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Excelentíssimo senhor doutor Juiz de Direito da 1ª vara criminal da comarca de belo

horizonte/MG

Processo n.º

Leonardo, já qualificado nos autos do processo supra, vem à presença de Vossa


Excelência, e com base legal artigo 593, I, interpor o recurso de Apelação. Assim, requer seja
recebido e processado já com as razões inclusas, e, posteriormente, que sejam os autos
remetido para o tribunal.

Nestes termos,

Pede e espera deferimento.

Local, 15 de maio de 2017.

Advogado

Oab

Egrégio tribunal de justiça do Estado de Minas Gerais

Apelante:

Apelado:

Processo n.º

Razões de Recurso de Apelação

Egrégio tribunal de justiça

Colenda câmara criminal

DOS FATOS

Leonardo foi denunciado pela prática do crime previsto no artigo 157, §2º, I, c.c artigo 14, II,
ambos do código Penal. Ao final da instrução probatória, o magistrado proferiu sentença
julgando procedente a pretensão ministerial, condenando o acusado nos exatos termos da
denúncia.
DO DIREITO

PRELIMINARMENTE

DA NULIDADE

O magistrado concedeu prazo para as partes se manifestarem em alegações finais por


memoriais. O Ministério Público requereu a condenação nos termos da denúncia. O
advogado de Leonardo, contudo, renunciou aos poderes, razão pela qual, de imediato, o
magistrado abriu vista para a Defensoria Pública apresentar alegações finais. Todavia, de
acordo com o artigo 263 do CPP, deveria o magistrado ter intimado o réu para manifestar
interesse em indicar novo advogado. Logo, uma vez que isto não ocorreu, houve nulidade da
sentença, tendo em vista a violação ao preceito do cpp, bem como ao princípio da ampla
defesa.

DO MÉRITO

Leonardo consegue acesso ao caixa onde fica guardado o dinheiro, mas, antes de
subtrair qualquer quantia, verifica que o único funcionário que estava trabalhando no horário
era um senhor que utilizava cadeiras de rodas. Arrependido, antes mesmo de ser notada sua
presença pelo funcionário, deixa o local sem nada subtrair. O juiz condenou Leonardo como
incurso na pena do artigo 157, §2º, I, c.c artigo 14, II, ambos do Código Penal.

Todavia, e diante da narrativa dos fatos, a conduta de Leonardo em desistir do


prosseguimento do feito configurou desistência voluntária, à luz do artigo 15, do CP.
Ademais, A desistência voluntária não se confunde com a tentativa. Nesta, o agente
inicia atos de execução, mas não consuma o crime por circunstâncias alheias à sua
vontade. Naquela, por sua vez, o agente tem possibilidade de prosseguir na
empreitada criminosa, mas antes de esgotar todos os meios que tem à sua disposição,
desiste voluntariamente de prosseguir e consumar o delito.
Diante disto, e conforme o mencionado artigo 15, do CP, Leonardo somente
deverá responder pelos atos já praticados, ou seja, Leonardo somente deve responder
pelo crime de ameaça.
Ante o exposto requer a absolvição do réu no que diz respeito ao crime
previsto no artigo 157, §2º, I, c.c artigo 14, II, do CP.
Outrossim, Leonardo também foi condenado pelo crime, acerca da ameaça,
tem-se que esta somente se procede mediante representação da vítima, o que nunca
ocorreu tendo em vista que a pessoa ameaçada nunca foi ouvida em juízo e, na data
dos fatos, não demonstrou interesse em ver o acusado responsabilizado.

SUBSIDIARIAMENTE
No momento de fixar a pena-base, reconheceu a existência de maus
antecedentes em razão da representação julgada procedente em face de Leonardo
enquanto era inimputável, aumentando a pena em 06 meses de reclusão. Todavia, a
existência de representação pela prática de ato infracional não justifica o
reconhecimento de maus antecedentes, pois a punição de Leonardo quando
inimputável não pode prejudica-lo penalmente, gerando o aumento de sua pena,
razão pela qual se requer a aplicação da pena base no mínimo legal.
Ademais, há de se considerar que o réu era menor de 21 anos à época dos
fatos, bem como que confessou espontaneamente o ocorrido, fazendo jus ao
reconhecimento das atenuantes previstas no artigo 65, I, III, d, do CP.
Outrossim, na terceira fase, incrementou o magistrado em 1/3 a pena,
justificando ser desnecessária a apreensão de arma de fogo, bastando a simulação de
porte do material diante do temor causado à vítima. Todavia, a simulação de porte de
arma não justifica o aumento da pena, visto que não possui potencial lesivo. Devendo
ser afastado o aumento da pena
De giro vizinho, por não ter, de fato, chegado perto da consumação do delito,
visto a sua desistência, o réu faz jus à redução máxima pela modalidade tentada, fato
que permite a aplicação do sursis da pena.
O regime inicial de cumprimento de pena foi o fechado, justificando o
magistrado que o crime de roubo é extremamente grave e que atemoriza os cidadãos
de Belo Horizonte todos os dias. Todavia, de acordo com as súmulas 718 e 719 do STF,
a gravidade em abstrato do crime não justifica o reconhecimento de regime inicial de
cumprimento de pena mais severo do que aquele de acordo com a pena aplicada,
razão pela qual é descabido o regime fechado, devendo ser decretado o regime aberto
ou semi-aberto

Dos pedidos
Ante o exposto, requer o conhecimento e provimento do recurso no termos
supramencionados, com consequente expedição de alvará de soltura.

Local, 15 de maio de 2017.

Advogado
oab

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