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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MUSICOTERAPIA

TERMO DE APROVAÇÃO

GAME “TOC TUM” PARA A MEDIAÇÃO DA EXPRESSÃO CRIATIVA


MUSICAL: UM ESTUDO MUSICOTERÁPICO COM CRIANÇAS
SURDAS

Paulo Bruno de Andrade Braga

Orientadora
Profa. Dra. Marilene Calderaro da Silva Munguba

Artigo Científico apresentado como requisito para obtenção do título de Especialista, tendo
sido aprovado pela Banca Examinadora composta pelos professores:

Banca Examinadora:

_________________________________________
Prof. Ms. Marcos Paulo Miranda Leão
(Co-orientador)

_________________________________________
Prof. Ms. Gabriel Nunes Lopes Ferreira

_________________________________________
Prof. MT. Dorilene Mendes de Morais Farias

FORTALEZA-CE
2016
GAME “TOC TUM” PARA A MEDIAÇÃO DA EXPRESSÃO CRIATIVA MUSICAL:
UM ESTUDO MUSICOTERÁPICO COM CRIANÇAS SURDAS

Paulo Bruno de Andrade Braga1

RESUMO: O game musical “Toc Tum” foi desenvolvido na Universidade de Fortaleza com
a finalidade de mediar a aprendizagem da teoria musical por crianças surdas a partir de um
aporte terapêutico ocupacional. Este artigo apresenta a continuidade de uma pesquisa com
crianças surdas, em que tiveram experiência com o game musical “Toc Tum”. Este trabalho
aplicou atividades de musicoterapia para proporcionar uma vivência musical mais rica, e uma
apreciação sensorial mais ampla. Objetivou-se analisar o uso complementar do game “Toc
Tum” e de atividades musicoterápicas para mediação da expressão criativa musical da criança
surda. Trata-se de uma pesquisa intervencionista, longitudinal com abordagens qualitativa e
quantitativa. As atividades foram aplicadas em 8 crianças de 8 a 13 anos. Foi realizada no
período de outubro a novembro de 2015 na escola bilíngue especializada em educação para
surdos Filippo Smaldone, em Fortaleza, Ceará. Aplicou-se observação direta das atividades, a
ficha musicoterápica e diário de campo na coleta de informações. Identificou-se que apesar de
75% (n=6) não fazer uso de prótese auditiva, todas relataram vivência musical prévia, 62%
(n=5) fizeram menção ao game e 87% (n=7) disseram gostar de criar sons. A flauta e o
tambor, inclusos no game, foram os instrumentos referidos com maior exploração prévia, 36%
(n=4) e 46% (n=5), respectivamente. Percebeu-se uma relação direta entre o conhecimento
musical agregado pelo game e a aplicação das atividades musicoterápicas, onde este pode ser
uma ferramenta adicional ao trabalho do musicoterapeuta.

Palavras-chave: Musicoterapia. Game. Mediação. Surdos. Cultura Surda.

1
Graduado em Terapia Ocupacional pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR); aluno do Curso de
Pós-Graduação em Musicoterapia da Faculdade Padre Dourado (FACPED) e aluno do Curso de
Graduação em Licenciatura em Música da Universidade Estadual do Ceará (UECE).
bragapbdea@gmail.com
2
INTRODUÇÃO

A partir do questionamento feito pelo pesquisador junto de sua orientadora


proveniente acerca da significação da música na vida dos surdos, iniciou-se em 2007 um
trabalho de pesquisas que culminou com o desenvolvimento de um game chamado Toc Tum,
em parceria com um grupo da Universidade de Fortaleza - UNIFOR, chamado Núcleo
Integrado de Comunicação - NIC, onde o game foi desenvolvido em 2015 para crianças
surdas.

O game Toc Tum é um jogo especificamente de computador, onde o jogador é


levado a interagir com quatro fases, onde cada fase possui três desafios. Através da
interatividade, é apresentado em cada fase, o conceito dos quatro elementos da música:
duração, timbre, altura e intensidade. Toda a interação de comunicação é apresentada em
Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. Foram utilizados três figuras de tempo: mínima,
semínima e colcheia nos desafios, e o pulso é identificado por um marcador visual ao redor da
tela, onde cada desafio acontece em compasso quaternário.

Segundo Munguba (2007, p. 386) “o surdo necessita de muita estimulação das


percepções visuais. Nas noções visuais, como tamanho, forma, cor, distância, profundidade,
velocidade, direção [...]”

Dessa forma, o game foi aplicado em um grupo de crianças surdas, onde foram
desenvolvidas em um segundo momento, estratégias musicoterápicas que permitam um
estreitamento com o conteúdo musical, bem como despertar da criação musical e
improvisação.

A criatividade é um elemento fundamental no processo musicoterápico para


evidenciar de que forma a interação entre terapeuta e cliente ocorrerá. Em musicoterapia, a
criação musical complementa e dá forma à ideia inicial trazida pelo cliente, aplicando
acréscimos de notas e escalas, onde a música por si só vai pedindo movimentos,
tensionamentos e resoluções (QUEIROZ, 2002). Sendo assim, em um determinado momento,
a criança pode expressar musicalmente algo que deve ser interpretado pelo musicoterapeuta e
expressado de forma criativa e em improviso.

Mediante o fazer musical e a criação espontânea do ser humano, o


musicoterapeuta direciona o tratamento a partir do universo da música. Ruud (1990),
3
esclarece que o terapeuta a usa como instrumento ou meios de expressão, buscando alguma
mudança ou processo de crescimento para o bem-estar pessoal, adaptação social, crescimento
adicional dentre outros.

Ao longo da apropriação da temática, o autor tem se deparado com diversos


aspectos relativos aos obstáculos à realização deste estudo, como o significado da
aprendizagem da teoria musical para o surdo. Nesse sentido, apresenta-se a proposta de um
estudo teórico-prático, resultando na aplicação de ferramenta mediadora para facilitar a
compreensão sobre os elementos da iniciação musical bem como o despertar da criatividade
musical em crianças surdas.

Dentre as razões sociais e culturais, busca-se investigar a importância da música


na vida da criança surda, bem como identificar se há significação. Procura-se perceber a
influência da música em seu cotidiano escolar, as suas relações interpessoais em meios surdos
e ouvintes, e por fim, entende-se que este estudo abrange um campo ainda pouco explorado e
que favorece um acréscimo as pesquisas em geral.

O estudo tem como objetivo geral analisar o uso do game Toc Tum e de
atividades musicoterápicas para mediação da expressão criativa musical da criança surda.
Como objetivos específicos, avaliar o game Toc Tum como ferramenta de mediação da
compreensão da música pelas crianças surdas; aplicar estratégias analógicas musicoterápicas
para o desenvolvimento da expressão criativa musical da criança surda; conhecer a percepção
das crianças surdas sobre o uso complementar do game Toc Tum e as atividades analógicas
musicoterápicas na mediação da sua expressão criativa musical.

REFERENCIAL TEÓRICO

Consoante Munguba (2007, p.387), “o surdo constrói a sua identidade


envolvendo traços culturais como a língua, formas de relacionamento e de percepção de
mundo, baseadas em fatores visuais e gestuais de sua comunidade”. Assim, a comunidade
surda favorece a estruturação de significado enquanto pessoa surda que se comunica em uma
língua com características específicas, ou seja, a língua de sinais, que é a base de sua

4
identidade (GÓES, 2000). Essa identidade, para a criança surda filha de ouvintes está
dificultada, pois a mesma não está inserida diretamente em sua cultura, mas na cultura do
ouvinte. Dizeu e Caporali (2005) citam que a língua de sinais é a língua natural dos surdos,
pois a criança adquire de forma espontânea sem que seja preciso treinamento específico.

Nesta perspectiva, a cultura lúdica deve ser considerada, que Brougère (2003;
1998) ressalta ser compreendida quando um conjunto das regras de jogo disponíveis para os
participantes numa determinada sociedade compõe a cultura lúdica dessa sociedade e as
regras que um indivíduo conhece compõem sua própria cultura lúdica.

A utilização de simuladores e games eletrônicos como ferramentas interativas


mediadoras no processo de ensino aprendizagem possibilitam a criação de ambientes virtuais
de aprendizagem lúdicos e engajados. Segundo Nhary (2006), as atividades de vivência
pessoal facilitam o desenvolvimento integral do aluno, atuam como um catalisador de
diversas habilidades cognitivas. Além de agregar valores de formação cultural, social,
cognitivos, afetivos e psicomotores utilizando a multidimensionalidade do processo ensino-
aprendizagem por meio de atividades lúdicas.

Munguba (2002) esclarece que os videogames ensinam às crianças que algumas


formas de aprendizagem são rápidas, muito atraentes e gratificantes. Um game simples pode
ensinar várias habilidades e conceitos, mediando o desenvolvimento de habilidades cognitivas
e rítmicas no aluno.

Caparica (2007) apud Rabassi e Calsa (2009) fala que o ritmo está presente na
vida humana desde a fecundação nos batimentos cardíacos, onde o corpo humano é
naturalmente sonoro e rítmico e, por conta disso, sua capacidade de captar ritmos é uma
referência sempre presente para a divisão regular do tempo.

Assim, a música é vivenciada pela criança até seu nascimento quando é cantado
músicas para dormir, como cantigas de ninar, desenvolvendo uma identidade sonora. Galeffi
(2009) apud Zanini (2013), afirma que essa identidade é uma percepção memorial, que faz
parte do acervo existencial do homem, onde todos os seres humanos possuem memória
auditiva em graus mais ou menos acentuados ou minuciosos.

Dr. Dean Shibata, professor de radiologia da Universidade de Washington,


realizou um estudo de ressonância magnética em pessoas surdas e ouvintes enquanto ouviam

5
música. Como resultado, observou que em pessoas surdas, o córtex auditivo era ativado.
Segundo Miranda (2010) essas descobertas sugerem que a percepção das vibrações musicais
pelos surdos é equivalente as percepções sonoras pelos ouvintes por serem processados na
mesma região do cérebro. "As descobertas sugerem que a experiência que os surdos têm
quando „sentem‟ a música é similar à experiência de ouvir música para outras pessoas sem
essa condição” (CAS RJ, 2013, p. 1).

Dessa forma, Haguiara-Cervellini (2003, p.12) fala que “[...] a criança surda,
independentemente de seu grau de perda auditiva, é sensível à música, gosta dela e deseja-a,
manifestando-se, tocando, dançando e cantando espontaneamente”.

Paul Nordoff e Clive Robbins relatam que as essências musicais, muitas vezes
bloqueadas pela deficiência da criança, ganha corpo musical e se torna música. Assim, eles
desenvolveram uma abordagem, que consideram sua prática musicoterápica como
musicoterapia criativa, onde ela opera no aqui e no agora, ou seja, no estar “na música”, onde
musicalidade e humanidade seguem integradas (PIAZZETA, 2010).

A base para a musicoterapia criativa é a música improvisada - criada momento a


momento pelos participantes da sessão. Em uma sessão de musicoterapia as pessoas
fazem música juntas. Seja tocando, cantando ou dançando, fazer música encoraja a
comunicação, a ação, a relação e a expressão (QUEIROZ; ABREU, 2011, l. 7, p. 1).

Ao enfatizar o aspecto da criatividade, Nordoff e Robbins consideram que a


música não é criada para criança e sim pela criança, onde é observado através de movimentos,
gestos sonoros e musical, ou seja, dava expressão a conteúdos subjetivos direcionando a
finalidades terapêuticas (QUEIROZ, 2002).

[...] todo o processo e o tratamento terapêutico centra-se no gesto criativo do


musicoterapeuta, gesto este idêntico ao do verdadeiro artista só que aplicado aos
conteúdos do paciente. O centro desta atuação terapêutica é não somente a música,
mas o gesto artístico de criação musical (QUEIROZ, 2002, p. 8).

Mediante o fazer musical, é necessário que conhecimentos de outras áreas possam


se enquadrar no processo terapêutico, como fundamentação, aplicando de acordo com as
bases filosóficas da musicoterapia.

Cada vez mais pesquisadores e professores têm procurado refletir sobre as práticas
desenvolvidas nos diversos espaços educacionais, buscando ver, por meio da
pluralidade de interesses dos vários sujeitos e de suas diferentes formas de interagir,
modos de construção de conhecimentos e constituição da intersubjetividade, para
6
melhor compreender a riqueza do funcionamento humano e as dinâmicas que
ocorrem nesse contexto (LACERDA, 2000, p.70).

Ressalta-se a relevância do conceito Cultura Surda, que Strobel (2008, p.24)


ressalta que “[...] se constitui no jeito que o surdo entende e modifica o mundo às suas
percepções visuais que contribuem para a definição das identidades e cultura do povo surdo”.
No contexto da Cultura Surda, é indispensável que o mediador, caracterizado pela relação do
homem com o mundo e com outros homens, conheça as peculiaridades dessa cultura para que
a aprendizagem ocorra de forma adequada. Ressalta-se que, de acordo com Vigotski, Luria e
Leontiev (2010), o bom ensino é o que se adianta ao desenvolvimento, em especial quando é
voltado para a mediação da aprendizagem.

Vigotski propõe que as habilidades da pessoa se encontram em três zonas de


desenvolvimento: Zona de Desenvolvimento Real (habilidades que a pessoa realiza com
autonomia), a Zona de Desenvolvimento Potencial (capacidades que estão em formação) e a
Zona de Desenvolvimento Proximal (habilidades em maturação e que podem ser executadas
com ajuda) (MUNGUBA, 2007; VYGOTSKY, 2003). Ressalta-se, ainda, que a Zona de
desenvolvimento Proximal permite explorar as funções que ainda não se desenvolveram, e se
encontram em “estado embrionário” (VYGOTSKY, 2003; MARTINS, 2005).

Portanto, essa mediação precisa, de acordo com Vigotski, mobilizar as habilidades


que se encontram na Zona de Desenvolvimento Proximal para que essas passem a fazer parte
da Zona de Desenvolvimento Real, portanto, executadas de forma independente.

Vigotski enfatiza o papel do meio na autoconstrução do conhecimento, apontando a


aprendizagem como processo mediado pela cultura, linguagem, comunicação, os
instrumentos, signos e símbolos, e a imitação (reprodução de modelos de ação)
(MUNGUBA, 2007, p.390).

Assim, é importante o conhecimento do cotidiano e o meio de cada criança.


Propõe-se, então, a ensinar a pensar, baseando-se na ideia de que a estruturação do
pensamento é singular para cada indivíduo devido a sua potencialidade, história de vida e
cultura em que está inserido (OLIVEIRA, 2003).

Nessa perspectiva, surge o termo ensinagem proposto por Anastasiou e Alves


(2007) dando ênfase na relação entre ensinar e aprender, adotando como foco a apropriação
não só do conteúdo, mas também do processo vivenciado pelo aprendiz.

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METODOLOGIA

Tipo de estudo

A investigação teve caráter de pesquisa intervencionista, longitudinal com


abordagens qualitativa e quantitativa.

O estudo também foi intervencionista já que tem o objetivo de unir teoria e


prática, com a possibilidade de estudar o objeto na prática e identificar razões de como e
porque determinadas técnicas são utilizadas (WESTIN; ROBERTS, apud OYADOMARI et
al, 2011). Busca-se, assim, gerar conhecimento prático que seja útil para a vida cotidiana das
pessoas.

A investigação teve caráter longitudinal já que, segundo Iatros (2015), analisa o


fenômeno mais de uma vez. Por se tratar de investigação que terá contato com dados de longo
prazo, faz-se uso deste estudo, o qual visa analisar variações nas características dos elementos
amostrais.
Foi adotada a associação das abordagens qualitativa e quantitativa, que consoante
Bauer e Gaskell (2014), oportunizando que os pesquisadores recorram às contribuições
peculiares a cada abordagem, numa dinâmica de complementação.

Local e período

A pesquisa foi desenvolvida no período de outubro a novembro de 2015. As


atividades foram realizadas na escola bilíngue especializada em educação para surdos Filippo
Smaldone, localizada no município de Fortaleza, Ceará, onde foram aplicados os pré-testes do
game e por ter crianças em idade propícia ao objetivo do trabalho.

Sujeitos da pesquisa

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Participaram do projeto oito crianças surdas de oito a dez anos, por caracterizar
uma idade hábil e propensa a aprendizagem, de todos os gêneros, com interesse em vivenciar
a música. O estudo contemplou crianças protetizadas ou não, com grau de surdez de leve a
profunda, constituindo-se as mesmas crianças que vivenciaram o game Toc Tum. Como
critério de exclusão, não participaram crianças com surdo-cegueira ou outra deficiência
associada.

Técnicas de coleta de informações

As observações diretas na escola incluíram atividades musicoterápicas. Para


Marconi e Lakatos (2011), a técnica de observação direta consiste no exame sistemático dos
fatos ou fenômenos que se deseja estudar. Utilizou-se o roteiro de observação (APÊNDICE
B). Utilizou-sezados métodos visuais para registro das ações desenvolvidas, por meio de
máquina fotográfica. Bauer e Gaskell (2014) apontam como métodos que permitem um
registro de ações temporais fenômenos reais mediante informação visual que prescinde o
texto e os números, além de ser contextualizada ás atuais formas de comunicação.

Foram utilizados instrumentos musicais que manifestem a propagação do som por


vibrações, favorecendo, portanto, a sua percepção também por essa via. Para o registro das
informações foram adotados ficha de avaliação, onde foi elaborada uma adaptação da ficha
musicoterápica para realidade e percepção musical do surdo (APÊNDICE A). Aplicou-se
também roteiro de observação participante (APÊNDICE B). Foi utilizado diário de campo
(SEVERINO, 2016) para descrição dos registros e que pode retratar a evolução, diferenças e
padrões que se repetiam ao decorrer dos atendimentos.

A coleta de informações está organizada em três fases.

Fase I - Aplicação da ficha musicoterápica (adaptada para o estudo).

Fase II - Vivência com os instrumentos musicais utilizados no ambiente do game e aplicação


do roteiro de observação direta.

Fase III - Análise das informações coletas na vivência.


9
As informações que promovem a interatividade do game são visuais e vibratórias,
assim como a mediação de interprete em Libras. Utiliza elementos da iniciação musical, como
altura, intensidade, timbre e duração das notas, que serão expressos de forma lúdica e
interativa durante os desafios, e se desenvolve sobre uma história que tem como cenário um
sítio musical.

Método de análise das informações

Foram utilizados os métodos de Análise Temática que Minayo (2010) que


esclarece tratar-se de descobrir os núcleos de sentido que compõem uma comunicação, cuja
presença ou frequência tenham significado para o objetivo analítico visado. Associado a
análise de frequência simples dos resultados, por meio de análise estatística descritiva, que de
acordo com Guimarães (2008, p.12), tem “ o objetivo [...] resumir as principais características
de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos e resumos numéricos”.

Preceitos éticos

Durante a realização da investigação tem sido respeitada a Resolução Nº 466, de


12 de dezembro de 2012 (BRASIL, 2016).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para identificação das crianças, foi utilizado as primeiras letras do alfabeto para
facilitar a compreensão: A, B, C, D, E, F, G, H.

Mediante uma visita a escola, no primeiro encontro, foi acordado junto com os
supervisores para que pudéssemos aplicar as atividades musicoterápicas com as mesmas
crianças que vivenciaram o game Toc Tum. Mediante esse contato, pode-se perceber a
abertura da escola em relação as atividades com música, bem como o aparato musical que nos
foi apresentado.

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...perante a um surdo, o musicoterapeuta se encontra diante de um grande desafio – a
ausência do sistema auditivo – entretanto é preciso entender que eles possuem outros
sistemas capazes de perceber o som. São eles: o sistema de percepção interna, o
sistema tátil e o sistema visual (BENENZON, 2011 apud RODRIGUES, 2015, p.
11)

Ressalta-se que todas as atividades vivenciadas foram mediadas pela Língua


Brasileira de Sinais – Libras porque O surdo constrói a sua identidade envolvendo traços
culturais como a língua, formas de relacionamento e de percepção de mundo baseadas em
fatores visuais e gestuais de sua comunidade. Sacks (2010, p.104) afirmam que “A
comunicação do surdo por meio da língua de sinais possibilita a expressão do seu ser, na
totalidade, porque trata-se da voz cultural, que não é possível silenciar.

No segundo encontro, foram selecionados alguns instrumentos musicais de


percussão que foram utilizados nos encontros, disponíveis na escola como (tambor, chocalho,
reco reco, ganzá, afoxé, sino, coco, flauta...), bem como planejamento das atividades.

No terceiro encontro, foi aplicado uma ficha de avaliação, adaptada da ficha


musicoterápica, antes de iniciar as atividades. Percebe-se, através das fichas de avaliação, a
relação que as crianças fizeram entre a música e o game, o que demonstrou que o mesmo se
torna disponível como um potencial recurso para mediação do interesse sobre a música e
atividades musicoterápicas, bem como um elemento introdutor e facilitador de elementos
musicais para crianças surdas. Assim, segue as informações detalhadas: das 8 crianças que
participaram, todas referiram já ter ouvido música, onde 4 (A, B, D, G) relacionaram ao game
Toc Tum, sendo que 2 (F e H) disseram na escola e 1 (E) não lembra. Quanto a vivência ou
aprendizado musical, 7 deles (A, B, C, D, E, F, G) referiu positivamente, e 5 deles (A, B, D, F
e G) associou a vivência ao game, sendo que 2 (C e E) afirmaram que havia sido em casa com
violão e 1 (B) referiu também a escola. A Fig. 1 retrata a vivência musical prévia das crianças.

Figura 1: Vivência musical prévia

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Violão em
Casa
25%

Colégio Jogo TOC TUM


13% 62%

Vivência
musical prévia
0%

Todos afirmaram positivamente quando foi perguntado se seus pais costumavam


ouvir música em casa com muita frequência. Quanto a identificação de sons musicais ou
barulho, todos afirmaram positivamente tanto um como o outro. Sobre vivência com
instrumentos, todos referiram já ter tido vivência antes, onde 3 (A, D, F, G, H) tocaram
tambor, 1 (G) tocou violão, 1 (B) tocou bateria, 2 (C, D, E, G) tocaram flauta. Fig. 2 apresenta
contato prévio com instrumentos musicais.

Figura 2: Contato prévio com instrumentos musicais

Violão
9%
Bateria
9%

Tambor
46%

Flauta
36%

Quanto a criação de sons ou barulhos, todos referiram criar, onde um deles (H) não
gosta.

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O quarto encontro foi dedicado a exploração sonora. Dispomos os instrumentos no
chão (tambor, pandeirola, baquetas, pandeiro, afoxé, coco, sino, flauta doce, agogô, violão) e
conforme eles iam chegando, deixamos bem a vontade para que pudessem explorar conforme
o gosto e interesse.

Na exploração livre dos instrumentos, foi percebido de perto o quanto elas eram ou
estavam tolerantes aos sons, quais elas demonstravam mais ou menos interesse, bem como
observar que tipo de som elas faziam. Deixamos a vontade para que eles pegassem qualquer
um e fossem experimentando. Inicialmente todos foram pegando o primeiro instrumento que
viam e demonstraram bastante interesse. Aos poucos cada um foi experimentando conforme
sua preferência, (A, B, H) lembraram da flauta que foi usada no game. (G) despertou grande
interesse pelo pandeiro, onde (C e H) também quiseram compartilhar e trocaram experiências.
(A e C) pegaram a pandeirola, onde depois (A) foi para flauta. (F) insistiu na flauta onde
cantarolava ao invés de soprar. (B) pegou o tambor e as baquetas e se afastou do grupo
afirmando que o barulho principalmente da pandeirola estava lhe incomodando. (G) explorou
pouco o sino e logo após pediu para tocar o violão onde não queria mais soltar e relatou sentir
a vibração, logo após a (C) pediu para tocar. (E) não despertou interesse por nada e não quis
participar, apresentando-se no dia bem diferente dos dias anteriores, quando foi apresentado o
game. A fig. 3 apresenta os instrumentos explorados.

Figura 3: Instrumentos explorados

Afoxé Sino
9% 9%
Violão
9%
Tambor
18%

Pandeiro
19%

Flauta
18%
Pandeirola
18%

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Segundo Rodrigues (2015) o som pode ser sentido através de vibrações, portanto,
o surdo pode compreender as intenções musicais pelas vibrações sentidas no seu corpo.
Percebe-se que as crianças puderam escolher o instrumento conforme fosse sentido pela
mesma. Pode-se observar também que alguns sons podem incomodá-los, como no caso de
(B), o som estava tão forte que o incomodou.

No quinto encontro foi realizado uma atividade com tambores e baquetas, onde
iniciou com atividade de imitação, ou seja, eles deviam imitar a quantidade de vezes que seria
tocado no tambor, proporcionando a abertura para que cada um tivesse a sua vez criasse a
batida a ser imitada pelo resto do grupo.

Inicialmente (E) chegou indiferente e não queria participar. Quando foi


esclarecido que seria uma brincadeira ela se animou e participou junto com os outros.
Inicialmente comecei fazendo batidas curtas e, por mais que eu explicasse que era para
esperar eu bater primeiro, todos batiam junto comigo na mesma hora. Percebendo que (G)
estava muito agitada, chamei para ela conduzir o grupo no meu lugar, ou seja, fazer as batidas
para serem reproduzidas. E assim, cada um teve a chance de experimentar a frente do grupo,
explorando e criando de acordo como quisessem, orientados apenas a não realizar algo
complexo demais. Algumas crianças se mostraram bem interessadas e participaram até o fim
sem muitos problemas como a (A, C, D, E, H) estava indiferente e (F, G) estavam muito
agitados sem grandes interesses na atividade, apenas no tambor. Neste dia o (B) faltou.

No sexto encontro foi realizado uma brincadeira em círculo de passar a bola, onde
a bola deveria ser passada para o colega a partir do toque de um tambor grande e uma
pandeirola, definido antes do início. Inicialmente o som foi produzido no meio da roda para
que eles pudessem ver e posteriormente foi feito de forma que eles não pudessem ver.

O toque no tambor foi ritmado, onde o pulso se manteve sempre igual. Variando a
complexidade, o pulso alternou entre o toque do tambor e o toque da pandeirola, onde eles só
deveriam passar a bola quando fosse tocado o instrumento. A velocidade ia aumentando ou
diminuindo conforme fosse necessário. Por fim ouve uma tentativa de bater longe da vista das
crianças, portanto sai da roda para fazer fora. No início alguns permaneceram bastante
interessados e a atividade caminhou bem, porém (E e G) demonstraram desinteresse e
participaram a contragosto porque estavam fazendo atividade de educação física e queriam
ficar lá. A professora de educação física também participou desse momento junto com outro

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aluno porque todos os alunos dela estavam participando da nossa atividade. (F) estava mais
interessado e participativo. Quando foi realizado o toque no tambor sem que eles pudessem
ver, (A, C, E, H) não perceberam o som de imediato, onde (A e E) justificaram estar sem o
aparelho.

Foi aplicado também o roteiro de observação direta (Apêndice B), em especial


considerando os itens: empatia, interesse, tolerância, cooperação, autoconfiança e
responsabilidade, bem como a evolução das habilidades (Apêndice B) cujo itens são: ritmo,
memória, atenção, concentração, percepção. Para cada dia em atividade, foi feito uma
evolução sob como cada criança se apresentava em relação aos quesitos apresentados.

De acordo com o resultado das evoluções das atitudes, observou-se um


acrescimento positivo até o terceiro encontro, observando um leve declínio nos outros dias.
Um item a ser observado é o de responsabilidade, tendo declinado logo de início, tendo uma
leve subida e logo depois acompanhando os outros resultados. A Fig. 4 mostra a evolução das
atitudes.

Figura 4: Evolução das atitudes

Evolução das atitudes


7
6
Empatia
5
Interesse
4
Tolerância
3
2 Cooperação

1 Autoconfiança
0 Responsabilidade
29/out 05/nov 12/nov 19/nov 26/nov

Na evolução das habilidades, ouve um crescimento significativo também até o


terceiro dia, se mantendo quase estático nos dias seguintes, apresentando bons resultados
principalmente na atenção e ritmo.

O item concentração foi o que se mais negativo em relação aos outros. Fig. 5
apresenta a evolução das habilidades.

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Figura 5: Evolução das habilidades

8
7
6
Ritmo
5
Memória
4
Atenção
3
Concentração
2
Percepção
1
0
29/out 05/nov 12/nov 19/nov 26/nov

Considerou-se em todas as atividades propostas e realizadas, a perspectiva de


Rodrigues e Quadros (2015), que asseguram que a pessoa com surdez severa a profunda é
singular devido às suas diferenças culturais e linguísticas, fundamentadas na visualidade, o
que promove impactos sociais do uso das línguas de sinais.

É de grande relevância esclarecer que nos dias de aplicação das atividades foram
encontrados alguns obstáculos referentes aos horários. Foi necessário modificar algumas
vezes o dia e mesmo com o apoio da escola, conseguimos apenas o horário ao qual as crianças
já tinham atividade de educação física. Portanto, atribui-se o declínio repentino dos resultados
ao fato, exposto pelas próprias crianças, de que preferiam estar na aula de educação física.
Estes resultados demonstram também que é possível envolver o universo musical na cultura
surda, embora para muitos seja algo novo e que precise de um pouco mais de atenção e
cuidado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mediante as vivências aplicadas, constatou-se que o game Toc Tum tem grande
valia para abordar os conceitos iniciais de música bem como relacionadas as atividades de
musicoterapia, afim de reforçar e favorecer ainda mais a aplicação de técnicas específicas
musicoterápicas.

Observou-se o nível de envolvimento das crianças para com esse momento


musical, porém por ser algo novo, muitas crianças dispersaram por ter outra atividade

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acontecendo no mesmo momento. Isso interferiu negativamente devido a visualidade do surdo
que leva ao aumento a acuidade e apreensão visual do mundo.

Apesar disso, os resultados mantiveram-se positivos, tendo em vista o interesse e a


participação de todos. Assim, pode-se afirmar que momentos musicais para criança surda é de
extrema valia e que o surdo, ao entrar em contato com mais propriedade com a música,
poderá promover expressão musical livre e criativa, de acordo com a sua percepção em
relação a mesma.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANASTASIOU, L. G. C; ALVES, L. P. Processos de ensinagem na universidade. 7. ed.


Joinvile: Univille, 2007.

BAUER, M. W.; GASKELL, G. (Orgs.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som:
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20
APÊNDICE A

FICHA DE AVALIAÇÃO
(adaptação da ficha musicoterápica)

Dados Pessoais
Nome: Idade:
Escolaridade:
Naturalidade:
Grau de surdez: Faz uso de prótese: Sim ( ) Não ( )

Área Musical
1 - Você já ouviu música antes?
Sim ( ) Não ( )
Se sim, como você ouviu música?

2 - Já teve alguma vivência ou aprendizado musical?


Sim ( ) Não ( )
Se sim, qual aprendizado musical você teve?

3 - Sua mãe ou seu pai costuma ouvir música?


Sim ( ) Não ( )
Se sim, com que frequência?
Se sim, que tipo de música?

4 - Você identifica algum som musical?


Sim ( ) Não ( )

5 - Você já tocou algum instrumento musical?


Sim ( ) Não ( )
Se sim, qual instrumento você tocou?

6 - Você identifica algum barulho ou ruído?


Sim ( ) Não ( )
Se sim, qual barulho ou ruído você identifica?

7 - Você cria sons ou barulhos?


Sim ( ) Não ( )
Se sim, gosta de criar sons ou barulhos?
Sim ( ) Não ( )

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APÊNDICE B

ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO DIRETA

Data da observação: / /
Atividade musicoterápica:
Atitude 1 2 3 4 5
Empatia
Interesse
Tolerância
Cooperação
Autoconfiança
Responsabilidade
Habilidade 1 2 3 4 5
Ritmo
Memória
Atenção
Concentração
Percepção

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