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DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA SOCIEDADE

Dicas Imperdíveis: Desvendando a Cesgranrio!


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DICAS IMPERDÍVEIS: DESVENDANDO A


CESGRANRIO!
Diversidade e inclusão social

Obs.: embora a temática de diversidade e inclusão não seja o conteúdo mais importante
da prova, ele será transversal a todos os demais conteúdos, não somente da parte
de conhecimentos gerais, mas também da parte dos conhecimentos específicos.

O estudo da diversidade e da inclusão social dos grupos vulnerabilizados e que vivem


em situação de exclusão social não deve ser visto como pauta de militância, mas deve se
considerar essa questão como um foco necessário que o Brasil precisa ter para alcançar
uma igualdade entre os cidadãos.
Ao se realizar uma análise dos editais publicados e diante da natureza para a qual
o concurso se direciona, é importante que se tenha para o conteúdo um olhar acadê-
mico e um olhar político com uma articulação entre o que a ciência tem produzido sobre
o tema, bem sobre como os movimentos sociais têm problematizado e construído ao
longo da história as pautas de reivindicações.
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“Há 20 anos atrás, a questão da diversidade não era discutida como um dos possíveis
eixos das políticas públicas. Essa discussão podia ser encontrada nos debates políticos
de entidades específicas dos movimentos sociais de caráter emancipatório, ou ainda,
em algumas pesquisas acadêmicas. Mais recentemente, no início do século XXI, é que
o termo diversidade começa a ser mais usado, no campo das políticas, para nomear as
diferentes formas de “ser diferente”, os dilemas e avanços de sujeitos sociais pertencen-
tes a coletivos sociais diversos transformados em desiguais, no contexto das relações de
poder (Gomes, 2017).”
Antes dos anos 2000, a diversidade era um tema muito pouco discutido e essas
discussões ocorriam somente em espaços específicos. Porém, em especial na última
década, o discurso adentrou a casa de grande parte dos indivíduos, seja por meio da
televisão, redes sociais, rádios ou currículos escolares. No último caso, indivíduos con-
trários a essas discussões questionam a estrutura curricular pedagógica e trazem uma
espécie de perturbação com relação ao conceito.
A diversidade também é algo que provoca nos indivíduos questionamentos a res-
peito do que cada um acredita ser certo ou errado ou sobre aquilo que se acredita que
deve ser respeitado ou não.
Percebe-se ainda que a temática da diversidade e inclusão não está somente no
ambiente político dos movimentos sociais, mas é trazido nos âmbitos das relações de
estado para a construção e formulação de políticas públicas, assim como tem sido algo

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adotado pelas empresas, na medida em que se trata do respeito à diversidade e de incluir


os diferentes.

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A reflexão proporcionada pela charge é importante pois pessoas que são de uma geração
anterior não costumavam debater ou se envolver nessas causas e não entendem o porquê
de as novas gerações o fazerem. Por vezes, as pessoas que não entendem ou concordam
com tais pautas, as percebem como insuficientes ou “coisas de adolescentes rebeldes.”
Porém, é preciso compreender que quando essas pautas vem à tona, isso se deve
ao fato de existirem grupos que sinalizam para a sociedade que há uma lacuna naquele
tema e que é preciso visibilidade para ele pois se vive em uma sociedade heterogênea,
diversa e plural.
“Estamos no século XXI, no qual as mudanças tecnológicas, a aproximação das frontei-
ras via mundo virtual, as imigrações, as desigualdades, a globalização capitalista, os fun-
damentalismos, a luta pela terra e pela igualdade de direitos assumem outros contornos.

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Também tomaram outros contornos, além das lutas sociais, a resistência às estra-
tégias de exploração capitalista, ao racismo, ao machismo, à xenofobia, à LGBTfobia, ao
fundamentalismo político e religioso, à intolerância religiosa nos mais diversos lugares
do mundo (Gomes, 2017)”
Um questionamento a ser feito é quais seriam os motivos dessa mudança com rela-
ção a trazer as pautas de diversidade e inclusão social para a discussão? Porque tais
temas parecem ser o assunto do momento e há uma preocupação mais intensa sobre
falas que podem soar preconceituosas ou que desrespeitem a diversidade do outro,
inclusive em reality shows, por exemplo?
Muitas vezes tais questões são consideradas como reclamações injustificadas,
porém, é necessário entender que se elas se constituem em uma dor para o outro, essa
dor não pode ser ignorada
Sobre os motivos dessas discussões surgirem com mais intensidade, dispõe Gomes:
“Nos últimos vinte anos, sujeitos sociais diversos passaram a ocupar um outro lugar
de protagonismo social e político, organizados ou não em movimentos sociais. E quando
se organizam, não o fazem vinculados a todo e qualquer movimento social, mas, sim,
àqueles que levantam bandeiras emancipatórias de gênero, raça, idade, relação campo/
cidade, deficiência (Gomes, 2017).”
É trazida nesse caso a ideia de protagonismo social e político das minorias, o que
ocorre em especial por tais indivíduos estarem praticando o exercício da cidadania, uma
vez que o controle social e a participação social são instrumentos legítimos na Consti-
tuição Federal, o que traz a ideia de democracia participativa, que consiste na reivindi-
cação de reconhecimento ou direitos e na formulação e avaliação de políticas públicas, à
medida em que se traz as bandeiras das lutas, assim como ocorre com a participação de
controle social, como em conselhos, conferências, fóruns, associações, etc.
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A charge representa um retrato da sociedade na qual alguns grupos trazem bandei-


ras de lutas, enquanto outros indivíduos julgam tais lutas.

Segundo Gomes:
“Somos, hoje, quer queiramos ou não, obrigados a ver o outro, o diferente, não
somente na sua diferença, mas, principalmente, reivindicando o direito à sua diferença e
ao mesmo tempo a igualdade de direitos, aos direitos humanos (Gomes, 2017).
A relação entre políticas públicas e diversidade está no cerne das mudanças do
mundo. A onda imigratória enfrentada pela Europa, América Latina, América do Norte
e outras regiões do mundo, fruto da busca por sobrevivência e dignidade daqueles que
perderam tudo por causa da guerra, dos governos autoritários, do terrorismo, do funda-
mentalismo e do capitalismo exacerbado, colocam questões ligadas ao direito à diversi-
dade para os Estados, os governos e suas políticas (Gomes, 2017).”
Todas as questões de diversidade e inclusão social não ocorrem somente no Brasil,
mas sim no mundo todo. Essas questões têm impactado e solicitado aos estados e aos
governos uma atenção especial para tais acontecimentos o que proporciona a formula-
ção de políticas públicas.
“Apesar de alguns Estados e governos responderem a esse processo com medidas
conservadoras e segregacionistas, outros começam a se questionar sobre o que fazer
diante de tal fatalidade do mundo à luz dos direitos humanos.”
As medidas conservadoras e segregacionistas muitas vezes são adotadas por gover-
nos que não reconhecem a luta da população e que não reconhecem a importância das
políticas públicas para combater as desigualdades sociais. Já o paradigma de segrega-
ção se refere a não reconhecer que o diferente pode chegar no lugar que aqueles consi-
derados como “padrão” também chegaram.
As medidas conservadoras e segregacionistas muitas vezes são adotadas por grupos
que não possuem interesse de provocar mudanças sociais e que muitas vezes adotam ati-
tudes caritativas e benemerentes não para provocar uma equidade social, mas para dar
medidas paliativas para os grupos considerados excluídos socialmente ao longo da história.
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“A questão das políticas para a diversidade assume um lugar de responsabilidade
social e política não somente das cidadãs e cidadãos comuns, mas dos governos e das
políticas públicas. E ela vem tensionando cada vez mais não só o setor público mas,
também, o mercado e o mundo privado.”
Ao se observar as agendas internacionais tais como do Banco Mundial, da ONU, da
UNICEF, FMI, entre outros, todos trazem questões de cultura, diversidade e inclusão, o
que também é abordado por empresas privadas através do incentivo à pluralidade e a
diversidade, o que é muitas vezes adotado como políticas institucionais.

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“Nos últimos anos, quando o debate sobre a DIVERSIDADE passa a ocupar mais espaço
acadêmico e político, começamos a nos colocar questões diferentes: democracia, direito
e diversidade; sustentabilidade e produção das diferenças; desigualdades e diversidade;
povos ribeirinhos, das florestas, do campo, geraizeiros, quilombolas, ciganos, indígenas
e o mundo da produção; lucro, igualdade e diversidade; sustentabilidade e compromisso
social das empresas; mudanças climáticas, pobreza, fome; mundo da produção; terra,
território e propriedade privada. (Gomes, 2017.)”
Nesse sentido, é preciso entender que diversidade vai muito além de se falar somente
da temática LGBTQIAP+ ou sobre diversidade de gênero.
“Essas questões que hoje se tornam preocupações sociais, políticas e acadêmicas em
vários lugares do mundo tensionam o campo das políticas públicas e do conhecimento.
Elas não vieram de um movimento do Estado para a sociedade mais ampla. Antes, vieram
das pressões sociais e políticas organizadas pelos movimentos sociais, sindicatos e cole-
tivos culturais, bem como pelos coletivos sociais diversos tratados como desiguais.”
O reconhecimento pela diversidade por parte dos estados e do governo não ocorre
de forma imotivada, mas se dá devido aos indivíduos que se organizam social e politica-
mente para trazer à tona suas bandeiras, as quais são apropriadas pelos governos e pelo
estado a fim de torná-las políticas públicas e direitos sociais.
“Essa situação impõe uma nova dinâmica no mundo, no campo do conhecimento, na
organização do Estado e no mundo privado. Os movimentos sociais emancipatórios e os
coletivos sociais diversos transformados em desiguais cada vez mais tomam consciência
dos seus direitos não somente individuais, mas também coletivos. Compreendem que a
exploração capitalista não se dá somente na fábrica, no mundo das ações e investimen-
tos, mas, também, nos mais diversos espaço-tempo e setores da vida social e cultural.
E com isso, realizam uma inflexão na sua forma de exigir e lutar por direitos. O direito à
diversidade é um deles. (Gomes, 2017)”
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Obs.: �os movimentos sociais emancipatórios são movimentos sociais que reconhecem
a necessidade de reconhecimento de suas diferenças, respeito as suas diferenças,
igualdade de oportunidade e pelo reconhecimento de suas maiores reivindicações.

O movimento social emancipatório é diferente do movimento social conservador, uma


vez que o emancipatório luta para uma nova forma de sociedade, enquanto o movimento
social conservador não admite os avanços e prefere permanecer como está e considera as
diferenças como algo progressista que poderá abalar as estruturas da sociedade.
“Esses sujeitos sociais e políticos constroem a narrativa e a reivindicação de que
as suas lutas, desigualdades e diferenças devem ser objeto de políticas públicas. Não
basta ao Estado, enquanto instituição política, jurídica e administrativa, e aos gover-

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nos, enquanto a esfera pública responsável por administrá-lo, desenvolverem políticas


sociais, de combate à pobreza, à fome, ao desemprego. Eles precisam considerar que o
trato desigual e inferiorizante dado à diversidade acentua a situação de desigualdade
para determinados coletivos sociais, colocando-os em uma situação ainda mais precária
no mundo das grandes desigualdades. Estas incidem de maneira mais ou menos per-
versa não somente devido à situação de pobreza, de desemprego, de localização geográ-
fica e regional. Elas pesam ainda mais de acordo com o pertencimento étnico-racial, o
gênero, a sexualidade, a idade, a deficiência (Gomes, 2017).
Assim, é necessário reeducar o Estado e os governos para a diversidade. Reeducá-
-los para compreender que a diversidade é muito mais do que a soma das diferenças ou
dos diferentes. Ela é uma construção social, histórica, cultural, política e econômica das
diferenças que se realiza no contexto das relações de poder.”
Nesse sentido, a diversidade é uma construção, um conceito uma categoria que foi
construída ao longo do tempo por pessoas que fizeram história e trouxeram para o cená-
rio político reivindicações reais e legítimas sobre a necessidade de reconhecer essa dife-
rença e não apenas dizer que essa diferença é o que faz “O Brasil ser o país do carnaval.”
O fato de achar que essas partes formam um todo se trata de um equívoco que sustenta
uma tese hoje não mais utilizada que se refere ao mito da democracia racial.
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“Os coletivos sociais diversos participam da disputa por hegemonia que constituem
o campo das políticas, na maioria das vezes, organizados em movimentos sociais de
caráter emancipatório. E, ao longo dos anos, mesmo que ainda de maneira tímida perto
da gravidade da situação, algumas mudanças vêm surgindo em nível federal, estadual,
municipal e distrital (Gomes, 2017).”

Obs.: a luta por hegemonia se refere a destituir poderes que foram constituídos
historicamente no Brasil à luz da colonização e da escravidão, por exemplo.

Por fim, Gomes traz como reflexão:


“A diversidade escancara a face oculta das relações de poder e da desigualdade na
sociedade e no campo das políticas. Essa face conservadora, preconceituosa, arrogante,
autoritária que muitas vezes disfarçamos e relutamos aceitar que ela existe. Pertur-
ba-nos quando nos mostra que não são apenas as políticas transversais e de ações
afirmativas que devem se preocupar com a superação do racismo, da LGBTfobia, do
machismo, da misoginia, do preconceito de classe e das várias formas de violência. Mas
que essas devem ser preocupações centrais de uma sociedade diversa e democrática
(Gomes, 2017).”

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A diversidade reverbera no íntimo dos indivíduos, nas relações sociais, relações de


trabalho, familiares e traz discussões sobre a necessidade de reconhecimento de que
existe a necessidade de reparação histórica com construção de novas possibilidades e
construção de uma sociedade que seja de fato justa e igualitária, uma vez que as cons-
truções históricas que ocorreram no Brasil determinaram lugares e posições para os
considerados “normais/padrões.”

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula prepa-
rada e ministrada pela professora Aline Menezes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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