1. O autor propõe ação de consignação em pagamento contra o Banco Santander após o banco alterar o índice de reajuste do financiamento de um veículo de 4,5% para 14,5% sem seu consentimento.
2. O autor alega que tentou resolver a situação diretamente com o banco sem sucesso e por isso precisa depositar judicialmente os valores das parcelas para não ficar inadimplente.
3. O autor pede que o contrato seja declarado nulo, que as obrigações depositadas sejam consideradas quitadas e que o
1. O autor propõe ação de consignação em pagamento contra o Banco Santander após o banco alterar o índice de reajuste do financiamento de um veículo de 4,5% para 14,5% sem seu consentimento.
2. O autor alega que tentou resolver a situação diretamente com o banco sem sucesso e por isso precisa depositar judicialmente os valores das parcelas para não ficar inadimplente.
3. O autor pede que o contrato seja declarado nulo, que as obrigações depositadas sejam consideradas quitadas e que o
1. O autor propõe ação de consignação em pagamento contra o Banco Santander após o banco alterar o índice de reajuste do financiamento de um veículo de 4,5% para 14,5% sem seu consentimento.
2. O autor alega que tentou resolver a situação diretamente com o banco sem sucesso e por isso precisa depositar judicialmente os valores das parcelas para não ficar inadimplente.
3. O autor pede que o contrato seja declarado nulo, que as obrigações depositadas sejam consideradas quitadas e que o
comerciante, portador do RG nº 1.234.543, inscrito no CPF/MF sob o nº 123.345.678-00 – SDS/PE, com endereço na Rua do Futuro, 574, Graças, Recife – PE, CEP: 52.000-000, e-mail: foliveira@gmail.com, por meio do seu advogado ao final assinado, constituído nos termos do instrumento procuratório em anexo (vide doc 1 ou ID nº...), com endereço profissional na Rua do Espinheiro, 800, Espinheiro, Recife – PE, CEP: 52.020-020, e-mail: fsilvaadv@gmail.com, onde deverá receber todas as intimações que se fizerem necessárias, processuais, vem à presença de V.Exa. propor a presente AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO, pelo rito especial,
Em face do BANCO SANTANDER, pessoa jurídica
de direito privado, CNPJ: 12.432.78/0001-00, com sede na Av. Conde da Boa Vista, nº 5.000, Boa Vista, Recife – PE, CEP: 50.000-00, e-mail: contato@santander.com.br, pelos motivos de fato e de direito que se expõem:
I – DOS FATOS
1. Conforme podemos perceber pela simples
análise das documentações, o consignante, comprou no dia 03/05/2020, um automóvel de modelo Gol, marca Volkswagen, 4 portas, potência 1.6, ano 2020, placa: XYZ-0909, chassi: 12343258764089, no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), financiado em 20 (vinte) prestações iguais de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) a serem pagas em todo dia 20, ao Banco Santander, conforme contrato em anexo (vide Doc. 2 ou ID...). 2. Durante a negociação, as partes avençaram o valor supramencionado e o IPCA como índice de reajuste do bem, este, seria acrescido ao final do primeiro ano do contrato. Tal valor seria de 4,5% (quatro e meio por cento) sobre o valor das parcelas vincendas. 3. Ocorre que, após o pagamento da 12ª (décima segunda) parcela, o AUTOR recebera uma notificação da PARTE RÉ informando que a partir da 13ª (décima terceira) parcela até a 20ª (vigésima) o índice de reajuste seria o IPGM+ sobre as parcelas vincendas, cujo valor é de 14,5% (catorze e meio por cento). 4. Diante de tal situação, o REQUERENTE contactou o REQUERIDO algumas vezes através de e-mail e telefonemas para solicitar a retificação do índice de reajuste para o valor avençado entre as partes, e desta forma pudesse realizar os pagamentos dentro da data de vencimento, conforme e-mails e protocolos de ligações devidamente apensados (vide Doc. 03 ou ID...) 5. Não obtendo êxito em suas tentativas de solucionar o problema, o DEMANDANTE se viu obrigado a formalizar AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO para ver sanada a sua obrigação contratual, para que não venha a ser constituído em mora, sofrendo prejuízo maiores no futuro.
II – FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
1. É inconteste que ao devedor assiste o direito de
solver suas dívidas, sendo para tanto, amparado pelo ordenamento jurídico, que propugna, justamente, pelo adimplemento das obrigações, conforme se pode facilmente verificar, mediante disposição do Código Civil, transcritas abaixo: Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.
2. Estipula, ainda, o mesmo diploma legal, as
hipóteses em que se entende cabível o pagamento em consignação, sendo certo, a uma simples leitura, que o caso ora em questão subsume-se, perfeitamente, à previsão do artigo que se transcreve:
Art. 335. A consignação tem lugar: I - se o credor
não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
3. Nessa mesma esteira o professor Pablo Stolze
adverte:
“Trata-se a consignação em pagamento, portanto, do
instituto jurídico colocado à disposição do devedor para que, ante o obstáculo ao recebimento criado pelo credor ou quaisquer outras circunstâncias impeditivas do pagamento, exerça, por depósito da coisa devida, o direito de adimplir a prestação, liberando-se do liame obrigacional”. (STOLZE. 235:2017)
4. No que concerne ao tema objeto desta ação, a
doutrina do professor Antônio Carlos Marcato diz o seguinte:
“o pagamento por consignação é instrumento de
direito material destinado à solução de obrigações que têm por objeto prestações já vencidas e ainda pendentes de satisfação, pouco importando se essa pendência decorre de causa atribuível ao credor ou resulta de outra circunstância obstativa do pagamento por parte do devedor; e este vale-se de tal instrumento para liberar-se do vínculo que o submete ao accipiens e livrar-se, em consequência, dos ônus e dos riscos decorrentes dessa submissão”. (MARCATO. 16:1996)
5. Por fim, a jurisprudência é pacífica sobre o
direito aqui pleiteado. Vide ementa em sucessivo, “ipsis verbis”: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO DE PARCELAS DE FINANCIAMENTO DE AUTOMÓVEL - DEPÓSITOS INSUFICIENTES - VALOR QUE DEVERIA SER ACRESCIDO POR JUROS E ENCARGOS FINANCEIROS - ATRASO NOS DEPÓSITOS DAS PARCELAS - MORA DO CREDOR - RECUSA INJUSTIFICADA - NÃO-INCIDÊNCIA DOS ENCARGOS FINANCEIROS - QUANTIA CORRETAMENTE DEPOSITADA - AÇÃO CONSIGNATÓRIA PROCEDENTE - RECURSO IMPROVIDO. Não incidem juros e encargos financeiros pelo atraso no pagamento das parcelas convencionadas quando o credor, injustificadamente, se recusa em receber os pagamentos devidos. O depósito correspondente ao valor pactuado apresenta-se correto, de modo que a ação de consignação em pagamento deve ser julgada procedente, para livrar o devedor das obrigações consignadas. Recurso improvido.
(TJ-MS - AC: 5697 MS 2006.005697-1, Relator: Des.
Paulo Alfeu Puccinelli, Data de Julgamento: 15/05/2006, 3ª Turma Cível, Data de Publicação: 07/06/2006).
6. Por fim, conclui-se pela pertinência e
procedência da presente Ação de Consignação, proposta em razão da recusa injustificada do credor em receber o pagamento.
IV – DOS PEDIDOS
Ante o exposto, pugna o AUTOR:
a) Digne-se V.EXª autorizar o depósito judicial da
parcela com vencimento para o dia 20/06/21, no valor de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), bem como das demais parcelas que terão vencimento no curso da demanda; b) Digne-se V.EXª determinar que seja citada a ré, no endereço fornecido na preambular deste petitório, para que, querendo, conteste a ação dentro do prazo legal, sob pena de revelia;
c) Digne-se V.Exa declarar a nulidade do contrato firmado
entre as partes no dia 03 de maio de 2020, bem como os demais instrumentos assinados a partir da mencionada data; d) Digne-se V.Exa, ao final, JULGAR PROCEDENTE a ação, em todos os seus termos, declarando quitadas as obrigações efetivamente depositadas pela peticionária, reconhecendo a abusividade e a ilegalidade do aumento perpetrado pela adversa parte, condenando-a ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, à base de 20% (vinte por cento) do valor dado à causa;
Por fim, requer todos os meios de prova em direito
admitidos, tais como a juntada de novos documentos e o depoimento pessoal da adversa parte, sob pena de confesso.
Dá-se à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) de