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20/02/2021

TEMPO DO CRIME
Quando o crime considera-se praticado?

Código Penal:

Art. 4º - Considera-se praticado o crime no


momento da ação ou omissão, ainda que
outro seja o momento do resultado

TEMPO DO CRIME
Teorias sobre o tempo do crime:

1 - atividade

2 - resultado

3 - ubiquidade (ou mista)

TEMPO DO CRIME
Qual foi a teoria adotada pelo Código Penal?

A imputabilidade do agente deve ser aferida no


momento em que o crime considera-se
praticado.

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CONFLITO APARENTE ENTRE NORMAS

Conceito:

Requisitos para sua ocorrência:


a) unidade do fato (há somente uma infração penal);
b) pluralidade de normas (duas ou mais normas
pretendendo regulá-lo);
c) aparente aplicação de todas as normas à espécie;
d) efetiva aplicação de apenas uma delas.

CONFLITO APARENTE ENTRE NORMAS


Princípios que solucionam o conflito aparente de normas:

1 - Princípio da Especialidade: (Lex specialis derogat generali)

Lei especial é a que possui todos os elementos da geral e mais alguns,


chamados especializantes.

CONFLITO APARENTE ENTRE NORMAS


Exemplo de aplicação do princípio da especiliadade:

Homicídio simples:

Art. 121. Matar alguém:

Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Infanticídio

Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o
parto ou logo após:

Pena - detenção, de dois a seis anos.

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CONFLITO APARENTE ENTRE NORMAS


Princípios que solucionam o conflito aparente de normas:

2 - Princípio da Subsidiariedade:

Norma subsidiária é aquela que descreve um grau menor de


violação de um mesmo bem jurídico, isto é, um fato menos
amplo e menos grave.

A norma que descreve o “todo”, ou seja, o fato mais abrangente, é


chamada de norma primária.

CONFLITO APARENTE ENTRE NORMAS


A norma primária prevalece sobre a secundária.

Ex.: sujeito dispara arma de fogo sem, no entanto, atingir a vítima.

Art. 132 do CP (periclitação da vida e da saúde)?

OU

Art. 121 c/c 14, II, do CP (homicídio tentado)?

A lei primária abarca a subsidiária.

CONFLITO APARENTE ENTRE NORMAS


Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo
direto e iminente:

Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato


não constitui crime mais grave.

Art. 121. Matar alguém:

Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

(C/C art. 14, inciso II, do CP – tentativa)

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CONFLITO APARENTE ENTRE NORMAS


A subsidiariedade pode ser:

1) Expressa ou explícita: quando a própria norma reconhece seu


caráter subsidiário. Ex.: art. 132 do CP (... se o fato não constitui
crime mais grave).

2) Tácita ou implícita: a norma nada diz, mas, diante do caso


concreto, verifica-se sua subsidiariedade.

Ex.: Roubo (art. 157) e Constrangimento Ilegal (art. 146)

CONFLITO APARENTE ENTRE NORMAS


Princípio da consunção:

Conceito:

Hipóteses em que ocorre a consunção:

1) Crime progressivo: ocorre quando o agente pretende, desde


o início, cometer crime mais grave, pratica, por meio de atos
sucessivos, crescentes violações ao bem jurídico.

CONFLITO APARENTE ENTRE NORMAS


Hipóteses em que ocorre a consunção:

2) Crime complexo: é o crime que resulta da fusão


de dois ou mais delitos autônomos.

Ex.: Extorsão mediante sequestro (CP, ART. 159),


constituído por extorsão (CP, art. 158) + sequestro
(CP, art. 148).

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CONFLITO APARENTE ENTRE NORMAS


3) Progressão criminosa:

Há três subespécies de progressão criminosa:

3.1) Progressão criminosa em sentido estrito: ocorre quando


o agente deseja produzir inicialmente um resultado e, após atingi-
lo, decide prosseguir e reiniciar a agressão, acarretando uma
lesão mais grave.

Ex.: marido que provoca lesão corporal na esposa. Após golpeá-la


e machucá-la, resolve matá-la.

CONFLITO APARENTE ENTRE NORMAS


Diferença entre crime progressivo e progressão criminosa em
sentido estrito:

Crime progressivo: há unidade de desígnios. Desde o início a


pretensão era praticar um crime mais grave.

Progressão criminosa em sentido estrito: há pluralidade de


desígnios. Inicialmente, havia a intenção de praticar um crime
menos grave.

CONFLITO APARENTE ENTRE NORMAS


Subespécies de progressão criminosa (continuação):

3.2) fato anterior não punível:

Ex.: sujeito que arromba a porta de uma casa, invadindo-a e dela


subtraindo a importância de R$ 1.000,00 responde por furto qualificado
(CP, art. 155, § 4º). Não responde pelos crimes de dano e violação de
domicílio.

3.3) fato posterior não punível:

Ex.: Sujeito falsifica um documento e depois usa o documento falsificado.

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CONFLITO APARENTE ENTRE NORMAS


Princípio da alternatividade: ocorre quando a norma
descreve várias formas de realização da conduta
típica, em que a realização de uma, alguma ou todas
configura um único crime.

Ex.: art. 33 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas).

Neste caso, na verdade, não há conflito entre normas,


mas conflito interno da própria norma.

LUGAR DO CRIME
Lugar do crime – art. 6º do Código Penal

Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que


ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte,
bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.

LUGAR DO CRIME
Lugar do crime – art. 6º do Código Penal

Onde o crime considera-se praticado?

Teoria da atividade
Teoria do resultado
Teoria da ubiquidade ou mista

Qual foi a teoria adotada no Brasil?

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LUGAR DO CRIME
Para que serve a regra do lugar do crime?

Para definir quais crimes podem ser considerados


como praticados no Brasil.

É uma regra que só tem relevância para os chamados


crimes a distância ou de espaço máximo.

Eficácia da sentença estrangeira


Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei
brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode
ser homologada no Brasil para:

I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e


a outros efeitos civis;

II - sujeitá-lo a medida de segurança.

Eficácia da sentença estrangeira


Art. 9º - [...]

Parágrafo único - A homologação depende:

a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;

b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o


país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de
tratado, de requisição do Ministro da Justiça.

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Eficácia da sentença estrangeira


Quem tem competência para homologar a sentença

estrangeira?

O STJ:

CF, art. 105, I, i

Eficácia da sentença estrangeira


Quando a sentença estrangeira precisa ser homologada:

1) Para obrigar o condenado a reparar o dano, a restituir algum bem ou produzir


qualquer outro efeito civil (depende de requerimento do interessado e a lei
brasileira precisa prever os mesmos efeitos para a situação concreta).

2) Para sujeitar o condenado a uma medida de segurança (desde que a lei brasileira
também preveja os mesmos efeitos para a hipótese, que exista tratado de extradição
como país de origem ou requisição do Ministro da Justiça).

A sentença estrangeira pode ser homologada para que alguém cumpra uma pena
a que foi condenado em outro País???

Eficácia da sentença estrangeira


A sentença estrangeira NÃO precisa ser homologada:

> Para produzir reincidência;

> Para impedir a obtenção de sursis;

> Para aumentar o período para obtenção de livramento condicional.

> Para acarretar a revogação do sursis (CP, art. 81) ou do livramento


condicional (CP, art. 86 e 87).

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Contagem de prazos penais

Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo


do prazo. Contam-se os dias, os meses e os
anos pelo calendário comum.

Contagem de prazos penais


São prazos penais todos aqueles que interferem de alguma
maneira, de forma direta ou indireta, no exercício do jus puniendi
estatal.

Exemplos: prazo de cumprimento da pena, prazo para


representação, prazo de prescrição etc.

Computa-se o dia do começo e exclui-se o dia final.

Exemplo: pena de 1 ano de reclusão iniciada em 9 de março de


2020 estará cumprida no dia 8 de março de 2021.

Frações não computáveis de pena

Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de

liberdade e nas restritivas de direitos, as frações

de dia, e, na pena de multa, as frações de

cruzeiro.

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Frações não computáveis de pena


Exemplo:

Pena de 3 anos e 4 meses de reclusão, com redução de 1/3:

3 anos e 4 meses – 1/3 = 2 anos 2 meses 9 dias 2 horas 9


minutos e 36 segundos.

Qual a pena final??? 2 anos 2 meses e 9 dias.

Critério (ou princípio) da especialidade

Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-

se aos fatos incriminados por lei especial, se

esta não dispuser de modo diverso.

Critério (ou princípio) da especialidade

Regra: disposições do Código Penal aplicam-se a todas

as leis especiais.

Exceção: quando a lei especial dispuser de modo

contrário.

Ex.: CP, art. 109 x Lei 11.343/2006, art. 30.

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