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ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA DE MOSSORÓ

COORDENADORIA DE ESTUDO DE PROBLEMAS BRASILEIROS

À SOMBRA
DOS
TAMARINDOS
RAIMUNDO NONATO
Patrocínio do
BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A.

COLEÇÃO MOSSOROENSE
ANO XXXI DA BATALHA DA CULTURA
VOLUME LXXXIII 1979
ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA DE MOSSOR6
COORDENADORIA DE ESTUDOS DE PROBLEMAS BRASILEIROS

,
A SOMBRA
DOS T AMARINDOS

PATROCINIO DO
BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S. A.

RAIMUNDO NONATO
Do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte
e da Academia Norte-Rio Grandcnse de Letras

COLEÇÃO MOSSOROENSE - C -

VoI. LXXXIII
ANO XXX DA BATALHA DA CULTURA
1978
FICHA DO LEITOR

Oswaldo Lamartine

A U T O R - Raimiunâo Nonato da Silva cortou o imbigo em


18jago.j1907, na fresca da chã da Serra do Martins, RN. Des-
mamado, [â taiuâo, ouviu a sentença "... na terra que tem
bom nome, quem não trabalha não come". Daí, cambitou cana
para engenho de rapadura e lenha para casa de farinha, na
jornada que principiava com a madrugadinha (4 hs) e se espi-
chava até o sol se por (18 hs). Ganho, seis-tostões-dia ($600 rs)
e dois cruzados ($800 rs), na safra grande. Na seca de 19, desceu
no rumo das pancadas do mar. Esbarrou em Mossoró. Cidadona
de casa caiada e iareios de duas torres, onde corria dinheiro.
Aí, foi engraxate, lavador de louça no Restaurante de 12 Anos,
vendedor de pão e aiuâante de bodega no mercado público. En-
eaoetaruio, [á pairando os 14 anos e ainda heróica e gloriosa-
mente analfabeto, atestou mestre CASCUDO. Desasruuio na Es-
cola Noturna DR. PAULO DE ALBUQUERQUE, entrou prá Es-
cola Normal, donde saiu professor em 1925. Daí, ensinou em
bem uma dúzia de escolas, do alto sertão às beiras do mar.
Em 1955, recebia o canudo de Bacharel em Ciências Jurídicas
pela Faculdade de Direito de Alagoas. Em 1957, Juiz de Direito
da Comarca de Apody, RN. Escreveu e escreve na imprensa da
província e, de 1951 para cá, publicou prá mais de 40 livros.
Romances, crônicas, memórias, etnoçratia, história e estórias.
Casou e criou filhos. Dos pés-de-pau que plantou - não dou
notícia -, senão de uma Palmeira Imperial plantada á margem
direita do Rio Mossoró. E quem mais dele quiser saber, leia
na Revista da Academia Norte-Riograndense de Letras, ano
XXV, n.o 13, Natal, 1977.

T t TU L O - A SOMBRA DOS TAMARINDOS - meia cente-


na de estudos biográficos de viventes daqueles chãos na tinta

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indelével de leite de pinhão-brabo. Agricultores, comerciantes,
industriais ele nascentes iruiustrias, relojoeiros, motoristas de
caminhão, coveiro, mulher-de-ponta-de-rua, agiotas - vidas
que deram o barro-traçado para feição da cidade -. E também
o número de seus fogos, da [eiura ou beleza de suas casas,
becos, ruas e das árvores que as sombreavam.
Mossorô, tiizem. os mais velhos, cochilava e trabalhava, amava
e âesamaoa, vendia e comprava, acamaraâaua e futricava à
sombra dos tarnarindos que tomava quase todas as ruas ...
Afago a soleira com FM de corructüaâo de canário-da-terra e
açoites de galo de campina. O machado do progresso deles fez
lenha e os raros passarinhos sobreviventes, comem alpiste em
qaiola.
Daquelas sombras resta a do oitão da Igreja, de uma árvore.
que dizem ter sido plantada pelo Vigário ANTôNIO JOAQUIM.
há mais de cem anos ...

EDI TORES - A Coleção Mossoroense parece que princi-


piou pela chispa do artifício 'golpeado, lá pelos fins das eras
de quarenta, com a divulgação mimeoçrattuia das Atas Muni-
cipais, a partir de 1860. E de lá para cá, assoprtuia por VINGT'UN
ROSADO e parceiros - virou brasa, tição e labareda - com
bem uns 450 títulos, abarcando tudo o que diz respeito aos
interesses dos chãos, dos bichos, das plantas e dos viventes dali
e dos vindiços que por lá fizeram rastros ou menção! ...
Pedem, caningam que nem peitica, intimam, açulam e cobram
de autores e entidades a dispensa de direitos autorais ou de
recursos para as suas tiraçens. E vai dai, acertaram com a porta
do BANCO DO NORDESTE. E ali, na laiomia de mostrar o que
ffJzeram e com a ajuda do BNB, o que se empreitavam a fazer,
foram escutados pelo Presidente, professor NILSON HOLANDA.
Jaquarioano, sensível aos problemas culturais daqueles sertões
- ribeiras apenas apartadas pela Chapada do Apody - teve
ele oiças para ouvir, entender e tino para decidir.
Daí, veio a furo mais este livro do velho Raimiuuio Nonato -
madeira que o cupim não roi.

Rua Marquês de Abrantes, - 118/940


Ri'o de Janeiro - RJ - Flamengo - 10/4/79.

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