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ZOOTEC 2006 - 22 a 26 de maio de 2006 - Centro de Convenções de Pernambuco

VALOR NUTRICIONAL DO FENO DE ALFAFA PARA FRANGOS DE


CORTE.
1 2 3
ROSA CAVALCANTE LIRA , KARIANE LUNA DA SILVA , CARLOS BOA-VIAGEM RABELLO ,
3 4,
WILSON MOREIRA DUTRA JÚNIOR , PAULO VANDERLEI FERREIRA EDNEY PEREIRA DA
5 1, 2
SILVA , RONALDO VASCONCELOS DE FARIA FILHO MARCELO TENÓRIO DA SILVA , LUIZ
2 2
CARLOS LEMOS CAMELO , THYERS GOMES BATISTA .
1
Aluna do Doutorado em zootecnia da UFRPE. R. Dom Manoel de Medeiros, S.N. Dois Irmãos, Recife-PE.
2
Aluno do Curso de Zootecnia da UFAL. Campus Delza Gitaí- Rio Largo-AL.
3
Prof. Adjunto da UFRPE. R. Dom Manoel de Medeiros, S.N. Dois Irmãos, Recife-PE.
4
Prof. Adjunto da UFAL. Campus Delza Gitaí- Rio Largo-AL.
5
Aluno do Curso de Zootecnia da UFRPE. R. Dom Manoel de Medeiros, S.N. Dois Irmãos, Recife-PE.

RESUMO
A pesquisa foi realizada no setor de avicultura da Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE) em julho de 2005, e objetivou avaliar o valor nutricional do feno de
alfafa como alimento alternativo para frangos de corte, através da composição química e
digestibilidade de seus nutrientes. Foi utilizada uma ração referência e outra ração teste
contendo 30% do feno de alfafa. Utilizou-se 60 pintos da linhagem Coob com idade de 21
dias alojados em gaiolas metabólicas durante um período de oito dias, sendo 4 de
adaptação e 4 de coleta de excretas. Determinou-se a composição química do feno da
alfafa, bem como o coeficiente de digestibilidade aparente dos nutrientes da ração
referência e da ração teste e o coeficiente de digestibilidade aparente dos nutrientes e
teores de nutrientes digestíveis do feno de alfafa. Os resultados obtidos de composição
química revelaram-se altos, bem como não houve diferenças significativas com relação
aos coeficientes de digestibilidade da MS, FB, e EE observados entre a ração referência
e a ração teste, havendo para a PB, um maior valor para a ração teste. Os Coeficientes
de digestibilidade aparente encontrado para o feno de alfafa em frangos de corte, bem
como os nutrientes digestíveis, foram considerados altos. Pode-se concluir que o feno de
alfafa apresentou alto valor nutritivo para frangos de corte na fase de 21 a 32 dias.

PALAVRAS-CHAVE: Composição química, digestibilidade

NUTRITIONAL VALUE OF THE HAY OF ALPHA ABOUT TO CHICKENS.

ABSTRACT
The search was realized into the sector of aviculture from University Federal Rural of
Pernambuco on July of 2005, & objective access the worth nutritional of the hay of alpha I
eat I feed alternation about to chickens of cut , via the composition chemistry &
digestibility of yours nutrients. Was used a ration reference & another ration test
containing 30% of the hay of alpha. Uses - if 60 I paint from lineage Coob with age of 21
days alojados em bird cages metabólicas over a period of time of eight days , being 4 of
adaptation & 4 of collection of excretas. She determined - if the composition chemistry of
the hay from alpha , as well as the coefficient of digestibility apparent from the nutrients
from ration reference & from ration test & the coefficient of digestibility apparent from the
nutrients & contents of nutrients digestíveis of the hay of alpha. The outcomes obtained of
composition chemistry reveal - if elevations , as well as there was no differences
significativas concerning aos coefficient of digestibility from MS FB , & EE among the
ration reference & the ration test , getting for PB , a country's value for ration test. The
coefficients of digestibility apparent encountered about to the hay of alpha em chickens of
cut , as well as the nutrients digestíveis , have been considerate elevations. Can you - if
accomplish what the hay of alpha she presented high nutrition value about to chickens of
cut on phase of 21 the 32 days. The outcomes obtained of composition chemistry reveal -
if elevations , as well as there was no differences significativas concerning aos coefficient
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of digestibility from MS FB , & EE among the ration reference & the ration test , getting for
PB , a country's value for ration test. The coefficients of digestibility apparent encountered
about to the hay of alpha em chickens of cut , as well as the nutrients digestíveis , have
been considerate elevations. Can you - if accomplish what the hay of alpha she presented
high nutrition value about to chickens of cut on phase of 21 the 32 days.

KEYWORDS: Composition chemistry, digestibility.

INTRODUÇÃO
Na produção de frangos de corte há a interferência de diversos fatores, porém a
alimentação é a de maior magnitude - responsável por até 70% do total dos custos – com
rações produzidas á base de milho e soja que ocasionam custos elevados na formulação,
pela demanda maior do que a oferta.
Trabalhos realizados demonstram também que a farinha de alfafa pode ser
utilizada na alimentação de não ruminantes, como as aves, para as quais a avaliação de
novas alternativas é uma necessidade constante, porém de forma irracional, sem levar
em consideração os níveis de nutrientes e o melhor nível de inclusão destes produtos na
dieta dos animais.
A alfafa, sob a forma de farinha de feno e farinha de folhas, é um dos
componentes mais freqüentes nas misturas para aves, contribuindo com alta proteína (18
a 20%), alta proporção de minerais, algumas vitaminas naturais essenciais, xantofila e
carotenóides, que intensificam a coloração amarela da pele dos frangos e da gema do
ovo (TORRES,1977).
Com o intuito de reduzir os custos de produção, sem comprometer o desempenho
animal, são realizados experimentos testando alimentos alternativos não convencionais
para aves,para se obter informações nutricionais referentes à composição química,
energia, digestibilidade e restrições desses alimentos, para que o nutricionista formular
rações de mínimo custo.
Deste modo, o trabalho tem como objetivo avaliar o valor nutricional do farelo de
alfafa em pintos de corte no período de 21 a 32 dias.

MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada no setor de avicultura da Universidade Federal Rural de
Pernambuco, nos laboratórios de nutrição animal do Centro de Ciências Agrárias da
Universidade Federal da Paraíba e do Centro de Ciências Agrárias da Universidade
Federal de Alagoas durante o ano de 2005.
Foram coletadas amostras de feno de alfafa (Medicago sativa L.) cv. Crioula
proveniente da Estação Experimental de São Bento do Una, pertence à Empresa de
Pesquisa Agropecuária do Estado de Pernambuco para determinação da composição
química do feno de alfafa, das rações referência e teste e das excretas, segundo AOAC,
1990.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com dois tratamentos
(T1 – Ração Referência, a base de milho e soja e T2 – Ração Teste = inclusão de 30%
do farelo de alfafa, cinco repetições e seis frangos por unidade experimental.
Foram utilizados 90 frangos Coob oriundos da Caruaru Aves, com a idade de 1
dia e criados com a ração referência até a idade de 21 dias, quando foram alojados em
gaiolas metálicas, numa sala climatizada, com 3,0 m de pé-direito, recebendo luz natural
e, ou luz artificial durante as 24 horas do dia, para o ensaio de metabolismo.
O período experimental foi de 8 dias, sendo 4 dias para adaptação às condições
do experimento (gaiolas, ração e manejo) e 4 dias para a coleta de excretas. A água e a
ração foram oferecidas à vontade, com comedouros abastecidos duas vezes ao dia
recebendo as 8:00h e 16:00h, sendo anotada a quantidade consumida.
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A coleta total de excretas foi feita em intervalos de 12 horas, em bandejas


revestidas com plásticos, acondicionadas sob o piso das gaiolas de cada unidade
experimental. Foi utilizado o óxido férrico, como marcador, nas rações, no primeiro e
último dia de coleta. Assim as excretas não marcadas na primeira coleta, e as marcadas
na última coleta forão desprezadas. As excretas foram armazenadas em sacos plásticos
e colocadas em congelador (-10ºC) para posterior descongelamento, pesagem,
homogeneização e determinação dos teores de matéria seca, proteína bruta, fibra bruta,
extrato etéreo, minerais, assim como foi feito para as rações e feno de alfafa, segundo
SILVA (2002).
Conhecendo as quantidades de nutrientes ingeridas e excretadas, referente a
cada ração, foi possível determinar o coeficiente de digestibilidade dos nutrientes, através
das fórmulas proposta por MATTERSON et al. (1965) citados por TORRES (2003).

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados de composição química obtidos com o feno de alfafa estão
apresentados na Tabela 1. Os valores obtidos aproximaram-se bastante daqueles obtidos
por CARREGAL et al (1998) que, trabalhando com feno de alfafa em ensaios de
digestibilidade com coelhos, observaram valores da ordem de 88,20%MS; 14,91%PB;
39,97%FB e 1,81%EE. Semelhantes também aos valores encontrados por VILELA
(2006) que foram de 90,1%MS ;12,5%PB,e aos encontrados por PEZZATO et al. (1998)
que obtiveram valores de 90,00%MS; 15,50%PB; 1,70%EE; 8,37%MM e 3.970 kcal/kg
EB. Evidenciando altos valores de composição química.
Na tabela 2 estão representados os valores dos coeficientes de digestibilidade
aparente dos nutrientes das dietas referência e teste em frangos de corte, onde
observamos que os coeficientes de digestibilidade da MS (77,95%; 77,65%), da FB
(80,54%; 64,12%), e do EE (81,96%; 84,96%) obtidos para a dieta referência e para a
dieta teste (contendo 30% do feno de alfafa), respectivamente, não diferiram
estatisticamente pelo teste F (P>0,05), indicando que não houve efeito negativo da
inclusão da alfafa sobre a utilização digestiva desses nutrientes para aves.
Com relação ao coeficiente de digestibilidade de 73,88% para a PB, o valor obtido
com a dieta teste foi maior que o obtido com a dieta referência, indicando efeito positivo
da inclusão da alfafa na digestão desse nutriente.
TANGENDJAJA et al. (1990) obtiveram valores mais baixos para a digestibilidade
da PB da dieta teste (60% de leucena) em coelhos, quando comparados aos encontrados
para a ração referência, porém o nível de utilização de 60% de leucena na ração teste
pode justificar o fato, uma vez que em nossa pesquisa utilizamos apenas 30% de
inclusão do feno de alfafa na dieta.
GRUPTA e ATREJA (1996), trabalhando com níveis de inclusão de 25% e 50% de
feno de leucena, em substituição a dieta referência em coelhos, não encontraram
diferenças significativas na digestibilidade da MS e da FB entre a dieta referência e a
dieta teste.
No entanto, SCAPINELLO (2003) em ensaio de digestibilidade do feno de leucena
em coelhos encontraram valores de coeficiente de digestibilidade da MS, PB e FB
maiores para a ração referência do que para a ração teste.
Os valores dos coeficientes de digestibilidade aparente dos nutrientes e para os
valores dos nutrientes digestíveis do feno de alfafa encontram-se na tabela 3. Onde
observamos que os valores dos coeficientes de digestibilidade aparente da MS (
76,95%), PB (82,25%), FB (25,81%) e EE (91,96%) são considerados altos, o que foi
também encontrado por PASCAL e CARMONA (1980) que encontraram valores de
57,28% da CDMS do feno de alfafa para coelhos.
PEZZATO et al (1988), em experimento de digestibilidade aparente da matéria
seca e da proteína bruta do feno de alfafa pela tilápia do Nilo, obtiveram coeficientes de
digestibilidade aparente da MS (59,66%) e da PB (99,36%), considerados baixos, uma
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vez que KHAM (1994) encontraram valores de CDaMS (88,90%) e de CDaPB (85,80%)
bem próximos aos valores encontrados em nosso ensaio.
CARREGAL e FERREIRA (1998) encontraram também altos coeficientes de
digestibilidade aparente para FB (22,93%) e para o EE (73,88%) para o feno de alfafa
utilizado por coelhos.

CONCLUSÃO
Com base nos dados de composição química e de digestibilidade aparente dos
nutrientes pode-se afirmar que, para frangos de corte na fase de 21 a 33 dias, o feno de
alfafa apresenta alto valor nutritivo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. AOAC. ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS, Washington, EUA.
Official methods of analysis. 16 ed. Washington, DC., 1990. 1094p.
2. SCAPINELLO, C.; ANTUNES, E. B.; FURLAN, A. C. JOBIM, C.; FARIA, H.G. Fenos
de leucena para coelhos em crescimento: digestibilidade e desempenho. Revista
Acta Scientarium Animal sciences. Maringá, v.25, n.2, p.301-306, 2003.
3. TORRES, D.M. Valor nutricional de farelos de arroz suplementados com fitase,
determinado por diferentes metodologias com aves. 2003. 172p. Tese (Doutorado
em Zootecnia)- Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.
4. TORRES, A.P. Alimentos e nutrição das aves domésticas. Biblioteca Rural/Livraria
Nobel S/A. 1977.
5. VILELA, H. Feno e fenação. Disponível em
http/www.brizthadistribuidora.hpg.com.Br/alfafa peletizada.htm. 2005. Acesso em:
12 de Abril de 2006.

Tabela 1 — Tabela 1. Composição química do feno de alfafa (Medicago sativa L.) cv.
Crioula

Nutrientes * Feno de alfafa


MatériaSeca (MS)(%) 90
Fibra Bruta (FB)(%) 39
Proteína Bruta (PB)(%) 14,5
Extrato Etéreo (EE)(kcal/kg) 1,6
Matéria Mineral (MM)(%) 8,0
EB(kcal/kg) 3.900
*Valores expressos em MS.

Tabela 2. Coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca (CDaMS), proteína bruta


(CDaPB), fibra bruta (CDaFB), extrato etéreo (CDaEE) das dietas referência e teste em
frangos de corte

Nutrientes Dieta referência Dieta Teste


CDaMS(%) 77,95a 77,65a
CDaPB(%) 70,29a 73,88a
CDaFB(%) 80,54a 64,12b
CDaEE(%) 81,96a 84,96a
Significativo pelo teste F (P>0,05).
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Tabela 3. Coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca (CDaMS), proteína bruta


(CDaPB), fibra bruta (CDaFB), extrato etéreo (CDaEE) e matéria seca digestível (MSD),
proteína bruta digestível (PBD), fibra bruta digestível (FBD), extrato etéreo digestível
(EED) do feno de alfafa.

Nutrientes Feno de alfafa


CDaMS (%) 76,95
CDaPB(%) 82,25
CDaFB(%) 25,81
CDaEE(%) 91,96
MSD(%) 69,25
PBD(%) 11,92
FBD(%) 10,06
EED(%) 1,47

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