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Capítulo 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: Conceituação e histórico da brincadeira

O lúdico como caminho da aprendizagem é algo que já vêm desde os primórdios


da humanidade, segundo os historiadores é um comportamento que faz parte dos
homens criar formas de perpetuar o conhecimento, tal afirmação pode ser identificadas
em achados arqueológicos datados do Século IV a.C.
Já Grécia antiga é incentivada a aprendizagem por meio de brincadeiras e jogos.
As brincadeiras e os jogos acrescentam e muito nos aspectos formativos do ser humano,
mas foi a partir do século XVIII, que as ideias sobre a importância do lúdico na
aprendizagem ganharam força e começaram a ter uma conotação mais acadêmica, se
podemos falar nesses termos.
A brincadeira já faz parte da vida do ser humano logo no início das primeiras
civilizações, é nítido de se ver que seja qual for a cultura que ela esteja inserida seja ela
brincadeira individual ou coletiva. Outros filósofos já citavam a importância da
brincadeira na infância desde os tempos antigos. (Alexandre Santana, 2011, p. 20)
mencionou que:

Platão, já em meados de 367 a.c., apontou a importância da utilização dos


jogos para que o aprendizado das crianças pudesse ser desenvolvido afirmava
que em seus primeiros anos de vida os meninos e meninas deveriam praticar
juntos atividades educativas através dos Jogos, Rabelais, no Século XV d.C.,
já proclamava que o ensinamento deveria ser através dos jogos, dizendo a
todos que deveriam ensinar às crianças o gosto pela leitura, pelo desenho,
pelo jogo de cartas e fichas que serviam para ensinar a aritmética e até
mesmo a geometria.

A médica psiquiatra e pedagoga Maria Montessori (1907-1952) desenvolveu


recursos e métodos que até os dias de hoje são usados na sala de aula para auxiliar no
aprendizado, tais como a utilização de números e letras formatados em placas de
compensados, alfabeto móvel dente outros.
Montessori criou uma metodologia de estímulo de aprendizagem denominado
método lúdico da “linha ou aula rítmica” o qual se trabalha a consciência da criança em
sua realidade. O método é constituída em 5 fases, ou seja:
1ª fase atenção, buscar chamar atenção das crianças;
2ª fase concentração sem esforço, andar na linha naturalmente;
3ª fase concentração com esforço, trabalhar o domínio dos menores gestos;
4ª fase desconcentração, quando a criança se expande e usa a criatividade e a
espontaneidade;
5ª fase relaxamento sendo o momento em que as crianças são convidadas a
ficarem em silencio.
Kishimoto (1995), fala que a cultura vê a criança de um jeito diferente, porque
antigamente elas eram vistas como um ser sem valor, só no século XVIII, resolvem
valoriza-a fazendo valer os direitos que são inatos a criança, dando extrema ao amparo
infantil e elaborando um método educacional inovador, então a partir do renascimento a
brincadeira passa a ser uma forma de desenvolvimento da inteligência facilitando o
estudo.
Já para Vygotsky (2011), o ser humano se desenvolve no aprendizado com outro
com outro ser humano, é a aprendizagem através da vivencia social, que ele conceitua
como zona de desenvolvimento próxima (ZDP). Quando a criança vence os obstáculos
compreensão das coisas ela alcança a zona de desenvolvimento real (ZDR), que lhe
capacita realizar tarefas de forma independente.
É importante o “brincar” no desenvolvimento da criança para criar motivação,
autoestima e desempenho na escola e tem melhores favorecimento quando realizada
logo na infância, pois favorece aspectos cognitivos, afetivos e sociais, como podemos
constatar na leitura ao longo da história.
1.1 Brincadeira como fonte de sabedoria e história da civilização: Os jogos e
brincadeiras existentes hoje, no brasil são resultados dessa miscigenação, uma herança
deixada por nossos antepassados e devem ser preservados, valorizados e utilizados para
o ensino de nossos alunos.
Vygotsky diz que, “é no brinquedo que a acriança aprende a agir numa esfera
cognitiva, em vez de uma esfera visual externa, dependendo das motivações e
tendências internas”. Ainda de acordo com esse autor, antes de aprender a falar e
escrever. A criança sabe como fazer coisas sem perceber que sabe.
O planejamento de atividades lúdicas e o acompanhamento do brincar cabem ao
educador, para que toda criança consiga se desenvolver, objetivo este que tem
inicialmente a educação infantil, durante a qual deve ser parte integrante do
planejamento pedagógico, para poder proporcionar o crescimento da criança no
ambiente escolar, portanto é papel do professor de educação infantil estruturar, intervir,
favorecer o brincar da criança na escola.
1.2 Conceituação de brinquedo: O brinquedo não é apenas um instrumento
notório para criança, pois tem valor, sentimentos, emoções e comportamentos que
podem ser vistos quando a criança está brincado. O brinquedo favorece a autonomia,
aguça o cognitivo e a imaginação, como também propicia momentos de alegria e prazer.
No século XV, alguns autores e filósofos já sustentavam a ideia de que a
infância era uma fase da vida de nós seres humanos onde a brincadeira deveria ser
estimulada com jogos, brincadeira, brinquedos, entre outras formas de recursos
didáticos. A autora Oliveira (2012, p. 15) define que:

Nas palavras de Fröbel, o primeiro Educador a enfatizar a Importância do


lúdico na Educação Infantil, a brincadeira não é trivial, ela é atualmente séria
e de profunda significância. Alguns Filósofos garante que brincar é a base da
Cultura de um povo, Brincadeiras tradicionais vêm sendo transmitidas de
uma Geração à outra, de um país para o outro, há centenas, Milhares de anos.

A história da brincadeira começou com os nosso antepassados e nos faz entender


a forma que o brincar ajuda a criança com seu desenvolvimento tanto social, físico,
motor e psicológico.
Quando se fala da história do brinquedo se referimos aos tempos antigo onde os
adultos construíam os mesmos e brincavam com as crianças, as brincadeiras, jogos e
brinquedos fazia parte da cultura e da sociedade onde moravam. Na leitura Zatz (2006,
p.18-19) define bem com as palavras ao dizer que:

A história do brinquedo e tão antiga quanto a história do homem. Estudiosos


do assunto dizem até que os brinquedos podem contar A história do próprio
homem e sua evolução social, cultural e até política. Muitos brinquedos que
conhecemos hoje tem suas origens nas mais antigas civilizações. É o caso das
bonecas, por exemplo: As primeiras bonecas que foram construídas,
possivelmente há Quarenta anos, na Ásia, e na África, eram usadas em
rituais. Outros exemplos são piões, que, por volta do ano 3000 a.C, Na
Babilônia, era feitos de argilas e tinham as bordas decoradas com desenhos
ou relevos representando formas humanas ou Animais.

O trabalho faz parte da vida dos adultos na sociedade antiga e com isso os pais
não tinha tanto tempo de ficar com seus filhos mais os mesmo sempre arrumava um
jeito de estreitar os laços com as crianças para que pudessem compartilhar momentos
bons através das brincadeiras, então depois que terminavam seus horários de trabalho os
pais caiam na brincadeira com seus filhos.
Aries (1981 p.79) relata isso muito bem ao dizer:
Por outro lado, os jogos e os divertimentos estendiam-se muito além dos
momentos furtivos que lhes dedicamos: formavam um dos principais meios
de que dispunha uma sociedade para estreita seus laços coletivos, para se
sentir unidos. Isso se aplicava a quase todos os jogos, mas esse papel social
aparecia melhor nas grandes festas sazonais e tradicionais.

No contexto do cenário brasileiro os índios, os portugueses e os negros foram os


precursores dos modelos e maneiras de desenvolvimento do lúdico preconizados no
ambiente escolar até os dias de hoje, expressado na riqueza e manifestado na
miscigenação cultural dos povos. Assim, o Brasil se tornou um país rico do ponto de
vista cultural e educacional, devido a uma grande mistura de raças e povos, cada um
com suas culturas e crenças, surgindo expressões linguísticas, folclóricas, danças e
expressões cênicas que contribuíram e contribuem no imaginário da criança que é,
didaticamente, apropriados como recursos de aprendizagem mediando o visão do
mundo como o imaginário da criança e a construção do conhecimento formal.
No Brasil, mesmo com a riqueza da miscigenação cultural, o lúdico como
recurso didático surge de forma lenta, mas a partir da independência do país podemos
registrar as primeiras discussões sobre os direitos da criança e do adolescente incluso no
código criminal de 1830, primeira lei imperial penal, nesse período da história, crianças
e adolescentes passaram a ter seus crimes atenuados, o que era um avanço, já que a
criança não era tida como um ser ainda em desenvolvimento e que não tinha consciência
dos seus atos.
Por que enfatizamos a questão do reconhecimento da criança como um ser em
desenvolvimento? Porque para se tratar métodos ou recursos didáticos que foque a
criança como o centro primordial do processo de aprendizagem é imprescindível que
seja reconhecido a sua condição especial de aprendizagem. Fato, aliás, que pode se
constatado ao longo da história com a impressão de vários teóricos que contribuíram
para na definição de conceitos e métodos a serem utilizados no processo de ensino-
aprendizagem com as crianças.
Mas vejamos os outros aspectos conceituais sobre essa questão no início do
Século XX quando surgiram três leis essenciais que buscavam atender a realidade da
criança na sociedade brasileira, quais sejam: o Código de Menores de 1927, que
judicializou a concepção de infância e passou a responsabilizar o estado pelo
atendimento as crianças abandonadas, institucionalizadas e delinquentes; o Código de
Menores de 1979, que alterou pouco o anterior; e, o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) de 1990, que foi o grande passo em relação aos direitos da criança
e do adolescente.
Em 1999 surgiu no brasil por meio de iniciativas da secretaria de educação
básica (SEB) e da secretaria de educação a distância, o programa RIVED (rede
interativa virtual de educação), cujo objetivo é estimular o raciocínio e pensamento
crítico dos alunos, utilizando a informática para a aprendizagem de novas abordagens
pedagógicas.

Capítulo 2 O LÚDICO COMO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Como se tem falado e estudado muito do fenômeno do brincar, e da importância


de as crianças brincarem para ajudar em seu desenvolvimento. É importante entender do
que se fala quando se fala em brincar e perceber a relevância de um tempo no cotidiano
das crianças destinado a um brincar de qualidade em um espaço adequado, materiais
interessantes para as crianças e que estimulem a criatividade. Não basta deixar brincar,
aos adultos é preciso olhar um pouquinho mais para as crianças, perceber suas
necessidades e assim tentar entender e estimular a brincadeira.
Grandes mudanças ocorreram na sociedade nas últimas décadas a exemplo da
organização familiar na qual à família passou da responsabilidade de um pai que
trabalha, uma mãe que fica em casa com as crianças e as crianças vão para escola em
apenas um período, tendo o restante do dia para brincar, para uma estrutura familiar
onde o pai e mãe trabalhando, as crianças desde muito cedo vão para as creches ou a
escola em tempo integral. Mudanças que alteram a organização social das famílias
atualmente.
O brincar e a própria infância assumem novos contornos, assim a escola está
tendo que se adaptar a essas mudanças. Para Kishimoto (2001), a urbanização, a
industrialização e os novos modo de vida fizeram com que a criança fosse esquecida e
que a infância se encerrasse, transformando a criança em um precoce aprendiz. A
criança deve aprender tudo o que conseguir, frequentar todas as aulas que os pais
possam pagar, procurando um futuro bom, uma profissão interessante e lucrativa.
As mães saírem para trabalhar foi uma das mudanças mais importantes da
sociedade atual e com isso a educação infantil começar a tomar espaço, o
reconhecimento dessa fase de ensino aumenta, a escola para as crianças pequenas passa
a ser vista com mais do que um ambiente para deixar as crianças enquanto as mães
trabalham. Algumas crianças passa boa parte do seu dia na escola e esse ambiente deve
pensar nas suas necessidades, realizar atividades que respeitem a infância, além
daquelas de necessidades básicas, como comer, dormir ou tomar banho. Brincar é um
direto de toda criança é segundo Leontiev (2006), a principal atividade das crianças
pequenas, pois é ela que vai impulsionar a criança para outro nível de desenvolvimento.
Brincar não é apenas um conceito subjetivo e uma atividade necessária para o
desenvolvimento da criança, pois, é por meio do “brincar” que as crianças descobrem o
mundo e se comunicam, e se inserem em um contexto social como sujeitos de meio em
que vivem. Se o brincar é social, a criança não brinca sozinha, ela tem um brinquedo,
um ambiente, uma história, um colega um professor que media essa relação que faz do
brincar algo criativo e estimulante, ou seja, a forma que o brincar é mediado pelo
ambiente é importante para que seja de qualidade e realmente ofereça a oportunidade de
diferentes aprendizagens para a criança sabendo disso, as instituições de educação
infantil que respeitam os direitos e as necessidades das crianças não podem deixar de
incluir o brincar no currículo, espaço próprio e incentivo por parte da direção e da
professora.

2.1 BRINCAR, APRENDIZAGEM E MEDIAÇÃO

Para Vigotski (2007), na abordagem histórico-cultural, brincar é satisfazer


necessidades com a realização de desejos que não poderiam ser imediatamente
satisfeitos. O brinquedo seria um mundo ilusório, em que qualquer desejo pode ser
realizado. As duas principais características colocadas pelo autor são as regras e a
situação imaginária sempre presentes nas brincadeira. A brincadeira de casinha é um
exemplo do brincar das crianças pequenas, em que o imaginário reina, mas certas regras
de comportamento deve ser seguida. Com o passar do tempo, as regras vão tomando
mais espaço e a situação imaginária vai diminuindo, como num jogo de queimada em
que as regras são primordiais, mas a situação imaginária de dois lados opostos em
“guerra” e de comportamentos diferentes daquele da vida real não deixam de existir.
O brincar é uma atividade difícil de ser caracterizada, o que se deve ao ser
caráter subjetivo, mas pode-se afirmar que é social e livre dado que é uma atividade
ninguém que depende do desejo e vontade de participar e não um condição obrigatória,
porque possui regras e uma situação imaginária criada pelos envolvidos no “brincar”. É
atividade dominante na infância e é por meio dela que as crianças começam a aprender
e a desvelar o mundo real a partir da criatividade e do imaginário, fazendo, por vezes,
uma sobreposição entre o real e a fantasia.
Segundo a teoria de Vigotski (2006), aprendizagem e desenvolvimento não são
sinônimos para o autor já que a aprendizagem de uma criança e seu desenvolvimento
estão ligados entre si desde seus primeiros anos de vida. Assim, a aprendizagem deve
ser coerente com o desenvolvimento da criança e sua capacidade de aprender. Esse
processo ocorre através da zona de desenvolvimento proximal em que a criança se
encontra no seu desenvolvimento com o meio social.
A zona de desenvolvimento proximal é um conceito importante da teoria de
Vigotski (2007). O autor determina dois níveis de desenvolvimento: o real que
representa o que a criança já consegue realizar sozinha; e, o potencial que significa
aquelas atividades na qual a criança tem capacidade de realizar, mas ainda não o faz. A
zona de desenvolvimento proximal ou ZDP se encontra entre esses dois níveis de
desenvolvimento e ela representa o que a criança consegue realizar, mas contando com
a ajuda de um mediador no processo de apreensão do conhecimento e do mundo real. O
que está na ZDP hoje, amanhã pode ser desenvolvimento real, ou seja, é essencial para o
aprendizado da criança que seja estimulado e provocado a ZDP.
Para Vigotski (2007) o brinquedo tem uma finalidade de estimular a criança
passando a ser não apenas uma percepção de um objeto, mas como uma representação
da sua visão em relação ao imaginário ou ao mundo real na visão dela. Por exemplo
quando vê uma folha de papel e imediatamente a rasga ou amassa, ela começa a dirigir
suas ações de um forma independente daquilo que ela vê, ela pode ver uma folha de
papel e brincar de “aviãozinho”. Forma-se uma nova relação entre o que a criança vê,
sua percepção visual, e o que a criança pensa, o significado que aquela ação e aquele
objeto tem para ela naquele momento um pedaço de madeira pode deixar de ser
simplesmente um pedaço de madeira, para a criança ela pode se tornar um cavalo.

2.2 O BRINCAR
O brincar para as crianças é uma das atividades mais prazerosas que existe onde
elas interagem uma com as outras, desenvolvendo capacidades importantíssimas, tais
como: a imaginação, a imitação e a memória. Segundo Dornelles (2001, p.104) “o
brincar é uma forma de linguagem que a criança usa para interagir consigo, com outros,
com o mundo.”
É brincando que a criança se percebe como ser livre, escolhe com quem quer
brincar, assim faz com que elas forme e tome suas próprias decisões. É a partir desse
momentos de distrações que a criança desenvolve sua autonomia e começa a descobrir-
se enquanto um ser pensante com identidade própria. Desse modo, “a criança se
expressa pelo ato do lúdico e através desse ato que a infância carrega consigo as
brincadeiras [...]” (DORNELLES, 2001, p. 103).
Já na brincadeira do faz-de-conta podemos perceber claramente dois principais
desenvolvimento das crianças que são eles: a autonomia e a identidade de cada uma
delas pois as crianças aprendem a reconhecer as pessoas ao seu redor. Através desse
faz-de-conta que elas formam sua própria identidade como pessoa. Imitando um adulto
ou até mesmo um animal, a criança vai virando a personagem da sua própria história, ou
seja, elas escolhem quem querem ser.

Ao brincar de faz-de-conta, a criança transforma objetos que, muitas vezes


para nós adultos, nada tem a ver com o que ela leva nas mãos: uma tampa de
panela passa a ser o manche do avião, ela serve como representação de uma
realidade ausente e ajuda a criança a separar o objeto e significado.
(DORNELLES, 2001, p. 105)

2.3 A NECESSIDADE DO BRINCAR NO PROCESSO EDUCATIVO DA


CRIANÇA.

O desenvolvimento infantil requer um processo educativo e muita compreensão


pois trabalhar com criança pequena não e tarefa fácil pois as mesmas precisam de
atenção e muito cuidado especiais, até porque não conseguem fazer tudo sozinhas
precisam de ajuda do professor ou cuidador.
Acerca do educar, o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil
(RCNEI) relata que:
Educar significa, portanto, proporcionar situação de cuidados,
brincadeiras e aprendizagem orientadas de formas integradas e que
possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de
relações interpessoal, de ser e estar com os outros [...].
(BRASIL,1998, p.23)

É convivendo juntas que as crianças aprendem coisas uma com as outras,


dividem experiências e sempre querem saber o porquê das coisas que observam ao seu
redor.
Segundo Barbosa e Horn (2008, p.87), “a pedagogia de projetos vê a criança
como um ser capaz, completos, com um intenso potencial e desejo de crescer”. Pois, é
na fase da infância que as ideias chegam com mais facilidade, tudo querem saber e fazer
igual, olhar e tocar todas as coisas que veem. Através disso cabe o professor trabalhar
com atividades dinâmicas e criativas, assim possibilitando-se uma melhor compreensão
e visão de mundo, a criança que brinca aumenta cada vez mais sua fonte de
conhecimento, por isso, segundo Barbosa e Horn (2001.p.67):

É importante que o educador observe o que as crianças brincam, como


estas brincadeiras se desenvolvem, o que que mais gostam de fazer,
em que espaços gostam de ficar, o que lhe chama atenção, em que
momento do dia estão mais tranquilos ou mais agitados. Estes
conhecimentos é fundamental para que a construção espeço-temporal
tenha mais significado. (BARBOSA; HORN, 2001.p.67)

2.4 DA ANTIGUIDADE AOS DIAS DE HOJE

Na antiguidade, as crianças participavam, tanto quanto os adultos, das mesmas


festas, dos mesmos ritos e brincadeiras. Nessa época o trabalho não ocupava tanto
tempo do dia e nem tinha o mesmo valor existencial que é lhe atribuímos nos dias de
hoje. A participação de toda a sociedade, sem discriminar idade, nos jogos e
brincadeiras era um dos meios de que a sociedade se dispunha para estreitar seus laços e
se sentir unida.
Durante muito tempo, o brincar foi visto apenas como uma recreação ou um
momento em que se livrava a criança das preocupações do mundo adulto. É com esse
pensamento que o romantismo considera a criança um ser frágil e rico em pureza, e,
dessa forma a brincadeira passa a ter o papel de resguardar a inocência infantil.
[...] é apena com a ruptura do pensamento romântico que a
valorização da brincadeira ganha espaço na educação das crianças
pequenas. Anteriormente a brincadeira era geralmente considerada
como fuga ou recreação, e a imagem social da infância não permita a
aceitação de um comportamento infantil, espontâneo, que pudesse
significar algum valor em si. (WAJSKOP, 1999)

Os trabalhos de Comenius (1593), Rosseau (1972) e Pestalozzi (1746), na


Europa, contribuíram, ao lado do protestantismo, para o nascimento de um novo sentido
de valorização da infância. Essa valorização, baseada numa concepção idealista e
protetora da criança, aparecia em propostas voltada para a educação e centrada na
recreação. Deu-se início a elaboração de métodos próprios para a educação infantil, seja
em casa, seja em instituições especificas para tal fim.

Considere, então, que esse foi o primeiro passo para que a educação das crianças
fosse vista de uma forma privilegiada, já que se unia de certa forma, a brincadeira a
educação, ou seja, a necessidade que a criança tem de brincar passava a ser respeitada
pela sociedade e vista como uma possibilidade de educá-las. No entanto, a sociedade
determinava o que as crianças se tornariam a partir da educação, e isso nos leva a
perceber que a educação não as deixava livres para escolhas.

A criança passou a ser, a partir dessa época, cidadã com imagem


social contraditória, uma vez que ela era, ao mesmo tempo, o reflexo
do que o adulto e da sociedade queriam que ela fosse e do que temiam
que se tornassem. As crianças eram vistas, ao mesmo tempo, livres
para se desenvolver e educadas para não exercerem sua liberdade.
(WAJSKOP, 1999)

Alguns pedagogos como Frederich Fröbel (1782-1852), Maria Montessori


(1870-1909), Ovide Decroly (1871-1932), influenciados pela filosofia de sua época,
romperam com a educação tradicional e contribuíram para uma educação própria para
as crianças pequenas. As ideias desses pedagogos fizeram ser atribuída, a infância, tanto
no Brasil como nos outros países, uma categoria distinta da dos adultos, a partir da
brincadeira. Fröbel, Montessori e Décroly contribuíram, e muito, na superação de uma
concepção tradicionalista do ensino pré-escolar, inaugurando um período histórico no
qual as crianças passaram a ser respeitadas e compreendidas como seres ativos.
Entretanto, é preciso apontar suas limitações do uso de suas ideias nos dias de hoje.
Ainda nos anos de 1970 os pensamentos desses autores, através do movimento
da Escola Nova, influenciaram a educação brasileira. Os materiais didáticos, porém,
passaram a ser utilizados aleatoriamente, pois não eram vinculados aos processos
cognitivos, tratava-se de uma visão da educação, o que leva um determinado tempo para
ser interpretado corretamente. Mas, atualmente, devemos compreender que as ideias
desses pedagogos sobre a utilização de jogos e materiais didáticos devem ser postas em
prática dentro de um contexto, para que a criança possa atribuir um significado ao que
lhe permite está sendo ensinado. Apesar de grande contribuição que os materiais
didáticos, em geral, proporcionam para a educação infantil, e auditiva, através do uso de
brinquedos, desenho e músicas ritmadas. Os professores não devem se limitar ao seu
uso, sob pena de estarem diminuindo as habilidades da criatividade e da imaginação das
crianças, impedindo-as de possuírem autonomia com relação à brincadeira.

[...] a maioria das escolas tem didatizadas a atividade lúdica das


crianças, restringindo-a a exercícios repetidos de discriminação visual,
motora e auditiva, através do uso de brinquedos, desenhos, e músicas
ritmadas. Ao fazer isso, ao mesmo tempo em que bloqueiam a
organização independente das crianças para a brincadeira, essas
práticas pré-escolares, através do trabalho lúdico didatizado,
infantilizam os alunos, como se sua ação simbólica servisse apenas
para exercitar e facilitar (para o professor) a transmissão de
determinada visão de mundo, definido a priori pela escola.
(WAJSKOP, 1999)

No decorrer da história da brincadeira, podemos perceber que ainda há muito o


quê se fazer pela educação para que os professores e as escolas em geral possam
compreender que a brincadeira não é apenas um mecanismo incentivador da educação,
mas também um meio de se compreender o desenvolvimento da criança como um todo.
A criança deve ter a liberdade de escolher o tema da brincadeira, assim como
estabelecer regras e sugerir temas a serem desenvolvidos.
Dessa forma, estamos falando da brincadeira vinculada a educação para ter
sentido para as crianças, tornando-as agentes da construção do seu próprio
conhecimento. A brincadeira é uma experiência livre e deve ser vivenciada da melhor
forma possível, pois é por ela e através dela que a criança desperta suas habilidades
mais precisas para um bom desenvolvimento, que a conduzirá durante toda a sua vida.
3- Capítulo: Atividade Lúdica no Ambiente Escolar

Quando falamos em ambiente escolar não podemos esquecer das atividades lúdicas pois
é uma fase que começa desde a pré- escola, através do lúdico a criança se conecta com outras
crianças, com adultos e até mesmo com o mundo através da imaginação é brincando que a
criança aprende e compartilha conhecimento com outras crianças.

O lúdico na escola é uma fase essencial mas requer um cuidado, pois é nesse espaço que os
professores oferecem as crianças oportunidades e experiências para o seu desempenho e
aprendizagem.

No ambiente escolar a criança aprende a brincar, se socializar, ver o mundo de outra forma.
Interagir com grupos se torna algo fácil, aprender a dividir, competir, cumprir regras se torna
algo prazeroso. Sabendo disso a escola pode adquirir o uso de materiais concretos e de jogos
brincadeira para facilitar ainda mais esse desenvolvimento da criança.

A atividade lúdica em sala de aula é um recuso pedagógico importante em que o professor


estimula o conhecimento, da criança pois no mesmo que ela brinca, se diverte ela produz e
transfere conhecimento para outras crianças, em relação ao lúdico e aprendizagem kishimoto (
2011.p41) afirma que:

Quando as situações lúdicas são intencionalmente criadas pelo adulto

Com vistas a estimular certos tipos de aprendizagem, surgi a

Dimensão educativa. Desde que mantidas as condições para a

Expressão do jogo, ou seja, a ação intencional da criança para

O brincar, o educador está potencializado as situações de

Aprendizagem.

Assim através da atividade lúdica o professor forma uma dimensão educativa de forma uma
intencional, com objetivos estabelecidos, tendo em vista, desenvolver aprendizagem nos
alunos.
O grande desafio da escola está em garantir um padrão de qualidade para todos,
respeitando as diversidades locais, tais como; social, cultural e biológica de cada aluno. Neste
sentido, Gadotti( 1992,p.82) fala que:

A escola não deve apenas transmitir conhecimento, mas também

Se preocupar com a formação global dos alunos, numa visão em

Que o conhecer e o intervir no real se encontrem. Mas, para isso, é

Preciso saber trabalhar com as diferenças: é preciso reconhece-las,

Não camufla-las, aceitando que, para conhecer a mim mesmo,

Preciso conhecer o outro.

O papel do educador é utilizar a ludicidade como uma ferramenta principal para a formação
do educando, com os jogos e brincadeiras a criança explora o ambiente escolar de outras
formas que só ela sabe o sentimento que ela sente fazendo aquilo daquela forma tão
prazerosa pra ela isso se torna algo bom, pois é assim que ela aprende as coisas que estão ao
sei redor se torna mais fácil na visão dela.

A ludicidade se torna um instrumento importantíssimo no ambiente escolar pois cada


criança pode avançar de forma diferente no seu processo de vida, se torna um auxílio
indispensável para a aprendizagem de cada um.

Quando a criança aprende brincando ela não se cansa, não se exausta, só quer continua
brincando e aprendendo cada vez mais, isso se torna algo prazeroso pra ela, cada vez mais que
explorar as coisas que estão ao seu redor e isso ajuda muito em vários sentidos da sua vida.

E importante o professor utilizar o brincadeiras que as crianças aprender regras e as


compartilham com outras crianças, brincadeiras que deixem as livres e o principal interagir
junto com elas, pois quando o professor da criança brinca com ela naquele momento ele deixa
de ser educador e se torna mais que isso, se torna um amigo, um companheiro de
brincadeiras, se torna uma pessoa que ela pode confiar.

Acredita-se que a brincadeira é fundamental porque as crianças aprendem brincado.


Ao interagirem entre si, as crianças vivenciam situações familiares e de trabalho, com
isso a brincadeira se transforma em um fator educativo no processo pedagógico. Se o
professor considerar que a brincadeira deve ocupar um espaço central na educação
infantil, ele estará possibilitando as crianças uma maneira criativa de socializar e
compartilhar o conhecimento.

Para Kishimoto (1997, p.37), isso significa “transportar para o campo do ensino a
aprendizagem, condições para maximizar a construção do conhecimento, introduzindo
as propriedades do lúdico do prazer, da capacidade de iniciação e ação ativa e
motivador”. Ou seja a brincadeira não é apenas uma atividade complementar, e sim
uma atividade pedagógica fundamental de ensino.
O professor deve primeiro observar as relações entre as crianças, seus interesses,
para a partir disso, tendo em vista os conhecimentos necessários para o processo
educativo, programar atividades viáveis que possibilitem uma aprendizagem
significativa tendo em vista que toda criança pode construir e ampliar conceitos na
interação de outras crianças ou individuais mais experientes, os quais ela não teria
condições de desempenhar sozinha.

Por meio da brincadeira a criança é inserida no meio social. As brincadeiras


assumem características diferentes nos vários períodos de desenvolvimento.
Se brinquedos são sempre suportes de brincadeiras, sua
utilização deveria criar. Momentos lúdicos de livre exploração,
nos quais prevalecem a incerteza do ato e não se buscam
resultados. Porém, se os mesmos objetos servem como auxiliar
da ação docente, buscam-se resultados em relação à
aprendizagem de conceitos e noções ou, mesmo, ao
desenvolvimento de algumas habilidades. Nesse caso, o objeto
conhecido como brinquedo não realiza sua função lúdica, deixa
de ser brinquedo para tornar-se material pedagógico.
(KISHIMOTO, 1994, p.14).

As crianças precisam usufruir tudo que a brincadeira lhes permite, ora nos jogos,
ora nas atividades de faz-de-conta, ora com o auxílio de bolas, brincadeiras de roda,
brincadeiras livres, etc. o professor não deve utilizar prêmios e recompensas como
instrumento de motivação e sim o prazer pela realização da atividade proposta.

Através das brincadeiras o professor pode observar o desenvolvimento das crianças


em conjunto ou em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens,
bem como as capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que dispõem.

Portanto é necessário que a escola tenha uma rotina escolar, com períodos
destinados ao jogo livre e com isso possibilitar a interação das crianças entre si. É pelo
brincar e repetir a brincadeira que a criança saboreia a vitória da aquisição de um novo
brincar.

3.1 Espaços de brincar

Historicamente a primeira ideia de brinquedoteca surgiu em 1934, em Lós Angeles,


para solucionar um problema causado pelo roubo de brinquedos de uma loja, pelas
crianças de uma escola municipal. Criou-se, então um serviço de empréstimo de
brinquedos (toy libraries) como um recurso comunitário utilizado até os dias de hoje
(cunha,1998).

Desta forma nascem duas outras funções da brinquedoteca: a educacional e a


terapêutica. No Brasil em 1971, realizou-se no centro de habilitação da APAE, em São
Paulo, uma exibição de brinquedos pedagógicos direcionados aos pais de crianças
excepcionais, aos profissionais e estudantes. O interesse pela exposição foi tão grande
que a APAE criou um setor de recursos pedagógicos para atender o publico. Isso nos
leva a admitir que entre nós a brinquedoteca já surgiu com um papel
educacional/terapêutico que parece estar sendo mantido provavelmente em função
do fraco apoio público e privado ao setor educacional(Friedmann, 1998).

Durante muito tempo acreditou-se que o ato de brincar deveria ser sem objetivos.
Hoje sabemos que por intermédio da brincadeira a criança terá objetivos. Hoje,
sabemos que por intermédio da brincadeira a criança terá uma experiência fictícia das
proibições que não compreende ou não aceita. Através do brincar a criança reproduz
situações, reivindicando e colocando a mostra seu desejo, aplicando sua capacidade de
falar, imaginar, agir, e pensar, pois tais atividades são essenciais para o
desenvolvimento integral da criança.

Para isso é necessário um local apropriado ao qual denominamos de brinquedoteca,


criado especialmente para crianças e tem como objetivo estimular a criatividade,
desenvolver a imaginação a comunicação e a expressão, a construção e a solução de
problemas, de colocar ao alcance da criança uma variedade de atividades que além de
possibilitar a ludicidade individual e coletiva, permite que ela construa seu próprio
conhecimento.

3.2 Oficinas pedagógicas

Nas oficinas lúdicas pedagógicas podemos trabalhar vários conteúdos como de


matemática, português, história, geografia, dança, musicas etc. por exemplo o ensino
com a musica é usado para desenvolver a oralidade dos alunos. A brincadeira de rodas
tem uma variação muito grande de exploração de ensino, como reconhecimento de
voz e coordenação motora quando se canta usando as mãos. Também pode-se
trabalhar nas oficinas o trabalho manual onde os alunos podem confeccionar seus
próprios brinquedos com materiais recicláveis.

Segundo Centurion; Sorel; Presser (2004), “jogos projetos e oficinas, artes na


educação infantil” devem ser facilitados pelo educador e isto acontece quando o
mesmo permite a criança admirar ao vivo uma obra de arte para perceber a tinta, a
textura, apreciar uma escultura uma musica com cantor ao vivo, assistir uma peça
teatral.

Cada sugestão vem acompanhada de moldes para facilitar o envolvimento,


participação e trabalho do aluno com a atividade proposta a ele nas oficinas. Desta
maneira a qualidade das experiências oferecidas as crianças, estão embasadas nos
seguintes princípios: o respeito, a dignidade, o direito as brincadeiras, o acesso aos
bens socioculturais e a socialização das crianças por meio da sua participação e
inserção nas mais diversificadas praticas sociais.
As Oficinas Pedagógicas-Lúdicas são, sem dúvida, um meio pelo
qual os seres humanos exploram uma variedade de experiências
em diferentes situações para diversos propósitos. São
instrumentos essenciais de aprendizagem e crescimento que
possibilita, através das brincadeiras e do lúdico, a interação em
grupo, isto é, desenvolve diferentes conhecimentos e relações
com o outro de uma forma prazerosa e criativa (BRASIL, 1998).

Portanto se a criança for respeitada em seus interesses e subsidiada em buscas, com


certeza manterá vivo o prazer de aprender e fará construção do seu conhecimento
uma aventura no caminho da sabedoria, porque o lúdico e a arte de construir faz parte
da vida da criança, onde todas as atividades são fontes de lazer, mas também são
fontes de conhecimento.

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