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AULA 1

GESTÃO DA DIVERSIDADE

Profª Lucimara do Nascimento Numata


INTRODUÇÃO

A DIVERSIDADE NO CONTEXTO MUNDIAL E BRASILEIRO: ESTUDOS


ORGANIZACIONAIS E POLÍTICAS PÚBLICAS

Olá! Seja muito bem-vindo(a) à nossa aula para discutirmos e ampliarmos


nosso conhecimento acerca de um tema bastante atual e relevante no mundo,
na sociedade e nos estudos organizacionais. Os estudos sobre o contexto
mundial e brasileiro da diversidade trará a compreensão do fenômeno da
diversidade e como ele é gerido no ambiente do trabalho. Para tanto, os temas
desta aula contemplam:
1. contexto mundial e brasileiro da diversidade;
2. a diversidade sob a perspectiva dos direitos humanos;
3. os referenciais internacionais em diversidade e o desenvolvimento
sustentável;
4. A igualdade de direitos na Constituição Federal Brasileira de 1988; e
5. diversidade cultural brasileira e políticas públicas.
A globalização e os constantes avanços tecnológicos, unidos à
diversidade humana cada vez mais presente no contexto cultural organizacional,
têm sido agentes importantes que desafiam as empresas a buscar soluções que
atendam a esse novo cenário organizacional. A diversidade da força de trabalho
presente nas organizações é uma importante questão a ser observada.
Historicamente, nos estudos sobre a diversidade, as multinacionais foram
as primeiras organizações privadas a implementar ações sobre a diversidade
cultural da força de trabalho. Práticas essas consolidadas em suas políticas de
gestão de pessoas.
No Brasil, os marcos em direitos humanos e de desenvolvimento
sustentável, aliados à Constituição de 1988, elevaram o tema da diversidade
humana a um posicionamento de maior visibilidade e influência no cotidiano das
organizações brasileiras, trazendo a igualdade de oportunidades nos diversos
segmentos da sociedade. Entretanto, mesmo com a pressão da sociedade por
políticas públicas que impulsionem as organizações à práticas de gestão da
diversidade, a complexidade e o reconhecimento da importância deste tema
ainda lançam desafios aos estudos organizacionais.

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Convidamos você, aluno(a), a apreciar este conteúdo com olhar crítico
sobre a relevância do tema diversidade na sociedade e nas organizações, a fim
de contribuirmos para a construção de uma sociedade mais justa, digna e plural.
TEMA 1 – CONTEXTO MUNDIAL E BRASILEIRO DA DIVERSIDADE

A diversidade é uma característica intrínseca à humanidade, que, devido


à sua complexidade, tem gerado um intenso debate em diversas esferas da
sociedade contemporânea nas últimas décadas.
Cada país vive uma realidade diferente em relação ao entendimento do
que é a diversidade e da forma de lidar com ela. Isso se deve às características
da própria população, da sua identidade cultural e da sua maturidade para tratar
do assunto. Quando discutimos a diversidade em âmbito específico de um país
ou de uma organização, é preciso levar em conta o contexto histórico e cultural
no qual determinada comunidade de pessoas está.
O interesse dos estudos organizacionais mundiais e nacionais por esse
tema é recente (Nkomo; Cox Jr., 1999; Fleury, 2000; Hanashiro, 2004; Saji, 2005;
Coutinho, 2006; Chanlat et al., 2013) e ganhou maior visibilidade em virtude de
condições necessárias e exigências da aceleração no processo de globalização,
com suas consequências econômicas, sociais, culturais e políticas.
A seguir iniciaremos o percurso de conhecimento sobre o contexto
mundial em que o tema diversidade teve seu reconhecimento.

1.1 O contexto mundial sobre a diversidade


Governos democráticos, bem como empresas modernas instaladas em
diferentes partes do mundo, têm buscado definir políticas e práticas para a
redução das desigualdades e seus efeitos negativos sobre os grupos
minoritários ou marginalizados, bem como promover a valorização das
diferenças entre grupos e pessoas.
Os estudos sobre diversidade e as ações, nesse sentido, em países como
os Estados Unidos, com o Affirmative Action, e o Canadá, com o Employment
Equity Act e o Federal Contractors Program, se deram a partir de 1980. A
atenção do mundo corporativo estadunidense à diversidade cultural da força de
trabalho remonta a história da ampliação dos seus direitos civis a partir da
década de 1960. Especialmente a luta da população negra e imigrante por
igualdade de tratamento, que culminou na promulgação de leis voltadas à

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inclusão desses grupos nos espaços de educação e trabalho por meio da reserva
de cotas.
O principal marco legal foi o Affirmative Action promulgado no final da
década de 1960 como resposta à discriminação racial observada nas empresas
e instituições de ensino:

Por regulamentação federal, as empresas que tinham contratos com o


governo ou que dele recebiam recursos e benefícios deviam avaliar a
diversidade existente em seu corpo de funcionários e procurar
balancear sua composição, em face da diversidade existente no
mercado de trabalho. Esses grupos incluíam: mulheres, hispânicos,
asiáticos e índios. As pessoas com deficiência foram incluídas após
1991 (Agócs; Burr, 1996 citado por Fleury, 2000, p. 2).

No contexto corporativo, principalmente nos Estados Unidos e Canadá,


essas práticas tiveram as suas raízes na legislação de cada país, isto é, foram
imposições legais às empresas que atuassem em seus territórios. É importante
destacar que todo esse movimento não se deu do dia para a noite ou pela
simples vontade de alguém, mas o foi a partir movimentos sociais atuantes
nesses locais.
De acordo com os autores Hanashiro, Godoy e Carvalho (2004), a
preocupação da literatura americana com a diversidade pode ser explicada por
meio das diferenças existentes entre as pessoas que compõem a força de
trabalho das organizações em todo o mundo. De acordo com os autores, os
fatores que colaboram para essa diversidade incluem etnias, culturas, gênero,
orientação sexual, idade e ser ou não uma pessoa com deficiência.
A despeito de claros avanços no combate à discriminação nessa época,
Coutinho (2006) argumenta que os resultados das ações afirmativas nos
Estados Unidos ficaram muito abaixo do esperado. Até que, no final dos anos
1980, com o aumento da diversidade no perfil demográfico dos trabalhadores em
atributos como idade, gênero, raça, etnia e local de origem, o termo diversidade
da força de trabalho ganhou forte expressão.
As tendências demográficas nos Estados Unidos apontavam que 85% dos
novos entrantes no mercado de trabalho americano seriam formados por
minorias, mulheres e imigrantes (Hanashiro; Godoy; Carvalho, 2004),
estimulando empresas a adotarem práticas de gestão voltadas à diversidade.
Partindo do contexto mundial com os países referência no tema, vamos
conhecer como se deu a discussão do tema diversidade na realidade brasileira.

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1.2 A diversidade brasileira
Com a sociedade se tornando cada vez mais heterogênea, os estudos e
as práticas sobre diversidade se tornaram um fenômeno global.
Enquanto a discussão sobre a diversidade nos Estados Unidos data da
década de 1960, no Brasil surgiu apenas nos anos 1990. Nesse contexto
nacional, as práticas de diversidade iniciaram, na maioria das vezes, a partir de
pressões das multinacionais que mantinham as suas subsidiárias no Brasil.
Dessa forma, foram sendo testados e implantados os primeiros programas de
diversidade nos contextos organizacionais.
Debater sobre a diversidade no Brasil demanda necessariamente
compreender raízes históricas e sociais que acabam por sustentar determinadas
posições, naturalizadas ou até mesmo invisíveis a um olhar descuidado ou
menos avisado:

Os brasileiros valorizam sua origem diversificada, incluindo as raízes


africanas, presentes na música, alimentação, no sincretismo religioso.
Mas é uma sociedade estratificada, em que o acesso às oportunidades
educacionais e às posições de prestígio no mercado de trabalho é
definido pela origem econômica e racial (Friedman, 2013 citado por
Scarano, 2018, p. 74).

No Brasil, apesar da persistência da desigualdade social e de existirem


vários grupos historicamente excluídos do exercício da cidadania (Alves, 2004
citado por Santa Rita, 2020), a incorporação da temática da diversidade na
agenda das empresas brasileiras não ocorreu por meio de legislação ou de
políticas públicas a favor da igualdade de oportunidades, como aconteceu nos
Estados Unidos e Canadá. Houve, no entanto, a influência direta de empresas
norte-americanas com operações no Brasil para que as subsidiárias atendessem
às exigências da matriz nessa área (Fleury, 2000; Alves, 2004 citado por Santa
Rita, 2020).
Para ampliar o conhecimento específico sobre a diversidade, Nkomo e
Cox Jr (1999, p. 334) entendem que, em grande parte, “o conceito de diversidade
ainda carece de rigor, desenvolvimento teórico e especificidade histórica”.
Alertam ainda para a necessidade de se fazer uma distinção entre fontes de
diversidade e diversidade em si. As primeiras se referem às variações individuais
(raça, gênero, idade, entre outros) enquanto o conceito de diversidade varia de
acordo com a opção teórica de cada autor.

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Diante desse contexto, é prioritário o conhecimento sobre a conceituação
da diversidade e sua inserção nos estudos organizacionais com foco na gestão.

1.3 Conceituação da diversidade

De acordo com Hanashiro, Godoy e Carvalho (2004), o tema diversidade


é de interesse no âmbito da pesquisa dos estudos organizacionais cujo objetivo
principal é entender o impacto de diferenças no grupo de identidade, no
comportamento e desempenho das pessoas, nos grupos de trabalho e nas
empresas.
A discussão de tais questões acerca da diversidade surge nos anos de
1990 (Nkomo; Cox Jr, 1999; Fleury, 2000) como pesquisa autônoma em função
do interesse de gerenciar uma força de trabalho diversa e vem se destacando
como tópico dos estudos organizacionais (Nkomo; Cox Jr, 1999), o que demanda
o conhecimento e o entendimento acerca da sua conceituação, já que o conceito
de diversidade pode ser entendido de diferentes formas e apresenta diferentes
focos na literatura.
A conceituação da diversidade tem sido descrita de duas formas: a)
definições mais amplas que se referem às diferenças individuais, ou seja, uma
pessoa é diferente da outra; e b) as definições mais restritas que geralmente se
referem à cor da pele, gênero e etnia e que são normalmente associadas a
grupos minoritários. Dessa forma, a diversidade não está relacionada apenas a
grupos minoritários, mas se refere também à força de trabalho total existente nas
organizações (Nkomo; Cox Jr, 1999).
O termo diversidade ainda carece de consenso quanto à sua acepção,
sendo que, muitos autores, por não conseguirem encontrar uma definição mais
apurada, preferem trabalhar com uma tipologia. A seguir são citadas algumas
definições:

Diversidade cultural significa a representação, um sistema social, de


pessoas pertencentes a grupos de diferentes significados culturais [...].
A questão da diversidade em um contexto de sistema social é
caracterizada por um grupo majoritário, ou seja, o grupo maior, e por
grupos com menor quantidade de membros representados no sistema
social, comparados ao grupo majoritário [...]. O grupo majoritário
também corresponde àqueles membros que têm historicamente mais
poder e recursos econômicos, comparados aos membros dos grupos
minoritários (Cox Jr., 1991, p. 6).

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Nessa perspectiva, Fleury (2000, p. 3) revela que a “diversidade é definida
como um mix de pessoas com identidades diferentes interagindo no mesmo
sistema social”. Nesses sistemas coexistem grupos de maioria e de minoria. Os
grupos de maioria são os grupos cujos membros historicamente obtiveram
vantagens em termos de recursos econômicos e de poder em relação aos outros.
Assim sendo, Nkomo e Cox Jr. (1999) compreendem que para se ter
clareza na linguagem e no significado de diversidade, há a necessidade de
estruturar melhor esse conceito.
Diante disso, encontramos em Fleury (2000) a diversidade como um misto
de pessoas com identidades diferentes interagindo no mesmo sistema social
cujos grupos de maioria e de minoria coexistem:

[...] os grupos de maioria são formados por membros que


historicamente obtiveram vantagens em termos de recursos
econômicos e de poder em relação aos outros. O agrupamento das
características dos “diversos” pela sua representação social como
maioria ou minoria nos obriga a entender melhor o significado das
minorias e o seu tratamento pela sociedade, considerando as situações
de preconceito e discriminação, sendo elas o foco principal dos
programas de gestão da diversidade da força de trabalho (Fleury,
2000).

As definições criadas pelos autores na década de 1990 persistem até os


dias de hoje apresentando um conceito diferente do outro apenas pela forma
como a diversidade é citada pelos autores que a definem.

TEMA 2 – DIVERSIDADE SOB A PERSPECTIVA DE DIREITOS HUMANOS

A atuação e a responsabilidade social empresarial aliadas à perspectiva


de fomento ao respeito e ao estímulo à diversidade se revela não só nos
ambientes corporativos, mas também no convívio em sociedade. Assim sendo,
ao nos depararmos com a ampla perspectiva social, relembramos importantes
tratados internacionais referendados por diversos países, principalmente no que
se refere à igualdade, à justiça e ao desenvolvimento social equilibrado.
A diversidade, seu contexto histórico e a propagação de seus ideais por
muitos países possui uma estreita relação com os Direitos Humanos, ao
considerarmos que todos os seres humanos podem invocar os direitos e as
liberdades, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, cor, sexo, língua,
religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social, fortuna, nascimento
ou outro estatuto. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no

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estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade
da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autônomo ou
sujeito à alguma limitação de soberania (art. 2º) (ONU, 1948, Declaração
Universal de Direitos Humanos).
Neste tema, você descobrirá o que é a Declaração Universal dos Direitos
Humanos (DUDH), em seus princípios ou valores ético-políticos, permitem a toda
pessoa afirmar a sua condição e dignidade como ser humano. Conhecerá em
que contexto sociopolítico e econômico ela foi criada e analisará os desafios dos
direitos humanos no atual contexto do Brasil.

2.1 Os direitos humanos

Ao refletirmos sobre os direitos humanos de forma mais específica


podemos observar que, em sua essência, são a consolidação de princípios e
direitos pelos quais distintas sociedades, em diversas épocas, lutaram para que
pudessem estar inseridos nos mecanismos normativos que regem suas
respectivas sociedades. O intuito é o de garantir e ampliar a cidadania e a defesa
da dignidade humana, sem nenhuma distinção de classe, raça, cultura, idade,
sexo, orientação sexual, religião ou nacionalidade.
Para Scarano et al. (2018), os direitos humanos são, portanto, direitos que
as pessoas têm porque são os seres humanos. Envolvem a forma como toda e
cada pessoa deve ser tratada, como ser livre, com direito de se expressar, de
ser aceita e acolhida em qualquer lugar com igualdade. No entanto, nem sempre
essa ideia existiu e é aplicada nos diversos lugares do mundo.
Por isso, conhecer o processo pelo qual a humanidade passou a
conquistar, reconhecer e consolidar esses direitos é fundamental para a
construção da consciência de que todos os seres humanos são iguais, objetos e
detentores desses direitos, que possuem direitos universais como pessoas,
iguais, fortalecendo os enfrentamentos aos processos de violência, exploração
e dominação. Para tanto, as convenções e os tratados internacionais
consolidaram esse propósito como veremos a seguir.

2.1.1 Convenções e tratados internacionais de direitos humanos

Em termos históricos, diferentes momentos culminaram em chamados de


cartas, ou declarações, de direitos, que são importantes instrumentos de

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afirmação de direitos das pessoas — não criam leis, mas declaram e
reconhecem direitos. Nessa perspectiva, uma série de tratados internacionais de
direitos humanos e outros instrumentos adotados desde 1945 expandiram o
corpo do direito internacional dos direitos humanos. Segundo a ONU (2021), eles
incluem também as convenções, como demonstrado no quadro 1 a seguir.

Quadro 1 – Convenções e tratados internacionais de direitos humanos

Declaração dos Direitos do Homem e Inspirada nos ideais revolucionários e em filósofos


do Cidadão de 1789 como Rousseau, que defendia a vontade geral e a
soberania do cidadão. Foi fruto da Revolução
Francesa — movimento que provocou a primeira
grande transformação social no Ocidente em defesa
dos direitos humanos, com base nos ideais de
liberdade, igualdade e fraternidade.
Declaração Universal dos Direitos Foi aprovada pela assembleia geral da Organização
Humanos (DUDH) de 1948 das Nações Unidas (ONU) em 10 de dezembro de
1948. Trata-se de um documento composto de sete
preâmbulos e 30 artigos, discorrendo sobre os direitos
humanos enquanto fundamentais a todas as pessoas,
sendo um compêndio que elenca os aspectos
essenciais dos direitos civis, políticos, sociais e
econômicos.
Convenção para a Prevenção e a Promulgada na III Sessão da Assembleia Geral das
Repressão do Crime de Nações Unidas em Paris em 11 de dezembro de 1948,
Genocídio de 1948 declara que o genocídio é um crime contra o Direito
Internacional, contrário ao espírito e aos fins das
Nações Unidas e que o mundo civilizado condena.
Convenção Internacional sobre a Adotada pelas Nações Unidas em 21 de dezembro de
Eliminação de todas as Formas de 1965, tendo sido ratificada pelo Brasil em 27 de março
Discriminação Racial de 1965 de 1968. Promover os direitos humanos de todos "sem
distinção de raça, sexo, língua ou religião".
Convenção sobre a Eliminação de Denominada Convenção da Mulher, em vigor desde
Todas as Formas de Discriminação 1981, é o primeiro tratado internacional que dispõe
contra as Mulheres de 1979 amplamente sobre os direitos humanos da mulher.
São duas as frentes propostas: promover os direitos
da mulher na busca da igualdade de gênero e reprimir
quaisquer discriminações contra a mulher nos
Estados-parte
Convenção sobre os Direitos da A Convenção sobre os Direitos da Criança foi adotada
Criança de 1989 pela Assembleia Geral da ONU em 20 de novembro
de 1989. É o instrumento de direitos humanos mais
aceito na história universa e promove o direito da
criança de estar protegida contra a exploração
econômica e contra o desempenho de qualquer
trabalho que possa ser perigoso ou interferir em sua
educação, ou que seja nocivo para sua saúde ou para
seu desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral
ou social.
Convenção sobre os Direitos das Adotada pela ONU em 13 de dezembro de 2006, em
Pessoas com Deficiência de 2006 reunião da Assembleia Geral para comemorar o Dia
Internacional dos Direitos Humanos, é um marco para
a justiça e equidade cuja proposta é promover,
defender e garantir condições de vida com dignidade
e a emancipação dos cidadãos e cidadãs do mundo
que apresentam alguma deficiência.
Fonte: ONU Brasil, 2021; OIT Brasil, 2021; UNICEF Brasil, 2021.

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A força de tais convenções e tratados se concretiza quando se dá a
convergência dos países — membros das organizações internacionais como a
ONU e a OIT no cumprimento das leis que garantem os referidos direitos
humanos.

2.1.2 Declaração Universal dos Direitos Humanos

Após o término da Segunda Guerra Mundial (1945), os países se uniram


com a meta de restabelecer a paz entre os povos. Formou-se, então, a
Organização das Nações Unidas (ONU), ação voluntária de países que se
uniram com o objetivo de promover a paz mundial, o desenvolvimento econômico
e social e o respeito aos direitos humanos, além de facilitar a cooperação
internacional.
A Organização das Nações Unidas (ONU) passou a existir oficialmente no
ano de 1945 com a ratificação da carta feita pelas nações vencedoras da guerra
(China, Estados Unidos, França, Reino Unido e a União Soviética). Com o
objetivo de restabelecer a paz e evitar uma nova guerra mundial, essas nações
assinaram a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) em 10 de
dezembro de 1948. A carta enumera em 30 artigos os direitos humanos e as
liberdades fundamentais que os homens e as mulheres têm e que devem ser
respeitados.
O centro da DUDH é a dignidade da pessoa, que deve estar acima de
qualquer interesse de ordem de governo ou econômico. Essa igualdade de
direitos deve se dar entre homens e mulheres sendo o Estado o ente responsável
pela garantia, proteção e efetivação dos direitos.
Freitas (2016, p. 89) reitera sobre a importância da Declaração dos
Direitos Humanos como um evento fundador do reconhecimento da importância
das diferenças humanas, materializado em mecanismos sociais e jurídicos,
culturalmente apropriados ao longo das últimas cinco décadas, particularmente
nas sociedades desenvolvidas. Em virtude de sua importância para a vida
moderna, o tratamento da diversidade e a redução de desigualdades foram
definidos pela ONU como uma das metas para o novo milênio.
Essa declaração foi discutida e elaborada no contexto pós-Segunda
Guerra Mundial, de conflito e barbárie, até ser publicada em 10 de dezembro de
1948 – a partir de quando passou a ser a principal base das discussões e ações

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internacionais referentes aos direitos humanos. Diversas legislações surgiram
em decorrência dessa declaração.
São características importantes dos direitos humanos (ONU Brasil, 2020,
documento online):

a) os direitos humanos são fundados sobre o respeito pela dignidade e o


valor de cada pessoa;

b) os direitos humanos são universais, o que quer dizer que são aplicados
de forma igual e sem discriminação a todas as pessoas;

c) os direitos humanos são inalienáveis, e ninguém pode ser privado de seus


direitos humanos; eles podem ser limitados em situações específicas –
por exemplo, o direito à liberdade pode ser restringido se uma pessoa é
considerada culpada de um crime diante de um tribunal e com o devido
processo legal; e

d) os direitos humanos são indivisíveis, interrelacionados e


interdependentes, já que é insuficiente respeitar alguns direitos humanos
e outros não – na prática, a violação de um direito vai afetar o respeito por
muitos outros.

Para Scarano et al. (2018), os direitos humanos são entendidos como


aqueles inerentes ao ser humano, como o direito à vida e à liberdade, à liberdade
de opinião e expressão, ao trabalho e à educação, entre outros,
independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião, opinião
política ou qualquer outra condição. Eles são garantidos por lei e visam proteger
os indivíduos e os grupos contra quaisquer ações que possam interferir no gozo
das liberdades fundamentais e na dignidade humana.
Para Ferraz e Leite (2015), os direitos humanos dizem respeito à inclusão
de pessoas e grupos cuja pretensão de validade é universal. Nessa perspectiva,
qualquer pessoa na sociedade (mundial) é portadora dos direitos humanos.
Todos os direitos humanos devem, portanto, serem vistos como de igual
importância, sendo igualmente essencial respeitar a dignidade e o valor de cada
pessoa. Tais direitos também são contemplados nos pilares de desenvolvimento
sustentável de referenciais internacionais como conheceremos adiante.

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TEMA 3 – REFERENCIAIS INTERNACIONAIS EM DIVERSIDADE E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

À luz da trajetória da ONU em suas ações nas conferências e estudos


frente à preocupação socioambiental por um desenvolvimento mais inclusivo e
harmônico com a natureza é que o tema desenvolvimento sustentável passou a
fazer parte do cotidiano corporativo.
Os principais acordos internacionais relacionados com o desenvolvimento
sustentável influenciaram as ações adotadas pelas empresas em sua estratégia
de sustentabilidade corporativa.
Para tanto, vamos destacar a seguir dois importantes referenciais
internacionais das Nações Unidas que consolidam o foco em direitos humanos,
na diversidade e na igualdade de oportunidades e revelam as preocupações
ambientais contempladas na estratégia das organizações econômicas.

3.1 Pacto global

O Pacto Global como iniciativa da ONU teve seu lançamento no ano de


2000, com o objetivo de mobilizar a comunidade empresarial internacional para
a adoção, por meio de adesão voluntária, de dez princípios em suas práticas de
negócios que refletem valores fundamentais e internacionalmente aceitos nas
áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à
corrupção.

3.2 Objetivos de desenvolvimento sustentável

Em setembro de 2015, líderes mundiais se reuniram na sede das Nações


Unidas (ONU), em Nova York (EUA), e decidiram um plano de ação para
erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que as pessoas alcancem a
paz e a prosperidade. Esse plano ficou conhecido como “Agenda 2030” e nele
foram definidos os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), nos quais
os Estados-membros e a sociedade civil negociaram suas contribuições.
Parte de um documento intitulado “Transformando Nosso Mundo: Agenda
2030 para O Desenvolvimento Sustentável”, é um plano de ação em que foram
definidas 17 iniciativas conhecidas como Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável (ODSs ou Metas Globais). Cada objetivo, variando desde a

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eliminação da pobreza (Objetivo 1) à redução das desigualdades (Objetivo 10),
à ação climática (Objetivo 13), proporcionam metas claras e mensuráveis para
que os países e os cidadãos respondam ao apelo e comecem a agir para que
atinjam esses objetivos até 2030.

Figura 1 – Objetivos de desenvolvimento sustentável

Fonte: ONU no Brasil, original, 2021.

Os 17 objetivos demonstrados na figura 1 fornecem 169 metas por todas


das três dimensões do desenvolvimento sustentável: econômico, social e
ambiental. São objetivos ambiciosos e interconectados que abordam os
principais desafios de desenvolvimento enfrentados por pessoas no Brasil e no
mundo, a saber:

• Objetivo 1: Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos


os lugares (ODS 1)
• Objetivo 2: Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e
melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável (ODS 2)
• Objetivo 3: Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar
para todos, em todas as idades (ODS 3)
• Objetivo 4: Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de
qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da
vida para todos (ODS 4)
• Objetivo 5: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as
mulheres e meninas (ODS 5)
• Objetivo 6: Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água
e saneamento para todos (ODS 6)
• Objetivo 7: Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a
preço acessível à energia para todos (ODS 7)
• Objetivo 8: Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo
e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para
todos (ODS 8)
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• Objetivo 9: Construir infraestruturas resilientes, promover a
industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação (ODS
9)
• Objetivo 10: Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles
(ODS 10)
• Objetivo 11: Tornar as cidades e os assentamentos humanos
inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis (ODS 11)
• Objetivo 12: Assegurar padrões de produção e de consumo
sustentáveis (ODS 12)
• Objetivo 13: Tomar medidas urgentes para combater a mudança
climática e seus impactos (ODS 13)
• Objetivo 14: Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares
e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável (ODS
14)
• Objetivo 15: Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos
ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas,
combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e
deter a perda de biodiversidade (ODS 15)
• Objetivo 16: Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o
desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para
todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em
todos os níveis (ODS 16)
• Objetivo 17: Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a
parceria global para o desenvolvimento sustentável (ODS 17)

As metas, de acordo com a agenda, são interligadas e indivisíveis. Um


total de 230 indicadores correspondentes são oferecidos para permitir o
monitoramento das metas e servir como ponto de partida para que o mundo aja.
Todas as metas são de responsabilidade de todos os cidadãos globais que, na
liderança da ONU e de seus parceiros no Brasil, estão trabalhando para atingir
os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

TEMA 4 – A IGUALDADE DE DIREITOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL


BRASILEIRA DE 1988

No Brasil, a Constituição Federal de 1988 foi a responsável por assegurar


os direitos humanos a partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos
(DUDH), em 10 de dezembro de 1948, já apresentada anteriormente. Nesse
contexto brasileiro, os direitos humanos foram um importante avanço jurídico
para uma sociedade marcada por cerca de 20 anos de Ditadura Civil-Militar
(1964-1985).
Diante de uma realidade em que a violência era institucionalizada por
meio de torturas, assassinatos e desaparecimentos, os direitos humanos
passaram a ser um importante dispositivo que visava à proteção da dignidade
humana em relação à cidadania. Segundo Leite e Ferraz (2015), o viés
democrático que o Brasil e outros países latino-americanos readquiriram, a partir

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dos anos de 1970-1980, foi uma importante construção da classe política e civil,
imprescindível para criar espaços em que a dignidade humana seja respeitada
e para a concretização dos direitos, em que a igualdade passou a ser tratada de
forma muito cuidadosa a partir dessa constituição, como conheceremos na
sequência deste conteúdo.

4.1 Os direitos iguais para todos na Constituição Federal Brasileira de 1988

A Constituição Federal brasileira foi promulgada em 1988 e é conhecida


como a Constituição Cidadã, justamente por ter como eixo central a pessoa
dotada de direitos. Representou um momento especial na situação política
brasileira por abandonar o sistema autoritário anterior nos 20 anos de Ditadura
Civil-Militar (1964-1985), bem como um novo marco constitucional, democrático,
mais ventilado, afastando os comandos anteriores que conduziram ao
estabelecimento de um sistema antidemocrático no país (Leite; Ferraz, 2015).
Em seu art. 5º da Constituição Brasileira, todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade.
O trabalho está entre os direitos sociais: Art. 6º: “São direitos sociais a
educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança,
a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição” (Brasil, 1988). Já o art. 7º cita os
direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visam à melhoria
de sua condição social com foco na igualdade trabalhista:

I — relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem


justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá
indenização compensatória, dentre outros direitos;
II — seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III — fundo de garantia do tempo de serviço;
IV — salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz
de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família
com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que
lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
qualquer fim;
[...]
VII — garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que
percebem remuneração variável; VIII — décimo terceiro salário com
base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
[...]
X — proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua
retenção dolosa;
15
[...]
XIII — duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e
a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho;
[...]
XV — repouso semanal remunerado, preferencialmente aos
domingos;
[...]
XVII — gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um
terço a mais do que o salário normal;
XVIII — licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário,
com a duração de cento e vinte dias;
XIX — licença-maternidade, nos termos fixados em lei; XX —
proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei;
[...]
XXII — redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas
de saúde, higiene e segurança;
[...] (Brasil, 1988, documento online).

Segundo Leite e Ferraz (2015), tais direitos estão em consonância com


os princípios de igualdade e dignidade apresentados pela DUDH e representam
a proteção ao cidadão portador desses direitos.
A seguir, vamos conhecer as ações em relação a políticas públicas e
práticas empresariais no que tange ao trato da diversidade na sociedade e nas
organizações brasileiras.

TEMA 5 – DIVERSIDADE CULTURAL BRASILEIRA E POLÍTICAS PÚBLICAS

O Brasil é um país extremamente marcado por diversidades culturais. Tais


diversidades são observadas não apenas na população como um todo, mas
também nas várias regiões do território nacional. Debater sobre diversidade no
Brasil demanda necessariamente compreender raízes históricas e sociais que
acabam por sustentar determinadas posições, naturalizadas ou até mesmo
invisíveis a um olhar descuidado ou menos avisado. Neste tema, você vai
conhecer o panorama brasileiro em relação à diversidade, bem como o papel
das políticas públicas e ações em busca da igualdade de oportunidades.

5.1 Diversidade cultural brasileira

A importância dos “estudos em diversidade” também se revela nas


preocupações de organismos internacionais como a Unesco que aprovou em
novembro de 2001 um “Projeto de Declaração sobre Diversidade Cultural” para

16
reforçar a atuação das organizações na promoção da diversidade cultural diante
do fenômeno da globalização.
A Declaração Universal da Diversidade Cultural, de 2001, em seu art. 1º,
aponta que a cultura: “[...] adquire formas diversas através do tempo e do
espaço. Essa diversidade se manifesta na originalidade e na pluralidade de
identidades que caracterizam os grupos e as sociedades que compõem a
humanidade” (UNESCO, 2002, documento online).
A referida declaração foi aprovada por 185 Estados-membros e é o
primeiro documento que busca promover a diversidade cultural dos povos e a
comunicação entre eles. A elaboração do documento se deve, principalmente, à
necessidade de se preservarem riquezas culturais, ainda que no contexto da
globalização que, dadas as suas características, acaba distanciando as culturas
ao aproximar os povos exageradamente.
No Brasil, país bastante heterogêneo e fruto das imigrações, desde o
momento de sua formação (Holanda, 1995; Freyre, 1992 citado por Fleury,
1999), a diversidade tem sua origem na colonização com a chegada dos
portugueses, associada à presença do índio e do negro nas terras brasileiras.
Para Scarano (2018), a diversidade cultural tem sido considerada uma
marca da sociedade brasileira. Essa marca tem sua valorização demonstrada
pelo povo brasileiro:

Os brasileiros valorizam sua origem diversificada, incluindo as raízes


africanas, presentes na música, alimentação, no sincretismo religioso.
Mas é uma sociedade estratificada, em que o acesso às oportunidades
educacionais e às posições de prestígio no mercado de trabalho é
definido pela origem econômica e racial (Fleury, 2000).

Entretanto, ainda nos deparamos com a dicotomia de como é possível ser


igual em uma sociedade em que as pessoas são tão diferentes. A existência da
desigualdade social ainda presente na realidade brasileira distancia cada vez
mais o acesso igualitário às oportunidades à educação e ao trabalho, entre
outros direitos.
Surge aqui uma importante reflexão acerca do que tem sido feito em
relação a políticas públicas e práticas empresariais para o trato da diversidade
na sociedade e nas organizações brasileiras.

17
5.2 Políticas públicas e práticas empresariais voltadas à diversidade

Do ponto de vista de ações públicas, verifica-se um empenho do governo


brasileiro em adotar medidas que fortaleçam o princípio da igualdade de
oportunidades nas políticas de diferentes setores.
Segundo Aguerre (2019), a partir da Constituição de 1988 (a Constituição
Cidadã), aliada a movimentos sociais, houve a emergência de políticas públicas
voltadas à educação e ao trabalho. Assim, em termos legais, as discussões que
tratavam sobre a discriminação e o preconceito no emprego e na profissão no
Brasil passaram a ser mais intensas e respeitadas, além de serem integradas ao
planejamento de ações envolvendo a formação para o trabalho.
Fleury (2000) nos alerta que, no contexto nacional, as práticas de
diversidade iniciaram, na maioria das vezes, a partir de pressões das
multinacionais que mantinham as suas subsidiárias no Brasil. Condição essa que
não acontece por imposição legal, como ocorre nos EUA e no Canadá.
Nessa perspectiva integradora dos desafios e escolhas de caminhos
públicos e privados, observa-se que uma das novas tendências no mercado é a
gestão da diversidade cultural. Segundo Cox Jr. (1991), as organizações
precisam tornar-se “multiculturais” para capitalizar os benefícios e minimizar os
custos associados à diversidade.
Aguerre (2000) corrobora com tal pensamento ao afirmar que as políticas
de diversidade são consideradas necessárias não apenas por uma questão
social dentro da perspectiva dos direitos humanos, mas também pelo valor de
dar espaço aos talentos e às competências de todos em uma sociedade plural e
diversa.
Finalizamos esta aula compreendendo acerca do panorama histórico
mundial e brasileiro da diversidade no contexto dos direitos humanos e do
desenvolvimento sustentável em seus referenciais internacionais que dão
suporte ao tema diversidade na sociedade e nas organizações.
Seguiremos com os estudos deste tema com foco nas responsabilidades
e caminhos para a diversidade no trabalho. A ênfase será nas práticas de
inserção profissional da Pessoa com Deficiência (PcD) no contexto global e
empresarial brasileiro.

18
REFERÊNCIAS

AGUERRE, P. Gestão de pessoas: práticas de gestão da diversidade nas


organizações. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2019.

BRASIL, Constituição [1988]. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out.1988.

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de crítica do conceito e da prática através da desconstrução. 2006. Dissertação
(Mestrado Profissionalizante em Administração) – Instituto Brasileiro de Mercado
de Capitais, Rio de Janeiro, 2006.

CHANLAT, J. F.; DAMERON, S.; DUPUIS, J. P; FREITAS, M. E. de.


Management et Diversité: lignes de tension et perspectives. Management
International, v. 17, número especial, p. 5-13, 2013.

COX JR., T. The multicultural organization. Academy of Management


Executive, v. 5, n. 2, 1991.

FERRAZ, C. V.; LEITE, G. S. (Coord.). Direitos humanos e diversidade. São


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FERRAZ, C. V. LEITE, G. S. (Coord.). Direito à diversidade. São Paulo: Atlas,


2015.

FLEURY, M. T. L. Gerenciando a diversidade cultural: experiências de empresas


brasileiras. Revista de Administração de Empresas, v. 40, n. 3, p.18-25,
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FREITAS, M. E. Contexto, políticas públicas e práticas empresariais no


tratamento da diversidade no Brasil. Revista interdisciplinar de gestão social,
v. 4, n. 3, p. 87-135, set./dez., 2016.

HANASHIRO, D. M. M.; GODOY, A. S.; CARVALHO, S. G. Estudos em


diversidade: reflexões teóricas e evidências práticas. III ENCONTRO DE
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16.

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19
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<https://brasil.un.org/pt-br/91601-declaracao-universal-dos-direitos-humanos>.
Acesso: 20 set. 2021.

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Disponível em: <https://www.redeodsbrasil.org/>. Acesso em: 20 set. 2021.

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SAGAH, 2018.

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