Você está na página 1de 24

Aula 2

DIREITO EMPRESARIAL:
história e evolução

UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL


Direito Empresarial
Prof. Marlova Mendes
Um ser humano dificilmente consegue produzir tudo o que
precisa e, portanto, é natural que se aproxime de outras pessoas
para saciar suas necessidades.

O ESCAMBO, ou
seja, a troca de
mercadorias e serviços
sem o uso da moeda,
foi o primeiro modelo do
que hoje conhecemos
como comércio.
Se hoje produtos e serviços são
produzidos por empresas
especializadas, na Antiguidade as TROCAS DE EXCENDENTES
roupas, utensílios domésticos e outros
artefatos eram produzidos na própria caracterizavam
unidade habitacional ou extraídos
COMÉRCIO NA ANTIGUIDADE
diretamente da natureza, de forma que
os excedentes desnecessários eram
trocados.
O comércio gerou e continua gerando intensas

trocas comerciais.

Contudo, se antigamente ele se caracterizava,

sobretudo, pela sobrevivência, o cómercio passou

a despertar nas pessoas o desejo de produzirem bens

que não necessitavam diretamente, mas para


serem vendidos com vistas ao LUCRO.
Independentemente do motivo que
gera a necessidade de trocas, é certo
que a atividade comercial necessitou
e continua a necessitar que seja feito
seu regramento e controle
pela LEI.
FASES DO DIREITO COMERCIAL

I. TEORIA SUBJETIVA - fase das corporações de


ofícios

II. TEORIA OBJETIVA - teoria dos atos do comércio

III. TEORIA DA EMPRESA


TEORIA SUBJETIVA 1.100 d.C
 Desenvolvimento do comércio
marítimo;
 Intensificação das feiras nas cidades
medievais.

Surge, então, a profissão de


COMERCIANTE, cujas
atividades desenvolvidas necessitavam
de regulamentação.
Ocorre que na
Idade Média o poder
era descentralizado,
de forma que os
feudos possuíam
suas próprias leis.

Poder
Leis locais
descentralizado
Além disso, se fortalecia o Direito
Canônico, que discriminava a
atividade mercantil.

O comércio era considerado indigno


pela Igreja, sobretudo pelo fato dos
comerciantes contratarem a juros e,
portanto, não atendia aos interesses
dessa classe.
Os comerciantes, então, passaram a se
organizar em corporações de mercadores,
conhecidas também como

CORPORAÇÕES
DE OFÍCIO

Suas principais funções eram resolver


conflitos envolvendo os comerciantes que
nelas estivessem matriculados.
surge e baseia-se a partir dos costumes dos comerciantes

leis internas eram executadas pelos juizes membros


dessas corporações

DIREITO é eminentemente classista, criado e aplicado pelos


comerciantes para resolver suas próprias relações
COMERCIAL de negócio
1a fase
o comerciante inscrito na corporação deveria seguir as
normas e diretrizes estabelecidas por sua classe

conflitos eram resolvidos por um tribunal de juizes,


eleitos pela própria corporação
POR QUE TEORIA SUBJETIVA?

Porque só aquele que estava


matriculado numa corporação é que
era considerado comerciante, ou seja, só ele
tinha o direito subjetivo de utilizar as
regras mercantis.
TEORIA OBJETIVA 1807

Ao passar do tempo,
Assim, surge a
o comércio se
necessidade da
desenvolveu e se
criação de normas
expandiu por todo o
para regular as
mundo, ao passo que os
intensas atividades
comerciantes adquiriam
comerciais.
poder e autonomia.
Historicamente, esta fase inicia com a
1807
publicação do Código Mercantil
Napoleônico.

sua proposta foi dar tratamento jurídico


igualitário as pessoas perante à lei e fortalecer o
Estado nacional

estabelece critérios objetivos para


considerar alguém um comerciante.
Lista uma relação de atividades
econômicas, tais como compra para
revenda, operações bancárias, seguros,
revelando que os atos de comércio
são atos de troca.

Aquele que pratica


uma das atividades
citadas no Código
Comerciante
Desenvolve atos de
comércio
Ao delimitar quais atividades
caracterizavam um comerciante,
o Código esclarecia quais
atividades estariam protegidas
pela lei.

Ficaram fora desta relação a


negociação de imóveis ou
atividades ligadas à terra,
levando-se em conta que a
mercantilização da terra não era
de interesse da classe burguesa.
TEORIA DA EMPRESA
ATUAL FASE DO DIREITO
centra-se no conceito de

EMPRESA
que compreende

toda a atividade organizada para a


produção ou circulação de bens ou
serviços por um sujeito, o empresário.
Desde o século XIX, com o
desenvolvimento da sociedade
capitalista, a produção isolada
é substituída pela produção em
série, surgindo uma série de
atividades não contempladas
na antiga teoria, sobretudo a
prestação de serviços.
1942 entra em vigor o Código Civil Italiano
criou um novo sistema de disciplina da
atividade econômica privada

abrangeu negócios como a prestação de


serviços e outros que eram omissos no
sistema de ato de comércio estático

foram unificadas as matérias civis com as


empresariais.
ANTES
O direito comercial passa a ser
DIREITO empresarial, pois agora abrange
o comércio, a indústria e os
COMERCIAL
serviços. Há, assim, uma dinâmica
= empreendedora e, desde que uma
DEPOIS
atividade, prática atividade seja organizada, ela está
de uma atividade, protegida pelas normas do direito
DIREITO empresarial.
atos de comércio
EMPRESARIAL
=
empresário, empresa
como atividade
TEORIA DA EMPRESA organizada
RESUMO
TRÊS CRITÉRIOS IDENTIFICADORES NO DIREITO
COMERCIAL
1ª fase - Condição do sujeito: aquele matriculado nas
corporações de mercadores

2ª fase - Natureza do objeto: atos de comércio

3ª fase - Conjunto de relações decorrentes da atividade


empresarial, atividade organizada.
LEGISLAÇÃO EMPRESARIAL NO BRASIL

Até 1831 Utilização de legislação estrangeira


o Príncipe Regente nomea comissão para elaborar um
1832
Código Comercial brasileiro.

1850

Promulgado o Código Comercial brasileiro, lei nº


556 de 25 de junho de 1850 .
Em 1850, através do Decreto nº 737, foram

BRASIL enumeradas as atividades consideras mercantis no Brasil.


O documento teve como intuito de definir quais matérias
estariam afetadas aos Tribunais de Comércio.

 Compra e venda de bens móveis para revenda ou locação


 Câmbio de moeda
 Bancos
 Transportes de mercadorias
 Fabricação, consignação e depósito de mercadorias
 Espetáculos públicos
 Contratos marítimos
 Fretamento de navios
 Títulos de créditos em geral
2003 Entra em vigor o Código Civil brasileiro, lei n.
10.406, de 10 de janeiro de 2002.

Tendo em vista a impossibilidade de classificar os


Atos de Comércio num só documento e a própria
dinâmica da sociedade capitalista, houve a união
das leis civis e empresariais num só documento, o
Código Civil.

A matéria relativa ao direito empresarial está


regulada, em parte, nesse Código. Os atos praticados
pelo empresário podem ser chamados de ato da
empresa.

Você também pode gostar