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ESTUDO TUTORIA 5 Mº XVI

1) IDENTIFICAR OS EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS


PARA FOTOGRAFIA ODONTOLÓGICA.
As imagens complementam os elementos da informação e
nessa nova era tecnológica do mundo atual as fotografias
odontológicas estão se tornando padrão durante os
planejamentos e tratamentos dos pacientes nas clinicas
odontológicas.
Artigo LOURENÇO, D.M.P. Protocolo fotográfico para o
desenho digital do sorriso. Universidade Estadual de
Londrina, Londrina, 2018.

EQUIPAMENTOS
Os equipamentos necessários, que podem ser facilmente
encontrados, são as câmeras digitais, o flash e os
acessórios bucais. O profissional, para manipular esses
equipamentos e obter boas imagens com resultados
satisfatórios, deve ter um entendimento básico sobre os
princípios e as técnicas fotográficas.
Com o avanço das tecnologias digitais, a imagem ficou
mais fácil e acessível, porém muitos clínicos por motivos
como falta de conhecimento de técnicas e fatores de custo,
não realizam o exame fotográfico. Contudo, novas
tecnologias estão surgindo continuamente e o custo dos
aparatos também está diminuindo, assim todo praticante
pode implementar a fotografia em sua prática facilmente.
Há, atualmente, uma variedade de tipos de equipamentos,
os quais oferecem a possibilidade de troca das objetivas,
flash e garantem padronização de cor e proporção das
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imagens. As câmeras compactas de celulares, que
apresentam o corpo e lente unidos em uma única estrutura
podem ser utilizadas para a fotografia odontológica.

 CÂMERAS DIGITAIS PROFISSIONAIS


 As câmeras digitais profissionais ideais para a realização de
fotografias clínicas são classificadas como Digital Single
Lens Reflex (DSLR) ou simplesmente do tipo Reflex, já que
apresentam um jogo de espelhos internos onde o sensor
óptico capta a imagem através da objetiva da mesma forma
que ela é vista pelo fotografo no visor da câmera, ou seja, a
imagem vista no visor é idêntica à que será capturada. Há
vários tipos de câmeras nessa categoria, porém, as mais
indicadas e de alto custo-benefício para a odontologia, são as
básicas e as intermediárias ambas intercambiáveis, que
permitem várias adaptações de flash e de lentes.
As câmeras básicas diferenciam–se das intermediárias, pois
apresentam estrutura mais leve, visor ocular e LCD,
regulagem manual com várias funções disponíveis, opções de
salvar o arquivo em RAW e JPEG e pré-ajustes definidos de
fábrica para o White Balance (balanço de branco) além de
permitir a adaptação de lentes e flash externos. As câmeras
intermediárias são mais caras e são construídas de plástico e
metal. Essas câmeras apresentam regulagem manual para
todas as funções, inclusive o Balanço de Branco, o qual é
fundamental para obter fotos padronizadas de qualidade
profissional. Seus ajustes são mais práticos e mais 30 rápidos
por meio de um menu que fica separado do visor da câmera.
Essas câmeras não são as melhores ou mais precisas
existentes no mercado fotográfico, mas quando bem
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equipadas proporcionam fotografias de excelência e de
utilidade para fins odontológicos, bem como para o desenho
digital do sorriso. Os acessórios como objetivas e tipos de
flash devem ser bem selecionados, adaptados e acoplados ao
corpo da câmera, de acordo com a modalidade fotográfica.

 OBJETIVAS
 A objetiva é um conjunto de lentes, responsável,
principalmente, pela nitidez da fotografia. Por meio delas é
possível ajustar o ângulo da tomada fotográfica, a
focalização da imagem, e a quantidade de luz a ser
capturada. Há diversos modelos de objetivas adaptáveis para
diversas câmeras, cada uma desenvolvida para um propósito
fotográfico específico.
A angulação da tomada fotográfica é inversamente
proporcional à distância focal da objetiva, desse modo, quanto
maior a distância focal, medida em mm, menor é o ângulo e a
imagem é mais aproximada. Logo, quando a distância focal é
menor, o ângulo formado é maior e as imagens são mais
amplas, sendo ideais para fotografias panorâmicas. As
teleobjetivas são lentes com distância focal maior que 50mm
e dessa forma, proporcionam ângulos pequenos e capturam
imagens com mais detalhes e com poucas distorções. Há
também as objetivas com zoom que 31 permitem a
modificação da distância focal e consequentemente do ângulo
da tomada fotográfica, proporcionando diversos
enquadramentos sem o profissional se movimentar.
A focalização das imagens, a partir da composição das lentes
permite focar os objetos fotográficos de maneira adequada e,
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dessa forma são essenciais para a obtenção de fotografias de
qualidade. Para fotografias clínicas as lentes mais indicadas
são denominadas de lentes macro, visto que apresentam uma
razão de ampliação de pelo menos 1:1, sendo, neste caso, a
imagem formada do mesmo tamanho real. A escolha da lente
macro depende do tipo de imagem a qual deseja ser
registrada, pois há lentes macro de capacidade 1:1 com
diferentes distâncias focais indicadas para a odontologia
sendo capazes de focalizar objetos e assuntos pequenos.
A quantidade de luz que sensibiliza o sensor é de acordo com
diâmetro do orifício formado por lâminas justapostas situadas
dentro da objetiva, que podem ser alteradas pela abertura do
diafragma. Esse ajuste é importante no modo manual, pois
sua correta utilização permite fotos boas em ambientes com
diferentes iluminações. A profundidade de campo é definida
como a nitidez de áreas aquém e além do ponto focal da
objetiva e depende da abertura do diafragma, nos casos onde
a profundidade de campo da imagem não é necessária, mais
aberto pode ser o diafragma.
Portanto, para a realização de boas fotografias na odontologia
as objetivas mais indicadas são a lentes macro 1:1 com
distância focal de 100mm. Contudo, como a distância focal é
fixa há necessidade de movimentação do fotógrafo diante do
objeto a ser fotografado. Dessa maneira, várias composições
de rosto, arcada e dentes são possíveis desde de que o
dentista-fotógrafo tenha o conhecimento da distância correta
do paciente. A edição de imagens permite obter fotografias
mais ou menos aproximadas do objeto fotográfico sem perda

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da nitidez, desde que a fotografia tenha sido realizada
adequadamente e com bons equipamentos.
Objetivas Normais: são denominadas normais porque a
imagem que produzem assemelha-se a imagem vista pelo
olho humano. São utilizadas para fotografia de paisagens e
retratos de meio corpo, possuem distância focal de 45 a 55 em
câmeras de filme 35mm
Objetivas Grande-angulares: apresentam distância focal
pequena, nas câmeras 35mm equivalem a distâncias focais
inferiores a 45mm, são ideais para fotografar paisagens,
amplos panoramas, cenas de multidões e arquitetura.
Teleobjetivas: essas objetivas propiciam um pequeno ângulo
de tomada fotográfica, o que permite capturar imagens com
um mínimo de distorção. São excelentes para trazer para perto
abjetos que estão distantes, tornando-as ideais para fotos de
animais selvagens, celebridades e esportes. São consideradas
teleobjetivas as objetivas com distância focal superior a
80mm (em câmeras 35mm).

 Flash

O flash é uma fonte de luz artificial, concentrada e pontual


que auxilia na quantidade de luz sobre uma cena, facilitando a
reprodução e padronização fotográfica. O relâmpago de luz
intensa ocorre em segundos e proporciona uma iluminação
adequada, uniforme com baixo consumo de energia. A
quantidade de iluminação é essencial para obtenção de uma
fotografia de qualidade e, na odontologia, a utilização do
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flash é imperativa, uma vez que a cavidade bucal é pequena e
escura. O flash twin e o circular podem ser acoplados nas
câmeras profissionais e são indicados para fotografias
clínicas.
O flash circular emite a luz de modo uniforme e não permite a
formação de sombras, sendo mais indicados para fotografias
intra-orais, além disso é mais versátil e prático. O flash do
tipo twin apresenta dois pontos reguláveis de luz próximos à
objetiva, em fotografias intra-orais pode gerar sombras e, se
regulado adequadamente, pode propiciar fotos de alta
qualidade. Os dois tipos de flash são diferentes e desse modo
são complementares.

 CÂMERAS DE SMARTPHONES

O uso do smatphone para a fotografia odontológica não é


complexo e por ser um equipamento acessível muitos
dentistas e estudantes podem utilizá-lo. Os aparelhos celulares
do tipo smartphone contêm câmeras acopladas e compactas
com lentes fixas que permitem a utilização em protocolos
fotográficos odontológicos. As câmeras de celulares de
qualidade oferecem ajustes automáticos e semi-automáticos.
Há aplicativos que simulam câmeras profissionais com
ajustes no ISO, balanço de branco, exposição, velocidade
do diafragma entre outros, viabilizando a obtenção de fotos
de alta qualidade de maneira versátil e prática. As imagens
também são facilmente enviadas para editores de
computadores por meio Wi-fi ou Bluetooth. A qualidade das
fotografias de celulares permite a utilização das fotos em
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softwares sem nitidez deficiente com ampliações
consideráveis. Com o avanço da tecnologia as câmeras de
celulares são alternativas viáveis para iniciantes ou para os
clínicos que não desejam investir em câmeras profissionais
mais robustas.
 Flash para Smartphones
O flash do celular não fornece uma iluminação adequada e
dificulta a obtenção de boas imagens. Desse modo, técnicos
desenvolveram equipamentos acessórios, que adicionados
aos smartphones simulam o flash profissional. Há modelos
que se assemelham ao flash Twin como, por exemplo o
sistema “Smile Lite MDP” (MDP = mobile dental
photography) disponível no mercado internacional, o qual
segundo o fabricante, é equipado com três grupos de
emissores de luz do tipo LED e com um adaptador universal
em sua parte traseira ajustável para qualquer modelo de
smartphone com uma largura entre 55 a 85 mm. Já no
mercado nacional, há disponível um dispositivo semelhante
desenvolvido por Marcos Mansiolli, denominado de “Mlight
Oral Photo” fabricado pela Technew®, que possui duas
lâmpadas de LEDs, com três intensidades e dois carregadores
de LEDs com entrada USB Fixe e uma capa do celular, onde
o smartphone deve ser fixado. O flash circular para celular
também pode ser encontrado, mas ainda faltam estudos sobre
o seu uso para fotografias odontológicas intra-orais e extra-
orais.

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 ACESSORIOS BUCAIS
Para execução de algumas tomadas fotográficas é necessários
alguns acessórios bucais como: afastadores, espelhos, e
contrastes escuros.
Espelhos: possibilitam fotografias indiretas, melhorando o
enquadramento e a profundidade de campo. Apenas a imagem
refletida no espelho deve ser fotografada, o ideal é que o
espelho fique perpendicular à objetiva. A imagem formada no
espelho é invertida e deve ser corrigida posteriormente. Os
espelhos para fotografia podem ser encontrados em dois
materiais, vidro e metal. Os espelhos de metal são uma boa
opção por serem autoclaváveis, porém seu custo é mais
elevado.
Afastadores: a utilização de afastadores é necessária para o
afastamento dos lábios e bochechas, melhorando a
visualização e iluminação da área de interesse, existem
inúmeros tipos e tamanhos de afastadores, a tomada
fotográfica a ser realizada determina o formato do afastador a
ser utilizado, o tamanho é determinado pelas características
da boca do paciente.

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Planos de fundo: os planos de fundo são dispositivos
utilizados para enfatizar o assunto principal da fotografia e
evitar que estruturas indesejadas poluam a imagem. Eles
podem ser confeccionados com papel, plástico, metal na cor
preta proporcionando melhores.
2) CARACTERIZAR AS TÉCNICAS E O USO DELA
PARA AS DIFERENTES ESPECIALIDADES
ODONTOLÓGICAS

PRINCÍPIOS FOTOGRÁFICOS BÁSICOS


Os princípios que regem a formação de imagens e são ajustados
por meio do modo manual na câmera são: ISO, abertura do
diafragma, velocidade do obturador flash, balanço de
branco.

 ISO
O ISO (Internacional Organization for Stardardization)
determina a sensibilidade do sensor digital à exposição
da luz, ou seja, dependendo da calibração dessa
sensibilidade, é necessária certa quantidade de luz para
que o sensor da câmera seja exposto adequadamente. A
sensibilidade à luz depende de vários fatores,
principalmente o tipo de iluminação presente no local e se
há a presença de flash.
Os valores baixos do ISO indicam baixa sensibilidade à
luminosidade, ou seja, a foto fica escurecida, porém no
mesmo ambiente, os valores altos do ISO fornecem uma
imagem clara. O ajuste dessa sensibilidade deve estar
combinado com os ajustes da velocidade do obturador e
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da abertura do diafragma, já que ambos são responsáveis
pela quantidade de luz a ser captada e, consequentemente,
na obtenção de fotografias de ótima qualidade. Portanto,
deixando-se um desses três pontos desregulado (Abertura,
Velocidade ou Sensibilidade), a fotografia final pode ficar
com problemas de exposição.
Os valores do ISO também mensuram a qualidade da
imagem, logo valores muito elevados propiciam o
aparecimento de ruídos na fotografia digital,
comprometendo a nitidez da imagem. Para fotografias
clínicas em ambientes fechados com luz artificial e
presença de flash não há necessidade de ISO’s elevados,
pode-se usar ISO 100 ou até mesmo ISO 200, não sendo
preciso mudar essa variável durante o protocolo
fotográfico.

 ABERTURA DO DIAFRAGMA
O número “f” indica o diâmetro do orifício das objetivas e
pode ser regulado no modo manual de câmeras
profissionais e visualizado no visor acima da câmera. A
abertura excessiva garante a superexposição da imagem e é
adequada para ambientes mais escuros, já abertura reduzida
implica em imagens subexposta, sendo ideais para fotos em
ambientes muito iluminados.
O número “f” é inversamente proporcional à abertura do
diafragma, logo quando deseja captar muita luz o diâmetro
do orifício deve ser amplo e o valor do “f” deve ser
calibrado em valores baixos. O profissional deve
compreender como mudar o valor do “f” de acordo com a
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iluminação do seu consultório, para fotos de face são
indicados valores baixos, já que se deseja capturar o
máximo de luz refletida do 37 rosto do paciente, em fotos
de sorriso pode se colocar valores intermediários e para
fotos intraorais, valores altos, devido a proximidade do
flash aos dentes ,evitando assim a superexposição.
O controle da abertura também possibilita profundidade de
campo da cena, desse modo valores pequenos de “f”
proporcionam profundidades de campo insuficiente. À
medida que o número “f” aumenta, obtemos grande
profundidade de campo, com pequenas aberturas do
diafragma e focalização dos assuntos mais distantes, como,
por exemplo, a focalização e boa nitidez de molares em
fotografias intraorais de oclusão.
 VELOCIDADE DO OBTURADOR
Outro conceito importante e indispensável para a
regulagem da quantidade de luz a ser capturada é a
velocidade do obturador, sua regulagem permite o tempo
de exposição da luz ao sensor digital e pode ser ajustada
diretamente no corpo da câmera. Maior tempo de
exposição resulta em imagens mais claras e fotos mais
luminosas, consequentemente quanto menor o tempo a
foto será mais escura. A ação do obturador determina se
imagem sairá em movimento ou congelada, por este motivo
é importante que o profissional saiba ajustar e compensar a
abertura e o ISO para a correta exposição durante os
registros clínicos.

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O tempo de exposição pode ser regulado manualmente
ou no automático e a velocidade é expressa em números
inteiros que representam a fração de um segundo assim a
câmera registra a seguinte descrição: 1/125s ou 125. Os
números da velocidade do obturador estão dispostos em
escala geométrica e seu sucessor ou antecessor permitem
que a metade ou o dobro da luz sensibilize o sensor. Logo, a
velocidade 500 indica que a tomada fotográfica ocorre
rápida e não permite a entrada de muita luz, já quando a
velocidade é 125 indica que o dobro da luz sensibilizará o
sensor e fotos mais clara serão obtidas.
É importante que o profissional saiba ajustar e compensar
a abertura e o ISO com a velocidade do obturador para
a correta exposição durante os registros clínicos. Por esse
motivo, a velocidade pode manter-se fixa 1/125, que é
ideal para fotos de rostos e sorrisos sem perda de
qualidade e facilitando a operação apenas da abertura do
diafragma para a regulagem de luz.

 FLASH
A regulagem da incidência de luz pode ser automática ou
manual. O modo automático identifica a luminosidade do
objeto fotográfico antes do registro e emite a quantidade de
luz de acordo a interpretação do sensor de luz. Na
odontologia, indica-se o uso do flash manual, o qual pode
ser calibrado pelo profissional em 1/1, ½, ¼ e
sucessivamente, que indicam, respectivamente, total de luz,
parcial do total de luz e um quarto do total de luz. O
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profissional iniciante pode fazer uso do modo automático,
mas conforme a experiência consegue ajustar manualmente
o flash, abertura do diafragma, ISO e velocidade para o
correto registro.

 BALANÇO DE BRANCO
O balanceamento de branco ou WB é um controle da
fotografia que muitos fotógrafos não utilizam, mas que deve
ser analisado com muito cuidado por ter grande influência
no resultado final da fotografia. Seu controle permite que as
cores do objeto na foto não sejam afetadas pela cor da fonte
de luz.
No consultório odontológico há diversas luzes do ambiente
que não provêm de uma única fonte, ou seja, a iluminação
pode ser fluorescente proveniente do teto, amarela, do
refletor ou natural, da janela. A quantidade de luzes com
diferentes comprimentos de ondas interfere na interpretação
pela câmera, que, muitas vezes não define o correto balanço
de branco. As câmeras digitais modernas vêm equipadas
com um sistema de compensação automático, que, embora
nem sempre seja exato, pode ser utilizado, mas é
interessante que esse ajuste com a experiência do
profissional seja ajustado manualmente.
Estudo observacional e prospectivo com amostragem não
probabilística em João Pessoa.
Quanto à utilização da fotografia digital na odontologia, a maior
parte dos cirurgiões-dentistas é adepta à sua utilização (71,6%).
Dentre a especialidades, a ortodontia obteve o maior percentual
(86,7), seguido da prótese (73,3%), da periodontia (66,7%) e da
dentística (60%). É notório que a evolução tecnológica e a
utilização das fotografias digitais nos consultórios
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odontológicos trouxeram grandes benefícios para os
profissionais da Odontologia, em especial para os Ortodontistas
na elaboração da documentação ortodôntica.

As finalidades para utilização da fotografia digital são diversas.


Dentre as especialidades, destacam-se:
 Prótese: Complementação do prontuário do paciente e
comunicação com laboratórios protéticos (90,9%);
 Ortodontia: Complementação da ficha do paciente e prévia
a qualquer procedimento (92,3%); como prova de demanda
legal e no aprimoramento de técnicas de trabalho (84,6%);
 Dentística: Na avaliação e no aprimoramento de técnicas
de trabalho; na descrição de cor, forma, textura e tamanho
das lesões; como material didático e no marketing (66,6%);
 Periodontia: Complementação da ficha do paciente
(90,0%) e proservação do paciente (80,0%).

Todos os fins mencionados são evidenciados por Masioli


(2010) em sua obra. Chu (2007) exaltou a importância da
fotografia na seleção de cor empregada na Odontologia
Restauradora. Já Sarver e Ackerman (2003) ressaltaram que a
imagem fotográfica é uma das ferramentas importantes para
compreensão de aspectos dinâmicos e estáticos do sorriso.
Phelan (2002), por sua vez, escreveu sobre a função da
fotografia na comunicação com o laboratório que irá
confeccionar restaurações indiretas. Essa finalidade é ainda
mais importante quando o cirurgião--dentista e o técnico não
estão na mesma cidade. Segundo Weston e Haupt, a

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utilização da tecnologia e da internet facilita a troca de ideias
com o laboratório através de imagens digitais. Diante do
exposto, foi possível observar que existem finalidades gerais
E finalidades que são específicas de cada área. A ortodontia
obteve destaque, entre as especialidades, quanto às
finalidades gerais e os seus percentuais.
O tipo de fotografia utilizada pelos profissionais também
variou, entre as especialidades ressaltam-se:
 Prótese: 90,9% foto frontal Intraoral (IO);
 Ortodontia: 100,0% foto perfil de face, lateral direita IO,
lateral esquerda IO, oclusal superior IO, oclusal inferior IO;
 Dentística: 77,7% foto frontal IO;
 Periodontia: 70,0% foto face toda sorrindo, lateral direita
IO, lateral esquerda IO, frontal IO.
Em relação ao tipo de fotografia, os ortodontistas se
sobressaíram quanto à quantidade de fotografias utilizadas e
aos seus percentuais.
Neste estudo, a maior parte dos cirurgiões-dentistas relatou
tirar suas próprias fotografias, exceto os ortodontistas, cuja
maior parte referiu solicitar em clínica radiológica.
Os especialistas que utilizam as fotografias com maior
frequência foram os ortodontistas, fotografando todos os
pacientes. Já os que utilizam com menor frequência foram os
dentisteristas e os periodontistas, fotografando poucos
pacientes.
A maioria dos profissionais referiu receber informações sobre a
fotografia digital nos cursos de pós-graduação, com o maior
percentual dos ortodontistas (100%) e menor percentual dos
protesistas (40%). Dessa forma, é presumível que os cursos de
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pós-graduação em Ortodontia ofereçam maiores conhecimentos,
sobre a utilização de fotografias digitais na clínica odontológica
para os profissionais, quando comparados às demais áreas
abordadas neste estudo.
Em relação à documentação, a maioria dos entrevistados
demonstrou saber a sua importância. No entanto, as finalidades
clínicas se sobressaíram quanto às finalidades legais,
confirmando os dados obtidos por Maciel et al., que concluíram
que os aspectos clínicos da profissão ainda constituem o fator
de maior preocupação no exercício da Odontologia.

3) CARACTERIZAR FOTOGRAFIA ODONTOLÓGICA


(GERAL, LENTES, TIPOS DE FOTO,
POSICIONAMENTO, ETC...)
Gonçalves RA, Soriani NC, Silva RHA. DESCRIÇÃO DE
PROTOCOLO FOTOGRÁFICO PARA UTILIZAÇÃO NA
ROTINA PERICIAL ODONTOLÓGICA EM ÂMBITO
CIVIL. Revista Brasileira de Odontologia Legal, 2018.
DOCUMENTAÇÃO/ ASPECTO LEGAL
O cirurgião-dentista, na prática clínica, frequentemente utiliza
câmeras fotográficas para obter registros de tratamentos,
casos iniciais e os seus resultados. A finalidade principal,
entre os vários motivos para a utilização da fotografia
odontológica, é o registro preciso das manifestações clínicas
da cavidade oral. As utilizações secundárias englobam
documentação legal, publicação, educação e comunicação
com pacientes.

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As fotografias clínicas fazem parte do prontuário
odontológico do paciente e são anexadas com cunho
documental, podendo ser objetos de trabalhos periciais.
Diferentemente da fotografia clínica explicitada, existe a
fotografia odontológica pericial, que é realizada por um
perito, preferencialmente um cirurgião-dentista especialista
em Odontologia Legal, para elucidar fatos e auxiliar a Justiça.
Casos de responsabilidade profissional ou “erros”
odontológicos, oriundos das perícias na área civil em
Odontologia, em que há ressarcimento de danos, o registro
fotográfico se torna uma ferramenta importante para a
elaboração do laudo. Entretanto, não há um protocolo
fotográfico padrão que categorize, organize e esclareça da
melhor forma os achados.
É de fundamental importância que o cirurgião-dentista tenha
uma visão holística do indivíduo, e não apenas o restrinja à
cavidade oral. Dessa forma, é crucial que o profissional saiba
registrar também os achados extrabucais6 . Existem na
literatura protocolos fotográficos direcionados às várias
especialidades odontológicas, inclusive à Odontologia Legal,
na área de criminalística e em situações de identificação de
vítimas de desastres, estabelecido pela INTERPOL7 e pela
ABFO (American Board of Forensic Odontology).
Dentre as maiores dificuldades encontradas pelos Peritos
Judiciais em âmbito civil, em relação à fotografia
odontológica, estão a escolha da câmera fotográfica ideal, os
acessórios necessários, as especificações de regulagens
técnicas da câmera e a melhor maneira de organizar as
fotografias no laudo pericial. A associação de um
equipamento fotográfico padrão à utilização de boas técnicas,
seguindo um protocolo pré-estabelecido, é essencial para
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guiar os profissionais durante a elaboração e organização do
laudo, na parte referente às fotografias. O objetivo desse
trabalho foi apresentar um protocolo fotográfico para
utilização na rotina pericial em âmbito civil.
A fotografia deve ser realizada por todas as especialidades
odontológicas. principalmente para documentação, e não pode
ser mais considerada como opção, mas como equipamento
fundamental para o exercício da profissão. A fotografia
odontológica tem como principal objetivo auxiliar o
cirurgião-dentista a documentar e acompanhar o tratamento
do paciente, fator que fundamenta a importância da
padronização para manter a qualidade da fotografia clínica.
Por essa razão, para conservar os registros clínicos coesos, é
preciso que o profissional execute as tomadas fotográficas
com compacidade e reprodutibilidade.
Os protocolos fotográficos odontológicos existentes na
literatura estão em sua maioria relacionados às áreas clínicas,
tais como Ortodontia, Prótese Dentária, Dentística e
Radiologia. Na Odontologia Legal, muitas vezes, prevalecem
os protocolos relacionados à perícia criminal. O uso de um
protocolo mundialmente conhecido facilita a comunicação
entre órgãos internacionais, tornando as ações mais efetivas,
coordenadas, seguras, organizadas e confiáveis.
A definição de um protocolo fotográfico deve ser realizada
pelo cirurgião-dentista, adequando à necessidade cotidiana
que será diferente em cada especialidade. Observa-se, então,
que existem particularidades de cada área, sendo necessários
protocolos específicos, com foco nos objetivos fotográficos
da especialidade.
No que tange à Odontologia Legal e à Constituição Federal, o
direito à prova está intimamente vinculado ao conjunto de
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garantias que confere a todos os litigantes um processo justo,
quer por assegurar o contraditório e a ampla defesa (art. 5º,
LV, CF/88), quer por garantir a observância do devido
processo legal (art. 5º, LIV, CF/88) . Segundo o que rege o
Código de Processo Civil, a fotografia é considerada como
meio de prova típica, documental, estando inserta na Seção
VII (da prova documental), subseção I (da força probante dos
documentos). Ainda de acordo com o Código de Processo
Civil, em seu Art. 422, qualquer reprodução mecânica, como
a fotográfica, a cinematográfica, a fonográfica ou de outra
espécie, tem aptidão para fazer prova dos fatos ou das coisas
representadas, se a sua conformidade com o documento
original não for impugnada por aquele contra quem foi
produzida”
É realidade o crescente número de processos cíveis contra
cirurgiões-dentistas, onde os pacientes insatisfeitos se
socorrem no Poder Judiciário para satisfazer seus direitos.
Dessa forma, é inegável a importância cada vez maior de
laudos mais detalhados, especialmente em relação à fotografia
odontológica — prova típica e documental — e ao
estabelecimento de protocolos fotográficos.
A documentação ante mortem, que inclui prontuário,
fotografias e radiografias odontológicas, é peça chave da
Odontologia Legal. Sendo essa uma especialidade
imprescindível para a identificação humana. A aplicação da
fotografia do sorriso para a identificação humana é uma
técnica que tem ganhado bastante espaço mundialmente na
identificação positiva. A partir da análise comparativa de
imagens, nas quais seja possível analisar as características
dentais particulares do indivíduo desconhecido, possibilitando
sua identificação.
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Dessa maneira, observamos a grande valia da fotografia
odontológica não somente no tocante da área civil, mas
também criminal, sendo, dessa forma, áreas com
características complementares. A associação entre a
fotografia ante mortem e os dados antropológicos e
odontolegais permite a identificação de indivíduos, sendo essa
associação de técnicas de grande valia no processo de
identificação humana.
É evidente, portanto, a importância da fotografia odontológica
em diversos âmbitos: prática clínica, prova documental,
perícia civil e criminal, sendo imprescindível dominar noções
básicas de fotografia, munir-se de uma câmera ideal e possuir
acessórios adequados à especialidade.
O protocolo fotográfico desenvolvido auxilia o trabalho
pericial ao registrar a situação clínica e radiográfica do
periciando, sendo possível, em suas diferentes tomadas
fotográficas (extraorais e intraorais), analisar os achados
detalhadamente, sanar possíveis divergências e, enfim,
encorpar e respaldar a elaboração do laudo pericial.

Livro. Fotografia Odontológica, Masioli, 2010


A validade jurídica da fotografia digital
As fotografias, juntamente com as radiografias e o
prontuário dos pacientes, são documentos importantes em
Odontologia. E essa documentação, quando satisfatória,
serve desde a identificação de cadáveres à defesa
profissional.
Diante do considerável aumento de processos questionando
possíveis erros profissionais, não se pode negligenciar na
documentação dos pacientes. E, no caso específico, a
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fotografia, tanto analógica quanto digital, pode ser de
grande valia perante o Poder Judiciário.
É sabido que, para que uma fotografia analógica seja
incontroversa (no caso de prova documental), devem-se
juntar aos autos do processo os respectivos negativos ou
apresentá-la em slides. No caso de fotografia digital, esse
negativo não existe, nem por isso significa que não tenha
validade de prova. Ao revés, se a parte contrária nos autos
de um processo não contestar fotografias digitais
apresentadas pela outra parte, presume- se aceitação.
Muito se discute a respeito da validade da fotografia digital
quando comparada à dos slides ou das fotos em papel com
seus respectivos negativos. Tal questionamento reside na
facilidade com que as fotografias digitais podem ser
manipuladas. Nesse sentido, o fato de as imagens estarem
em slides ou em negativo não significa que também não
podem ser contestadas, pois, caso se queira usar de má-fé,
pode-se manipular a imagem digitalmente, fazer uma
impressão com qualidade fotográfica e fotografar essa
imagem com filme analógico para slide ou papel. Esse
processo pode passar despercebido ou ser descoberto com o
auxílio de peritos; assim também a manipulação digital.
Além disso, depois de comprovada a veracidade das
imagens analógicas, não há como comprovar a data em que
foram capturadas. No caso de demandas judiciais, também
não há como afirmar com segurança que as fotografias
foram feitas no início, no meio ou no final do tratamento.
As imagens tanto analógicas quanto digitais devem ser
levadas em consideração, mesmo podendo ser alvo de
manipulação, a exemplo do que ocorre com testemunhas

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que prestam depoimentos falsos ou mentem em juízo e nem
por isso são descartadas nos processos judiciais. Assim, não
é a forma como se documenta, e sim o caráter das pessoas
que pode gerar o mau uso das possibilidades existentes.
O problema da documentação digital é que se trata de algo
novo, e existem questões a serem elucidadas. Ainda não
existe uma legislação que regulamente o prontuário
odontológico digital. Por outro lado, o próprio Estado
legitima o uso das informações digitais. As eleições
brasileiras são feitas através de urnas eletrônicas, e,
segundo a Justiça Eleitoral, a possibilidade de fraude
diminuiu com essa nova tecnologia. O Senado Federal faz
uso de votação eletrônica e exibe resultados em painel
eletrônico.
As carteiras de motorista expedidas pelo DETRAN, que
valem como documento de identidade em todo o território
nacional, contêm foto e assinatura do motorista, que foram
digitalizadas e impressas, e, por fim, o imposto de renda é
feito no computador e enviado pela Internet, e o
comprovante é impresso na própria impressora do
contribuinte.
O fato é que o cirurgião-dentista tem que, cada vez mais,
documentar de forma correta todos os serviços efetuados
em seus pacientes. A fotografia, independente de o modo de
captura ser analógico ou digital, deve estar a seu serviço.
Para isso, deve ser capturada, processada, armazenada e

22
arquivada corretamente, juntamente com os demais
documentos dos pacientes.
Um outro dado importante é que a maioria das câmeras
fotográficas informa, juntamente com a fotografia, os dados
a ela pertinentes. Essas informações são perdidas se uma
mínima alteração for executada, sendo possível detectar se a
imagem observada foi ou não alterada. Por isso, é
conveniente que as fotografias originais sempre sejam
arquivadas, mesmo que apresentem qualidade ruim e tenha
havido necessidade de otimizações para melhorá-las.
A favor do cirurgião-dentista há ainda câmeras que gravam
imagens em formato RAW, o qual, como já descrito, não
aceita modificações. Uma imagem em RAW pode ser
modificada, mas, para salvá-la, é necessário usar outro
formato, ficando o RAW intacto. Dessa forma, podem-se
fazer diversas alterações e salvamento, mas a imagem
original funciona como um negativo inalterado.
Se a questão jurídica ainda assim for motivo de
preocupação, podem-se inserir as imagens digitais do pré-
operatório dos pacientes em um documento impresso em
papel fotográfico, que tem maior durabilidade, e pedir que o
paciente o assine, reconhecendo a veracidade do documento
(Anexo A).
Quanto ao aspecto da confiabilidade no mundo científico,
revistas e livros impressos em papel ou divulgados através
de CD-ROM e Internet utilizam imagens digitais, e, se as
fotografias a serem mostradas estiverem originalmente em
23
slides ou em papel, provavelmente serão digitalizadas
através de scanners antes de sua inserção no restante do
texto. Conclui-se, pois, que manipulação de resultados
sempre existiu, mesmo antes do advento das câmeras
digitais e, infelizmente, vai continuar existindo.
Ainda vale lembrar que, quando se trata de aspectos legais,
uma fotografia em que uma pessoa pode ser reconhecida
(por exemplo: fotos da face) só pode ser mostrada com o
consentimento do modelo ou paciente (Anexo B). Em caso
de menores, o consentimento deve vir dos pais ou
responsável. Na ausência de autorização, deve-se cobrir
parte da fotografia (por exemplo: ocultar os olhos em
fotografias de rosto). Em partes do corpo pelas quais o
modelo não pode ser reconhecido, o consentimento é
aconselhável, mas não obrigatório.
PREPARO DO FOTÓGRAFO
O posicionamento do fotógrafo deve ser tal que lhe permita
sentir-se confortável no momento da fotografia. Quando se
utilizam equipamentos com visor óptico SLR ou digital
EVF (câmeras profissionais ou compactas avançadas), um
dos olhos deve estar aberto e o mais próximo possível do
equipamento, enquanto o outro permanece fechado. Os
braços devem estar pressionados contra a parte superior do
corpo e o equipamento deve ser segurado com a mão direita
no corpo da câmera e a esquerda na objetiva. O indicador
da mão direita toca levemente o disparador, a fim de que,
24
depois de tudo ajustado, baste pressioná-lo um pouco mais
para que a fotografia aconteça (caso haja necessidade de
procurar o local do disparador, todos os ajustes podem ser
perdidos). As pernas podem apoiar-se nas bordas externas
da cadeira para proporcionar mais estabilidade e firmeza ao
fotógrafo.
A alça de segurança deve sempre ser utilizada, estando
posicionada ao redor do braço ou do pescoço. Se a
visualização for feita por visor LCD (câmeras compactas), a
câmera deve estar mais afastada dos olhos, tentando-se
obter o máximo de equilíbrio e firmeza.
A empunhadura correta é a mão direita segurando o corpo
da câmera e a mão esquerda de apoio para a lente como a
ilustração a seguir:

POSICIONAMENTO DO PACIENTE
Existem diversas formas de posicionar o paciente para as
fotos odontológica mas a posição que mais é recomendada é o
paciente sentado no mocho e o profissional fotógrafo sentado
25
em um mocho de mesma altura em frente ao paciente que
facilitará sobremaneira o adequado plano de entrada da
fotografia.
As fotos com paciente deitado na cadeira odontológica só vão
ser indicadas nos casos de fotos oclusais com espelho
intraoral ou fotos de registro clínico do tratamento durante
sua execução, mas essas fotos exigem um pouco de prática
para que o plano de entrada esteja adequado.
FOTOGRAFIA INTRABUCAL
Cavidade bucal é uma região de difícil iluminação e acesso
para fotografar
O sucesso da fotografia intrabucal depende de aspectos
biológicos do paciente, como grau de abertura da boca,
elasticidade da bochecha, grau de salivação, respiração e
demais fatores.
São necessários acessórios próprios e treinamento especial
para facilitar esse tipo de fotografia.
 Acessórios para fotografia intrabucal
Facilitam tomada fotográfica e permitem fotografia
padronizada
o Afastador de tecidos
Fabricado com plástico transparente para melhor visualização
e iluminação da cavidade bucal.
- Modelo em “C”: indicado para a maioria das fotografias.
- Modelo em “V”: fotografias laterais de relação de primeiro
molar.
26
- Modelo em “V” adaptado: pode ser cortado ao meio para
ser utilizado em fotografia oclusal.
- Deve ficar mais a frente para desencostar a bochecha dos
dentes posteriores.
o Fundo preto e contraste
- Necessário principalmente para fotografar dentes anteriores.
- Deixa a fotografia esteticamente mais bonita e fornece mais
contraste para a visualização, voltando a atenção apenas para
os dentes, permitindo verificar a translucidez e detalhes da
borda incisal
o Espelho intrabucal

- Permite fotografia indireta da cavidade bucal onde não é


possível realizar de modo direto, por exemplo, fotografia
oclusal.
- Existem dois tipos de materiais de espelhos para fotografia em
diversos formatos para diferentes tomadas fotográficas:
- Metal em formato de “L”: pode ser de aço extremamente
polido ou com banho metálico. Devido seu formato, é mais fácil
de utilizar e por isso, mais recomendado.
- Cristal: é 100% plano, levemente fumê e são mais difíceis de
usar.
O espelho oclusal é mais utilizado em fotografias da arcada
inteira (geralmente ORTODONTIA).
- Nas demais especialidades, pode ser utilizado o espelho
sublingual para fotografias oclusais de hemiarcada ou de apenas
um dente. Pelo formato menos e por ser mais estreito, seu uso é
mais fácil.
27
o Utilização do espelho intrabucal

- O afastafor usado para fotografas com espelho é o modelo em


“V” adaptado (recortado ao meio).
- Observar a técnica correta de acordo com a posição, uso de
afastadores, inclinação, ângulo e se a borda do espelho não está
interferindo na fotografia.
- Para não embaçar o espelho, jogar jato de ar e instruir o
paciente a respirar somente pelo nariz.
- Após realizar a imagem, ela deve ser invertida para ser
apresentada de maneira correta.
- Se estiver fotografando sozinho, o paciente pode ajudar a
segurar o afastador (do tipo unido).
Técnica Fotográficas

Quanto melhor utilizada a técnica, menos tempo de edição de


imagem.
- Primeiro passo: realizar roteiro do que será fotografado, ou
seja, é necessário um protocolo a fim de todas as fotografias
siga um padrão.
- Segundo passo: posicionamento fotográfico, estética e
enquadramento.
Posicionamento fotográfico

- Obter mais estabilidade e segurança para as tomadas


fotográficas.
- Posição 01: paciente sentado no mocho e sendo fotografado
de frente.

28
- Posição 02: paciente deitado na cadeira o mais horizontal
possível, sendo fotografado em posição de 12 horas.
- Mão direita segura a câmera e mão esquerda segura a objetiva,
dando sustentabilidade e evitando fotografias tremidas ou
fadiga muscular.
- Não pressionar o olho contra a máquina, deixando levemente
desencostado.
- O outro olho deve ficar aberto para direcionar e posicionar a
câmera.
o Estética
- Verificar higiene bucal, ou seja, remoção de biofilme e
cálculos, desde que não sejam o objeto da fotografia.
- Jogar um breve jato de ar para remover as bolhas de saliva e,
em caso de ressecamento, é necessário umedecer levemente
com uma gaze.
o Enquadramento
- Observar ao redor da fotografia, não apenas o centro.
- Verificar paralelismo do plano oclusal com a base da
máquina fotográfica, evitando fotografias fora do eixo
- Verificar se o plano oclusal está perpendicular à base da
máquina fotográfica, evitando realizar fotografias para cima
ou para baixo desse plano, o que causará distorção de
perspectiva, como dentes alongados ou achatados.
- Sorriso invertido: é a fotografia abaixo do plano oclusal.

 PROTOCOLO FOTOGRÁFICO

29
- Importante para padronizar as tomadas fotográficas,
facilitando uma futura comparação.
- Consiste na escolha das tomadas fotográficas que serão
sempre realizadas numa sessão fotográfica, tanto antes quanto
depois do tratamento.
- O próprio dentista define esse protocolo, adequando à
necessidade de cada especialidade.
 - Fotografia frontal corredor bucal
 - Fotografia frontal de dentes anteriores superiores
 - Fotografia frontal
 - Fotografia lateral
 - Fotografia oclusal superior
 - Fotografia oclusal inferior
 - Fotografia palatina
 - Fotografia lingual
 - Fotografia de dorso de língua
 - Sorriso frontal natural (relaxado)
 - Sorriso lateral
CORREÇÃO DE ERROS COMUNS
- Uso da técnica correta e equipamentos ideias, minimizam
erros.
o Foto estourada
 - É o excesso de luz do flash, que implica na perda de
informação como textura, translucidez e demais
características.
 - Caso ocorra, deve-se descartar a fotografia.

30
 - DICA: todas as câmeras reflex e as compactas avançadas
possuem controle de potência do flash. Dessa forma, basta
diminuir a potência até que o resultado agrade.
o Balanço de Branco
 - Ocorre quando se deixa o balanço de branco no automático.
 - A câmera faz uma leitura ambiente da luz
predominantemente.
 - DICA: ajuste o balanço de branco em modo predefinido
como símbolo sol, símbolo flash ou luz do dia. O ideal é
personalizar, ajustando o balanço de branco para cada
ambiente; é chamado de bater o branco. O ajuste do balando
de branco depende de alguns fatores, como luz ambiente,
modelo da câmera e modelo do flash.
 - Pouco perceptível no visor LCD da câmera e pode ser de 3
tipos:
 - Falta total de foco: pode ser por erro de leitura da máquina
quando em modo automático ou erro do operador do
equipamento.
 - Front focus: o foco principal ocorre antes do desejado, como
por exemplo, em um sorriso se deseja focar os incisivos
centrais e o foco fica no lábio.
 Black focus: acontece depois do foco principal, como por
exemplo, se deseja focar os incisivos centrais e o foco fica
nos dentes posteriores. Pode ser confundido com uma
fotografia tremida, com falta de profundida de campo ou com
foco errado, como nos lábios ou dentes posteriores.
 - DICA: Ajuste para o foco do tipo spot ou pontual. Faça
sempre 3 fotografias para ter certeza do foco certo. Em
31
máquinas reflex, ajuste o foco para o modo manual. Em
fotografias muito aproximadas a falta de foco pode ser maior
o Efeito Barril
 - Reflex: ocorre quando se utiliza uma lente grande angular e
se aproxima.
 - Compactas: quando não se utiliza o zoom e se aproxima.
 - É evitado com a compra do equipamento ideal ou uso da
técnica correta com máquina compacta.
 - DICA: Para reflex, comprar lente 90, 100 ou 105mm. Para
compacta, utilizar zoom e ficar afastado de 30 a 40cm
o Excesso de saliva
 - Prejudica a estética da fotografia com bolhas de saliva.
 - DICA: jogar breves jatos de ar, sem ressecar.

 Fotografia Documental
- Segundo o Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia
Facial (BBO), cada caso deve ser documentado com três
registros: vista frontal, lateral direita e lateral esquerda.
- Devem ser orientadas pelo plano oclusal.
Fotografias opcionais podem ser incluídas, como vistas
oclusais das arcadas superior e inferior.
- Devem ser o mais próximo possível da ampliação 1:1 com
os dentes do paciente.
- Em caso de uso de espelho, as imagens devem ser
invertidas como se estivéssemos olhando de frente para o
paciente.

32
- Observar dentição limpa, sem placa, sangramento ou
saliva; utilizar afastadores; iluminação deve mostrar os
contornos anatômicos, com mínima quantidade de sombra;
padronização das cores; evitar interferências visuais como
afastadores, rótulos, dedos.
 FOTOGRAFIA DA FACE
Assim como na fotografia intra-oral, é necessária uma técnica
e uma regulagem específica para a fotografia de face. Uma
técnica incorreta pode resultar em fotografias com distorções
e erros de análise facial, já a regulagem inadequada pode
fornecer fotografias fora de foco, falta de profundidade de
campo, tremidas, excesso ou falta de luminosidade, com
ruído, fora de enquadramento e demais erros que, além de
prejudicar a fotografia, aumentam o tempo na tomada
fotográfica.
Um ponto importante é a distorção do tipo barril e de
perspectiva, que são causados respectivamente pela
construção da objetiva e pela distância do assunto
fotografado. É muito comum a utilização de objetivas de
50mm e 60mm macro para se fotografar tanto cavidade oral
quanto rosto devido à falta de espaço do local, e com essas
objetivas é possível ficar mais próximo do assunto. Porém,
essa proximidade causa o erro de perspectiva, diferentemente
de uma objetiva apropriada como a 100mm que é necessária
uma distância maior, cerca de 2,5m.
Para se evitar a distorção de perspectiva é necessário estar
cerca de 2,5m de distância da pessoa, mesmo com uma
câmera compacta na qual será utilizado o zoom para
enquadrar apenas o rosto ou numa objetiva 60mm macro onde

33
a foto deverá ser recortada posteriormente para enquadrar.
Não se deve enquadrar aproximando-se da pessoa. Na
objetiva de 100mm ou 105mm, a distância de 2,5m
enquadrará apenas o rosto.
O ajuste com uma câmera fotográfica do tipo Reflex, objetiva
100mm ou 105mm e flash circular deve obedecer as regras de
abertura do diafragma, tempo de exposição, sensibilidade ISO
e potência do flash, sendo recomendado, respectivamente, f/8
ou f/11; 1/100 ou 1/60, 200 ou 400 e potência de flash
aumentada. Não existe um ajuste único já que as variáveis são
inúmeras, como a dimensão da sala, iluminação local e
potência do flash.
É importante realizar as fotografias com os corretos
equipamentos, acessórios e ajustes. A fotografia de face pode
ser realizada com uma máquina compacta pequena, não é
necessário macro nessa situação, mas um zoom de 3x é o
mínimo. O ideal é uma câmera do tipo Reflex que possa
encaixar uma objetiva macro 100mm ou 105mm e um flash
externo. Pode ser utilizado o próprio flash circular ou então
montar um estúdio básico para as fotografias de face.
Em relação ao posicionamento, a pessoa deve estar olhando
para frente de olhos abertos, sem óculos escuros, se tiver
cabelos compridos, devem estar atrás das orelhas e sem
qualquer acessório que atrapalhe na análise estética, como
brincos grandes. O fotógrafo deve estar bem centralizado,
paralelo ao plano oclusal e perpendicular a linha média,
evitando realizar fotografias de cima para baixo, de baixo
para cima, da esquerda para direita ou da direita para
esquerda. Para auxiliar, a pessoa deve estar preferencialmente

34
sentada numa banqueta ou no mocho do cirurgião dentista
com regulagem de altura. É necessário evitar qualquer tipo de
maquiagem que possa modificar o formato do rosto.
 FOTOGRAFIA DE MODA E BELEZA
Esse tipo de fotografia requer alguns acessórios para que se
possa montar um estúdio com diferentes tipos de iluminação.
É possível realizar um esquema de iluminação mais
complexo, mais técnico e necessidade de maior conhecimento
sobre iluminação.
Para se realizar essa fotografia, também conhecida como
book, será necessário investir numa produção especial, ou
seja, maquiagem e cabelo. Como esse tipo de fotografia não é
rotineiro num consultório odontológico, é recomendado
contratar um fotógrafo para esse trabalho, podendo levar o
paciente até o estúdio do fotógrafo ou mesmo trazê-lo até o
consultório. Os fotógrafos de casamento estão acostumados
com book, já que virou moda entre os noivos.
O esquema de iluminação pode ser o mais variado possível e
nem sempre é necessário utilizar todo o equipamento para se
realizar um efeito desejável. Em muitas vezes, com apenas
uma fonte de luz e poucos acessórios, já é possível criar algo
interessante. No caso de fotografia de moda, não existe uma
regra de quais equipamentos são adequados, somente é
necessário um equipamento básico e a criação da iluminação
é do próprio fotógrafo, que pode utilizar apenas um flash e
um rebatedor.
Equipamentos Sugeridos:
- 04 Flashes de estúdio (Tochas);
35
- 02 Sombrinhas;
- 02 Softboxes;
- 01 Snoot;
- 01 Refletor.
 ANÁLISE FACIAL
A fotografia digital, pela rapidez do resultado e flexibilidade
no tratamento da imagem, é um valioso instrumento para o
exercício da Odontologia Estética4. Através dessa ferramenta,
é possível realizar tratamentos personalizados, obtendo,
assim, uma estética natural e harmoniosa.
Segundo Fradeani (2006), para elaboração de um
planejamento estético individualizado, deve ser realizado um
exame clínico e radiográfico detalhado, além da confecção de
fotografias e modelos de estudo A fotografia de face, feita
com uma técnica padronizada, parece ser um auxílio-
diagnóstico para uma correta análise das desarmonias. Além
disso, as fotografias auxiliam também a transmissão de
informações ao paciente.
Na reconstrução de um sorriso, devem ser observados os
princípios estéticos de composição, unidade, simetria,
proporção, razão repetida, equilíbrio e linhas. Assim, a
fotografia de face torna-se um excelente meio de
comunicação com o laboratório de prótese, no qual permite ao
ceramista ter a visualização do formato do rosto, sorriso e
contorno dos lábios do paciente, favorecendo a confecção de
restaurações personalizadas. Além disso, com a fotografia

36
digital ou impressa, o profissional e o ceramista podem
planejar o caso, mesmo estando em locais diferentes.
A fotografia de face permite avaliar inúmeros fatores que irão
auxiliar no planejamento do ortodontista e protesista.
Entretanto, existem alguns aspectos mais importantes para
uma análise estética facial, os quais irão auxiliar no
diagnóstico e planejamento restaurador estético do paciente.
Linha de Referência Bipupilar
Na análise estética do sorriso, fotografias frontais são as mais
utilizadas. O exame do indivíduo, incluindo a análise da
posição dos olhos, nariz, mento e lábios, permite a
identificação de pontos e linhas de referência que são
indispensáveis na reabilitação estética. O paralelismo entre o
plano ocluso-incisal, contorno gengival e linhas de referência
horizontais (linha interpupilar e linha da comissura labial) é
um fator determinante na criação de um sorriso harmônico
agradável. Entretanto, os olhos, ou mesmo os cantos da boca,
eventualmente estão posicionados em alturas diferentes.
Nesses casos, a horizontal verdadeira é tomada como o plano
de referência. Porém, a presença de discrepâncias ou de leves
irregularidades não compromete o resultado estético final,
principalmente na perspectiva dos leigos.
Segundo Fradeani (2006), se a linha bipupilar estiver paralela
ao plano hozirontal, ela representa o parâmetro mais útil na
determinação do plano incisal e contorno gengival.
Linha Média Facial
A linha média facial é uma linha vertical de referência, a qual
é obtida através na união dos pontos facial, glabela, ponta do

37
nariz, filtro do lábio superior e ponta do mento, os quais são
pontos de referência do tecido mole facial.
A linha interincisal deve coincidir com a linha média facial.
Idealmente, essa variação entre as duas linhas não deve
exceder mais que 2mm, para não causar uma aparência
desagradável no sorriso. Porém, nem sempre um fator isolado
deve somente ser levado em consideração e outros fatores,
como a oclusão, necessitam ser analisados em conjunto para
um correto diagnóstico e tratamento da desarmonia.
A fotografia de face permite ainda analisar outros fatores
importantes como o forma do rosto, importante para
confecção de dentes personalizados, de acordo com cada
indivíduo, e largura sorriso, que irá determinar a exposição
dos dentes no planejamento estético.

38
O terço superior tem seu limite superior definido pela terceira
linha (L3), que é a LINHA DO CABELO, que define a área de
nascimento de cabelo. Essa é a linha menos importante uma vez
que ela é determinada pelo corte ou pela ausência de cabelo. O
limite inferior é definido pela LINHA OFRÍACA (L4) ou linha
da sobrancelha e deve ser definido com a face em repouso e
estática. Anormalidades nessa área em geral podem definir
anormalidades craniofaciais que também têm reflexos dentários.

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O terço médio tem como limite superior a LINHA OFRÍACA
(L4) e como limite inferior a LINHA INTERALAR (L5), ou
subnasal ou da asa do nariz. Aqui devem ser feitas observações
da distância interpupilar e intercantal (distância entre os dois
cantos internos dos olhos). Uma face harmônica tem, em média,
a distância intercantal similar à distância interalar, assim como a
largura da boca acompanha a largura da distância interpupilar .
Outros detalhes que merecem atenção são orelhas, olhos, nariz e
bochechas. Uma distribuição relativamente simétrica desses
elementos ajuda a compor um perfil harmônico.
O terço inferior é definido pela LINHA INTERALAR (L5) e
pela LINHA DO MENTO (L6). Ele deve ter aproximadamente
o mesmo comprimento do terço médio para que haja uma boa
relação estética31.
O terço médio e o terço inferior estão mais diretamente
relacionados à percepção de harmonia e de beleza facial. A
distância entre a LINHA INTERALAR (L5) e a LINHA
INTERCOMISSURAL (L7) (traçada horizontalmente pelas
comissuras dos lábios) deve ser de aproximadamente metade da
distância entre a INTERCOMISSURAL (L7) e a LINHA DO
MENTO (L6) 2 .
No terço inferior a avaliação do tamanho, do formato e da
quantidade do mento é importante para a harmonia do perfil.
Falta ou excesso de mento são informações esqueléticas

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importantes que são refletidas sobre o tecido mole e devem ser
analisadas em conjunto com telerradiografias.
Um sorriso ideal exibe ¾ da altura da coroa clínica e 2 mm do
contorno gengival. Esse valor pode variar devido ao
comprimento labial, comprimento maxilar vertical,
comprimento da coroa anatômica dos incisivos superiores e
elevação do lábio superior no sorriso. A exposição vertical dos
incisivos centrais superiores com o lábio em repouso deve ser
entre 1 a 5 mm, tendo exposição menor em homens do que em
mulheres. A exposição de dentes inferiores em repouso é rara e,
quando ocorre, significa suporte pobre do lábio inferior devido
à deficiência mentual, hipotonicidade do lábio inferior ou
protrusão dentoalveolar mandibular.
Todos os tópicos apresentados podem servir como referências
para um perfil normal e não como regras estritas para a linha de
tratamento seguida. O equilíbrio facial não depende somente
desses conceitos, mas de inúmeros fatores como características
étnicas, miscigenação, cultura e diferentes padrões de beleza

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