidade, que nos certeza da realidade es pi ri tua l e de
genialida de do a rti s ta . Ma s ta nto o conduzem à telepatia e ao Espiritismo. s ua i morta l i da de.
ferro, quanto o mármore, podem s er Sob qualquer a specto – religioso, Dei xamos de entra r na a ná l i s e e
transformados em elementos informes fi l osófico, ci entífico – vem o expl icação dos fenômenos es píri ta s
e s er destituídos dos va lores prá ticos Es pi ritismo oferecendo, desde s ua por s e tra ta r de outro ca mpo, o
e a rtís ticos que pa rti cul a rmente os codi ficação, pelo i nsigne mestre lionês ci entífi co, que es ca pa à s nos s a s
ca ra cteri za m. - Al l an Ka rdec – ensejo a todos que a tri bui ções .

52.
REENCARNAÇÃO

1. REENCARNAÇÃO, i ngres s a r. Es te ra ci ocíni o i mpl i ca Abs tra i ndo-s e qua i s quer outros
LEI UNIVERSAL des de l ogo a existênci a de qua l quer ens i na mentos es peci a i s a Reen-
Ha bi tua l mente, todo pa s s a do coi s a permanente que s obrevi ve a o carnação ou Palingênese é pa l a vra
vi vi do. temos a s s i m a i ndes tru- i nvól ucro que l he s erve de ves te. A que determi na uma teori a da
ti bi l i da de do Es píri to huma no. eti mol ogi a da pa l a vra , entreta nto, exi s tênci a , s egundo a qua l um
Entreta nto el a é, na rea l i da de, um a pena s nos di z que a s ha bi ta ções i nvól ucro ou forma de matéria vi s ível
proces s o que s e a pl i ca a todos os mutá veis ou tra nsitórias são de carne, é ocupa do ou ha bi ta do por um
s eres. A vi da de uma flor que fenece, nenhuma referencia fa zendo a cerca pri ncípio imaterial que s obrevive à sua
vol ta à outra flor; o gato que sucumbe do el emento perma nente. muta çã o e que l ogo a s egui r à
a doença ou à vel hi ce, retorna A pa l a vra metempsicose é, decomposição ou à morte da forma ,
ta mbém em outra ni nha da . ta mbém, frequentemente usada como a pós i ntervalo mais ou menos l ongo
s i nôni mo de reenca rna çã o. el a , pa s s a a ha bi ta r outro i nvól ucro ou
2. QUE É A REENCARNAÇÃO? porém, não s e refere à habitação, mas, corpo.
Que vem a s er reenca rna çã o? uni camente, a o trâ nsito do el emento Afi rma poi s a reenca rna çã o, a
Segundo etimologia da pala vra , pode ps íquico, sendo, até, por alguns, aceita exi s tênci a de um pri ncípi o vi vo,
s i gni fi ca r o i ngres s o repeti do num a possibilidade da sua tra ns mi gra çã o i ndi vi dua l i za do ou i ndi vi dua do e
i nvól ucro físico ou carnal. Ora , se há o por es pécies inferiores depoi s de ter i mortal, que habita e vi vi fi ca a forma
i ngresso repetido, alguma cois a deve a ni ma do forma s s uperi ores ou corpórea e que, por morte dessa forma
rei ngressar, e rei ngres s a r é torna r a huma na s , como veremos depoi s . ou corpo, pa s s a a outra , a pós um

181
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

tempo bastante va riado. Deste modo,


a s vi das corporais s ucessivas são como
conta s num fi o, s endo es te fi o o
pri ncípio permanente ou i mortal e a s
conta s as diferentes formas humana s .

3. ANTIGÜIDADE DA CRENÇA
NA REENCARNAÇÃO
“Des de os a l bores da ci vi lização
– di z Ga briel Del a nne – o vocá bul o
Reenca rna çã o ou Pa l i ngenes i a foi
formul ado na Índia com uma precisão
que o des envol vi mento i ntel ectua l
cons titui fato notável . Des de a ma i s
a l ta a ntiguidade, os povos da Ás i a e
da Gréci a procura va m s a ber s e o
Es píri to fora cri a do no momento do
na s ci mento ou s e exi s ti a a ntes ”.
“Se é certo s er di fíci l cons egui r
que qualquer verda de nova s e fa ça Est~lua do Butl.o
ouvi r no meio da l uta e das discussões
ca ra cterísti ca s da nos s a ci vi l i za çã o deve renascer; s em nas ci mento s em representadas na s ubstituição das
moderna – di z a Sra . Anni e Besant fi m, eterna, antiga, não morre quando vestes gastas.
– a i nda mais difícil é consegui r que s e ma ta o corpo.
s e dêem ouvidos a uma verda de que Como poderia aquele que s e s a be
se fez nova à força de ser antiga”. i mperecível, eterno, s em nascimento
É fora de dúvida que a s gra ndes e e s em fi m, ma ta r ou fa zer ma ta r
a nti gas religiões do oriente ti nha m a a l guém? Encontra mos no “Ma s deís mo”,
doutri na da Reenca rna çã o como um As s im como s e dei xa m a s vestes a nti ga rel i gi ã o pers a , o Es píri to
dogma fundamental . Ta nto na Índi a gastas pa ra us a r ves tes nova s , encontrando a bem-aventurança final,
como no Egito era ela a base da éti ca . ta mbém a alma deixa o corpo us a do nã o s em ter a ntes haver pass a do por
Encontra mos nos Veda s e no pa ra reves ti r novos corpos . uma purificação progressi va a tra vés
Ba ga va d Gi ta – Ca nçã o da Imorta - Eu ti ve mui tos na s ci mentos e de prova s expi a tóri a s .
l i dade – passagens que testemunha m ta mbém tu, Arjuna ; eu a s conheço O Sa nto Buda, o iluminado, da ndo
a l egitimidade de nos s a a fi rma ti va . toda s , ma s tu nã o a s conheces ...”. corpo à s ua doutrina, ensinava a s eus
Veja mos a pa s s a gem que va mos Pa rece-nos fora de dúvi da , es ta r di s cípul os :
tra ns crever, extra ída da ca nçã o da a fi rmado a qui, na doutrina védica, não “Es tá no desejo a ca usa do mal, da
i morta l i da de: s ó a i mortalidade dos Es píri tos , ma s dor, da morte e do renascimento.
“A a l ma nã o na sce e nem morre ta mbém, s ua evol uçã o progres s i va , É o des ejo, é a paixão que nos prende
nunca ; ela nã o nasceu outrora nem a tra vés de reencarnações múlti pl a s , à s formas ma teriais e que des perta
em nós mil necessidades incessantes e
ja ma is s atisfeitas, tornando-se a s s i m
outros ta ntos ti ra nos. O fi m el evado
da vi da é a rra nca r a a l ma dos
turbi l hões do des ejo.
Cons egue-s e i s s o pel a refl exã o,
a us teridade, desprendimento de todas
a s va idades terrenas, pelo sacrifício do
eu, pel a i s ençã o do egoís mo na
pers onalidade”. (O Budismo, Leon de
Ros oy)
Entre os gregos , foi Pitágoras que
i ntroduziu a doutrina da reencarnação.
Dua s era m a s moda l i da des de s ua
doutri na: uma exotérica, destinada a o
povo; outra esotérica, exclusivamente
des tinada aos i ni ci a dos . A pri mei ra
deu ori gem ao erro da i nterpreta çã o
da metempsicose porque, pa ra o
povo, pouco evol uído, e, ta l vez pa ra
i nfundir-lhe temor, ens i na va que a s

182
INICIAÇÃO ESPÍRITA

a l ma s rui ns devi a m rena s cer em Jes us s e referi a a Joã o. pa ra onde va i ”.


corpos de animais. Pa ra os i ni ci a dos , Tendo, certa vez, encontra do um “Como pode s er i s to?” Pergunta o
porém, a ascens ã o era progres s i va , cego de na s cença que mendi ga va , Doutor da Lei .
s em pos s ível regres s ã o a s forma s s eus discípulos que o acompanha va m Res ponde-lhe Jesus : “Soi s mes tre
i nferi ores . l he perguntaram: “Foram os peca dos em Is rael e i gnora i s es ta s coi s a s ?”
Heródoto, cognominado o “Pa i da que cometeu ou os de s eus pa i s a A s urpresa de Jesus, ma ni fes ta da
Hi s tóri a ”, ta mbém prega va a ca us a da ceguei ra ?” Es ta pergunta na úl ti ma obs erva çã o fei ta a
necessidade do renascimento da alma dei xa claramente tra nsparecer que os Ni codemos , prende-s e a o fa to de,
a tra vés das formas a nimais, fazen- do- di s cípulos acreditavam que el e podi a s endo ele mestre em Israel, i gnora r a
o, porém, como ca s ti go à s fa l ta s ter peca do em vida a nterior, pois que reencarnação que era ensinada como
cometi das, confirmando, dessa forma, o cego o era de nas cença . Jes us nã o doutri na aos i ntel ectua i s da época .
o erro na i nterpreta çã o da me- demonstra s urpresa, o que s eria muito Entre os romanos, Virgilio expri me
tempsicose. Acreditava ele no entanto, na tura l s e es ti ves s em em erro e cl a ra mente a idéia da reenca rna çã o,
que a s almas puras podi a m ta mbém l i mitou-se a responder-lhes : “Nã o foi Ovídi o s e refere à pa l i ngenes i a ,
evol ver em outros a s tros do céu. es te homem quem pecou nem s eus es tendendo-a até os outros mundos
Al ém de Pi tá gora s e Heródoto, pa i s, mas é para que as obras de Deus di s s emi na dos no es pa ço.
outros gregos ilustres, como Sócrates, s e ma ni fes tem nel e”. (Joã o, 9:2) Os ga ul es es , a deptos do
Pl a tã o, Apol ôni o e Sêneca , cri a m e Dura nte o col óqui o entre Ni co- Druidismo, rel i gi ã o dos drui da s ,
ens i na va m a reenca rna çã o. demos , fa ri s eu e s ena dor judeu, e a creditavam na unidade de Deus e nas
No Egi to, a doutri na da s vi da s Jes us, s egundo o Eva ngel ho, no qua l vi da s s uces s i va s .
s ucess i va s era ta mbém conheci da . a quel e pede a o Di vi no Mes tre Gra ndes homens como Pa ra cel s o,
Ao na s cer, o egípci o é repre- expl icações sobre a vida futura, Jes us Boehme Swedenborg, a deri ra m à
s entado por duas fi guras, s endo uma res pondeu-l he: “Em verda de, em reenca rna çã o.
a s ua personal i da de e a outra o s eu verda de, vos di go, ni nguém verá o
As gra ndes l uzes da Itá l i a , como
dupl o que durante o repouso do corpo Rei no de Deus s em na s cer de novo”. Gi orda no Bruno, Ca mpa nel l a ,
fís i co ou ma teri a l , enqua nto es te Perturbou-se Nicodemos, por ter
a bra çaram-na. Os ma i ores expoen-
des cans a e refa z s ua s energi a s , s e toma do a resposta em s eu sentido
tes na fi l os ofi a a l emã , como
l a nça no pa ís dos s onhos . Es s a ma terial, de retorno do homem a o Schopenha uer, Les s i ng, Hegel ,
s eparação é tra nsitória, regressa ndo ventre ma terno, e perguntou: “Como
Lei bnitz, Herdes e Fichte, espos a ra m-
o dupl o a o desperta r do corpo, s ó s e pode um homem nascer s endo velho?”
na e a dvogaram-na fervoros a mente.
da ndo a sepa ra çã o defi ni ti va com a res pondeu-lhe o Senhor: “Em Henry More, Cudworth e Hume,
morte. Es te dupl o, que repres enta a verda de, em verda de, vos di go, que
pensadores ingl es es , defendera m a
pa rte a ti va e perma nente do s er, s e a lguém não nascer da á gua e do
poderá, algum tempo depois da morte, Es píri to não pode entrar no Reino de reenca rna çã o.
a ni mar outra forma material e vol ta r Deus; nã o vos ma ravilheis de vos dizer Fi na l mente, em 1857, foi que o
a uma nova exi s tênci a na Terra . que é necessário nascer de novo; o gra nde mi s s i oná ri o l i onês Al l a n
A es col a neopl a tôni ca , de Es píri to sopra onde quer e ouvis s ua Ka rdec, o i ns i gne codi fi ca dor do
Al exa ndria, ensinava a reenca rna çã o, voz ma s não sabeis de onde vem nem Es pi ritismo, publicou o livro intitulado
determinando, a i nda a s condi ções
pa ra a evol uçã o progres s i va .

Entre os hebreus, a reenca rna çã o


era gera l mente a cei ta , e encontra -
mos , embora de forma vel a da , na
Bíbl ia, referência s obre ela em Is a ía s ,
24:19 e Job, 14:10-14 (Tra d. de
Os terva ld). No Zoa r, a Ca ba l a , o Ta l -
mude, livros sagrados dos hebreus, há
referências à reenca rna çã o ou vi da s
a nteri ores , s ob a des i gna çã o de
ressurreição.
No Novo Tes tamento, depreende -
s e que era a reencarnação uma crença
popular, como por exempl o, qua ndo
os di scípul os pergunta m a Jes us s e
El i as voltará e l hes responde o Di vi no
Ami go: “El i a s já vei o e nã o o
reconheceram, antes fizeram-lhe tudo
qua nto quiseram”. E compreendera m
os di scípulos , di z o Eva ngel ho, que Allan Kordoc

183
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

O Livro dos Espíritos, no qua l de forma ma i or educa çã o que s e dê a uma conhecimentos a dqui ri dos . Uns s ã o
cl a ra e a ces s ível a toda s a s i nte- cri a nça, por melhor i nstruçã o que s e ma i s a di a nta dos do que outros ,
l i gências, expõe a s razões fi l os ófi ca s l he dispense, jamais ela será um gênio conforme o número de exis tênci a s já
que o l evaram a a dmi ti r a teori a da s numa mesma vi da , s e, a o na s cer, já vi vi da s , conforme es teja m ma i s ou
vi da s s uces s i va s . A Ka rdec s e deve, nã o trouxe consigo as possibi l i da des menos afastados do ponto de partida
pri ncipal mente, a di vul ga çã o des s a de ma nifestação da genialidade, como e conforme o a provei ta mento
gra nde verdade, entre todos os países res ul ta do de s ua s pa s s a da s con- a l cançado nas oportunidades que, por
de l íngua l a ti na . Ma rcou O Livro dos qui s ta s . Deus , l hes fora m concedi da s . Ca da
Espíritos o i níci o de uma nova era de Como expl i ca r a di s pa ri da de exi s tênci a na Terra , é uma opor-
res ta uração das gra ndes e tradicionais tremenda de destinos existentes entre tuni da de; ca da vi tóri a no bem uma
verda des já conheci da s e ens i na da s os homens , a nte a eqüi da de, a conquista, e ca da fra cass o, cedendo
pel as mais a ntigas religiões da Terra perfeição e a i mutabilidade da Justi ça a o ma l, uma derrota . Ca da conquista
e, s obretudo, a revi ves cênci a dos Di vi na ? é ma i s um gra u a l ca nça do na
ens i na mentos eva ngél i cos em s ua Qua l , pois, a filosofi a ou doutri na evol ução; ca da derrota é uma pa ra da ,
primitiva pureza,como Luz imortal que ca pa z de nos a pres enta r s ol uçã o um retroces s o, porque, s endo a
conduzi rá o homem terreno à ra ci onal, justa, para estes problema s , medi da de Uni vers o, a evol uçã o,
conquista do Reino de Deus , a l ém de s enã o funda menta da s na reen- a quele que pára, retrocede. A Terra é
s ua ca ra cterís ti ca de “Cons ol a dor” ca rna ção?Se a desigualdade existente uma escola-oficina; todos nós s omos
pa ra as grandes inquietações que, na entre a s a l ma s dependes s e – em a l unos , uns ma i s , outros menos
hora pres ente, perturba m a qua s e rel a ção às a pti dões e des ti nos – do a di antados; ca da morte é um exa me.
tota l idade das criaturas humanas. Veio, orga ni s mo, o homem s eri a uma Aprova do, o aluno passa de ano, isto é,
a i nda , com o Es pi ri ti s mo, a s i mples máquina, joguete da matéri a , fa z jus a ta refas ma i s i mporta ntes , a
pos s i bi l i da de de poderem os i rres pons á vel pel os s eus a tos , oportuni da des ma i s provei tos a s ;
des crentes e céti cos bus ca rem a s podendo tudo a tri bui r à s s ua s reprova do, vol ta à prova , e ta nta s
prova s insofismáveis da existência e da i mperfeições físicas. Se as a l ma s s ã o vezes quantas forem neces s á ri a s a te
i morta l i da de do Es píri to, na cri a das desigua i s , por Deus , porque vencê-l a s . Fei to o curs o todo,
objetividade científi ca e na fi l os ofi a entã o a inata s uperioridade concedida tra ns pos ta s e venci da s toda s a s
ra ci onal sobre que s e apóiam os s eus a a l gumas, sem que qualquer es forço experiênci a s e a dqui ri dos todos os
pri ncípi os rel i gi os os . rea l i za s s em pa ra merecê-l a ? Es s a conheci mentos que a Terra pode
Por que nã o exi s tem ou nã o s e pa rci a l i da de es ta rá porventura oferecer, o a l uno pa s s a rá a um
revel am em todos a s mesma s i déi a s concorde com a justiça de deus? Não é col égi o-ofi ci na ma i s a di a nta do,
i na tas ou i ns ti nti va s , s e no mes mo i gual o a mor que Ele consagra a todos l i berando-s e, progres s i va mente, do
tempo i ni ci a ra m s ua s vi da s ? os s eus fi l hos ? ci cl o de reencarnações que s ã o ta nto
Como s e expl i ca o fa to de s erem Admi ti ndo-s e, a o contrá ri o, a s ma i s dolorosas quanto mais emba i xo
uns homens ma i s a di a nta dos que vi da s s uces s i va s , tudo é expl i ca do s e encontra o s er, na evol uçã o. Como
outros , independente da educa çã o s a ti s fa tori a mente. os s enhores observa ra m, a bs ti vemo-
que recebera m? Ao na s cerem, trazem os homens, a nos de recorrer a fa tos objeti vos ,
Porque há cri a tura s a i nda i ntuição dos resul ta dos de toda s a s bus cados na fenomenol ogi a experi -
s elva gens e outra s ci vi l i za da s ; por s uas pretéri ta s experi ênci a s e dos menta l es píri ta e já fa rta mente

184
INICIAÇÃO ESPÍRITA

comprova dos, para provar a s nos s a s idéia diretora da construção do outra s experiências, pormenorizando
a rgumentações filosófi ca s . Até a qui , princípio humano, com a morte ou fatos acontecidos anteriormente à vida
s empre apelamos para a lógica e pa ra desintegração do corpo, desliga-se a tua l, consigo ou em sua presença.
a ra zã o. Inúmeros outros argumentos deste e acompanha o espírito, Porta nto, o corpo que é a veste do
poderiam, ainda, ser a pres enta dos a constituindo o invólucro para a es pírito, o fluído vi tal, a natureza pas-
fa vor da doutrina das vi das sucessivas. manifestação do espírito no plano s i onal, nã o reencarnam; seus
espiritual. O perispírito, portanto, el ementos voltam a unir-se aos
Pa remos , entreta nto, por a qui e
assim como volta com o espírito para a
veja mos outros a s pectos do nos s o mundos inferiores a que pertencem.
vida espiritual, o acompanha,
tema . também em sua nova descida ao
4. O QUE SE REENCARNA 6. PODE O ESPÍRITO HUMANO
plano terreno. Ele é o arquivo onde
Es ta belecido o concei to de que a ficam registrados o substrato de todas HABITAR O CORPO
reencarna çã o i mpl i ca a i déi a de m as experiências e conhecimentos DE UM ANIMAL ?
el emento permanente, vi vo e i mortal, adquiridos pelo ser, em todas as suas Es ta pergunta pode s er respondida
que habita s ucessivamente numa série vidas ou encarnações. Ele expressa, de forma ca tegóri ca : Nã o! – Os
conti nuada de corpos, podemos agora portanto, a situação de cada indivíduo a ni mais ainda não a lcançara m o gra u
pergunta r: O que vem a s er es s e pela luminosidade que apresenta, de desenvolvimento necess á ri o pa ra
pri ncípio vi vo, permanente e i morta l determinando uma coloração, uma s ervi rem de instrumento à morada da
que s e reenca rna ? qualidade ou um sentimento- môna da que já atingiu a fase huma na
É a unidade espiritual, o pensador, pensamento. ou do Es pírito humano propria mente
o i ndivíduo, o Ego, que tra z em s i , em di to, i sto porque, durante milhares de
potencial, todos os i nfinitos a tri butos s écul os fora m s e cons trui ndo e
e pos si bi l i da des pa ra a l ca nça r, por a perfei çoa ndo os ta berná cul os , os
es forço próprio, por elaboração íntima, templ os, até estarem em condições de
e, ta mbém por obra da graça, a vi da O fluído vital que ma ntém a vi da s ervi rem de habitat a mônada que já
di vi na , a pós pa s s a r pel os rei nos fís i ca , revi ta l i za ndo o orga ni s mo a ti ngi u o us o da ra zã o, do di s -
i nferi ores a té a ti ngi r a es péci e continuadamente, volta ao reservatório cerni mento, do livre -a rbítri o. As mô-
huma na, conquistando a cons ci ênci a uni versal de energia e, em ca da nova na das que nes te momento gui a m a
de s i mesmo, a razão, o l i vre -a rbítri o, reencarnação, nova quantidade dess e evol uçã o a ni ma l , hã o de pa s s a r a
que é l iberdade de escol ha , e, cons e - fl uído é a bs orvi da pel o novo a ni mar formas humanas, num ciclo de
qüentemente, a responsabi l i da de de orga ni s mo que del e s e rea ba s tece evol uçã o futura . Os egos , os pen-
s eus a tos . s egundo as necessidades, ha uri ndo- s a dores , os Es píri tos huma nos
Entenda -s e por gra ça , a qui , a o na a tmosfera, traduzidos pelos raios propri a mente di tos , ti vera m que
oportunidade que a Lei , que é l ei de s ol a res . es pera r que a s ra ça s pri mi ti va s ou
bondade como tudo o que promana O corpo carnal, s e des i ntegra e a s i nferiores evoluíssem a té chega rem a
de Deus, oferece a todos os s eres , a i nferiores consciências cel ul a res que forma humana a perfei çoa da , a té s e
toda s as criaturas, por mais graves que fora m cha ma da s a col a bora r na torna rem a ptas à sua encarnação pela
s ejam os seus erros e cri mes, de, pel o cons tituição de um novo orga ni s mo e pri meira vez, s ofrendo seu perispírito,
a rrependimento sincero e pel o fi rme que, por fi na l i da de funci ona l s e nes ta fa s e, modi fi ca ções que l he
propós i to de repa ra çã o, des fruta r ti nham agregado para a formaçã o dos i mpri miram os Es píri tos s uperi ores ,
outra s oportunidades para resgate de órgã os – fígado, rins, pulmões, coração, a l ém do período de a daptação porque
s eus débi tos e pa ra ma i s a mpl a etc. – s e desagrega m e s e a pres s a m pa s s ou a s er em outros pl a nos ou
conquista de cons ci ênci a . Nã o uma em bus car nova s uni ões pa ra nova s mundos . Es tes fa tos torna m
gra ça a rbi trá ri a , i s to é, da da forma ções orgâni ca s . Des va nece-s e, i mpossível a involução ou retroces s o,
preferencialmente a uns e outros, sem a s sim, a vi da vegetati va , cuja a çã o s e em rel ação a o Espírito, segundo o que
que del a s e tenha m torna do proces s a à revel i a de nos s a cons - s a bemos. Um homem, por mais bai xo
merecedores . Dentro da Lei , ca da ci ênci a ordi ná ri a . que s eja o seu nível de degra da çã o,
conquista tem o seu preço; cus ta um O que não s e reencarna, poi s , é es s a nã o pode fazer retroceder a roda do
es forço, uma l á gri ma , uma dor, um pa rte tra nsitóri a que foi cha ma da a tempo, não pode voltar a ser um a ni -
s ofri mento. col a borar para a ascensão do ego, ou ma l . A Na tureza fecha-nos a s porta s
Evol uçã o, poi s , é progredi r na s eja, o fluído vi tal e o corpo somá ti co. tra ns pos ta s , i rremedi a vel mente. A
di reçã o do bem. Ei s porque tantas vezes a code ao i nterpretação errônea dada à teoria da
Es píri to essa pergunta: Por que nã o Metemps i cos e, ou a de que o ego
5. O QUE NÃO SE REENCARNA me l embro das minhas vi das passadas? huma no pos s a vol ta r a ha bi ta r um
Como os s enhores já s a bem, o É porque o que lembra é o ego, o corpo a nimal, está muito espalhada no
homem resume em si a trindade divina es pírito, o pensador, que passa pelas ori ente. As regras de Ma nu chega m
do s eu uni vers o: es píri to, energi a e forma s, não o homem animal. a té a determi na r com certa s
ma téria.Vimos que o que se reencarna Os espíritas sabem que pel o pa rti cularidades o destino ou a forma
é o pri ncípi o es pi ri tua l , a ps i que, o fenômeno do des dobra mento da que deva ha bi ta r ca da peca dor,
Es píri to, o pensador, o ego i morta l ; o pers ona l i da de, pel a a çã o do s egundo a na tureza de s ua s fa l a s :
peri s píri to ou corpo fl uídi co, de ma gneti s mo ou do hi pnoti s mo o “Difamando o s eu Guru, converte -s e
constituição energética semimaterial, Es píri to ou o Ego, s e des prende em burro; o que o censura, em
intermediária entre o espírito e o corpo, temporariamente do corpo e revi ve cachorro; o que s e apodera de seus

185
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

bens, converte-se em verme, e a s s i m ra mento, nasce às vezes um fi l ho de l eis da harmonia. Podem obs ta r ter
s ucessivamente”. (Regra s de Ma rri r, Es píri to i ndi s ci pl i na do, rebel de, el e na s ci do de uma fa míl i a de
Burnel l e e Hopki ns ) vi ol ento que não s e deixa corri gi r por mús i cos . Ma s s e a s s i m nã o fos s e,
di s ci pl i na a l guma ? como e onde poderia obter o delicado
7. OUTROS ARGUMENTOS De onde vem os gênios e os santos a pa relho físico para a ma ni fes ta çã o
FAVORÁVEIS À REENCARNAÇÃO que, por vezes, desabrocham no meio do s eu gêni o tra ns cendente? Se a
Só el a oferece explicação satis- de uma famíl i a s órdi da e em que a fa míl i a l he deu o gêni o a l ém do
fa tóri a do porquê da el eva çã o e ma i oria de seus membros demons tra i nvól ucro ma teri a l que tra z a pena s
deca dência dos povos , dos fa tos da i ns ti ntos pervers os ? a pti dões, por que é que dentre ta ntas
evol ução individual, da diversidade de Os i rmã os gêmeos têm nã o s ó os cri a tura s na mes ma fa míl i a que
ca pa cidades e de des ti nos , como já mes mos pa i s , ma s condi ções pré pos s uía m um a pa rel ho fís i co com
vi mos , da repeti çã o dos ci cl os na na ta s i dênti ca s e, nã o ra ro, a pti dão musical, só Mozart revelou-se
hi s tóri a . encontra mos , entre el es , gra nde ca pa z de compor essas maravi l hos a s
Em certa s condi ções es peci a i s , des s emel ha nça fís i ca e a bs ol uta s s i nfoni a s , es s a s s ona ta s , e es s a
exi s tem cri aturas encarnada s que s e di ferença s mora i s e i ntel ectua i s . gra nde va ri eda de de mús i ca s que
recorda m de s ua s vi da s pa s s a da s Mui ta s vezes , em pequenos , tã o jorra m como ca s ca ta s da del i ca da
rel a tando i ncidentes ou fatos. Cumpre gra nde é a s emelhança entre i rmã os ha rmonia daquele gênio inesgotá vel ?
nota r, porém, que se na realidade não gêmeos que mes mo os ol hos Como expl i ca r, pel a heredi -
temos durante a vi da corpórea, nítida pers crutadores da mã e os di s ti ngue ta ri eda de fís i ca , a vi nda a o mundo
l embrança das existências a nteriores , com di ficuldade, porém, ass i m que o des s a pl êi a de de gêni os que têm
del a temos , entreta nto, a i ntui çã o, Es píri to va i trabalhando sobre o corpo di gnificado a humani da de? De onde
ma nifestada nas tendências instintivas fís i co, vã o diminuindo as semelhanças trouxera m Dante, Aristóteles, Pl a tã o,
que nos dã o a s remi ni s cênci a s do e a s di ferença s de ca rá ter vã o s e Sócra tes , Gi orda no Bruno, Newton,
pa s s a do. Acres ce, a i nda , s er es s e a centuando nos tra ços fi s i onômi cos Ra fa el , Da Vi nci , Pa s teur e ta ntos
es quecimento uma necess i da de nos va ri á vei s . outros , aquela genial vi s ã o que l hes
mundos inferiores ou rel a ti va mente Já nos referimos à precocida de na possibilitou legar à posteridade imenso
i nferiores, sobretudo qua ndo fora m cri a nça que, aliás, não encontra a inda tes ouro nos campos da filos ofi a , da s
a ma rguradas ou mal vi vidas as nossas da pa rte da ci ênci a ofi ci a l qua l quer a rtes e da ci ência? Como explicar, pela
vi da s pretéritas cuja recordação s eri a expl i ca çã o s a ti s fa tóri a . heredi ta ri eda de fís i ca , os gra ndes
s éri o entrave para o nos s o pres ente Moza rt a os 4 a nos , revel a va gêni os da moral e da sabedoria, como
progresso. A humilhação e o peso que conhecimentos que ninguém lhe tinha La o-Ts é, Kri s hna , Buda , Moi s és e
nos a ca rreta ri a m a s nos s a s ens inado. Al ém de uma extra ordinária Fra ncisco de As s i s ? No a ca nha do
a ntecedentes i ni qüi da des , nã o nos del icadeza de gosto pa ra a mel odi a , poço desta nos s a huma ni da de nã o
permi ti ri a m a i ndi s pens á vel s ere- revel a va gra nde ha bi l i da de pa ra poderiam brotar pela hereditariedade
ni da de pa ra a cons truti va a çã o produzi r compos i ções , s egundo fís i ca, essas vi das geniais de a mor, de
pres ente. Nos mundos s uperi ores à mel odias que l he era m da da s , s em s a bedoria, de a bnegação. O esplendor
Terra onde s ó rei na o bem, a que na s ua confecçã o mus i ca l el e de s ua s doutri na s , des l umbra m a
recorda ção do passado é possível a os fa l hasse numa única das compl exa s pobre cri a tura terrena que vi u nelas
Es píri tos que os ha bi ta m, nã o s ó
devi do à s ubl i mi da de dos WortgangA ms deus Mazar.
i ns trumentos como ta mbém porque a
remi niscência do s eu pa s s a do na da
tem de humilhante e dolorosa, não só
devi do à compreens ã o des s es
Es píri tos como ta mbém porque os
res ga tes já fora m cumpri dos .
Há certa s pa rti cul a ri da des que
rea parecem constantemente no s ei o
de uma fa míl i a e uma rel a ti va
s emelhança une os s eus membros .
Es s a s s emel ha nça s fís i ca s s ã o
evi dentes e tes temunha m a l ei da
hereditarieda de fís i ca . Es ta heredi -
ta ri edade é, porém, secundária. Qua l
a l ei que expl i ca o porquê de
s urpreendentes di ferença s do
des envolvimento i ntelectua l e mora l
que s e obs erva comumente entre
i rmã os, entre pais e fi l hos , ou entre
membros de uma mesma família? Por
que numa fa míl i a de tendênci a s
pa cífi ca s e a feti va s , por tempe-

186
INICIAÇÃO ESPÍRITA

uma revel a çã o de uma Di vi nda de − A de que a reencarnação procedem os ódi os e repugnâ nci a s
s obrenatural, qua ndo s ã o a pena s o desconhece a lei da hereditariedade que s e ca ra cteri za m por vi nga nça s ,
fruto do a madurecimento, o resultado física: Nã o é exato que os a deptos ou nã o definidos pela memóri a , ma s de
de a l guma s centena s de vi da s . a doutri na da reenca rna çã o des - efeito dominante, e ta mbém os l a ços
E Jes us? Sua mi s s ã o di vi na tra ns - conheça m ou neguem a here- i ndissolúveis que l i ga m os cora ções ,
cende, por enquanto, a compreens ã o di ta riedade física.Ao contrário, a firma- a tra vés do tempo e do es pa ço.
huma na. A moral de sua doutrina, está a , col oca ndo-a , porém, em pl a nos
no á pice de todas as religiões conheci - s ecundá ri os . Admi tem que os 9. FINALIDADE DA
da s na Terra, por ser de toda s a ma i s ma teriais físicos fornecidos pelos pai s , REENCARNAÇÃO
perfeita; pode, entretanto, ser s entida, tra zem o s eu cunho próprio, por assim É a reenca rna çã o uma cons e-
compreendida e vi vi da , progres s i va - di zer, e que as moléculas constitutiva s qüência natural da Lei de Evol uçã o. É
mente, ou mel hor, gra da ti va mente, do corpo da cri ança, l eva m cons i go o da na tureza do s er o des ejo de
por qua lquer cri atura, desde que bus - há bito de vi brar em sentidos definidos a s cender, de s uperar-se a s i mesmo,
que com humi l da de e pureza de e de a s s oci a r em combi na ções de tra nspor as formas conqui s ta da s
i ntenções, s ob o véu da letra, a s ma g- es peci a i s . Sã o a s s i m, tra ns mi ti da s em bus ca de uma consciência cada vez
ni ficências do Espírito i morta l . Como doenças hereditárias, hábitos, modos , ma i s ampla. Esse desejo de a scensão é
s e explicar, poi s , ma l gra do a pureza qua l i da des vi ta i s e pa s s i ona i s força i nstante da Lei de Evolução. Pa ra
excel sa do Espírito de s ua Sa ntís s i ma ca ra cterísticos, porém, até certo ponto, ta l neces s i ta o Es píri to cres cer em
M ãe, a sua infinita capacidade de amar, s endo entretanto, s ecundária como já conhecimento e moral, na sabedoria e
de perdoar, de renunci a r e de s ervi r, di ssemos, esta heredi ta ri eda de, por no a mor. A Reencarnação é o mei o
onde foi buscar El e a i nfinita sabedoria a penas transmitir condições psíqui ca s proporcionado pela sabedoria divina a
com que brindou o Espírito humano; a da personalidade propri a mente di ta . todos os s eres pa ra a conqui s ta da
ponto de quererem a l guns confundi -l o - O atavismo ou herança de s uprema meta: a perfeição em Deus !
com Deus , Seu e nos s o Pa i ? certos caracteres de ascendentes Por mei o dela o Espírito pa s s a por
Ou s e a cei ta o concei to de uma remotos: O a ta vi s mo pretende toda s a s prova s e rea l i za toda s a s
di vi nda de s obrena tura l , que, der- expl i ca r o gêni o e bem a s s i m a experiências de que necessita para, de
roga ndo suas próprias l ei s s a ti s fa z à di ferença entre um ti po e os s eus gra u em gra u, s ubi r a tra vés de
huma na i gnorância ou, rendendo-s e predecessores i mediatos. Ma s , s e na i números a va ta res , os degra us
a nte a lógica férrea e à evi dênci a de rea lidade o gêni o é um ca s o ou um i nfi ni tos que permei a m entre s ua
fa tos já perfeitamente comprova dos , produto do ativismo, porque nã o i nferi ori da de e a di vi na perfei çã o.
s e a ceita a reencarnação. Pa rece-nos conhecemos o a ntepa s s a do que o Jes us, que entre outras afirmativas, no
nã o ha ver outra a l terna ti va . pos suía, visto que no s eu tempo ou Eva ngelho nos permite concl ui r pel a
Se é a hereditarieda de fís i ca que na s ua geração, fatalmente, ha vi a de reenca rna çã o, fez es ta : “Sede
nos dá um Moi s és , um Kri s hna , um des tacar-se entre os outros s eres de perfei tos como perfei to é o Pa i
Buda , um Jesus Cristo, é de estra nha r s eu tempo? Por essa teoria , o gêni o Cel estial”. Pa rece-nos ta mbém a qui
que tã o poucos s eres dess a enverga - s ó a pareceria de tempos em tempos , pos i ti va da a neces s i da de de s er a
dura mora l tenha m a pa reci do a té dentro de uma mesma linha fa mi l i a r, perfeição alcançada gra da ti va mente,
a gora na Terra . na quel a em que já s e tenha por vi da s s uces s i va s , por que
As s im, meus a mi gos , s em entra r- ma nifestado. É comum observa r-s e o i mpos s ível é a qua l quer Es píri to,
mos no setor científico dos i números a pa recimento de um gênio, no seio de cri a do s imples e ignora nte, ga l ga r os
fa tos já comprova dos por s á bi os e uma fa míl i a a té entã o obs cura degra us que s epa ra m o perfei to do
ci entes de renome mundial, que a tra - conforme já fa l a mos . i mperfeito, em uma s ó existênci a , ou
vés dos es tudos dos ma i s va ri a dos − O nascimento de uma criança mes mo em um s ó ci cl o de qua l quer
fenômenos chegaram à ins ofi s má vel de maus instintos numa família pl a neta no Universo, pois sabemos ser
convi cçã o da imortalidade da a l ma e virtuosa e vice-versa: É contra i nfinito o número del es . A na tureza ,
da reencarnação, ma s a pena s pel a proposta a teoria de que o Es píri to é nã o dá sal tos , nos a fi rma a ci ênci a .
l ógica e fazendo uso da razão, parece - a tra ído para a família que l he pos s a Tenhamos, pois, sempre pres ente, o
nos que atingimos o nosso objetivo de proporci ona r um corpo em ci r- rotei ro que nos l egou Aquele que é o
ma neira fa vorá vel e perfei ta mente cuns tâncias favoráveis. Pode-se tornar Ca mi nha, a Verdade e a Vida, a fim de
a cei tá vel . res pei tá vel es s a objeçã o, se não se que unidos uns aos outros e todos a
levar em conta a importantíssima El e, possamos ga l ga r no ma i s breve
8. OBJEÇÕES À REENCARNAÇÃO questão dos laços cármicos. tempo possível todos es s es degra us
Os a dversários da reenca rna çã o, Sa bemos que os futuros destinos dos que nos s epa ra m dos s uperi ores
comumente, expõem contra el a os Es píri tos es tã o entrel a ça dos pel a s pl a nos onde i mpera m o a mor, a
mes mos argumentos. Li mitamo-nos a rel a ções que entre eles s urgi ra m em verda de e a jus ti ça . Procuremos a
ci ta r, entre outros , os que ma i s qua lquer uma de s uas vi das terrestres. nos s a uni ã o com o Di vi no Mes tre,
freqüentemente s ã o l eva nta dos : Amor e ódi o, convivênci a no bem ou torna ndo-nos fi éi s i ns trumentos de
− A perda da memória: É, s em no ma l, benefícios ou prejuízos , tudo Sua vonta de, i ntérpretes dos Seus
dúvi da , o a rgumento ma i s ci ta do. tende a l i ga r e a a tra i r entre s i os ens inos e exempl os , qua ndo entã o,
Sobre el e já nos referi mos a m- Es píri tos à Terra, para o cumprimento compreenderemos o verda dei ro
pl a mente e, s egundo jul ga mos , es tá combi nado dos efeitos que determi - s i gnificado desta sua asserti va : “EU E
perfei ta mente di l uído. na ra m, quando a giram unidos. Daqui O PAI, SOMOS UM”.

187
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

53.
REGRAS PARA A EDUCAÇÃO, CONDUTA E
APERFEIÇOAMENTO DOS SERES (I)

1. INTRODUÇÃO s enti mentos que emergem s ã o huma nos nos a mbi entes do l a r, da
Ao s er i nicia do o tercei ro a no da i gua l mente comuns a toda s a s es cola, do tra balho, na s oci eda de de
Es cola de Aprendizes do Eva ngel ho, cri a tura s ori unda s de uma mes ma um modo gera l .
já a ti ngido o gra u de servi dor, o a luno Fonte. Es tuda m-s e os sintomas externos
é finalmente preparado para o terceiro Il us óri o é i ma gi na r que nã o dos males verificados descuida ndo-s e
e úl ti mo es tá gi o des s a Es col a , encontramos entre os que nos cercam, da s origens internas des encadeadoras;
qua ndo, então i ngres s a rá na Fra ter- a quel es a nós i denti fi ca dos pel a s a ti ngem-s e os efeitos ma s nã o as
ni da de dos Di s cípul os de Jes us , mes mas dores e mesma s a ngús ti a s . causas.
a l ca nça do o gra u de di s cípul o. Em determi na da s época s da nos s a Es s enci a l mente podemos
Na s a ul a s s egui ntes , dentro do ca mi nhada incomens urá vel , vi vemos cons iderar a educação como dividi da ,
Programa Oficial a pres enta do pel a s empre os sofrimentos renova dores , pa ra efei to di dá ti co, em doi s ti pos :
Aliança Espírita Evangélica, depoi s comuns à s a l ma s a l enta da s pel o l ei ga e rel i gi os a .
do a mplo conheci mento já a dqui - mes mo Ha us to Di vi no. A educação leiga, ou cívica,
ri do na s a ul a s a nteri ores e da s O a perfeiçoamento dos s eres que mi ni s tra da nos es ta bel eci mentos
experiências vi vi da s no tra ba l ho de na s ua origem, como expres s ões de públicos (escolas, i nsti tui ções ci vi s e
reforma íntima, procura-se a gora da r l uz, ha bi ta ndo os pri ncípi os el e- mi l itares), onde procuram-se transmi -
a o a luno um conjunto de regra s que menta res do Espírito, à semelhança de ti r os conheci mentos neces s á ri os e
venha m mais objetivamente auxiliá-lo uma nuvem l umi nos a pi gmenta da , bá s icos que venha m proporci ona r a
na ca mi nha da a s cendente que já progressivamente jungidos ao mundo forma çã o cívi ca e profi s s i ona l do
iniciou no momento em que inscreveu- da s forma s , vem ca mi nha ndo nos educando, dentro de uma s oci eda de
s e nes s a Es col a , a té o es tá gi o di ferentes rei nos da na tureza . As regi da por l eis e costumes pecul i a res
pres ente. conqui s ta s de i ntel i gênci a e a o pa ís. A educação l ei ga ou cívi ca é
Es s a s regra s cons ti tuem um s entimento, em i ndividua l i da des co- a s sim um processo de i ns truçã o que
reposi tóri o obti do de experi ênci a s cri a dora s , s e perdem na noi te dos vi s a o mundo dos objetos que
rea lizadas, com resultados pos i ti vos , tempos em que fomos cintilados pel a ci rcunda m o educa ndo e na da s e
que s ão col oca da s à di s pos i çã o do Cri a çã o. Incomensurável é a es tra da rel a ciona com o mundo interi or del e.
a l uno, para maior a provei ta mento e que a té a gora já percorremos e, A educação religiosa, es s a reinante
economia de tempo, na conduta da s dependendo do ra ma l s eguro que nos i nstitutos educacionais, orientada
prá ti cas que a escola de Aprendi zes es colhemos: - a quele iluminado pel a s pel a s rel i gi ões tra di ci ona i s e
do Eva ngel ho procura tra ns mi ti r. verda des do Mei go Ra bi , com a dogmá ticas, baseia-se nos concei tos
Qua i s quer se s eja m as determi na çã o dos nos s os própri os de céu e i nferno, s em res ul ta dos
experiências individuais, palmilha da s pa ssos, uma outra extensão evoluti va concretos e defi ci ente na s ua
no campo da vida interior, os caminhos começa mos a percorrer, a gora no i nfl uênci a , na conduta mora l dos
a s erem percorri dos s ã o s empre os s entido de retorna rmos a o Cri a dor, homens, face os dados observados nas
mes mos , embora em di ferentes porém, i nfinitamente enri queci dos e es tatísticas de cri minalida de, mes mo
ci rcuns tâ nci a s , pecul i a res a ca da di vi na mente dota dos qua ndo l á entre os pa ís es que a s a dota m
cri a tura . chega rmos . ofi ci a l mente.
Os obs tá cul os encontra dos s ã o A educação tem um objeti vo ma i s
i gua l mente comuns a os s eres hu- 2. EDUCAÇÃO profundo, como seja o de pl a s ma r o
ma nos na espiral ascendente da nossa É, fora de dúvi da , o ma i or ca rá ter da criatura, tornando-a melhor
evol uçã o, a pes a r de reves ti rem-s e probl ema da a tua l i da de no mundo como s er huma no, cri a ndo va l ores
di ferentemente em s uas i ntensidades conturba do em que vi vemos , o da es pi ri tua i s , eternos , dentro del e
e forma s . educa çã o, quer da i nfâ nci a , da mes mo.
O mundo i nteri or que s e juventude ou dos adultos de todas a s A i ns truçã o é ci entífi ca e
movi menta nos continentes e oceanos i da des . des envolve a inteligência do homem.
de noss o Es píri to, pode va ri a r nos As a tenções s e vol ta m pa ra o A educação é sábia e molda a alma do
s eus aspectos diferenciais, porém os es tudo dos comportamentos dos seres homem.

188
INICIAÇÃO ESPÍRITA

A educa ção do futuro terá que visar


o i nteri or do própri o homem como
objeti vo pri mei ro.
E a qui repeti mos a s pa l a vra s de
Huberto Rohden no s eu l i vro Novos
Rumos para a Educação, ca p. 5 –
Ba s es pa ra uma nova educa çã o:
“É a dignidade, o valor intrín-
seco do própri o homem; o homem
deve, l ivre e espontaneamente, evita r
o ma l e praticar o bem, não por causa
de um punidor fora dele – huma no
ou di vi no, mas para não ofender a sua
própri a pureza e s antidade, pa ra nã o
profa nar a sua nobreza e s acralida de,
pa ra não desvalorizar o s eu gra nde e
i mens o va l or huma no”.
Compa rtilhamos com as pa l a vra s
do i nes quecível Pedro de Ca ma rgo
(Vi níci us ) Vol XVIII da Iniciação
Espírita, edi tada pela FEESP, 2ª pa rte,
Ca p. IV – Educa ção, pág. 177, que nos
di z:
“Em s uma , a educa çã o é uma
força a ti va i nerente à vi da e del a
i ns epa rá vel . No curs o de s eu
des envol vi mento s e i ndi vi dua l i za ,
torna ndo-s e a uto-educa çã o, no
cumpri mento do i mperativo
eva ngél i co: “Sede perfei tos como no s entido das a uto-educação, dentro Es píri to, no decurso de toda a exis-
perfei to é o vos s o pa i Cel es ti a l .” do Eva ngel ho, começa mos a nos tênci a.
É o que busca realizar a Es col a de i dentificar e a entrar em sintonia com
Aprendi zes do Eva ngel ho: da r a os a s forças tra nsforma dora s que ma i s 4. REQUISITOS PARA A
a l unos a formaçã o mora l , dentro do i ntens a mente vi bra m no s enti do AUTO-EDUCAÇÃO
Eva ngelho, prepa ra ndo-os pa ra os evol utivo e regenera dor da Cri a çã o. O tra ba l ho de a uto-educa çã o é
di a s do porvi r, solidamente equipados Na da é mai s objeti vo e va l oros o na rea lizado no nos s o mundo i nteri or,
com a s vi rtudes exempl i fi ca da s no obra da cri ação, dentro desse aspecto a ti ngindo desde a esfera periférica do
s ervi ço cri stão, na sua expressão mais evol utivo, de que a ha rmoni za çã o e nos so consciente, às profundeza s do
genuína . i denti fi ca çã o da cri a tura com o nos s o i ncons ci ente.
Cri a dor. A rea lização dess e objeti vo nã o é
“Eu s ou o Ca minho, a Verda de e a ta refa fácil e de resultados i media tos ;
3. AUTO-EDUCAÇÃO Vi da , ninguém va i a o Pa i s enã o por é a ntes de tudo um empreendi mento
O processo para a formação moral, Mi m”, di s s e-nos Jes us . a l imentado com constante e profundo
com ba s es no Eva ngel ho, de ca rá ter Es s e é o tra balho a s er rea l i za do amor: - a mor à ca us a do nos s o Di -
ma i s objetivo, é certa mente a quel e por todos nós e na da em nos s a vi no Mes tre.
que a ti nge o ínti mo da cri a tura , exi s tênci a é rea l mente ma i s Pens ar em a uto-educa çã o como
es timulando toda a sua di nâ mi ca na i mporta nte do que i s s o. Todo e um tra ba l ho de prepa ra çã o l enta e
di reção da tra nsformação do s eu ser. qua lquer sacri fíci o que venha mos a progressiva pa ra o s ervi ço do Cri s to,
É todo um conjunto de es forços que fa zer nes s e s enti do é a l ta mente a quem deseja mos ca da vez mel hor
nos conduz a o progressivo trabalho da cons trutivo na tra nsformação l enta e s ervi r, é o noss o i dea l pri mei ro; é a
a uto-educa çã o de nós mes mos . progressiva que o nosso Es pírito ainda moti va ção centra l do nos s o es forço
A vonta de é uti l i za da como va ci l ante vem rea l i za ndo, de forma renova dor.
a l avanca poderosa que nos impulsiona des ordenada, des de o des perta r da Todo o tra ba l ho que s e procura
a o progres s o es pi ri tua l . É onda nos sa consciência no rei no homi na l . rea lizar com o coração, dando de nós
el etromagnética s util nos ca mpos A a uto-educa çã o, a bra ça da cons - mes mos, em ra zão de um i deal s ubl i -
de a çã o da mente, a des enca dea r ci entemente, compreendi da como me, é des ti tuído de i nteres s es
energias tra ns forma dora s de i nten- neces s i da de pri ori tá ri a em nos s a pa rti cul a res e, porta nto, com tota l
s i da des ta nto ma i ores qua nto exi s tência, alicerçada na Boa -Nova do des a pego e desprendimento, a u-
mel hores forem os es forços e a Di ri gente Espiritual do nosso planeta é, s ênci a dos des ejos de conqui s ta
pers istência que ma ntemos em nós i ndubitavelmente, o primeiro e o mai s i mediatistas de poderes psíquicos , de
mes mos . i mportante progra ma a s er s egui do, des ta que própri o na s vi rtudes
Qua ndo dirigimos a nossa vontade com toda s a s força s do nos s o a dqui ri da s ; é um tra ba l ho des i n-

189
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

teres sado, realizado com humildade e A vonta de comanda a nos s a a çã o pa ci ência e na nossa força de vontade,
a bnega çã o. no tra ba l ho de a uto-educa r-s e nos é a perseverança que a s s egura a
Nes sa atmos fera em que, a es s a ca mpos dos pens a mentos , da s conti nuidade e, portanto, o sucesso do
a l tura do curs o da Es col a de pa l a vra s e dos a tos . nos s o tra ba l ho.
Aprendi zes do Eva ngel ho, todos já Es s es três terrenos: pensamentos , Os res ultados poderão s er obti dos
ti vemos a s nos s a s experi ênci a s , pa l a vra s e a tos s ã o cons ta nte e com ma i or ou menor efi ci ênci a ,
s a bemos da necessidade e do va l or s i mul ta nea mente revol vi dos pel a dependendo dos métodos e da
da paciência nes s e tra ba l ho de nos s a a çã o tra ns forma dora , à disciplina que i mprimirmos no enca -
remodel a çã o que es ta mos empe- s emelhança de um arado que s ul ca a mi nha mento da a ti vi da de i nteri or.
nha dos em realizar no nos s o s er. E a terra com a s suas a fiadas lâmina s , na Des s e modo, s ã o es tes os
pa ci ência se reflete s erenamente, com renova ção das ca madas do terreno em pri nci pa i s requi s i tos pa ra a a uto-
a s ua a tua çã o tra nqüi l i za nte nos prepa ra çã o a o pl a nti o e futura s educa çã o:
momentos de exalta çã o que mui ta s col hei ta s .
vezes nos levam a o desânimo na l uta A força que a nos s a decisão AMOR
com a s nos s a s di fi cul da des . i mpri me à vonta de no tra ba l ho DESPRENDIMENTO
A paciência é fruto do a mor que, recons trutor de nós mes mos , é a HUMILDADE
em nós , procura mos a l i menta r em ferra menta que ajudará enormemente PACIÊNCIA
tudo o que pretendemos real i za r por nes sa monumental obra edi fi ca dora .
VONTADE
dedicação a o Meigo Rabi da Ga l i l éi a . A coragem em enfrenta rmos os
O a mos, ao vi brar em nós, emite as obs tá cul os que na tura l mente s e DECISÃO
força s mais s utis do nos s o es píri to, a presentam, será tanto maior qua nto CORAGEM
que vã o movi mentar no nos s o corpo ma i s i ntens a for a nos s a força PERSEVERANÇA
mental a s energias corres pondentes i mpul s i ona dora da vonta de. DISCIPLINA
i mpul s i ona dora s da vontade. Como res ultante, a inda, da nossa

54.
REGRAS PARA A EDUCAÇÃO, CONDUTA E
APERFEIÇOAMENTO DOS SERES (11)

1. AMOR perdoar as ofensas, tolerar os que não comuns da vi da, começamos a não ser
Es s e o pri mei ro e o ma i s O compreende, a mar a os que s ofrem compreendi dos no des a pego à s
i mportante de todos os requisitos para e pa ssamos a vi ver a felicidade plena , coi s a s ma teri a i s .
o tra ba lho de auto-educa çã o. O que poi s embebidos nos a chamos no Seu Res sal ta mos que des a pego nã o
rea l i za mos com a mor, com a i mens o a mor. deve s er entendido como a ba ndono
pa rti ci pa çã o do nos s o cora çã o, Va mos então dedicar o mel hor do da s nossas atividades profissionais, do
a l ca nça ma i s a l to, numa di reçã o nos s o es forço na nos s a a uto- tra ba l ho ma teri a l que nos dá o
a s cendente. educação, como parte do processo de s us tento.
Todo o nos s o tra ba l ho tem uma ca pa ci ta çã o cres cente à ta refa do Os bens materiais que nos fora m
meta gra ndiosa: - O s ervi ço do Nos s o Mei go Rabi, a qual a braçamos e já nos confi ados devem s er a dmi ni s tra dos
Di vi no Mes tre. E qua ndo nos defi ni mos como s ervi dores . com jus tiça e amor, porém dentro da
oferecemos a El e, tudo fa zemos por compreens ã o de que es s es bens
El e, i ncluindo a nossa mel hori a i nte- 2. DESPRENDIMENTO ma teriais s e constituem em veícul os
ri or. A El e nos dedi ca mos com Nes sa atmosfera de profundo amor pa ra o nosso aprendizado e evoluçã o.
profundo amor, pelo muito que a El e à Ca us a va mos , na tura l e pro- El e nos s ã o confi a dos dentro do
a ma mos . gres s i va mente, s enti ndo que os pl a no fís i co; no enta nto, nã o nos
Qua ndo a tingimos esse estági o de va l ores espirituai s s ã o a quel es que pertencem na extens ã o i nfi ni ta de
s entimento, tudo se torna mais leve e pri mei ra mente nos preocupa m eterni da de do nos s o Es píri to e,
s ua ve (“O meu fa rdo é l eve e o meu conquis ta r. E nes s a nova ordem de porta nto, a pego àquilo que por si nã o
jugo s uave”, nos a fi rmou o Mes tre). va l ores que va mos colocando em tudo cons titui um fim, mas um mei o pel o
Aí encontramos força s para que envolve a s nos s a s a ti vi da des qua l evol uímos , é compl eta mente

190
INICIAÇÃO ESPÍRITA

des tituído de razão; nã o podemos


dei tar sobre as moedas e amontoá-las
pa ra o deleite próprio, isso seria a pego.
O a pego não se refere unicamente
a o di nheiro, mas à s cois a s de ordem
ma teri a l em gera l ; os objetos ,
utensílios, móveis, jóias, propriedades,
ves tes , pertences . Podemos e de-
vemos tudo pos s ui r e us a r com
modera çã o dentro do s enti do de
necessidade objetiva da sua utilização,
porém s em nos envol ver no s en-
ti mento egoísta de posse que nos fa z
s ofrer e lamentar a fa l ta ou a perda
da quel e objeto des a pa reci do.
O des prendimento alcança degraus
a i nda ma i s el eva dos à quel es do
des apego ma teri a l . Qua ndo va mos pa ra não a bandonarmos os pra zeres momentos em que s ofremos a s
s enti ndo, à proporçã o que nos
que us ufruímos em s i mbi os e. humi l ha ções , pa ra a nos s a
i dentificamos com a ta refa do Mes tre Os tes tes nos s ã o fei tos e vã o s us tenta çã o.
Jes us, que já nã o nos pertencemos , a ti ngir precisamente a quel a s fa l ha s
que os nossos des ejos e vonta de na ma i s evi dentes em nós .
es fera material são todos secundários, Sofremos a gressões, humilhações , 4. PACIÊNCIA
que nos sacrificamos alegremente no
i ncompreensões, intolerâncias. Es s a s Na eternidade do nosso Es píri to a
s ervi ço do Senhor, nisso encontramos s erã o a s oportuni da des em que evol ução não dá saltos. As conquista s
a profunda felicidade de a El e s ervi r. da remos as prova s do nos s o amor à do Es pírito fa zem-se l enta mente. As
Nes s e es tá gi o a ti ngi remos o ca us a do Mes tre, e qua ndo a toda s modelações e a s remodel a ções do
compl eto des prendi mento de nós es sas investidas rea gi mos com com- nos so Es pírito s e rea l i za m, s e cons -
mes mos, e a noss a ca mi nha da s erá preens ã o, com tol erâ nci a , com troem, em di mens ões dos Es pa ços
l i vre e desembaraçada dos grilhões do pa ci ficação, com respeito, mesmo que Es pi ri tua i s em que o tempo fís i co,
egoís mo condi ci ona dor do nos s o s a ngre de dor o nos s o cora çã o, dentro da s res tri ções do pl a no
Es píri to.
es ta remos , s i m, pra ti ca ndo a ma teri a l , nã o a ti nge.
humi l da de. Es ta mos ha bi tua dos a correri a s
É l íci to es cl a recer que a nos s a contra o passar do tempo, nas nossa s
3. HUMILDADE rea çã o de humi l da de s e reves te de rea liza ções ma teri a i s . Vi vemos em
Na nos s a es tra da evol uti va , à ema na çã o de energi a s tra ns for- a ngústia pela fa l ta de tempo. Es s a s
proporçã o que os pa s s os nel a vã o ma dora s , que contri buem pa ra a i mpressões a fl i ti va s pecul i a res a os
s endo da dos na tura l mente, come- modi fi ca çã o da quel es que nos tra ba l hos no ca mpo ma teri a l nã o
ça mos a refl eti r os res ul ta dos a gri dem. Mesmo no silêncio da noss a podem s er tra ns feri da s pa ra a
a l ca nça dos no mei o a que perten- rea çã o pacifista, emitimos ondas s utis a tmosfera sutil do noss o eu i nteri or,
cemos , na fa míl i a , no emprego, na
i ndutora s dos s enti mentos de no ca mpo da s conquistas es pirituais.
s oci eda de e nos pl a nos s uti s do
fra terni da de. As pa l a vra s es cl a - A pa ci ência é o reflexo da serenida de
Es píri to. recedoras , na quel es momentos de que em tudo deve o nos s o Es píri to
Surgem i nevi ta vel mente a s diálogo forte, só construirão realmente es ta r envol vi do.
rea ções contrá ri a s des s es que nos s e emitidas com amor e firmeza , fora Nã o devemos confundir paci ênci a
cerca m. Ora , os nos s os própri os da s intonia das ondas vi olentas e nós com des ca s o, a ba ndono da nos s a
fa mi l i a res rea gem à s nova s di s - di ri gidas pel os que nos ofendem. A pa rti cipação ativa no tra balho de auto-
pos i ções que toma mos , nos en- nos sa reação com palavras agressi va s educação. O descaso é negligênci a , é
vol vendo com comentári os de que a nos enfra quecem a s força s cons - des perdíci o de oportuni da de. A
nos sa saúde física e menta l deve ter- trutora s no bem e nos fazem des cer pa ci ência é resultante da sereni da de
s e a l tera do, que devemos i r a um à s faixas inferiores de ódi o e ra ncor. vi gi lante, a tiva, presente em todas a s
médi co. No emprego, os col ega s de Es forços maiores serão neces s á ri os , nos sas oportunidades de aprendizado.
tra ba l ho, s orra tei ra mente, a os de nossa parte, para s airmos daquel e A pa ci ênci a é, a ntes de tudo, a
cochi chos comentam entre el es que es tado i nferior em que impregnações ma nifestação da nossa persevera nça .
devemos estar s ofrendo um proces s o fl uídicas grossei ra s s e l oca l i za m no Nã o podemos ter pres s a pa ra
de l oucura . Nos grupos que nos s o peri s píri to. a ti ngir os cumes da evolução, mas não
pa rti cipamos na s oci eda de profa na , Lembremos o epi s ódi o do jul ga - podemos des perdi ça r a s opor-
ta mbém nã o s omos norma l mente mento do Humil de Ca rpi ntei ro que, tuni dades de conquistas, tra balhando
compreendi dos . Aquel es a mi gos pa ci ficamente, suportou as ca l úni a s , a ti va e persistentemente para i s s o. O
es pi ri tua i s que nos cerca m, no a s ofensas, a s a gress ões da quel es tra ba l ho é de nos s a obri ga çã o; a
convívi o da s nos s a s i nferi ori da des que Lhe condena va m. É o qua dro a puração do seu resultado compete a
começa m a s e contrariar e a i nvestir mental que podemos busca r nes s es Deus .

191
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

5. VONTADE res peitadas pelos Pl a nos Es pi ri tua i s na l uta pel a vi vência e pela
A gra nde força impulsionadora das que s obre el a s nã o i nterferem. i mplantação do Evangelho de Jesus.
nos sas a ções é a vonta de. O querer, Sa i ba mos , no enta nto, com
qua ndo sintonizado com os desígni os s ereni da de e profunda s a bedori a ,
es tabelecidos pelo Plano Espiritual, na toma r a s nossas deci s ões dentro da 8. PERSEVERANÇA
es fera das realizações, é s us tenta çã o Vonta de Di vi na , coerentes com a s A conti nuidade na tarefa abraça da
na s ta refa s redentora s . i ns pirações superiores dos Ara utos do s ó s erá ma nti da com a nos s a
Importa nte pa ra o s ervi dor do Senhor. pers everança nas decisões tomadas. O
Mes tre, s a ber defi ni r a ca da pa s s o Ca be a qui res s a l ta r os di a s tra ba lho de a uto-educação com Jesus
como e onde s e coloca a sua vonta de. deci sivos que vi vemos neste orbe em dema nda pers i s tênci a e pa ci ênci a .
A nos sa vontade emerge, desponta tra ns formação, em que todos assistem Pers everar é prova de abnega çã o,
do i nteri or do nos s o Es píri to, à s ua passagem final e definitiva pa ra de fi rmeza de propós i tos , de
refl etindo a s oma dos s enti mentos a Era da Fraternidade, o coroa mento tena ci da de de ca rá ter.
s ensíveis que progres s i va mente s e do tra balho cíclico de i mplantaçã o do Ao nos empenharmos na meta da
i ntens i fi ca m em nós . Eva ngelho, e todas a s deci s ões que nos s a própri a reformul a çã o, na
Sa i ba mos bus ca r dentro de nós toma mos dentro des s e Progra ma vi vênci a dos s enti mentos de
mes mos a manifestação sutil da nossa Ma i or s erão certamente sustentadas e confra terni za çã o, na extens ã o da
vonta de e a transportemos para a área coroa da s de êxi to es pi ri tua l . nos sa tol erâ nci a , na a mpl i a çã o do
da s a ções pos i ti va s . nos so a mor ao trabalho doutrinário, a
A vonta de é força cri a dora , 7. CORAGEM pers everança reflete a nossa vigilância
movi mentadora, é o ali cerce s obre o Sem dúvi da preci s a mos de no i deal , nos ma ntendo a tentos à s
qua l s e cons trói o mundo. cora gem para enfrentar a s reações do deci s ões toma da s .
Devemos a prender a nos identificar nos s o própri o s er, a comoda do à s
com a Vontade Única da Cri ação, que convenções e a os tra di ci ona l i s mos
a tudo pres i de. cri s ta l i za dos que nos pres s i ona m. 9. DISCIPLINA
A vonta de, no constante tra ba l ho Toda s a s nos s a s deci s ões , Di s ciplinar as nossas a tivi dades no
de a uto-educa çã o, é ferra menta certa mente toma da s com mui ta bem é encontra r os mei os ma i s
i ndispens á vel a o s ervi dor. Qua ndo cons ci enti za çã o da qui l o que objeti vos e efi ci entes de nos
ma i s i ntens a for a nos s a vonta de, repres enta e da s rea ções que des envol vermos e evol ui rmos . A
ma i or s erá o i mpul s o que provoca rão no nosso meio a mbi ente, di s ciplina no trabalho de Jesus nos fa z
i mpri mi remos à nos s a ca mi nha da devem s er reves ti da s da quel a conduzi r o s ervi ço cri s tã o com
edi fi ca nte. cora gem destemida, dispostos mesmo s egura nça .
a s ofrer a s dores cruci a ntes , s e Di s ciplinar os nossos s entimentos ,
6. DECISÃO neces s á ri o for, pa ra a s tes te- conduzindo-os nas linhas do amor, da
No momento em que a nos s a munha ções cri s tã s em que fora m tol erância, da humildade, exemplifica
vonta de se define diante das situações exemplos edificantes os paladinos do o el eva do s enti do que da mos a os
que s e colocam na nossa existência, a í Cri s to, na s pri mei ra s hora s . ens i na mentos recebi dos .
toma mos deci s ões . Nos nos s os di a s , a cora gem na Ca be, a ca da um de nós , fa zer
Es s a s deci s ões s ã o s empre renúnci a a os pra zeres fá cei s , a o s empre o melhor dentro dessa Sea ra ,
i mportantes na nos s a peregri na çã o des prendimento de nós mes mos , a o exemplificar e transmitir a di s ci pl i na
terrena. Quando encontramos em nós tra ba lho s acrificial na a uto-educa çã o, s em, no enta nto, tra ns gredi r na
a quilo que pulsa no nos s o Es píri to e contínua a desafiar o nos s o Es píri to. i ntol erâ nci a .
es col hemos o ca mi nho a tri l ha r, a A cora gem revolucionária de Paulo O cumpri mento dos horá ri os é
a ti tude a tomar, fazemos agir o noss o de Ta rso na semeadura da Boa -Nova oportunidade va lorosa de aprendizado
l i vre-arbítri o, a tri buto da ma i s a l ta nã o tem precedentes no mundo; é o na di s ci pl i na que educa .
i mportâ nci a do nos s o Es píri to. monumento gi ga ntes co cons truído Procura r di s ci pl i na r tudo que
As nos s a s deci s ões , refl exos do pel a s ua fé des temi da . rea lizamos é discernir o ca minho certo
nos s o l i vre-a rbítri o, s ã o s empre Cora gem nas decisões, coragem e objeti vo que queremos s egui r.

192
INICIAÇÃO ESPÍRITA

55.
REGRAS PARA A EDUCAÇÃO, CONDUTA E
APERFEIÇOAMENTO DOS SERES (lii)

1. INTRODUÇÃO cura remos rea l i za r uma profunda Toda s a s experi ênci a s da nos s a
Na s duas pri mei ra s a ul a s des s e expl oração nas ca madas soterradas do exi s tência ficam ali a rquivadas e vi vas,
tema , a borda mos a l guma s cons i - nos so i nconsciente. É o tra balho de a - embora es queci da s na nos s a
dera ções s obre a educa çã o, enve- ná l ise do nosso mundo i nteri or, rea - cons ci ênci a pres ente.
reda ndo pela Auto-Educa çã o no s eu l i zado pela própri a cons ci ênci a , é o Is s o a que a ci ma nos referi mos ,
a s pecto es s enci a l : o eva ngél i co, proces s o de a uto-a ná l i s e. relaciona-se dentro dos limites da atual
i ndicando depoi s os requi s i tos que Es tudamos com André Lui z em No exi s tência. Reporta ndo-nos à s vi da s
exi ge, s empre bus ca ndo a i den- Mundo Maior, ca p. III, A ca sa Menta l ; pregressa s , no nos s o i ncons ci ente
ti fi ca çã o e o a pri mora mento da Edi fíci o de três pa vi mentos onde o ma i s profundo a cham-se i gua l mente
cri a tura com o Mestre Jesus, caminho a ndar i nferior representa o s ubcons - a cumula da s a s vi vênci a s de outra s
ma i s objeti vo e efi ca z de a perfei - ci ente (também denominado i ncons - enca rna ções , os s uces s os e os
çoa mento dos s eres huma nos . ci ente) onde es tã o depos i ta da s a s i ns ucessos, as aquisições e as faltas, as
Qua nto ma i s brevemente a experi ênci a s vi vi da s no pa s s a do. qua i s , pa rci a l mente es queci da s ,
huma nidade i dentificar-se na vi vência No a nda r i ntermedi á ri o es tá o refl etem-s e, no enta nto, como
dos ensinamentos d’Aquele que é “O cons ciente (não confundir o s er em s i remi ni s cênci a s .
Ca mi nho, a Verdade e a Vi da ”, ma i s mes mo – ego – com s ua s ma ni fes ta - Es s as reminiscências s ã o l a tentes
s ua vemente a tingi remos o “Ci cl o de ções de tempo), o presente das nossas em nós , manifestando-se, na ma i ori a
Pa z e Entendi mento”, que é a meta vi da s, e, finalmente no andar superior, da s vezes , como tendênci a s na ta s
vi s a da . res i de o superconsciente onde os nos - tra zi da s do berço.
A s egui r, va mos es tuda r a l guns s os ideais e a spirações , que s e proje - Mui tos s enti mentos e i mpul s os
mei os de aplicação, através de práticas ta m no futuro das nossas reali za ções , des abrocham de nós, conduzi ndo os
i ndividuais, nas quais podemos obter es tã o l oca l i za dos . nos sos pas s os por i ncl i na ções nem
os res ultados que aspiramos no nosso O cons ciente pode penetra r ta nto s empre compreendi dos . Sã o os pro-
tra ba l ho de a uto-educa çã o. na s camadas do i ncons ci ente como gra ma s que es col hemos e nos di s -
s ubir a os níveis do s upercons ci ente. pus emos realizar na atua l exi s tênci a
A memória funciona à semelha nça qua ndo cons ci entemente nos pre-
2. AUTO-ANÁLISE de um fi lme s ensível, uma fita gravada pa ra mos na Es piritualidade para a vida
Lembremos , como ponto de ou um “tape” em televisão, onde todas terrena . Es s a s meta s a a ti ngi r
pa rti da, as sábias palavras: “Conhece - a s nossas experiências ficam a rqui va - l oca lizam-se igualmente nos níveis do
te a ti mesmo e o res to te s erá da do da s desde a mais tenra i da de. Nes s a s uperconsciente, de onde os i dea i s
por a crés ci mo”. pel ícula de l onga metragem, que vai se s uperi ores , a conduta , o s ens o de
Es s as palavras são extrema mente s uperpondo, grava m-se a s imagens, os mora l , s e fa zem refl eti r no nos s o
profundas, objetivas , e nos l eva m a s ons e principalmente as emoções vi - comporta mento cons ci ente.
um procedi mento funda menta l : vi da s, as i mpressões que o mundo ex- Enca ra ndo os probl ema s ps i -
“Conhecer-s e a s i mes mo”. teri or nos causam no nos s o convívi o qui camente, vemos que qua nto ma i s
Ao movi menta rmos a s nos s a s fa mi liar, na sociedade, com tudo que remota s as nossas experiências , ma i s
energi a s e o nos s o i nteres s e no nos ci rcunscreve e nos sensibi l i za . Os di s tante da s nos s a s l embra nça s . O
tra ba lho de conhecer a nós mesmos, o momentos de a l egri a , de dor, de processo de auto-aná l i s e res i de em
ma i s profunda mente pos s ível , fel i ci da de, de tri s teza , os des ejos expl ora r a s ra ízes do i ncons ci ente,
es tamos conduzindo os nossos passos s a tisfeitos, a s frustrações, os impulsos tra zendo à tona a s l embra nça s
no ca mi nho da redençã o, da nos s a reca l cados, os ódios, as vi ngança s , os da quel a s experi ênci a s que des en-
l i bertação, das a maras mi l ena res do ci úmes, a s manifestações de ca ri nho ca dearam em nós os ódios , ra ncores ,
egoís mo l i mi ta dor. recebidas na infâ nci a , a ca rênci a de a gressões, intol erâ nci a s , vi nga nça s ,
E pa ra conhecermos a nós mesmos, a feto, a s olidã o do a ba ndono na ju- ci úmes e outros sentimentos que, na
toma rmos cons ci ênci a dos nos s os ventude, as i ncompreensões e os des - s ua maioria, são originados na infância
i mpul s os e rea ções , os ma i s gos tos na a dolescência, os s ofri men- e na a dolescência quando os nos s os
recôndi tos do nos s o Es píri to, pro- tos , a s humilha ções , a s repres s ões . pa ssos eram, vi a de regra, conduzidos

193
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

pel os pa i s e del es recebía mos a s moti vos daqueles nossos sentimentos tra ns mitidas aos s eus pa rti ci pa ntes ,
i nfl uênci a s . gros s ei ros . Fi ca mos perdi dos e que os di s cutem e a na l i s a m pa ra o
Os mes tres e profes s ores , na des governa dos . a provei ta mento de todos . Nes tes
es cola que freqüentamos, igualmente Pa ra os s ervi dores que já fora m ca s os, há sempre um coordenador que
contri buíra m nes s e a cervo de levados ao conhecimento e a disciplina ori enta es te tra ba l ho, denomi na do
recorda ções , que perma necem des ses s enti mentos de a gres s ã o, a a ná l i s e em grupo.
l a tentes na s nossas manifes ta ções . bus ca progressiva dos motivos dessa s A prá ti ca da a uto-a ná l i s e, requer
Os i rmã os , pa rentes , col ega s da ocorrênci a s vã o l enta mente a cl a - um l ocal na própria residência, ou fora,
es cola e a migos também residem na s ra ndo-l hes o entendi mento, e os pa ra perma necer por a l guns mo-
nos s a s l embra nça s , com a s “porquês ” des s a s ma ni fes ta ções . mentos s ozi nhos e i s ol a dos da
experiências de maior significado que Outra s vezes , em oca s i ões movi menta çã o externa . Um qua rto,
nos deixaram gravadas as i ma gens e di vers a s : ora qua ndo es cuta mos o uma s ala, um terra ço, um reca nto no
i mpres s ões ma i s vi va s no nos s o des abafo de um a migo a tormenta do, ja rdi m. Al i , s enta dos conforta vel -
a prendi za do. ou os comentá ri os de um progra ma mente, des preocupa dos de tudo,
Na a uto-anális e, o nos s o es forço ocorri do com um terceiro, ou a inda ao va mos começa r a conduzi r o nos s o
di ri ge-se para a observa ção do nos s o ouvi rmos uma explanação evangéli ca , pensamento numa certa di reçã o, na
comportamento, tanto o exterior como e, ta mbém, dura nte a s l ei tura s qua l bus ca remos a expl ora çã o do
o i nterior. Imbuídos e i nteres s a dos edi ficantes das revelações espiritua i s , nos so terreno menta l e emoci ona l .
nes s e tra ba l ho de nos mel hora r, s omos conduzidos, nestes momentos , Pela falta de treinamento, e até mesmo
a s s i mi l a ndo e procura ndo vi ver na à s considerações sobre nós mes mos , de di sciplina nesse tipo de experiênci a
prá ti ca da quel es requi s i tos já s obre o nosso próprio comportamento. ínti ma , no i níci o, na tura l mente
es tudados, va mos progres s i va mente Aí, i gua l mente, rea l i za mos a a uto- s entimos dificul da des , poi s vi vemos
a nota ndo a quel es i mpul s os ma i s a ná l i s e es pontâ nea . mui to di s pers i vos na s nos s a s
gros s ei ros que chega m a fugi r do O proces so de a uto-análise pode a ti vi da des di á ri a s e nã o es ta mos
nos s o control e. Mui ta s vezes nã o e deve s er uti l i za do ma i s i nten- a cos tumados a conduzir a ocupa çã o
entendemos cl a ra mente porque s a mente, nã o a pena s de modo da nossa mente numa meta deseja da .
rea gi mos com a gres s ã o, porque vol untário, naquelas ocasiões repen- Na di versidade de assuntos e na con-
s omos i ntol era ntes , porque gua r- tinas ou, quando muito, nos momentos tínua movimentaçã o da s pa i s a gens
da mos, em relação a ess e ou a quel e em que, a tra vés dos l i vros , ou da s que a nossa vista acompanha, a mente
pa rente ma i s próxi mo, a l guma s di ssertações evangél i ca s nos mei os es tá quase s empre ocupa da e pres a
ma nifestações de ódio, de ci úme, de es píritas, as busca mos pa ra o nos s o por fa tores externos a nós mes mos .
i nveja e nos depa ra mos , com a prendi za do. Qua ndo, entã o, nes s e l oca l
freqüência, revidando com vi ol ênci a , A a uto-análise pode-s e cons egui r es colhi do, nos i s ol a mos do que s e
com i mpa ci ênci a s , na s menores rea l i za r de modo ordena do, como pa ssa externamente, e comodamente
di s cussões. E notamos, ta mbém, que pa rte de um proces s o de a uto- s entados, em s i l ênci o, fecha mos os
es s es i mpul s os s ã o ca rrega dos de educa çã o. ol hos, va mos convi ver com o que s e
fortes emoções, que nos envenenam e Como, então, podemos estabelecer pa s s a na nos s a mente. O que
nos depri mem. s i stematicamente a prática individua l obs erva mos ?
As refl exões ínti ma s ocorrem, na da a uto-a ná l i s e? De i níci o, percebemos a i nqui e-
s ua mai ori a , de modo es pontâ neo, ta çã o e a di s pers ã o tã o comuns a
l ogo a pós a manifestação dos nos s os todos e, a partir daí, começamos nós a
i mpulsos emocionais mai s vi ol entos . 3. A PRÁTICA DA AUTO-ANÁLISE conduzir a nossa mente, em l uga r de
De i medi a to, ca ímos em nós , e um O processo que aqui s ugeri mos é s ermos por el a conduzi dos , como
turbi lhão de pensamentos fervi l ha m i ndividual; no entanto, a dmitimos que, a contece comumente. Pa ra fa ci l i ta r,
na nossa mente: uns , jus ti fi ca ndo e i ni cialmente, muitas criaturas venham di vi da mos es ta prá ti ca em fa s es .
da ndo ra zões a nossa a titude i nferi or; a s entir difi cul da des e que pos s a m Teremos , entã o:
outros , menos i ntensos, nos l eva m a recorrer a os instrutores ou dirigentes,
ponderar a nossa i rrefletida reação. E, na própria Es col a de Aprendi zes do
qua ndo já sensíveis, percebemos que Eva ngel ho, pa ra a judá -l a s nes te 1ª Fase: Preparação
ma goamos a a l guém, começa mos a tra ba l ho, pri nci pa l mente no di a g- Comecemos por a gir no sentido de
s entir a dor do a rrependi mento e a í nós tico das s uas reações i mpul s i va s rel a xa r a mente, des contra i r os
bus camos o porquê da nossa a ti tude, ma i s recôndi ta s . É, em pa rte, o mús culos do corpo e, principalmente,
os moti vos que nos l eva ra m a ta l tra ba lho que caberia a um ps i cól ogo da ca beça , dos ol hos , da boca ,
rea çã o. Realizamos, assim, uma a uto- ou a um ps i ca na l i s ta , porém um l i bertando as tens ões mus cul a res e
a ná lise espontânea , provoca da pel a s entido de orienta çã o eva ngél i ca , o emoci ona i s .
nos s a ma ni fes ta çã o emoci ona l do que difere das escolas ma teri a l i s ta s Va mos a s s i m, pros s egui ndo no
momento. domi na ntes na ps i col ogi a e na des ejo de a gora s erena r a nos s a
Nes sas oca s i ões , a l ca nça mos a s ps i cotera pi a . mente, bus ca ndo s enti r no cora çã o
ra zões que nos leva ram à quela atitude, Há , ta mbém, tra ba l hos des ta uma ca lma profunda e i ma gi nemos
a té um certo nível do nos s o es pécie, realizados em grupos , onde que um ha lo de l uz s uave, a zul cl aro
i ncons ci ente e, mui ta s vezes , nã o os problemas indivi duais que a fl i gem va i i mpregnando e envolvendo todo o
cons eguimos entender cl aramente os a quelas criatura s s ã o a berta mente nos s o eu.

194
INICIAÇÃO ESPÍRITA

Nes s es pri mei ros trei na mentos


cons egui remos a qui eta r a pena s o
nos so i nterior (menta l e emoci ona l )
obtendo-se tra nqüilidade e bem estar.
Um fundo musical baixo e s uave a juda
s ubstancialmente chega rmos a es s e
es ta do d’a l ma .
Nes s es momentos , a s s i m i m-
pregna dos numa a tmos fera s ua ve,
res piremos profundamente, a l guma s
vezes . Com o decorrer da s expe-
ri ências, va mos começa ndo a s enti r
uma i mpressão de des l oca mento, e
a té mes mo de di s ta nci a mento do
a mbiente sem, no enta nto, perder a
cons ci ênci a .

2ª Fase: Sintonia Espiritual


A nos s a s i ntoni a com o a mi go
es piritual, o compa nhei ro que ma i s
proxi mamente orienta os pa s s os na
nos sa existênci a . Recorra mos a el e,
i ndo ao s eu encontro, neste tra ba l ho
que desejamos fa zer com a sua a juda .
Es ta belecemos um di á l ogo menta l
com o nos so companheiro espi ri tua l ,
ma ni fes ta ndo es s es des ejo de
“conhecer-se” e l ibertar-se de noss a s
i mperfei ções , ca pa ci ta ndo-s e na
mel horia interior, para mel hor s ervi r
a o Mes tre Ama do.
Pos s ivelmente l eva remos a l guns
di a s até conseguirmos es s a vi vênci a
es piritual , no enta nto, nunca des a -
ni memos e continuemos persistentes
a té chegarmos nesse ponto. Depoi s
de a ti ngi r es s e es tá gi o de rel a ti vo momento, s em deixa r que os outros entã o regi s tra ndo por es cri to, na
equi l íbri o ínti mo, cujo tempo de qua dros ou i mpres s ões de a con- ordem em que ca da um deles ocorreu,
dura ção va ri a de pes s oa a pes s oa , teci mentos se misturem. Lembremos des de o s eu início: Pri meiro, o que deu
pa ssaremos ao trabalho de exploração que temos em nós uma tendên- ori gem a o a conteci mento; depoi s o
menta l e emoci ona l . ci a na tura l de s oterra r a quel es que des enca deou a nos s a rea çã o
a contecimentos e lembranças que nos i mpul s i va e, por úl ti mo a s
3ª Fase: Reflexão s ã o des a gra dá vei s , que nos cons eqüências posteriores do nos s o
Dentro da quel a a tmos fera já a borrecem, ma s que perma necem des equi l íbri o. Dentro des s a ordem
a ti ngi da , va mos entã o, na s ex- represados, exercendo s ua influênci a na tural, a notemos num ca derno, de
peri ências seguintes a ti va r a mente, cons tante no nosso comporta mento. um l a do, os nos s os i mpul s os
tra zendo a tona da nossa memória os Preci s a mos ter a di s pos i çã o de gros s ei ros , depoi s os moti vos que
a contecimentos diários, próxi mos ou des enterrá -l os e tra zê-l os à cons - provoca ra m os mes mos , e do l a do
remotos , que nos fi zera m vi ver a s ci ênci a , pa ra s ubl i má -l os , nos des s es , a s prová vei s ra ízes dos
emoções fortes , a s expl os ões de l i bertando das s uas i nfluênci a s s uti s . mes mos .
s enti mentos , a s ma ni fes ta ções de Va mos remontar os a conteci mentos Pa ra i l us tra r o método a ci ma ,
vi ol ência, as a gressões , os i mpul s os s em nos dei xa r envol ver pel os tomemos o s egui nte exempl o:
que vêm do nosso inconsciente, e que mes mos i mpulsos que, na que - tra ba lhando há a nos numa mes ma
fi ca ram gravados na noss a a ura , nos l es momentos , nos domi na ra m. empres a , doi s a mi gos que s e
tra ns mitindo as s uas i mpres s ões de Es forcemo-nos por s er, dentro do confi avam, vêem, de repente, surgir a
forma s uti l , embora de ma nei ra pos s ível , um mero es pecta dor em oportunidade de igua l mente a mbos
i nconsciente, na ma i ori a da s vezes . l ugar de personagem que nel e vi veu. a ti ngi rem um ca rgo ma i s el eva do.
Na tura lmente, devemos foca l i za r Apenas um deles é escolhido e o outro
um qua dro ou uma i mpres s ã o 4ª Fase: Detalhamento na turalmente, foi preteri do. Aquel e,
emoci ona l de ca da vez e concen- Enfoquemos i nicialmente a quel es pel a promoçã o ga l ga da , pa s s a a
tra rmo-nos naquel e es col hi do pa ra a conteci mentos que ma i s vi vos s e hos tili za r os s eus s uba l ternos com
a ná lise que es ta mos rea l i za ndo no a cha m na nossa i mpres s ã o e va mos exces so de autoridade. O a migo ante-

195
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

ri or, em ocasião oportuna, à sós, fal a - Raízes Prováveis ma i s nobres , que s ã o em nós
l he das injus ti ça s cometi da s e uma Ambi ção profissional des perta dos . Es s a s experi ênci a s
vi ol enta discuss ã o des enca dei a -s e, Egoís mo incontrolado vi vi das i nteriormente vã o a licerçando
chega ndo a ofenderem-s e mutua - Des equilíbrio na autoridade a nossa reforma íntima. Começa mos ,
mente, em termos a gres s i vos , Sã o, entã o, cons ci entemente, com o
a s s i m rompi dos os l a ços da quel a 5ª Fase: Renovação decorrer dessas experiênci a s , a vi ver
amizade profunda.O amigo promovido Di s pondo-nos a o melhoramento de emoci ona l mente os s enti mentos
na empresa, passa a sofrer um mi s to nós mes mo, com es píri to de opos tos àqueles de orgulho, vaida de,
de prepotência e angústia no seu inte- comba te, já des perta dos es pi ri t- i nveja , egoís mo, a va reza , pers o-
ri or, a té que, tocado pela inspiração de ua l mente pa ra os tes temunhos na l i s mo, ódi o, ra ncor, vi nga nça ,
ma i s a l to, certa noi te, em s ua cri s tãos, tocados pelo noss o protetor a gressividade, maledi cênci a , i ntol e-
res i dência, senta-se abatido, e resolve es pi ri tua l , nes s a s oca s i ões ma ni - râ nci a , i mpa ci ênci a , negl i gênci a e
fa zer uma pros pecçã o i nteri or, rea - fes ta m-s e no nos s o Es píri to os vamos dosando-os, num diálogo direto
l i za ndo a s s i m uma a uto-a ná l i s e. a rrependi mentos pel a s rea ções com ca da um des s es i mpul s os ,
Procurou ele verificar, obedecendo vi ol entas ou pelos deslizes cometidos. dei xando que fale mais o cora çã o, os
a ordem acima s eguida: Es s es são os pri mei ros l a mpejos de s entimentos edificantes que à quel es
1. O que deu origem a o aconte- renova çã o, denota ndo a s tra ns - s e opõem, como s eja m, na mes ma
ci mento; forma ções que i ni ci a m em nós . Os ordem: humi l da de, s i mpl i ci da de,
2. O que desencadeou as s uas a rrependi mentos , em gera l , nos conforma çã o, a l truís mo, des pren-
rea ções impulsivas; entri s tecem porque nos fa zem ver, di mento, compa nhei ri s mo, a mor,
3. As conseqüências dos s eus atos. cons cientemente, o que ainda s omos , compreens ã o, perdã o, bra ndura ,
Fei ta a auto-análise, a notou ele o e a que di s tâ nci a nos encontra mos modera çã o no fa l a r, tol erâ nci a ,
que a baixo é descrito: da quel a meta que i ma gi na mos e pa ci ênci a e vi gi l â nci a .
1. A di scussão foi ori gi na da pel a des eja mos a ti ngi r.. Uma di s pos i çã o i mporta nte e
nã o a cei ta çã o da s pondera ções do Na nossa a uto-a ná l i s e, vi gi emos necessária, é a de rever, desde a nossa
a mi go a o seu comporta mento hos ti l pa ra não nos deixarmos envol ver por i nfância, a té a época presente, todos
no tra ba l ho; es s es s enti mentos depres s i vos . os a conteci mentos que nos
2. As s uas reações agressivas foram Cons i deremos que el es s ã o i nfluenci a ra m o comporta mento. E,
fruto do orgul ho feri do, da s ua i ndicativos do desabrocha r da nos s a nes s a revi s ã o, tra ba l ha mos na
prepotênci a , do s eu pers ona l i s mo: s ensibilidade para uma nova fa s e de s ublimação consciente de tudo o que
3. Em cons eqüênci a , s ofri a a s evol uçã o e, com pa ci ênci a e vi gor, vi ve no nos s o ínti mo, s ob forma de
depres s ões do s eu des equi l íbri o, conduzamos a s nos s a s energi a s no i mpul s os i ncons ci entes .
pri nci pa l mente por ter perdi do a forta l ecimento dos propósitos de nã o Atra vés desse permanente trabalho
a mi za de do es ti ma do col ega . dei xa rmo-nos envol ver, em outra s de a uto-análise, a uto-educa ndo-nos ,
Rel acionou entã o, num pa pel , o oportunidades s emel ha ntes , pel os va mos a dqui ri ndo o conheci mento
que s egue: mes mos senti mentos des a vi s a dos . progressivo de nós mesmos , e tra ns -
Do a rrependi mento que pos s a forma ndo-nos i nteriormente, muda n-
Impulsos Grosseiros s urgi r des s a refl exã o dos a con- do na turalmente a nossa conduta ex-
Vi ol ência teci mentos vi vidos , pa rti mos pa ra a teri or. Sentiremos como que abrir-se o
Agres sividade renova çã o que, cons ci entemente, nos s o cora çã o, numa expa ns ã o de
Ra ncor começa mos realizar, movimenta ndo, s entimentos profundos de amor, sob a
na s prá ti ca s da a uto-a ná l i s e, os forma de: compreens ã o, tol erâ nci a ,
Motivos nos sos próprios recursos dinâmicos de perdã o, dedi ca çã o e ca ri da de.
Orgul ho tra ns formação e, s empre a uxi l i a dos Ca mi nharemos, as s i m, de forma s e-
Pres unção es pi ri tua l mente, pa s s a mos à s gura e objetiva na escalada evol uti va
Prepotência vi vências ínti ma s dos s enti mentos que mi l ena rmente i ni ci a mos .

196
INICIAÇÃO ESPÍRITA

56.
O CRISTÃO NO LAR

1. INTRODUÇÃO ma i s sólidos, a licerça dos nos i dea i s s uas mã os, poderão l evar aos homens
Na intimidade do templo doméstico cri s tã os , col oca mos rea l mente em de a manhã os exempl os do a mor e
des envol vem-s e a s prova s e a s peri go a es ta bi l i da de do l a r. res peito a o Mestre Jesus, transmitidos
oportunidades de reencontro entre O cri s tão não pode i gnorar os laços pel os s eus pa i s .
Es píri tos em reajustes. No convívi o do profundos dos compromi s s os A cri a çã o prevê a dmoes ta çã o,
l a r, ma nifestamos mais ni ti da mente es colhidos na Espiritualidade, que s e porém qual s eria a a dmoes ta çã o do
a queles sentimentos de i ntol erâ nci a , renova m na experiência terrena, pa ra Senhor? Equilíbrio e justiça com amor,
de i mpa ci ênci a , de revol ta , a i nstituição dos divinos fundamentos nem exces s os de ternura e con-
preci samente na i ntensidade em que da a mizade real. Abandona r a ta refa des cendênci a s , nem dema s i a de
os mes mos a i nda perma necem no no l a r é contrair pesadas dívi da s que exi gênci a s .
nos s o ínti mo, em proces s o de nos s erão cobradas com os acrescidos A di sciplina e o comporta mento à
tra ns forma çã o. juros que a nossa irresponsabi l i da de l uz do Eva ngelho vã o a l i cerça ndo os
Do que foi a té a gora es tuda do, terá que s a l da r em exi s tênci a s Es píri tos ainda i nfantis . Robus tecen-
ca be-nos di ri gi r a a tençã o pa ra o próxi ma s . do-os nas provas que a vi da no nos s o
a mbiente do convívi o familiar, onde se Suportemos o quanto pudermos a pl a neta l hes proporci ona rá .
i ntensifica o nos s o es forço de a uto- es posa exigente e incompreens i va , o
educar-nos nos mes mos propós i tos ma ri do árido e indiferente, os fi l hos 4. FILHOS
cri s tãos que já nos dispusemos segui r i rreverentes e a gres s i vos e “Vós , fi l hos , s ede obedi entes a
a nteri ormente. tes temunhemos no s ei o fa mi l i a r os vos s os pais, no Senhor, porque i s to é
Ana l isemos juntos a i mportâ nci a ens i na mentos do Cri s to que já jus to” – Pa ul o (Efés i os , 6:1).
dos i tens a ba i xo e pes s oa l mente começa m a nos toca r a s fi bra s ma i s Os Es píri tos , a i nda na i da de
foca lizemos a nossa posição e o nosso s uti s do cora çã o. a dol es cente, qua ndo na s s ua s
comporta mento di a nte des s a s necessidades de reafirmações, muitas
di retri zes . 3. PAIS vezes des denha m a s experi ênci a s
“E vós , pa is, não provoqueis a i ra a daqueles que os embalaram, ao darem
2. VIDA CONJUGAL vos s os filhos, mas cri ai-os na doutrina os pri meiros passos nos caminhos das
“As s im também vós , ca da um em e a dmoes ta çã o do Senhor” – Pa ul o i ni ciativas próprias; retomam, mui ta s
pa rti cular, a me a sua própri a mul her (Efés i os , 6:4). vezes tardiamente, os rumos na a tua l
como a s i mes mo, e a mul her Sempre que o homem e a mul her, exi s tência, quando o sofrimento ou a
reverenci e o s eu ma ri do” – Pa ul o na vi da conjuga l , compreendem o ma dureza dos anos l hes res ta ura m a
(Efés i os , 5:33). ca rá ter divino e a oportunidade que a compreens ã o.
Acentuam-se nos nos s os di a s os pa terni da de e a ma terni da de Os fi l hos, hoje tã o libertos e i mpul -
des a jus tes conjuga i s a tri buídos oferecem aos Es píri tos na es ca l a da s i vos, são gra ndemente a traídos pa ra
pri ncipalmente à incompa ti bi l i da de evol uti va , uma a tmos fera de os pra zeres da i da de, no i nconti do
dos temperamentos, aos desencantos dedicação e sacrifício reflete-se no la r. des ejo de vi ver a felicidade que s em-
da vi da ínti ma ou à s a fl i ções La mentável observar as l imitações pre é procurada fora de nós mes mos .
domés ti ca s . Refl etem todos a comodi s ta s de a l guns pa res , que Il udidos, desobedecem aos a pelos dos
i ntolerância e a irresponsabilidade, tão cercei a m a s cha nces de Es píri tos , pa i s, contrariando-os pelos ca pri chos
comuns na cri a tura huma na . mui ta s vezes a fi ns , des ejos os de venenosos que, na maior das vezes, os
As desarmonias e os desencontros retoma rem as experiências no pl a no l eva à i mprudênci a e à i ns ens a tez.
s urgem do convívi o, onde, s ob os fís i co, evi ta ndo a gra vi dez. É i ndispensável prestar obediênci a
i mpulsos es pontâ neos dos nos s os Os fi l hos são a s obra s preci os a s a os progenitores, dentro do es píri to
s entimentos íntimos , mos tra mo-nos que o s enhor confi a a os ca s a i s , de Cri s to, porque semelhante a titude
como rea l mente a i nda s omos . es pera ndo-l hes a coopera çã o é jus ta . E o jovem, a ma dureci do no
Ocorrem a s decepções, resultantes da a moros a e efi ci ente no tra ba l ho a mor e no res pei to, compreende o
nos sa própria i maturida de, e s e nã o des prendido de preparação daquel a s zel o e a s a dvertênci a s dos ma i s
es tivermos munidos dos propós i tos cri a turinhas que, conduzi da s pel a s experientes, já vi vidos em s i tua ções

197
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

tuni da de da s prova s no nos s o


a prendizado cristã e o despertamento
da nossa sens i bi l i da de e i nteres s e
pel os menos a fortuna dos , cuja s
mi s érias s ão observa da s por nos s os
ol hos, revelam quão a graciados ainda
s omos pel a mi s eri córdi a Di vi na .
O perdão, a tolerância, a paciência,
o refrea mento dos cos tumei ros
fa l atórios, no ambiente fami l i a r e no
convívi o com os parentes, devem s er
ma i s i ntens a mente vi vidos,
a mortecendo a s nos s a s pa i xões
des enfreadas e equilibrando os nossos
i mpul s os vi ol entos .

6. DIVÓRCIO E LAR
“Nã o s epa rei s o que Deus juntou”
– Jes us .
Tema muito discuti do em nos s os
di a s e conduzi do a o s a bor dos
i nteresses e i nclinações pes s oa i s de
ca da um. Veja mos , no enta nto, a
col ocação que nos cabe situa r dentro
da conduta compa tível com os
ens i na mentos do Di vi no Pa s tor.
É a l ei do amor que realmente une
a s cri aturas em quaisquer rel ações . E
o a mor, no matrimônio, se reveste não
excl usivamente da atração fís i ca que
ta nto fala a os sentidos. Duas cri aturas
que s e unem no casamento, são assim
pri ncipalmente chamadas ao a mpa ro
mútuo, a feti vo e ma teri a l .
Doi s corações que s e entreguem
um ao outro, desde que se fundem nas
mes ma s promes s a s e rea l i za ções
recíprocas, pas s a m a res ponder, de
ma neira profunda, a os imperativos de
s emel ha ntes , com a cumul a dos re- s e progres s i va mente os l a ços es - ca us a e efeito, dos quais nã o podem
s ul ta dos à di s pos i çã o del es , que pi ri tua i s eternos . efeti va mente es ca pa r.
a pena s s e i ni ci a m na ca mi nha da . É a construção dos Pl anos Divi nos , Indi vi dua l mente, já nã o nos
Ouvi r e ponderar, num diá l ogo de s egundo a s l ei s do a mor, que pertencemos compl eta mente, e a
compa nhei ros , s em ba rrei ra s ou i dentificam aquel es pa rentes a nun- necessária reflexão interior certamente
di s tâ nci a s , s em prevenções nem ci a dos pel o nos s o Mes tre. nos despertará para a renúncia, do que
i mpos i çã o, é o cl i ma des ejá vel em O pa rentesco estende-se dos pa i s nos ca be, de i nteresses pa rti cul a res ,
toda s a s s i tua ções . dos filhos para os avós, tios, pri mos e des pertando a ca pacidade pes s oa l
s obrinhos, nos seus gra us de l i ga çã o, de doa r-s e, de des prender-s e, de
a mpl i a ndo-s e o rel a ci ona mento s a crificar-se mesmo, em benefíci o da
5. FAMILIARES fa mi l i a r. Igua l mente di l a ta mos os ha rmonia e do equilíbrio emoci ona l
“Porqua nto qua l quer que fi zer a nos sos l a ços a feti vos , dedi ca ndo a no convívi o ca s ei ro.
vonta de de Deis, es s e é meu i rmã o, todos a nossa atenção, emprestando o O cri s tão, já consciente, nã o pode
mi nha i rmã e mi nha mã e” – Jes us nos s o cui da do, col a bora ndo na s fugi r a os compromissos a s s umi dos
(Ma rcos , 3:35). neces s i da des ma i s i medi a ta s do nos Pl a nos Es pi ri tua i s , dentro da
A i ns tituição da família no nosso s us tento ma teri a l da quel es que a ta refa que o l a r, em pri ma zi a , nos
mundo, sem dúvi da tem obediência s orte nã o fa voreceu. convi da a des empenha r.
a os planos sábios emanados da Nos tra nses difíceis da vida, em que Di z-nos Emma nuel : “Indubi ta -
Es pi ritualidade. Nos pequenos a gru- a s comoções profundas envol vem os vel mente, o di vórcio é compreensível
pa mentos particulares, células da l a res ma i s próxi mos pel os l a ços e huma no, s empre que o ca s a l s e
s oci edade, jungidas as criaturas pelos fa mi liares, o nos s o a poi o e a nos s a encontre à bei ra da l oucura ou da
deveres consangüíneos, estabelecem- compreens ã o, exa l ta ndo a opor- del i nqüênci a ”.

198
INICIAÇÃO ESPÍRITA

No enta nto, nos completa ele: “... pa ci ência. E s e atendemos a os nossos 8. O CULTO DO EVANGELHO
é ra zoá vel s e peça a os cônjuges o mel hores impulsos de servi r ao Divino NO LAR
má xi mo esforço para que não venham Mes tre, a serenidade e o equi l íbri o Onde quer que o Cri s ti a ni s mo
a i nterromper os compromissos a que nos evi denci a m que es s e mes mo l a nce ra ízes de a perfei çoa mento e
s e confi a ra m no tempo.” s ervi ço i nicia-s e com a quel es que a s ublimação, o culto do Eva ngel ho no
própri a Provi dência Di vi na nos uni u La r é uma neces s i da de.
7. O LAR E O TRABALHO s ob um mes mo teto. No círculo dos nossos familiares,
DOUTRINÁRIO Qua ndo bus ca mos a ca ri ci a r com os quais nos compete desem-
Mui to de nós , a tendendo a os a queles pequeninos necessi ta dos na penhar com o Senhor os compromissos
i mpul s os i dea l i s ta s do tra ba l ho nos sa atividade s oci a l , obs ervemos de renovação e entendimento, o conhe-
doutri nário nos di vers os ca mpos de pri meiramente s e a quel es que em cimento das palavras e dos exemplos
s ervi ço a o próxi mo, envol vi dos no ca s a dei xa mos chora ndo, já fora m do M eigo Rabi, sob forma singela e
fraterna, ao alcance de todas as idades,
entusiasmo que os nossos cora ções , s upri dos com a s nos s a s a tenções
despertam as disposições mais nobres
à s emelhança do vi ajor que, perdi do ori enta dora s cri s tã s .
nos corações que evoluem no mesmo
no des erto á ri do da oci os i da de, Qua ndo nos des l oca mos , pa ra caminho.
encontra no oá s i s o l íqui do ba l s a - l eva r a nossa palavra às ass embl éi a s Os benefícios dos s entimentos de
mi za nte para saciar a s ede, à s ombra reuni das para receber os cha ma dos bondade, compreensão, fraternida de,
da proteçã o e do a conchego dos eva ngél i cos , medi temos s e já fé e bom ânimo, emitidos em conjunto,
Ami gos Es pi ri tua i s , s omos a s s i m tra ns mi ti mos a os poucos que nos
tra ns põem os limites das pa redes em
i ncl inados a dedicar a maior pa rte de ci rcunda m no l a r, o ca ri nho e os onda s de pa z e entendi mento.
nos sos tempo disponível, a o tra ba l ho ens inamentos do Subli me Peregri no. O a conchego com os Amigos Espi -
des interessado que tanto nos edi fi ca . Qua ndo nos empenha mos em ri tua is, nesses momentos, envolvem e
Abs orvemo-nos, às vezes, nas nos- oferecer a s nos s a s energi a s nos forti ficam o nos s o Es píri to na ca mi -
s a s ocupações i dealistas, a fastando- tra ba lhos de a s s i s tênci a es pi ri tua l ,
nha da com Jesus. E s omente depois da
nos momentaneamente dos compro- revi ta l i za ndo pel os pa s s es os que experiência evangélica do l a r, o cora -
mi s sos primeiros com a queles mais ca recem do equi l íbri o fís i co e
çã o es tá realmente ha bi l i ta do pa ra
próxi mos, no convívi o familiar, a le- es piri tua l , a na l i s emos s e já di s tri - di s tribuir o pã o di vi no da Boa -Nova
ga ndo para nós mesmos, as justificati- buímos a confi a nça e o â ni mo a os junto da multidão, embora devamos o
va s de ordem s uperior, pautadas no a bri gados do mesmo ni nho que, na s
es clarecimento a mi go e o cons el ho
exemplo dos pioneiros da Cristandade. depres s ões , a brem a s porta s à s santificante aos companheiros da
Todo tra balho i dealista, realizado enfermi da des . romagem huma na , em toda s a s
com o cora çã o desinteressado, é an- Pa ra a lça r os vôos ma i s a l tos , é
ci rcuns tâ nci a s .
tes de tudo a sustentação sutil para o necessário que cons trua mos , com o A reunião s ema na l , em torno do
tra ba lho ma is profundo de tra ns- nos so tra balho, as a s a s el eva dora s , Mes tre Redentor, é tra ba l ho de pro-
forma ção i nterior, na nossa realidade i gualmente fortificadas na dedi ca çã o fundidade na preparação dos corações,
pres ente, à qual estamos condi- a o próxi mo, de dentro e de fora do que devem s er enca mi nha dos na
ci onados pela l ei de ca usa e efeito. A nos so meio doméstico. Pois, na ordem s enda do a mor cristão. Quem cultiva o
evol ução é sempre lenta e progressiva, de nos s a s obri ga ções , a mbos nã o Eva ngelho no Lar, fa z da própri a ca s a
rea lizada com muito tra balho e podem s er es queci dos . um templ o de Jes us .

57.
O CRISTÃO NO MEIO RELIGIOSO
E NO MEIO PROFANO

1. O CRISTÃO NO cora çã o desinteres s a do, é a ntes de Evi denci a m es s a s pa l a vra s que o


MEIO RELIGIOSO tudo a s us tenta çã o s uti l pa ra o objetivo primordial é a “transformação
1.1 Introdução tra ba l ho ma i s profundo de tra ns - i nteri or” e compreendemos que a
Di z-nos Emmanuel que: “Todo forma ção interior, na nossa realida de “reforma íntima”, com o decorrer do
tra ba lho i dealista, rea lizado com o pres ente...” tempo, pa ssa a s er exteriorizada sob

199
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

a s vá ri a s forma s de doa çã o de nós pedra e ca l , com s eus bens e O res peito e o carinho para com os
mes mos . pa tri môni os , pa ra cui da rmos dos compa nhei ros e pa ra com os
Qua ndo des perta rmos pa ra os tra ba lhos que elevam e tra ns forma m freqüentadores da casa espírita à qual
“cha ma dos s uperi ores ”, nos enga - a s cri a tura s , s em a s ba rrei ra s l eva mos o nos s o concurs o des i n-
ja mos numa atividade idealista, dando mes quinhas dos condi ci ona mentos teres sado, é a ti tude cons truti va no
a nossa parcela de trabalho, em gera l que o nosso zelo limitador possa cri a r. a mparo a todos, acumulando energias
l i gados a um grupo espírita com o qual Sa bemos que o Es piri ti s mo, como renova dora s e cura ti va s .
nos a finizamos. E pa ra lá ca rrega mos i ns ti tui çã o, na tura l mente tende a Coi bi r-s e ca da qua l de a ti tudes
toda a nossa herança de cos tumes e desaparecer, ou, ao contrário, não será exa cerbadas na s ma ni fes ta ções do
tendênci a s que a dqui ri mos no a Tercei ra Revel a çã o. cora çã o, pri ma ndo s empre pel o
pa s s a do, i ncrus ta ções na tura i s do Compreendendo a nos s a pos i çã o equilíbrio, s implicidade e a noni ma to
nos s o Es píri to em evol uçã o. di a nte desse a specto universalis ta da na s rea l i za ções , es s e é o dever de
Veja mos, portanto, no nosso mei o rel i gião que a braçamos, para s ermos todos .
rel i gioso, qual o comportamento que verda deiramente cri stãos na s ua mais Des neces s á ri o é a l a rdea r o que
devemos procura r vi ver, compa tível genuína a cepçã o, é mi s ter que, de fa zemos, pois as Entidades Amigas a o
com o do cri s tã o a utênti co. i níci o, nos des a peguemos i nteri or- nos so l a do tudo podem perceber e
mente da parte transi tóri a , mutá vel , a va l i a r s em di fi cul da des .
pa ra vi vermos i ntens a mente a A previ são e a progra ma çã o, com
1.2 Organizações Religiosas es sência dos ensinamentos de Jes us , a ntecedênci a da s funções e
“Porque onde estiverem reuni dos no nos s o convívi o rel i gi os o, s ob o res pons a bi l i da des de ca da col a -
doi s ou ma i s em meu nome, a í eu mes mo teto da ca s a es píri ta que bora dor, numa participação conjunta
es ta rei no mei o del es ” – Jes us . freqüenta mos . de i déias, s ão condi ções fra terna s e
Pa ra nos s i tua rmos di a nte da Em verda de, a vi vênci a com o di l igentes das atividades que s empre
condi çã o rel a ti va e mutá vel da s Cri s to i ndepende do l oca l que s e mul ti pl i ca m na s ea ra do Cri s to.
orga niza ções rel i gi os a s a tra vés da venha mos freqüenta r nos tra ba l hos A pontualidade e a dis ci pl i na nos
hi s tória, entendemos claramente que doutri ná ri os que rea l i za mos . Or- tra ba lhos, além do a prendiza do i ndi -
o nos so Mestre Jesus nã o i ns ti tui u, ga ni za mo-nos em grupos a fi ns , vi dual dos participa ntes na s ta refa s
por a s sim dizer, uma nova organização compa rtilhando dos mesmos des ejos i dea l i s ta s , s ã o condi ções de obe-
rel i gi os a que i ri a competi r com o de dedicação a o próximo, estreitando di ênci a e res pei to à s regra s es -
Juda ís mo rei na nte em Is ra el . El e os nossos laços de fraternida de, num ta belecidas com a inspiraçã o s empre
mes mo disse: “...não vi m destruir a lei convívi o fa miliar de ma i or extens ã o, pres ente dos Compa nhei ros Es pi -
ma s a el a da r cumpri mento”. porém, o objetivo central ainda é o de ri tua i s , que es tã o a pos tos , nos
Com o pa s sar dos a nos , o a va nço nos tra nsformarmos de dentro pa ra horá ri os es ta bel eci dos . Ordem e
do Cri s tianismo, i ni ci a l mente tra ns - fora . disciplina aumentam o rendimento
mi ti do a os homens , gra njeou os As orga ni za ções rel i gi os a s do que se produz para o Mestre,
cumes no Império Romano, s endo, a es píritas são neces s á ri a s como uma estimulando e valorizando os seus
pa rti r daí, i nstitucionalizado pelos seus decorrênci a jurídi ca , l ega l , s oci a l , servidores.
s eguidores na forma da igreja Católica coerente e obedi ente à s l ei s dos
Apos tól i ca Roma na . homens , porém va l e a i nda a qui
Conhecemos as l utas religios a s e l embra r a s pa l a vra s do Mes tre 1.4 Líderes Espíritas
a s reforma s s ofri da s em nome do Na za reno: “...dai a Cés a r o que é de “Quem qui s er s er o ma i or entre
Cri s to no tra ns correr da s época s Cés a r; dai a Deus o que é de Deus ”. vós , s eja o s ervo de todos ” – Jes us .
hi s tóri ca s . O tra ba l ho i dea l i s ta cri s tã o no Refl etem-se i gualmente no meio
Surge, no s éculo passado, o s ervi ço a o próxi mo é s us tenta çã o e rel i gioso es pírita, a s di sputas pelas
Es pi ritismo que, a ssumindo o ca ráter a poio s util aos propósitos evangélicos l i deranças de grupos, tão peculiares
de Terceira Revelação, como o i ndi vi dua i s de mel hora r-s e. no pa ssado, quando o domínio das
Cons olador prometido, vi rá res taurar cons ciências humanas preocupava os
o Cri s tianismo na s ua pureza primitiva. 1.3 No Centro Espírita poderes estabelecidos em ca da época.
Di a nte dessa posição, entendamos Depoi s do l a r, o convívi o com os Já entre os primeiros discípulos,
a Doutri na dos Es píri tos na s s ua s compa nhei ros de i dea l cri s tã o, no da s perguntas feitas ao Mestre, uma é
ca ra cterís ti ca s uni vers a l i s ta s , nã o centro espírita que freqüenta mos , é bem ca ra cterística: “... quem entre
a penas como uma i nstituição a mais e renova da oportuni da de de s ervi r a nós s erá o ma i or?”.
s i m como um movi mento cícl i co Jes us . Ao que Jes us res pondeu: “Quem
renova dor, da mais extensa amplitude, A Ca s a do Caminho, insta l a çã o de qui ser s er o ma i or entre vós , s eja o
em toda s a s di reções . ta refa a postól i ca , a col hendo i ndi s - s ervo de todos ”. Aí es tá o com-
Es s a colocação a berta e a mpl a do ti nta mente os doentes e desabrigados, porta mento a s er adotado por todos
Es pi ritis mo nos l eva a es ta bel ecer, reuni ndo no tra ba l ho cri s tã o os os cri s tã os que, na tura l mente, s e
pa ra nós mesmos, um comportamento di s cípul os da s pri mei ra s hora s , evi denci a m como l íderes entre os
di s ti nto da quel e que es ta mos s i mboliza a a tmosfera do a mbi ente a dema i s compa nhei ros .
ha bituados a ver: nos desprendermos s er ma ntido nas i nstituições es píri ta s O l íder a utênti co é certa mente
da exa gera da preocupa çã o com a dedi ca da s à a s s i s tênci a s oci a l e a quele que s abe habilmente conduzi r
ca s a es pírita, como orga ni za çã o de es piritual na semeadura do Eva ngelho. os grupos de homens numa di reçã o

200
INICIAÇÃO ESPÍRITA

projetadas em que a s ua opinião


s eja prevalecida, mas despertando no
grupo o desejo e a participação de
todos no objetivo maior: s ervi r a Jesus.
A pa l avra i nfluente e bem a r-
ti cul ada nas assembléias de cri aturas
que recebem os pri meiros chama-
mentos à ca usa do Mestre, pode
ma gnetizar e impressionar as massas,
no entanto, os discursos singelos, de
ens inamentos vi vidos no a mor e no
tra ba lho perma nente da s tra ns-
forma ções morais, tra nsmitem o
exemplo e as forças i mpulsionadoras
no objetivo primordial de cada homem:
a tra ns forma çã o de s i mes mo.
O res peito às i déias e opiniões dos
compa nhei ros de crença , na s
a ti vi dades exercidas em conjunto, sem
a s pressões i ndividua i s , ca l ca da s no
convenci mento de que s eja mos os
úni cos detentores da s verda des
es pi ri tua i s ou os excl us i vos porta -
vozes dos Ins trutores do Al ém, é
comporta mento que deve convi da r à
a ná lise os líderes nos meios es píri ta s
de nos s os di a s que a i nda tenta m
s ubordinar a outrem a a cei ta çã o dos
pontos de vi s ta pes s oa i s .
A Doutri na dos Espíritos é obra que
vem s endo edificada nos corações dos
homens a exempl o da pl a nta que
cres ce entre os a brol hos e o ma to
deteriorante e que, no decurso da s ua Emma nuel es cl a rece com mui to O fa natismo religioso caracteriza-se
evol ução, se eleva, sombreia e acolhe a certo: “Recordemos que o supre- pel a a cei ta çã o cega , res ul ta nte da
tudo o que, no tempo, se perdeu em mo orientador das equipes de ser- i ma turi da de i nteri or, do pouco
ba i xo, espalhando então, aos homens, viço cristão é sempre Jesus. Dentro conhecimento doutri ná ri o e, des s e
os frutos do seu valor. No entanto, não delas, a nossa oportunidade de algo modo, torna-se perigoso a o neófi to e
s ã o a cons el há vei s a s pos i ções fazer constitui só por si valioso a o própri o Es pi ri ti s mo. Mui tos
ra di ca i s de compa nhei ros que, na prêmio.” a cei ta m, s em a devi da a ná l i s e, a s
defesa dos postulados kardecistas, até É a i nda o a mor a forma que reúne comunicações tra zidas por médi uns ,
mes mo es quecem da tol erâ nci a a s únicas condições de harmoniza çã o em mui tos casos desequilibrados, que
rel i gi os a pa ra com o próxi mo, e da s cri a tura s e, em pa rti cul a r, com tra ns mitem cons el hos a bs urdos de
provoca m des uni ões na fa míl i a pri ori da de, a fa míl i a es píri ta . enti dades mistificadoras. A evolução é
es pírita. Ca recemos a i nda , no nos s o s empre lenta e s empre conqui s ta da
convívi o religioso, de estabelecer com 1.5 Fanatismo Religioso no tra ba l ho ínti mo, no es tudo e na
a mor e compreens ã o, os di á l ogos É mui to comum e compreensível a prá ti ca dos ens i na mentos cri s tã os .
fra ternos , a a feri çã o dos rumos eufori a que, de momento, os
doutri ná ri os em fa vor da ma s s a i ni ciantes na Doutri na dos Es píri tos 1.6 Intolerância Religiosa
obs cura que neces s i ta , pri nci - s entem e da í pa s s a m a vi ver os Entre a s manifestações do fanati s -
pa l mente, de caridade, entendimento pri meiros impulsos de tra nsforma çã o mo rel igioso, destacamos a i ntolerâ n-
e ori enta çã o pa ra Cri s to. rá pi da no s eu comporta mento, fruto ci a pa ra com a s dema i s rel i gi ões ,
Lembremos as pala vra s do nos s o do a ma dureci mento repenti no. O es quecidos que só o a mor cons trói e
Subl ime Mestre que, em prepa ra ndo entus i a s mo exa gera do i ni be a que os l a ços s uti s de fra terni da de
os di scípulos para a conti nua çã o da ponderação e o ra ciocínio nas atitudes independem dos aspectos externos, dos
s ua obra redentora , di s s e: e no fa lar. Achamos, nessa fase, que já forma lismos e dos rituai s rel i gi os os .
“E por mui to vos a ma rdes s erei s nos melhoramos da noite para o dia e, Jes us prega va e di s tri buía a
reconhecidos como meus discípul os ”. i nvi gi l a ntes , nos cons i dera mos ca ri dade a todos, sem pergunta r nem
Ai nda mui to di s ta nci a dos nos verda dei ros di s cípul os , embora os s eparar segundo o credo religi os o de
encontra mos des s a vi vênci a eva n- nos sos a tos sejam contrários à ra zã o, ca da um. A todos El e cha ma va de
gél i ca exa l ta da por Jes us . a o bom-s ens o. Irmã os .

201
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

Nã o deixemos que a i ntol erâ nci a mel hores conduções é vá l i da ; no pel a s eri eda de com que devemos
rel i gi os a nos envol va , cri a ndo enta nto, del i bera da mente, nã o enca rar os horários nas tarefas com o
s eparações entre quem quer que seja, devemos a ni nguém prejudi ca r, Cri s to, fa z-s e neces s á ri a ma i or
pri nci pa l mente no s ei o da própri a recorda ndo o res pei to à s i gua i s a ntecipação a os nos deslocarmos para
fa mília espírita. Preocupemo-nos com oportuni da des do nos s o próxi mo, o endereço aprazado, onde efetivamos
os frutos que possamos produzir, com a cei tando a derrota, qua ndo formos nos s o concurs o ca ri dos o. Pa ra o
o a mor que possamos uni r, poi s : “s ó preteridos, sem nos ema ra nha rmos Mes tre Amado, oferecemos s empre o
por mui to nos a ma rmos s eremos na s vi bra ções de revol ta ou de mel hor que pos s a mos da r.
reconheci dos como di s cípul os de i nconforma çã o. No trâ ns i to, temos excel entes
Jes us ”. No tra to com os nos s os s u- oca s i ões pa ra trei na r a nos s a
ba l ternos, mantenhamos os princípios vi gi lância, tra balhando interi ormente
2. O CRISTÃO NO MEIO PROFANO de jus tiça, de compreensão humana e pa ra não nos deixarmos cair na esfera
de profundo respeito, procurando em i rri ta nte em que a ma i ori a vi ve.
2.1. Introdução toda s as oportuni da des que formos Ma ntenha mos s empre o nos s o
Di fíci l é a conduta do cri s tã o no cha ma dos a a na l i s a r, i ns trui r ou equi l íbri o com os recurs os que o
mei o rel i gi os o de que fa z pa rte, e ori enta r qua nto a o procedi mento, Eva ngel ho nos oferece.
a i nda mais á rduo é o seu tra ba l ho no vi s a ndo despertar em todos o s entido
mei o profano, no mundo conturbado ma i s profundo da nossa exis tênci a e 2.4 Diante das Tentações
e de ma us cos tumes em que todos os compromissos i nternos de retidã o, Es ta s s ã o a s mel hores oportu-
vi vemos . honestidade, cordialidade, tolerânci a ni da des de tes ta rmos o nos s o
A conduta do cri stão, no enta nto, e a mor. forta l ecimento nos propósitos cristãos.
nã o pode s er dúpl i ce: uma pa ra A di sciplina e a ordem s ã o funda - É i mportante que estejamos vi gilantes
dentro da Casa Espírita onde tra balha menta i s em qua l quer a ti vi da de. A à s tenta ções que podem s urgi r: no
e outra , di s ti nta , pa ra o mundo oci osidade é nociva a o homem porque terreno dos i nteress es ma teri a i s , no
externo, ca mpo da l uta ma teri a l . do s eu tra balho depende uma parcela ca mpo da s pa i xões , na s es fera s de
Interiormente, as transformações reais na composição do produto fina l , cujo nos sas deficiência s ma i s recôndi ta s .
que, com o tempo, va mos va l or é calculado pelo esforço comum Imprevisíveis são a s oca s i ões em
conquistando, refletem-se igualmente di s pendi do. que nos vemos tenta dos a os ma i s
em todos os sentidos e direções , nos Na s oca s i ões em que nos va ri a dos a trativos que o meio profano
mei os onde convi vemos . É evi dente veja mos i mpel i dos a contra ri a r exerce s obre a s cri a tura s , embora
que s ofremos influências pesa da s no s uperi ores ou s uba l ternos que s a ibamos que essas tenta ções só nos
convívi o mundano, ma s nel e da mos venha m propor i nteres s es excus os , alcançam quando nos encontramos
ta mbém nossos maiores testemunhos, medi temos e a nalisemos com nos s o ao nível delas. Os es forços con-
poi s i gualmente exerce o cri s tã o s ua Mes tre Jes us e nos l i guemos a os juga dos nos di vers os s enti dos ,
i nfluência na tra nsforma çã o s oci a l e Ami gos Es pi ri tua i s pa ra nã o ocupa ndo-nos em s ervi r a onde
es pi ri tua l do pl a neta . Sã o res va larmos diante dos compromissos pos samos, dentro do meio rel i gi os o,
pri ncipalmente esses exempl os que que a bra ça mos . col oca m-nos fora dos i nteres s es
contri buem para essa transforma çã o. Mes mo s uperocupa dos e com cos tumeiros e, portanto, distanciados
No mei o rel i gi os o, nos a ba s te- exi güi da de de tempo, nã o encon- do domíni o da quel a s i nfl uênci a s .
cemos e fortalecemos a nossa vontade tra mos jus ti fi ca ti va s pa ra a nos s a
pa ra a l uta diária no mei o profa no e i mpa ci ênci a e o nos s o ma u-humor 2.5 Diante das Contendas
hos ti l a o qua l l eva mos o s enti do pa ra com aquel es que nos rodei a m Surgem s empre a s oca s i ões em
i dealista-cristão que queremos vi ver. pa ra a s ol uçã o dos probl ema s ou que a s di s cus s ões i nfl a ma da s ,
Di z-nos Emma nuel : “As mã os tra ba l hos que nos defronta m. a bra ngendo pri nci pa l mente a s
i ngra ta s e a s boca s i nfel i zes , os É, portanto, no trabalho material convi cções rel i gi os a s , pos s a m nos
cora ções enri jeci dos e a s a l ma s que dispendemos a maior parcela de envol ver no meio profano. Na maioria
doentes que nos cercam, cons ti tuem tempo, e onde podemos medir a da s vezes , em defes a dos nos s os
hoje a col hei ta de nos s a própri a nossa resistência e fidelidade aos pri ncípi os rel i gi os os , a s s umi mos
s ementeira de ontem no terreno do bons propósitos cristãos que pos ições pouco fra ternas, a té mes mo
des ti no.” desejamos manter na presente ofensivas. Perguntamos, então: é lícito
existência. nos di gl a di a rmos com pa l a vra s e
2.2 No Trabalho vi bra ções em nome do Cri sto? Até que
O des empenho de qua l quer 2.3 No Trânsito ponto nossa pal a vra veemente e de
funçã o de tra balho materia l que nos Entre os obs tá cul os da vi da a l to volume real mente i nfl uenci a rá
proporcione recursos necess á ri os a o moderna , o trâ ns i to ca da vez ma i s a quel es com quem entra mos em
s us tento fa miliar, a presenta , na vi da conges ti ona do, à toda hora vem contendas? A pa lavra serena , dentro
di á ria, i númera s oportuni da des de des afiando a nossa paciência e a nossa da s cons i dera ções a morá vei s ,
comprova rmos as tra nsformações que tol erâ nci a pa ra com o próxi mo. emi tindo muito mais compreens ã o e
o Eva ngelho de Jes us proces s ou em Comumente, justificamos os nossos tol erâ nci a do que ra ncor e
nos s a a l ma . a tra s os a os compromissos exa cerbação, certa mente penetra rá
No cl i ma de competi çã o em que doutri ná ri os pel os a tropel os que ma i s profunda mente, l eva ndo o
vi vemos , a l uta por ga l ga rmos encontramos no trâ nsito, no entanto, es clarecimento a os níveis s utis da

202
INICIAÇÃO ESPÍRITA

cons ciência, a exempl o da s emente 2.6 Nas Oportunidades de Servir i mpulso de amor, l eva ao necessita do
que, l a nça da a o s ol o, a gua rda a s Fi quemos a tentos à s oportuni - o forta l eci mento na fé perdi da ,
condi ções extríns eca s pa ra a s ua da des em que possamos singelamente renova -lhe as forças para a retoma da
germi na çã o a época oportuna . s ervi r com Jes us . Es s a preocupa çã o da ca mi nha da momenta nea mente
Di s se-nos o Di vi no Mes tre: “Nã o refl ete exatamente a exteriorização do i nterrompi da .
l a nceis pérolas aos porcos”. O que s e nos s o cora çã o, dos bens que, Sã o os ci rineus que, testemunha n-
a pl i ca bem a es s a s oca s i ões . pul sando dentro de nós , pel o a mor do a mi sericórdia do Pai, tra nsmitem a
O nos so conhecimento de causa e a que devotamos ao nosso Divino Pa stor, certeza da sua bonda de, no a mpa ro
nos sa segurança i nterior naqui l o que começa a i rradiar de dentro para fora , dos Seus Fi l hos .
a cei tamos não a penas em termos de na di reção dos nos s os s emel ha ntes . Ao que s erve, registram-se espiritu-
cul tura, mas que vi vemos no ínti mo, As oca si ões na vi da comum, em a l mente os crédi tos neces s á ri os no
refl ete-s e do cora çã o em onda s que pos s a mos exerci ta r a nos s a ba l a ncea mento da s dívidas
ma gnéticas que se fazem sentir pel os ca pa cidade de s ervir, s ã o rea l mente a cumul a da s . Sã o oportuni da des e
que nos cercam, sem haver mes mo a res gate, de a tenuação da s pena s , de
i numeráveis. O servir pode manifestar-
neces s i da de do mui to fa l a r pa ra proporções i gnora da s .
s e des de um ol ha r compreens i vo
convencer. Redobremos a nos s a vi gi l â nci a
Devemos evi ta r a s di s cus s ões à quele que passa por uma a fl i çã o, à ta mbém nas oportunidades de da r de
ca l oros a s , nã o des perdi ça ndo, no pa l avra de ânimo no momento exa to, nós mes mos em fa vor dos que nos
enta nto, as oportuni da des de col a - no ges to afável de sustentação para o i nterceptam a ca minhada, estendendo
bora r esclarecendo, quando pos s ível , ca ído no desfalecimento moral, ou no a s mã os . E a o s ervi rmos , gl ori -
s em esquecer que na a dmi ni s tra çã o a mpa ro ma teri a l a os que s ofrem fi quemos s empre Àquel e que tudo
dos bens do Senhor, a s a ti tudes tem fei to por nós , rel embra ndo a
pri va ções .
s everas muitas vezes s ubs ti tuem a s l egenda da i niciação eva ngélica “Servir
boa s pa l a vra s . O s ervi ço cri s tão como a nôni mo a Jes us , s ervi ndo a o próxi mo”.

58.
OS RECURSOS DO CRISTÃO

1. INTRODUÇÃO que dentro de nós mes mos s e à s a tra ções dos s eus i mpul s os
exercem, nessa disposição idealista de i nferi ores que, na conti ngênci a de
A Es col a de Aprendi zes do i dentificarmo-nos com o Eva ngelho de enca rnados, naturalmente sobre todos
Eva ngelho, em seu programa ba s i l a r, Jes us, os s entimentos ma ni fes ta dos s e exercem.
na s diversas etapas de forma çã o, re - em nós , es s es s ã o os mes mos de É hoje, a nos s o ver, ma i s di fíci l a
s ume um processo de prepa ra çã o de todos , que por el es pa s s a m na ba ta lha intima. À medida, porém, que
verda deiros cristãos, nos dias de hoje. ca mi nha da evol uti va . a cons ci ênci a s profunda é
É s em dúvi da , uma retoma da da No i níci o a s di fi cul da des s ã o des envol vi da em nós , pel a pers e-
a tmos fera em que vi vi a m os gra ndes, porque preponderam em nós vera nça no comba te que vi mos
s eguidores do Meigo Rabi de Na za ré, os há bitos mundanos, o envolvimento rea lizando com o a poio desta escola
nos pri mei ros tempos . da s atrações do meio, e hoje são el a s de Aprendizes do Eva ngel ho, l enta -
Na tura l mente que a s ci rcuns - mui to maiores da s que há doi s mi l mente va mos nos forta l ecendo e
tâ nci a s , os cos tumes , a s pres s ões a nos existi a m entre o povo hebreu. percebendo que a s i nfl uênci a s do
externa s do jugo roma no e da Os pa drões s oci a i s era m mui to mei o, nas ma i s va ri a da s forma s de
orga ni za çã o s a cerdota l juda i ca ma i s rígi dos , a conduta rel i gi os a tenta ções , vã o perdendo terreno e
na quela época, s ã o compl eta mente pres crevia obriga ções s evera s , bem a s s i m já nã o nos envol vem como
di s tintas das que hoje vi vemos , ta nto ma i s difíceis de s egui r do que a s de a ntes. A nossa consciência se ca pacita
na s ua amplitude como na intensidade hoje nas religiões formais. A l iberdade e nos s o domíni o s e a mpl i a , a té
em que s e a pres enta va m. de cos tumes na vi da moderna atua l e chega rmos ao ponto de tornarmo-nos
No enta nto, i nteri ormente, a s a mpla e difundida no mundo i ntei ro s enhores de todos os nossos i mpul s o,
vi vênci a s do Es píri to, na s s ua s exercendo, porta nto, uma enorme ma ntendo-os s ob nos s o control e.
tra ns formações crescentes, a s l uta s fa ci lidade a o homem de entrega r-s e A s i tua çã o da quel e que já des perto

203
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

pa ra o i dea l de s egui r o Mes tre da refl exã o dos nívei s de nos s a es ta bel ecermos a s i ntoni a com os
Ga l iléia, procura vi ver o Cri s ti a ni s mo cons ciência e, não ra ro, s enti mos os Pl a nos maiores que s ustentam todo o
em s ua pureza , é de perma nente efeitos das depres s ões ínti ma s , s ob tra ba l ho redentor dos homens em
comba te, não s ó aos i mpulsos íntimos forma de profundos a ba ti mentos , nos s o Pl a neta .
da condição huma na em tra ns i çã o, des â ni mos , que nos fa zem tã o Entra r em prece é cons egui r um
ta i s como: orgulho, va idade, egoísmo, i nfelizes, mesmo porque veri fi ca mos es ta do ínti mo de a proxi ma çã o
a gres s i vi da de, ma l edi cênci a , etc., que a inda tã o fracos e i ncapa zes nos vi bra tóri a com a s onda s emi ti da s
como ta mbém contra a s i nfl uênci a s a cha mos, a o ponto de estarmos sendo pel os Tra balhadores Es pi ri tua i s que
externa s e a mbi enta i s , de toda pres as fáceis das tenta ções . Nes s a s vêm tra ns forma ndo, a mpl i a ndo,
es pécie, que nos i nduzem a dar va zã o queda s , a bri mos a s porta s à s gra da tiva mente o ca mpo de i rradiação
a os i mpul s os a ni ma i s que em nós enti dades que compartilham conos co no nos s o Orbe.
a i nda s ubs i s tem. da s s ens a ções que ta mbém a s E i mporta nte a dqui ri rmos o
Al ém des s es doi s ca mpos de a tra em. conheci mento e a prá ti ca do
influências: interior e exterior, levamos Ta nto as vi brações negativas como meca nis mo de como proceder pa ra
em conta as influências invisíveis, com o envol vimento es pi ri tua l de ba i xo a ti ngir a quele relacionamento com a s
a s quais, pel a s l ei s de a tra çã o, nos teor nos des ga s ta m, cons umi ndo Es feras-Espirituais, que cons egui mos
s i ntonizamos (em planos vi bra tóri os mes mo as energias físicas e, portanto, em es ta do ínti mo de prece.
ma i s denso) a tra i ndo enti da des de enfra quecendo a nos s a res i s tênci a . A prece é o mei o de l i ga çã o da
s emel ha nte pa drã o que pa s s a m a Senti mo-nos ca ns a dos , a rra s a dos , cri a tura com o Cri a dor e o que
l i ga rem-s e a nós num proces s o de des falecidos. Nes s e es ta do d’a l ma , rea l mente pode estabelecer esse el o
s i mbiose ou parasitismo. É uma outra a quel es i rmã os es pi ri tua i s que é, s em dúvi da , a s i nceri da de dos
moda li da de de i nfl uênci a que a ge a tra ímos e que usufruem das nos s a s nos sos propósitos, o reconheci mento
s orra teiramente em nos s os pontos i nferi ori da des a ni ma i s , ga nha m do rel ativo grau evolutivo em que nos
fra cos , precisamente quando, de boa terreno e, s ob forma hi pnóti ca , a cha mos e o gra nde des ejo que
bondade, nos dispomos a mel hora r, procura m nos dissuadir dos propósitos a l i menta mos de a ti ngi r des pre-
i ngres s a ndo numa Es col a de eva ngélicos que queremos s egui r e, tens iosamente nívei s ma i s a l tos . Na
Aprendizes do Eva ngel ho. Sujei to a da í, os pensamentos de a ba ndona r o prece, nos des poja mos de qua l quer
es sas influências, o aprendiz, algumas i deal cristão, de não mais freqüentar a forma l i da de e nos a pres enta mos
vezes , poderá ceder e ca i r, ma s Es cola de Aprendi zes toma m forma , como rea l mente s omos , de cora çã o
mes mo tombando, a dispos i çã o é de nos l eva ndo mui ta s vezes , a dei xa r a berto, de espírito humilda, penitente,
cons tante l uta, pa ra obter i medi a to tudo. a o Pa i que tudo vê e tudo sabe s obre
reerguimento, conhecendo assim cada O pi or é que ficamos convenci dos a s nossas necessida des . E, “nã o s erá
vez mel hor a s s ua s debi l i da des e de que essa é a melhor s olução e que pel o muito falar que s eremos ouvidos”,
exercendo o esforço necess á ri o pa ra a deci s ã o é a certa da e de nos s a ma s pelo que realmente cons i ga mos
vencê-l a s , o que nã o é mes mo tã o própri a vonta de. emi tir em teor vi bratório espontâ neo,
fá ci l. Na queda, o ânimo, não pode ser O i deal, a força s us tenta dora do s i ncero, profundo, do nos s o i nti mo.
venci do e o a ba ti mento na tura l do nos s o bom propós i to de l uta , é Qua ndo na s ol i dã o de um
cri s tã o di a nte do erro deve s er rea l mente o alimento que precisamos a pos ento, no s i l ênci o do nos s o
s upera do pel a convi cçã o de que o bus car, para manter em nosso Espírito Es píri to, nos recol hemos pa ra o
es forço de reerguer-s e é que nos a cesa a Chama Divina que ilumi na a s momento de prece, de i níci o s ere-
robus tece e, porta nto, a umenta a treva s da i gnorâ nci a e l i berta os na mos a a gi ta çã o que porventura
nos s a ca pa ci da de de res i s ti r à s homens. Esse é o primeiro recurso do es teja tumul tua ndo os nos s os
tenta ções , exerci ta ndo-nos em cri s tão, o alimento espiritual, a l uz do pens a mentos e, na toma da de
perceber a s s uas i númeras s utilezas i dea l que ma ntém o â ni mo e a control e do nos s o eu, va mos nos
e di s fa rces . cora gem na ba ta l ha da s nos s a s domi na ndo e des contra i ndo,
As tentações constituem testes de i nferi ori da des . s erena ndo a mente, rel a xa ndo os
prova , fortalecendo o noss o Es píri to As quedas poderão ocorrer, é uma mús culos e, a ssim, passando a s enti r
no a prendi za do e col a bora ndo na s condi ção do nosso es tá gi o evol uti vo, ma i s profunda mente a ca l ma e a
tra ns formações da quel es Es píri tos porém o bom â ni mo nã o pode s er tra nqüi l i da de.
que s e vi ci a ra m em us ufrui r dos perdi do, o esforço em s air do domíni o Des s e modo, s ua vi za mos a s
nos s os a pegos à ma téri a . da s atrações do corpo, a di s pos i çã o nos sas vi brações, conseguindo entra r
De que meios ou recurs os pode o perma nente de l utar para melhorar-se, em fa i xa s de onda s ma i s a l ta s ,
cri s tã o uti l i za r pa ra defender-s e i s so não podemos deixar de sustenta r, a l cançando, a ssi m, a s i ntoni a com o
da quel a s i nfl uênci a s ? ma nter. Sem es s e a l i mento nos nos s o Protetor pes s oa l e, ta mbém,
Veja mos objetivamente quai s s ã o fa l ta rã o a s força s pa ra o bom pos s i bi l i ta ndo a El e, mel hor s e
el es . comba te. a proxi ma r e nos envol ver. Nes s a
Ma s como poderemos recorrer e a tmos fera , pros s egui mos nos
2. A CHAMA DO IDEAL a l cançar a s Fontes Alimenta dora s da el evando e buscando a gora a l i ga çã o
Nos deslizes e nas quedas em que Cha ma des te i dea l ? com os compa nhei ros es pi ri tua i s
i ncorremos nas experiências de nossa enca rrega dos da s ta refa s de
pres ente vi da , de i medi a to, nes s a s 3. A PRECE s egurança e de proteçã o, a os qua i s
oca s i ões , s omos a ti ngi dos pel a A prece é um dos mei os pa ra recorremos e, depoi s , bus ca ndo

204
INICIAÇÃO ESPÍRITA

Aquel es com quem ma i s nos pa sse, é coadjuvado pelo próprio emoci ona ndo o cora çã o e nos
a fi ni za mos . Pros s egui ndo a s s i m, ba nho higienizador. di s pondo a o tra ba l ho com â ni mo
va mos entã o emi ti r a Prece da s novo. Des s e modo, a l ei tura eva n-
Fra ternidades, a qual sempre fortalece gél ica deve, de preferênci a , s er fei ta
a i nda mais o estado de s ubl i mi da de 5. AS LEITURAS EVANGÉLICAS em a mbiente calmo e s i l enci os o. Ao
d’a l ma que a ti ngi mos . Da í, entã o Uma outra conduta , pa ra a bri r o l ivro, muita s vezes a o a ca s o,
l i gamo-nos com Isma el , em s egui da ma ntermos a chama do i dea l a ces a mentalizamos o nosso Amigo Protetor,
com o cora çã o a moros o de Ma ri a , e em nós , é a l ei tura di á ri a de uma e s olicitamos, nessa oportuni da de, o
fi nalmente chegamos a Jesus, a quem pá gi na eva ngél i ca , dos l i vros es cl a reci mento pa ra o momento,
roga mos que nos l eve ao Pai, onde nos a propri a dos com que, em gra nde a l gumas vezes difícil, que es teja mos
a l i menta mos da s energi a s que número, a Doutrina Espírita conta em vi vendo. E, quas e s empre, a pá gi na
ca recemos pa ra pros s egui r na l uta , nos s o pa ís . a berta é aquel a ma i s a dequa da a o
fa zendo os nossos a pel os , vi bra ndo A l ei tura , no enta nto, deve s er nos so estado d’alma e a lição penetra
i gualmente por todos os que se achem rea l i za da com o cora çã o a berto, como um bá l s a mo s ua vi za nte,
na s mesmas condições e completando vi bra ndo no des ejo de a s s i mi l a r os a cendendo a cha ma do i dea l ,
a s vi bra ções , dentro do rotei ro conhecimentos. É mais uma oca s i ã o conduzi ndo-nos à retoma da do
conheci do. Fa zemos o nos s o em que a s i nceri da de dos nos s os ca mi nho a percorrer.
a gra deci mento e termi na mos propós i tos deve es ta r pres ente, Nes s e es ta do de el eva çã o,
s ua vemente guardando com ca ri nho i mpulsiona ndo a nos s a vonta de de a na lis emo-nos tã o profunda mente
a s energi a s recebi da s . modo fi rme. qua nto pos s ível , pa ra encontra r os
Com a prece, abastecemos o nosso Ao l er, es ta bel ecemos s i ntoni a pontos de nos s a conduta a s erem
Es píri to e res ta bel ecemos o nos s o como pens a mento do a utor, e a s corri gi dos à l uz do Eva ngel ho. E
â ni mo no i deal a braçado. Retomamos i ma gens que as palavra s es cri ta s nos nes s a s oca s i ões , emi ti mos onda s
a ca mi nha da e pros s egui mos no tra ns mitem, desencadeiam em nos s a vi bra tórias que a lcançam os ma i s a l -
tra ba lho que certamente a presenta rá mente onda s renova dora s , s eme- tos pl a nos que a nos s a condi çã o
mui tas outras oportunidades de l uta l ha ntes à i nduçã o el etroma gnéti ca , evol utiva nos permi te a ti ngi r, reco-
pel a frente. s ens i bi l i za ndo o nos s o Es píri to, l hendo a s energias s ustentadoras do

4. O AUTOPASSE
O a utopa s s e é um dos recurs os
efetivos, de resul ta do i medi a to nos
di a s atuais, como meio de autodefesa,
à s i nvestidas vi bratórias pes a da s , à s
qua i s es ta mos s ujei tos a o i ngres -
s a rmos nos mais diferentes a mbientes
que encontra mos em tã o gra nde
número. Os fluidos densos e vi s cos os
podem momentanea mente i mpreg-
na r-nos, ca usando mal-esta r, dor-de-
ca beça, peso, abatimento, ca ns a ço e
outros va riados sintomas, bloqueando
o fl ui r da s energi a s es pi ri tua i s e
cós micas a través dos nos s os centros
de força .
Nes s a s ocorrênci a s , podemos
uti l i za r com bons res ul ta dos o
processo de auto-pas s e, o qua l , nos
ca s os de emergência, a plicamo-nos a
qua lquer hora e lugar, s e preci s o for.
Os deta l hes de como efetua r o
a uto-pa s s e s ã o i ndi ca dos no Li vro
Passes e Radiações, de Edgard Armond,
Edi tora Al i a nça .
Qua ndo a plicado o auto-pass e em
nos sa residência, devemos es col her
l oca l reserva do, limpo e s ilencioso, até
mes mo à hora do ba nho. A á gua ,
s a bemos , pos s ui condições
ma gnéticas de limpeza, a tua ndo na s
i mpregna ções de fl ui dos pes a dos ,
di ssociando-os e el i mi na ndo-os do
nos so perispírito. Desse modo, o a uto-

205
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

nos so Es pírito, robustecendo-o na luta, ca pi ta l i za ndo o s eu tra ba l ho em A uti l i za çã o des s e recurs o,


mel horando o nosso acesso à escalada méri tos , de es ti ma do va l or, na col ocados à disposi çã o dos cri s tã os
de vol ta a o Pa i Cri a dor. s us tentação e na proteção a o es forço das últimas horas, é trabalho prioritário
Em oca s iões como essas, o nosso de mel hora r-s e. a rea lizar, entre as quatro paredes que
Es pírito, num i mpulso s util, va i As oportunidades de tra ba l ho a o hoje a proxima m os endi vi da dos de
l entamente desabrochando para as próxi mo são recursos ofereci dos a os ontem.
vi vências mais sublimes, l ibertando-se, Cri s tã os, ajudando de modo palpá vel ,
porta nto, das amarras da inferioridade. como a poi o de que todos ca recem
Entre os recursos que têm sido pa ra o s uces s o des eja do na s 8. AS ESCOLAS DE APRENDIZES
proporcionados a os cri stãos, no meio conqui s ta s es pi ri tua i s . DO EVANGELHO
es pírita, os numerosos l i vros e As Es col a s s ã o um dos recurs os
mensagens dos Espíritos, constituem- oferecidos não s ó como progra ma de
s e num verdadeiro a rsenal de munição 7. O EVANGELHO NO LAR eva ngel i za çã o, ma s ta mbém como
pa ra o bom combate. E, a o l embrar as O convívi o no s ei o fa mi l i a r é mei o de a poi o es pi ri tua l a os s eus
pa l avras do Mestre Ama do: “muito oportunidade de reencontro e acertos freqüenta dores . Os encontros s e-
s erá pedido a quem muito foi dado”, do pa s s a do. Em nos s o a mbi ente ma nais com os companheiros de ideal
s entimos de forma bem cl ara a domés ti co ta mbém perma necem e o envol vi mento dos Ami gos
enorme responsabilidade que pesa conos co a queles Espíritos que, a i nda Protetores, nos alimentam e renova m
s obre os nos s os ombros . condi cionados às esferas astrais a eles os nossos propósitos ma i s el eva dos .
a fi ns , e l i ga dos a nós por com- Todos os que pa rti ci pa m da s
promi ssos de outras existênci a s , vêm Es colas proclamam a sustentação que
6. AS OPORTUNIDADES DE cobra r a s dívi da s que contra ímos recebem naqueles di a s , de tã o a l to
TRABALHO AO PRÓXIMO qua ndo juntos es ti vemos . Sã o os va l or pa ra os es forços que
O s ervi ço cri s tã o na s ta refa s de des lizes no ca mpo do s enti mento ou des envol vemos no bem. Por i s s o
a s s i s tênci a a o próxi mo é um dos dos i nteresses ma teri a i s que s omos mes mo, é que s e recomenda a
recurs os que proporciona s ustentação cha ma dos a qui ta r. pontua l i da de e a a s s i dui da de.
a todo a quel e que s e dedi ca de- Aquel es a mi gos de outrora , no Vi s a -s e o mel hor benefíci o
s i nteres s a da mente a o tra ba l ho do enta nto, inconformados com as novas tra ns mi ti do a os a prendi zes e a os
Cri s to. di s posições no bem que des eja mos s ervi dores, além de, a o i ncenti vo de
Qua ndo, espontaneamente, dentro cons trui r, s ervi ndo-s e de todos os nã o faltar às a ulas, dar-lhes condições
de nós , s enti mos que nã o nos mei os a o s eu al ca nce, procura m nos de vencer o comodi s mo e a s
conforma mos em perma necer i nduzir a permanecer no estado ocioso i ncl i na ções i nduzi da s pel o pl a no
a comodados na i ni qüi da de e des e- do pretéri to. Contra i s s o devemos es piritual inferior, na s tenta ti va s de
ja mos i ntens a mente pa rti ci pa r da l uta r, como já vi mos , contra um enfra quecer s eu i dea l cri s tã o.
ta refa que o mei go peregri no conti ngente de influência s , na s ma i s Na eferves cênci a s dos s enti -
exemplificou, estamos res pondendo va ri a da s forma s de tenta ções , da s mentos que dominam as criatura s no
a os apelos íntimos do nos s o própri o qua i s devemos nos l i berta r pa ra mundo atual, inclinando-as muito mais
Es píri to, que começa a despertar para progredi r. à s s ensa ções fá cei s e a os pra zeres
os propós i tos ma i s a l tos . É a O Eva ngelho lido e comenta do no l i vres, o ambiente da s es col a s é um
necessidade que, de modo na tura l , a conchego do lar é um va lioso recurso verda deiro oásis a o vi ajor sedento, a o
ca da um va i s enti ndo, de pôr em de es clarecimento para todos com os peregri no que vem bus ca ndo o
prá ti ca a ca ri da de ens i na da . qua is convivemos, ta nto no círculo dos a l imento para o s eu Espírito já sensível
O a to ca ridoso em si, deve revestir- enca rnados, como pa ra o grupo dos e desperto para as luzes es pi ri tua i s .
s e da emanação de amor que pulsa no des encarnados. Nessas oportunidades
cora çã o do s ervi dor; do contrá ri o, em que nos reuni mos , os Ami gos
mui to pouco, ou qua s e na da , Es pi rituais que nos a juda m no bem, 9. AS VIBRAÇÕES COLETIVAS
es taremos realiza ndo efeti va mente. têm mel hor a cesso a todos, vi s ívei s e DAS 22 HORAS
Es s as irradiações s utis que emi ti mos i nvi síveis, e tra balham i ntens a mente Qua ndo nos l i ga mos todos , à s
têm o poder de envolver e des perta r procura ndo toca r a s ens i bi l i da de e 22:00 hora s , nas Vibrações Col eti va s
a s cri a tura s a s s i s ti da s pa ra a demovê-los dos propósitos vi ngati vos pa ra o Bem Universal, es ta be-
cons ci enti za çã o de que a dor é o ou dos ra ncores perma nentes . l ecemos a nos s a s i ntoni a com a
correti vo do Es píri to. E l ogo, com- O tra balho de eva ngel ho no l a r é Cúpul a Protetora dos elevados ideai s ,
pl eta mos o tra ba l ho mos tra ndo o s empre aconselha do mes mo que s e cujos Es píri tos i ntens a mente tra -
ca mi nho: O Eva ngel ho de Jes us . res tri nja a uma única pessoa , poi s a s ba l ha m no nos s o Orbe, na i m-
As s i m é a ori enta çã o do tra ba l ho: pa l avras de verda de ens i na da s por pl a ntação do Eva ngel ho de Jes us . E,
eva ngelizar, eva ngeliza r, eva ngel i za r. Jes us , qua ndo a rti cul a da s , fa zem com o Es píri to do nos s o a morá vel
Aquele que dá , nes s e pa drã o de res s oar as vi brações tra nsformadora s benfei tor Bezerra de Menezes ,
a mor, emite energi a s e es ta bel ece que progressivamente vã o a ti ngi ndo l eva mos as nossas vi brações à Casa de
i ntercâ mbi o vi bra tóri o com a s ma i ores nívei s de a cumul a çã o, Bezerra, i ns tituição do Plano Espiritual
enti da des que a s s i s tem a es s a s repercuti ndo os s eus efei tos que neces s i ta m de a uxíl i o e
a ti vi dades cri s tã s , a l i menta ndo-s e, edi ficantes s obre todos deba i xo do enca mi nha mento es pi ri tua l .
i gua l mente, de nova s energi a s e mes mo teto. Nes s e tra ba l ho di á ri o, qua ndo nos

206
INICIAÇÃO ESPÍRITA

recol hemos alguns minutos a ntes da s de energias s us tenta dora s que nos e à conti nui da de do tra ba l ho que
22:00 hora s , mantemos inicialmente a a l imentam na ta refa que a bra ça mos . es tamos realizando em nos s os di a s .
nos s a l i ga çã o vi bra tóri a com os Depois, naquel a projeçã o di ri gi da à Va mos, assim, ta mbém com es s e
compa nheiros e dirigentes encarnados Ca s a de Bezerra, pedimos, no fi na l , a recurs o, nos a poi a ndo e nos
da ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉ- permi s s ã o pa ra que ta mbém pos - s us tenta ndo mutua mente, pa ra o
LICA e dos s eus Grupos Integra dos . s a mos receber uma parcela daquel a s nos so tra balho comum de s ervi ço a o
Es ta belecemos, a ssim, o i ntercâmbio vi bra ções, tã o necessária s à fi rmeza próxi mo, s ervi ndo a s s i m a Jes us .

59.
INICIAÇÃO ESPIRITUAL

1. INICIAÇÃO ESOTÉRICA Qua ndo é admitido nesta clas s e, o com es cala pelo que conhecemos com
No mundo oci denta l a i ni ci a çã o ca ndi da to i ni ci a o es forço pro- os nomes de atençã o, concentra çã o,
es pi ri tua l , em qua l quer da s s ua s gra ma do e, por si mesmo, des i s te s e medi tação, contemplaçã o, êxta s e ou
fi l i a ções , a compa nhou o regi me perceber que nã o es tá à a l tura do s a ma dhi .
a dotado pelos egípcios e pelos hindus , cometi mento. A regra gera l é que o mes tre i n-
conqua nto a pres ente um ma i or Na iniciação Espírita não há esse di ca o ca mi nho, ma s nã o revel a
des envolvimento no campo intelectual; rigor eliminatório porque a s egredos ou fórmulas maravilhosas ou
es se regime é o de a uto-rea l i za çã o, tolerância intervém em grande es peta cul a res : os “chelas” é que
de s acrifícios e de renúnci a s s obre s i parte, permitindo sempre novas devem des cobri r mei os , a pl i cá -l os ,
mes mo e s obre o mundo ma teri a l , tentativas, mesmo porque, nesta des envol vê-l os e conqui s ta r os
vi s a ndo a dqui ri r poder e conhe- altura, não se trata de formar conheci mentos por s i mes mos .
ci mento, a l vo es te que nã o é o do indivíduos psiquicamente pode- Por i s s o, entre eles l ogo s e defi ne
Es pi ri ti s mo. rosos mas, simplesmente, espiri- uma hi era rqui a na tura l , uns s e
Há nes s a s dua s i ni ci a ções tualizados, evangelizados. a di antando, outros s e atrasando; uns
pri mi ti va s , vá ri os gra us de a pren- Na Índia, s em mente sã, corpo sã o, a s s i mi l a ndo ma i s que outros e
di za do; ci ta remos a qui a cl a s s i fi - a l ta mora l i da de e cos tumes di s - a ti ngi ndo gra us ma i s el eva dos em
ca çã o e os graus de i ni ci a çã o hi ndu ci pl inados , nenhum “chela” va i pa ra tempo ma i s curto.
que, justamente, é a que es tá ma i s di a nte. Por i s s o, o número de dis-
a proxi mada da s prá ti ca s oci den- cípulos aceitos é s empre reduzi do e,
ta i s . cons eqüentemente, torna m-s e ca da
Há 5 gra us de i ni ci a çã o e es ta vez ma i s raros aqueles que a ti ngem Pa ra o hi ndu o discípulo do 1º
começa no de discípulo. os gra us s uperi ores . Grau é cha ma do “O homem er-
Os di scípulos s e grupa m em dua s No Es piritismo os ca ndi da tos s ã o rante”; uma vez entrado no ca mi nho
ca tegorias que s ã o: a dos discípulos a cei tos com ma i s l i bera l i da de e da i niciação ele não possui ma i s ca s a
aceitos e a dos probatórios. tol erâ nci a , nã o s e exi gi ndo, por porque não deve ma i s cons i dera r a
Os “chelas” aceitos s ã o a quel es exemplo, a saúde perfei ta porque s e Terra como s ua ha bi ta çã o perma -
que, pos s ui ndo a s qua l i da des s a be que os di s cípul os nã o vã o s er nente. Pa ra o budi s ta é “O homem
necessárias, foram i ncluídos no grupo s ubmetidos a provas físicas vi olenta s , que entrou na corrente”.
de discípulos que s eguem a própri a s dos métodos des a con- No 2º Grau o di s cípulo é cha ma do
ori entação de um determinado “guru” s elháveis que levam à escravização do “Kentichaka”, i s to é, o que constrói
ou mes tre, passando a fazer pa rte do corpo fís i co, como s e veri fi ca , por sua cabana, o que edi fi ca s eu
s eu “a s hra m”, que é o mes mo que exempl o, na Ioga e no Fa qui ri s mo. a mbiente de paz. Pa ra o budi s ta é o
es col a , comuni da de, fa míl i a . A ba se do processo i niciático hindu, “Sakadagamin”, i s to é, a quel e que
Os “chelas” probatórios s õ a queles como era o egípci o, é s empre o rena s cerá s omente uma vez.
que s i mpl es mente es tã o na fa s e des envol vi mento de fa cul da des Nes s e gra u, o di s cípul o já foi
prepa ra tóri a , como a s pi ra nte a o medi úni ca s , s ubmetendo-s e os i ns truído s obre os mi s téri os da
di s cipulado, passando pelas prova s e a s pi ra ntes a prá ti ca s de di s ci - Na tureza, das religiões e das ciências e
experi ênci a s neces s á ri a s . pl i namento e desenvolvimento mental, pa ssou por a prendizados s uces s i vos .

207
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

Pa ra a ti ngi r es te gra u, tem que Ana gamin, i s to é, a quel es que nã o Os doi s pri mei ros gra us s ã o
demonstrar ter conquistado as quatro ma i s rena s cem. rea lizados na Escola de Aprendizes do
s egui ntes vi rtudes ou perfei ções : No 4º Grau o di s cípul o, pa ra o Eva ngelho e o último na Fraternidade
1 – Conhecimento da verdade: hi ndu, é o Santo “a quele que já es tá dos Discípulos de Jesus, em que
fora da verdade tudo é tra ns i tó- a l ém do Eu”; move-s e nos três todos os discípulos devem se es força r
ri o, i rrea l ; É Ma ya – a i l us ã o; mundos (físico, astral e menta l ) e os pa ra vi ver des s a forma , exem-
2−Impassibilidade: i ndiferença es plendores do mundo ma teri a l nã o pl i ficando o Eva ngelho e executando
em rel ação a os frutos das a ções, ma i s o seduzem. Pa ra o budi s ta é o o ma i s que l hes for possível, a vontade
s em a bandono, entretanto, dos Artha t, o Venerá vel . do Cri s to pl a netá ri o.
deveres s ociais. Superação dos Fi nalmente no 5º Grau, o di s cípul o Na Es cola de Aprendizes foi fei ta a
i mpulsos. é o Jivamukta – o s er de vi da l i vre prepa ra çã o de corpo e es píri to nos
3 − Posse dos seis seguintes – e pa ra os budistas é o As eka, i s to doi s graus i nferiores; as mentes foram
predicados: é, o que nã o tem ma i s na da a es clarecida s e regra s fora m da da s
Sama – Domínio dos desejos e a prender: entra no Nirvana como pa ra a puri fi ca çã o do corpo, di s ci -
emoções. Es píri to l i vre. Al i termi na m a s pl i namento de há bi tos e cos tumes ,
Dama – Di s ciplina do corpo; a s cens ões huma na s dos mundos comba te a os vícios e defeitos mora i s .
Uparati – Renúncia a i nteresses i nferiores; a cima dele s e estendem a s Entreta nto, como a maioria ainda nã o
domésticos e fa mi liares sem coortes de seres poderos os que nã o a ti ngi u um ponto s a ti s fa tóri o de
contudo a bandono de deveres no s ã o ma i s huma nos . el eva çã o, todos os que a qui s e
l a r; renúncia e seitas religiosas; Es tes últimos es tã o grupa dos em encontra m, s ã o a s pi ra ntes a o
Titiksha – Abnegação. Domínio do ci nco comuni da des , ha vendo três di s cipulado, s emelhante a di s cípul os
egoísmo, do personalismo e centros de a depta do, i s to é, de proba tóri os .
des prendimento dos bens do forma ção de a deptos , no Ti bet, em No des envolvimento da i ni ci a çã o,
mundo: Gobi e no Hi ma va t. nes te gra u os di s cípul os i rã o
Samadhana – Cons tâ nci a no Os a deptos estão es pa l ha dos por recebendo i nstruções a res pei to da s
s entido de s atisfazer o mundo na s todo o mundo, vivendo isolados ou di - prá ti ca s neces s á ri a s a o a pri mo
s ua s exi gênci a s e vol ta r à vi da ri gi ndo fra ternidades iniciáticas de di - ramento espiritual e, ao mesmo tempo,
i nterna s i s tema ti ca mente; ferentes aspectos ou filiações religiosas. a l a rga ndo os hori zontes dos s eus
Sradha – Confi ança no mestre e em conheci mentos i ntel ectua i s .
s i mes mo, s em fa na ti s mo, ma s 2. INICIAÇÃO ESPÍRITA Em todos os ca s os , como pre-
ra ci onalmente, busca ndo s empre O Es piritismo nã o a dota nenhum pa ra ção à iniciação ma is a va nçada ,
comprova ção dos fatos, fenômenos des tes títul os , nem es s a ri goros a é i ndi s pens á vel s egui r a s regra s
e progres s os a l ca nça dos . hi erarquia de i niciação, como também s eguintes destinadas à purifica çã o do
4 - Anelo pela vida espiritual nã o a dota o regi me de s egredo, corpo e espírito. Essas regra s vêm da
superior: i s to é, des ejo de i nva riavelmente uti l i za do por toda s necessidade do discípulo s e aparelhar,
i ntegrar-se na vi da maior do es s a s fra terni da des . ta nto no campo i nti mo e i ndi vi dua l
Cos mo, a l argando s eus hori- Tendo em vista os imperativos como no exteri or e col eti vo, pa ra o
zontes face a o conhecimento da evangélicos que caracterizam suas exercíci o de uma conduta reta e
uni dade em Deus. atividades religiosas e julgando perfei ta .
Es ta s quatro perfeições devem s er necessária a iniciação, para se dar
conqui s ta da s pel o di s cípul o com cunho mais rigoroso, metódico e
es forço própri o, fa zendo fa ce a os idealista ao esforço do espiri-
Há um a xioma iniciático que di z: o
entra ves que vêm do carma individual, tualização individual e coletiva, foi
mestre não faz o discípulo; este é
res gata ndo a es te e l i berta ndo-s e. criado na FEESP um sistema de que se faz a si mesmo. O budista diz:
iniciação em três graus, a saber: o mestre somente aponta o
aprendizes, servidores e discípulos.
caminho. No Es piritismo isto pode s er
Aprendiz é o que s e i ni ci a 1º confi gura do na s fra s es : “A cada um
Os pertencentes a este grau filiam- gra u, fa zendo as primeiras tenta ti va s será dado segundo as suas obras”.
s e a quatro grandes divisões e passam de bus ca do ca mi nho; servidor é
“Muitos serão os chamados,
a pertencer à Fraternidade Oculta a quel e que es tá cons trui ndo s ua
poucos os escolhidos”.
Universal. mora da nos planos de Luz, s ervi ndo Qua ndo o Es píri to enca rna com
a o próximo com s enti mento de
ta refa s a des envol ver no ca mpo
perfeita caridade; e discípulo, a quel e es pi ri tua l , qua ndo já evol ui u em
que a s s umi u compromi s s os de enca rna ções a nteri ores , ou, fi na l -
rea l i za r na Terra os tes temunhos
Na i ni ci a çã o do 3º Grau s eus mente, quando é um dos “escolhidos”,
neces s á ri os à confi rma çã o dos
membros s ã o conheci dos s i m- el e abre caminho por s i mes mo, com
ens i na mentos do Di vi no Mes tre;
bol i ca mente como – Cisnes – o s egurança e decisão e atinge os gra us
aquele que tendo compreendido o
pá ssaro da vi da, que toma s eu vôo no i ni ciáticos, quer dizer, a bsorve conhe -
Evangelho, dispõe-se a viver
es pa ço; s ã o ta mbém – O Stamsa − ci mentos cada vez mais a mpl os , com
segundo os seus ensinamentos,
“a queles que concebem a uni da de”; rel a tiva facili da de porque, s egundo
superando as tentações, conve-
pa ra os budi s ta s s ã o cha ma dos outro a xi oma , “o a depto já na s ceu
niências e comodidades do mundo. a depto”, i sto é, já tra z em s i mesmo

208
INICIAÇÃO ESPÍRITA

a s qualidades morais e os requi s i tos do tempo, desbastando o matagal dos Pa ra s e obter a pureza do corpo
neces s á ri os à quel a s rea l i za ções . defeitos e das paixões, cortando ares - fís i co, é neces s á ri o, a ntes de ma i s
Is to, porém, nã o quer di zer que ta s , pol i ndo, buri l a ndo a es tá tua na da,combater os víci os referi dos e
outros deixem ta mbém de obter êxito, huma na até que o Espírito s urja, afinal el iminar todo e qua l quer outro ma u
cons iderando que tudo depende do renova do e puro, a nte os ol hos cos tume que s e possua , ma ntendo o
es forço de ca da um e da s i nceri da de compa ssivos e a moros os do Cri a dor corpo em perfeitas ou , no mínimo em
que revelarem na rea l i za çã o des s e di vi no. regul a res condi ções de hi gi dez,
es forço. Porém, do ponto de vi s ta de ha rmonia e força, para o desempenho
rea lizações possíveis, exceção feita da norma l das funções orgânicas; reduzi r
Os ma nda mentos rel i gi os os da pa rte i ntel ectua l , que é s empre a a l imentação – que deve ser fruga l e
Ini ciação Espírita s ã o a quel es que o s i mplesmente correlativa , o proces s o s i mples, porém completa – contendo
Eva ngelho a ponta como es s enci a i s , ma i s viável e s eguro de s e atingir ess e todos os a l i mentos bá s i cos que a
amar a Deus sobre todas as coisas a l to escopo é, ainda e s empre, aquel e ci ênci a já cl a s s i fi cou.
e ao próximo como a si mesmo. que o Eva ngelho aponta , a renovação Ini ciada esta l uta contra os víci os
O a mor a Deus i mpl i ca em dos sentimentos para se obter, e a s i mpureza s , no gra u ou com a
s ubordi na çã o e humi l da de à s ua como conseqüência, a purificação i ntensidade que for possível, es ta rá o
vonta de s oberana e justa; e o a mor ao de pensamentos e atos; a conquista a depto ingres s a ndo fi rmemente no
próxi mo s i gni fi ca s ervi dã o e de virtudes morais que faltam a ca mi nho da puri fi ca çã o de corpo e
ca ri dade, porque todos sabemos que todos os seres humanos nos graus es píri to; a pa rti r da í ba s ta que
s em ca ri da de nã o há s a l va çã o. inferiores da evolução quando, pers evere fi rmemente, s em s e
A di ferença fundamental entre a s ainda, os fatores e arrastamentos preocupar com o tempo tra ns corri do
dua s i ni ci a ções , a es otéri ca e a provenientes do reino animal ma s , unicamente , com a certeza de
es píri ta , es tá em que a pri mei ra dominam a criatura; e por último a que nã o vol ta rá a trá s .
ma ntém o discípulo nos l imites de sua busca do Reino de deus, pelo uso Da do este primeiro passo deve, em
própri a i ndi vi dua l i da de, que é e pela exemplificação dessas s egui da , i ni ci a r a l uta contra a s
preva lecente (EU SOU) enquanto que virtudes no campo da vida social. pa i xões a ni ma i s , s e es força ndo por
no Es piritismo, pelo es cl a reci mento, A renova çã o de s enti mentos é domi ná-las ou, no míni mo, res tri ngi -
a rra nca-se o di s cípul o do s eu rei no probl ema á rduo e exi ge, pa ra s ua l a s o ma i s pos s ível .
ínti mo, egocêntrico e egoístico e s e o cons ecuçã o, o es ta bel eci mento de Por úl ti mo, i niciará a luta contra os
projeta no ca mpo da vi da exteri or, regra s de conduta , o emprego defeitos morais já ci ta dos , tenta ndo
onde deverá vi ver sacrificando-s e, s e cons tante da vontade e o a uxíl i o da s praticar as virtudes opostas, que s ã o
preci s o for, benefi ci a ndo s eus enti dades espirituais protetora s , que a quel a s que neces s i ta conqui s ta r,
s emel ha ntes , porque o ens i no ja ma is a bandonaram o ca minheiro na começando sempre pelos defeitos
recebi do pel o i ni ci a do es píri ta é o s ua jornada de sacrifícios e de prova s . mais acessíveis, menos di fícei s de
úl ti mo que o Cri sto planetário revelou, Como, por outro l a do, nã o pode s erem exti rpa dos ou mel hor, pel a
o ma i s avançado e o que col oca a l ei ha ver pureza es pi ri tua l em corpo prá ti ca da s vi rtudes de ma i s fá ci l
do a mor em s eu ve rdadeiro pedes ta l pol uído, é necessári o, a ntes de ma i s rea l i za çã o.
de s uperi ori da de s obre toda s a s na da , comba ter os víci os comuns , As s i m, domi na ndo os víci os ,
dema i s . como s ejam o fumo, o álcool, a gl uto- l uta ndo contra as paixões e praticando
As vi rtudes do Eva ngel ho e s ua na ri a; depois, as paixões mais genera - a s vi rtudes mora i s i ndi s pens á vei s ,
rea lização na vi da comum é o que visa l i zadas como a sensualidade, a a vareza, a ma ndo a Deus e s ervindo ao próximo
a Ini ciação Es pírita e, ta mbém como a bruta lidade, etc. e os defeitos morais na medida do pos s ível , tudo i s to de
na esotérica, aqui o esforço pertence tã o comuns como o orgul ho, o a cordo com um progra ma de a çã o
excl us i va mente a o di s cípul o. egoísmo, a hipocrisia, a maledi cênci a , pes soal previ a mente orga ni za do e,
Porque como mui to bem di s s e o etc., tra va ndo contra ela l uta tena z e s empre que possível, sob a orientação
i l umi na do Pl a tã o: a virtude não tem porfi a da , noi te e di a , ora ndo e de i ns trutores competentes , enca r-
mestre. vi gi ando, como recomenda o Di vi no na dos ou des enca rna dos , es ta rá o
Mes tre em s eus ens i na mentos . a depto fi rmemente l a nça do no
3. REGRAS DE PURIFICAÇÃO Tudo i sto reta rda a a s cens ã o do ca mi nho da renova çã o eva ngél i ca .
Por vá ri os ca mi nhos s e pode Es píri to e o mantém acorrentado a s i Des ta forma e com s egura nça i rá
a ti ngir a renovaçã o pel o Eva ngel ho, mes mo na s ua ba i xa expres s ã o de el e, a os poucos , a l tera ndo s eus
i s to é, a espiritua l i za çã o i ndi vi dua l . a ni ma l i da de. s entimentos e, em conseqüência, seus
Ca da corrente de pens a mento Se o orgul ho, por exempl o, pensamentos e a tos . Toda s ua vi da
doutri ná ri o ou i ni ci á ti co tra ta do promove a s epa ra çã o entre os muda rá e novos horizontes se a brirã o
a s s unto, s ugeri ndo proces s os , homens , os víci os os reba i xa m, a à s ua frente mostrando-lhe um futuro
i nva ria vel mente compl i ca dos , ma s s ensualidade os prendem fortemente es pi ri tua l promi s s or.
da dos , s empre, como i nfa l ívei s a o mundo ma teri a l e gros s ei ro; por Es te gra ndi os o es forço de a uto-
conqua nto s eja m, todos el es , na i s so, nenhum proces s o es pi ri tua l é es pi ri tua l i za çã o, na rea l i da de, s e
rea lidade, simplesmente a l ea tóri os ; pos sível enquanto tais defeitos, víci os efetua em três setores de a ti vi da des
s omente a vi da , em s i mes ma , com e pa i xões dominarem os homens ou di s tintos e complementares que s ã o
s ua s prova s e s ofri mentos de toda enquanto estes não s e di s pus erem à no íntimo, no ambiente familiar e na
s orte va i, aos poucos, com o perpassar l uta pel a s ua l i berta çã o. sociedade.

209
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

Em todos eles o espírita deve dar a os Discípulos para a devi da a doção. do Es píri to, com a muda nça , pa ra
testemunho dessa sua renovação moral, A pa rte material vi sa a puri fi ca çã o mel hor, de s ua vi da mora l
como membro que fica sendo da do corpo fís i co. A i ni ci a çã o no pl a no col eti vo,
grande legião de operários humildes A i ntelectua l é fei ta por mei o de des de o começo, exi ge a dura prova
mas decididos e conscientes que, sob es tudos, meditações e exercíci os que dos tes temunhos eva ngél i cos em
as ordens do Cristo planetário, l eva m o Di s cípul o a o neces s á ri o toda s a s oportuni da des e o devo-
trabalham denodadamente pela conheci mento. ta mento, o mais completo possível, ao
redenção do mundo.
A mora l – que é a pri nci pa l – tem s ervi ço em bem do próxi mo.
Explanação do Esquema ba s e no Eva ngelho e visa a eliminaçã o Es s a Iniciação, feita com o devi do
dos víci os e dos defei tos comuns a ri gor e des prendi mento, l eva o
O es forço de reforma ínti ma s e
todos os homens e mul heres bem Di s cípulo à tra ns forma çã o tota l dos
exerce em doi s s etores di s ti ntos e
como a o combate porfiado contra a s s eus s enti mentos , do que decorre,
compl ementa res : o i ndi vi dua l e o
col eti vo. pa i xões inferiores, de origem a ni ma l . como conseqüência, a tra nsforma çã o
A iniciação individual compreende Es s e es forço contínuo e ri goros o de pens a mentos e a tos .
a purificação do corpo e espírito por l eva , a o fi m de certo tempo, à Da mos a ba i xo o es quema da
processos e regras que são ensinadas conquista de vi rtudes e à puri ficação i ni ci a çã o es píri ta a qui expos ta :

MATERI AL Purific ação do Corpo Fisico

1 4 ~~:~os
INDIVIDUAL Conhec iment os
INTELE CTUA L --C Estudos

INICIAÇÃO MORAL Paixões


ConqulS1a de Virtudes
Punncaçã o do Espirilo
COLETIVO __J Testemunhos
I Evan~élí c os
-I Serviço em Bem
do Próximo

60.
ESTUDO DO PERISPÍRITO

1. ORTODOXIA El e mes mo di s s e, a l i á s , que o res umida naquilo que foi di to a ntes ,


Antes de i ni ci a r a expos i çã o da Es pi ritismo é doutrina evolucionis ta e i na pel a vel mente.
ma téri a a qui progra ma da convém que, por isso, i ncorpora ri a qua l quer Os ortodoxos, s ob pretexto de s e
di zer que os conheci mentos nel a conhecimento novo ou estranho a ele, ma nterem fi éis à doutrina, nada ma i s
conti dos não constam, em s ua ma i or que, futura mente, s urgisse, fa zem que ca mi nha r pa ra o s ec-
pa rte, da codi fi ca çã o cl á s s i ca do repres enta ndo a Verda de. ta ri smo. Sã o os primeiros a dizer que
Es pi ritismo porque es ta , em mui tos Ora , s e o Es pi ri ti s mo é evol u- o Es pi ritismo nã o tem dogma s e, no
pontos , nã o é deta l ha da . ci onista, claro está que é doutrina que enta nto, fazem dogma daquilo que foi
O Es piritismo como foi codifi ca do, não se fecha em si mesma e pode di to à época da Codi fi ca çã o, nã o
nã o tra duz todos os conheci mentos s er a mpl i a da ou res tri ngi da , s ofrer permi tindo qua l quer nova i nterpre-
es pirituais porque fora m fei ta s pel o i nfl uênci a s em vá ri os s enti dos , ta çã o ou qualquer modificação que a li
i ns i gne Codi fi ca dor determi na da s conquanto deva conservar i ntactas a s es tá .
perguntas (veja-se por exemplo, o que s ua s ba s es funda menta i s . O que o Es pi ri ti s mo ens i na já
cons ta de O Livros dos Espíritos) e nã o Por outro l a do, s e é uma doutri na exi s tia a ntes em qua l quer dos s eus
toda s as perguntas necessá ri a s , nem uni versalista, deve abranger tudo, isto três di s ti ntos a s pectos ; e, pri n-
ha veria tempo para isso, considerada é, todos os conheci mentos . Se ci pa lmente na parte filosófica, outra s
a i mensidade da obra que o eminente a bra nge tudo nã o é, porta nto, uma doutri na s a pres enta m des envol -
Codi fi ca dor teve que rea l i za r. s eita e, neste ca s o, nã o pode es ta r vi mentos mui to ma i s a mpl os .

210
INICIAÇÃO ESPÍRITA

CHACRA S

,.,-
~
·~ -·---

CN\OW:0 -- .
( --.J.'--

;Ç.>r.,. ~~)H--- E6/'l.EN,C O ---+
O•chDcTas OOTA>CO -- Oschocru
e suo locoliLaçio
(fron1.>I) --,_._e
~-~--1'--- e SWI JocnlizllÇlo
(do pcml)

-~
r-.. "-. .':
...
·-:· 1
~~--_..... __ GENlSICO ---
~ 8ÁSI C O ---1--~~7!(

O a l tís s i mo va l or do Es pi ri ti s mo a fi m de que a vi s ã o do homem Toda s estas energias fluem através


s obre toda s a s dema i s correntes a l cance horizontes mais altos”. dos corpos vi vos a l i menta ndo s ua s
rel i giosas do mundo está em que el e Fei ta es ta res s a l va , entremos a ti vi da des i ndi vi dua i s .
prova , de forma acessível toda s a s a gora na expos i çã o da ma téri a .
verda des que prega : popul a ri za de
forma a dmirável o intercâmbi o entre O homem enca rna do s e nutre:
os mundos encarnado e desencarnado 2. CENTROS DE FORÇA: a) de a limentos s ólidos e l íquidos, que
e fundamenta a s ua a tivida de mora l OS CHACRAS a bs orve pelo a pa rel ho di ges ti vo;
no Eva ngelho do Cri s to Jes us , o que Há energias de divers a s es péci es b) de ar atmosférico, que absorve pelo
nã o é feito pel a ma i ori a da s outra s que ci rculam no Cos mo, a limentando a pa rel ho res pi ra tóri o e pel a pel e;
correntes . a vi da de todos os seres vi vos e es ta s c) de energia es pi ri tua l , ou fl uídos
Ei s o que nos di z Emma nuel a energias têm várias origens: a terra , o cós micos, que absorve pelos centos
res peito da heterodoxia que julgamos s ol , o es pa ço i nfi ni to. de força .
s er a mel hor a ti tude a ma nter em Toda s el a s pos s uem ca ra c- Cha cra s, ou rodas, s ão centros de
rel a çã o à Doutri na dos Es píri tos : terís i ti ca s di ferentes , vi bra ções energi a es pi ri tua l , s i tua dos no
- “A Mi s são do Es pi ri ti s mo, ta nto di ferentes, ondula ções di ferentes e peri spírito, pelos quai s tra ns i ta m os
qua nto o ministério do cri s ti a ni s mo, cores di ferentes . fl uídos energéticos de uns para outros
nã o s erá destruir as escolas de fé a té As que vêm do Sol s ã o s ete. dos envoltórios exteriores do Es píri to
a gora exi s tentes . As da Terra são força s pri má ri a s , enca rna do.
Cri s to a col heu a revel a çã o de vi ol enta s . No homem comum, o centro de
Moi s és . As que vêm dos espaços i nfi ni tos força s e a presenta como um círculo de
A Doutri na dos Espíri tos a pói a os s ã o ra i os e fl uídos de di vers a s ma i s ou menos 5 centímetros de
pri ncípi os s uperi ores de todos os es pécies, energias estas que o homem di â metro, quase sem bri l ho; porém,
s i s tema s rel i gi os os . a bs orve pel a a l i menta çã o, pel a no homem espiri tua l i za do, é qua s e
Jes us nã o cri ti ca a nenhum dos res piração e pelos centros de força . s empre um vórti ce l umi nos o e
profeta s do Vel ho Tes ta mento. Na a l i menta çã o des ta ca m-s e os reful gente.
O Cons olador prometido nã o vem a l imentos vegetais nos qua i s , a l ém A energia espi ri tua l ou cós mi ca
pa ra censurar os pionei ros des ta ou dos s a i s mi nera i s , exi s tem a s que fl ui por eles , como já di s s emos ,
da quel a forma de crer em Deus . vi ta mi na s (a mi na s da vi da ) que a pa rte vem do Sol, em s ete correntes
O Es piritismo é, a ci ma de tudo, o ci ênci a já cons egui u des cobri r e di versas, cada uma apresenta ndo um
processo l ibertador da s cons ciências, ca ta loga r a té a l etra K do a l fa beto. col orido próprio, como se vê no arco-

211
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

íris, ou melhor, no espectro solar; outra campo eletromagnético utilizado pela Em resumo: As força s espi ri tua i s
pa rte vem do es pa ço cós mi co, na mente e funcionam em plena ligação ou cós micas, vi ndas do Es pa ço ou da
forma de pra na , ta mbém cha ma da ou intercâmbio com os plexos Terra , penetram nos chacras s ituados
força vital,e uma última vem do centro orgânicos. no perispírito, daí passam aos mesmos
geol ógico do pl a neta que, como s e do corpo etéreo, da í a os pl exos
s a be, se conserva sempre em es ta do orgâ ni cos e des tes pa ra os nervos ,
ígneo; esta parte é a que se denomina Nota – Es ta matéri a já ti nha s i do tra ns i ta ndo, a s s i m, por todo o
fogo s erpenti no, kundalini, força da da em a bri l de 1954, qua ndo foi orga ni s mo.
ma teri a l , el ementa r, pri má ri a . edi tada, em outubro do mesmo ano a
Ca da uma des ta s correntes de obra Entre a Terra e o Céu, a oi tava da
força a tua nos centros de força que s éri e André Luiz, expondo, segundo o
l hes são correspondentes ou mel hor, ens i na mento es píri ta , o mes mo
As energi a s que fl uem pel os
fl ui pelos centros de força que lhe são a s s unto, porém, com l i gei ra s di fe- cha cra s possuem uma determi na da
a fi ns ; uma corrente, por exempl o, rença s na nomenclatura dos chacras e medi da de onda e determi na da cor;
vi nda do Sol , pode fl ui r por um s ó na s ua cl a s s i fi ca çã o. movem-se não em linha reta, como as
centro de força ou por vá ri os del es , Ei s a classificação, segundo André ondas de l uz, ma s por ondul a ções .
pa ssando de uns para outros, segundo Lui z: Segundo a na tureza da s i n-
o s eu próprio giro energético: porém, Chacra coronário - órgã o de ligação fl uênci a s que exercem, os cha cra s
em todos os ca s os , há s empre um com a mente, distribuidor de energi a
pos s uem cores di ferentes , predo-
rumo predomi na nte, i s to é, ma i or pa ra o s i s tema nervos o; recebe a s mi na ndo em ca da um a quel a que
afinidade vibratória para determinados energi a s s ol a res e os ra i os da corres ponde à na tureza del e. Ai nda
Centros de Força . es pi ri tua l i da de s uperi or.
Quanto mais ativo ou desenvolvido s egundo essa natureza e a dispos i çã o
Chacra cerebral - (Frontal) regula a que têm no conjunto huma no, os
for o Centro de Força , ma i or ca pa - a ti vi dade dos s enti dos e o jogo dos
ci da de de energi a el e comporta e, cha cra s podem s er cl a s s i fi ca dos em
conhecimentos inteligentes; regula a s
porta nto, ma i ores pos s i bi l i da des três es péci es :
gl â ndul a s referentes a os poderes os fisiológicos - qua ndo s i tua -
oferece em relação ao emprego dessa ps íqui cos .
mes ma energia; e como as faculdades dos na regi ã o i nferi or (s a cra l ,
Chacra laríngeo - Ati vi dades voca is genés i co, gá s tri co);
ps íquicas s ã o a feta da s e es tã o, em e do ti mo-ti reói de. os emocionais - qua ndo s ituados
gra nde pa rte, s ubordi na da s a o Chacra cardíaco – Regul a a s na região média(cardíaco e laríngeo); e
funci onamento deles, compreende-se emoções, sentimentos e o equi l íbri o espirituais - qua ndo s ituados na
que o maior desenvolvi mento de um gera l nes s e ca mpo. regi ã o s uperi or (fronta l e coroná ri o).
del es acarreta o desenvolvi mento da Chacra esplênico – Regul a o Os doi s pri mei ros s ã o os que
fa cul dade psíqui ca corres pondente. recebi mento e a ci rcul a çã o dos recebem o kunda l i ni ; os s egundos
Os centros de força s e l oca l i za m el ementos vi tais (raios, ma gneti s mo, recebem as forças astrais e mantém o
em regi ões a na tômi ca s corres - fl ui dos , etc.). equilíbrio nas emoções e os úl ti mos
pondentes a os pl exos . Pa ra mel hor Chacra gástrico – Regul a a têm es treita ligação com as glândul a s
compreensão do ass unto da mos um a s similação de a l i mentos e fl ui dos . pi tuitária e pineal e funci ona m como
ma pa (vi de pa gi na a nteri or) des s a Chacra genésico – Regula a funçã o el ementos de l i ga çã o com o mundo
col ocação e respectiva nomencla tura . s exua l ; modera dor de forma s e es pi ri tua l .
Os pl exos estão situados no corpo es tímul os . Qua ndo a l gum cha cra nã o
funci ona bem, a corrente de energia
PLEXOS LOCALIZAÇÃO CENTROS DE FORÇA que por el e fl ui reduz ou ces s a ,
SACRAL BASE DA ESPINHA BÃSICO produzindo perturba ções fís i ca s ou
HIPOGÁSTRICO BAJXO VENTRE GENÉSICO mora i s de va ri á vel gra vi da de.
MESENTÉRICO REGIÃO DO BAÇO ESPLÉNICO A a l imentação sóbria, a abstenção
SOLAR REGIÃO DO ESTÔMAGO GÁSTRICO de tóxi cos e gordura s em exces s o,
CARDÍACO REGIÃO PRECORDIAL CARDÍACO a gem s obremodo na fl ui çã o l i vre e
LARÍNGEO GARGANTA LARÍNGEO
FRONTAL des emba ra ça da da s energi a s dos
FRONTE FRONTAL
(GLÂNDULA PINEAL) ALTO DA CABEÇA cha cra s e i s s o é i mporta nte pa ra
CORONÁRIO
a quel es que dã o pa s s es e que
neces s i ta m ma nter s empre a s
fís i co; s ã o conjuntos ou a glomerados Es ta cl assificação nã o menciona o energi a s em perfei to ri tmo e
de nervos e gânglios do sistema va go- cha cra sacral ou básico e acrescenta o movi mento.
s i mpá ti co que regul a m a vi da genés i co. O kundalini penetra pel o cha cra
vegeta ti va do corpo orgâ ni co. Pa ra Por coerênci a doutri ná ri a , a do- bá s ico, desperta os demais cha cra s e
ma i ores deta l hes veja -s e a obra ta mos es ta cl a s s i fi ca çã o, porém, provoca s ua rea ti va çã o em certos
Métodos Espíritas de Cura, de cons erva mos o cha cra bá s i co que ca s os .
Edga rd Armond. pos sui grande importância no trabalho Em mui tos indivíduos os cha cra s
Os cha cra s , a o contrá ri o, s ã o medi úni co por s er o pórti co de fronta l e coroná ri o s e confundem,
centros de força espiritual ou fl uídi ca entra da para o kundalini no conjunto vi s to que co-participam da s mes ma s
s i tuados no peris píri to; forma m um el etromagnéti co do corpo huma no. funções psíquicas no tronco cerebra l .

212
INICIAÇÃO ESPÍRITA

No corpo fís i co, os órgã os dos a compa nha a s uperfíci e do corpo i s to quer di zer que qua nto ma i s
s enti dos recebem a s i mpres s ões dens o, toma ndo a forma ova l a da , corpos exteri ores pos s ui r, ma i s
exteri ores e as tra nsmitem ao cérebro, s endo mais a mpl a na ca beça , onde compl exo e ma i s es pes s o é s eu
pa ra o conheci mento do Es píri to: es tã o s i tua dos os órgã os da peri s píri to porque, nes te ca s o, é
porém, no peri s píri to, há ma téri a cons ci ênci a es pi ri tua l . forma do por ma i or número de
própri a a receber e tra ns mi ti r a s Às vezes, a aura s e prol onga por envol tóri os .
i mpressões ou vibrações procedentes efeito de emanações di ferentes que Outra verda de é: qua nto ma i s
do exteri or e es te é o s egredo da vêm da pa rte ma i s profunda do i nferior for o Es píri to, ma i s es pes s o
compreensão da quarta di mens ã o: o peri s píri to. Outra s vezes , nel a s e s erá s eu peri s píri to.
Es píri to vê e s ente em todos os nota m ma ncha s e ra i os , que O úl ti mo envol tóri o exteri or
s enti dos s em noçã o de l oca l i za çã o corres pondem a os pensamentos e à s fl uídico, em nossa atual organização, é
porque no seu envoltório, em todo ele, emoções que, no momento, a feta m o o corpo etéreo que é compos to de
há cél ul a s ca pa zes de receberem e i ndividuo, como ta mbém por efeito do fl uídos ema na dos do corpo dens o.
tra ns mi ti rem es s a s i mpres s ões . trâ ns ito de fluídos e forças vi nda s do Nes ta nossa a tua l orga ni za çã o e em
Ca da cha cra , des perta ndo, exteri or. nos so planeta de expiação e de provas,
a umenta a s pos s i bi l i da des dos Toda s es ta s a l tera ções s e a môna da es tá a s s i m cons ti tuída :
s entidos fís i cos ou es pi ri tua i s , com a pres enta m em di ferentes cores , corpo denso – corpo etéreo –
a umento, porta nto, de fa cul da des s egundo sua própria natureza porque, perispírito – corpo mental, que
ps íquicas ou mediúnicas; ca da cha cra como já di s s emos , toda s a s ci rcuns creve a á rea da mente -
que desperta ou s e desenvolve torna o ma ni fes ta ções da vi da es pi ri tua l Espírito.
Es píri to ca pa z de perceber nova s pos s uem tona l i da des e col ori dos O peri spírito contém todos es tes
ordens de vi bra ções . própri os. Vide livros já citados : Passes órgã os e pel a mente l i ga -s e
Porém, como os cha cra s fun- e radiações e Métodos Espíritas de di reta mente a o es píri to.
ci onam no pla no peri s pi ri tua l , nem Cura (Edi tora Al i a nça ). O peri s píri to s i mpl es mente
s empre podem tra ns mi ti r a o corpo As emoções, as doenças, as representa os envoltórios nos quais se
ma terial, isto é, à consciência desperta i nquietações, o medo, tudo i nflui contêm a orga ni za çã o a ními ca do
no a mbiente físico, as i mpressões que fortemente s obre a s a uras, ta nto na Es píri to encarna do. Es s e conjunto é
l á estão constantemente recebendo. s ua extensão como na sua cor e brilho. que cons ti tui a a l ma i ndi vi dua l ;
Nos médi uns , a s fa cul da des A contra ção da a ura s empre indica porta nto, a a l ma é o Es píri to
podem ser despertadas por a lterações mol éstia grave ou depressão psíquica; orga nizado para a ação evolutiva e não
introduzidas em seu corpo perispiritual qua ndo a a ura fi ca es cura, tendendo o es pírito-essência, isto é, a môna da
pel a ação do kundalini dirigido; porém, pa ra a cor negra, a morte está es pi ri tua l .
o des envol vi mento prema turo dos próxi ma. Em O Livro dos Espíritos ta mbém
cha cra s por esse processo é a ltamente A a ura de Es píri tos i nferi ores é s e di z que o peri s píri to é o órgã o
peri goso e capaz de produzir i númeras qua se i napreciável além da s uperfíci e fi xa dor das experiênci a s do Es píri to
e prejudiciais perturbações. Nenhuma do corpo, e qua ndo s e dei xa ver é em evol uçã o.
prá ti ca nes s e s enti do pode s er s empre de tona l i da des es cura s ; Como a s experi ênci a s que o
recomenda da , a nã o s er a do qua nto mais alta for a hi era rqui a do Es píri to fa z s ã o toda s gra va da s no
des envol vi mento gra dua l pa ra l el o Es píri to, tanto mais ampla e clara s erá s ubcons ci ente e es te é um dos
cons ciente das forças morais, vi sando s ua a ura , ha vendo Es píri tos de ta l depa rta mentos da orga ni za çã o
a eva ngel i za çã o do i ndi víduo. el eva çã o, que el a s a bra ngem es piritual, e como es ta orga ni za çã o
a mpl ís s i ma s extens ões ; a a ura do está toda contida no perispírito, segue-
Cri s to, por exemplo, cobre a superfície s e que este, realmente é o fixador das
3. AS AURAS i nteira do nosso planeta, sobre a qua l experi ênci a s evol uti va s .
Nos tra balhos espíritas , mui to s e derra ma benéfi ca s i nfl uênci a s Outra concl usão a chega r é que,
fa l a sobre a uras e as a firmações nem es pi ri tua i s . por s er el e o fi xa dor de toda s a s
s empre, são a propri a da s ou exa ta s ; Buda – o divi no a vatar hindu dizi a experi ênci a s , s ofre a l tera ções
va mos , pois, estudar mais diretamente que s ua glória (aura) a tingia al tura de cons tantes de vi braçã o, cor, a s pecto
es s e i nteres s a nte a s s unto. 16 côva dos , i s to é, 10,56 metros . exteri or, vi ta l i da de, pl a s ti ci da de e
Aura é uma emanação fl uídica dos A vi dênci a es pontâ nea e pureza, no mesmo ritmo em que essas
s eres (animados ou ina ni ma dos ); no devi da mente exerci ta da percebe experi ênci a s s e proces s a m.
homem atinge a mpli tudes va ri a da s , cl a ra mente a s a ura s i ndi vi dua i s
s egundo a condição espiritual de cada podendo, assim, à simples vi sta, obter
um. É s ubstância do corpo etéreo vista dos Es píri tos que a s os tenta m,
em torno do corpo dens o. i nforma ções s egura s s obre s ua Entre o perispírito e o corpo físi co
Ai nda s egundo a s condi ções el eva çã o mora l . ou, mel hor di zendo, entre o corpo
es pi ri tua i s de ca da um, a a ura etéreo e o peri s píri to a s tra l , exi s te
a presenta cores diferentes, sendo que uma cortina fluídica perma nente, de
s entimentos e emoções de momento 4. ENVOLTÓRIOS ca rá ter protetor e isolante, destinada
ta mbém produzem alterações na s ua A môna da espiritual es tá s empre a i mpedir que as press ões ps íqui ca s
es trutura . rodea da de corpos , de envol tóri os que s e são no plano espiritual i nferior,
A a ura humana, em gera l , exteri ores, que forma m o peri spírito; cha mado comumente pl a no a s tra l ,

213
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

venha m ter à consciência do indivíduo i ns ensibilizando-a. Ha vendo força mentos conti nua -
enca rnado, produzindo perturbações , Os el ementos vol á tei s como o dos , como s empre a contece,
des equi l íbri os e ma l efíci os . á l cool , fumo, exci ta ntes , a derem à pri ncipalmente nas sessões de terreiro,
Es s a energias próprias à vi da do corti na , perturba ndo s eu funci o- os s eres desencarnados e a s força s
s er como corti na deixa passar certas, na mento, alterando s ua vi bração nor- do a s tral inferior ba tem à s porta s da
por exemplo, a energia vi tal chamada ma l , em a lguns casos entorpecendo- corti na, vi ol enta m-na e a ca ba m por
pra na; essas energias, como já estuda- a , di mi nui ndo s ua s ens i bi l i da de, des truí-l a , produzi ndo os des e-
mos, fluem constantemente através dos enrijecendo-a e, em outros, até mesmo qui líbrios que estamos vendo por toda
chacras, armazenando-se nos plexos do rasgando-a, prejudicando assim a pa rte, principalmente nos médi uns
corpo denso e daí s e distribuindo por passagem normal das energias vitais. que fi ca m, a s s i m, com s ua s ta refa s
todo o corpo, alimentando a vida deste. A des truição da cortina tra z s érias prejudi ca da s ou des vi a da s dos
As i mpressões que a corti na i m- perturba ções que podem i r a té a verda dei ros rumos .
pede de passar, ta nto podem ser obs essão (qua ndo quem a tua é um Es te ta mbém é o motivo pelo qual
fl uídos próprios daquele mundo astral Es píri to des enca rna do) e à l oucura pes soas, mesmo não sendo médi uns
já referi do, como pensamentos, (qua ndo a destruição produz lesões no em condi ções fa vorá vei s de
emoções, sentimentos e outras formas cérebro). Há a i nda ma i s , poi s a des envol vi mento nem pos s ui ndo
de a tividadees piritual, não des truição pode produzi r a l tera ções a pti dão nenhuma para tal tarefa, vão a
a propriadas à vi da dos encarnados e profundas nos próprios sentimentos do es s es centros de terrei ro e de
que, por isso, lhes trariam sérias indivíduo porque, ficando sem defesa medi uni s mo e a í s ã o toma da s por
perturbações. e pa s s a ndo a s ofrer o i mpa cto Es píri tos, passando a ser por eles , da í
Se nã o houvesse es s e a ntepa ro, cons tante de s entimentos estranhos e por di a nte, s ubjuga da s .
em qua l quer momento um Es píri to de força s e pa i xões i nferi ores ou Por i s s o é que muitas vezes dizem
des encarnado, habi ta nte do Umbra l ma l sãs vi nda s do pl a no a s tra l , i s s o que no Es pi ri ti s mo nã o s e
inferior, por exemplo, poderia produz, como dissemos, modificações des envolvem médiuns tã o bem e tã o
interferir na vi da do enca rna do mora i s mui ta s vezes gra ves . ra pi da mente como nos terrei ros .
produzindo distúrbi os e obs es s ões . M as, em sentido contrário, quando A cortina, na realidade, é uma
É verda de que cons ta ntemente o enca rna do já es tá dentro do simples fronteira vibratória.
es tamos vendo essas intervenções em conheci mento es pi ri tua l e pos s ui
vá ri os graus de i ntensidade; mas neste a utocontrole psíquico com o domíni o
ca s o sucede que o encarna do a tenta da própria mente, com o tra ba l ho de 5. CORPO ETÉREO
contra a i ntegri da de e à efi ci ênci a el evação sistemática do teor vi bratório O corpo etéreo, que é o ma i s
des s a a ntepa ro protetor, es ta be- do seu perispírito, com o fruto dos seus a ds tri to a o corpo dens o, é fei to de
l ecendo afini da des vi bra tóri a s com es forços de eva ngel i za çã o, o ma téri a s us cetível de mui ta s
es sas enti da des e força s de ordem funci onamento da corti na é por el e ma nipulações; essa matéria fl uídi ca é
inferior;quando isso ocorre, a proteção superado, podendo, então, estabelecer
comumente uti l i za da nas
da corti na enfraquece ou desaparece l i gações diretas com o plano i nvis ível ,
ma teri a l i za ções , já a l gum ta nto
e os dois mundos se comuni ca m e s e em pl ena cons ci ênci a e s em
modi fi ca da s , s ob o nome de
di gladia m na a rena do ca mpo i ndi - des control e.
ectoplasma.
vi dual, mesmo quando este não esteja Apl i cando este conheci mento a o
Pa ra o Es pi ri ti s mo, poderemos
ha bilitado a suportar esse i ntercâmbio ca mpo da medi uni da de, podemos
cons iderar o corpo etéreo como sendo
e es s es emba tes . compreender que o primeiro ca so é o
a pa rte s uperfi ci a l do peri s píri to, a
Es s a cortina ta mbém s erve pa ra de médi uns des control a dos e
ma i s a proxi ma da do corpo dens o.
i mpedi r que a ti nja m o Es píri to i gnora ntes , que vi vem deba i xo da Es s as manipulações da substância
enca rnado, as i númera s i mpres s ões i nfl uênci a de força s i nvi s ívei s
etérea ta nto podem s er fei ta s por
col hidas nos sonhos e que provêm de ma l éfi ca s e nã o pos s uem nenhum
a gentes exteriores a o i ndivíduo como
conta tos nem s empre fa vorá vei s ou el emento de domíni o própri o ou por el e mes mo, com o us o de s ua
el eva dos ma s , mui to a o contrá ri o, proteçã o espiritual, sal vo o que l hes
i ma ginação e vontade, devi da mente
qua se sempre maléficos, perniciosos vem dos bons Es píri tos ; e que o
exerci ta da s , i deopl a s ti ca mente.
e própri os de Es píri tos a i nda s egundo é o ca s o dos médi uns As pes s oa s s ens ívei s , us a ndo
reta rdados que, durante o s ono, pel a cons cientes, poss ui dores de conhe-
des ses meios, podem se proteger da s
l ei natural das afini da des ps íqui ca s , ci mentos suficientes pa ra s e condu-
i nfl uênci a s ma l éfi ca s a mbi entes ,
junta m-s e a má s compa nhi a s e zi rem com segura nça , nunca s e dei -
cri a ndo escudos protetores , corti na s
freqüenta m ma us l uga res . xa ndo domi na r por es s a s força s .
a rti ficiais e momentâneas, segundo as
Es s a cortina é também o elemento Por i s so, ta mbém, é que nã o s e
necessidades do ca s o, pa ra o corpo
que permite a perda da cons ci ênci a pode força r o des envol vi mento da todo ou s omente pa ra pa rtes del e.
i ndividual nas síncopes, nos períodos medi unidade; a s ligações com o plano
Ao penetra r, por exempl o, em
de entorpecimento vi ndos do us o de i nvi sível são s empre del i ca da s e a té
hos pita i s , pri s ões e outros l uga res
certos medicamentos s edativos. Esses mes mo peri gos a s e s omente a pós
ca rrega dos de fl ui dos pes a dos ou
medi camentos es tupefa ci entes , de es tudos a propriados e conhecimentos
ma us , pode cons trui r no momento
a ni quilação ps íqui ca , fl uem pa ra os de certos e determi na dos deta l hes ,
es ses escudos ou cortinas is ol a dora s
pl exos, daí passam para os cha cra s e pode o médium entregar-se à prá ti ca
uti l iza ndo es s a s ubs tâ nci a etérea .
em s eguida s e depositam na cortina, medi úni ca .
Ao dar passes, para evitar absorver

214
INICIAÇÃO ESPÍRITA

os fl ui dos doentes , pode cons trui r ou a tra vessam cortina s de fogo s em mente, s egundo a força menta l do
a nteparos para as mãos e os bra ços , nem mes mo s e cha mus ca rem. El es opera dor. Es te trabalho de ideoplastia
a l ém dos cuidados naturais que deve cons troem esses a ntepa ros pel a fé, é l a rgamente us a do pel os Es píri tos
ter de a rroja r fora os fl uídos ma us mes mo qua ndo o i gnorem, proce- i ns trutores, para o des envol vi mento
s a cudindo as mãos, ou l avando-as em dendo a certos ritos e si mpa ti a s que da medi uni da de de vi dênci a .
á gua corrente. cons erva m em s egredo. A forma ção de proteções etérea s
Ao dormi r, pa ra s e proteger dos Es s e tra ba l ho é um proces s o fa z pa rte dos ensinamentos dados aos
ma us Es píri tos e má s i nfl uênci a s pura mente mís ti co ou menta l : di s cípul os pa ra s ua pres erva çã o
a mbi entes , pode cons trui r es s es i ma gina-se o que s e quer cons trui r, i ndi vi dua l ; a gi rã o a s s i m, por s i
es cudos de proteçã o tota l , a ntes de cons iderando-se a forma do anteparo, mes mos com conheci mento própri o
a dormecer, utilizando fortemente a s o l ugar a aplicá-lo, a cor que deve ter, mes mo qua ndo nã o ol vi dem os
fa cul dades já indicadas de i maginação o tempo que deve durar, tudo isso na poderos os recurs os da prece e de
e vonta de, em um perfeito trabalho de i ma ginação, enquanto que, a o mesmo pedi do de a uxíl i o a os benfei tores
i deopl a s ti a . tempo, o anteparo vai sendo realmente es pirituais, que s ã o s empre útei s e
Conhecem-se ca s os de pes s oa s cons truído, tomando forma, na mente que devem ser utilizados a mplamente
que ca minham sobre brasa s a ces a s , ma i s ou menos rá pi da ou perfeita- e com confi a nça .

61.
REGRAS DE CONDUTA

1. INTRODUÇÃO recol her-s e em s i mes mo pa ra As s i m, i rã o a os di s cípul os s e


Em a ul as a nteriores estuda mos a encontrar-se com Deus no seu íntimo. a bri ndo cada vez mais para o reino de
orga nização das escolas i niciáticas sem Es s a é a hora de pergunta r e de Deus, que nã o é des te mundo e s e
entra r em deta l hes s obre receber respostas. Havendo fé, pureza a fa s ta ndo ca da vez ma i s da s
fra terni da des que a s compõem. e ca l ma , nenhuma pergunta s erá tenta ções , que s ã o des te mundo.
Es tudamos depoi s os centros de des preza da . No silêncio é que as coisas se
força (chacras) em s ua localiza çã o no Sempre que houver uma geram, germinam e crescem.
corpo etéreo e no peri s píri to e s ua s di ficuldade, quando for ofendi do ou O silêncio acumula força.
l i gações no corpo denso e, por último, a mea ça do, qua ndo ti ver de toma r
a cons tituição desse corpo etéreo, da a l guma resoluçã o s éri a , o di s cípul o
corti na de proteçã o e da s a ura s deve entrar em silêncio, formular suas 3. A PALAVRA
i ndi vi dua i s de s eres e coi s a s . dúvi das, suas pergunta s e a gua rda r A palavra é o verbo criador.
Is so tudo s ervi u pa ra prepa ra r o confi a ntemente a res pos ta . Adqui re gra nde poder e s i g-
di s cípulo pa ra conheci mentos ma i s De ma nhã ao levantar-se, de noite ni ficação quando é utilizada de forma
a mpl os s obre a cons ti tui çã o do a o deitar-se, quando estiver cansa do, jus ta e a dequa da .
peri spírito e das energias que mantêm des animado, deve entrar em s ilêncio Bus car harmonia nas palavra s , no
a vi da humana , cuja s ori gens fora m e preparar-s e pa ra es cuta r a voz de s om da voz, no modo de pronunciá-
ta mbém es tuda da s . Deus ; com o há bi to de bus cá -l a l a s e nunca pronunciar palavras fei a s ,
Va mos, a gora, como remate dessa s empre e de confiar nela, ess a voz s e obs cenas, ofensivas, hos ti s ; nem da r
pa rte teórica, falar sobre certas regras torna rá ca da vez ma i s cl a ra , ma i s va zã o, pelas palavras, a s enti mentos
de conduta i ndi vi dua l e col eti va fi rme e ma i s pronta . ma us, de medo, de ra ia, de hipocrisia ,
neces s á ri a s a o a pri mora mento As s i m s e des envol vem a s de i nveja , de l uxúri a .
es pi ri tua l e à cons erva çã o da s fa cul dades de inspiração e de intuição Fa l ar por falar, s em neces s i da de,
energi a s orgâ ni ca s . de i ns pi ra çã o s e for a voz do gui a por s i mples ta garelice, dispers a força
es pi ri tua l que s e fa ça ouvi r; e de ps íquica, faz perder energias preciosas
2. A REGRA DO SILÊNCIO i ntuição s e for a que vem do fundo das que fa zem falta ao funcionamento dos
No ca mpo da vi da ps íqui ca , é no coi s as, s em origem determinada, mais outros órgã os ; es s a perda é mui to
s i l ênci o que a s coi s a s a contecem. preci os a e s egura i nda que a ma i or qua ndo s e fa l a m coi s a s
Di a riamente o di scípulo deve pri mei ra . ma l éfi ca s .

215
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

5. GESTOS E ATITUDES
A ha rmonia que se deve buscar
pel a palavra e pelo olhar deve
ta mbém ser representada pelos gestos
e pelas a titudes, os quais devem ser
nobres, serenos, expressivos e calmos.
Ges ticular a es mo, des abri-
da mente, denota desequilíbrio, des-
control e e torna a pes s oa ri dícul a .
A mã o, pel o ges to, vei cul a
ma gneti s mo e o concentra onde o
des ejar. Ela pode tra duzi r uma i nfi -
ni da de de s enti mentos e pens a -
mentos .
O di scípulo deve ter cuidado pa ra
produzir s omente gestos agradáveis e
útei s. Estender a mão a outrem, com
s entimentos bons é gesto que l i ga os
cora ções ; fechá -l a com rudeza
s i gni fi ca ódi o e emoçã o vi ol enta ;
Fa l ar com sinceridade e s obri eda de. O ma u-olhado é o olhar ca rregado curva r os dedos como ga rra s tra duz
Di z o Eva ngelho: “Seja o teu falar sim, de ma us fl uídos , de pens a mentos des ejo de ferir, matar. A mã o tranqüila
sim; não, não”. mortíferos, de sentimentos maléficos . e generos a que s e es tende com
Nã o menti r pel a pa l a vra : fa l a r Porta nto, o di s cípul o s ó deve bonda de é uma bênçã o, uma
s empre a verdade, sejam quais forem dei xar fluir pelas suas vi sta s , ol ha res proteçã o. Es te é o ges to própri o do
a s conseqüências, porque a mentira é bondos os , pa cífi cos , a moros os e di s cípulo que já es tá no ca mi nho da
i ncompa tível com o es forço de tra nqüi l os . eva ngel i za çã o.
el eva çã o es pi ri tua l .
As s im também conversas imora i s
ou fútei s , di s cus s ões i nútei s ou
i rri ta ntes fa zem, da mes ma forma ,
perder força , por provoca rem
vi bra ções nega ti va s e ma l éfi ca s .

4. O OLHAR
O ol har ca nali za a s correntes de
força , tã o bem com o pens a mento e,
por i s so, quando mal di ri gi do, ca us a
gra ndes ma l es .
Qua ndo di ri gi do a outrem com
pensamentos de l uxúri a , enca mi nha
correntes de força para os órgã os do
s exo e produz emoções e
perturba ções perni ci os a s .
Ol ha res sensuais, como palavras e
ges tos s ensuais, representam gra nde
teor de enfra queci mento fís i co e
mora l . Com o olhar, com a voz ou com
os gestos, se praticam atos de ca rá ter
s ensual de gra ndes cons eqüênci a s
pa ra a vida espiri tua l , porque es s a s
coi s as representam fortes emissões de
força s fl uídi ca s , i ndi s pens á vei s à s
a ti vi dades de outros s etores da vi da
i ndi vi dua l .
Qua ndo vei cul a m ma us pen-
s a mentos, os olhares matam pla nta s ,
dã o doenças, s us ta m o cres ci mento
dos a nimais, envenenam até mesmo a
á gua .

216
INICIAÇÃO ESPÍRITA

62.
O ESPÍRITO E O SEXO

1. EXPLANAÇÃO a s epa ra çã o exteri or em dua s Os pól os opostos da orga ni za çã o


Uma da s mais a mpl a s fontes de tendências. As dua s tendênci a s , na a ními ca s e a tra em fortemente
des equilíbrio e de perda de energia é evol ução, vã o s e desenvolvendo em si fundi ndo a s a l ma s entre s i m, em
o s exo, qua ndo ma l vi venci a do. mes mas, porém buscando-se sempre, vi bra ções deliciosas e espontâneas do
Va mos es tuda r es te a s s unto vi s a ndo o equi l íbri o e, a fi na l , ma i s s ubl i ma do a mor.
ra pi damente, não do ponto de vi s ta processadas essas experiências, unem- Es s es Es píri tos el eva dos já
ma terial ou médico, se assim s e pode s e de novo, integram-s e de novo e m cons eguiram integralizar s ua s a l ma s
di zer, mas s ob seu aspecto espi ri tua l . um s ó e úni co s er. em s i mes ma s , fundi ndo os doi s
Ati vi dade s exual na esfera em que A força real do s exo es tá nã o no el ementos essenci a i s cons ti tuti vos ,
es tamos é o conjunto de a ções ligadas corpo fís ico, nos órgãos do s exo, ma s ma s cul i no e femi ni no, pos i ti vo e
a o s exo: pens a mentos , ol ha res , nes s a cons ti tui çã o ou es s ênci a nega tivo, e já vi bram em tona l i da de
ges tos , a ti tudes , des ejos , etc. bi ssexual que, somente a pós l onga s mui to a l ta no ca mpo da uni da de
A a l ma é bi s s exua l ; é um prova s e i numerá vei s experi ênci a s uni versal; a traem-se uns aos outros de
a ndrógino; tem duas tendências , doi s a tra vés dos tempos , cons egue forma compl eta , es pontâ nea ,
i mpulsos , dua s ca ra cterís ti ca s , doi s promover a unifi ca çã o i ndi vi dua l , a i rres istível, sem egoísmo por sintoni a .
pól os , dua s l i nha s de evol uçã o; é i ntegra çã o da a l ma em s i mes ma . Pa ra esses Espíri tos o s exo na da
ma cho e fêmea; positiva e nega ti va ; é Por i s s o é que o a mor s exua l ma i s é que troca perma nente e
força e s uavidade; dinamismo e inação; nunca s a ti s fa z; porque a es s ênci a enl evadora de senti mentos de a mor
qua ndo vi bra em um pól o, verda deira não está nele, é a lhei a a o puri fi ca do.
bus ca completar-se com a outra parte, tumul to da s pa i xões da ca rne;
que es tá no outro. s omente na l ei do a mor uni vers a l
A a tra çã o i rres i s tível dos s exos encontra alma satisfações e gozos que O mes mo, todavia, não se veri fi ca
mos tra a uni da de que exi s te na s s ó pertencem a o Es píri to i morta l . na s esferas de vi da espiritual i nferi or,
a l ma s . Nes sas esferas mais elevadas ao se nos degraus ma i s ba i xos da es ca da
Nel as não há dua s meta des s e- defrontarem dois Espíritos, fl ui de um evol uti va : a í o s exo é gozo a ni ma l ,
pa ra das mais s i m uni da s e compl e- pa ra o outro uma corrente de força es pa s mo de mús cul os , vol úpi a da
menta res , que es tã o s empre s e que vem dos pólos opostos, atraindo- ca rne; o homem produzi u-l he
bus ca ndo uma à outra . s e, bus ca ndo s i ntoni a , uni ã o, de tremendas deformações, desvirtuou a
A a l ma é a o mes mo tempo a cordo com a l ei universal do amor da s ua fi na l i da de e corrompeu-l he o
homem e mul her, a ntes que fos s e uni da de, da s i ntoni a . s enti do.
homem ou mulher era simples mente Na s rotas da eternida de, a tra vés Nã o podendo concebê-lo e mui to
um Es píri to a s s exua do, s em s exo, de i númera s prova s , s ofri mentos , menos pra ti cá -l o na s ua el eva da
s egundo o modo comum de entender res ga tes , el eva ções e queda s , os s i gnificação, fê-lo instrumento de seus
o s exo. Es píri tos se aprimoram, s e puri fi ca m, i mpul s os a ni ma i s e, des ta forma ,
O s exo em nosso meio é s omente expa ndi ndo a l a rgos l i mi tes s ua como é es cravo des s es i mpul s os , é
uma condi çã o exteri or porque, ca pa ci da de de a ma r que, por fi m, ta mbém es cra vo do s exo.
rea l mente, a alma, em si mesma, con- a bra nge huma ni da des i ntei ra s , Entreta nto, mes mo a s s i m, com
ti nua a possuir as pos s i bi l i da des de s empre visando a unida de em Deus , es se ca ráter material e i nferior, o sexo
ma ni fes ta çã o nos doi s s enti dos . que é a fonte a tra ti va de ori gem, a a i nda s e cons erva como poderos o
Nã o há propri a mente a l ma s meta fi na l da evol uçã o. el emento de educação espiritual e de
gêmea s : há tendênci a s ma i s ou Nes sas esferas s uperi ores , fl uem el eva çã o.
menos opostas e complementares em da s a l ma s , de uma s pa ra outra s , De fa to: o des ejo de pos s e e de
ca da al ma , procura ndo i ntegra r-s e. ra di a ções a moros a s s ubl i ma da s , pra zer físico a proxima os i ndivíduos de
A môna da , na es s ênci a , como a tra ções ma gnéti ca s , purís s i ma s e s exos di ferentes , une-os de certa
di s s emos , é bi s s exua l , porém, a poderosas, numa constante permuta forma numa i nti mi da de orgâ ni ca ,
neces s i da de evol uti va de rea l i za r de s entimentos el eva dos , perfei tos , prepa ra tóri a da futura uni da de no
experiências nos dois sentidos, trouxe i nefáveis, de s uave enlevo espiritual. ca mpo do a mor es pi ri tua l .

217
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

Por i s s o é que o matrimônio e um movi mento i ncessante, ao progres s o Fi xa ndo o pensamento em i déi a s
i ns tituto s ocial educativo de alta va li a es pi ri tua l . de pureza, de espiritualização e outras
pa ra o progres s o do Es píri to No pl a no materia l , es s a l ei quer coi s as el eva da s , pode-s e l uta r com
enca rnado, porque es s a i nti mi da de s omente o us o do s exo pa ra a va nta gem contra o víci o.
orgâ ni ca e es s a precá ri a uni ã o reprodução da espéci e e nã o pa ra o Pel o s i mpl es des ejo e com
momentâ nea de a l ma s , a i nda s e gozo pessoal , pa s s a gei ro e egoís ta , vi ol ênci a nã o é a cons el há vel a
robus tece mais com a s vi cissi tudes , como o quer o homem. Nes ta repressão, porque a força a cumul a da
a s prova ções , os s ofri mentos s a tisfação ma terial a a lma não entra, a no s istema nervoso, nas ra ízes a i nda
pa ssados em comum, no se tolerarem nã o s er na s ua expressão i nferior, mais mui to animalizadas, instintivas, e nos
os cônjuges um ao outro, no gerarem, l i ga da a o mundo a ni ma l . órgã os sexuais, a partir de certo limite,
cri a rem e educarem os filhos e, ainda, Nã o s e nega que os gozos s exua i s expl ode e o i ndivíduo nã o pode mais
no l uta rem juntos pel a forma çã o e da ca rne concorra m pa ra uni r os s e conter.
pel a defes a de i nteres s es e bens i ndivíduos , como já di s s emos , pel a O certo é des viar os pensamentos
comuns a o pa tri môni o fa mi l i a r. i nti mi da de que entre el es s e e fi xa r a mente em coisas di ferentes ,
Nes s a s es fera s i nferi ores , o es tabelece, mormente no matrimônio; nunca no s exo.
Es píri to ainda está muito bipartido em porém i sto ocorre somente nos gra us Os pensamentos têm grande poder
s i mes mo, des i ntegra do em s ua s ma i s inferiores da es ca l a evol uti va , e a tua m s obre os órgã os do corpo
tendências s exua i s e, por i s s o, em entre os qua i s a Terra s e col oca . fís i co de forma di reta e poderos a ,
ca da encarna çã o, vi bra s omente em Nos mundos s uperi ores , a s s egundo a ca pa ci da de de vonta de
um dos doi s pól os da s ua própri a s a tisfações do s exo, repeti mos , s ã o i ndi vi dua l e a s i nceri da de da s ua
cons tituição a nímica, o que, realmente, todos do ca mpo da vi da mora l . emi s s ã o.
repres enta um des equilibro Res olvido que es teja o Es píri to a
funda menta l . comba ter o víci o, a i déi a é pos ta na
Por essa razão, são muito Os homens substituem a realidade mente e os pensamentos decorrentes
intensos seus impulsos, seus pel o s ímbolo. O s ímbol o é o s exo da do tra balho mental se a rmazena m no
anseios no sentido de ligar-se ca rne, que encobre o s a nto s ubcons ci ente; cri a do a s s i m es s e
(ainda que inconscientemente) ao s a cramento do a mor, união da s dua s es ta do menta l perma nente, o
elemento oposto e complementar, tendênci a s es s enci a i s da a l ma ; s ubcons ci ente des perta e a ge por
aparentemente ausente; isto lhe dá qua ndo ela encontrar em si mesma os oca s i ã o dos i mpul s os s exua i s
uma intranqüilidade permanente, germes opos tos des s e a mor, s e provoca dos por quaisquer
uma constante insatisfação que o leva torna rá um s er integral, ca pa z, entã o ci rcunstâncias e a utomaticamente os
a lançar-se no campo do sexo oposto, de a ma r ta mbém a todos os s eus repri me. A conti nui da de des s a
buscando, fora de si mesmo e s emelhantes; porque, de s eparada s e repressão tra rá, por fim, a s upres s ã o
ansiosamente, os gozos materiais que tornou unida; de diferente, uni forme; do a to como víci o.
jamais o satisfazem. i ntegralizou-se, retomou o equi l íbri o Outra coi sa a saber é que na l uta
O ca rá ter verdadeiramente rea l vi bra tório i nterno pela uniformi za çã o pel o equilíbri o s exua l , s e cons egue
do equi l íbri o s omente mui to ma i s dos pólos opos tos , fundi u-s e em s i vencer o víci o qua ndo s e des eja
ta rde s erá encontra do, na s es fera s mes ma no ser primitivo, torna ndo-s e rea l mente vencê-lo, com sinceri da de
evol utivas s uperi ores e, por i s s o, a um foco, um centro, uma unida de de de propósi tos e não quando o desejo
bus ca do a mor no a mbiente exterior é a mor, no ca mpo da vi da uni vers a l . é simplesmente um sentimento
i l usória e i mprofícua; jamais o homem platônico, no qual a pessoa se
encontrará soss ego e pa z enqua nto compraz.
nã o l ibertar-se dos impul s os da vi da 2. PERDAS DE ENERGIA
i nferi or. As s im como se ca rrega de energi a ,
Es s a satisfação espiritual, diferente o orga nismo também perde energia e 3. INFLUÊNCIA DO MAGNETISMO
da quil o que os homens conhecem, a perda maior, como já dissemos , é a O el emento ma s cul i no a cumul a
fi gura da mente podemos di zer que do a to s exua l , por ca us a da s ua ma gnetismo positivo enquanto que o
s omente s e encontra no céu. deturpa çã o. Es s e a to, como é femi ni no a cumul a o nega ti vo.
A i ntel i gênci a do homem e s ua pra ti cado, é estigma de i nferi ori da de Os corpos huma nos funci ona m
a mbi çã o é que cri a ra m o es pi ri tua l . como condensa dores e a s energi a s
des virtuamento do s exo, ba i xa ndo-o Qua ndo a cons ci ênci a es pi ri tua l a cumuladas são gastas nas atividades
do pl ano espiritual para o material. Ele s uperi or des perta no i ndi víduo, norma i s da vi da .
vi ve pelo desejo do gozo físico quando des a pa rece a exci ta çã o s exua l de Qua ndo os corpos s e tocam, s endo
s eu verdadei ro a nel o deveri a s er a ca rá ter a ni ma l e a s energi a s s ã o de s exos diferentes, há trocas rá pida s
rea lização do a mor eterno, i morta l , cons erva da s e a pl i ca da s pa ra a s e fortes de energias magnética s , com
es pi ri tua l . a ti vi da des de outros órgã os , efeitos a gradáveis ou não, segundo os
O s exo é uma força muito a mpl a , pri nci pa l mente pa ra a mente. s enti mentos de ca da um. Is to é
que tra duz o desejo de pos s ui r a l go O s egredo da vitória contra o víci o fenômeno natural à lei do s exo, ma s
uni r-s e a a l go, dentro des s a l ei do s exual está no próprio es píri to e nã o na da tem que ver com o a to s exual
a mor, e es s e s enti mento, es s es no corpo físico. O pensamento s exual , em s i mes mo, que é coi s a mui to
des ejos eleva dos , i mpel em o s er à s cri a ndo o desejo sexual, é que produz di ferente.
ma i s va ri a da s rea l i za ções , a o a exci ta çã o, o víci o. Os conta tos de mã os , bra ços , etc.,

218
INICIAÇÃO ESPÍRITA

promovem a tra ções de ca rá ter O homem s e a poderou do s exo s empre, como já dissemos, é acúmulo
magnético de pólos diferentes, durante pa ra s eu gozo pes s oa l e a ca bou de fl uídos nes s es órgã os , pri nci -
os quais a corrente de força flui de um dominado por ele, pelos desequilíbrios pa l mente de kunda l i ni e, pa ra o
s er pa ra outro. que s ofre pelo vi ciamento. Séculos de reequi l íbri o, ba s ta concentra r-s e e
Se os s enti mentos ou os a busos e de contra venções tornaram des vi a r o pens a mento em outra s
pens a mentos s ã o puros , es s es a s i tuação como que norma l , e i s to di reções , ou ca na l i za r a corrente
conta tos levam para a união das almas tra z a o homem enormes ma l es no fl uídi ca pa ra outros órgã os .
em terreno el eva do, ma s , s e s ã o ca mpo da evol uçã o es pi ri tua l . Só é s enhor de si mesmo o homem
i mpuros, l evam para a animalidade do que governa a corrente e os impuls os
a to s exua l . 4. AÇÃO DOS ESPÍRITOS do s exo.
Entre dua s pessoas que s e tocam, Des vi rtua ndo o s exo, o homem El eva ndo-s e o pens a mento a
a corrente fl ui do ma i s forte pa ra o a bri u ta mbém a o ca mpo do mundo coi s as mais altas, o corpo obedece e,
ma i s fra co e es te a bs orve força i nvi sível a porta pa ra o a ta que dos mes mo quando pareçam agra dá vei s ,
da quele. Por i sso não s e deve dormi r s eres maléficos que nele existem. Não deve-se expulsar do pens a mento os
com cri a nça s ou doentes . pos s ui ndo ma i s corpos de ca rne e des ejos rel a ti vos a o s exo.
Os homens fortes e a ni ma l i za dos s a udos os dos víci os que pos s uía m Deus é espírito e vi ve em nós. Pa ra
s us tenta m l egi ões de va mpi ros . a ntes, estes seres a podera m-s e dos chega r a El e devemos concentra r
O conta to entre dua s pes s oa s enca rnados domi na dos pel o víci o e nos s a s força s em nós mes mos e
fecha o circuito magnético entre doi s a s sim s e satisfa zem, de certa forma , a s sim desperta r nos s a s percepções
pól os e a corrente flui tanto mais forte num conúbio demoníaco e tenebroso, es pi ri tua i s s uperi ores .
qua nto ma is forte for o pensamento, de verda dei ro va mpi ri s mo. A l uz que há em nós e a do pri n -
o des ejo, o s enti mento, ou a Há mi lhões de pessoas, no mundo cípi o espiritual, que deve s er posta em
a ni ma l i da de. todo, escravi zada s pel os Es píri tos e evidência pela vontade e pelo emprego
A força da Terra , o fogo da vida – uti l izadas por eles como instrumentos jus to das energias todas, que nos s ã o
o kundalini – fl ui sempre nos pl exos , pa ssivos de suas vontades e de s eus pos ta s à di s pos i çã o pa ra evol ui r.
vi nda dos cha cra s , podendo s er víci os , ta nta s vezes mons truos os e O s exo, conforme já dis s emos , no
enca minhada para este ou para aquele a ni ma l es cos . devi do s entido, é gra nde a uxi l i a r da
órgã o, qua ndo a vonta de já es tá É mul ti forme o va mpi ri s mo es piri tua l i za çã o dos s eres , porque
di s ciplinada e a pes s oa s a be como es pi ri tua l nos di a s que correm. enca mi nha pa ra o ca mpo do a mor
a gi r nes tes ca s os . Os Es píri tos i nferi ores convi vem uni vers a l .
Qua ndo é ignorante, a força s obe i nti mamente com os encarnados e os Tendo começa do como egoís mo,
pel o cha cra bá s i co, pa s s a a o va mpi ri za m de toda s a s forma s . nos primeiros degraus, des envol veu-
genés i co, e, a compa nha ndo o Suga m o que el es comem e s e no tempo com a fa míl i a , a grei , a
pensamento ou o desejo, se a cumul a bebem; a bs orvem ou rouba m s ua s pá tri a e va i a s s i m cres cendo e s e
nos órgã os do s exo, produzi ndo energias, a gindo s obre o orga ni s mo expa ndi ndo s empre por toda a
tremendas pressões, que podem levar fís i co, promovendo s eu enfra que- huma ni da de.
o i ndivíduo a té mes mo à prá ti ca de ci mento e dando origem a mol és ti a s A l uta pel a conqui s ta des te
a tos vi ol entos e morta i s , porque a i numeráveis e de dia gnós ti co qua s e conheci mento obri gou o homem a
corrente desordenada produz s éri os i mpos s ível pel a ci ênci a comum; des envolver a inteligência, a vonta de
des equilíbrios psíquicos e a l tera ções s uga m s ua s energi a s s exua i s , e a s vi rtudes .
fi s i ol ógi ca s bem gra ves . promovendo, a l ém di s s o, conta tos Temendo o futuro da prol e, nos
Toda s a s s ecreções s e fa zem i mpuros e exal ta ções terri vel mente pri mei ros tempos , a prendeu a
qua ndo há neces s i da de del a s . peri gos a s . tra ba l ha r, a pl a nta r, a col her, a
As s im o suor, a s a l i va , a bíl i s , o Es te ca mpo do va mpi ri s mo di s tribuir, a negociar, a economi za r, a
l ei te ma terno, a s l á gri ma s , tudo é es pi ri tua l es tá s e a l a rga ndo progredir de todas as formas e a s s i m,
regul ado pelas necessidades naturais enormemente e s ó poderá s er res - de futuro, continuará a movimentar-se,
e o homem não intervém; entretanto, tri ngi do ou eliminado pelas práticas de vi s a ndo coisas mais altas , já s i tua da s
o mes mo não s e dá qua nto a o s exo a utopurificação i ndividual de corpo e fora de ca mpo do egoís mo e
porque, com s eus pens a mentos ou es píri to. pertencentes a o a mor uni vers a l .
des ejos , o homem i ntervém forte- O di scípulo deve s aber economiza r Tudo por ca usa, em gra nde pa rte
mente s obre a s gl â ndul a s do e ca naliza r s ua s energi a s fl uídi ca s , dos estímul os que vêm do s exo, de
s exo, produzi ndo funci ona mento uti l izando a vontade e os passes, para ansiedade da alma em se integrar em si
des ordenado, que aca rreta enormes evi ta r a cúmulos em certos órgã os e mes ma, uni ndo a s dua s tendên-
perda s de energi a s e outros fa l ta em outros . ci a s, coisa que, afanosa e des es pera -
des equi l íbri os . A exci ta ção do s exo, quase da mente, procura no mundo exteri or.

219
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

63.
PROBLEMAS DA PROPAGAÇÃO

1. ONTEM E HOJE rel i gião. Por i sso, abrem-se livremente menta i s da propa ga çã o e que, em
O Es pi ri ti s mo tem ma i s de um a s ca sas espíritas e a doutri na , a s eu res umo l i gei ro, podem s er a s s i m
s éculo de codificação e a té a qui tem turno, a bre ca minho, vi toriosa mente, enumera dos :
venci do toda s a s di fi cul da des do por toda parte, i nspi ra ndo repei to e
ca mi nho; mas a gora es ta mos numa confi ança ao povo; e os seus próprios 2. INSTRUÇÃO
s i tua çã o del i ca da , porque o vul to e ma i s ferrenhos a dvers á ri os – que É l a mentável o descaso que exi s te
toma do pela doutrina é ta manho que s ã o os materialistas e os ti tul a res do s obre os es tudos doutri ná ri os . O
nos obriga a delinear providência s de cl ero – dedicam-se-lhe discretamente Es pi ritismo lida com as ma s s a s ma i s
toda ordem, visando sua preserva çã o nos s eus conventos e na s s ua s s ofredoras e desvalidas da população,
em fa ce à s deturpa ções e res i dênci a s . na s quais o nível de cultura comum é
contra fa cções que es tã o toma ndo Hoje não se tra ta mais de vencer as preca rís s i mo, s obretudo em nos s o
ca mpo, ca da vez ma i or, por vi a da hos tilidades legai s ou l i mi ta ções de pa ís , onde o índice de a nalfabetismo é
i ntervençã o de i nteres s a dos , l i berda de, ma s , s i m, de imprimir ao a i nda el eva do.
ra di cados nas regiões de treva s , que movimento o ritmo e o caráter que Es s a ma s s a nã o tem há bi tos de
s e esforçam pa ra que a doutri na s e deve ter para se alcançar, o mais l eitura nem bases para assimilação de
des vie dos s eus verda dei ros rumos , depressa possível, um ponto conhecimentos mais a va nça dos e, a
di l ui ndo-s e em di vers a s correntes , apreciável de propagação em todo es tes fa tores , a i nda s oma -s e o da
s ei ta s e crendi ces , ca da qua l ma i s mundo; porque a hora chegou e é crença frequentemente cega ou
prejudi ci a l e l a s ti má vel . a gora , em que os sofrimentos de toda fa ná ti ca , em protetores e gui a s ,
O Es pi ri ti s mo é doutri na a humanidade a obri ga rã o a bus ca r mui tas vezes ta mbém i gnora ntes e
evol uci oni s ta ; a s s ume a s pectos refúgi o e proteçã o, a mpa ro e des avisados, que desa cons el ha m a s
di ferentes e a pres enta probl ema s cons ol a çã o, onde es tes exi s ti rem, s essões de estudos, dando preferência
di ferentes, segundo as épocas em que des prezados os dogmas estérei s e os excl usiva aos tra balhos de assistência,
s e os enca ra . ri tos pra gmá ti cos que já nã o ma i s pa ra res ol uçã o de a s s untos de
Nos pri mei ros tempos da s a ti s fa zem à s neces s i da des da na tureza pes s oa l .
codi ficação o problema mais s ério era evol uçã o huma na . Cons i dera ndo a urgênci a de
torná-lo compreendido e aceito Sob os tetos es píri ta s , em di a s i ncul ca r na mente de todos a
pelos homens, vencendo a terrível próxi mos , s e a cotovel a rã o i rmã os neces s i da de i na di á vel da cri a çã o
ba rreira dos preconcei tos s oci a i s e nos sos, profitentes de todos os cre- des sas s essões de estudos , em pé de
rel i gi os os da época . dos , condi ções mora i s e cul tura i gualda de com a s dema i s , a l guma s
As s im como os apóstolos antigos, i ntelectual, porque momentos vi rã o ca s as espíritas melhor i nspira da s vêm
que morreram torturados e mas- em que o pânico s e es ta bel ecerá no l uta ndo, há a nos , cri a ndo curs os e
s a crados, os pioneiros do Espiritismo, mundo, por força dos a tos iníquos de es colas , orga ni za ndo, publ i ca ndo e
há uns cem anos, eram perseguidos mui tos homens , a gi ndo como di s tribuindo gratuitamente programas
pel o desprezo público e pelo cl ero, i ns trumentos de s eus própri os es colares bastante simples e acessíveis,
a pontados como loucos e feiticeiros. pendores , pa ra l el os e a fi ns com a como pa drões e norma s pa ra ta i s
As obra s de Ka rdec foram queimadas na tureza ma l i gna da s força s da s ens i nos .
em Ba rcelona, em praça pública, em treva s . Por outro l a do, pa ra fa ci l i ta r e
um s ó monte, conquanto isso, como É preci so, pois, preparar desde já as ori entar ta is estudos e, de certa forma,
s empre ocorre, servisse para colocar Ca s a s Es píri ta s , mel hora r s ua s concorrer pa ra a uni formi za çã o dos
a i nda mais em foco a existência da condi ções de a pres enta çã o e de conheci mentos doutri ná ri os ,, foi
nova doutrina e o seu indiscutível valor. funci ona mento, ma s s obretudo, cri a da na FEESP, em 1950, a s éri e
Ma s hoje des frutamos uma mel hora r a s i tua çã o i ntel ectua l e Iniciação Espírita e que muito facilitará
s i tuação bastante modificada, pelo mora l dos seus dirigentes, para que s e a orga nização de escolas doutrinári a s ,
a mparo de constituições l iberais, que col oquem à altura do desempenho de s obretudo a s des ti na da s a o es forço
a s seguram em todo mundo (salvo nos ta refa s tã o rel eva ntes . meri tório e funda menta l da reforma
pa íses onde vi gem governos Pa ra i sso convém passar em revista mora l .
tota l itários) l iberdade de crença e de a l guns probl ema s funda- Es s a i ni ci a çã o, fei ta por eta pa s

220
INICIAÇÃO ESPÍRITA

progressivas, uniformi za a s prá ti ca s evol ução adquirem forma fís i ca que A s egui r es s e ca mi nho, tã o de
educaciona i s e ta mbém s erve pa ra s e modifica constantemente e que, no fei çã o do homem uti l i tá ri o – de s e
comba ter a dema gogi a , o a rbítri o correr dos tempos , cons ti tui a preferir a satisfação de interes s es de
pes soal e a licenciosidade a tualmente pers ona l i da de i morta l evol uti va . ordem ma teri a l – o Es pi ri ti s mo s e
exi s tentes , que dã o ma rgem a Essa organização individual tra ns formará em uma religião como as
deturpa ções , à s ri dícul a s demons - comporta a existência de uma mente, outra s ; poderia manter sua condição
tra ções de crendi ce, à s pa l ha ça da s sede da inteligência potencial e um de Consolador, mas perderia esta
ri tua lísticas, na s qua i s s e mi s tura m envoltório físico de proteção, que varia outra, bem maior e fundamental, de
ri tos a fricanos próprios das s el va s e segundo os planos vibratórios em que redentor da humanidade. É como se a
de povos bá rba ros , com ri tos rel i - a partícula evoluciona. uma cri ança déssemos o cons ol o de
O fim da evolução é o retorno ao
gi osos de outras crenças que não mais um doce, ma s dei xá s s emos de l he
centro da vida universal, a partícula
s a tisfazem às necessidades espirituais a ponta r os mei os de s e torna r um
sobrepondo-se e superando todas as
da huma ni da de, por s erem coi s a s homem.
experiências e dificuldades do cami-
herda da s de um pa s s a do morto. nho, expandindo-se por fim na unidade, Reforma ínti ma é puri fi ca çã o
Ao orga ni za rmos a Iniciação pelo desenvolvimento de sentimentos i nterior pela expa ns ã o da pa rtícul a
Espírita que, s eja di to de pa s s a gem, divinizados, com base no amor, que é di vi na que em dormi ta , a gua rda ndo
pel a pri mei ra vez s e tenta va no fundamental, essencial, definitivo. s ua hora. Tra ns forma çã o ra di ca l de
Es pi ri ti s mo, nã o fomos bem com- A orga ni za çã o fís i ca é perecível , s entimentos a ni ma l i za dos em s en-
preendi dos ; a l guns jul ga ra m que mutá vel, sofrendo tra nsformações no ti mentos di vi ni za dos .
es tá va mos força ndo uma tra ns for- ca mpo objeti vo, ma s o es píri to é Qua ndo i nvol ui u e dei xou-s e
ma çã o que cada um deveria fazer com eterno e i mortal e a penas sofre tra ns - envol ver pela matéria , pa ra a dqui ri r
o tempo e o seu próprio critério; porém, forma ções no ca mpo da vi da mora l , forma fís i ca e poder evol ui r,
es sas vozes de há muito se ca l a ra m e vi s to que é uma ema na çã o de Deus . rena s cendo a tra vés de vi da s e de
já compreenderam, sobretudo à vi s ta Pois estas transformações do prova s , a partícula foi s e sepultando e
dos resultados colhidos, que e preci s o campo moral são as que todos nós s endo dominada pelas i mpres s ões e
a cel erar o esforço de propa ga çã o da procuramos conseguir com a vi bra ções dos meios em que es ta va ,
doutri na no seio das massas, a pressa r reforma íntima, que é o problema a dqui ri ndo vi ci a ções e i mpureza s
o pa s s o e col oca r no ca mi nho da máximo do Espiritismo nos dias própri a s des s es mei os .
redenção o maior número possível de que correm, porque a maioria do Des de então ela vem, com gra nde
compa nheiros, para podermos forma r povo espírita ainda não se ca- es forço e a cus to de s ofri mentos
tra ba l ha dores a ptos a a güenta r os pacitou desta verdade, encara a i ndizíveis, s ubindo na es ca l a mora l ,
tra ba l hos e os tes temunhos que já reforma como uma coisa aleatória, a tra vés de mi l êni os , e s omente
es tã o s endo exi gi dos . a se conseguir algum dia, com o qua ndo a tinge s ituações em que pode
A deca dênci a do mundo e a s correr do tempo e não como uma goza r de es ta dos cons ci enci a i s
ca l amidades que s e a proxi ma m com necessidade urgente e imperiosa. l úci dos, a dqui ri ndo conheci mentos
i ncrível ra pidez, exigem de todos nós Quem nã o enfrenta del i bera da e exa tos a respeito da vi da e da more,
que estejamos preparados para a luta, deci didamente o problema de reforma é que s ua ascens ã o pode s er a cel e-
a fi m de que o Es pi ri ti s mo cons i ga ínti ma não evolui, malga s ta o tempo ra da , segundo s ua própri a vonta de.
vencer a oposição e tri unfe, por fi m, de s ua a tua l enca rna çã o e, a pós o Da i ncons ci ênci a dos rei nos
no cora çã o dos homens . des enca rne, va i ha bi ta r regi ões i nferiores e dos impulsos dos instintos
Para todas estas consecuções, a i nferiores do Umbral, mesmo que s eja a ni mais, a partícula evoluiu, chegando
instrução dos adeptos é urgente, como a o homem livre e responsá vel , a l ém
freqüenta dor a s s íduo de s es s ões e
urgente é o combate à ignorância do qua l deve pros s egui r, evol vendo
a nde com o nome do Di vi no Mes tre
doutrinária, como ainda as forças como Es píri to es cl a reci do e puro,
cons tantemente na boca. Na s i tua çã o
maléficas que se estão firmando sobre pa s s a ndo à cl a s s e dos a njos , dos
o mundo com o fim de entravar a em que nos encontra mos , i s to é, de
ha bitantes de um mundo de expia çã o a rca njos, etc., tudo i sto dependendo
redenção da humanidade e levá-la à
e de prova s , o es forço de reforma do es forço da reforma e de purificação
perdição.
ínti ma de ver a preocupação pre- i nti ma .
dominante, podendo se deixar de lado, Puri fi cação signifi ca s enti mentos
3. A REFORMA MORAL
ou , no míni mo, em s egundo pl a no, ca da vez ma i s el eva dos e ma i s
Deus – o s upremo es píri to – é
toda s as demais, i nclusive as de ordem a proxi ma dos do a mor uni vers a l ,
a bs oluto e nada pode haver fora del e
i ntel ectua l s i s temá ti ca . conforme ensina o Eva ngel ho, o que
porque, s e tal sucedesse, o s eu rei no
Se o Es pi ri ti s mo nã o cons egui r permi tirá es ta bel ecer s i ntoni a com
es ta ri a di vi di do.
reforma r a huma ni da de, nã o terá Deus, pela integra çã o em s ua s l ei s .
Tudo o que existe – s eres e coisas –
a ti ngido, por cul pa do homem, s ua s A reforma exi ge, a ntes de ma i s
exi s tem nele, nele s e movem e nel e
el eva da s fi na l i da des e fra ca s s a rá , na da, o combate ao egoísmo nas s ua s
rea l i za m s ua evol uçã o.
porque ele veio justamente para i s s o, i numerá vei s forma s e o des envol -
Os Es píritos são partículas divi na s ,
nes ta etapa da vi da pl a netá ri a ; s eu vi mento do altruísmo, que é o s enti -
centel ha s ou cha ma s dota da s
a l vo é a redenção humana, coisa a nte mento oposto. O l ema do espíri ta que
potencialmente de i nteligência, ra zão,
a qua l a s rel i gi ões conheci da s s e se reforma deve ser este: primeiro o
l i vre-a rbítri o e ca pa ci da de de s e
deti veram, a va nça ndo s omente a té próximo, depois o próximo e sempre
orga nizarem i ndi vi dua l mente; pa ra
determi na dos l i mi tes . o próximo.
es sa orga ni za çã o, i ndi s pens á vel à

221
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

Ni nguém pode reforma r-s e A tenta ti va fei ta na FEESP, e porventura erra da que derem à s
col ocando s ua pes s oa em pri mei ro coroa da do mais compl eto êxi to, foi ma s s a s do povo neces s i ta da s de
l ugar. Por i sso é que a humi l da de é um gra nde pass o da do no ca mi nho es cl a reci mentos e de conduçã o.
vi rtude funda menta l do di s cípul o e da s realizações espiritua i s em nos s o Os desconhecedores da doutrina e
a quel a da qua l Jes us nos deu os pa ís e no es forço de a tua l i za r a s i ná bei s na s ua prá ti ca nã o devem
exempl os ma i s ca tegóri cos e defi - prá ti ca s es píri ta s , s egundo a s di ri gi r tra ba l hos de certa cl a s s e,
ni ti vos . necessidades evolutivas do mundo de porque s erão facilmente l udi bri a dos
É nes te ponto que avulta o aspecto hoje. De certa forma influirá, também, pel os Es píri tos ma l dos os ou
rel i gi os o do Es pi ri ti s mo e a na unificação doutrinária porque, com mi s ti fi ca dores , que s ã o há bei s e
necessidade de uma i niciação espíri ta ba s e nel a , des dobra ndo-a e exi gem profundo conheci mento da s
ri goros a , com ba s e no a mor a o compl ementa ndo-a , s e poderá coi s a s , pa ra s erem des cobertos e
próximo, que obrigue o adepto a entrar metodizar o ensino e a propagação da a fa s ta dos .
deci di da mente no ca mi nho da s doutri na . Como i níci o des ta tra ns - Mes mo quanto bem i ntencionado,
rea lizações, porque não ba s ta s a ber forma ção, bastaria que nos tra bal hos o di ri gente i gnorante pode s ervi r de
de tudo isso e continuar como a ntes . de todos os centros e i ns ti tui ções i ns trumento das forças do mal pa ra a
Amor nã o é s enti mento que s e es pírita s , como ta mbém nos l i vros , execução de sua s ta refa s , vi s to que
s a ti s fa ça com teori a s ; deve s er conferênci a s , pa l es tra s , etc., fos s e s eus a gentes s e a pres enta m, de
exerci tado di a ri a mente, a todos os a dota da por todos a s egui nte forma s enga nos a s , própri a s a
i ns ta ntes e oportuni da des , como precedência qualitativa , no modo de des vi a rem a todos pa ra ma us
prá ti ca compul s óri a , pa ra que vá enca ra r ta i s probl ema s : ca mi nhos .
s endo conqui s ta do a os poucos , 1º) Reforma íntima e purificação. Já é hora de os espíritas estudarem
des envol vi do a os poucos . 2º) Cul tura doutri ná ri a . um pouco ma i s de doutri na ,
Com es sa exercitaçã o, a pa rtícul a 3º) As s i s tênci a ma teri a l . mormente assuntos de medi uni s mo,
va i s e exteriorizando, sobrepondo-s e porque a s forças do mal proliferam de
a o corpo fís i co e a os s enti mentos 4. MEDIUNIDADE preferência junto dos médi uns , dos
i nferiores; va i se expandindo para fora O tercei ro e fundamental problema i gnora ntes que nã o s a bem, dos
com a l uz envolvente de todo o corpo é o conhecimento mais a profunda do pres unçosos que pensam que sa bem,
fís i co, dilatando-se a a ura individual e da mediunidade e a criação de cursos ou dos crédulos ou fa ná ti cos que s e
torna ndo-se cada vez mais l ímpi da e e es colas que ens i nem, i ns trua m e ori entam cega mente pel o que l hes
bel a . formem médi uns s ufi ci entemente di zem os Es píritos inferi ores , que s e
O termo Espírito de luz, tã o trei nados, conhecedores da doutrina e i nti tul a m gui a s e protetores .
corrente entre os es píri ta s , quer, mora l mente ca pazes de realiza r s ua s Os Es píri tos nos merecem todo
jus ta mente di zer Es píri to que já ta refa s . res peito e todo amor fra terno quando
evol uiu a ponto da l uz da partícula s e Sem medi uni da de, nã o há ori entam pa ra o Bem e s eus a tos e
torna r vi s ível , exteri ori za da . i ntercâmbio nem revelação; secari a m pa l avras o demonstram, mas, quando
Todo es te tra ba l ho, executa do a s fontes da inspi ra çã o e os céus s e fa zem o contrário, a fastando o adepto
a s sim l entamente, no ca mpo i nterno, a fa s ta ri a m da terra , de ma nei ra a do ca mi nho da verda de, l eva ndo-o
s e é verdade que deve ser a ntecipado torna r i mpos s ível a comunhã o pa ra a i dolatria, a s uperstição e pa ra
pel a compreens ã o e pel a vonta de es piritual, que deve s er ma nti da por a s práticas materializadas e grosseiras
cons ci ente, toda vi a s ó pode s er todos a quel es que penetra m no dos terrei ros , entã o devem s er
rea lizado pelo coraçã o. E como a l ei ca mi nho das realiza ções i ni ci á ti ca s . a fa stados, eliminados do convívio e do
do a mor é a l ei má xi ma e O número de médi uns cres ce a mbiente cristão das casa s es píri ta s .
predomi na nte na vi da es pi ri tua l , todos os di a s como a nos di zer que
s egue-s e que o aspecto religioso do chegou a hora das pedras fa l a rem s e 5. AGENTES DO MAL
Espiritismo deve ser mesmo os homens nã o o fi zerem, O qua rto e gra nde probl ema é,
predominante e o Evangelho de des prezando os chamamentos do Alto. jus ta mente, o conheci mento e o
Jesus, como código rigoroso, sua De outra pa rte cres ce, ta mbém, comba te sistemáti co e enérgi co a os
base inamovível. enormemente, o número da s a gentes das força s do ma l , que s ã o
Reconheci da a s s i m es s a s ua perturbações, o que va l e como s éri a a quelas que entra va m e s e opões à
i mportante e urgente necessidade, ao a dvertência que nos é feita, no sentido expa nsã o da verda de es pi ri tua l no
i nvés de fa l a r em reforma , prega r a de nos prepararmos para a s gra ndes mundo.
reforma , a cons el ha r a reforma , ca l amidades que se a proximam e que Es s as forças têm i números rótulos ,
jul ga mos ma i s úti l a cri a çã o da s ã o fomenta da s pel os Es píri tos a l guns a parentemente i nofens i vos e
Iniciação Espírita que, justamente, vi - ma l ignos que, em gra ndes legiões , s e a té mesmo atrativos s endo, por i s s o,
s a rea l i za r a reforma , de ma nei ra l a nça m a gora s obre a Terra , na peri gosas e exi gi ndo conheci mento
obri gatória e rigorosa, objetiva e a ces- execução de s uas tenebrosas ta refa s . deta lhado de seus aspectos e métodos
s ível a todos os a s pectos do Es pi - Nes ta hora di fíci l , a res pon- de a çã o.
ri ti s mo. s a bilidade dos líderes é muito grande Es s a s força s s ã o repres enta da s :
Ini ciação espiritua l era coi s a que e pa garão ca ro a negligência de não se a) Pelos materialistas impe-
s omente era feita em seitas esotéricas col ocarem em condições s ufi ci entes nitentes, enca rna dos e des enca r-
e ja mais foi tentada pelo Es pi ri ti s mo, de conheci mento e ca pa ci da de de na dos, que des conhecem e des pre-
onde quer que s eja . exemplificação; ca ro pela ori enta çã o za m a vi da espi ri tua l e nega m a té

222
INICIAÇÃO ESPÍRITA

mes mo a exi s tênci a de Deus . Sã o O terrei ro, em geral, seja qual for a 6. A EDUCAÇÃO DA JUVENTUDE
a l mas sem escrúpulos, que colocam os s eita ou crendice que o movi mente, As cri a nça s que na s cem s ã o
i nteresses materiais e pessoais a ci ma é uma prática de povos s el va gens e Es píri tos que nova mente des cem à s
de toda s a s coi s a s . bá rbaros, onde rei na o fa na ti s mo, a a rena s já conheci da s pa ra a
Sã o os cori feus da s i ndús tri a s de i gnorância e a superstição reli gi os a e conti nuação da luta espiritual. Nascem
a rma mentos e das guerras, da criação onde a reforma ínti ma e a tra ns - di a riamente milhares de cri a nça s e a
de engenhos cada vez mais mortíferos, forma ção moral dos freqüentadores é popul a çã o do mundo cres ce em
des ti na dos à extermi na çã o da coi s a desconhecida e a bsol uta mente centena s de mi l hões por a no.
huma nidade e à sobrevivência do mais des i nteres s a nte. Os que es tã o vi ndo a gora s ã o
forte, pel a l ei da vi ol ênci a e da Os Es píritos não precis a m des ta s Es píri tos des ti na dos a o des enl a ce
bruta l i da de. coi s a s , porque pos s uem conhe- pl a netá ri o des te fi m de período:
Intelectuais poderosos têm, muitas ci mentos mui to ma i s a va nça dos , e Es píri tos vi olentos , s obretudo os de
vezes , em mã os , a s orte da vi da freqüentar ta is trabal hos é prova de mentalidade envenena da pel o fa s -
pl a netária e s ervem, mes mo qua nto mentalidade rudimenta r e de a tra s o ci s mo e outras i deologias a bsorventes
i nconscientemente, de a gentes da s es pi ri tua l evi dente. e tota l i tá ri a s ; de outra pa rte, os
treva s , i nstrumentos hábei s de s eus Em todos os centros e a gru- Es píri tos que foram s a cri fi ca dos na s
l íderes ; pa mentos espíritas, é preci s o que os úl ti mas guerras e que a nseiam por um
b) Macumbeiros e feiticeiros que res pectivos diri gentes es cl a reça m o mundo melhor; como ainda Es píri tos
existem no mundo, es pa l ha dos por povo nes te s enti do, enfrentem o ta refeiros e missionári os que devem
toda s a s cl a s s es s oci a i s e que, em probl ema com coragem e s em recei o s ervi r de orientadores e condutores da
entendi mento e comunhã o com de repres á l i a s , venha m de onde ma s s a huma na des ori enta da e
Es píri tos ma l i gnos , s e dedi ca m a vi erem, porque são responsáveis pel a s ofredora, s obre a qual vã o s e a ba ter
produzir malefícios de ordem pessoa l ori entação e conduçã o da s ma s s a s , a s ma i s terrívei s prova ções .
ou col etiva, s em o menor res pei to à que procuram as ca s a s es píri ta s em Da í a vulta o traba l ho enorme e a
vi da humana, à paz, à i ntegridade dos bus ca de verdades rel i gi os a s reden- terrível respons a bi l i da de que pes a
l a res , à l i berda de i ndi vi dua l e à s tora s e de ampa ro pa ra s ua s neces - s obre os ombros dos pa i s e dos
condi ções mora i s da s s ua s víti ma s . s i da des es pi ri tua i s . educadores, os primeiros oferecendo
Move-os , quase s empre, o interes - Se, por ma l-entendido, es crúpul o a os nascituros condições fa vorá vei s
s e fi na ncei ro, a ga nâ nci a , ou a s ou i njustificado temor, os dirigentes de de desenvolvimento e ori enta çã o na
pa i xões grosseiras do corpo ma teri a l . centros continuarem, como a té a qui , pri meira infância, desbastamento da s
Qua ndo desencarnam, filiam-se à s de bra ços cruza dos , es s a s prá ti ca s a res tas psíquicas, cuidados especi a i s
comunidades s emelhantes, existentes ga nharão terreno dia a dia e desviarão em rel a çã o a ta ra s , defi ci ênci a s e
no Umbra l e nas Trevas e conti nua m mi l ha res de i rmã os nos s os , como reca l ques ; e os s egundos , já no
no exercíci o de s ua s a ti vi da des a contece em vá rias ci da des do pa ís , período ma i s a di a nta do do cres -
ma l éfi ca s ; onde o Es pi ri ti s mo de ca rá ter ci mento, formando-lhes as mentes e
c) Dirigentes de terreiros que eva ngélico ficou relegado a s egundo i noculando-lhes princípios sãos e retos
deturpam a verdade, cri a m confusão pl a no e predominam as prá ti ca s que de vi da mora l eva ngél i ca .
e des vi a m ma s s a s do povo do vi s a m a satisfação única e excl us i va Se nã o lhes dermos essa orientação
conhecimento da verda dei ra es pi ri - de i nteres s es ma teri a i s . eva ngél i ca des de o berço, com
tua l idade, inoculando-lhes nas a l ma s A expa nsão de certos terreiros vem a morá vel pa ci ênci a e pers i s tênci a ,
erros e s upers ti ções da s ma i s s endo feita num tra balho habil mente es ses i rmã os nos s os , des ti na dos a
gros s ei ra s . combi nado nos dois planos ; do l a do ta refas e prova ções tã o terrívei s , s e
Quem deles s e aproxima, de l á não de cá os dirigentes enca rna dos , que des orientarão e s e perderã o, a nte a
pode mais s e afa s ta r, por ca us a da s fundam centros ou tendas e escolhem vi ol ência das provas por que terão que
pers egui ções de que pa s s a m a s er es tas práticas vi sando, além do ma i s , pa s s a r.
víti ma s . os l ucros fá cei s e a s a ti s fa çã o de
Es s a s prá ti ca s prejudi ca m o pa i xões e ambi ções ma teri a i s ; e do
Es pi ri ti s mo porque permi tem que outro, a a ção persistente e efi ci ente Toda s a s rel i gi ões e i deol ogi a s
mui tos as confundam com a doutrina dos próprios Espíritos desencarnados , pol íti ca s cui da m da s cri a nça s pa ra
e a s sim retardam a dissemi na çã o da que agem nos seus terreiros e também forma rem s egui dores e a s s i m
verda de. s e i nfiltram nos centros espíritas, onde perpetuarem seus pontos de vi s ta e
Só cui dam de interesses materiais e a tua m s obre os médiuns e aos poucos s uas crenças, mas o Espiritismo cui da
ca s os pessoais, des preza ndo o ma i s vã o tra nsformando o tra ba l ho à s ua del as por solidariedade huma na , por
i mportante, que é a reforma mora l e fei çã o e conveni ênci a . es pírito de fraternidade cristã, visando
a s sim a ca rreta ndo perda de tempo Os es píritas que se precatem e nã o nã o s eus próprios interess es que, na
preci os o pa ra a redençã o da s e dei xem l eva r por es s a onda rea l i da de nã o exi s tem, ma s s i m, a
huma ni da de. degeneradora; por outro l ado tomem redenção da humanidade nos termos
Di zem que os estudos doutrinários a ti tude decisiva e vi gilante: a fa s tem- a moros os prometi dos pel o Di vi no
nã o s ã o neces s á ri os , ba s ta ndo s e dessa s prá ti ca s e defenda m s ua Mes tre, qua ndo di s s e: “Nenhuma
freqüenta r s ua s reuni ões porque própri a integridade psíqui ca ; quem já ovelha se perderá do rebanho que me
a s sim, podem domi na r e mi s ti fi ca r conhece a fonte de água pura não foi confiado pelo Pai. Quem crer em
com ma i s s egura nça e fa ci l i da de. vai se dessedentar nos charcos. mim será salvo e terá a vida eterna”.

223
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

64.
INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE REFORMA ÍNTIMA

1. INTRODUÇÃO “limpeza do coração”, a qua l s e refere b) Trabalho: O tra ba l ho tem uma


Reforma íntima é a excl usão dos Jes us no Sermã o do Monte. i mportâ nci a funda menta l . O es ta r
víci os em nossas vi das e a troca de Pa rti ci pam do processo de Reforma di s ponível, de forma desinteres s a da ,
defeitos por vi rtudes, ou a a quisição Ínti ma quaisquer pessoas que nutra m exerci ta a todos nos campo da fra ter-
de vi rtudes em substituição a defeitos. o des ejo s i ncero (e bus quem con- ni dade. O contato com o próximo per-
Podemos i niciá-la através do auto creti zá -l o na s s ua s vi vênci a s e mi te comparações, reflexões e cons -
conhecimento e isto é feito distinguin- s entimentos) de a tingi r o es tá gi o de ta ta ções utilíssimas pa ra o proces s o
do-s e comportamento de sentimento. um s er humano espiritual i za do. Pa ra de Reforma Ínti ma . A Ca s a Es píri ta
O comportamento é sempre o efeito, i s so, va le o s entimento, como nã o s e deve funcionar como um l a bora tóri o
a cons eqüência de um sentimento. Se ca ns a m de ens i na r os i ns trutores do Bem, em que todos s e unem nes te
tra ba lharmos, ou seja, modificarmos o es pi ri tua i s . A i ntel i gênci a e a s ua i deal comum. Muitas vezes essa a tua -
s enti mento, cons eqüentemente o ca pa cidade de facultar conhecime nto çã o no a mbiente do Centro pode s us -
comporta mento s e modi fi ca . Nes ta s ã o complementos. Nã o há qua l quer ci ta r uma s érie de cul pa s : Sou “bonzi-
ta refa , a es col a de Aprendi zes do pré-requisito quanto à es col a ri da de nho” na Casa Espírita, mas desagradá-
Eva ngel ho é a gra nde a juda . pa ra tra ba l ha r a Reforma Ínti ma . A vel com meus familiares. Simpático no
Se tentarmos fazer o contrári o, ou úni ca condição é a vontade sincera do Centro, mas com dificuldade de rela-
s eja, corri gir o comporta mento, i s to “cora çã o”, aqui representando a fonte cionamento no trabalho, na escola...
torna -s e mui to di fíci l , poi s ca us a dos s enti mentos . Es s e s entimento de culpa nã o s e jus -
gra nde dor, uma vez que o s entimento Movi dos pela vonta de, é hora de ti fi ca. Se o Centro é um labora tóri o, e
gera dor a li perma nece e porta nto o obs erva r um rotei ro pa ra a l a boratóri o protegi do por fra terna s
a conteci mento s e repeti rá . empreitada, que consiste basicamente equipes espiri tua i s , é na tura l que a
De fa to, o que desejamos é ques - de quatro frentes na a borda gem da bondade prevaleça nes s e a mbi ente.
ti onar o que estamos s entindo. Mudar Al i a nça Es píri ta Eva ngél i ca em s ua Somos praticamente constrangi dos a
o comporta mento sem alterar o s enti- Iniciação Espírita: uma a titude ma i s benévol a . Impor-
mento é a gredi r-s e, a o exi gi r uma ta nte é estar sempre a tento pa ra l e -
a) Cui da do com o Corpo
correçã o que está a lém do limite, uma va r, a os poucos que s eja , es s a di s -
vez que há uma causa geradora deste. b) Tra ba lho pos ição a os dema i s a mbi entes que
c) Conhecimento freqüentarmos. Se nem tentarmos , a í
2. DETALHANDO s i m haverá responsabilidade nossa em
Qua ndo s e fal a em Reforma Ínti - d) Autoconhecimento a ti tude que s e aproximará da hi pocri -
ma , o que imagi na mos ? Uma tra ns - Ana l isemos cada um deles: sia.
forma ção repentina, que permita uma a) Cuidado com o Corpo: Ferra- c) Conhecimento: A bus ca do co-
a s censão es pi ri tua l em vel oci da de menta para a nossa ma ni fes ta çã o, o nhecimento é uma constante no pro-
a cel era da ? Um proces s o que ca be corpo fís ico tem de ser respeita do na ces so da Reforma Ínti ma . O conheci -
a penas a poucos eleitos, ca pazes de se medi da em que, quanto mel hor for o mento, entendi do como procura de
a perfei çoa r? Uma propos ta que s eu esta do, ma i s perfei ta mente s e compreensão das leis espirituais , a m-
exi ge dotes de intelectualidade? Nã o, pres ta a nós , Es píri tos i morta i s . No pl i a a l ucidez, multipl i ca a pos s i bi l i -
é a res pos ta a es s a s pergunta s . pri meiro a no da Escola de Aprendizes da de de experiência s e prepa ra -nos
A Reforma Íntima tem como orien- do Eva ngelho se executa um trabal ho pa ra as mais diversa s a tua ções . For-
ta çã o o a perfeiçoamento es pi ri tua l . i ntenso quanto a os cha ma dos víci os ta l ece o Espírito e, conjuga do a o tra -
Ma s i sso não se dá a os s a l tos . Mes - corpora is, que muito a gri dem nos s o ba l ho, é ca paz de potenci a l i za r uma
mo porque, quando se tra ta de ir fun- corpo fís i co. Ta mbém pa rte-s e do ga ma enorme de realizações no bem.
do na correção dos nossos senti men- pri ncípio que deve s er rea l i za do um d) Autoconhecimento: No Auto-
tos e pens a mentos , nã o o fa remos es forço, partindo do mais fácil pa ra o conhecimento está a base da Reforma
a penas com análises s uperfi ci a i s de ma i s difícil, e o combate aos defeitos é Ínti ma. Sem conhecer a mi m mes mo
nos sas a titudes comporta menta i s , e mui to mais complexo que o comba te como posso i dentificar as potenci a l i -
s i m com uma verda deira e completa a os víci os . da des a dormeci da s pa ra o Bem?

224
INICIAÇÃO ESPÍRITA

Como i dentificar defeitos, ci rcunstâ n- Armond s ugere que montemos um mesmos. As respostas vos darão, ou
ci a s que impedem a ascensã o es pi ri - qua dro de nos s os víci os e defei tos , o descanso para a vossa consciência,
tua l ? Curi os o que nes te mundo de a tua ndo pri mei ro onde s enti rmos ou a indicação de um mal que precise
tra ns ição, em especial no Ocidente, a ma i s fa ci l i da de. ser curado. “
“porta da Reforma Íntima” pa ra a qual Em O Livro dos Espíritos, na No Novo Tes tamento, o a pós tol o
s omos estimulados encontra-se justa - ques tã o 919, Sa nto Agos ti nho tra z Pedro, em s ua pri meira Epístola,
mente na s s i tua ções do coti di a no. gra nde contri bui çã o com s ua (I Pedro, 4:8), recomenda-nos: “Acima
Somos bombardeados por a lertas s o- experi ênci a pes s oa l : de tudo, porém, tende amor intenso
bre a necessidade de cui da do com o “Fazei o que eu fazia, quando vivi uns para com os outros, porque o
corpo. A i mportância do trabalho mui- na terra: ao fim do dia interrogava a AMOR COBRE A MULTIDÃO DE
ta s vezes nos é pos ta pa ra a nos s a minha consciência, passava em revis- PECADOS”.
própri a sobrevivênci a . Sem conheci - ta ao que fizera e perguntava a mim Qua ndo deixamos este sentimento
mento s entimo-nos diminuídos , ma s mesmo se não faltara a algum dever, i nva dir nossos corações, cons eqüen-
de a utoconhecimento pouco s e fa l a . se ninguém tivera motiva para de mim temente nossas a ti tudes torna m-s e
Apes ar de a a ntiga filosofi a grega ter se queixar. Foi assim que cheguei a el evadas. Tornamo-nos ca ridosos ,
i nfluenciado o pensamento a tual, a re- me conhecer e a ver o que em mim e a ca ri da de é doce, compreens i va ,
comendação de Sócrates: “Conhece-te precisava de reforma. Aquele que, to- res peitosa; enfim, tornamo-nos ma i s
a ti mesmo”pa rece perdida. Por isso a das as noites, evocasse todas as cri s tãos. Podemos ai nda di zer que o
Es cola dispõe de ma i s i ns trumentos ações que praticara durante o dia e a mor nos leva a um exercíci o no ca -
pa ra esse ca mpo, em gera l preteri do inquirisse de si mesmo o bem ou o mal mi nho do bem, des perta ndo a s s i m,
no coti di a no. que houvera feito, rogando a Deus e nos sas vi rtudes adormecidas. De onde
A Es cola de Aprendi zes do Eva n- ao seu anjo de guarda que o esclare- concl uímos que Reforma Íntima não é
gel ho oferece i nstrumentos que nos cessem, grande força adquiriria para s ó o comba te a os defei tos , ma s a
a judam a refl eti r, i s to é, a dentra r o se aperfeiçoar, porque crede-me, Deus prá ti ca de qua l i da des .
nos so mundo i nteri or, propi ci a ndo o assistiria. Dirigi, pois a vós mesmos Ai nda no Novo Tes ta mento, em
condi ções para nos enxerga rmos em perguntas, interrogai-vos sobre o que Luca s , 10:42, Jesus responde a Ma rta :
rel a ção aos s entimentos que identi fi - tendes feito e com que objetivo pro- “Maria, pois, escolheu a boa parte e
ca mos . cedestes em tal ou tal circunstância, esta não lhe será tirada”.
Al ém deste ca mpo pessoa l , a i nda sobre se fizestes alguma coisa que, Na vi da, os a contecimentos ou os
nos l eva a uma vi vênci a Cri s tã , onde feita por outrem censuraríeis, sobre se nos sos a tos são sempre revestidos da
a prendemos a ouvi r compa nhei ros obrastes alguma ação que não pa rte material e espiritua l . Ca be-nos
com quem convi vemos, com discrição, ousaríeis confessar. Perguntai ainda es colher em qual delas devemos nos
res pei to e a mor. Em pos tura de mais: “Se aprouvesse a Deus chamar- concentra r.
a prendizado e ja mais de curi os i da de me neste momento, teria que temer o Dei xamos para o i nici a nte em Re -
ou críti ca , bus ca ndo em nós uma olhar de alguém, ao entrar de novo no forma Íntima uma reflexão pa ra o fu -
a ná l i s e s obre o tema ouvi do. mundo dos Espíritos, onde nada pode turo, nã o tão distante assim. Encerra -
Nos estudos encontramos algumas ser ocultado? “ da a Es cola de Aprendi zes , es ta mos
recomendações valiosas para o noss o “Examinai o que pudestes ter obra- “forma dos ” em Reforma Ínti ma ?
exercíci o de Reforma Ínti ma : do contra Deus, depois contra o vos- Evi dentemente que não. O proces -
No l i vro Guia do Aprendiz, Edga rd so próximo e, finalmente contra vós s o a pena s começou.

65.
GRAU DE SERVIDOR

Aquele que já sentiu desperta r em pous o e comodidade, s ubi u ma i s a l - por i s so, nos sentimos mais forta l eci -
s eu coração o i nteresse pelo próximo guns degraus na l onga a s cens ã o da dos , com uma i mensa vontade de pas-
e por s uas necessidades, com o desejo vi da , torna ndo-s e um Servi dor. s a r para os nossos irmãos aqui l o que
s i ncero de s ervir, e a i sso se empenha, Nes ta altura do progra ma , a pren- nos fez bem, aquilo que nos a uxi l i ou
renunciando a o s eu próprio re- demos a conhecer a nós mesmos e, a té o momento. Nosso peito tra nsbor-

225
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

da de a mor, e desejamos muito distri - s a s queixas. Pa s s a mos , entã o, a va - fi m, a juda-nos na l ibertação definitiva
bui r es s e a mor a os nos s os s eme- lorizar as oportunidades que a vida nos dos víci os e a uxi l i a -nos a comba ter
l ha ntes . Vemos que é chega da a oferece e a bendi zer a nos s a s orte. nos s os defei tos .
gra nde hora de testemunhar, de pa s - Com i s so, conseguimos ta mbém el i - Embora pos s a mos uti l i za r ra -
s a r para frente tudo aquilo que s enti - mi nar a i rri ta çã o, reduzi r a a gres s i - zoa velmente o nosso tempo com pro-
mos e a prendemos, e va mos à l uta! vi da de, atenua r o ódi o, a s má goa s , fundas a uto-análises, na des coberta
E l eva ndo a l uz do Eva ngel ho a os a nti patias e até a fastarmos a s enfer- de conflitos interiores, nada como a s
i rmã os mais necessitados, não estare - mi dades do Espírito – como a ngús ti a , hora s empregadas em torno da ca ri -
mos fazendo mais do que cumprir com depressão, etc. Cres ce o bom â nimo da de! Porque é el a que nos propor-
o nos s o dever. e a cora gem. ci ona o i mporta ntís s i mo trei no de
Entendemos quer fa zer o bem, Ocupa ndo dess a forma no nos s o cres ci mento, pelos exercíci os da be-
pra ti ca r a ca ri da de é o mei o ma i s tempo, muitas vezes ocioso e des per- nevol ência, da pi eda de, da genero-
efi caz e de maiores resultados, nes s a di ça do em futi l i da des , nã o a pena s s i dade, da doçura, da a fabil i da de,
ca na lização dos i mpulsos a nimais que es taremos cumprindo com o dever da da a bnegação e do devotamento. So-
vi ve e predomina em nós, nas nos s a s ca ri dade, como estaremos col hendo mente com a prática constante dessas
a ções. Tendo por ba s e que “Fora da os frutos desse tra bal ho com gra nde vi rtudes é que conseguimos edifi ca r
Caridade não há Salvação”, o Ser- pa z de espírito e a l egri a no cora çã o. o Es píri to.
vi dor tem o tra ba l ho como a úni ca Des envolvendo essa nossa capacidade A ca ri dade por todos os mei os é
condi ção de sua sa l va çã o, que pode de dedi ca çã o e a mor a o próxi mo, i gua l mente um es forço de a uto-
s er compreendida como a l i berta çã o es taremos realizando transformações remodelação interior, cujos resultados
dos s eus condi ci ona mentos corpó- profunda s em nós mes mos , com a a gi rão em nós de modo s emel ha nte
reos , dos i nteresses pessoais que nos compreens ã o, ca da vez ma i or, dos a o tra balho do exímio escultor, o qual
defi nem como um s er egoís ta . probl ema s huma nos e muda nça s extra i de um bloco de rocha a imagem
Sa i ndo des s e i s ol a mento e pos i ti va s do comporta mento. del i ca da de um a njo.
pa ssando a conviver com aqueles que, Se nossas mãos , nos s os l á bi os e Podemos considera r, fi na l mente,
de a l guma forma, nos propus emos a cora ções tra bal ha rem pel o Bem, na que o tra ba l ho de tra ns forma çã o
a juda r, toma mos pa rte da s s ua s promoçã o da criatura humana , ca na - es piritual só é vi ável com o exercíci o
di ficuldades e s ofrimentos e, não ra ro, l i zaremos nos s a s energi a s pa ra o da Ca ri dade. E, pa ra atingirmos metas
vemos que nem por i sso eles es tã o a bem comum, des vi a ndo-nos da s vi - ma i s elevadas de ascensão es pi ri tua l
recl a mar de s ua s orte, fa zendo-nos ci a ções do mundo, que desequilibram devemos convi ver com toda s a s
s entir a i rreverência de nossas i ncon- o emoci onal e prendem-nos a condi - cri a turas com i gualdade, tolerâ nci a e
forma ções e a i mprocedência de nos- ci onamentos nocivos. A ca ri dade, en- s ol i da ri eda de.

66.
GÊNESE DA ALMA

1. INTRODUÇÃO tra jetória está sinteticamente apresen- tem i ntri ga do a todos os que a
Nes ta altura do programa da Escola ta do nas Bem-aventuranças. Ma s por procura m descobrir e entender. Nã o
de Aprendizes do Evangelho, em que que ta nto es forço? Por que ti vemos obs tante a s conqui s ta s ci entífi ca s ,
recebemos a l umi nos a e eterna que passar pelos caminhos do erro, des tacando-se as da Astronáutica, em
mensagem de Jesus conhecida como o da i mperfei çã o, s ua ndo e s ofrendo que o homem a rroja -s e cora jos o a o
Sermã o do Monte, o qua l podemos pa ra incorporar à nossa es trutura de es paço sideral, o s eu “espaço ínti mo”
entender como s endo a moros a pers onalidade os va lores a pres enta - conti nua des a fi a ndo os ma i s
expl icação a respeito de nossa herança dos no Sermã o do Monte. Foi pa ra dedi ca dos es tudi os os .
di vi na, é oportuno refletirmos sobre a es sa jornada dolorosa que Deus nos Sem dúvi da, a “Ps i coná uti ca ” – o
nos s a ca mi nha da es pi ri tua l . cri ou? mergulho cons ci ente do homem no
O Pa i nos deu ca mi nhos de a per- s eu Eu interior – tem a vança do pa r a
fei çoamento rumo ao infini to Bem. O 2. QUESTÕES BÁSICAS pa r com o ci entifi ci s mo, procura ndo
qua dro de va lores morai s pa ra es s a A questão da ori gem do homem des vendar e elucidar os ma i s i ntri -

226
INICIAÇÃO ESPÍRITA

ga ntes mi s téri os da a l ma huma na . a ma téri a . reves te-se de um envoltóri o a propri -


O objetivo das Es col a s de Apren- Por outro l a do, não se poderia con- a do a o novo gênero de tra ba l ho que
di zes do Eva ngel ho, es tuda ndo a ceber um Deus s oberanamente justo deverá realizar, a ssim como damos a o
Gênese da Al ma e a s ua trajetória evo- e bom, cri a ndo s eres i ntel i gentes e operá ri o i ns trumentos menos
l uti va na transição do Homem Ani ma l s ensíveis pa ra votá -l os a o na da de- gros s eiros à medida que el e s e torna
pa ra o Homem Espiritual, é fa vorecer poi s de uns tempos de sofrimentos em ca pa z de fa zer um tra ba l ho ma i s
es ta descoberta interior, provoca ndo compensações, deleitando a vi s - del i ca do.”
uma profunda reflexão sobre a ra zã o ta nesta s ucessão i nfinita de seres que (...)
da exi s tênci a do Ser, ma i s do que na s cem s em o haver pedido, que s ã o Da s emel ha nça de forma s
des cobri r s ua ori gem. dota dos de um pens a mento por um exteri ores existente entre o corpo do
Foi a tribuída uma atenção especial i ns tante para não conhecer s enã o a homem e do ma ca co, certos
à s ubstância religiosa dos temas deste dor, e que desaparecem para s empre fi s i ol ogi s ta s concl uíra m que o
a rti go, embora os aspectos científicos a pós uma exi s tênci a efêmera .” pri mei ro era a pena s uma
e fi l osóficos ofereça m uma ga ma de (...) tra ns formaçã o do s egundo. Ni s s o
conheci mentos excepci ona i s . “O pri ncípio espiritual teria sua fon- nã o há nada de impossível , s em que,
te no el emento cósmico universal? Ou s e a ssim for, a digni da de do homem
3. PONTOS PARA REFLEXÃO s eja,, não s eria a penas uma tra ns for- venha s ofrer a l go. Corpos de
Nes te ponto é oportuno reproduzir ma çã o, um modo de existência des te ma ca cos pudera m mui to bem ter
a l guns trechos do l i vro A Gênese, el emento, como a l uz, eletrici da de, o s ervi do de reves ti mento pa ra os
ca pítul o XI – Gênes e Es pi ri tua l , de ca l or, etc.? pri mei ros Es píri tos huma nos ,
Al l an Kardec, para propicia r a l guma s Se a ssim fosse, o pri ncípi o es pi ri - necessariamente pouco a di a nta dos ,
refl exões . tua l pass a ri a pel a s vi ci s s i tudes da que vi era m enca rna r-s e na Terra ,
“Segundo o princípio: Tendo todo ma téria, extinguir-se-ia pela des a gre - s endo es s es envol tóri os os ma i s
efeito uma ca us a , todo efei to i nte- ga çã o com o princípio vi ta l ; o s er i n - a propriados a s s uas necessidades
l i gente deve ter uma causa inteligente, tel i gente s ó teria uma existênci a mo- e os ma is a dequados a o exercíci o de
nã o há quem não faça diferença entre mentânea como o corpo e com a morte s ua s fa cul da des .”
o ta nger mecânico de um sino agitado vol ta ria para o nada, ou – o que vi ria a (...)
pel o vento e o ta nger des s e mes mo da r no mes mo – pa ra o Todo uni - “Torna ndo-se a huma ni da de em
s i no des ti na do a da r um s i na l , um vers a l. Seria, numa palavra, a s a ns ã o s eu mais ínfimo grau da escala intelec-
a vi s o, a tes ta ndo des s e modo um da s doutri na s ma teri a l i s ta s .” tua l , entre os selvagens ma i s a tra s a -
pens a mento, uma i ntençã o. Ora , (...) dos , perguntamo-nos s e é a quel e o
como ni nguém poderia ter uma i déi a “Sendo a dmitido o ser espiritual , e ponto de pa rti da da a l ma huma na .
de a tri buir pensamento à ma téri a do nã o podendo s ua fonte res i di r na Segundo a opini ã o de a l guns fi l ó-
s i no, conclui-se que este s eja movi do ma téria, qual a s ua origem, seu ponto s ofos es pi ri tua l i s ta s , o pri ncípi o i n-
por a l guma i ntel i gênci a “ a qua l el a de pa rti da ? tel i gente, distinto do princípio ma teri -
s erve de i ns trumento pa ra el a s e Aqui , os meios de i nvestiga çã o fa - a l , s e i ndi vi dua l i za , s e el a bora , a o
ma ni fes ta r. l ha m a bsolutamente, como para tudo pa ssar pelos diversos gra us da a ni ma -
Pel a mesma ra zã o, ni nguém tem que s e relaciona com o pri ncípi o da s l i dade. É neles que a a l ma s e ens a i a
i déia de atribuir pensamento a o corpo coi s as. O homem só pode consta ta r o pa ra a vi da e desenvol ve a s s ua s pri -
de uma pess oa morta . Se a pes s oa que existe. Quanto a o resto, s ó pode mei ras faculdades através do exercício.”
vi va pensa, é então porque existe nela emi tir hipóteses. E, quer porque es te (...)
a l guma coi s a que nã o exi s te ma i s conhecimento ultrapasse o alcance de “Qua ndo a Terra s e encontrou em
qua ndo morre. s ua inteli gênci a a tua l , quer porque condi ções climatéricas a propria da s à
A di ferença que existe entre a pes - pa ra ele há i nuti l i da de ou i nconve- exi s tência da espécie humana, nela se
s oa e o s ino é que a intel i gênci a que ni ente em pos s uí-l o no momento, enca rnara m Es píri tos huma nos . De
fa z es te se mover es tá fora del e, a o Deus não l ho concedeu nem mes mo onde vi eram eles? Que esses Espíritos
pa sso que a que faz a pessoa agir está pel a revel a çã o.” tenha m s i do cri a dos na quel e
nel a mes ma . (...) momento, que tenha m vi ndo já
O pri ncípio espiritual é o corol á ri o “Devendo a matéria s er o objeto do forma dos , da Terra , do Es pa ço ou
da exi s tênci a de Deus . Sem es te tra ba l ho do Es píri to pa ra o des en- doutros mundos, s ua presença des de
pri ncípio, Deus não teria ra zão de s er, vol vi mento das fa culdades des te, era um certo tempo é um fa to, vi s to que
porque não se poderia conceber a s o- necessário que ele pudes s e a gi r s o- a ntes del es s ó exi s ti a m a ni ma i s .
bera na inteligência reinando pela eter- bre el a. (...) Devendo a matéria s er a o Reves tiram-se de corpos adequados a
ni dade a fio s omente sobre a ma téri a mes mo tempo o alvo e o instrumento s uas necessidades es peci a i s , a s ua s
bruta , a ssim como não se concebe um do tra balho, Deus (...) cri ou para o seu a pti dões, que fisiologicamente perten-
mona rca terrestre rei na ndo dura nte us o corpos organizados, fl exívei s , ca - ci a m à ani ma l i da de. Por i nfl uênci a
toda a sua vi da s omente sobre a s pe - pa zes de receber todos os impulsos de del as e mediante o exercíci o de s ua s
dra s . Como não s e pode a dmitir Deus s ua vontade e de prestar-lhe a todos fa cul dades, esses corpos se modi fi ca -
s em os atributos essenciai s da Di vi n- os s eus movi mentos . ra m e s e a perfei çoa ra m.”
da de – a justiça e a bonda de – es - O Corpo é, pois, ao mesmo tempo (...)
ta s qualidades seriam inúteis s e ti ves - i ns trumento do Espíri to, e à medi da É notá vel como todas as gra ndes
s em de s er exercidas s omente s obre que es te a dqui re nova s a pti dões , ca l amidades que di zimam a s popu-

227
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

l a ções são s empre s egui da s de uma tuem novas ra ças humanas.” ser analisado minuciosamente pela ló-
era de progresso na ordem fís i ca , i n - (...) gica, antes de ser aceito como verdade.
tel ectua l e mora l , e, cons eqüente - “Segundo o ens i na mento dos A intenção do texto é induzir-nos a
mente, no estado s ocial da s na ções Es píri tos , foi uma des s a s gra ndes uma profunda reflexão sobre a origem
em que ocorreram. É que elas têm por i mi gra ções , ou, s e qui s erem uma da vida, desde os instante inicial
fi nalidade operar um remanejamento des sas colônias de Espíritos, vi ndos de quando por efeito do hausto criador
despertamos para a vida, tendo em
na população espiritual, que é a popu- uma outra esfera, que deu ori gem à
nossa frente um longo caminho de
l a çã o norma l e a tua nte do Gl obo. ra ça s imbolizada na pessoa de Adão e, aprendizagem.
Es s a tra nsfusão que s e opera en- por es s a ra zã o, denomi na da ra ça
Por tra ta r-s e de um a s s unto
tre população encarnada e populaçã o a dâ mica. Quando surgiu, a Terra já era
ba s tante subjetivo, são bem vi ndos a
des encarna da de um mes mo gl obo povoa da deste tempos i memori a i s ,
pa rti cipação e debate entre todos os
opera -se igualmente entre os mundos, como a América quando aí chega ra m
i nteres s a dos no a s s unto.
quer i ndividualmente na s condi ções os Europeus .” Independentemente do enfoque
norma is, quer em massa, em ci rcuns - trazido pelos expositores, cada aluno
tâ nci as especi a i s . Há porta nto emi - 4. CONCLUSÃO está convidado a meditar e expor
gra ções e i migrações coletiva s de um Embora a s ci ta ções a nteri ores livremente suas idéias sobre as
mundo a outro. Del a s res ul ta a i n- tenha m s i do reti ra da s de um l i vro primeiras experiências do Espírito
troduçã o, na população de um gl obo, bá s ico da Doutrina Es pírita, a dotando recém-criado, o processo evolutivo
de el ementos inteiramente novos; no- o pri ncípio estabelecido pel o própri o como aprendizagem, conceito de
va s ra ças de Espíritos, vi ndo mistura r- Codi ficador, Allan Ka rdec, tudo deve perfeição conceito do Pai Criador,
s e à s ra ça s já exi s tentes , cons ti - pa ssar pelo cri vo da ra zão, porta nto, reencarnações, etc.

67.
EVOLUÇÃO DO HOMEM ANIMAL
PARA O HOMEM ESPIRITUAL

1. CARACTERÍSTICAS DO ca ra s” no meio em que vi ve, não a cei - processo de auto-educação empreen-


HOMEM ANIMAL ta ndo os s eus sentimentos. ta i s es ta - di do pelo homem para libertar-se dos
Mui tos reflexos, condicionamentos dos , porém, podem s er s ubl i ma dos . condi cionamentos que ainda o infelici-
e emoções s ã o des envol vi dos na s ta m, ma s que foram necess á ri os na s
pri meira s experi ênci a s do Es píri to, 2. CARACTERÍSTICAS DO s uas primeiras experiências evolutivas.
enquanto esteve nos reinos i nferiores HOMEM ESPIRITUAL
da na tureza , e, a i nda hoje, fa zem O homem espiritual caracteriza-se 3. CONDIÇÃO EVOLUTIVA
pa rte da estrutura da persona l i da de pelo seu estado de abertura. Entende- DO HOMEM
do homem. se por abertura o processo pelo qual A Evol uçã o é i nfinita, eterna e
Al guns exempl os : o medo; a ele – o ser humano – esforça-se por perma nente. Não há involução. O
a gres s i vi da de; a i mprudênci a ; os sublimar os sentimentos que ainda homem, com s eu l i vre-arbítrio,
condi cionamentos mentais geradores permanecem como defensivos, demora-se na escala evolutiva fa zendo
travando combate tenaz contra o
de ma us há bitos; as paixões, os vícios opções cujas conseqüências a margas o
radicalismo e a arrogância.
e defeitos provenientes dos i ns ti ntos torna m i nfeliz. Obrigando-o a vi ver
Estando o homem livre e aberto,
de cons erva çã o. experiências duras e repetitivas a té
aceita as pessoas e os fatos como são,
Ta i s sentimentos constituem o que não experimenta medos ou ansiedades. que a prenda a respeitar as l eis divinas.
s e convencionou cha ma r de estados Esforçando-se, ele fará duas Qua ndo o excesso do mal moral torna-
defensivos, que s ã o refl exos dos grandes conquistas: a Intelectual e a s e i nsuportável, fa z com que ele sinta
i ns tintos, cuja força res ponde pel a M oral. A primeira é mais rápida e fácil, necessidade de muda r de
vi da de todos os s eres . enquanto a segunda requer tempo ca mi nho. Instruído pela experiência, é
Os es ta dos defensivos i mpedem paciência e atenção, porque só se fará l eva do a procurar um remédio no bem,
o homem de ver a beleza nas pessoa s através de um trabalho de auto- s empre por s i mesmo, optando,
e coi s a s , e de vi ver pl ena mente, educação consciente. fa zendo us o de s ua vonta de.
porque ele se vê obrigado a usar “más- A Reforma Íntima constitui este Como o homem deve progredir os

228
INICIAÇÃO ESPÍRITA

ma l es aos quais está expos to s ã o um negligenciamos, pelo esquecimento e SUGESTÕES NO CAMINHO


es ti mul a nte a o exercíci o de s ua fa l ta de fé os i nteres s es es pi ri tua i s .
i nteligência, levando-o a descobertas e Preci s amos das provas, nas quais a “Lamentar-se por quê? ...Aprender
i nventos . dor e o a mor cons titui-se em fa tores sempre, sim.
Devemos l embra r que deus nos i ndispensáveis para o progresso do Cada criatura colherá da vida não
cri ou para o progresso, e determi nou aluno sob o impulso do esforço próprio. só pelo que faz, mas também
que este fosse fruto do seu tra balho a Por outro l ado, tendo já esta conforme esteja fazendo aquilo que
fi m de que ti ves s e o méri to. compreensão ou consciência, não faz.
Emma nuel retrata muito bem es ta preci samos ca minhar pela dor e sim Não se engane com falsas
i déia do tempo que precisamos para o pel o a mor, pela vontade de evoluir e apreciações acerca de justiça, porque
nos so crescimento, ou a inda, a s dua s de cres cer. Nova mente Emmanuel nos o tempo é o juiz de todos.
extremi dades do ca mi nho evol uti vo. tra z contri buição definitiva, a inda no Recorde: tudo recebemos de Deus
Podemos a inda refl eti r s obre nos s a mes mo texto Os dons do Cristo: que nos transforma ou retira isso ou
pa ra l i s a çã o que el e cha ma de “Não intentes destruir milênios de aquilo, segundo as nossas
cri s ta l i za çã o; no l i vro Fonte Viva treva de um momento para outro. necessidades.
(ps i cogra fi a de Chi co Xa vi er) no Vale-te do esforço de auto- A humildade é um anjo mudo.
ca pítulo 25 Os dons do Cristo, el e faz a aperfeiçoamento de cada dia”. Tanto menos você necessite, mais
s egui nte a fi rma çã o: Emma nuel em outra obra Relicário terá.
“Animalidade versus espiritua- de Luz (ps i cografia de Chi co Xa vi er) Amanhã será sem dúvida, um belo
lidade. Milênios de sombras contra a no texto Comecemos por nós conti nua dia, mas para trabalhar e servir,
luz nascente”. com ori enta ções deta l ha da s do renovar e aprender, hoje é melhor.
ca mi nho que devemos s egui r, Não se iluda com a suposta
4. NECESSIDADE DAS PROVAS E fa ci l i ta ndo nos s o a fa s ta mento do felicidade daqueles que abandonam os
DA REFORMA ÍNTIMA homem a ni ma l que a i nda s omos . próprios deveres, de vez que
Di a nte das prova s , que i númera s Exerci ta ndo em nós , i nteres s es transitoriamente buscam fugir de si
vezes julgamos excessivas para nossa s es pirituais. Recomenda-nos: Ensinar a próprios como quem se embriaga para
força s , precisamos consi dera r a l guns ca ri da de; di fundi r a humi l da de; debalde esquecer.
pontos que podem torná-las aceitáveis: propa ga r a fé, s emea r a pa ci ênci a , O Tempo é outro mas o serviço é
Deus tudo provê e nã o a tri bui fa rdo pl a nta r a bonda de, es tendendo Luz.
dema s i a do pes a do pa ra nos s os noções de serviço e responsabilida de. Só existe um mal a temer: aquele
ombros . Sugere s empre que s i ga mos o que ainda exista em nós.
A es colha da prova é realizada por mes tre a ma ndo, a prendendo e Não parar na edificação do bem,
nós como preferênci a pes s oa l ; há o s ervi ndo. Só educa remos o outro nem para colher os louros do
es quecimento desta escolha qua ndo educa ndo-nos . espetáculo, nem para contar as pedras
enca rna mos e nos s a cons ci ênci a Fi na l i za ndo, temos a i nda i m- do caminho.
l i mitada nega-se a encarar a l uz e ver porta nte contribuição de André Lui z, A tarefa parece fracassar? Siga
os benefíci os que recebemos da s no l i vro Sinal Verde (psicografia de Chi- adiante, trabalhando, que, muita vez,
di fi cul da des e da s prova s . co Xa vi er), ca pítul o 34, Sugestões no é necessário sofrer a fim de que Deus
Di a nte dos i nteresses ma teriai s Caminho, o qua l reproduzi mos a qui . nos atenda à renovação”.

68.
VÍCIOS E DEFEITOS

1. INTRODUÇÃO ques tã o 908, a a ná l i s e que que só tem utilidade quando governa-


Antes de detalharmos o a ssunto tra ns crevemos a ba i xo: do e que se torna perigoso desde que
víci os e defeitos, torna-se importante “908 – Como se poderá determinar passe a governar. Uma paixão se torna
refl etirmos s obre s ua base, as paixões. o limite onde as paixões deixam de ser perigosa a partir do momento em que
Da obra O Livro dos Espíritos de boas para se tornarem más?” deixais de poder governá-la e que
a utoria de Al lan Ka rdec, temos na “As paixões são como um corcel, dá em resultado um prejuízo qualquer

229
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

para vós mesmos, ou para outrem.” VAIDADE: melindre – exibicionismo Esses lutaram outrora e triunfaram.
“As paixões são alavancas que – pers ona l i s mo. Por isso é que os bons sentimentos
decuplicam as forças do homem e o Aí, s urge, entã o, a pergunta nenhum esforço lhes custam e suas
auxiliam na execução dos desígnios da cl á s s i ca : boas ações lhes parecem simplíssimas.
Providência. Mas, se em vez de dirigir, - A ma l edicência, por exempl o, é O bem se lhes tornou um hábito.
deixa que elas o dirijam, cai o homem um víci o ou um defei to? Devidas lhes são as honras que se
nos excessos e a própria força que, Tudo depende da ori gem. Se a costuma tributar a velhos guerreiros
manejada pelas suas mãos, poderia ma l edi cênci a for a dqui ri da na que conquistaram seus altos postos.”
produzir o bem, contra ele se volta e o convi vência de pessoas maledicentes , “Como ainda estais longe da
esmaga”. el a é um víci o; e, como tal, poderá s er perfeição, tais exemplos vos espantam
“Todas as paixões têm seu princípio ma i s fa ci l mente exti rpa da . pelo contraste com o que tendes à
num sentimento, ou numa necessida- Se por outro lado, a ma l edi cênci a vista e tanto mais os admirais, quanto
de natural. O princípio das paixões não es tá enraizada em um senti mento de mais raros são. Ficai sabendo, porém
é assim, um mal, pois que assenta s uperioridade (orgulho), é um defeito, que, nos mundos mais adiantados do
numa das condições providenciais da e a s ua el i mi na çã o torna -s e mui to que o vosso, constitui regra o que
nossa existência. A paixão propria- di fícil. Os defeitos contraídos dura nte entre vós representa a exceção. Em
mente dita é a exageração de uma mi l ênios na experiênci a evol uti va do todos os pontos desses mundos, o
necessidade ou de um sentimento. homem-a ni ma l , nã o s ã o tã o a s s i m sentimento do bem é espontâneo,
Está no excesso e não na causa e este fa ci lmente eliminados, de um dia para porque somente bons Espíritos os
excesso se torna um mal quando tem o outro. Contudo, poderã o, s i m, s er habitam. Lá, uma só intenção maligna
como conseqüência um mal qualquer.” control a dos . Senã o, veja mos : seria monstruosa exceção. Eis por que
- Eu nã o consigo control a r o meu neles os homens são ditosos. O mesmo
2. DEFINIÇÕES INICIAIS egoísmo, entretanto, posso controlá-lo se dará na Terra, quando a
Vício é um há bi to noci vo que s e pa ra que el e s e ma ni fes te ca da vez Humanidade se houver transformado,
a dqui re por i mi ta çã o ou i nérci a menos em mi nha vi da di á ri a . quando empreender e praticar a
(i mersão). Podemos adqui ri -l o de um Devemos fa zer es ta a ná l i s e com caridade na sua verdadeira acepção.”
a mi go ou podemos fazer porque todo qua lquer ma ni fes ta çã o de conduta 895 – Postos de lado os defeitos e
mundo fa z. Como s e tra ta de a l go i nferi or, pa ra s a ber s e es ta mos os vícios acerca dos quais ninguém se
a dquirido, é mais fácil de ser extirpado, tra ta ndo de um víci o ou um defeito, e pode equivocar, qual o sinal mais
do que os defei tos . conhecer pa ra comba tê-l o. característico da imperfeição?
Defeito é um res quíci o de Tra ta -s e de a cei ta r um “O interesse pessoal. Freqüente-
a ni ma l i da de. determi na do defei to, es tudá -l o, e mente, as qualidades morais são como,
Veja mos a s s egui ntes pergunta s : i ns tala r “a l a rmes ” que nos a vi s em, num objeto de cobre, a douradura que
- O egoís mo é pa ra o a ni ma l um qua ndo a ti ngi mos pontos que não resiste à pedra de toque. Pode um
defei to ou vi rtude? podemos ca us a r da nos a o nos s o homem possuir qualidades reais, que
Após medi ta rmos a l gum tempo próxi mo ou a nós mes mos . levem o mundo a considerá-lo homem
s obre o a ssunto s eremos concordes de bem. Mas, essas qualidades,
em a fi rma r que, nã o s ó o egoís mo, 3. REFLEXÕES EM TORNO DE conquanto assinalem um progresso,
ma s o orgulho e a vaidade são, para o O LIVRO DOS ESPÍRITOS nem sempre suportam certas provas e
a ni ma l , vi rtudes i ndi s pens á vei s à As virtudes e os vícios às vezes basta que se fira a corda do o
s obrevi vência. Poderíamos aduzir que, 893 – Qual a mais meritória de interesse pessoal para que o fundo
nã o fora o egoís mo do a ni ma l , a todas as virtudes? dique a descoberto. O verdadeiro
es pécie nã o teri a evol uído (em s ua “Toda virtude tem seu mérito pró- desinteresse é coisa ainda tão rara na
cons ta nte i ntera çã o com o mei o) e prio, porque todas indicam progresso Terra que, quando se patenteia, todos
hoje o pl a neta s eri a des a bi ta do. na senda do bem. Há virtude sempre o admiram como se fora um
Entreta nto, a pós o momento em que há resistência voluntária ao arras- fenômeno.”
que a ba ndona mos a a ni ma l i da de, tamento dos maus pendores. A su- “O apego às coisas materiais
mecâ nica e i nstintiva , tendo recebido blimidade da virtude, porém está no constitui sinal notório de inferioridade,
a ca pacidade de raciocinar e, portanto, sacrifício pessoal, pelo bem do próxi- porque, quanto mais se aferrar aos
di s cerni r, o meca ni s mo a ni ma l mo, sem pensamento oculto. A mais bens deste mundo, tanto menos
(orgul ho, vaidade e egoísmo) pa s s a a meritória é a que assenta na mais compreende o homem o seu destino.
s er cl a s s i fi ca do como um defei to. desinteressada caridade.” Pelo desinteresse, ao contrário,
Veja mos a ba i xo os pri nci pa i s 894 – Há pessoas que fazem o bem demonstra que encara de um ponto
defeitos, e os víci os que gra vi ta m em espontaneamente, sem que precisem mais elevado o futuro.”
torno dos mes mos . vencer quaisquer sentimentos que lhes
ORGULHO: a rrogância – a mbi çã o sejam opostos. Terão tanto mérito, 4. NECESSIDADE DE
de ma ndo – i ns oci a bi l i da de – quanto as que se vêem na AUTO-EDUCAÇÃO
s uperes ti ma çã o – ma l edi cênci a . contingência de lutar contra a Da obra Evolução para o Terceiro
EGOÍSMO: i nveja – s ensualida de – natureza que lhes é própria e a Milênio, de a utoria de Ca rl os Tol edo
ci úmes – egocentri s mo – a va reza – vencem? Ri zzi ni, podemos obter reflexões mais
i mpi eda de – excl us i vi s mo – “Só não têm que lutar aqueles em útei s para nosso estudo, da qual trans-
a utopi eda de – vora ci da de. quem já há progresso realizado. crevemos a baixo, um pequeno trecho.

230
INICIAÇÃO ESPÍRITA

“Conhecendo os primeiros elemen- “Os esforços são frustrados pelo 6. NOSSAS AFINIDADES
tos da Lei que governa nossa vida grande domínio que o passado ainda Di z um provérbio popul a r “Di zei -
como Espíritos eternos em evolução exerce sobre o ser. Essas quedas me com quem a ndar, e te direi quem
precisamos aprender noções que nos causam aborrecimentos ou perturba- és ”.
conduzam a uma compreensão ções e exigem paciência e humildade. Importante pres ta rmos a tençã o
individual a respeito do código moral. É o conflito moral entre o que somos e a os ambientes e pessoas com a s quais
Portanto somos Espíritos imortais o que deveríamos ser.” temos afinidades ou convi vência, para
encarnados em trabalho de auto “Está o homem há séculos lutando a va l i a r mel hor a nos s a própri a
aperfeiçoamento objetivando alcançar contra o semelhante. É chegada a s i tua çã o es pi ri tua l .
uma vida mais ampla e feliz.” hora de enfrentar o seu próprio íntimo. Ai nda de Ca rl os Tol edo Ri zzi ni
“Para isso é preciso percorrer as Reconhecendo o indesejável, inicia-se extra ímos o texto aba i xo, que mui to
duas vias para o progresso espiritual; a luta contra si mesmo.” nos es cl a rece:
O intelectual (conhecimento, “Trata-se esta luta de expulsar, do “A invigilância é o modo de viver
sabedoria) e o moral (amor, virtudes) campo mental, velhos hábitos menos descuidado, no qual não prestamos
ou seja sentimentos.” dignos, vícios emocionais e sentimen- atenção ao que pensamos e fazemos,
“A instrução transmitida de fora é tos inferiores; de trocar necessidades de modo a permitir certas inclinações
útil, porém não fornece tudo que é enfermiças e impulsos compulsivos por crescerem à vontade, sem exame
necessário para a auto-educação. atividades espontâneas e normais.” crítico. Segundo Emmanuel e Scheila,
Principalmente porque o indivíduo “É procurar novas maneiras de pela mão de Francisco C. Xavier, a
integra o aprendizado a seu modo, pensar e viver, obtendo o autodomínio obsessão torna-se um perigo provável
porque não possui a consciência e o equilíbrio emocional.” sempre que permitamos se torne um
daquilo que lhe falta, do que lhe é hábito: (as circunstâncias abaixo, grifo
preciso. Que se soma a uma não- 5. O CAMINHO É JESUS nosso).
vontade de buscar este discernimento. Na mes ma obra ci tada, encontra-
“Encontramos o contrário: Pessoas mos res posta pa ra nossas perguntas: 1 – a cabeça e as mãos desocu-
que já reconhecem a própria situação Qual o caminho a seguir?Como ser bom? padas;
interior, que procuram satisfazer “Jesus disse ser ele o caminho, a 2 – a palavra irreverente;
anseios íntimos, expressos no estudo, verdade e a vida. Que ninguém irá ao 3 – a boca maledicente;
na prática do bem ou numa vida mais Pai senão por ele; O Mestre demonstra 4 – a conversa inútil e fútil, pro-
regrada. Estes estão prontos para a realidade espiritual, através do seu longada;
aceitar novas normas de ação, receber ressurgimento provando a transforma- 5 – a atitude hipócrita;
valores superiores, e com isso darem ção da vida e não o seu fim após a 6 – o gesto impaciente;
um passo à frente no progresso morte. Testemunha a base de sua 7 – a inclinação pessimista;
espiritual. Este que está baseado na doutrina, que é a vida eterna, o que 8 – a conduta agressiva;
auto-educação (reforma) assimila me- hoje já dispomos de investigações 9 – o apego demasiado a coisas
diante a vivência, ou seja, compreende modernas que comprovam a e pessoas;
as provas oferecidas pela vida.” continuidade da vida.” 10 – o comodismo exagerado;
“Há três condições necessárias à “Este estudo demonstra ser o 11 – a solidariedade ausente;
auto-educação: 1) O conhecimento de Evangelho de Jesus o mais perfeito 12 – tomar os outros por ingratos
si mesmo, obtém-se pelo permanente código moral que orienta como cami- ou maus;
exame de consciência, meditando-se nhar, como fazer, como respeitar o 13 – considerar o nosso trabalho
nas próprias ações. Pode-se observar limite do outro, onde terminam nossa excessivo;
as falhas alheias mas com o objetivo liberdade, como amar.” 14 – o desejo de apreço e reco-
de corrigir em si o que vê de errôneo “Jesus substitui a doutrina nhecimento;
no outro (espelho); 2) O conhecimento autoritária de Moisés pela doutrina 15 – o impulso de exigir mais dos
do Destino, sem saber que o futuro ético-religiosa, amena, baseada no outros do que de nós mesmos;
depende da ação atual e saber que o amor, fornecendo elementos para que 16 – fugir para o álcool ou drogas
bem coletivo depende do equilíbrio o homem crie o próprio senso moral. O estupefacientes.
individual; 3) O conhecimento das Evangelho não só nos recomenda o
qualidades e maus hábitos ou defei- amor, mas o esclarece, sistematiza-o, Em tais circunstâncias, o recomen-
tos. Definindo cada um, estudar-lhe as dá-lhes bases para seu exercício, ofe- dável é tratar de recorrer à prece de pôr
características, conhecer para dominar, rece princípios tornando incontestável mãos à obra para renovação da mente.”
concluímos portanto que o esclareci- a sua prática. O que nos permite dizer Ta mbém André Lui z, na obra Sinal
mento intelectual é basicamente que o Evangelho é a ética do amor, verde (ps i cogra fi a de Fra nci s co C.
importante para aquele que deseja sem limite de tempo que dá base às Xa vi er) o ca pítulo 36, Temas da Crítica,
progredir.” éticas comuns. do qual retiramos algumas fra s es que
“Neste trabalho de reforma íntima, “Hoje a doutrina de Jesus, ou o s e s eguem:
não se pode exigir rapidez na colheita Evangelho pode ser examinado com “Procure silenciar onde você não
dos resultados, pois o que levou sécu- base técnica e não apenas sentimental. possa prestar auxílio.
los alojado no Espírito não será elimi- Logo, está em plano de realidade, isto A vida dos outros, qual se afirma
nado de um dia para o outro a golpes é, ao alcance de todos que queiram na expressão, é realmente dos outros
de vontade.” elevar-se.” e não nossa.

231
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

Devo compreender que o erro de fazer melhor que esse alguém a tarefa balho da criatura é que lhe determina
outrem, hoje, talvez será o meu em pauta. o valor.
amanhã, já que nas trilhas evolutivas Anote: em qualquer tempo e Quem ama ajuda e desculpa
da Terra todos somos ainda situação os pontos de vista e as
sempre.
portadores da natureza humana. oportunidades, os recursos e os
O Tempo que se emprega na crítica interesses, o sentimento e a educação Não conhece, abençoe.
pode ser usado em construção. dos outros são sempre muito diversos Lembre-se: por vezes, basta apenas
Toda vez que criticamos alguém, dos seus. um martelo para arrasar aquilo que os
estamos moralmente na obrigação de Criticar não resolve, porque o tra- séculos construíram.”

69.
PRECONCEITOS

1. DEFINIÇÕES rei ta há á gua fria, e na vasilha da mão situação bem próxima de sua realidade,
Em pri meiro l ugar, podemos definir es querda há á gua quente”. l i vre de idéias ou atitudes defens i va s .
o concei to de Rea l i da de. Nã o Pa ra o estudo torna-se desnecessá- Qua ndo as experiências são vividas,
podemos di zer que exi s ta uma ri o explicar o conceito de “verdadei ra nos confronta mos com os fa tos , de
rea lidade única e a bsoluta para toda s rea lidade”, pois assim encontraríamos forma enriquecedora, não exi s ti ndo,
a s pess oa s . As rea ções di a nte dos em conceitos filosóficos que nã o vêm porta nto, as chamadas experi ênci a s
fa tos a contecem s egundo a percepção a o ca s o no a s s unto des ta a ul a . nega tivas. Atra vés de uma a ssimilação
de rea l i da de de ca da um, e es s a O nos s o objeti vo nes ta a ul a correta , pa rti ndo de um fa to
percepção é para o i ndivíduo a própria prende-se a o conceito de que a rea l i - vi venciado, forta l eceremos a nos s a
rea l i da de. da de é, fundamentalmente, o mundo pa rte interior de conceitos e va l ores .
Podemos exemplificar essa particular das percepções de cada b) preconceito
a fi rmativa com os seguintes exemplos: indivíduo. Embora a realidade, dentro As experiênci a s nã o vi vi da s , que
“Doi s i ndivíduos ca minham por de uma óti ca s oci a l , cons i s ta na s poderíamos denominar pseudo-expe-
uma estrada. Um dos homens vê uma percepções que são comuns a vá ri os ri ências,ou, como diriam os especialis-
rocha e rea ge com medo, desconfiado i ndivíduos; por exemplo, uma mes a é ta s , i ntrojeções , gera m os
do que pode ocultar. O outro, natural “rea l ” porque muita gente na nos s a preconcei tos .
da regi ão, vê uma gra nde s ombra no cul tura oci denta l tem del a uma Medi tando sobre o a s s unto, con-
ca mi nho, ma s s abe tra tar-se de uma mes ma percepçã o. cl uímos que os preconceitos têm ori -
á rvore e rea ge despreocupadamente. No toca nte às experiências , pode - gem em um comporta mento ni ti da -
A es tra da é a mes ma, ma s ca da um mos perceber que a única pessoa que mente defensivo: a s generalizações .
rea ge à realidade conforme a ca ptou”. poderia conhecer i ntegralmente o seu A títul o de nos defendermos, ou justi -
“Um ca s al ca pta di ferentemente o ca mpo de experiência é ela mesma . A fi ca r nossa a titude defens i va , gene-
comporta mento dos filhos. conduta de um indivíduo é uma rea - ra l izamos (rotulamos), poi s nega mo-
çã o a o campo das experiência s como nos a discutir em um todo a s coi s a s
Reci proca mente, os fi l hos têm
es te é a prendi do. boa s que ca da um, indi vi dua l mente,
percepções diferentes de s eus pais. E
Ma i s i mporta nte do que a s tem a da r.
a conduta assumida em todos os casos experiência s , é o que nós fa zemos As s i m, a o l ongo dos s écul os , o
a da pta -s e à rea l i da de ca pta da ”. com a experiência. Há duas manei ra s egoísmo vi abi l i zou a i ns ta l a çã o em
“Se col ocarmos a mã o di rei ta de de vi vermos a s experi ênci a s : nos so “eu espiritual” de uma série de
uma pessoa numa va s i l ha com á gua a) conceito preconcei tos , que di fi cul ta m
quente, e s ua mã o es querda numa De forma consciente, livre, não a l - enormemente o relacionamento com
va s ilha com á gua gel a da , e depoi s tera da pela necessidade ou pelo dese- a s pes s oa s e com a s coi s a s .
col ocarmos a mbas as mã os em va s i - As i ntrojeções (assimilações distor-
jo de s e defender, nesse ca so teremos
l ha s contendo á gua na tempera tura ci da s , como s e enxergá s s emos
a forma ção de um conceito, ou s eja ,
a mbiente, a pessoa não terá dúvi da s a tra vés de um filtro) têm ori gem, vi a
em a firmar que na va silha da mão di- es ta remos vi vendo rea l mente a de regra , nos s egui ntes ca mpos :

232
INICIAÇÃO ESPÍRITA

educação formal, educa çã o es col a r, uma a valiação do que s omos , do que tensidade e devotamento, cooperan-
educa çã o no l a r, hera nça s oci a l , fa zemos e como es tá a nos s a vi da . do para que se ampliem as suas
convi vência, propa ga nda (mei os de As s i m é s empre uma a va l i a çã o condições de perfectibilidade, conven-
comuni ca çã o em gera l ), l i tera tura , mutá vel e parcial, poi s bl oquea mos cendo-se de que as suas felicidades
a s similações baseada s em opi ni ões , mui to o nos s o a utoconheci mento residem nas coisas mais simples”.
i nterpretações , forma l i da des , etc... a tra vés dos mecanismos de defes a .
Sobre esses preconcei tos mui ta s Por es ta ra zã o, va l e a pena s empre 3. JESUS FRENTE AOS
vezes torna -s e rel a ti va mente fá ci l a na lisar também as críti cas de outros PRECONCEITOS
a bordá-los ou mesmo a dmi ti -l os em a nosso respeito, poi s nos vêem em Qua ndo recomenda-nos pa ra nã o
nós , pois a dia nte del es a s s umi mos outro â ngulo e contribuem muito para jul gar, podemos interpreta r por, nã o
a ti tudes defensivas que s ã o ma i s ou nos s o a utoconheci mento. cri a r preconcei tos , poi s por mel hor
menos comuns à s pes s oa s em que conheçamos uma pessoa ou uma
gera l . 2. O TRABALHO DOS INTELECTUAIS, s i tua çã o, ou a té a nós mes mos .
Ma s exi s te um outro ti po de DA CIÊNCIA E DA RELIGIÃO. Es ca pa-nos ca us a s , ra ízes pa ra uma
preconceito, muito mais pessoal, e a o O l i vro i nti tul a do Emmanuel, de vi s ã o real e perfeita, que permi ti ri a a
qua l s omos muito mais resi s tentes e a utori a do Es píri to Emma nuel forma çã o de um concei to.
defensivos: s ão os preconcei tos que (ps icografado por Franci s co Câ ndi do Veja mos a s a ti tudes do mes tre
cri a mos pa ra conos co mes mos . Xa vi er), tra z uma valiosa contribui çã o frente a situações preconcei tuos a s :
Sa bemos, a través da experi ênci a no ca pítulo XXVII, tratando de dogmas
comum de vi da, que nada é imutá vel , e preconcei tos . ● Imorta lizou um s a ma ri ta no, a
que tudo s e tra ns forma . Se na “A ciência e a religião, abarrotadas quem os judeus des preza va m
na tureza tudo se modifica , por que o de dogmas e preconceitos, repelindo- (preconcei to s oci a l ).
s er huma no, que fa z pa rte des s a se como pólos negativos, dentro dos ● Nã o a fa s tou de s eu convívi o
na tureza nã o i rá tra ns forma r-s e? seus conflitos têm somente realizado Ma da lena. Percebeu nel a toda uma
De a cordo com esse raciocínio, não separação em vez de união, guerra em potenci a l i da de pa ra o bem, a
podemos mais nos a comodar dizendo vez de paz, descrença em vez de fé, des pertou pa ra um mundo novo
que não conseguimos modifi ca r es s e arruinando as almas e afastando-as (preconceito s oci a l e de cos tumes ).
ou a quele a specto da nossa conduta , da luz da verdadeira espiritualidade. ● Pa ra os di s cípul os nã o exi gi u
vi s to que sempre (cada um de a cordo Entre a força de um preconceito e o cul tura formal. Optou pelo sentimento
com o s eu tempo) ha verá condições atrevimento de um dogma, o Espírito (preconcei to i ntel ectua l ).
de tra nsformar s eus preconceitos em se perturba, e, no círculo dessas ● Protegeu a mul her a dúl tera , nã o
conceitos. vibrações antagônicas, acha-se sem a jul gou (preconcei to mora l ).
Da mes ma forma que os nos s os bússola no mundo das coisas subje- ● Convers a com uma mul her
“rótul os ” nã o s ã o defi ni ti vos , nã o tivas, concentrando, naturalmente, na s a ma ri ta na em l uga r públ i co
podemos i ncorrer no erro de esfera das coisas físicas, todas as suas (preconcei to regi ona l , s exua l e de
rotul armos as outras pessoas, pois de preocupações.” cos tumes ).
forma nenhuma temos condi ções de “Não é que o artista e o pensador ● Rel aciona-se com os rejei ta dos
a va l i a rmos , ou jul ga rmos , o ma i s devam aderir a este ou àquele sistema s oci ais e os pobres (preconceito social).
ínti mo de sua personali da de. Afi na l , religioso, ou alistar-se sob ● Cura o emprega do de um
ca da um reage e vi ve, segundo a s ua determinada bandeira filosófica; o que Centuri ã o Roma no, em Ces a réi a
percepçã o de rea l i da de. E es s a se faz mister é compreender a ne- (preconcei to ra ci a l dos judeus em
percepção hoje pode não ser a mesma cessidade da tarefa de espiritualiza- rel a çã o a os outros povos ).
de ontem. ção, trabalhando no edifício sublime ● Cura a mulher hemorrágica, que
Com es s a ma nei ra de pens a r, do progresso comum, colaborando na era considerada i mpura (preconcei to
temos mais uma vez a confirmação do campanha de regeneração e de de cos tumes ).
preceito eva ngél i co de nã o jul ga r. A reforma do caráter, auxiliando todas ● Ja nta em ca s a de Za queu e
ca pa cidade de julgar, entendida como as idéias nobres e generosas, em convi da Levi pa ra s er s eu di s cípul o
ca pa cidade de di s cerni r é uma con- qualquer templo, facção ou casta em (preconcei to s oci a l contra os
qui sta do s er humano. Naturalmente, que vicejem, espiritualizando s suas publ i ca nos ).
o preceito eva ngélico nos a dverte do concepções, transformando a ação
peri go de, numa manifesta çã o preci - inteligente num apelo a todos os Mui tos outros , poi s , s endo el e o
pi ta da condenarmos a s pes s oa s (ou Espíritos para a perfeição, desvendan- exemplo do a mor vi vo entre nós , ja -
s i tuações) a parti r de nos s a s empre do-lhes os segredos da beleza, da luz, ma i s cometeu a falta de res pei to de
i ns uficiente escala de va l ores . Afi na l do bem, do amor, através da arte na rotul ar, enquadrando pessoas e fa tos
nã o podemos nos preci pi ta r no juízo Ciência e na Religião, em suas como objetos em s éri e, s em vi da
a l hei o, poi s a nos s a vi s ã o de rea l - manifestações mais rudimentares. própri a; vi a em ca da um s eu i rmã o,
i da de é muito pessoa l , e bem pouco Que todos operem na difusão da fi l ho do mesmo Pai, cujos l imites pre -
defi ni ti va . A úni ca pes s oa a quem verdade, quebrando a cadeia férrea ci s am ser compreendi dos , res pei ta -
podemos julgar é a nós mesmos, poi s dos formalismos impostos pelas dos e a ma dos ; nã o s e defende, em
s omente a nos s o res pei to é que pseudo-autoridades da cátedra ou do qua lquer situação coloca o i nteres s e
podemos e devemos fa zer s empre altar, amando a vida terrena com in- col etivo acima do interesse pes s oa l ,

233
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

s ervi ndo ao próximo sempre com gel ho estimula-nos à compreens ã o fa ci litar o processo de a uto-análise, e,
a mor. dos preconcei tos encontra dos na cons eqüentemente contribui r pa ra a
A Es cola de Aprendizes do Eva n- pers ona l i da de huma na , a fi m de renova çã o i nteri or.

70.
VIDA PLENA

1. ORIGENS defi ne um ponto de chega da . Até ma l (defensivo) e o homem espiri tua l


O Pos to do Centro de Va l ori za çã o onde s ua vi s ta a l ca nça , a na l i s a a (a berto à experi ênci a ).
da Vi da , da Abol i çã o, ha vi a pa i sagem, e, a o divisar a o l onge uma Ca mi nhar pela rota as cens i ona l é
progra ma do pa ra o a no de 1983 o el evação define o cume da montanha um processo de gra tificações intensas,
es tudo sistemático do l i vro Tornar-se como o ponto a s er a l ca nça do. no qua l nos a fa s ta mos do es ta do
Pessoa, de a utoria de Ca rl Rogers . Na Muni do de bom â ni mo e defens i vo e nos a proxi ma mos da
s ua finalização foi abordado o capítulo determi na çã o ca mi nha di s pos to a condi çã o de a bertura .
s obre Vi da Pl ena . vencer todos obs tá cul os . Com i s so, somos convidados a uma
Na quele di a , (9/11/83), a s a l a s e Aos poucos , evol ui ndo em s ua i mportante renova çã o de concei tos :
encontrava repleta. Inexplicavelmente ma rcha , começa a entender, a o s e Contra ri amente ao que pens á va mos ,
ma i s de 40 pessoas, entre voluntários a proxi mar do a lvo, que o estado idea l bom nã o é aquel e que a l ca nçou um
da Abol i çã o e de outros Pos tos da nã o é es tá ti co, poi s , uma vez el evado estado na rota a s cens i ona l ,
Gra nde São Paulo, estavam presentes. a l cançado tra nsforma-se em rea l , ou ma s , a quel e que es tá ca mi nha ndo.
O des envolvi mento do ass unto s e s eja, a o chegar ao cume da montanha Logo, todos podem s er bons ,
deu com i ntensa participação clima de conqui s tou uma pos i çã o rea l , e i ndependentemente do ponto em que
cres ci mento e entus i a s mo. ma ra vilhado pel a pa i s a gem que s e nos encontramos no percurs o. Ma i s
Sentia-se no ar uma a tmos fera de des cortina em sua frente, defi ne um va l e o ha bi ta nte da s treva s que s e
tra ns forma çã o e nos ol hos dos novo ponto de chegada que muito em es força por crescer do que o a rca njo
pa rti cipantes estampava-se o sinal de breve, a o ser alcançado, passará a s er que, s a ti s fei to com a s ua pos i çã o
des coberta . novo ponto de pa rti da . el eva da , es ta ci ona .
Des se encontro nasceu a s uges tã o Em certos momentos, no i nterva l o Agora , confessamos aos preza dos
de s e i ncl ui r o tema Vi da Pl ena no res ervado ao descanso, passa a refletir l eitores que passamos a entender com
próxi mo Consel ho Na ci ona l do CVV, s e o s eu i dea l ja ma i s poderá s er ma i s ri queza , o ens i na mento que
onde (em abril de 1984) i ríamos vi ver a l cançado. Onde encontrará ele a vida recebemos de um vel ho profes s or:
o ponto de partida para os exercíci os , em toda a sua grandeza e pl eni tude? “qua ndo você pára de mel hora r você
hoje pra ti ca dos com provei to em A res posta vem dele mes mo: Vi da dei xa de s er bom”.
toda s a s reuni ões de grupo. Pl ena é caminhar, e não al ca nça r. Em
Tra ta -se de um tema bastante ri co outra s palavras poderemos entender 4. OS EXTREMOS DA ROTA
que nos traz uma s érie de revelações , que vi da plena é um proces s o e nã o Antes de falarmos s obre a condição
i nduzindo-nos , por cons eqüênci a , à um es ta do. de a bertura em toda s a s s ua s
reformul a çã o da nos s a pa uta E a s sim, embora s eja neces s á ri o cons eqüências benéfica s , va mos nos
concei tua l . pos s ui rmos um i dea l e que nã o o deter um pouco em comentá ri os
perca mos de vista, va mos aprendendo s obre o es ta do defens i vo.
2. AS GRANDES REVELAÇÕES. que a gra ndeza da vi da nã o s e Entendemos o estado defensivo, no
Todo homem, em sua ca mi nha da , encontra num ponto definido, mas sim, qua l i dentificamos ameaças, em tudo
del ineia um estado ideal (que va ria de no fa to de estarmos ca mi nha ndo em e em todos, como vestígio de animali -
pes soa para pessoa ), pa ra o qua l s e s ua di reçã o. da de, que, de acordo com a teori a da
di ri ge, envi dando todos os es forços . evol ução da es péci e, tería mos her-
Ati ngi r o es ta do i dea l s eri a , 3. VIDA PLENA da do de nos s os a nces tra i s .
s egundo pens a m, i ngres s a r na Vi da Plena é uma rota a scensiona l Di s pens á vel s eri a tecermos
pl eni tude da vi da . onde nos extremos identifica mos , de comentários sobre o comporta mento
Tomemos o exemplo de um ca mi - um l a do a a nimalidade, e no oposto, a defensivo do animal como benéfico, e,
nheiro que a o encetar a s ua ma rcha es pi ri tua l i da de, ou o homem a ni - ta mbém, i ndi s pens á vel pa ra a s ua

234
INICIAÇÃO ESPÍRITA

s obrevi vência. Entretanto, há milênios A equi pe, a ntes de pa rti r pa ra o s eus esforços para muda r o que pode
s urgi u o homem no cenário terres tre, ori ente, pos ou pa ra a s má qui na s ser mudado.
tendo dentro de si, a o lado do instinto, fotográ ficas da imprensa , revel a ndo, As s im fazendo, deixando a vida fluir,
a ra zã o. pa ra o nosso espanto, ca ixas e ca i xa s a cei ta ndo os fa tos s empre como
Com a ra zão aprendeu a discernir, e, de munição, metralhadoras, gra nadas experi ênci a s enri quecedoras,
di s cerni ndo, pa s s ou a a s s umi r a e a té m pequeno ca nhã o. pa ssaremos a vi ver a vi da em toda a
res ponsa bi l i da de pel os s eus a tos . Foi no a no de 1962, na exti nta s ua pl eni tude.
Pa remos um pouco pa ra pensar e revi s ta “O Cruzeiro”, que um colunista Des armados de defes a s , i denti fi -
ponderemos: quão instintivo (defensi- fez a feliz i ndagação: não s eria, talvez, ca remos a beleza que existe na s pes -
vo) é a i nda o homem moderno, e che- “O Abomi ná vel ” boa gente? s oas, a s qua i s pa s s a remos a ol ha r
ga remos à conclusão que a experiên- l i vremente de rótulos ou genera l i za -
ci a da ra zão ainda é muito nova, dei- 5. A ABERTURA ções mas como s eres di ferenci a dos .
xa ndo-se o homem muitas vezes con- À medi da que o proces s o s e
duzi r por ações puramente instintivas. des envolve em nossa rota ascensional, 7. LIMITAÇÕES E LIBERDADES
É o homem a nimal que ainda não nos distanciamos do estado defensivo Comentaram certa feita: ver a vi da
a prendeu a vi ver com todos os privilé- e nos a proxi ma mos da condi çã o de como el a é, s em i l us ões , s eri a uma
gi os que a na tureza l he outorgou. E, a bertura à s experi ênci a s . experi ênci a mui to di fíci l . Nã o nos
a s sim, ainda somos muito defensi vos . Uma pessoa aberta às experiências es queça mos , entreta nto, que em
Roti nei ra mente s a ímos à s rua s reconhece que os fa tos s ã o s empre contra partida o contato di reto com a
protegidos por um escudo i nvisível tão a mi gos, sem exceção, pois expressa m rea l i da de nos proporci ona rá uma
es pes s o, tã o reforça do, que chega , a rea lidade e a realidade, por s ua vez, vi s ã o de todas as bel eza s a té entã o
a s sim como acontecia a os ca va l ei ros des provi da de i l us ões , é s empre ocul ta s a os nos s os ol hos .
medi evais, a dificultar a l ocomoção e a enri quecedora . Contes tarem-nos, outra fei ta , que
obl i tera r a vi s ã o. “E os fa tos nega ti vos ?” Foi o que dei xa r-s e l eva r pel a correnteza
Tã o “protegidos” estamos que ma l nos pergunta ra m cera fei ta , “Sã o s i gnificaria a nulação da nossa vontade,
cons eguimos ver a bel eza que há no ta mbém a mi gos ?” com o que em pa rte concorda mos ,
s ol , nas flores, nos pássaros e ta mbém Na verda de nã o exi s tem fa tos uma vez que devemos ter “cora gem
na s pes s oa s . nega tivos, todos s ão pos i ti vos , poi s pa ra muda r o que pode ser mudado”.
Acei ta mos os fatos com res erva s , nos ensinam, embora possam à s vezes Em contra partida , permi ti r que a
s egundo um cri téri o s el eti vo, pa recer des a gra dá vei s . E, por fa l a r vi da possa fluir desenvolve no s er em
a dmitindo s omente a quel es que s e ni sso, consideramos que em termos gra u s uperla ti vo, a cri a ti vi da de. Ta l
i dentificam com os nossos pa drões e de cres cimento i nteri or o fra ca s s o é como o ca noeiro do exempl o ci ta do
os demais são rechaçados consci ente ma i s va lioso do que o s uces s o, poi s que s e vê obrigado a improvi s a r uma
ou i ncons ci entemente. nos obri ga a revi s ões , rees tudos , s éri e de rema da s pa ra evi ta r um
E por a ssim fazermos, perdemos a correções , tra duzi ndo-s e em obs tá cul o ou um emborque.
oportunidade de viver a vi da em toda verda dei ro a prendi za do, coi s a que Ocorreu com um a migo nosso, QUE
a s ua ri queza e pl eni tude. nem s empre o s uces s o nos convi dado a tocar música erudi ta em
E entã o, saímos por aí fal a ndo em proporciona. Conclusão: os fraca s s os vi ol ão, diante de um grupo s eleto, no
di a boni to e em di a fei o, como s e nã o exi s tem! pri mei ro mi nuto teve o bordã o do
rea l mente exi s ti s s em di a s fei os . Reconhecendo os fa tos como i ns trumento rompi do, fa to que
A pi or s i tua çã o é a da quel e a mi gos e o va l or da experi ênci a , certa mente l he da ri a o di rei to de
i ndivíduo que em profunda defesa não s a ímos às ruas, para a vi da, de “pei to ma l dizer a Deus e a todo mundo, e
a cei ta a rea l i da de como el a é, a berto”, sem temores , des preza ndo s a ir batendo os pés, revol ta do com a
chega ndo a pretender a l terá -l a . É o pa ulatinamente os meca ni s mos de s i tuação. Entretanto, us a ndo da s ua
ca s o de um i ndivíduo que ao observa r rejei ção inconsciente que tão ca ro nos cri a ti vidade, durante quinze mi nutos
um pôr do s ol a cha que o fundo cus ta m a o equi l íbri o i nteri or. dedilhou o i nstrumento, expa ndi ndo
deveria s er ma i s a zul a do e nã o tã o a o má ximo a s ua capacidade cri a ti va ,
vermel ho como es tá a pa renta ndo. 6. UMA VIVÊNCIA PLENA i nventando novas posições, de modo a
Tã o defensivos somos que di a nte Sem ma ni pul a rmos os fa tos , ou concl ui r o concerto e a rra nca r
da dúvi da ou do desconhecido, vi a de di s torcê-l os pa ra enca i xá -l os no a pl ausos del i ra ntes da pl a téi a que
regra , optamos pela rejeição. Vejamos es quema de padrões preconcebi dos , percebera desde o início que o bordão
o exempl o s egui nte: a cei ta mos a vi da como el a é, ha vi a es toura do.
Qua ndo, nos albores da década de dei xando-nos conduzir pelo seu curs o Há quem di ga que a o a ceitarmos
50, fora m descobertas na Cordil hei ra na tural que fl ui ha rmoni os a mente. a rea lidade, esta é tã o defi ni da que
do Hi malaia, as enormes pega da s de Ta l como a fi ci ona do à ca noa - em qualquer s i tua çã o da vi da tere-
um s er desconhecido, não hes i ta ra m gem, es porte que s e di funde a gora mos poucas opções . É rea l mente o
em denomi ná -l o “O abominável ta mbém no Brasil, ao ser l ançado na s que s e passa, temos pouca s opções ,
homem da s neves ”. á guas i mpetuos a s do ri o, nã o tenta ma s a pes a r de pouca s toda s s erã o
Pa s s a dos a l guns a nos foi orga - modi ficar o s eu curso, e, nem tampou- fa ctíveis. Contra ri a mente, a pes s oa
ni za da uma expedição patrocinada por co rema r contra a correnteza. Deixa-se defensiva, que não consegue ter uma
uma fundação norte-americana, visan- l eva r, a preci a ndo a na tureza com vi s ã o nítida da realidade, tem mui ta s
do pes qui s a r “O a bomi ná vel ”. toda s a s s uas cores , concentra ndo opções, mas nem toda s exeqüívei s .

235
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

Veja mos o exempl o: - Eu s ol to uma bomba em ci ma eram intitulados“Vida Plena”, que con-
Em certa oca s i ã o vi s i ta mos uma des s a fá bri ca . sistiam em uma reunião de grupo em
gra nde confecção s i tua da no s ul do Aí vemos no exemplo que para o pro- clima totalmente descontraído; alguém
pa ís , na qual estávamos realizando um bl ema em questão, de imediato a pre - iniciava o exercício espontaneamente
s ervi ço profissional, e, presenci a mos s entaram três opções,entretanto, con- tecendo comentário sobre comporta-
numa s a l a de pa s s a dei ra s uma venha mos, nenhuma delas exeqüível . mentos defensivos, e, os outros, à
Foi a í que s e manifestou um senhor medida que se sentiam estimulados
di s cus s ã o a ca l ora da , poi s os
davam a sua participação.
funci onários estavam pleiteando junto ba s tante sereno. Com palavras calmas
Em 1985, no sexto Conselho
à gerência a instalaçã o de uma nova di ri gi u-s e a os dema i s : Nacional do CVV, havíamos alcançado
prens a de pa s s a r, entã o di zi a um: - Pa ra pedirmos a nos s a prens a , uma condição excelente nos grupos de
- Se el e não me der a máquina que temos que justificá-la, com o a umento vida plena: o crescimento; nos minutos
es tou pedindo, vou pegá-l o e jogá -l o da produçã o e a venda de dua s iniciais era lento e quase sem ação;
dentro da quel a l a va dei ra . prens a s a nti ga s . bastava o “pontapé inicial” para que a
Um outro, nã o menos exa l ta do: Conquanto a sua vi são identificasse evolução se processasse muito rapi-
- E eu?... Eu jogo es s a fá bri ca s omente uma opção, era a única viável. damente, assemelhando-se em certos
dentro do ri o (rea l mente a fá bri ca casos a uma explosão de reformu-
s i tua va -s e à ma rgem de um ri o). 8. O EXERCÍCIO DE VIDA PLENA lações e conquistas.
E um tercei ro a duzi a de forma Já em 1884 começa mos a fa zer
i gua l mente enfá ti ca : uma s éri e de exercíci os , os qua i s Jacques A. Conchon

236
INICIAÇÃO ESPÍRITA

=================~;::::===============
I
PREPARAÇÃO DOS TRABALHOS ESPIRITUAIS

Cons iderando que, em qualquer 4º - concl uído o pri mei ro pa s s o 8º - a os pés do Mes tre,
es pécie de tra balho espiritual, s eja em di reçã o do mundo i nvi s ível , a gra decemos a oportuni da de do
uma a ula da Escola de Aprendizes ou propomo-nos a o conta to com os tra ba lho que está prestes a se i niciar e
a s sistência espiritual, tratar-se a di ri gentes es pi ri tua i s do tra ba l ho, com o s eu Amor s egui mos a té o Pa i ,
prepa ração da fase mais importante, com os el ementos res pons á vei s em nome de quem damos por a berto
a cha mos que seria procedente pel a s egura nça e res gua rdo do os tra ba l hos .
es clarecermos s obre a abertura na a mbiente, com o Diretor Espiritual do As s im fa zendo, o preza do i rmã o
qua l dependerá em gra nde parte o Centro, etc.; que nos lê poderá perceber a enorme
s ucesso da atividade desenvolvida. 5º - es ta ndo agora os doi s pl a nos di ferença no a mbiente e nos res ul ta -
Nã o ra ro deparamo-nos com i rma nados, o próximo passo cons i s te dos a ti ngi dos dura nte o tra ba l ho.
di ri gentes que, de forma i ncoerente, na i ntegra çã o do grupo na s
a pós um dia de atribulações e cansaço, Fra ternidades e para tal proferimos a A VIBRAÇÃO PELO
a l cançam o centro dois minutos a ntes Prece das Fraternidades; BEM UNIVERSAL
dos tra balhos i niciarem e se propõem, 6º - pros s egui ndo na es ca l a da Há uma hora , todos os di a s , em
dura nte a a bertura, di ri girem-se es piritual, ligamo-nos com Is ma el , o que nos unimos em pensamento jun-
i medi a ta mente a Jes us . preposto de Jesus pera nte a gra nde to à s Fra terni da des Superi ores : 22
É di fícil conceber esse quadro! Até Pá tri a Bra s i l ei ra ; hora s .
bem poucos minutos s e encontra va m 7º - com o a uxíl i o a moros o de Vi vemos, os grupos da Al i a nça e
à s vol ta s com os probl ema s Ca s tel ã , Ma ri a de Na za ré e outros nós , dentro desses grupos , à s vezes
comezinhos que o mundo ma teri a l Es píri tos superiores, haurimos força s mui tos dias ou mes es s em nos ver-
nos oferece (o cliente que não paga, a pa ra s ubi rmos a té Jes us ; mos . E, no enta nto, devemos es ta r
corri da contra o tempo, a s
di ficuldades do trâ nsito, as contas que
temos a pagar, a preocupa çã o com o
s a ldo bancário, etc.), de um momento
pa ra o outro, tal como num pa s s e de
má gi ca, ligam-s e com a s es fera s de
eterna l uz!
A preparação s empre implica num
tra ba l ho de cons truçã o, no qua l
a s cendemos degra u por degra u, de
forma s uave e harmoniosa. O prezado
l ei tor poderá a compa nha r pel o
es quema a nexo:
1º - o pri mei ro pa s s o na
prepa ra çã o de qua l quer tra ba l ho
cons iste em formularmos um convi te
a os pres entes , no s enti do do
des ligamento do mundo ma teri a l e
da s preocupa ções a el e i nerentes ;
2º - em s egui da , nota ndo-s e no
a mbiente uma a l tera çã o profunda ,
encontrando-se o recinto saturado de
pa z, i ncentivamos os pres entes a s e
uni rem fra ternalmente, entrelaça ndo
s eus corações, e a ssim permanecemos
a té “res pi ra rmos ” numa a tmos fera
ma i s sua ve onde s e exa l e o des ejo
s i ncero de s ervi r;
3º - a gora , estando todos uni dos ,
va mos alçar vôo à espiritualidade, que
s e i nicia com uma ligação a mi ga com
os nos s os mentores i ndi vi dua i s ;

237
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

s empre unidos para que a Aliança seja Ca s a de Bezerra, es ta mos a ti ngi ndo dezenas de milhares de espíritos encar-
efeti va mente um i ns trumento a três objeti vos : nados e desencarnados. É a maior
s ervi ço de Jesus na Terra. Sem uni ã o, 1º) a ca ri dade da vi bração coleti va corrente de amor de que dispõe
di ficilmente venceremos a barreira de pel o Bem Uni vers a l ; atualmente o Plano espiritual Superior
i gnorâ nci a que s e opõe à 2º) a fra terni da de que deve nos para promover o socorro eficiente a
di sseminação do Eva ngelho. Por i s s o, uni r em es píri to; irmãos desesperados de todo o Planeta,
nesta difícil hora de transição.
es se encontro das 22 horas, todos os 3º) o reforço es pi ri tua l de que
Não devemos, portanto, nos es-
di a s, a s s ume i mportâ nci a vi ta l . É o ta nto necessitamos, pois , des de que
quecer de fazer diariamente, às 22
nos so ponto de união, o nosso apoio. nos i ntegra mos à s Fra terni da des ,
hora s, as vi brações pelo Bem Universal.
É nessa hora que formamos um feixe e entra mos numa corrente de harmonia
Elas são uma das nossas tarefas em
dei xamos de ser va ra s i s ol a da s ; um que tra ns fere benefíci os pa ra nós . prol da regeneração da Terra; se delas
fei xe i nquebra ntá vel . As vi bra ções col eti va s pel o Bem descuidarmos, responderemos por essa
Uni ndo-nos com a s Fraternidades e Uni versal, todos os dia s à s 22 hora s , omissão perante os nossos maiores da
di ri gi ndo nos s a s vi bra ções pa ra a di ri gidas à Ca s a de Bezerra , unem Espiritualidade.

u
VIBRAÇÕES

Tra ns crevemos alguns trechos de funçã o de orientadores e que têm a ra pi da mente, ou nã o, cons oa nte a
uma mens a gem do Dr. Bezerra de s eu ca rgo, conforme as exigência s do ca pa ci da de vi bra tóri a de ca da um.
Menezes , recebi da no pri ncípi o da momento, doi s , três ou qua tro mi l Em s egui da , entra m em a çã o os
déca da de 60, vers a ndo s obre a s col a bora dores . tra ba lhadores dos qua tro grupos já
s es s ões de Vi bra ções : Ca da um des s es ori enta dores ci ta dos ; exercendo o s eu mi s ter de
“... A tra ns cendênci a do tra ba l ho recebe a l i s ta dos i rmã os a s erem conformi da de com a neces s i da de,
foge a o vosso alcance, pois, à s vezes , beneficiados e respectivos endereços, reti ra m do receptáculo a qua nti da de
nã o desejais vi slumbrar mais l onge, ou os qua i s são a tendidos de el emento que precisam pa ra s ua s
vos a comodais na condição de simples i ndividualmente. Temos, então, como ta refa s , s egundo o grupo a que
es pecta dores dos fa tos . vemos , um amigo espiritual para ca da pertencem.
Atra ídos pa ra ta l rea l i za çã o da neces s i ta do. A s egui r, a fa s ta m-s e pa ra o
s eara espiritua l i s ta , es tã o a o vos s o Às 18 hora s , es s es mi l ha res de cumpri mento de s ua s obri ga ções .
l a do centenas de núcleos es pi ri tua i s s ervi dores espirituais já estão a postos Entra m, a pós , gra ndes grupos ,
ori entados direta mente por Is ma el , nes te recinto, i mpregnando a própri a
forma dos de 600 a 800 a mi gos
prepos to de Jes us no Bra s i l . a tmos fera de el ementos s uti s e
es pirituais, para as vi brações coletivas,
... É i mprescindível , poi s , que em bênçã os cura dora s .
ca da um de vós ha ja a dedi ca çã o Após a s 19 hora s , i ni ci a -s e o dura nte a s qua i s vi bra m ta mbém
devi da , pa ra que pos s a mos i ngresso dos irmãos enca rna dos e à convos co os i rmã os des enca rna dos
des envol ver pa ul a ti na mente es te porta de entra da é des ta ca da pa ra que vos acompanham desde o i níci o.
s ervi ço, da ndo-l he uma ma i or ca da um del es , uma enti da de O que vemos entã o é um
a mpl i tude, que tra rá , por certo, es piritual que o acompanha até o s eu es petá cul o gra ndi os o: todo o
cons eqüências benéfi ca s pa ra vós e l uga r. a mbiente se reveste de intens a l uz e,
pri nci pa l mente pa ra o ca mpo Ao s e ouvir a prece ca ntada é que a o vi brarem, os vos s os pequeni nos
es pi ri tua l , onde a s vi bra ções s ã o cons ideramos o tra balho i niciado, e no cora ções fa zem o papel de um refletor
a provei ta da s a o má xi mo. momento em que vos s a s a l ma s s e e entã o, i l umi na ndo e ri s ca ndo o
Es te tra balho de vi brações reali za - el evam junto à melodi a , ca em s obre es paço vemos luzes das mais va riada s
s e no es pa ço da s egui nte forma : vós , em a bundâ nci a , el ementos tona lidades e i ntens i da des e es s es
Os necessitados são di vi di dos em cura dores e conforta dores que o grupos de i rmã os , com os bra ços
qua tro grupos di s ti ntos , a s a ber: i rmã o encarnado retém em ma i or ou es tendi dos pa ra vós , recebem o
1º grupo) doentes que s ofrem de menor quanti da de, conforme a s ua pres ente ca rinhoso do vos s o cora çã o
enfermi da des gra ves ; recepti vi da de. pa ra ser l eva do a os ma i s di s ta ntes
2º grupo) doentes, cujo estado não Ini ciam-se então as vi bra ções que s etores da Terra , enqua nto que a o
a presenta gravidade, mas requer alivio pos suem, como já sabeis, cor, perfume s erem enumeradas as Fra ternidades ,
i medi a to; e densidade e que são recolhi da s em já então de regresso de s ua s ta refa s ,
3º grupo) doentes a fl i gi dos por receptáculos distribuídos pel o s a l ã o. perfi lam-se os Espíritos à vossa frente,
ma l es ps íqui cos ; O a mi go es pi ri tua l que vos envol vendo-vos na ca ríci a do Amor
4º grupo) l a res que dema nda m a companha, estabelece convosco uma Fra terna l .
pa ci fi ca çã o e a jus ta mentos . corrente, ma ntendo-a em conta to Por fi m, qua ndo o Es píri to
Pa ra esses grupos são des ta ca dos mútuo e constante até os receptáculos, des tacado para a exortação evangélica
qua tro compa nhei ros que exercem que vã o se enchendo e se iluminando encerra o trabalho, de es fera s ma i s

238
INICIAÇÃO ESPÍRITA

a l tas jorram sobre vós as bênçã os do s a turados de el ementos revi ta l i za - queno espaço de tempo em que
Amor do Pa i e ao vos retirardes , a pe - dores em muito maior quantidade do pri va is conos co nes se trabalho
s a r de muito terem dado a os vos s os que a quel a des pendi da por vós . di gnificante que são as ra diações.”
orga nismos fís icos, retorna i s a o l a r Tudo i sto, queridos i rmãos, no pe- Bezerra

lii
REGRAS DE CONDUTA

Após a primeira aula e Já tendo tornado conl)ecimento do sistema adotado do programa da Escola de Ap<endizes do
Evangelho e das obrigações e deveres a cumprir. o aprendiz deve ausccìtar cuidadosamente seus sentimentos e suas idéias
para saber se, realmente, desejaprosseguir nessecaminho difícil da autopurlficação; se possui o ideal de melhorar-se, preparando·
se para os testemunhos que o discipulado exigirá futuramente.
Se a resposta for favorável, assumirá então, consigo mesmo e com Jesus, um amplo compromisso de trabalhos e
devotame ntos presentes e futuros, anotando as seguintes regras de conduta :

a) assiduidade rigorosa aos trabalhos escolares; m) evitar fàzer proselJtlsmo impertinente, forçando
pessoas a aceitarem pontos de vista e conhecimentos que
b) despreocupar-se de cpmroas, atitudes e
interferências de terceiros; de preconceitos religiosos e não estão em condições de compreende r e assimilar;
sociais, que intertiram para desviá·fo do Intento visado; n) semear sempre a boa semente, sem preocupação
c) reagir a cansaços, desânimos e dificuldades de de resultados lmèdlatos:
qualquer espécie, país sabe poder contar com o auxílio dos o) realizar esforços permanentes de melhoria porque
benfeilores espirituais; há sempre falhas a corrigir, coisas novas a conquistar,
vivendo como vivemos, em um mundo inferior;
d) ter sempre à vista o quadrò pré·organizado de
defeitós e vícios, para regular sua repressão com prudência p) não se preocupar em demasia com acessos a car·
e equilibrio; gos, posições ou bens materiaîs, porque o que cabe a cada
e) manter rigor progressivo nos esforços de melhoria, um de nós a seu tempo nos virá ãs mãos da parte do Doador
Eterno;
a começar no far domesuco, onde agirä de forma
compreensiva, tolerante, bondosa, controlando palavras. q) aperfeiçoar e desenvolver em si mesmo capacidades
gestos e impulsos menos dignos, até que a conduta se intrínsecas· e ene(giãs potenciais. visando tarefas e
tome espontânea e natural; responsabilida des futuras;
Q fugir de atritos, discussões, comentários malévolos. r) ter presente que a evangelização é um estado înlimo
disputas sobre o que for, cedendo sempre que possível a do esptrtto e não uma mera suposìção de ser o que
tudo o quant o não prejudiqu e a terceirosou ao seu trabalh o; realmente não é, ou manter aparência ilusória de situação
interna que não existe;
g) Intervir como elemento conciliador sempre que
necessário evitando, porém, interferências não-sollcltadas s) ser verdadeiro em tudo e buscar perfeiçã o espirin; al
ou impositivas; com todo afã, enquanto viver;

h) tratar a lodos corn bondade e paciência, Invaria- t) compreender que nada vem do exterior que possa
velmente; substituir o esforço próprio, vindo do mais íntimo da alma e
da consciência despertada peto anseio da purificação;
i) ser justo e enaltecer as virtudes, sem fe1ir aqueles
que as não possuem; u) considerar que o passado de erros e acertos tez o
presente, um estado já mais avançado, donde pode, oomo
j) fazer o bem sem ostentação, aconselhando, pro- aprendiz, lançar-se agora, sob o escudo do Evangelho, a
tegendo, ensinando, ajudando, mas, sobretudo, escla- mals altas esteras de atividade espirnual; que as raízes do
recendo espiritualmente, pols que esta é a maior dãdiva e passado são lrremovivels a não ser pelos resgates de
a qt:Je tem realmente força para transformar moralmente os sofrimento e pelos trabalhos em beneficio dos semelhantes,
homens ; que a evangellzação favorece;
I) ser sempre um exemplo vivo de boa conduta e v) que romo homem do mundo não tinha rumo, ou ideal
sentimentos· elevados, no lar e fora dele, para que possa definitivo como tem agora. como simples aprendiz, e de
merecer confiança e respeito; tonna ·definitiva e segura.

239
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

IV
CADERNO DE TEMAS

Dontre os muttos recursos que a torno dos mesmos conduz o aluno ln· assim, aos poucos, lodos os pontos
Escola da Aprendizes oferece aos variavelmenle a uma protunda auto· que exprimem a fragilidade da nossa
alunos, eostaca-se o Caderno de Te- análise. maneira de ser alio regist rados numa
mas, uma preciosidade para todos Realmente. ao eserevetmOS sobre folha da papel, desencravados da
aqueles que se cis¡)useram à grande um dos lemaS. por exemplo, "Oisoota compiex, dad e em que perma neciam
luta, ta!vez a maior que o homem pode com serentcaëe, o opositor tem até eotão.
enfrent ar, contra as suas próprias im- d1rei1os iguais aos seus· ó que perce· Tornamo-nos. assim, através
porlelções. bemos como nos comportamos em desse formidável processo de desnu-
Para um observador alheio aos ele- semelh ant es situações e concluire- demento, conscientes das nossas lm·
vados objetivos da Escola de Apren- mos qua não nos temos preocupado perïeições. o que proporciona o ense-
dizes. poderla parecer esllVéssemos oom a serenidade e, por ve2es. não
reconhecemos os direitos do nosso jo da pesquisa elas sotuções cab!vel$
pretendendo o aculturamento dos
alunos atravês de tareras escolares Interlocutor. em cadã caso.
mas, longe disso, as finalidades são Di=elldo sobre a valdade, per· POderemos então. para concluir,
outras, como veremos a seguir. cebemos quão vaidosos temos sido; afirmar quo um caeeme de Temas bem
Todos os temas propostos (ver meditando sobro a vloléncla somos conduzido, encarado com seriedade,
Vivêncilt do êspiriüsmo Re/lg/oso) são conVldados a reconhecer as nossas representa para todos nós, segundo a
assuntos que, embora simples, guar- lnlempestividades; renetindo sobre o terminologia dos especialistas, uma
dam estreita relação com a esfera amor ao próximo é que declc:limo-oos autêntica "n!ação deespelho"deefeílos
compon ame nlal e, uma reflexão em a alterar a nossa conduta egoistica E assaz promissotes.

V
CADERNETA PESSOAL

Conside rações diversas sobre as portar,, os ás dlret nz es de origem, aos Ora vejam, Irmãos, diante dos
/:seo/lis de Aprendizes e o lmpor1ant e seguintes pontos: a reforme íntima fabulosos resullados consagrados
papel Clas cadernetas pelos anos de O)(periência, enterrarem
como objetivo priorit ário, superan-d o,
Inclusiv e, em ordem de precedê ncí a a cabeça na arela lnlegrando a popu·
PORQUE ALGUMAS ESCOLA S a ilustração doutrinária que a Escola losa classa dos •avestruzes" que pm,
FRACASSARAM? propo rcion a; o Cadem O de Temas. ¡â ldera em nossos meios.
Para que a Escola cio Apren dizes comentado neste ~eflódico~ o
60 "c:-.an9e\T\ o aµ,a&en\e os ex- am'o1ent e rnisüco (no sentido vereia· UM POUCO OE HISTÓRIA
lraordinán os resolla dos no campo da delro) que não pode fallar no dssen- "Como estas águas de Doua la·
reforma Interior dos sous alunos, voMment o das aulas: a oportunidade vam teu corpo, seja Igualmente
mantondo o interesse nos se-us de trabalho, para todos, quando surge purificada a tua alma peto
freqOe nt a dores, torna-se lmprescin- o Impulso nesse senUdo; o carinho e arrependi me nto, porque Nosso
dlvel, conlon ne tem demonst ra ndo a 8 alençâo que o d1rigen1 e deve en- SG<lho< não tarda".
experiência, o fiel seguimento das dereçar aos seus aprendizes; e a CA· Eram essas as palavras pronun-
suas dìretrizes do origem . traçadas OERNETA PESSOAL que é o assunlo ciadas durante a eerímõnìa em que,
pelo Plano Espiritual Superior na de hojo. nos albores <Sa humanidade esplrílu·
década de 40.
a\ista. f\a6\\\o• afa.ro C()1'.\<S;.ac.}fa doa .
'?.<lm?I" t¡\ll> l)ll>\Qf\llC>'6 lnovaòotœ ELIM\NARACAOERNETA passan do a lnlegrer o discipulat o da
desejaram modificar os e.llœrces, de PESSOAL? Fratemidado Essênia, estando lm·
eslabllldade jâ comprovada, dessa Antes de prop,lamente abordar· pllcíto o comprom isso de uma vida
magnânima instiluição, os resultados mos o assunto lembramos quo du· purificada.
dell(llram muito a desejar. e não fai· ran10 muito tempo. antes da Para ser o neófilo elevaòo a dis·
taram os exem plos de Escotas que constit uiç ão da Aliança, existiu uma cípulo, ora necessélio fosse submeti·
techaram apôs alguns meses de forte tendência dlrtglda no sentido da do a sete dias de recolhlmenlo nos
elémera existência por telle de uma eliminação das Cadernetas, quais passava em revista a sua vida
direção consciente. emparada insolitamente por uma pregressa registrada em docu-
argumentação puanl. Chegaram até m entos diversos, oportunidade em
AS DIRE:TRJZES a equipara-ta ao anacr6nlco conies· que media suas torças para a nova
Referimo·nos, quando nos re- slonário existent e na Igreja Católica.I etapa a ompreender. o mesmo se

240
INICIAÇÃO ESPÍRITA

dando por ocasião do promoções Caderno e descobrindo que somos anos e meio, o aluno leva consigo um
para outros graus (que eram três) excessivamente vaidosos, passamos precfoso histórico da luta mals árdua
existentes ontro os Essénios. a nos observar e velo a confìnnaçöo: que até então se dispusera travar. Um
Fol Inspirado nossa prática Vaidade, pura vaidade! Logo em compên dio de soluções pnllleaS para
utilizada pelos descendentes de seguida, anotamos em nossa que a lula prossigasem tréguas.uma
Caderneta Pessoal a experiência vez ser do conhecimentogemi que o
Essen, que a Caderneta Pessoal toi
vivida e as conclusões que valor do Espiritonão reside no estado
implantada na ESCOia de Apreoä12es
com aprovação global do Plano
chegamos, mas. concordem amigos, em que ele se encorwa. mas sim no
seria de lodo impossivel atribuirmos eslorço que envida pata sair do mes-
Superior.
uma medida à nossa vaidade m o e ak:ançar um outro im edìata.·
dizendo. por exemplo. que tiramos mente supeñor.
PARA QUE SERVE A nota um. Concluimos, portanto, que
CADERNETA? não são os valores absolut osq ue vão EOEPOIS?
Se o caderno do Temas. confo, m e indicar o nosso estado espintual, mas Mesmo os alunos que Já con·
já explicamos em número anlcñor do sim os resultados de comparações, ctutram o curso o hoje Integram a
Trevo, o Aprendiz ó conduzido a uma ou seja, do confronto do nosso Fraternidade dos Discípulos de
lormidáv el anális e introspec tiv a. colo- comport am ent o. nesse panl·c ular um Jesus, não podem abandonar a
cando-se diante de uma "reaç ão do ano após. O contraste, por sí só, Caderneta Pessoal. Poderão,
espelho", desnudando-se espiritual· mostrará ao aluno o sou progress o. conforme sugerimos, ulillzar-se da
ment e diant e do si mesmo, é na Ca- própria agenda diária (aquela dos
derneta Pessoal que efe registra as NOTAIMPORTANTE afazeres domésticas ou protls-
suas descobertas no complexo ter· Alunos e dirigentes devem tevar sionais) e lançare m num cantlnhO es
reno interior. Alinha, enumera e muito a sério as Caderneta& Pes· anotações p,eclosastal como fazlam
analisa em pormenores os r&suttados seats, os primeiros lançando he- quand o cursava m a Escot a.
das suas reflex õ es pen,, em segúda, qûent eme nt e as suas descob ert asI n-
armar-se contra as ameaçadora s teriores . progressos , e os p,ossfv e is COM ENTÁRIOFWW.
feras que habitam o nosso mundo fracassos; os segundos. estimulando Para finalizar, amigos. cumpre-
intimo. Perguntamos aos amigos os alunos à boa uhkZação desse re- nos adicionar que o fracasso
lellores: Não é um processo curso indispensável que a Escola meocionado a princípio, do qual são
semelhante que nós ulilfzamos oferece aos seus aprendizes. passívels as Escolas que não paut am
quando nos vemos ès voltas com os Os di.rigen1es, ao nosso vor. devo· suas ati-vldades segundo as
riam. com regularidade, tecer co· "'oñgens", observa-se anaJogamente
problemas corriqueiros que a vida
mentárlos elucidativos sobre as Ca· nos trabalhos de assistência
nos oferece? Primeiro dlvidlmo-los e demetas, se Interessarem peranle a espiritual. agravado nesse setor.
em sogulda vencemos as parcelas turma inquirindo os alunos se estão pelas perturbações naturalmente
que. quando reunidas, so mostravam se dedicando devidamente. oriund as da falta do unlda"9 e unlíor-
ameaçadoras? midade.
Sim, irmãos, ó na Cadernet a Pes· AOFIMOOCURSO:UM
soai que regist ramos as desc obert as DOCUMENTO HISTÓRICO
propiciadas pela análise introspec- Ao fim do curso, trensoo rridosd ols Jacques Andró Conchon
tiva, anotamos os progressos
alcançad os no combat e aos vicios e
na contenção dos defeit os.

LANÇA ME NTO O E AHO TA ÇÓ E S


Alertamos que todas as nossas
anolaçóes devem sor datadas, pols,
somente asslm. poderemos aquiatar
o nosso aproveilamonlo. Exemplifi-
camos: em janoìro de 74, desenvol-
vendo um lema proposto para nosso

VI
CARAVANAS DE EVANGELIZAÇÃO E AUXÍLIO

1. ANALID ADES necessltados em geral. em nome do e esclarec ime nt os doutrinários;


Levar a todos os bairrosda capital Divino Mestre. b) distribuição de alimentos.
a promessa de redenção. a palavra agasa.lhos. remédios e assistência
de consolo nos sofrimentos. a ajuda 2. REAUZAÇÕES médica;
material e BSpirit uaJ para doent es e a) leituras. pelestms . doutrin ações e) exam es espiñtuais, passes.

241
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

tratamentos, atendimentos em geral, ções para Evangelho no Lar, material l) levantar endereços dos Disctpu·
ìnclusive encaminhamentos a Casas eswar, e\c~ tos da Jesus, residentes nos locais
Espíritas: d) estudar meios de conduçã o; vls"ados e imediações;
d) congraçamento antre mora· e) inspecionar previamente os U lixar locais nos bairros para pró·
do1ea dos locals vls\tad:os, por meio \ceais a .serem visitados pela cerava- ximas visitas de Caravanas:
de reuníöes evangélicas~ na (públicos ou particulares}. ca·
\) organizar programa de cada
e) ütstrtoutçãc de Impressos, pacteada de acomcdaçãc óe ou·
vintes. etc.; Caravana a partir;
fivros e materlal escotar:
f) marcar dia e hora, provlden- m) 01ganizar rodízio dQS membros.
f) dernonstraçöes e estaberecì-
ciando também o porle de lanches da Comissão, encarregados de
mento do Evangelho no lar;
individuais e pelos caravaneìros: acompanhar cada Oaravena ou Indi-
g) confraternização com os Dis· g} indicar encarregados da dis· car substitutos capacitados.
clpuios de Jesus. formados em tur- cipllna e da segurança da Caravana.
mas anteriores que, normalmente no 11ânslto e no local da visíta;
serão os encarregaöos do pros- 6. RELATÓRIO
h) indicar encarreqadode aponta·
sequirnento dos trabalhos iniciados mentas e reiãtórios a encaminhar â Dar conhecimento prévio de cada
nos locais visitados. Atiaoça e ao arquivo dos Centros ou visna. bem como de qualquer îrregu-
Grupos; larld~de ou acidente ocorrido.
3. COMPONENTES
As Caravanas poderão partir com
urn mínimo de 5 membros.
4. BASEDEAPOIO
Os Centros e Grupos atuais e os
subseqüentes aderentes â Alíança,
serão as bases des1e moviment o e
ponto de partida das caravanas, cada
um organizando os respecUvos
programas.

5. EXECUÇÃ O
Cada Centr. o ou Grupo indicará
uma comissão·ex eculiv a das carava-
nas que deverá, entre outras providên·
elas:
a) relacionar os colaboradores
entre alunos de escolas. cursos e seNl·
dores em geral;
b) ooletar os recursos neCAssârios
ao empreendimento tais como, ali-
mant os , agas alhos e oulros benefí -
cios -a distribuir;
e) arrecadar livros novos e usados,
Impressos de propaga nda, lnstru-
Favela na peñleria de São Paulo
(anos 80)

VII
ALIANÇA FRATERNAL

Perguntemos a um contrade de sistência espiritual às crianças." o nosso pessoal. e a· gente procura


Doutrina Espírita: Façamos mals uma pergunt a: fazer bem retto o trabalho que temos
- O que faz você dentro do Espi·· - Os Centros Espiritas do seu pcogramado."
rilismo? bairro têm o mesmo tipo de trabalhos Peta resposta à prtmetra pergun·
E ele nos respondarârapidamente: que vocês desenvolvem no Cemro ta, poderiamos considerar o nosso in·
"Às segundas-f eiras, irabalhamos onde empresta sua colaboração? tertocutor como um bom espirita. En·
no passe: às terças, ajudamos num E a resposta será. certamente, írstanto, a resposta à segunda Inda-
trabalho dedicado ao desenvolVlmen· "estes termo s.: gação não o prova; vemos qua lhe fal-
to rnediúníco: às quarta.s. fazemos "Bem, náo conheço nenhum outro ta o espírito de fraternidade.
parte de um gr1.1po de eesoesessão. Centro no-bairro. Se existe algum, não "Esplrl1as, amai-vos, este o
Aos aabados nos dedicamos à as· sei. Estou muito bem entrosado com primeiro ensinamento; ìnstruï-vos, este

242
INICIAÇÃO ESPÍRITA

o seguíldo'', é o- que nos ens!na o Es- entre espiritas somente deixarão de serviço da humanidade necessitada.
plrito de Verdade na mensagem do existir quando entendermos o exato E esse sentimento ao se estabelecer
Capitulo 6 de O Evangelho Segundo oontido da fraternidade. Pois que, pelo não terá nome deste ou daquele Gen·
o Espiritismo,q uando nos fala do Cris· canal de fraternidade que se es-
tra Espírita, nias a Doutrina Espirita,
to Consolador. tabeleoer entre todos os Núcleos Es· o C<!stlanlsmo Redivivo.
Entretanto. 9tê o momento - ano pfrìtas, a humanidad e Se alimenta rá Este é o ldea1 da Aliança EspJrha
de 1975-s e temos feito muitas obras do Amor que lhe fatta cada vez mais Evangélica: estabelecer vlnculos sóli-
que classificamos como "as obras do nestes dlfíce1$ momentos de transição dos de amor entre os Cenuos Espirl-
nosso grupo• , não exercitamos plena · no planeta.
tas para que a fratemìdade possa cir·
men1e nosso Espíñto para a grande E. por esse senûmento, a grande calar livremente. A Aliança não uma
é

obra fundamental: a fraternidade, que tratemidade que deve nos unir, o Can- Instituição burocrática, normativa:
tem. por base o "amai-vos uns aos tra menor receberá aux mo daquele que
fiver maiores possìbìlidades, e assim propõe-seapenas a ser um instrumen·
ou Iros". to, um veiculo de fraternização. E a
André Luiz. em Conduta Espírita. a Doutrina Espfrita crescerá. e os Cen- Aliança, como sigla, não terá mals
nos ensina que "o espirit o de lrater- tros Espírltas se multiplicarão.
razão de existir quando todos nós es-
nldade funde todas as divergências"', Por essa grande fraternidade, a
tivermos cônscios desta advertência
dando-nos uma belíssima sintese da expeñêncla bem-sucedìdade um Cen-
'amorosa do Espírito de Verdade:
fraterni<Jade: a fusão de Iodas as dl· tro seré transferida a todos 0$ demais,
vergênci.as ao calor do entendimento e, dessa forma, mêtodos mais efi- ''Espfritas, amai-vos, este o
tratemo, isto è, possíveis ó1Vergências cientes de trabalho serão coecados a primeiro mandamento."

VIII
AS FRATERNIDADES

Nos planos Espirituais, as en· venha. Em nosso pais, ultimamente, Nesse periodo. algumas Fra-
lldades se agrupam por afinidades es Interferências têm visado a Implan- ternidades Espirituais prestaram
morais e vibratórias, isto é, .segundo tação de ideologias aliení g enas . valiosa cooperação e seu número.
condições evclutìvas significando, No umbral inferior, agremiam·se com o passar da tempo, 1ol au-
para umas, escfavi7.ação e temores e, organlzaQ6es trevosas, formadas pol mentando. de torma que em 1967.
para outras. as mais evoluídas. ordern, Espíritas maléficos e ignoranles, com quando essa fase de organização,
disciplina, responsabilidada, unidade atividades muitas vezes tenebrosas, unificação e atualização se encerrou,
de sentimentos e partlcipação. Individuals ou coletivas. Partem da eram elas mais de duas dezenas.
sub-crosta e da crosta terrestre e in· todas devidam ent e apresent ada s.
Em sentido geral, na Terra. em
shusm-se em todas as camadas so- identificadas e registradas para afeito
esferas inferiores, o que cara.eteriza
as agremiações é a arbitrariedade ciais, sob a direção da chefes impie· de ordem e autenticidad e funcion al.
dosos e temidos: muito. diferent e das O início das aproximações se deu
dos chefes, o intslecto, os penderes
organizações voltadas ao Bem, que nos primeiros meses de 1940, quan-
psiquices em escala sempre de·
agem nas esferas mais elevadas e-são do o Plano ESPlrltual Superior atribuiu
graçjante, isto é, mais poder e mais
prestigio individual quanto mais vio· coesas, disciplinadas, moraliz adas e a um pequeno grupo de eritidades a
idealistas, dirìgidas por Espiritas alta- tarefa de auxiliar a Casa na Implan-
lência, mais astúcia, mais impiedáde;
ment e responsáveis; que se aproxi- tação de um programa doutrinário
ao contrário do que ocorrenas esferas mals avançado. enrtdades essas que
mam da Terra para desempenho de
mais elevadas, onde a predominân· atividades benéficas, de auxílio, pre- vieram a formar a Fraternidade da
cla é dos valores positivos da paz, da leção, orientação, pessoal e coletiva. santo SeJ)tllcro, em memória aos es-
bondade, do respeito mútuo, da pure· forços de ßbertação da Palest ina do
Nas aber1uras mais amp-las· e
za, do idealismo, do amor, enfim, que
benéficas que foram dadas ao jugo mu9ulmano, movimento esse que
lazem ascender para Deus, o Criador
movimento espirita a panlr de 1940 na história do mundo recebeu o nome
Supremo. de. "Cruzadas".
na Federação. grande espaço fol
No etéreo terrestre, zona rñais vi· alribufclo às escolas e cursos os mals Em 1942. tormou-ee um grupo de
zlnha dos encarnados, unem-s e en· variados, ao mesmo tempo em que os mêdiuns sob a designação de "'Grupo
!idades retardadas, Interessadas em trabaihos práticos foram revistos, Razln", em hOmenagem a seu patrono
lntercä.mbio varlado: carmco, passio· atualizados, desdobrados e popu- espiritual que dirigia uma Frater·
nais, reflgi0$0S, promovendo lnterfe, larizados o mais possfve1, para se nldade espiritual sob o mesmo nome.
réncias constantes na vida das anear· recuperar o largo tempo perdido em e cujo símbolo era um trevo de três
nadas, para satisfação de interesses lncperänclas adrnlnistratlvas e pétalas; e em 1950, logo após a
até mesmo politicos. de programas estagnaç ões doutrinárias. ao mesmo crlação da Escota de Aprendizes do
escusas, visando dominações tempo em que se procurava e se Evangelho, criou-se a Fratemidade
maìores ou menores, segunda con- efelivava a unidade de práncas. dos Discípulos de Jesus, que adotou

243
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

o mesmo simbolo e. à medida que a da China. do Egito, do Tlbete, do Casa criou-se, organl.tou-sa. expao-
Casa creecla e so expandia, foram se Mi!xlco, dos Filhos do Deserto, dos dlu-se e se fez oomo uma Inegável ox·
agremian do em lomo tOdas as que Irmãos da Esperança e várias outras, ponência do Espiri1 1smo Nacional.
se apresentavam oferecendo além da do trevo já citada (na sua A atividade espiritual, dosem·
colaboração. contraparte encarnada), cada qual baraçada de pelas e preconceitos .
A orlenu, çoo evangêbca da casa. com sua própria especialîzaçio de toma muñas vezes aspec!OS <iterantes
a criação dessa Escola de Aprendizes trabalho, o que foi de grande prov&it o daqueles que estamos acostumados a
e da Escola de Médluns, e a ampla para os atendimentos de ne, ver mas, parafraseando notável ins-
abert1. 1ra dos atendiment os a neces- cessuaeos, o encaminhamen10 trutor desencarnado, "o pensamento
slraëcs, foram alicerc es seguros da escolar e outras atividadespróprias de Deus não é o pensamento dos ho·
consolidação da Casa. seu en· de uma casa de grande mo· mens, nem os mesmos são os seus
grandeclmonto e sua projeção vlmento como a Federação. caminhos."
consideráv el no conceit o públic o do Ao critòrio de alguns confrados
Estado e do Pals e Justament e os pode parecer estranha e demagógica, Nota
motivos da aproximação e da uma organização destas. uma Ino- Podemos nos referir a esta assen-
colaboraçã o ampla e espontânea vação não acei1âvel, face aos cânones 10, porque a existència e as atlVidades
dessas Fralemldad es do Espaço. oficiais. sa se pode assim dizer. da deslas Fraternidades, são atualmenle
Dentre 9SlaS pOdom os ci!ar. a - movìme nt açáo doutrinári a; mas este lamíliares e, seja como 10<, já fazem
Cruzados, dos Ess6nios, da Rosa Mís- não é o pensamanlo dos milha· parle da históña do Espiritismo em
tica, do Calv4rio, da conente Hindu, res do trabalhadores e lreqilent adores
oosso Estado.
do Triângulo e da Cruz dos Irmãos quo se beneficiaram dela nem o é do
Humildes (que englobava os próprlO Plano Superior, sob cuja on·
médicos e enlermelros ); dos Irmãos enlaçllo ospirttual, benévola e ativa, a édgard Armond

IX
ACESSO À FRATERNIDADE DOS
DISCÍPULOS DE JESUS

Na reunlêo anual da Aßança Es· batórlo de três meses, após o término considerá-lo apto e Ingressar na
pírlla Evangélica, realizada dia 29 de do curso. Depois desse estágio, o Fraternid ade. Considerado em
junho do 1973 na Clinica de Repooso aluno retorna, a fim de relatar seus condições de pertencer à Frater·
Francisca Jl)lla, em São José dos testemunhos e Informar ao dirigent e nidada, o discípulo somente será
Campos, o comandanle Edgard Ar· que se considera apto a receber o grau admitid o na reunião anual da Aliança
mend, om mensagem gravada em de disclpulo. Esplrlle Evangélica. que será
vídeo-tape. lez uma série de re- O dlscipulo não ingressa imedi· realizada sempre em princípios de
comendações sobre a promoção dos atamente na Fralemidade dos Dis· dezembro. Só será admitido à
alunos das Escolas de A¡,rendiZes do cfpulos do Jesus: Esta. como um Fralemida de o discfpulo que estiver
Evangelho ao grau de dìscípuo e pos- apêndice, aqui na Terra. da presenta a essa reunião. O ingresso
terior edmlssão à Fralemidade dos Fra1ernk:fadedo Trevo, é bastante é pessoal, é testemunho pessoal,
Disclpulos de Jesus. rigorosa quanto à admissão de novos não pode processar-s e na ausência
Do exp0sto pelo comandante Ar~ elementos São palavras do próprio do interessado direto - o discípulo.
mond, a promoção para o grau de comandante Armond: "em matéria de Ficou estabelecid o, portant o, que
servidor fica a critório dos grupos in- reforma íntima a Fraternidade dos pelo menos com quinze dias de ante-
tegrados, podendo, ev1dentemente, os Olsclpulos de Jesus não admite cedência da reunião anual, a Aliança
grupos se uHHz:arom das reuniões tri· meios-termos• ou o indivíduo é receba as ceoemetas pessoais dos
mestrais da Aliança para eleluar a pro- evangelizado ou não é". dlscfpulos. pare uma análise geral, a
moção simbólica. A promoção do Portanto, a Afiança Espfrl1a fim de datarmlna r so lais discípulos
servid0< para o grau de dìscípulo tam- Evangélica passa a ser responsável têm condições de Ingresso na Frater-
bém fica a critério do grupo integra- pelo Ingresso do discípulo na Frater- nidade. Este ingresso. contudo, fica
do. evidentemente dentro dos critêñ· nidade Diante disso. deve a Aliança bem claro, só se dará com a presança
os estab•lecidos no programa da laze, um exame prévio da caderneta do ptóprio áiscfpulo na reunião anual
Aliança, que estal>elece estágio pro- pessoal de todo discípulo antes de da Aliança Espirila Evangélìca.

244
INICIAÇÃO ESPÍRITA

X
NOVA FRENTE DE TRABALHO
Multiplicação de Centros Espíritas

Quando o aluno da Escota de nova turma de Aprendizes do 1ãgio preliminar" constante de uma
Aprendizes do Evangelho estiver Evangelho. série de aulas baseadas na Lei de
estudando as malénas contidas nasœ Percebemos, dessa forma, que Al¡ão e Reação para, a seguir, ofere-
volume da Iniciação Espl~IA. lá deve astam os engajados num m ovim ento ce, o Curso Básico aos frequen 1ad <> -
eslar oonscient o do seu papel ativo na francamente multiplicador que tem res e, por rvn. a Escola de Aprendizes
cflfusào e testemunhaçAo do Evange· oomo alicerce a Escola de Aprendizes do Evangelh o. Parakt lam ent e. os tra·
lho. Devemos, nesle estágio. já estar da Evangelho. Percebemos que os balhadoras (os Discípulos) eSIArào de-
seriamente empenhados na implan- Centros Espíntas devam abrtr as por· senvolvendo a asslstilncla espiritual no
tação de um novo cemro espíri1a em tas para atender a todos os necessi· novo Centro, atendendo aos necessl·
nossa cidade ou em cidade vizinha, lados e qua nós, oomo colaboradores, lados que buscara m a casa espírit a à
para que, quando lermlnado o curso, devemos oforocar·lhes um programa procura de alívio. com base nos pro-
possuamos, com outros cornpa- de evangelização e rodençâo, para gramas e proces sos eslabelecldos
nheiros. seara própria para nossas ali· facili1ar essa criação. Percebemos, pela Aliança.
vidades. como discípulos, no campo também. que não nos é mals posalvel E a nova casa que so formar. repe-
coletivo. permanecer no mesmo Cenlro Espiri· lirá o mesmo sistema de propai¡ação,
Achamos importante, aqui, fazer ta onde estudamos, pols nosso pró· cliando a caravan a. as escolas e os
um retrospeçlo da nossa atuação des· prto aprendizado nos obriga a multi· ektmentos de assistência ...
ta Escota. Quando estávamos plicar a mensagem. Esta ê a foona capaz òe multlpl~
estudando a matéria cons1an1e do se- Assim sendo, o pessoal que Inte- car a mensagem evangêllca e ruer
gundo volume, referente li vida de gra a Caravana de Evangelização e chegar a muitos Interessados os ensi-
Jesus (baseado no IMO "Rede nt(l( "), Auxílio deve procurar um lugar ade· namentos da Doulrlna Esplnta, tio
iniciam os a caravans de Evangeli- quado para instalar um Centro Espiri· necessârios à hum anidade neste
zação e Auxllio, atuando num bairro ta no bairro que vem sendo visitado. pertoda de lransição que estamos vi-
necess it ado da cidade. tnlelam os, tam- Assim quando concluirmos o curso, vendo na Terra.
bém. dentro do programa dinâmico não ficarem os de braços erutados,
aprssentado peta Aliança Espirita teremos uma nova frente de 1rabalho.
o Centro Espírit a deve se pree-
cupar em formar soldados do Evan~
Evangêtica, nossa oolaboração no tra- um novo centro. testemunho da boa gelho capacilados a disseminar a
balho de assls1éncla esplrt 1ual aos vonlade da turm a do aprendizes da Doutrlna. Será preferivel termos um
necessllados que buscam o Cemro em qual fizemos parte. pequeno centro espírita em cada quar-
que estamos estudando. Essos mes· A nova casa espírita. por sua vez, teirão do que um só gmnd9 Centro em
mos neçessltados de reequlllbrlo. vão deve colaborar na difusão, ajudando bairro populoso.
sendo encaminhados ao Curso Básl· outra que deseja o mesmo progresso,
co e formam contlng enle para uma de preferência começa ndo com o •es· Um Aprendiz.

245
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

Xl
PROGRAMADA
ESCOLA DE APRENDIZES DO EVANGELHO

PRIMEIRO ANO

1• aula • Aula Inaugural 5 22• aula • A Volla a Jerus alêm e as


2' aula - A Criação 9 Escolas Rablnioas RE 19-20-21
3' aula • O Nosso Planeta 11 23' aula • Passag em para o Grau de Aprendiz 'GA
4' aula • As Ral"'• Primitivas 15 24' aula - Implant ação da Cadernet a Pessoal. 240
S! aula • Const it uição Geográfic a da Terra 18 25• aula • Regresso à Galileia.
6' aula • Civilização da Mesopotâmia 25 A Mone de João Batist a RE 22·24
-,. aula. MlssAo Planelária de Moisés. 26• aula • Os Trabalhos na Gariléia. .. RE 25
Preparação dos Hebreos no Oeseno 30 27' aula • As Parábolas. Introdução.
(1) Usos e Costumes Socials. RE 34.1
8' aula - Introdução ao Proœsso de
Refom,a Intima 224 28' aula • Pregações e Curas. ...................... RE 26-27
9" aula • O Occálogo. Regresso a Canaã .. 29" aula • Hos1111daOes do Sinédrio RE 28-29
A Mone de Moisés. 33 30" aula • O Desenvolviment o da Pregação RE 30
311 aula • As Parábolas . (li) Dornésncas e Familiares.
10' aula • O Gov emo dos Juízes. D,stnb. do 1• Teste RE 34.2
Governo dos Reis até Salomão 37
11 • aula • Separação dos Reinos e Sua Destruição. 32' aula • Implantação das Caravanas de
Evangelizaç ão e Auxílio 241
Cativeiro. A Re<: ons t ruçllo de J erusalém ...........40 331 aula • O Quadro dos Apóstolos e
12' aula • História de Israel e Dominaç ão E.strangelra ... a Consag raç ão RE 31-32.1
ató o Reinado do Adriano 43 34• aula • Excursõ es ao ESlrang eiro. ,_ RE 32.2·33
13' aula - lmplanraçâo do Caderno de Temas 240 35' aula • As Parábolas. (lii) Vida rural RE 34.3
t 41 aula • O Nasciment o do Messìas 36' aula • O Sermão do Monte RE 35
e Controvérsias Doutñnãrias 'RE 2-3-4 37' aula • A Gênese da Alma __ 226
1 s• aula • Os Reis Magos e o Exíio 38' aula • Alos Finais na Galiéia RE 36-37
no Estrangeiro - RE 5-6 39' aula • Últimos Dias em Jerusalé m RE 38
16' aula - lnlàncla e Juven1uoo do Messias RE 7·9 40' aula • Encerramento da Tarefa Planetária RE 39
17' aula· Jerusalém e o Grande Tempjo. 411 aula · Prisão e Entrega aos Romanos.
Reis e Líderes RE B-10-11 Dls1rlb. OO 2" Teste RE 40
18' aula · As Seitas Nacionais. 42' aula • O Tribunal Judaico RE 41
Os Costumes <.Ja época RE 12·14 43' aula • O Julgame nt o de Pilat os RE 42
19' aula. A Fraternld aoe Essênia RE 13·15 44' aula • O Calvário RE 43
20' aula • O Precursor RE 16 45' auta • Ressurreição RE #45
21 • aula - O Inicio da Tareia Pû.bllca. 46' aula • Exame Espirit u al.
Os Primeiros Discípulos. RE 17·18·23 47" aula • Exame Espiritual.

SEGUNDO ANO

4st aula· Passagem para o Grau de ServiOor 225 62' aula • Prooonceito • Definição 232
Inscrição para o Curso de Médluns 47 63' aula • Preconceit o.
49• aula • Evoluç ão do Homem animal Vl vêncla (Exercido de Vida Plena) 232
para o Homem Espiritual 228 64' aula • O Estudo das Epistolas 86
50' aula • 1n1 erpret ação do Sermão do Mont e (I} 48 65' aula • A Predest inaçã o Segundo
51 1 aula· lnlerpret eção do Ser mão do Mont e (11) 51 a Doutrina de Paulo 90
52' aula • lnterprelação do Sermão do Monte (lii} 54 66' aula - Juslilicação dos Pecados 92
53' aula • t nt erp<elaç ão do Sermão do Mont e (I V) 58 67" aula • Conllnu açâo das Epístolas 96
541 aula • Fundação da lgreîa Cristã. 61 68' aula • Vicios e Defeilos • Conceit os 229
55' aula • AscensAo _ 63 69' aula· A Dou1rina de Trago Soo<e a Salvação 98
56' aula • Vida Plena • Conceito. ,,_,,, 234 7~ aula • A doutrina de Pedro, João e Judas 101
571 au!a • lnstltuiçäo OOS Dlàoonos. 71' aula • O Apocalipse de João 104
Dis t ób. O O 3" TeSle 66 72' aula • O Apoc8Jlpse Oe João. Oistn'b. do 41 Teste .... 107
sa• aula - A Conversão de Paulo 68 73' aula • Vicios e Defeit os.
59' aula - O Apóslolo Paulo e Suas Pregações 73 Vivência (Exerclclo de Vi<la Plena) 229
eo• aula • Paulo Defende-se em Jerusalém BO 741 aula· Ciência o Rellgiä.o t10
61' aula • Os Apóst olos que Mais se Destaca ram 751 aula • Pensamento e Vontade. t 15
e Seus Principals Atos 84 76• aula • Lei do Ação e Reação 119

246
INICIAÇÃO ESPÍRITA

77• aula • Amor Como Lei Soberana, o Valor Científico / 85• aula • Exercleìo de Vtda Plena 234
da Preoe. Lei da Solidariedade ................•.. 122 86' aula • O Plano Divino.
78' aula. A Medic ina Psicossom át ic a 125"" A Lei da Evoluçã o. Dlstrtb do 5• Tesle 152_..
79' aula • Exerclc lo de Vida Plena ,- 234- 87' aula • A Lei do Trabalho. A Lei da JustJça 155 _..
80' aula • Curas o Milagres do Evangelho 129-' se• aula • A Loi do Amor 157 ,...
81' aula· Cosmogonlas e 89' aula • Amor a Deus, ao Próximo
Concepções do Universo 135 e aos lrumigos 159 . ..-
82' aula • Esludos dos Seres e das Formas. 140" 90' aula • A Filosofia da IJo< 162
83' aula • Evolução nos O.ferent es Reinos . 91• aula • Nom,as da Vida Espiritual. 164.-
Hlstón<: o da Evolução dos Seres Vtvos 144 .,.; 92" aula • Exame Espiritual.
84• aula· Leis Unrversels 149/ 93' aula • Exame Espirit ual.

TERCEIRO ANO
94• aula • Estruiura da Aliança e de Um Centro Espirita. 107' aula • O Crist ão no Lar 197
Como Abrir um Cenlro Espirit a 'VER 10·11 108' aula • O Cristão no Meio Religios o
95• aula· Nova Frenie do Trabalh o 245 e no Melo Prof ano 199
96' aula • Evolução Anlmlc a (I) 166 109' aula· Os Recuisos do Cristão 203
97! aula • Evoluçllo Animic e (li) 172 110• aul a· Ex erci do de Vida Pl ena 234
98• aula. Catego ria dos Mundos 174 111• aula· Iniciação Espirilual 207
99' aula • lmonalldade 178 112' aula • Estudo do Perispî rito. Centros de Força 21 O
1 OO' aula • Fralemldlade do Trevo e FDJ GD;VER 4 113• aul a • Regras de Condut a 215
101 • aula • Reencarnação 181 1 1 41 aula· O Esplri10 e o Sexo 217
102' aula· Exercício do Vida Plena 234
115' aula • Proble mas da Propa gação
103' aula· Reg,as para a Educação. Conduta e . do Espmbsmo............................................... 220
Apelf alçoam ent o dos Seres (I).•.......•.................... 188
104• aula • Regras para a Educação. Conduta e . 11&• aula • Exame E.spiritual.
117' aula • Exame Espiritual.
Aperfelçoamanto dos Seres (li). -············ 190
105' aula • Regras para a Educação. Conduta e ....••••. ..... •• 118' aula • Exame Espirit ual. Devoluçã o das Caderneias
Apelf ei9oame n10 dos Seres (lii) 193 Esclarecim ent os sobre o periodo probat ório de
106' aula • o Papel do Discípulo. Dlslrib. do 6• Teste. 'GD très meses após o estudo de O Livro dos Espi·
ritos.

• RE = O Redont or. Edgard Armond, Editora Aliança; GA e Gula do Aprendiz; VER • Vivência do Espiritismo Religioso;
GD • Gula do Discípulo. Todos de autoria de Edgard Armond, public a dos pela Editora Aliança.

CURSO DE WIORAftS(
ESPIRITISMO
0800 110 164
Conheça também as obras fundamentais para Evangelização intanto-juvenil da Editora Aliança:

Curso para Crescendo Aulas para o Aulas paru o Aulas pare o Aulas para o
Evangeliza dor Canianck> Ma-ternt3! Jardim Prímárìc lntennedr~rlo

--·-

247
ESCOLA DE A PRENDIZES DO EVANGELHO

Edições Aliança,
compromisso com a Doutrina Espirita.

Os Temes Mad,ún,cos Os Romances

.
__
.._
__
,.... c. .. o..-...--- □ .- - ----
-,
I

_.........~.
.. .

---·-..-.. ·--·-· - ..
.
º"'-
V
-
"
. .. .. . ......... -·-- .
.,. -·--·- ~·
A Hlstôrfa /Espiritual da Humanidade
OR::,
Os Temas Evangélicos e Doulrlnârios

I·- !·-·--- a,
Trilogia "'

-
lt,.9
,;r
.,
:·-·-I--.-.-·~--- -·-- --·· -=-----.·.-...-,._....- -~· -.....·.. ---_ ,_
o.. .........
·- c.-
-·-
..e.- . ......
-·--·--·-
-- -·- ---- . -·--

o•••-••"'
-. -, .
- ir,-.- ~
-
·-·. . =-,--..¡.,·~-..~, .~....-..·... --. -
,.. . . . ....

---- •
□ ...
1.... - .....

· --
,

·••-"1 -·- ···"


"--•C-•IMlo• ov,,.• . ---.
.,..,.
. ..._. ._.....~.,,,....... □.._ .
,.;,., .~5<.,,0,.••· .. . . . ·~-"'·•-·!••
. ,. _ .,. . .,.
. . _.._ ':..":?.:'::::::.... lh , ...

,.,,.
l .. _.....

w,, . ,..._,.
1'•1-.t,,. • czÍ·"'"'
--·-__-- --·--
- _,,. . . . . ~ .-. . . .
·-~---·- ·--
---
- -
. -
, ·
. ··-
·-·- -
-
. -
. ---
~ - -
-------
. . . . . .
,-
. . . -.e-
.
-. . .
•, ~
~-~-·-------. -.
oc:- ••

--
t.i. r
.,_
. . . . "' --·
". ". ". °"' "'•"'-. . .. .
........ ,tt,, ..... ___
'°'1. ._. ::_.:_:. .:. :::.-·~·
. -._ . . . - . o,g,
..
_ ·-~---·"-··~-""'-
. . '','!'.: . . '
. .. _
..
-
-···-·--.·.-- -.
-,. . . .
___ ~--,
.._... .. ..._ .. --
-----

""" . e-•,
..
... ..

.... Ed1t0<11 Ahnnça


Rua M aj o ,'D log o S11 IBelilVft.ta ·ŒP01324-001 ·Siof'alb·SP
Tel (11) 21œ..2t00. ra.e ( 111210S.2626
WWW eelle)IO,,.~ Of'O bf OO!.,,... I ti40'3*• ICA O,Vtw

248
INICIAÇÃO ESPÍRITA

A Escola de Aprendizes do Evangelho é uma dos mois


veneráveis instituições de natureza religioso já criado poro promover
o aprimoramento moral do ser humano. Desde 1950, milhares de
pessoas já ingressaram nesto escola Iniciático. de cunho cristão,
totalmente aberto e de compromissos unicamente espirituais,
iniciando umo transcendente e continuo ¡ornada paro o procuro do
Bem e do Verdade.
Esta Iniciação Espíritocondenso o matéria apresenlodo paro estudo
dos aprendizes que Ingressam nos quadros do Escola através do
Aliança Espírito Evangélico, não poro procurar o mero oculturamento,
mos como afirmo Edgard Armond, "visando despertar no aprendiz a
convíccão profundo do necessidode urgente e Imperativo do
Reform; Íntimo e do exemplificação dos ensinamentos que o Cristo
nos legou."

Editora Aliança

249

Você também pode gostar