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EDUCAÇÃO INCLUSIVA

EDUCAÇÃO ESPECIAL: DO BRASIL-COLÔNIA AOS DIAS ATUAIS

No Brasil, as primeiras iniciativas para o desenvolvimento da Educação


Especial se deu ainda na época em que o país era colônia de Portugal.

Durante o reinado de D. Padro II foram criados no Rio de Janeiro, o Imperial


Instituto dos Meninos Cegos em 1854, atual Instituto Benjamin Constant e o
Instituto Nacional de Educação de Surdos (I. N. E. S).

No final do primeiro reinado já existiam no Brasil seis instituições destinadas ao


atendimento de deficientes físicos, auditivos e visuais. Mas, foi a partir dos
trabalhos de Helena Antipoff psicóloga e educadora nascida na Rússia que a
Educação Especial no Brasil deu um novo salto a partir da nova visão
impulsionada pelo trabalho realizado por Helena em Belo Horizonte.

Em 1932, Helena Antipoff fundou juntamente com um grupo de educadores e


filantropos, a Sociedade Pestalozzi de Belo Horizonte, Essa instituição é
destinada a educação de crianças, que, por serem portadoras de alguma
anormalidade orgânica ou até mesmo por problemas de origem sócio-
econômica, não conseguem acompanhar o programa da escola regular. Essa
instituição era mantida pelos fundadores e por doações públicas e particulares.

Mais tarde, em 1935, essa Sociedade estabeleceu o Instituto Pestalozzi, escola


para excepcionais que se tornou modelo para a Educação Especial em todo o
Brasil.

Em 1948 foi assinada a Declaração Universal dos Direitos Humanos,


garantindo o direito à educação para todas as pessoas.

Em 1954 foi assinada a primeira APAE (Associação de Pais e Amigos) que se


trata de uma instituição assistencial onde o ensino especial surge como opção
para a escola regular.

Em 1961 foi proclamada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional


(LDB) garantindo a toda criança portadora de deficiência, o direito à educação,
de preferência na escola regular.

Em 1971 houve um retrocesso jurídico com o estabelecimento da Lei


nº5692/71 que determinou o tratamento especial para crianças deficientes.

Em 1973 foi criado o centro nacional de educação especial (CENESP) com


intuito de integrar ao ensino regular aos alunos que acompanharem o ritmo de
estudos e para os demais que não conseguirem, se ingressariam na educação
especial.

Em 1988 houve mais um avanço quando a Constituição estabelece a igualdade


no acesso à escola. Cabendo ao Estado o dever de dar atendimento
especializado, preferencialmente, no ensino regular.

Em 1989 foi aprovada a Lei nº 7853/89 que só entrou em vigor em 1999. Essa
Lei considera crime, qualquer tipo de preconceito referente aos portadores de
necessidades especiais.

Em 1994 foi realizada em Salamanca na Espanha, a Conferência Mundial


sobre necessidades Educativas Especiais, sendo decisiva para impulsionar a
Educação Inclusiva em todo o mundo.

Em 1996 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) atribui as redes de


ensino o dever de assegurar currículos, métodos, recursos e organizações para
atender às necessidades dos educandos.

Em 2002 a Resolução CNE/CP1 define que o ensino superior tem o dever de


preparar professores para atender os alunos com necessidades especiais.

A língua brasileira de sinais (LIBRAS) foi reconhecida como meio de


comunicação e expressão. São aprovadas normas para uso, ensino, produção
e difusão do braile em sala de aula compreendendo todas as modalidades de
educação.

Em 2003, o Ministério da Educação (MEC) cria o Programa Educação


Inclusiva, com o objetivo de formar professores para atuar na disseminação da
Educação Inclusiva.

Em 2004 foi reafirmado pelo Ministério Público Federal, o direito à


escolarização de alunos com e sem deficiência no ensino regular.

Em 2008 chega o fim da segregação, pois a Politica Nacional da Educação


Especial define que todos devem estudar na escola comum. Isto é, direito à
educação para todos de forma igualitária.

4.2 -A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA LDB

Se a educação é um direito assegurado pela Constituição Federal à todas as


pessoas. Não poderia ser diferente quando se trata dos portadores de
deficiência. Hoje a sociedade já tem uma visão menos preconceituosa e as
pessoas tem consciência que não é porque uma criança possui uma
determinada deficiência que ela vai ser totalmente improdutiva para a
sociedade. Pelo contrário, ela pode sim, ser atuante dentro de suas limitações.

A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) dedica um capítulo para tratar


da Educação Especial.

CAPÍTULO V

DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular
de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.

§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola


regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.

§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços


especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos,
não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.

§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início


na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.

Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades


especiais:

I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização


específicos, para atender às suas necessidades;

II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível


exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas
deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar
para os superdotados;

III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior,


para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular
capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;

IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na


vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem
capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os
órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade
superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;

V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares


disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios
de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas
e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e
financeiro pelo Poder Público.

Parágrafo único. O Poder Público adotará, como alternativa preferencial, a


ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na
própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às
instituições previstas neste artigo.

Embora seja assegurada por lei, a Educação Especial, e já existiam muitas


políticas públicas no sentido de aprimorar essa modalidade de ensino ainda
existem muitos obstáculos a serem superados tais como o despreparo dos
professores e a falta de infra-estrutura adequada para atender aos portadores
de deficiência da mesma forma que os outros estudantes.  

REFERÊNCIAS

CARVALHO, Maria Therezinha e OLIVEIRA, Marlene. Ensinando crianças


Excepcionais.1ª edição,São Paulo: LOJE,1992.

GADOTTI, Moacir e ROMÃO, José E. (Org). Educação de Jovens e Adultos:


Teoria,Prática e Propostas. 3ª ed SãoPaulo: Cortez:instituto Paulo
Freire,2001.

SOUZA,Paulo Nathanael e SILVA,Eurides Brito da. (Coord). Educação:


Escola e Trabalho.1ª edição, São Paulo: Livraria Pioneira Editora,1984.

TEIXEIRA, Eliana Franco. O Direito a Educação nas Constituintes


Brasileiras. 1ª edição. Belém: Unama,2001.

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