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Rio de Janeiro
Junho de 2014
OTIMIZAÇÃO DO PRÉ-PROJETO DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO
UTILIZANDO ALGORITMOS GENÉTICOS
Examinada por:
________________________________________________
Prof. Ibrahim Abd El Malik Shehata, Ph.D.
________________________________________________
Profª. Eliane Maria Lopes Carvalho, D.Sc.
________________________________________________
Profª. Beatriz de Souza Leite Pires de Lima, D.Sc.
1
Alexandre, Leonardo de Jesus
Otimização do pré-projeto de vigas de concreto
armado utilizando Algoritmos Genéticos / Leonardo de
Jesus Alexandre – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2014.
XX, 132 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Ibrahim Abd El Malik Shehata
Dissertação (mestrado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de
Engenharia Civil, 2014.
Referências Bibliográficas: p. 130-132.
1. Otimização de Vigas. 2. Algoritmos Genéticos. 3.
Concreto Armado. 4. Detalhamento de vigas. I. Shehata,
Ibrahim Abd El Malik. II. Universidade Federal do Rio de
Janeiro, COPPE, Programa de Engenharia Civil. III.
Título.
iii
DEDICATÓRIA
iv
AGRADECIMENTOS
Aos amigos e colegas de trabalho, por terem me apoiado durante todo período
do mestrado.
Aos meus pais, Iuldeci e Orlando, e a minha irmã Aline, que sempre me
ajudaram, incentivaram e apoiaram incondicionalmente em todas as fases da minha
vida.
v
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
Junho/2014
vi
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
June/2014
This work presents a study on the use of Genetic Algorithms method to obtain
the optimal design of reinforced concrete beams with rectangular cross-section
subjected to bending moments and shear. This optimization method was chosen due the
advantages of flexibility in handling constraints and ease in dealing with discrete
variables. The cost minimization of the materials (concrete, steel and formwork) and
labor was used as an objective function, subjected to the limits (ultimate and
serviceability limit states) of the Brazilian Standards NBR 6118:2007 (Procedure for the
Design of Concrete Structures). From the known geometry, such as supports properties,
beam span, beam width, concrete cover and available materials, the optimization
process is triggered to obtain the optimal solution for the beam depth, concrete
compressive strength, strut angle and reinforcement detailing, which encompasses the
definition of diameters, quantities and curtailment of the steel bars. Finally, a study on
the sensitivity of the obtained optimized solution towards the variation of the main
influential parameters (GA parameters and unit costs) is presented and discussed.
Application of the developed code on three different cases, two from the literature and
one from the practice, are compared and discussed together with some suggestions for
future studies.
vii
Sumário
1 Introdução .................................................................................................................. 1
viii
3.2 Variáveis de Projeto ....................................................................................... 35
ix
4 Aplicações e Testes ................................................................................................. 83
x
Lista de Figuras
Figura 2.1 - Seção transversal típica da viga de concreto armado otimizada por
COELLO et al. (1997). ..................................................................................................... 7
Figura 2.8 – Seção transversal típica da longarina otimizada (AYDIN e AYVAZ, 2010)
........................................................................................................................................ 19
xi
Figura 2.14 - Representação esquemática de algumas variáveis considerados por
CORTÊS (2010). ............................................................................................................ 29
Figura 3.10 – Comparação entre a altura das camadas e a altura máxima de camadas. 63
Figura 3.16 - Formulário para inserção da quantidade de apoios com suas respectivas
características.................................................................................................................. 74
xii
Figura 3.18 - Formulário para inserção da quantidade de cargas distribuídas e suas
respectivas características. .............................................................................................. 75
Figura 3.19 - Formulário para inserção dos parâmetros do Algoritmo Genético. ......... 75
Figura 3.20 - Formulário para inserção dos possíveis valores para o fck do concreto.. 76
Figura 3.21 - Formulário para inserção dos possíveis valores para a altura da viga. .... 76
Figura 3.22 - Formulário para inserção dos possíveis valores para as bitolas da
armadura. ........................................................................................................................ 77
Figura 3.23 - Formulário para inserção dos possíveis valores para a inclinação da biela
comprimida. .................................................................................................................... 77
Figura 3.25 - Formulário de parâmetros das ações na viga e da rigidez das seções. .... 78
xiii
Figura 4.5 - Desempenho do operador de crossover para diferentes probabilidades de
crossover e fator de escalonamento de 1,2. .................................................................... 89
Figura 4.17 - Valor da aptidão modificada máxima por geração para população inicial
de 10 indivíduos, taxa de crossover e mutação de 0,8 e 0,1. .......................................... 97
xiv
Figura 4.18 - Detalhes sugeridos por CHAKRABARTY (1992) e COELLO et al.
(1997) e pelo programa piloto ...................................................................................... 101
Figura 4.21 - Detalhamento da viga gerado pelo programa piloto para a 1ª análise. .. 106
Figura 4.22 - Detalhamento da viga gerado pelo programa piloto para a 2ª análise. .. 107
Figura 4.25 - Detalhamento gerado pelo programa piloto para a 1ª análise................ 111
Figura 4.26 - Detalhamento gerado pelo programa piloto para a 2ª análise................ 112
Figura 4.27 - Detalhamento gerado pelo programa piloto para a 3ª análise................ 113
Figura 4.28 - Detalhamento gerado pelo programa piloto para a 4ª análise................ 114
Figura 4.29 - Detalhamento gerado pelo programa piloto para a 5ª análise................ 116
Figura 4.30 - Detalhamento gerado pelo programa piloto para a 6ª análise................ 117
Figura 4.31 - Custo da solução ótima para diferentes alturas da viga. ........................ 120
Figura 4.32 - Custos relacionados aos insumos e a mão de obra de armador para
diferentes alturas da viga. ............................................................................................. 121
Figura 4.33 - Custo da viga para diferentes alturas e preços de forma. ...................... 122
Figura 4.34 - Custo da viga para diferentes alturas e preços de concreto. .................. 122
Figura 4.35 - Custo da viga para diferentes alturas e preços de aço. .......................... 124
xv
Lista de Tabelas
Tabela 2.1 - Comparação entre o resultado de CHAKRABARTY (1992) e de COELLO
(1997) com diferentes codificações para o AG. ............................................................... 8
Tabela 3.8 - Tabela com valores adotados para as variáveis e detalhamento do custo da
viga. ................................................................................................................................ 82
Tabela 4.1 - Espaço de busca das variáveis considerado na análise dos parâmetros do
Algoritmo Genético. ....................................................................................................... 85
Tabela 4.3 - Taxas de mutação utilizadas nas análises para os diferentes tamanho de
população. ....................................................................................................................... 91
Tabela 4.4 - Espaço de busca das variáveis para a otimização do problema proposto por
CHAKRABARTY (1992). ............................................................................................. 99
xvi
Tabela 4.5 - Resultados obtidos por CHAKRABARTY (1992), COELLO et al. (1997)
e pelo programa com espessura de cobrimento de 5,0 cm. .......................................... 100
Tabela 4.6 - Resultados obtidos por CHAKRABARTY (1992), COELLO et al. (1997)
e pelo programa com espessura de cobrimento de 2,5 cm. .......................................... 101
Tabela 4.9 - Espaço de busca das variáveis para a otimização do problema proposto por
KANAGASUNDARAM e KARIHALOO (1991). ...................................................... 104
Tabela 4.13 - Preço dos insumos considerados da otimização da viga. ...................... 110
Tabela 4.14 - Espaço de busca das variáveis para a otimização da viga. .................... 110
Tabela 4.15 - Comparação entre os custos do projeto original e da 1ª análise. ........... 112
Tabela 4.16 - Comparação entre os custos do projeto original e da 2ª análise. ........... 113
Tabela 4.17 - Comparação entre os custos do projeto original e da 3ª análise. ........... 113
Tabela 4.18 - Comparação entre os custos do projeto original e da 4ª análise. ........... 114
xvii
Tabela 4.20 – Comparação entre os custo da 3ª análise considerando desperdício e os
da 5ª análise. ................................................................................................................. 116
Tabela 4.21 - Preço do aço e da mão de obra considerando o serviço de corte e dobra.
...................................................................................................................................... 117
Tabela 4.24 - Espaço de busca das variáveis para a análise da viga biapoiada. .......... 119
Tabela 4.26 - Custo total da viga, dos insumos e de armador para diferentes variações
no preço da forma. ........................................................................................................ 123
Tabela 4.27 - Custo total da viga, dos insumos e de armador para diferentes variações
no preço do concreto..................................................................................................... 123
Tabela 4.28 - Custo total da viga, dos insumos e de armador para diferentes variações
no preço do aço. ............................................................................................................ 125
xviii
Lista de Símbolos
Área
Área de forma
Área de aço
Coeficiente de majoração
Módulo de elasticidade
Módulo de elasticidade secante do concreto
Módulo de elasticidade secante do aço
Força, carga, ação
Função de penalização
Fator de reaproveitamento da perda
Função aptidão
Momento de inércia
Matriz de rigidez
Tamanho do elemento
Momento fletor
Erro permitido ao momento fletor
Esforço normal
.
Erro permitido ao esforço normal
( )
Número de variáveis
( )
Função que retorna o número de valores possíveis para a variável
Função que retorna o número de bits necessário para codificar a variável
Peso
Peso de concreto
Peso de aço
!
Esforço cortante
( )
Volume de concreto
"#
Vetor que armazena os valores possíveis para a variável
Módulo de resistência da seção transversal bruta de concreto, relativo à
fibra mais tracionada.
$
Largura da seção
%
Cobrimento da armadura
&'
Altura útil da seção
&
Espaçamento horizontal livre entre as barras da armadura
&((
Espaçamento vertical livre entre as barras da armadura
)*
&((
Taxa de erro relativo ao esforço normal
))
Taxa de erro relativo ao momento fletor
ℎ
Resistência
Altura da seção
xix
!
!,-
Comprimento, Comprimento total da viga
.
Largura dos apoios extremos
/
Número
0
Espaçamento, Espaçamento entre estribos
1
Distância da linha neutra ao bordo comprimido, coordenada
2
Abertura de fissuras
3
Distância da camada ao centroide da seção, coordenada
Braço de alavanca interno
∆-,
∆5,
Deslocamento do i-ésimo nó na direção horizontal
∆6,
Deslocamento do i-ésimo nó na direção vertical
∆
Rotação do i-ésimo nó
Área de uma camada
7
8
Ângulo de inclinação dos estribos
9
Coeficiente de ponderação
:
Flecha
;
Coeficiente de conformação superficial da barra de aço
Deformação específica
Ângulo de inclinação da biela, rotação relativa por unidade de
<
comprimento
<)
Taxa geométrica de armadura, massa específica
=
Massa específica do aço
∅
Tensão normal
?@
Diâmetro, Diâmetro das barras de aço
?A
Fator de redução para combinação frequente
Fator de redução para combinação quase permanente
$
$ ( )
Custo unitário por unidade de medida
Função que retorna o custo unitário para um valor particular de uma
variável
xx
1 Introdução
No projeto convencional de estruturas de concreto armado, faz-se primeiramente
o lançamento e a análise da estrutura, determinando os esforços atuantes e
posteriormente realiza-se o dimensionamento e detalhamento de cada peça estrutural de
modo que as especificações do projeto e os requisitos funcionais estabelecidos em
norma sejam atendidos. Na maioria dos casos, existem diversas soluções possíveis e
com custos diferentes.
1
grande lacuna entre o avanço teórico e a prática nos escritórios de engenharia, pois as
soluções obtidas com a otimização necessitam de adaptações para serem executadas e a
complexidade dos métodos matemáticos é um grande obstáculo.
O Algoritmo Genético, que foi desenvolvido por John Holland e sua equipe na
Universidade de Michigan, é um algoritmo de busca fundamentado na seleção natural
das espécies e no cruzamento genético. Diferente dos métodos clássicos
(determinísticos), o método dos algoritmos genéticos é de fácil implementação, pois não
realiza cálculos matemáticos complexos, pode ser utilizado em problemas com funções
não diferenciáveis e múltiplos objetivos.
O objetivo deste trabalho é minimizar o custo, composto pela soma dos custos
de materiais e de mão de obra, de vigas retangulares de concreto armado submetidas à
flexão simples e ao cisalhamento. O resultado fornece a altura da viga, resistência à
compressão do concreto, ângulo de inclinação da biela e o detalhamento da armadura,
onde se define a quantidade, bitola, posição e tamanho das barras de aço.
2
A envoltória de solicitações é determinada pela análise matricial das
combinações de carregamento ou obtida por meio da leitura de um arquivo externo. A
partir destes dados, faz-se a verificação do Estado Limite Último, considerando a não
linearidade física do concreto e a analogia da treliça, e do Estado Limite de Serviço,
conforme preconizado na NBR 6118:2007.
3
2 Revisão Bibliográfica
2.1 Introdução
4
como variáveis; e LOUNIS e COHN (1993), que apresentaram um método para
otimização de lajes e vigas I protendidas, considerando duas ou mais funções objetivo
sendo satisfeitas simultaneamente.
5
Baseado nas vantagens citadas e nos resultados promissores encontrados na
literatura, optou-se pelo uso dos Algoritmos Genéticos como técnica de otimização a ser
empregada nesta dissertação.
unitário do aço por quilo; $
é o custo unitário do concreto por metro cúbico; $,* é o
custo unitário da forma lateral por metro quadrado; $, é o custo da forma do fundo da
seção por metro quadrado; e $C/) é o custo da viga por metro.
6
Para resolver a otimização, foi utilizado o Algoritmo Genético simples proposto
por GOLDBERG (1989), utilizando operador de cruzamento de dois pontos, seleção por
torneio e com variáveis contínuas representadas por diferentes tipos de codificação:
binária, real e código de Gray. Na codificação binária, dois valores consecutivos podem
ter representações nas quais os bits são diferentes em todas as posições, enquanto que
utilizando o código de Gray esta discrepância é reduzida, pois dois valores consecutivos
diferem pela permuta de um bit, de forma que o cruzamento entre dois valores próximos
resulte em um valor relativamente próximo, o que também é observado na codificação
real.
0,1 ∙ %
Figura 2.1 - Seção transversal típica da viga de concreto armado otimizada por
COELLO et al. (1997).
7
Tabela 2.1 - Comparação entre o resultado de CHAKRABARTY (1992) e de COELLO
(1997) com diferentes codificações para o AG.
Coe llo
AG AG
Parâme tros Chak rabarty (binário) (Gray coding) AG (PF)
Área de aço (cm²) 37,6926 36,1893 41,5905 37,5205
Altura (cm) 86,0629 89,5402 78,6177 86,4776
Largura (cm) 30,0000 30,0162 30,0447 30,0022
Custo da viga ($/cm) 0,4435 0,4442 0,4464 0,4436
8
O diâmetro (∅) e o posicionamento (0, 2) das barras foram as variáveis
utilizadas. As posições possíveis são geradas automaticamente em função das
dimensões da coluna, respeitando a distância mínima entre as barras. Com o intuito de
reduzir o tamanho do vetor das variáveis, a seção foi considerada simétrica em relação a
ambos os eixos. Esta prática também é adotada para facilitar a execução.
a coordenada 0 e três bits para a coordenada 2 de cada barra (Figura 2.2). Dessa forma,
A representação do posicionamento das barras é feito utilizando-se três bits para
é possível alocar a barra em oito posições diferentes em cada coordenada, mas quando
esse valor for inferior a oito, mais de uma combinação irá representar o mesmo
posicionamento. O diâmetro da barra foi representado com dois bits, sendo possível
testar dessa forma três diâmetros diferentes, pois uma combinação corresponde à
ausência de armadura.
9
baseado na norma BS8110:1985. As soluções obtidas com o AG foram mais
econômicas, chegando a diferenças maiores do que 18 % em dois casos. Entretanto, o
detalhamento de alguns casos não respeitou a distância máxima entre as barras e
utilizou até três bitolas diferentes, o que não é usual.
onde: $ é o custo unitário da forma por metro quadrado; <) é a massa específica do
2.2
aço; $ L é uma largura fictícia que é assumida igual a b em seções de vigas e igual a 2b
em seções de pilares; e $/&çã /N é o custo da seção por metro.
.
'Q
.
'P
.
@
ℎ
.
A
. 'O . 'A
Obs.: . @ = . A $ . '@
10
O programa de Algoritmo Genético executado foi do tipo geracional, sendo as
variáveis representadas de forma discreta com codificação binária, e operador de
crossover de um ponto. Para todos os exemplos foram geradas populações com 100
indivíduos, manipulados durante 80 gerações com probabilidade de crossover de 80% e
taxa de mutação de 0,3%.
11
2.2.4 Trabalho de BASTOS (2004)
A função objetivo foi a mesma definida por ARGOLO (2000), mas para as
restrições foi necessária uma pequena modificação na consideração do momento fletor
para considerar a flexão oblíqua. As variáveis utilizadas foram: altura (ℎ) e largura ($)
da seção transversal, que definem a área de concreto; número (. ) e diâmetro (∅) das
barras de aço por camada, sendo que a seção é composta por duas camadas horizontais,
uma superior e outra inferior, e por duas camadas verticais situadas nas laterais da seção
(Figura 2.4).
$
Camada horizontal inferior
Para gerar detalhes usuais de pilares, foi imposta a igualdade entre as camadas
horizontais e entre as camadas verticais, de modo que a seção apresente dupla simetria.
Em relação às barras de aço, limitou-se o uso de uma bitola por camada, sendo a
distribuição feita uniformemente respeitando os critérios estabelecidos por norma.
12
No Algoritmo Genético implementado, as variáveis foram consideradas discretas
com codificação binária, formando indivíduos com 26 bits. A partir de um estudo
considerando o tempo de processamento e a convergência, foram determinados os
parâmetros para a otimização. As aplicações foram feitas com 100 indivíduos ao longo
de 40 geração com taxa de cruzamento de 80% e taxa de mutação de 3%. Utilizando um
processador Pentium III de 1 GHz, o tempo de processamento foi da ordem de 10 a 12
minutos e a convergência ocorreu próxima a trigésima geração.
13
2.2.5 Trabalho de OLIVIERI (2004)
(2.3)
=$ , ∙ + ∙ −1
2.3
onde: é a função aptidão; $ , é o custo total de materiais; é o coeficiente de
majoração fixo; é o coeficiente de penalização; é o momento fletor solicitante
de cálculo; e é o momento fletor resistente de cálculo da seção transversal da
ponte.
14
O momento de projeto é fornecido pelo usuário, pois o programa não realiza a
análise estrutural. Dessa forma, para o cálculo do custo total, considera-se a armadura
de estribos em função do comprimento do vão da ponte, a armadura de costela em
função do acréscimo na altura da viga, a espessura da laje como função do espaçamento
entre as longarinas e a taxa de armadura principal e secundária definidas pelo usuário.
Nas demais análises, a diferença de custo encontrada não foi tão expressiva,
3,69% e 2,57% respectivamente, mas pode-se observar que em todos os casos o
programa forneceu soluções ótimas com maior braço de alavanca e portando, menor
área de aço, de forma que a taxa de armadura ótima ficou entre 0,40% e 0,48%.
15
2.2.6 Trabalho de SRINIVAS e RAMANJANEYULU (2007)
ℎ
ℎ
$\
ℎ
ℎ)
/*C
$)
16
não comenta se a fissuração da seção foi considerada ou não. A minimização do custo
total da seção da ponte foi realizada utilizando a função objetivo representada pela
Equação 2.4:
(0) =
∙ $
+ ∙ $ + ∙ $ + $S],
(2.4)
custo unitário do aço por metro cúbico; e $S], o custo total de mão de obra.
17
utilizado foi seleção por torneio, que segundo o autor forneceu uma boa pressão de
seleção. As análises foram feitas com população de 200 indivíduos durante 100
gerações. Adotou-se crossover de dois pontos com taxa de 0,8 e taxa de mutação de
0,01 com base em diversos testes realizados.
18
Como os autores consideraram as vigas adjacentes, a largura da mesa superior é
calculada dividindo a largura do tabuleiro pela quantidade de longarinas, e pelo mesmo
motivo a espessura da laje não foi considerada como variável de projeto.
ℎ) ,)í
ℎ)
$\ ℎ\
ℎ
ℎ)
ℎ),)í
.
R $)
Figura 2.8 – Seção transversal típica da longarina otimizada (AYDIN e AYVAZ, 2010)
19
melhor resultado obtido foi com o crossover uniforme, mutação controlada e taxa de
mutação de 0,5%, adotaram-se esses parâmetros na configuração. Os autores não
esclarecem o motivo de se ter cromossomos com tamanhos diferentes.
Função
Tamanho do Tipo de Tipo de Taxa de Nume ro de Objetivo
Pop. Cromossomo Crossover Mutação Mutação ite rações Penalizada
36 30 uniforme controlada 0,50% 323 117,56
36 36 um ponto controlada 0,30% 300 120,663
36 36 dois pontos controlada 0,30% 456 119,39
36 40 uniforme padrão 0,30% não converge 118,186
36 43 uniforme híbrida 0,30% 141 122,473
36 46 uniforme sem mutação - 134 133,794
Em cada exemplo foi feito a comparação com o projeto real de uma ponte. Os
parâmetros utilizados na análise são obtidos em função das características da ponte em
questão. As soluções obtidas foram em média 25% mais econômicas que a do projeto
real e como as variáveis utilizadas foram discretas, a solução não precisa de nenhum
tipo de adaptação para poder ser executada.
20
Com o intuito de considerar a facilidade de confecção dos elementos, três
critérios são adotados para a função objetivo: peso mínimo de armadura; máxima
uniformidade (regiões e vãos adjacentes com barras de mesmo diâmetro); e quantidade
mínima de barras na seção transversal. Desta forma, a função objetivo é encontrada
através da soma ponderada dos três critérios, que podem ter diferentes fatores de
ponderação, permitindo ao usuário calibrar a importância relativa de cada um.
100
_ = 100 − (.∅ − 1).
.∅,
(2.5)
opq
h
fb0 = i max m., n
., − b0 u
a = 100 ∙ ∴ r@
c. − b0 g
opq
(2.6)
f c. = i min m., n
e r@
2.5
Atribuiu-se para todas as regiões uma seção transversal cuja dimensão depende
da geometria do elemento estrutural e das condições de carregamento. Conhecendo os
esforços e a geometria da seção, calcula-se a área mínima de aço para a camada superior
e inferior, e no caso de viga parede calcula-se a área de aço nas laterais da viga (Figura
2.9). Em seguida uma rotina recursiva gera pares de números que correspondem ao
número de barras (. ) e o diâmetro (∅) de modo que a área seja maior que a área
21
mínima necessária. A viabilidade dos pares é avaliada verificando se o espaçamento
entre as barras está de acordo com a norma. As soluções aprovadas são armazenadas em
O
um banco de dados.
Camada superior
Camada lateral direita
Camada lateral esquerda
@ A
Camada inferior
L ,@ ≥ ,A ⁄4 L ,A ≥ ,A ⁄2 L ,O ≥ ,A ⁄4
,@ ≥ ,A ⁄8 ,A ,O ≥ ,A ⁄8
22
Para avaliar o desempenho do algoritmo na otimização de uma viga de três vãos,
diferentes configurações foram adotadas, variando o tamanho da população, de 10 a 100
indivíduos, a taxa de crossover, de 0,3 a 0,6 e a taxa de mutação, de 0,01 a 0,08. A
melhor solução foi encontrada com uma população de 60 indivíduos, taxa de crossover
de 0,6 e taxa de mutação de 0,02.
23
número de barras da armadura positiva (., ) e negativo (.,C ) por região;
bitola do estribo ao longo do vão (∅ ); número de ramos (. ) e espaçamento entre os
estribos (/) por região.
!
∅
Para obter os esforços atuantes ao longo da viga, foi utilizando o método dos
elementos finitos. O momento resistente da seção foi calculado utilizando a Equação
2.7 e a resistência ao cisalhamento foi calculada utilizando a analogia da treliça com
inclinação da biela de 45º. Apesar de utilizar a analogia da treliça, o autor não
considerou o acréscimo do esforço de tração na armadura longitudinal. No detalhamento
considerou-se a taxa mínima de armadura para a flexão e para o cisalhamento, mas nada
é dito sobre o comprimento de ancoragem.
∙ 5R
XR = ∙ 5R ∙ % − 0,416 ∙ 0 ∴ 0 =
0,81 ∙ $ ∙ { ∙
R
(2.7)
24
utilizado para controlar o valor da penalidade atribuída às restrições que foram violadas.
No início esse valor é pequeno e permite que indivíduos não factíveis disseminem seus
genes para a geração seguinte, mas com o passar do tempo esse valor aumenta e evita os
indivíduos não exequíveis no final do processo de otimização.
Como exemplo foi analisada uma viga contínua com dois vãos de três metros,
sujeita a um carregamento uniformemente distribuído de 30 kN/m. Inicialmente foram
feitas 50 otimizações com populações de 100 indivíduos. Após a convergência as 20
melhores soluções eram gravadas até se gerar um população com 1000 indivíduos da
qual foram retirados 400 para uma nova otimização.
Os valores dos dez melhores resultados obtidos são expostos parcialmente. Para
a armadura longitudinal observou-se uma tendência de grande quantidade de barras com
bitolas pequenas, o que na prática pode dificultar a montagem da armadura. Analisando
os resultados para armadura transversal, observa-se que a distância entre os estribos é
maior do que 30 cm, que é a distância máxima permitida pelo EUROCODE 2.
$C, = !
∙ $
+ ∙ $ + ∙ $
(2.8)
25
Restrições baseadas na geometria, ductilidade, taxa de armadura máxima,
resistência de biela comprimida e flecha máxima são utilizadas para obter a função
objetivo penalizada. A resistência à flexão e ao cisalhamento não foram consideradas na
restrição, pois a área de armadura mínima permitida foi selecionada de forma que esses
dois parâmetros sejam atendidos.
&' Grupo 4
&
Grupo 3 Camada 2
Camada 1
Grupo 1
*
Grupo 2
26
Para cada seção transversal selecionada pelo AG, foram calculadas em cada vão
as áreas de armadura de flexão nas regiões dos apoios e no meio do vão. Com essas
informações, foram selecionados do banco de dados os modelos de detalhamento com
área maior do que a área máxima de aço necessária. Para encontrar entre os
selecionados o modelo que forneceria o menor peso de armadura, fez-se o cálculo do
peso com base em um detalhamento típico. Esse procedimento é feito para a armadura
positiva e negativa separadamente e não foi considerado o peso da armadura de costela.
27
O Algoritmo Genético foi implementado com codificação binária, seleção por
torneio, crossover de dois pontos e mutação simples. Como critério de convergência,
adotou-se o número máximo de gerações ou seis gerações com aptidão média constante.
Nos exemplos analisados foram utilizadas populações de 10 a 20 indivíduos ao longo de
100 gerações com taxa de mutação de 0,005 e probabilidade de crossover de 100%.
Três casos foram estudados para avaliar a eficiência do método. Dois são
retirados de KANAGASUNDARAM e KARIHALOO (1991) a fim de comparar os
resultados. O procedimento proposto forneceu um resultado mais econômico, sendo a
redução no custo de 11,28% e 7,46% respectivamente. Para estudar a convergência,
várias rodadas foram realizadas para cada exemplo, sendo 8, 8 e 14 a quantidade
mínima de gerações respectivamente, e 19, 22 e 72 a quantidade máxima de gerações
respectivamente.
Em todos os casos estudados, apesar da seção transversal ser “T”, não foi
considerada a armadura de costura da mesa. Outro aspecto importante, é que segundo os
autores, os momentos positivos foram calculados para meio de cada vão da viga, o que
não é necessariamente o ponto de momento positivo máximo do respectivo vão.
28
solidarizada com o tabuleiro, para diferentes combinações de carregamento majoradas
pelos coeficientes de segurança e de impacto.
ℎ
$\ ℎ\
/*C
.*C
∅ R
. R
29
Nas aplicações foram utilizados 100 indivíduos, manipulados ao longo de 100
gerações, probabilidade de cruzamento de 80% e de mutação de 1%. Para testar a
eficiência do método, o autor realizou três aplicações com exemplos de pontes que
foram construídas.
Observou-se que a solução ótima tende a ter perfis mais altos e a escolher
maiores diâmetros de cordoalhas de protensão. Com relação ao concreto, notou-se uma
tendência para o menor custo volumétrico, o que poderia não ser observado caso a
diferença dos preços entre as classes do concreto fosse inferior.
30
Na configuração do Algoritmo Genético, utilizou-se a codificação binária em
todos os trabalhos e em um destes trabalhos, esta foi comparada com a codificação real,
que teve um resultado melhor que a binária, e com o código de Gray, que teve um
resultado pior. Porém, a análise foi feita com base em uma rodada de otimização com
cada codificação e desta forma não possui base estatística para se respaldar.
31
As principais variáveis utilizadas estão relacionadas com a geometria da seção
e com a área de armadura. Alguns trabalhos também consideraram como variável a
resistência à compressão do concreto.
32
Na análise dos custos, a maioria dos autores explora a capacidade do Algoritmo
Genético trabalhar com variáveis discretas considerando apenas a utilização de bitolas
comerciais no espaço de busca. Entretanto, em nenhum dos casos se considerou o
comprimento comercial das varas de aço, e consequentemente as possíveis perdas que
ocorrem durante o processo de corte e que afetam o custo final da viga.
33
3 Descrição e Representação do Problema
3.1 Introdução
34
Com os parâmetros da viga definidos e a distribuição de esforços obtidos no
estado limite último, utiliza-se a analogia da treliça para realizar o detalhamento da
viga, onde os critérios definidos pelo usuário e as recomendações da norma referentes as
espaçamento entre as barras, taxas de armaduras, espaçamento entre estribos e
comprimento de ancoragem são verificados.
35
sujeita a momento fletor negativo. Os possíveis valores são definidos
pelo usuário, assim como os preços a serem considerado para as
respectivas bitolas; e
• Bitola de armadura transversal (∅ ), que pode ter valores diferentes
para cada vão da viga. Os possíveis valores e respectivos preços são
definidos pelo usuário.
36
Quando é utilizado o código de Gray, a codificação e a decodificação das
variáveis são realizadas de forma análoga a quando se utiliza a codificação binária. A
diferença está na aplicação de funções antes e depois dos operadores de cruzamento e
mutação, que convertem, respectivamente, a codificação binária em código de Gray e
vice-versa.
A Figura 3.1 ilustra a codificação de cada método para o caso de cinco valores
diferentes. No método I, somente parte do espaço de busca é expandido, o que pode
criar uma região de máximo local e dificultar a localização do máximo global. No
método II, a vantagem de utilizar o código de Gray é perdida no início da repetição das
variáveis, pois neste ponto a permuta de um bit não conduz a uma variável adjacente.
No método III, o espaço de busca é expandido de forma proporcional e as vantagens da
utilização do código de Gray são preservadas, logo este método foi o escolhido para ser
utilizado no programa.
37
Figura 3.1 - Comparação entre os métodos de representação de variáveis repetidas.
! }
− 1
= .~&c( + 1
! }2
(3.2)
((
) − 1) ∙ (
.|(ac~/) − 1)
= 2. ((&% .%b(
2( ) − 1
(3.3)
3.3
38
onde: ) é o vetor que armazena os valores do
e seus respectivos preços;
((&% .%b(( ) é uma função que arredonda o número para o inteiro mais próximo; e
.|( ) é a função que converte números binários em inteiros não negativos e não
nulos.
dados armazenados, pois a cada valor de
está associado um preço que é encontrado
O tamanho do vetor de armazenamento dos dados é o dobro da quantidade de
índice zero ( (0)) e não ao índice um ( (1)). Convém ressaltar que os dados são
utilizando a Equação 3.4, mas como todo vetor, o primeiro valor está associado ao
armazenados na mesma ordem em que são fornecidos pelo usuário, logo é desejável que
esta ordem seja crescente ou decrescente, pois caso ela seja aleatória, os benefícios em
se utilizar o código de Gray podem ser reduzidos.
((
) − 1) ∙ (
.|(ac~/) − 1)
$
(
) = 2. ((&% .%b( + 1
2( ) − 1
(3.4)
Índice Valor
0 20
1 200
2 25
3 250
4 30
5 300
6 35
7 350
8 40
9 400
39
Tabela 3.3 - Exemplo de codificação e decodificação do
.
Codificação
N (f ck ) Nbit (f ck )
5 3
Decodificação
Alelo V f ck ( ) f ck
000 0 20
001 2 25
010 2 25
011 4 30
100 4 30
101 6 35
110 6 35
111 8 40
A codificação da biela () é feita com base no ângulo inicial, ângulo final e
incrementos fornecidos pelo usuário. Utilizando a Equação 3.5 calcula-se o número de
bits ( ) necessários para codificar a variável.
−
! } W . [
= .~&c( 6
+1
! }2
(3.5)
ângulo inicial deverá ser igual ao ângulo final ( = ) e o programa adotará uma
Caso o usuário deseje considerar apenas um valor de inclinação da biela, o
rotina específica para fazer esta consideração, tendo em vista que a Equação 3.5 não se
aplica neste caso, pois não é possível calcular o logaritmo de zero.
O incremento tem que ser sempre um valor positivo, portanto se um valor menor
ou igual a zero for inserido o programa modifica esse valor para 1. Também cabe ao
usuário verificar se a diferença entre o ângulo final e inicial é um múltiplo do
incremento, caso contrário, devido à rotina implementada, o ângulo final não será
considerado no espaço de busca.
40
A decodificação dos alelos relativos à inclinação da biela é feita utilizando a
Equação 3.6.
− 1 ∙
.|ac~/ − 1
= 6 ((&% .%b(
26 − 1
(3.6)
Codificação
Qi Qf Inc Q Nbit (f ck )
30 45 5 2
Decodificação
Alelo VQ ( ) Q
00 0 30
01 1 35
10 2 40
11 3 45
Para as demais variáveis (altura da viga (ℎ), bitola da armadura positiva (∅ ),
bitola da armadura negativa (∅C ) e bitola de armadura transversal (∅ )), a
codificação e a decodificação são feitas de forma semelhante a da resistência do
concreto (
), bastando modificar a variável que está sendo tratada e o respectivo vetor
de armazenamento nas Equações 3.2 e 3.3.
41
3.3 Função Objetivo
onde: $C, é o custo total da viga; $
, é custo total referente ao concreto; $ , é o
3.7
$
, = $ ∙ ℎ ∙ ! ∙ $
(
)
(3.8)
custo unitário por metro cúbico de concreto, em função da sua resistência à compressão.
42
$ , = $ ,STU, + $ ,S],
(3.9)
3.9
o
3.10
o
O custo fornecido pela Equação 3.9 é realista, pois representa o valor a ser gasto
junto ao fornecedor para a aquisição de varas de aço com comprimento comercial.
fator de reaproveitamento ( ). Um valor de nulo representa que as sobras não foram
Entretanto, a sobra de aço pode ter um valor de revenda que é considerado utilizando o
43
Como o trabalho trata dos casos de vigas moldadas in loco da obra, é necessário
considerar o custo de forma que é dado pela Equação 3.12:
ã
onde: !ã, é comprimento entre as faces dos pilares do i-ésimo vão da viga; .ã é o
3.12
número total de vãos; e $ ℎ é o preço unitário da forma por metro quadrado, em
função da altura da viga.
44
3.4.1 Modelo Estrutural
lsup/2
região 2 região 3
região 1 linf/2
região 4
região 5 região 7 região 9
45
(a) (d)
(b) (c)
Altura inferior e Altura inferior e
Altura superior Altura inferior do
superior do pilar superior do pilar
do pilar nula pilar nula
maior que zero nula
Figura 3.3 - Condições de contorno dos apoios em função da geometria do pilar
0 0 − 0 0
12 6 12 6
0 0 −
O A O A
6 4 6 2
0 A
0 − A
=
− 0 0 0 0
(3.13)
0 − 12 −
6
0
12 6
− A
O A O
6 2 6 4
0 A
0 − A
3.13
46
Seguindo as recomendações do item 8.2.8 da NBR 6118:2007, o módulo de
elasticidade utilizado na análise é o módulo de elasticidade secante (Equação 3.14). A
área e o momento de inércia são calculados considerando a seção bruta de concreto.
Porém, a rigidez à flexão da seção de concreto armado não é constante e para considerar
aproximadamente a não linearidade física do material, o usuário pode aplicar fatores de
redução na rigidez da viga e do pilar em um dos formulários apresentados no item 3.7.1.
= 0,85 ∙ 5600 ∙
(3.14)
3.14
R,* = 8C . C + 8 .
(3.15)
3.15
R, = C + (
N$c.bçã Vb(b) (3.16)
3.16
R, = C + ?@ ∙ (
N$c.bçã (&¡¢&.~&)
(3.17)
3.17
R, = C + ?A . (
N$c.bçã £¢b/& &(Nb.&.~&)
(3.18)
3.18
47
onde: R,* é a combinação de carregamento para análise no estado limite último; 8C é
o coeficiente de ponderação para ação permanente; C é a ação permanente; 8 é o
coeficiente de ponderação para ação variável; é a ação variável; R, é a
combinação de carregamento para análise no estado limite de serviço; ?@ é o fator de
redução para combinação frequente; e ?A é o fator de redução para combinação quase
permanente.
∆-,
0 0 − 0 0 ∆5,
-,
12 6 12 6 ∆6,
¤ ¥ = ∙ 0 0 − ∙ − § 5, ¨
O A O A ∆-,¦@ 6,
2 ∆5,¦@
(3.19)
6 4 6
0 A
0 − A
∆6,¦@
3.19
48
ℎ, de modo que para outros indivíduos com o mesmo valor destas variáveis não é
necessário resolver o sistema novamente, bastando resgatar os valores armazenados.
Isto faz com que o tempo de processamento seja reduzido, tendo em vista que a
resolução do sistema de equações descrito requer um elevado esforço computacional.
49
(a)
% %
%
Ponto de momento
2 2
2
positivo máximo
(b)
3 cot
3@
3A 3O
3 cot < 3@ ≤ 1,5 ∙ 3 cot
0,5 ∙ 3 cot ≤ 3A , 3O < 3 cot
(c)
3
@
50
básico há maior padronização no tamanho das barras e, consequentemente, possíveis
ganhos na produção.
51
3.5.1 Cálculo do Momento Fletor Resistente da Seção Transversal
elementos estruturais com esbeltez !ã ⁄% ≥ 2, pois somente nestes casos a deformação
A metodologia de dimensionamento à flexão aqui exposta vale apenas para
;
, = ;
C − ∅ ∙ 2
,
(3.20)
3.20
; , = ;
C − ∅ ∙ 2 ,
(3.21)
3.21
52
1ª camada
;
,@
de concreto
+
2
C 2
,@
∅
®
;
C
2 ,@ 2 ,A
−
; ,A
2ª camada
de aço
; ,@
né°±²³ camada
1ª camada
de aço
de concreto
calculado pela Equação 3.22. A relação constitutiva é válida para concretos com
NBR 6118:2007 (Figura 3.6), cuja tensão normal para uma deformação específica é
A relação constitutiva do aço para armadura passiva é dada pela curva bilinear
do item 8.3.6 da NBR 6118:2007 (Figura 3.7) e pode ser aplicada para tração e
compressão. A tensão normal para uma deformação específica é calculada pela
Equação 3.23.
53
Figura 3.6 - Relação constitutiva do concreto.
0 → ;
< 0
h
;
A
=
= 0,85 ∙
R ∙ µ1 − W1 − [ · → 0 ≤ ;
≤ 2‰ u
g 2‰
(3.22)
e0,85 ∙
R → 2‰ ≤ ;
≤ 3,5‰
3.22
54
5R
; ∙ → |; | ≤ ;5 = »
= = ¹
u (3.23)
5R → ;5 ≤ |; | ≤ ; = 10‰
3.23
@,@ @,A ;
C
¼ ½=¾ ¿ ∙ ¼ ½
− A,@ A,A ∅
h @,@ = i
, ∙ ∆
, + i , ∙ ∆ ,
f
f
f = i ∙ ∆ ∙ 2 A + i ∙ ∆ ∙ 2 A
(3.24)
∴
A,A
,
,
, , , ,
u
g
f
f = = − i ∙ ∆ ∙ 2 + i ∙ ∆ ∙ 2
f @,A A,@
,
,
, , , ,
e
3.24
55
> R +
(3.25)
3.25
Se o valor do erro for muito baixo, a rotina pode não convergir. Desta forma,
optou-se por considerar as características da seção transversal ao calcular o erro
considerado admissível (Equação 3.26 e 3.27).
0,85 ∙
= &(( ∙$∙ℎ∙
)*
8
(3.26)
3.26
0,85 ∙
= &(( ∙ $ ∙ ℎA ∙
))
8
(3.27)
3.27
56
Figura 3.8 - Esquema do posicionamento da armadura longitudinal.
45º em relação ao eixo longitudinal e que a parcela do esforço cortante absorvido por
mecanismos complementares da treliça (
) é constante, enquanto que no modelo II a
inclinação das bielas varia entre 30º e 45º e a parcela
diminui com o aumento do
esforço cortante solicitante de cálculo (YR ).
57
A resistência ao esforço cortante é satisfatória quando são verificadas as
XRA u
YR ≤ Á
XRO =
+ \
(3.28)
3.28
valor de XRA é a largura da viga ($). Logo, todos os parâmetros necessários para
se observar que além das variáveis citadas acima, o único parâmetro que influencia o
calcular XRA já estão definidos, restando somente verificar se a biela entrar em processo
de ruína ou não.
XRA = 0,54 ∙ W1 − [ ∙
R ∙ $ ∙ 3 ∙ sin ∙ cos
250
(3.29)
3.29
(Equação 3.30 e 3.31) e \ (Equação 3.32) quando a viga está solicitada à flexão
Conforme a Equação 3.28, a resistência à ruína por tração é dada pela soma de
necessário entre estribos (/
). Logo, manipulando as Equações 3.28, 3.30 e 3.32,
simples. Observa-se que o único parâmetro com valor não fixado é o espaçamento
obtém-se a Equação 3.33, que corresponde ao valor máximo que /
pode assumir
para que não ocorra ruína por tração.
58
@ → YR ≤
@
= Ã XRA − YR u
@ ∙ W [ →
@ < YR ≤ XRA
(3.30)
XRA −
@
3.30
(
)A⁄O
∴
@ = 0,126 ∙ ∙ $ ∙ %
8
(3.31)
3.31
3 ∙ ~}
\ = 2 ∙ , ∙ ∙ 5\R
/
(3.32)
3.32
2. , ∙ 3 ∙ ~} ∙ 5\R
→
@ < YR ≤ XRA u
/
=Ã YR −
(3.33)
/)- → YR ≤
@
3.33
calculado conforme o item 17.4.1.1.1 da NBR 6118:2007, onde menciona-se que todos
os elementos lineares fletidos, submetidos à ação de força cortante, devem conter
armadura transversal mínima constituída por estribos. Tal restrição será abordada no
item 3.5.4.
Entretanto, para o cálculo de XRA e /
foi utilizado um único valor de 3, que
calculado para cada região da viga onde o diagrama de momento tem o mesmo sinal.
59
3.5.3 Restrição da Altura da Linha Neutra
$ ∙ ℎA
"# = u
*
ÄÄ
≥ *
Ä
= 0,8 ∙ "# ∙
, ∴ Ã 6
(3.34)
, = 0,39 ∙
A⁄O
3.34
onde: *
ÄÄ
é o momento fletor último no Estádio II; *
Ä
é o momento fletor último no
Estádio I; "# é o módulo de resistência da seção transversal bruta de concreto, relativo
à fibra mais tracionada; e
, é a resistência característica superior do concreto à
tração.
0,612 ∙
R 0,211
< ,) = . 1 − Æ1 − @⁄O ≥ 0,15%
0,8 ∙ 5R
(3.35)
3.35
60
A taxa geométrica máxima de armadura de flexão em vigas, para regiões fora da
área de emendas, é definida no item 17.3.5.2 da NBR 6118:2007 como sendo de 4%.
2 ∙ ,
,)
< \ = ≥ 0,2 ∙ ∴
,) = 0,3 ∙
A⁄O
$∙/ 5\
(3.36)
3.36
, ∙ 5\
h10 ∙
$ ∙
,) u
/)- ≤
g0,6 ∙ % ≤ 300 NN, /& R ≤ 0,67 ∙ XRA
(3.37)
Apesar de não existir uma limitação para a taxa geométrica máxima de armadura
transversal, os estribos devem ter um espaçamento mínimo suficiente para permitir a
introdução do vibrador e impedir a segregação dos agregados e a ocorrência de vazios.
O programa considera este espaçamento como o menor definido pelo usuário em um
dos formulários apresentados no item 3.7.1.
61
para o arranjo da armadura negativa é considerado o espaço necessário para a
introdução do vibrador em função do seu diâmetro.
A quantidade mínima de barras por camada é verificada para garantir que cada
camada tenha no mínimo duas barras de aço. A altura máxima de camadas é verificada
para posteriormente penalizar as soluções onde a quantidade de camadas necessárias
superou a altura estabelecida pelo usuário, evitando detalhamentos com quantidade
demasiada de camadas (Figura 3.10).
20 NN
& ≥ Ã∅*C u
0,5 ∙ ∅C
20 NN
&' ≥ Ã∅*C u
1,2 ∙ ∅C
62
ℎ
)Q
ℎ
)P
ℎ
)O ℎ
),*)
ℎ
)A
Figura 3.10 – Comparação entre a altura das camadas e a altura máxima de camadas.
63
∅ = 3 ∙ =
h ∙ ∙
f 12,5 ∙ :
,)
1 = Nc. u
g ∅ = 4
(3.38)
f ∙ ∙ W + 45[
e12,5 ∙ : <
3.38
Para vigas com altura igual ou inferior a 60 cm, não é necessário a existência de
armadura em toda a pele tracionada, bastando realizar a verificação descrita acima. Para
vigas com altura superior a 60 cm e inferior a 120 cm, o item 17.3.5.2.3 da NBR
mínima de 0,10% ∙
,*) em cada face da alma. Tal armadura deve ter um
6118:2007 prevê a utilização da armadura de pele, que corresponde a uma armadura
64
fissuração. A bitola da armadura a ser utilizada na armadura de pele e o espaçamento
máximo podem ser configurados pelo usuário.
Ê
2
0ÄÄ = É ∙ ∙ i , ∙ %
$
(3.39)
r@
3.39
Ê
$ ∙ 0ÄÄ
O
ÄÄ = + ∙ i , ∙ % − 0ÄÄ A
3
(3.40)
r@
3.40
65
comportamento, utiliza-se o momento de inércia equivalente ( ) dado pela Equação
3.41 (Fórmula de Branson), conforme item 17.3.2.1.1 da NBR 6118:2007. Para se obter
dos momentos fletores, o programa piloto faz a ponderação de (Equação 3.42) com
maior precisão no cálculo da flecha imediata em vigas onde ocorre inversão no sentido
O O
= W [ ∙
+ µ1 − W [ · ∙ ÄÄ ≤
(3.41)
3.41
@ A
− −
+ Í
!@ !Í !A
!
1
= ∙ Ë ,@ ∙ b@ + , ∙ b + ,A ∙ bA Ì
!ã
(3.42)
3.42
66
Para calcular a flecha total da viga, é necessário considerar a parcela devido à
fluência do concreto sob a ação de cargas de longa duração (flecha diferida). O
programa piloto segue as recomendações do item 17.3.2.1.2 da NBR 6118:2007 para o
cálculo da flecha total e diferida, sendo possível configurar a data de cálculo da flecha e
o início do carregamento.
Para obter a função aptidão (Equação 3.43) multiplica-se a função objetivo pelo
produtório das restrições penalizadas. As restrições estão relacionadas à verificação do
Estado Limite Último (momento resistente, diagonal comprimida, espaçamento mínimo
entre estribos e altura da linha neutra); do Estado Limite de Serviço (abertura máxima
de fissura e flecha máxima); e do detalhamento da viga (quantidade de camadas, largura
do apoio, número mínimo de barras).
= $C, ∙ Î ,
(3.43)
r@
3.43
67
YR
→ /& YR > XR
,@ = Ã XR
u (3.44)
1 → /& YR ≤ XR
3.44
YR,)-
→ /& YR,)- > XRA
,A = Ã XRA u
(3.45)
/)
→ /& /) > /
,O = Ã /
u (3.46)
1 → /& /) ≤ /
3.46
68
0
→ /& 0 > 0*)
,P = Ã 0*)
u (3.47)
1 → /& 0 ≤ 0*)
3.47
onde: 0 é a altura da linha neutra; e 0*) é a altura limite para a linha neutra.
1,)-
→ /& 1,)- > 1*)
,Q = Ã 1*) u (3.48)
1 → /& 1,)- ≤ 1*)
3.48
9)-
→ /& 9)- > 9*)
,Ï = Ã 9*) u
(3.49)
onde: 1,)- é o valor máximo calculado da abertura de fissuras; 1*) é o valor limite
para a abertura de fissura; 9)- é a flecha máxima calculada; e 9*) é a flecha limite.
ℎ
),)-
→ /& ℎ
),)- > ℎ
),*)
,Ð = ¹ ℎ
),*) u
(3.50)
69
onde: ℎ
),)- é a altura máxima da camada de aço; e ℎ
),*) é a altura limite da
camada de aço.
A quantidade mínima de barras que a viga consegue alojar em uma camada tem
que ser igual a dois por motivos construtivos. Portanto, utiliza-se a Equação 3.51 para
calcular a penalização referente a quantidade mínima de barras na camada.
2 → /& .,
) = 1 u
,Ñ = Á
1 → /& .,
) ≥ 2
(3.51)
3.51
!
,)
→ /& !
,) > !,-
,Ò = ¹ !,-
u (3.52)
70
Figura 3.13- Fluxograma do Algoritmo Genético do programa.
71
Figura 3.14 - Fluxograma da sub-rotina para avaliação da população.
72
AutoCAD para desenhar o detalhamento da viga e as tabelas contendo as informações
necessárias para a correta interpretação dos resultados, conforme descrito em 3.7.2.
A apresentação gráfica facilita a escolha do usuário pelo resultado que mais lhe
convém, tendo em vista que o objetivo do programa é auxiliar o engenheiro propondo
alternativas com custos iguais ou próximos ao ótimo e não somente o resultado com
menor custo, pois existem fatores que podem afetar a decisão que não estão embutidos
no custo.
73
Figura 3.16 - Formulário para inserção da quantidade de apoios com suas respectivas
características.
74
Figura 3.18 - Formulário para inserção da quantidade de cargas distribuídas e suas
respectivas características.
75
no formulário da Figura 3.20, onde para cada valor de
está associado um custo
Os possíveis valores para a resistência à compressão do concreto são definidos
Figura 3.20 - Formulário para inserção dos possíveis valores para o fck do concreto.
Figura 3.21 - Formulário para inserção dos possíveis valores para a altura da viga.
76
No formulário da Figura 3.22, para cada bitola estão associados dois custos, o
primeiro é relacionado ao preço comercial do aço e o segundo relacionado ao custo de
mão de obra para realizar a montagem da armadura na obra. No mesmo formulário é
possível determinar se a bitola será utilizada como armadura de estribo, negativo ou
positivo. Com exceção da bitola de 5 mm para o uso em estribos, que é considerada
como aço tipo CA-60 , todas as demais possíveis bitolas são consideradas como aço tipo
CA-50.
Figura 3.22 - Formulário para inserção dos possíveis valores para as bitolas da
armadura.
Figura 3.23 - Formulário para inserção dos possíveis valores para a inclinação da biela
comprimida.
77
No formulário de abertura (Figura 3.15), ao selecionar o menu configurações
(Figura 3.24) é possível acessar as janelas do programa para definir os parâmetros
relacionados à configuração de ações e análise, materiais, dimensionamento e
detalhamento.
Figura 3.25 - Formulário de parâmetros das ações na viga e da rigidez das seções.
78
Figura 3.26 - Formulário de parâmetros referentes as características do concreto e do
aço.
79
A configuração dos parâmetros relacionados ao detalhamento é realizada no
formulário da Figura 3.28. Para as varas de aço permite-se configurar o tamanho como
múltiplo de um número fornecido pelo usuário para evitar que o detalhamento tenha
comprimento de barras que não condizem com a prática. A distinção entre o tamanho de
compra e o de fornecimento das varas se deve ao fato de que nem sempre o tamanho do
catálogo é igual ao fornecido. Para os estribos define-se o intervalo do espaçamento e o
valor do qual deve ser múltiplo. Para a armadura construtiva são definidas a bitola
mínima, o comprimento mínimo e a sobreposição a ser considerada para a amarração.
Os demais parâmetros definidos são: relação máxima entre a altura da armadura e a
altura útil da viga; diâmetro mínimo e espaçamento máximo da armadura de pele;
diâmetro do agregado e do vibrador; e o comprimento de ancoragem a ser utilizado
(básico ou necessário).
80
3.7.2 Resultados exibidos no AutoCAD
Junto com o desenho são geradas as tabelas de aço (Tabela 3.6); tabela de
compra de barras (Tabela 3.7), que indica a quantidade de varas de aço por bitola que
81
Tabela 3.6 - Tabela de aço gerada no AutoCAD.
.
Tabela 3.7 - Tabela de compra de barras gerada no AutoCAD.
Tabela 3.8 - Tabela com valores adotados para as variáveis e detalhamento do custo da
viga.
82
4 Aplicações e Testes
4.1 Introdução
83
4.2 Avaliação dos Parâmetros do Algoritmo Genético
)R = 1000Ó
(4.1)
4.1
84
150 cm
Tabela 4.1 - Espaço de busca das variáveis considerado na análise dos parâmetros do
Algoritmo Genético.
fc k (M P a ) 20 25 30 35
B it. E s t. (m m ) 5 6,3
B it. N e g. (m m ) 8 10 12,5
B it. P os. (m m ) 6,3 8 10 12,5
A ltura (c m ) 35 40 45 50
θ B ie la (°) 30 35 40 45
85
Tabela 4.2 - Distribuição do tamanho da população e número de gerações para
diferentes análises.
A nális e T am . Po p. N ° Ge n.
1 10 240
2 20 120
3 40 60
4 60 40
5 120 20
6 240 10
)R,
Y
. = b(.) ∙ (}) + $(.)
(4.2)
4.2
4.3
4.4
onde: ÕN %,c (}) é a função aptidão modificada escalonada do i-ésimo indivíduo na n-
ésima geração ; )R,)éR (.) é o valor médio da função aptidão modificada na n-
ésima geração; N %,Ná0 (.) é o valor máximo da função aptidão na n-ésima geração; e
& é o fator de escalonamento.
86
A Figura 4.2 exibe os resultados obtidos para diferentes valores de fator de
escalonamento testados, sendo que um fator de escalonamento unitário indica que o
escalonamento não está sendo aplicado.
300
250
Número de gerações até a
200
convergência
F.E. = 1,0
150 F.E. = 1,2
F.E. = 1,6
100
F.E. = 2,0
50 F.E. = 2,5
0
0 50 100 150 200 250 300
Número de gerações
87
35
30
15 F.E. = 1,6
F.E. = 2,0
10
F.E. = 2,5
5
0
0 50 100 150 200 250 300
Número de gerações
1,08
1,075
1,07
1,065
Aptidão modificada média
10 - 240
1,06
1,055 20 - 120
1,05 40 - 60
1,045 60 - 40
1,04
120 - 20
1,035
1,03 240 - 10
1,025
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Taxa de crossover
88
1,09
1,08
1,05 40 - 60
60 - 40
1,04
120 - 20
1,03
240 - 10
1,02
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Taxa de crossover
1,08
1,07
Aptidão modificada média
10 - 240
1,06
20 - 120
1,05
40 - 60
1,04
60 - 40
1,03
120 - 20
1,02 240 - 10
1,01
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Taxa de crossover
89
resultados foram obtidos com taxas de crossover maior ou igual a 0,6 e população
inicial maior do que o número de geração, o que garante uma diversidade genética
inicial maior.
1,08
1,075
Aptidão modificada média
1,07
F.E. = 1,0
1,065 F.E. = 1,2
F.E. = 1,6
1,06
1,055
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Taxa de crossover
90
calculados utilizando-se as Equações 4.6 e 4.7, sendo que foram necessários 19 bits
para representar o indivíduo.
Tabela 4.3 - Taxas de mutação utilizadas nas análises para os diferentes tamanho de
população.
Tam. Pop -
N° Gen. Probabilidade de mutação (%)
10 - 240 1,00 1,66 5,26 10,00
20 - 120 1,00 1,17 5,26 10,00
40 - 60 0,83 1,00 5,26 10,00
60 - 40 0,68 1,00 5,26 10,00
120 - 20 0,48 1,00 5,26 10,00
240 - 10 0,34 1,00 5,26 10,00
),R. = 1 − 1 − Ö)
(4.5)
Ö) = 1Ó
(4.6)
Ö) = 1»
m× ∙ n
(4.7)
Nas Figura 4.8 à Figura 4.10 estão expostos os resultados obtidos na análise de
desempenho do operador de mutação. Pode-se observar a tendência de aumento na
aptidão com o aumento da probabilidade de mutação e com a redução da população
inicial, que implica no aumento do número de gerações. Os melhores resultados são
obtidos com uma probabilidade de mutação de 10% e para uma população inicial de 10
indivíduos processados ao longo de 240 gerações.
91
1,1
1,09
1,08
Aptidão modificada média 10 - 240
1,07 20 - 120
1,06 40 - 60
60 - 40
1,05
120 - 20
1,04
240 - 10
1,03
0 2 4 6 8 10 12
Probabilidade de mutação
1,1
1,09
Aptidão modificada média
1,08
10 - 240
1,07 20 - 120
1,06 40 - 60
60 - 40
1,05
20 - 120
1,04
10 - 240
1,03
0 2 4 6 8 10 12
Probabilidade de mutação
92
1,1
1,09
1,08
Aptidão modificada média 10 - 240
1,07 20 - 120
1,06 40 - 60
60 - 40
1,05
120 - 20
1,04
240 - 10
1,03
0 2 4 6 8 10 12
Probabilidade de mutação
1,1
1,09
Aptidão modificada média
1,08
1,07
F.E. = 1,0
1,06
F.E. = 1,2
1,05 F.E. = 1,6
1,04
1,03
0 2 4 6 8 10 12
Probabilidade de mutação
93
realizadas não foi relevante. Entretanto, como é necessário atribuir um valor para este
parâmetro convencionou-se um fator de 1,6 para ser utilizado nas análises seguintes.
1,1
1,08
Aptidão modificada média
1
0 50 100 150 200 250
Número de gerações
94
obtidos para população inicial de 10 indivíduos, fator de escalonamento de 1,6,
probabilidade de mutação e crossover de 10% e 40% respectivamente. Entretanto, nota-
se que para a probabilidade de mutação de 10%, a sensibilidade em relação à taxa de
crossover é pequena, enquanto que para a probabilidade de mutação de 5,26%, tal
sensibilidade é maior. Desta forma, adotou-se uma população inicial de 10 indivíduos e
probabilidade de crossover de 80% para as análises futuras, tendo em vista que tal valor
forneceu o melhor resultado para a análise exposta na Figura 4.13 e está dentro do
intervalo dos valores recomentados pela literatura para tal operador.
1,1
1,095
Aptidão modificada média
1,09 10 - 240
20 - 120
1,085
40 - 60
1,08 60 - 40
120 - 20
1,075
240 - 10
1,07
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Taxa de crossover
95
1,096
1,091
1,02
1,01 1 ponto - 10 -240
1 2 pontos - 10 - 240
0,99 1 ponto - 20 - 120
0,98 2 pontos - 20 - 120
0,97
0,96
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Taxa de crossover
96
1,1
1,09
Aptidão modificada média
1,08
1,03
0 2 4 6 8 10 12
Probabilidade de mutação
1,12
1,1 1ª rodada
1,08 2ª rodada
Aptidão modificada
1,06 3ª rodada
1,04
4ª rodada
1,02
5ª rodada
1
6ª rodada
0,98
0,96 7ª rodada
0,94 8ª rodada
0,92 9ª rodada
0 50 100 150 200 250 300
10ª rodada
Número de gerações
Figura 4.17 - Valor da aptidão modificada máxima por geração para população inicial
de 10 indivíduos, taxa de crossover e mutação de 0,8 e 0,1.
Desta forma, a configuração dos parâmetros que será utilizada nos problemas a
seguir adotará uma quantidade de indivíduos avaliados de aproximadamente 0,5% do
espaço de busca, razão entre quantidade de gerações e população inicial próxima de 20,
probabilidade de crossover de 80%, probabilidade de mutação conforme Equação 4.8,
operador de crossover de um ponto e codificação binária.
97
1Ó 2
≤ Ö) ≤ Ó
(4.8)
4.3.1 Exemplo 1
dos materiais (
= 0,72 $/kg,
= 64,5 $/m³,
= 2,155 $/m²), resistências (
= 30
Para realizar a comparação, foram adotados os mesmos valores para os custos
MPa, 5 = 300 MPa ), fatores de majoração da carga (8C = 1,4, 8 = 1,7), fatores de
minoração da resistência (8
= 1,11, 8 = 1,11) e massa específica (<
= 2323 kg/m³, <
= 7850 kg/m³).
Para a comparação ser justa, a economia gerada pelo escalonamento das barras
da armadura positiva foi eliminada impondo um comprimento múltiplo de 10,50 m para
98
as mesmas. A largura da viga (30 cm) foi escolhida de modo a coincidir com a solução
ótima apresentada pelos autores.
Tabela 4.4 - Espaço de busca das variáveis para a otimização do problema proposto por
CHAKRABARTY (1992).
fck (MPa) 30
Bit. Est. (mm) 5 6 8 10 12 14
Bit. Neg. (mm) 5
Bit. Pos. (mm) 6 8 10 12 14 16 18 20 22 25 28
Altura (cm) 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100
θ Biela (°) 30 33 35 38 40 43 45
99
Ao comparar os resultados obtidos pelos autores e os fornecidos pelo programa
piloto (Tabela 4.5), nota-se que os resultados dos autores são muito próximos e que o
fornecido pelo programa tem um custo 2,7% superior na média. A maior diferença entre
as soluções está na altura da viga e consequentemente no custo de concreto e forma.
Isto se deve ao fato da altura do CG da armadura ser aproximadamente 41% maior para
a solução fornecida pelo programa. Tal fato explica em partes o motivo de apesar da
altura fornecida pelo programa ser maior, a área de aço também é maior, enquanto o
esperado seria uma área de aço menor. Os outros fatores determinantes para esta
diferença estão relacionados ao fato da área de aço ser fornecida com base nas bitolas
disponíveis e do programa não permitir a utilização de bitolas diferentes para a
armadura positiva de uma determinada seção.
Tabela 4.5 - Resultados obtidos por CHAKRABARTY (1992), COELLO et al. (1997)
e pelo programa com espessura de cobrimento de 5,0 cm.
Programa
Chakrabarty Coe llo et. al. (1ª anális e )
Altura da viga (cm) 94,67 95,13 99,00
Área de aço (cm²) 37,69 37,52 38,01
Altura do CG da armadura (cm) 8,61 8,65 12,18
Custo de concreto ($/m) 18,32 18,41 19,15
Custo de forma ($/m) 4,73 4,74 4,91
Custo de aço ($/m) 21,30 21,21 21,49
Custo da seção ($/m) 44,35 44,36 45,55
100
Tabela 4.6 - Resultados obtidos por CHAKRABARTY (1992), COELLO et al. (1997)
e pelo programa com espessura de cobrimento de 2,5 cm.
Programa
Chakrabarty Coello et. al. (2ª análise)
Altura da viga (cm) 94,67 95,13 95,00
Área de aço (cm²) 37,69 37,52 37,69
Altura do CG da armadura (cm) 8,61 8,65 8,30
Custo de concreto ($/m) 18,32 18,41 18,38
Custo de forma ($/m) 4,73 4,74 4,74
Custo de aço ($/m) 21,30 21,21 21,31
Custo da seção ($/m) 44,35 44,36 44,43
Tendo em vista que a solução proposta pelos autores está no espaço contínuo, é
necessário arredondar os valores obtidos a fim de se obter uma solução factível. A
solução proposta pelos dois autores é a mesma e está representada na Figura 4.18 (a),
enquanto que a solução fornecida pelo programa piloto está representada na Figura
4.18 (b). A única diferença entre as duas soluções é na forma de armar, pois os autores
utilizam duas bitolas diferentes enquanto que o programa utiliza somente uma.
Entretanto, a área de aço fornecida pelas duas soluções é idêntica, pois 4 barras de 30
mm equivalem a 9 barras de 20 mm. Desta forma, o custo da solução final proposta
pelos autores e da fornecida pelo programa são iguais.
95 cm
Figura 4.18 - Detalhes sugeridos por CHAKRABARTY (1992) e COELLO et al. (1997)
e pelo programa piloto
101
Eliminando a restrição do comprimento das barras da armadura positiva e
impondo um valor múltiplo de 1 cm para as mesmas (3ª análise), a solução passa a
considerar o escalonamento da armadura. Comparando o resultado obtido com o da 2ª
análise (Tabela 4.7), observa-se que as características da seção não se modificam.
Logo, a economia de 7,13% se deve, exclusivamente, ao escalonamento das barras.
102
4.3.2 Exemplo 2
Um dos exemplos otimizados pelos autores foi a viga biapoiada da Figura 4.19,
com 24 cm de largura, 7 cm de cobrimento e que suporta uma laje com espessura de 12
cm, o que implica em descontar do custo da viga o custo relativo ao concreto e a área de
forma correspondentes à região da laje.
28 cm 400 cm 28 cm
valores para os fatores de majoração da carga (8C = 1,4, 8 = 1,4), fatores de minoração
Na otimização utilizando o programa piloto foram considerados os mesmos
da resistência (8
= 1,4, 8 = 1,15), resistência do aço (5 = 400 MPa) e os custos dos
materiais (
= 8590 $/m³,
= 55 $/m²) sendo o custo do concreto dado pela Equação
103
4.9 (KANAGASUNDARAM e KARIHALOO, 1991) em função da sua resistência à
compressão.
= 98,3 + 1,7120 ∙
− 0,0277 ∙
A
+ 0,00041 ∙
O (4.9)
Tabela 4.9 - Espaço de busca das variáveis para a otimização do problema proposto por
KANAGASUNDARAM e KARIHALOO (1991).
fck (MPa) 25 30 35 40 45
Bit. Est. (mm) 5 6,3 8
Bit. Neg. (mm) 5
Bit. Pos. (mm) 6,3 8 10 12,5 16 20 25
Altura (cm) 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45
θ Biela (°) 30 32,5 35 37,5 40 42,5 45
104
Na Tabela 4.10, os valores fornecidos pelo programa são comparados com os obtidos
pelos autores. Neste caso, a solução obtida pelo programa foi 4,8% mais econômica do
que a proposta no trabalho original. Analisando os resultados, nota-se que o custo de
concreto e forma representa, aproximadamente, 80% do custo total, o que explica a
tendência em diminuir a altura da viga para diminuir o volume de concreto e a área de
forma, mesmo tendo que se aumentar a área de aço. O aumento de 38,4% no custo de
aço, não se deve somente a redução do braço de alavanca, pois ao comparar o
detalhamento proposto pelos autores (Figura 4.20) e o gerado pelo programa (Figura
4.21), percebe-se uma grande diferença na distância entre os estribos, que ocorre devido
às recomendações da NBR 6118:2007 para o espaçamento entre os estribos, que
segundo a mesma, para a distância entre os estribos ser de 29,5 cm a altura útil da viga
não pode ser inferior a 49 cm.
105
Figura 4.21 - Detalhamento da viga gerado pelo programa piloto para a 1ª análise.
106
Figura 4.22 - Detalhamento da viga gerado pelo programa piloto para a 2ª análise.
107
4.4 Comparação com um Projeto Real de uma Viga
Na Figura 4.23 está representado o detalhamento da viga original que tem uma
altura de 55 cm e largura de 15 cm. Com exceção da altura da viga original, que é uma
variável da otimização, todos os parâmetros relacionados às demais características
geométricas (distância entre apoios, tamanho dos apoios) são iguais aos apresentados na
Figura 4.23. Também foi considerado o mesmo valor para a espessura do cobrimento
(2,5 cm).
108
A distribuição do esforço cortante e do momento fletor de cálculo utilizados no
dimensionamento da viga estão apresentadas na Figura 4.24. Para a comparação ser a
mais fiel possível, a distribuição de esforços considerada no programa piloto deve ser a
mesma. Portanto, foi utilizado o recurso de ler os esforços de um arquivo externo ao
invés de calculá-los. Os esforços lidos pelo programa são pontuais de modo que nestes
pontos os valores utilizados são iguais aos da distribuição original dividido pelos fatores
de majoração da carga. Convém ressaltar que o programa faz a interpolação dos valores
para completar a distribuição dos esforços e que a interpolação do esforço cortante é
linear, mas a interpolação do momento fletor é feita considerando a distribuição do
esforço cortante. Para realizar as combinações do carregamento e verificar os estados
limites de serviço, 60% da carga foi considerada como permanente e 40% como
variável.
109
referente ao mês de março de 2014 para a cidade do Rio de Janeiro. O preço relacionado
à mão de obra de armador também foi extraído do SINAPI, mas o índice de
produtividade foi extraído da 13ª edição das Tabelas de Composições de Preços para
Orçamento (TCPO), pois a produtividade utilizada pelo SINAPI para armador
independe da bitola. Os preços utilizados podem ser observados na Tabela 4.13.
Convêm ressaltar que a resistência mínima a compressão selecionada para o concreto, é
função da classe de agressividade considerada no projeto.
Forma
R$/m²
30
Concre to
fck (MPa) R$/m³
30 429,18
35 448,83
Aço
Bit. (mm) R$/kg R$/m
5 4,48 0,59
6,3 4,43 0,77
8 4,15 0,8
10 3,93 0,82
12,5 3,82 0,85
16 3,88 0,88
fck (MPa) 30 35
Bit. Est. (mm) 5 6,3 8
Bit. Neg. (mm) 8 10 12,5 16
Bit. Pos. (mm) 6,3 8 10 12,5 16
Altura (cm) 35 40 45 50 55 60
θ Biela (°) 30 32,5 35 37,5 40 42,5 45
110
Com o espaço de busca definido na Tabela 4.14, tem-se 241.920 combinações
possíveis para o indivíduo que será codificado com 20 bits. A quantidade de indivíduos
analisados será de 1280, aproximadamente 0,5% do espaço de busca, distribuídos em
uma população inicial de 8 indivíduos ao longo de 160 gerações, fator de escalonamento
de 1,6, probabilidade de crossover e mutação de 80% e 10% respectivamente. Para
verificar a eficiência da otimização com a configuração proposta acima, a otimização
também foi realizada modificando a população inicial para 16 e 32 indivíduos e o
número de gerações para 320 e 640 respectivamente.
111
Tabela 4.15 - Comparação entre os custos do projeto original e da 1ª análise.
Custo Projeto
(R$) Original 1ª análise Diferença
Total 1.162,07 1.099,73 -5,36%
Concreto 375,67 375,67 0,00%
Forma 394,95 394,95 0,00%
Aço 294,92 244,10 -17,23%
Armador 96,53 85,01 -11,93%
112
Tabela 4.16 - Comparação entre os custos do projeto original e da 2ª análise.
Custo Projeto
(R$) Original 2ª análise Diferença
Total 1.162,07 952,21 -18,06%
Concreto 375,67 273,21 -27,27%
Forma 394,95 299,46 -24,18%
Aço 294,92 288,22 -2,27%
Armador 96,53 91,32 -5,40%
Custo Projeto
(R$) Original 3ª análise Diferença
Total 1.162,07 928,19 -20,13%
Concreto 375,67 273,21 -27,27%
Forma 394,95 299,46 -24,18%
Aço 294,92 264,01 -10,48%
Armador 96,53 91,51 -5,20%
113
Supondo que por algum motivo tenha-se como restrição utilizar no máximo duas
camadas de armadura (4ª análise), pode-se configurar o parâmetro da relação máxima
entre a altura da armadura e altura da viga com um valor adequado, que neste caso foi
0,15. A Figura 4.28 ilustra o detalhamento obtido com tal configuração. Neste caso, a
resistência do concreto e as bitolas adotadas se mantiveram iguais às das análises
anteriores, mas a altura da viga foi modificada para 50 cm. Comparando com os custos
da viga original (Tabela 4.18), observa-se que com uma redução de apenas 5 cm na
altura da viga, obtém-se uma economia de 13,85%. Comparando com o custo da 3ª
análise, tem-se um acréscimo de 7,86% no custo da viga devido à restrição de se utilizar
no máximo duas camadas de armadura.
Custo Projeto
(R$) Original 4ª análise Diferença
Total 1.162,07 1.001,17 -13,85%
Concreto 375,67 341,52 -9,09%
Forma 394,95 363,12 -8,06%
Aço 294,92 219,01 -25,74%
Armador 96,53 77,52 -19,70%
Nas análises apresentadas até este ponto, o custo referente ao desperdício do aço,
proveniente do processo de corte, não foi considerado. Na Tabela 4.19 compara-se o
valor da viga original, considerando um desperdício de 10% em peso para o aço, e os da
viga referente à 3ª análise considerando o desperdício calculado pelo programa, que
114
para este caso foi de 18,9% em peso. O único valor alterado foi o custo referente ao aço,
cuja diferença em relação ao projeto original passou a ser pouco expressiva (0,64%). Ao
comparar os valores aos obtidos na análise desconsiderando o desperdício (Tabela
4.17), percebe-se uma redução da economia de R$ 233,88 (20,13%) para R$ 205,08
(17,16%).
análise (Figura 4.27), nota-se que a bitola armadura positiva de um dos vãos foi
modificada, o que proporcionou uma redução no desperdício de aço de 18,9%, em peso,
para 11,5%. Comparando os custos da 3ª análise considerando o desperdício com os da
5ª análise (Tabela 4.20), observa-se que a modificação da bitola proporciona uma
economia de 2,55% no custo total. Comparando o custo somente do aço, a economia é
maior (9,20%), mas a redução da bitola causa o aumento da quantidade de barras de aço
e consequentemente um maior custo da mão de obra (5,18%).
115
Figura 4.29 - Detalhamento gerado pelo programa piloto para a 5ª análise.
116
Tabela 4.21 - Preço do aço e da mão de obra considerando o serviço de corte e dobra.
Aço
Bit. (mm) R$/kg R$/m
5 4,80 0,33
6,3 4,75 0,43
8 4,47 0,45
10 4,25 0,46
12,5 4,14 0,48
16 4,20 0,49
Custo
(R$) 5ª análise 6ª análise Diferença
Total 964,54 907,28 -5,94%
Concreto 273,21 273,21 0,00%
Forma 299,46 299,46 0,00%
Aço 295,62 279,55 -5,44%
Armador 96,25 55,06 -42,79%
117
O resultado obtido considerando o processo de corte e dobra (6ª análise) foi
melhor que todos os demais. Na Tabela 4.23, comparam-se os resultados das duas
melhores análises. Pode-se dizer que tal comparação não é justa, pois na 3ª análise não
foram considerados os custos referentes ao desperdício do aço. Desta forma, pode-se
afirmar que em uma situação hipotética onde o desperdício do aço pode ser
desconsiderado, o acréscimo no custo de aço relacionado ao processo de corte e dobra
(5,88%) é compensado com a economia obtida para a mão de obra (39,83%).
Custo
(R$) 3ª análise 6ª análise Diferença
Total 928,19 907,28 -2,25%
Concreto 273,21 273,21 0,00%
Forma 299,46 299,46 0,00%
Aço 264,01 279,55 5,88%
Armador 91,51 55,06 -39,83%
118
relacionadas à forma de aquisição do aço, “complexidade” do detalhamento da
armadura e investimento em mão de obra, tendo em vista que uma mão de obra com boa
qualificação não terá dificuldade em armar a viga ótima.
Nesta seção será avaliada a influência da variação dos preços dos insumos no
custo da solução ótima. Para tal, será analisada uma viga biapoiada com um vão de 5
metros sujeita a 10 kN/m de carga permanente e 12 kN/m de carga variável, largura de
15 cm e cobrimento de 2,5 cm. O espaço de busca e os preços considerados inicialmente
estão indicados nas Tabela 4.24 e Tabela 4.25 respectivamente.
Tabela 4.24 - Espaço de busca das variáveis para a análise da viga biapoiada.
119
altura de 65 cm, cujo aumento é de 19,9%. Este aumento de custo é proveniente da
utilização de armadura de pele para vigas com altura superior a 60 cm.
Forma
R$/m²
30
Concreto
fck (MPa) R$/m³
20 368,86
25 395,41
30 429,18
35 448,83
Aço
Bit. (mm) R$/kg R$/m
5 4,48 0,59
6,3 4,43 0,77
8 4,15 0,8
10 3,93 0,82
12,5 3,82 0,85
16 3,88 0,88
R$ 637,720 R$ 665,360
R$ 505,430 R$ 532,070
R$ 489,900
50 55 60 65 70
Altura da viga
120
explicado pelo aumento do braço de alavanca. O custo de armador, com exceção do
impacto da armadura de pele, tende a sofrer pequenas variações e não tem uma
tendência óbvia, pois com o aumento do braço de alavanca, a metragem de armadura
longitudinal pode diminuir, mas a de armadura transversal aumenta. Na altura de 55 cm
percebe-se uma modificação na taxa de aumento do custo do concreto, o que se deve a
adoção de um valor menor para a resistência do concreto nos casos com altura superior
a 50 cm, ou seja, o aumento do braço de alavanca também permitiu a redução da
resistência do concreto.
250
200
Custo (R$)
150
Concreto
Forma
100
Aço
50 Armador
0
45 50 55 60 65 70 75
Altura da viga
Figura 4.32 - Custos relacionados aos insumos e a mão de obra de armador para
diferentes alturas da viga.
Como o menor custo é obtido com a menor altura analisada, o aumento do preço
do concreto e/ou da forma ou a redução do preço do aço, iriam reforçar esta tendência.
Portanto, optou-se por fazer análises reduzindo o preço da forma e do concreto e
aumentando o preço do aço.
121
700
650
600
Custo da viga (R$)
550
100%
500
75%
450 50%
400
350
45 50 55 60 65 70 75
Altura da viga
700
650
600
Custo da viga (R$)
550
100%
500
75%
450 50%
400
350
45 50 55 60 65 70 75
Altura da viga
Nas Tabela 4.26 e Tabela 4.27 são expostos os custos relacionados a cada
insumo para os casos apresentados nas Figura 4.33 e Figura 4.34. Percebe-se que
exceto o custo relacionado ao preço do insumo que está variando, os demais custos não
variam para a maioria dos casos, com exceção da viga com altura de 60 cm para o caso
de variação de 50% no preço do concreto, onde a resistência do concreto aumenta e
consequentemente os custos de aço e armador diminuem. Isto significa que, para a
maioria dos casos, a solução ótima para cada altura não sofre alteração em função das
elevadas variações simuladas no preço da forma e do concreto.
122
Tabela 4.26 - Custo total da viga, dos insumos e de armador para diferentes variações
no preço da forma.
Tabela 4.27 - Custo total da viga, dos insumos e de armador para diferentes variações
no preço do concreto.
123
Os resultados da análise realizada aumentando o preço do aço em 25% e 50%
estão expostos na Figura 4.35, onde, novamente, pode-se observar a mesma tendência
de comportamento dos custos para as variações de preço. Analisando os custos
relacionados a cada insumo (Tabela 4.28), pode-se observar que o custo dos demais
insumos e de armador não variam e que o custo de aço varia na mesma proporção que o
preço, o que permite afirmar que a solução ótima para cada altura não sofre alteração.
750
700
Custo da viga (R$)
650
600 100%
125%
550
150%
500
450
45 50 55 60 65 70 75
Altura da viga
Mesmo com variações expressivas nos preços dos insumos, somente um caso
apresentou variação da solução ótima com uma redução de custo menor do que 1% para
uma variação de 50% no preço do insumo. Portanto, para a viga analisada, pode-se dizer
que a solução ótima não varia com pequenas variações de preço, o que implica em dizer
que a solução ótima pode se manter por um bom período de tempo, ou seja, não é de se
esperar que o projeto deixe de ser ótimo devido à variação sofrida nos preços dos
insumos entre o início da elaboração do projeto e da execução da obra.
124
Tabela 4.28 - Custo total da viga, dos insumos e de armador para diferentes variações
no preço do aço.
125
5 Conclusão
Foi estudada, neste trabalho de pesquisa, a utilização do método dos Algoritmos
Genéticos como ferramenta de minimização dos custos diretos de mão de obra e
insumos utilizados na construção de vigas retangulares de concreto armado submetidas
à flexão simples e ao cisalhamento. As variáveis de projeto consideradas foram:
resistência à compressão do concreto; altura da viga; inclinação da biela e bitola das
armaduras positivas, negativas e transversais.
Outra contribuição relevante está na forma que o custo de aço é calculado, pois
considera as barras fornecidas como varas, o que possibilita o cálculo do desperdício
proveniente do processo de corte e de como as sobras podem ser reaproveitadas. Desta
forma, para fazer uma análise com fornecimento de aço cortado e dobrado, basta
considerar o reaproveitamento total das sobras.
126
Tendo em vista o elevado custo computacional necessário para realizar a
otimização, utilizou-se como estratégia o armazenamento de resultados na memória,
para reduzir o tempo de processamento. Deste modo, foi armazenado para cada
indivíduo processado o custo total da viga e o valor da penalização. Logo, no caso de
indivíduos repetidos, o programa só resgata os valores armazenados. Também foram
armazenados na memória os esforços provenientes da análise matricial da viga e os
resultados do dimensionamento à flexão, pois indivíduos com codificações diferentes
podem ter os mesmos valores de entrada para estas análises e consequentemente os
mesmo resultados.
127
possível concluir que: a seção ótima obtida considerando o dimensionamento e flexão
difere da obtida considerando o dimensionamento à flexão e ao cisalhamento; a
geometria da seção ótima é influenciada pelos custos referentes à armadura transversal e
construtiva; e a solução obtida na otimização realizada considerando a taxa de armadura
como variável tende a ser mais cara do que a obtida considerando a bitola como
variável, pois não só a área de aço, mas também o escalonamento da armadura
influenciam no custo final.
128
As principais desvantagens do método dos Algoritmos Genéticos são: a
influência dos parâmetros de configuração no desempenho da otimização; a
impossibilidade de verificar se a solução obtida é a ótima global; e a sua característica
probabilística, que não permite garantir que a mesma solução será encontrada em
rodadas sucessivas.
129
Referências Bibliográficas
ARGOLO, W. P., 2000, Otimização de Seções de Concreto Armado Submetida
a Flexo-compressão Reta Utilizando Algoritmos Genéticos. Dissertação de Mestrado,
COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
130
GOLDBERG, D. E. Genetic Algorithms in Search, Optimization and
Machine Learning. 1 ed. Boston, Addison-Wesley Professional Publishing, 1989.
131
LEONHARDT, F., MÖNNIG, E. Construções de concreto. princípios básicos
sobre a armação de estruturas de concreto armado. 1 ed. Rio de janeiro, Interciência, v.
3, 1978.
132