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77/2015
CAMPINAS
2015
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA
CAMPINAS
2015
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Ficha catalográfica
Universidade Estadual de Campinas
Biblioteca da Área de Engenharia e Arquitetura
Elizangela Aparecida dos Santos Souza - CRB 8/8098
Título em outro idioma: Application of polypropylene with 35% of glass fiber (PP
GF35) in order to substitute the polyamide with 35% of glass fiber (PA6 GF35) in the
intake manifold in downsizing engine flex fuel of three cylinders
Palavras-chave em inglês:
Polypropylene
Polyamide
Glass fiber
Ethanol
Polymers
Área de concentração: Materiais e Processos de Fabricação
Titulação: Mestre em Engenharia Mecânica
Banca examinadora:
Cecilia Amélia de Carvalho Zavaglia [Orientador]
Marcos Akira d'Ávila
Sônia Maria Malmonge
Data de defesa: 31-07-2015
Programa de Pós-Graduação: Engenharia Mecânica
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA
COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
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Aos meus pais Luiz e Nair pela vida, pela
exigência e pela educação e a minha esposa
Vadislava e minha filha Giovanna por serem
a razão do meu esforço e dedicação na busca
do meu progresso.
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Agradecimentos
Agradeço primeiro de tudo a Deus, por ter me dado à vida, por ter me dado uma
ótima família, saúde, determinação, força e coragem suficiente coragem para enfrentar
todos os desafios que esta vida pode proporcionar.
Agradeço a todos da minha família, agradeço a meus pais Luiz e Nair que sempre
exigiram o melhor e o máximo de mim, agradeço a minha esposa Vadislava pela paciência
e apoio e minha filha Giovanna que é a total razão deste meu esforço.
Agradeço imensamente minha orientadora Profa. Dra. Cecilia Zavaglia, pela sua
competência, paciência, sabedoria e pela confiança.
Agradeço em especial à diretoria da Empresa So.F.TER da Itália nas pessoas dos
Srs. Dr. Riccardo Meucci e Dr. Gianluca Pizzati pela autorização de uso no nome
So.F.TER, bem como do produto PPGF35 (TECNOPRENE AK7 HCT) e dos materiais
necessários para a execução deste trabalho, agradeço muito meu amigo Sr. Eng.º Carlos
Ermel pela ajuda, pelos materiais de apoio e importantes dicas para a conclusão deste
trabalho.
Agradeço meus amigos da VWB Eng.º Arnaldo Torreglosa, Eng.º Emerson
Delphini Correa e Eng.º Rafael Bucci pela grande ajuda.
Agradeço meus amigos da Roechling Automotive Eng.º Dr. Fabrizio Chini e Eng.º
Peter Mettens pelo apoio e autorização para tratar deste assunto.
Agradeço meu grande amigo Prof.º Eng.º Luiz Cláudio Furlan, pelos mútuos apoios
na busca de nosso profissionalismo.
Agradeço a meu amigo Eng.º Carlos Alberto Villar, que me impulsionou a buscar
este mestrado e me ensinou dentre várias coisas, a de ser uma pessoa correta e trabalhar
desta forma.
Agradeço aos professores da Unicamp que muito me enriqueceram com seus
ensinamentos no decorrer deste mestrado.
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“Para se fazer grandes coisas
não se deve estar acima dos
homens, mas junto deles.”
Montesquieu
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Resumo
Este mundo que vivemos está se tornando extremamente competitivo dia após dia, há
apenas cinquenta anos, os motores ciclo Otto permaneciam quase os mesmos desde quando
foram inventados pelo engenheiro alemão Nikolaus August Otto no final do século 19. Foi
somente no final da década de 1970 que os antigos motores começaram a ganhar apelos
tecnológicos, como injeção eletrônica, ignição eletrônica, controle de emissões e CO2, por
exemplo. Baseado nisso, todas as montadoras começaram a buscar soluções que fizessem do
seu veículo, o melhor ou o mais econômico e menos poluente. Face às novas leis
governamentais ao redor do mundo, todas as montadoras e autopeças estão trabalhando duro na
busca de várias soluções, soluções estas que vão desde a diminuição de emissões evaporativas,
redução do consumo de combustível, seja em função de um motor mais econômico quanto a
melhorias de aerodinâmica, que resulta em menor fenômeno de arraste e consequente
economia de combustível. Sabe-se também que redução de peso impacta diretamente na
redução do fenômeno de arraste, portanto, gera um menor consumo de combustível, por isso,
estamos vendo o crescente interesse das indústrias automotivas em substituir as antigas e atuais
peças em metal que são normalmente pesadas, para peças bem mais leves em polímeros e com
alta resistência térmica, mecânica, etc., e o mais importante é manter a mesma qualidade
funcional das peças em metal. Polímeros como a Poliamida 6 com 35% de fibra de vidro (PA6
GF35), já estão sendo aplicado no mercado automotivo a pelo menos quase 20 anos, pois os
primeiros coletores de admissão e filtro de ar em plástico nasceram utilizando esta matéria
prima, hoje em dia, nesta busca por redução de peso e consequentemente preço, um polímero
chamado Polipropileno com 35% de fibra de vidro (PP GF35), que até não muito tempo atrás
era de segunda linha, passa a ser de suma importância para alcançar objetivos que técnicos e
monetários que até poucos anos atrás, somente era possível com a Poliamida 6 com 35% de
fibra de vidro (PA6 GF35). Hoje em dia o polipropileno é um polímero no setor automotivo,
devido à alta resistência química e mecânica, boa estabilidade dimensional, flexibilidade,
durabilidade, excelente balanço entre impacto e rigidez.
Palavras-chaves: Polipropileno, poliamida, fibra de vidro, etanol, polímeros.
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Abstract
This world we live in is becoming extremely competitive day by day, only fifty years,
the Otto cycle engines remained almost the same since when were invented by the German
engineer Nikolaus August Otto in the late 19th century. Was only in the end of 1970 that the
older engines started to gain technological appeals, as electronic fuel injection, electronic
ignition, emission and CO2 control for example. Based on these new requirements, all the
automakers started to find good solutions in order to improve technology in their vehicles. Face
these new government laws around the world, all the automakers and auto parts companies are
working so hard in order to search multiple solutions, solutions as reduction of evaporative
emissions, reduced fuel consumption, these result are important to change more economical the
engines as also to get aerodynamic improvement, which results in less drag phenomena and
consequent fuel saving. The involved people know that these studies impacts in weight
reduction directly thought the drag phenomenon reduction and to reach a lower fuel
consumption, so we are seeing the growing interest from automakers to replace the old and
current metal parts that are normally heavy for extremely lighter parts in polymers with high
heat resistance, mechanical, etc., and the most important, keeping the same quality of
functional metal parts. Polymers as Polyamide 6 with 35% glass fiber (PA6 GF35) were
already applied in the automotive market at least nearly 20 years since the first intake manifold
in polymer material and plastic air filter were born using this raw material, nowadays the quest
for weight reduction and consequently price, a polymer called polypropylene with 35% glass
fiber (PP GF35), which until not long time ago was the second line, becomes to get an
importance polymer to reach the technical and monetary targets that a few years ago, was only
possible using the polyamide 6 with 35% glass fiber (PA6 GF35). Nowadays the
polypropylene is an important polymer in the automotive sector, due to the high mechanical
and chemical resistance, good dimensional stability, flexibility, durability, excellent balance
between impact and stiffness
Key Words: Polypropylene, polyamide, glass fiber, ethanol, polymers.
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Lista de Ilustrações
xvii
22. Etapas no processo de polimerização do Polipropileno 35
23. Gráfico mostra a absorção de água e condicionamento de corpos de
prova com poliamida 37
24. Gráfico mostra a absorção de água e condicionamento de corpos de
prova com poliamida 37
25. Etapas de composição da poliamida 6 38
26. Etapas de composição da poliamida 6 39
27. Etapas de cristalização do PPGF35 (TECNOPRENE AK7 HCT) 41
28. Forma da curva de taxa de cristalização por temperatura de um
polímero linear cristalino 41
29. Exemplo de duas cadeias poliméricas emaranhadas 43
30. Ensaio de módulo de flexão, configuração do teste 47
31. Ensaio de módulo de flexão, ponto de máxima tensão de
flexão/deformação das fibras laterais 47
32. Foto do ensaio de módulo de flexão em máquina 48
33. Gráfico resultante mostra uma tabela comparativa de módulo de
flexão entre as porcentagens de fibra de vidro entre o PP standard versus o
PPGF35 48
34. Teste de tensão conforme ASTM D638 do novo PPGF35 49
35. Gráfico comparativo do teste de tensão do novo PPGF35 50
36. Ilustração do teste de tração com temperatura controlada em forno
conforme ASTM D638 do novo PPGF35 50
37. Gráfico comparativo do ensaio de tração na ruptura entre o PA6 GF30
standard versus o novo PPGF35 52
38. Figura comparativa do ensaio de módulo de flexão entre o PA6 GF30
standard versus o novo PPGF35 53
39. Padrão de corpo de ensaio em mm (milímetro) para corpo de prova
teste Izod (ASTM D-256) 54
40. Padrão de prova teste Izod e Charpy (ASTM D-256) 54
xviii
41. Tela do PRO-E do modelo matemático do coletor de admissão
três cilindros 57
42. Simulação CFD de entrada do fluxo de ar na câmara de combustão 57
43. Modelo matemático do coletor de admissão, durante a simulação
CDF estrutural 59
44. Tela do Moldflow que mostra a análise do fluxo do material e regiões
críticas durante a injeção do coletor de admissão 60
45. Modelo matemático que mostra a análise CFD (fluxo de ar) 61
46. Forma esquemática da simulação do perfil da nova geometria de
um coletor de admissão de 3 cilindros 62
47. Forma esquemática da simulação acústica do coletor de admissão
3 cilindros com curva de performance e radiação de ruídos 63
48. As muitas etapas de um pré-desenvolvimento de um coletor
de admissão 64
49. Cabine de dinamômetro / teste de motores 65
50. Curva característica do motor 67
51. Simulação do fenômeno de Backfire 69
52. Gráfico de teste de estouro 70
53. Foto do teste de avaliação acústica em câmera anecóica para
medição de ruído 73
54. Gráfico de simulação acústica para medição de ruído do
Software GT-Power 74
55. Foto mostra a montagem dos microfones em veículo para
medição acústica. 76
56. Foto mostra a montagem dos microfones em veículo para
medição acústica 76
57. Resultados obtidos com a medição acústica veicular através
da montagem de microfones 77
58. Resultados obtidos com a medição acústica veicular através
da montagem de microfones 78
xix
59. Resultados obtidos com a medição acústica veicular através
da montagem de microfones 78
60. Resultados obtidos com a medição acústica veicular através
da montagem de microfones 79
61. Resultados obtidos com a medição acústica veicular através
da montagem de microfones 79
62. Ilustração da Lei de Física de Hooke 83
63. Ilustração do aparafusamento do suporte da válvula purga do
canister por parafuso autoatarraxante diretamente no coletor de admissão 84
64. Teste de aparafusamento direto no coletor de admissão em plástico 85
65. Ilustração da fórmula de cálculo de torque 85
66. Ilustração do conceito de torque. 86
67. Representação gráfica das formas de quantificação de vibração 87
68. Ilustração do mecanismo pistão – biela – virabrequim 88
69. Ilustração do equipamento para simulação de vibração 90
70. Produto Final - Coletor de Admissão três cilindros em Polipropileno
PPGF35(TECNOPRENE AK7 HCT) 91
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Lista de Tabelas
xxi
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Lista de Abreviaturas e Siglas
xxiii
H - Hidrogênio
H2O - Água
HCL - Ácido Clorídrico
HDT - Heat Deflection Temperature ou Temperatura de Deflexão Térmica
ISO - International Organization for Standardization ou Organização
Internacional para Normatização
J/m - Joule/Metro
Kg - Quilograma
MAO - Co catalisador Organometálico
MP - Matéria prima
MPa - Mega Pascal
MF - Hydroxyerhyl Acrilato
O - Oxigênio
OH - Hidroxila / Hidroxilo
OS - Poliestileno
P - Peso
PA - Poliamida
% - Porcentagem
PAGF35 - Poliamida com 35% de Glass Fiber ou Fibra de Vidro
PC - Poliocarbonatos
PE - Polietileno
PEEK - Poli Éter-Éter-Cetona
PES - Poli Éter Sulfona
PF - Fenol Formaldeído/Fenólica
PMMA - Acrílico ou Polimetil-Metacrilato
POM - Poliacetal
PP - Polipropileno
PPA - Poliftalamida
PP-I - PP Isotático
PP-S - PP Sindiotático
xxiv
PP-A - Atático
PPGF35 - Polipropileno com 35% de Glass Fiber ou Fibra de Vidro
PPM - Partes por Milhão
PRO-E - Pro-Engineer Simulation Software
PTFE - Poli Tetra-Flúor-Etileno
PVC - Poly Vinyl Chroride ou Poli Cloreto de Vinila
PUR - Elastômero de Poliuretano
REV - Representative Element of Volume
S - Enxofre
SI - Sistema Internacional de Unidades
Tg - Transição Vítrea
Tm - Ponto de Fusão
TGA - Thermal Gravimetric Analysis ou Análise Termogravimétrica
UP - Poliéster Instaurado
UL 94 - Propriedades Dielétrica/ Isolamento Elétrico / Flamabilidade
UV - Ultravioleta
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 1
2. OBJETIVOS ..................................................................................................................................... 3
3. DEFINIÇÃO DE POLÍMEROS ........................................................................................................ 4
3.1 Caracterizações dos Polímeros ................................................................................................. 5
3.2 Como são codificados os Polímeros ......................................................................................... 8
3.3 Matérias-primas para os Polímeros ........................................................................................... 9
4. HISTÓRICO DO PROPROPILENO ............................................................................................... 11
4.1 Aspectos Técnicos .................................................................................................................. 12
4.2 Processos de Produção ............................................................................................................ 14
4.3 Propriedades do Polipropileno ................................................................................................ 15
4.4 Aditivos do Polipropileno ....................................................................................................... 17
4.5 Processos de Transformação do Polipropileno ....................................................................... 18
5. MERCADOS DO PP VOLTADO PARA O SETOR AUTOMOBILÍSTICO .................................... 19
5.1. Classificação dos Plásticos Automotivos............................................................................... 22
5.2 Aplicações na área Automotiva .............................................................................................. 24
6. MÉTODO TEÓRICO DE TESTE DO PP-GF35 NO MOTOR ......................................................... 30
6.1 Propriedades Gerais Comparativas do PP x PA no motor (Coletor de admissão) .................. 32
6.2 Características Químicas do PP .............................................................................................. 34
6.3. Requisitos para um projeto de Coletor de admissão em Polipropileno (PP) ......................... 40
6.4 Estudos de comparação do PP Standard versus o PP HC ....................................................... 44
7. TESTES FÍSCOS EM AMOSTRAS ................................................................................................ 46
7.1 Testes de Módulo de Flexão ................................................................................................... 46
7.2 Testes Resistência a Tração .................................................................................................... 49
8. ESTUDOS COMPARATIVOS ....................................................................................................... 51
8.1 Estudos de comparação do Polipropileno (PP HC) versus a Poliamida 6 (PA 6) ................... 51
8.2 Testes de Impacto ................................................................................................................... 54
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9. TESTES COMPUTACIONAIS.................................................................................................... 56
9.1 Simulações através de um modelo matemático ...................................................................... 56
9.2 Simulações CAE ..................................................................................................................... 58
9.3 Análises Estruturais ................................................................................................................ 59
9.4 Análises de Fluxo do Material (Mold Flow) ........................................................................... 60
9.5 Simulações do Fluxo de Ar ..................................................................................................... 61
9.6 Simulações Acústicas e de Performance Acústica ................................................................. 62
9.7 Pré-desenvolvimento do Coletor de admissão em PP ............................................................. 64
10. TESTES EM PROTÓTIPOS FÍSICOS ...................................................................................... 65
10.1 Testes de Validação do novo Conjunto em PP ..................................................................... 65
10.2 Avaliações em dinamômetro (1°. Teste funcional) ............................................................... 65
10.3 Avaliações de teste de estouro (Backfire) em laboratório..................................................... 69
10.4 Avaliações Acústicas ............................................................................................................ 72
11. TESTES DE APARAFUSAMENTO ......................................................................................... 82
12. ENSAIOS VIBRACIONAIS EM BANCADA .......................................................................... 87
11. CONCLUSÕES .......................................................................................................................... 91
REFERÊNCIAS................................................................................................................................ 92
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1. INTRODUÇÃO
1
No Brasil, atualmente, cada veículo utiliza entre 60 e 90 quilos de plástico, sendo
63% em equipamentos internos, 15% no corpo externo, 9% no motor, 8% no sistema
elétrico e 5% no chassi. No final de década de 80, a média da aplicação de plástico nos
carros nacionais era de apenas 30 quilos.
Hoje em dia o polipropileno é um polímero de destaque no setor automotivo, pois
ele se destaca pela alta resistência química e solvente, boa estabilidade dimensional,
flexibilidade, durabilidade e excelente balanço entre impacto e rigidez.
Sendo assim, uma matéria prima que era utilizada na fabricação de fios de
tecelagem, embalagens flexíveis, brinquedos, copos plásticos, corpo de eletrodomésticos,
está sendo usado em peças de alto valor agregado, alto desempenho técnico como um
coletor de admissão e em quase todas as peças de acabamento interno e externo da maioria
das empresas automotiva do Brasil e do mundo. (ANFAVEA, 2014).
2
2. OBJETIVOS
Este trabalho teve como objetivo principal, provar que a utilização do polipropileno
como um excelente plástico de engenharia para fabricação em coletores de admissão ciclo
Otto, sendo aplicado em motores bicombustível álcool e/ou gasolina. Tendo em vista esta
aplicação, foram avaliados sua aplicabilidade em várias características específicas para este
tipo de peça, hoje em dia fabricadas em alumínio e em sua maioria em poliamida 6 e em
poliamida 6.6.
3
3. DEFINIÇÃO DE POLÍMEROS
4
3.1 Caracterizações dos Polímeros
Os polímeros se dividem em três grupos que são apresentados na Figura 1:
Ainda baseando se na Figura 1, pode se definir estes três grupos de plásticos conforme
segue:
Termoplásticos: (termos = calor, plasso = formar), estes tipos de plásticos
são fusíveis e solúveis, eles podem ser fundidos vários vezes através de
vários processos como injeção, extrusão, laminação e podem ser
solubilizados por várias vezes e vários solventes. Eles ainda podem variar
de maleáveis a rígidos ou frágeis. São divididos entre amorfos (amorph =
desordenado), que possuem estado de ordenação molecular em transição
vítrea, por exemplo, e são transparentes e em termoplásticos semicristalinos,
que apresentam uma aparência opaca. Na teoria, o processamento desses
materiais ocorre apenas com mudanças físicas, podendo assim, serem
facilmente reciclados, porem na pratica, podem ocorrer mudanças químicas
5
durante o processamento, tais como, a oxidação, a degradação térmica entre
outras. (MALLOY 1989; MANO, 1991).
Para ser mais especifico, os termoplásticos amorfos são macromoléculas
poliméricas dispostas sem uma configuração especifica, quando aquecidos,
sua estrutura molecular se torna mais maleável, até se fluir. Como não
existem interfaces cristalinas para refletir luz, eles são normalmente opacos.
No caso dos termoplásticos semicristalinos, as moléculas forma arranjos
ordenados e estas regiões são cristais que se formam durante a solidificação.
Com o reaquecimento, estes cristais continuam intactos até o material
atingir a temperatura de fusão cristalina, uma vez fundidos, estes materiais
também apresentam uma estrutura amorfa em estado sólido e em via de
regra diminuindo-se a taxa de resfriamento do material, diminui-se também
o grau de cristalinidade (MANO, 1991).
6
Na Figura 2 e 3 pode se facilmente visualizar as diferenças entre as estruturas dos
termoplásticos amorfos e semicristalino e dos termofixos elastômeros e termorrígidos:
7
3.2 Como são codificados os Polímeros
Baseando-se na Norma DIN 7728, pode-se trabalhar nas nomenclaturas conforme segue:
Caracterização do polímero.
Exemplo: PE-LLD
Nome do material: Polietileno Linear de Baixa Densidade.
Abreviação do produto básico: PE = Polietileno.
Código – Letras das propriedades suplementares.
L = 1ª letra para propriedades especiais: L = Linear.
L = 2ª letra para propriedades especiais: L = Lower (baixo).
L = 3ª letra para propriedades especiais: D = Density (densidade).
8
3.3 Matérias-primas para os Polímeros
9
Ainda dentro da cadeia petroquímica, pode-se observar no quadro da Figura 5, como se
trabalha desde a refinaria, até a 3ª geração dos transformadores de produtos.
10
4. HISTÓRICO DO PROPROPILENO
A primeira vez que se ouviu falar do Polipropileno (PP), foi em 1954 na Itália, sua
criação foi obra de pesquisa do engenheiro químico, pesquisador e professor Giulio Natta.
Premio Nobel de química em 1963, a pesquisa de Natta na Faculdade Politécnica de Milão,
levou à melhoria de uma pesquisa anterior realizada pelo químico alemão Karl Waldemar
Ziegler, que junto com Natta também recebeu o Premio Nobel de química em 1963.
Foi no ano de 1953 que Ziegler pesquisou o descobriu que polímeros de eteno com
alto peso molecular podiam ser obtidos com a adição de sais de transição, como o
Tetracloreto de titânio ou cloreto de titânio é o composto inorgânico com a fórmula TiCl₄,
ao catalisador alquilaluminio.
Desde sua introdução em 1954, o polipropileno se tornou uma das mais importantes
resinas termoplásticas da atualidade, continuando ainda como a resina de maior
crescimento.
Hoje em dia o polipropileno é o terceiro termoplástico mais vendido no mundo
(abaixo do polietileno baixa densidade e do PVC), representando vendas físicas em torno
de 17 milhões toneladas/ano, com um valor superior a US$ 11 bilhões/ano. (site
www.bndes.gov.br – acessado em 21 de Abril de 2015).
Por outro lado, o polipropileno hoje se coloca ao lado do ABS, ou seja, em uma
zona de transição entre os plásticos de grande consumo e os plásticos de engenharia
(existem estimativas que consideram que ¼ do consumo do polipropileno são para
aplicações técnicas). No Brasil, o polipropileno se colocou no 2º termoplástico mais
consumido em 1995, à frente inclusive do PVC.
11
A produção nacional de polipropileno tem também uma importância estratégica,
por ser um grande consumidor de propeno, gerados nas centrais petroquímicas que só
utilizam nafta como insumo básico.
12
Os três polímeros - homopolímero, copolímero alternado e o copolímero estatístico
- podem ser modificados e adaptados às utilizações específicas através das técnicas de
formulação ou compostagem.
13
4.2 Processos de Produção
14
Portanto, outro exemplo de progresso tecnológico deste setor é a evolução do
próprio catalisador e isto resultou na simplificação das diversas etapas do processo
produtivo, reduzindo se assim, os custos de investimentos, estima-se que as unidades
modernas, são três vezes mais baratas que as unidades produtivas de vinte anos atrás.
A matéria prima básica é o propeno ou propileno, que deve ter um alto nível de
pureza, superior a 99,5% e isento de água, oxigênio, dióxido de carbono, enxofre e
acetileno, sem essa pureza, existe uma grande possibilidade contaminação dos
catalizadores. A fonte predominante para a produção do propeno é o craqueamento da
nafta, uma vez que o gás natural não apresenta grande vantagem competitiva. A
desidrogenização do propano ou a recuperação do gás de refinaria são alternativas, como
por exemplo, na Europa Ocidental, o gás de refinaria já participa com 15% do propeno
consumido. No caso do Brasil, esta porcentagem sobe para 21%. (site www.bndes.gov.br –
acessado em 21 de Abril de 2015).
O polipropileno é uma resina de baixa densidade que oferece um bom equilíbrio de
propriedades térmicas, químicas e elétricas. Ele apresenta grande resistência a rupturas por
flexão e fadiga. As suas propriedades mecânicas podem ser significativamente melhoradas
através de reforços de fibra de vidro ou em grades especiais modificados com borrachas.
O polipropileno apresenta resistência limitada ao calor, porém existem tipos termo
estabilizados destinados a aplicações que exijam uso prolongado a elevadas temperaturas.
O polipropileno não é atacado pela grande maioria dos agentes químicos de
natureza orgânica, mas não está livre de sofrer inúmeros ataques de compostos halogêneos
e por agentes oxidantes, tal como ácido nítrico fumegante, que se trata de um ácido muito
forte e com uma grande capacidade corrosiva. Além disso, o polipropileno apresenta uma
densidade de 0.95 g/cm³, em comparação à Poliamida que possui 1,13 g/cm³.
15
Segue um resumo das principais propriedades do polipropileno:
Baixo custo.
Elevada resistência química e a solventes.
Fácil moldagem.
Fácil coloração.
Alta resistência à fratura por flexão ou fadiga.
Boa resistência ao impacto acima de 15 °C.
Boa estabilidade térmica
16
Atualmente há uma tendência no sentido de se utilizar exclusivamente o PP em
peças de motores e de interior dos automóveis. Isso facilitaria a reciclagem do material por
ocasião do sucateamento do veículo.
17
Controle de transparência: O polipropileno é translúcido, porém sua
transparência pode ser drasticamente melhorada com aditivos clarificantes e ele
também pode se tornar opaco, com a adição de certos pigmentos e cargas.
18
Um dos exemplos de materiais fabricados por esse processo são as autopeças como
os para-choques, coletores de admissão, conjunto do filtro de ar, revestimentos internos e
painéis de instrumentos e etc. Outra técnica de processamento muito utilizada é a extrusão.
Esse processo consiste em fazer passar a massa polimérica moldável por dentro de um
cilindro aquecido por meio da ação bombeadora de uma ou duas roscas sem fim
promovendo o cisalhamento homogeneização e plastificação do material.
Posteriormente, o material passa em uma matriz com o perfil desejável, de forma
contínua. O extrudado pode ser enrolado em bobinas cortado em peças de dimensões
especificadas, ou cortado em grânulos reguladores.
No processo de fabricação de fibras, o material no final da extrusora é forçado a
passar por uma matriz com vários orifícios (fieira), formando então filamentos, esses
filamentos passam por um resfriamento e por um conjunto de rolos, formando então as
fibras. No Brasil, cerca de 20% dos materiais em Polipropileno (PP), são fabricados desta
forma. (ABIPLAST. 2014).
Outro processo muito utilizado com o Polipropileno (PP) é o de sopro e, segundo a
ABIPLAST, cerca de 10% deste produto é transformado via sopro.
O sopro é um processo descontínuo, isto é, para obtenção de peças ocas através da
insuflação de ar no interior de uma pré-formas (molde), é utilizado na fabricação de dutos
de captação de ar, ressonadores, captação de ar para ar condicionado, etc.
19
Após e com o desenvolvimento de novos e modernos catalisadores com novas
tecnologias de processo, o Polipropileno (PP), começou a substituir vários outros materiais
na fabricação de componentes de metal, borracha e vidro, que por outro lado contribuíam
para um elevado peso no veículo final. Desde então o Polipropileno (PP), está tendo um
crescimento exponencial no uso de peças automotivas, em 1977 era utilizado 7 Kg de
Polipropileno (PP) por carro, no ano 2000 esse numero subiu para 49 Kg e atualmente está
em torno de 50 Kg por carro. (ABIPLAST. 2014).
A partir da década de 1970, vários foram os fatores que influenciaram a indústria
automotiva a ter uma evolução técnica e de qualidade, o aumento de vendas decorrente
com a globalização deste setor em específico e a incansável busca pela diminuição de
emissões poluentes, fizeram com os veículos ganhassem vários componentes de plástico
com o objetivo de redução de pesos e consequentemente redução de poluição, pois quanto
menor o peso do veículo, menor a força que o motor realiza, sendo assim, menor gasto de
combustível.
Com isso, se fez necessária pesquisa e a busca por materiais plásticos de alta
tecnologia, sendo a melhoria técnica dos materiais existentes e o desenvolvimento de
novos materiais.
A crise do petróleo da década de 1970, fez com que a indústria automobilística
diminuísse o peso dos veículos com o objetivo final de reduzir o consumo de combustível,
com isso, a substituição de peças metálicas por peças plásticas se tornou uma realidade,
claro, sem acarretar perdas de qualidade e segurança.
Introduzido inicialmente nos Estados Unidos no fim de 1960, a participação do
plástico cresceu entre as décadas de 1960 e 1970, de tímidos 11 Kg para quase 45 Kg em
um carro médio, entretanto o uso inicial era em peças de acabamento externo e interno,
hoje em dia, com exemplo deste projeto de coletor de admissão, as peças de plástico,
especialmente o Polipropileno (PP), passa a serem aplicados em peças de extrema
importância técnica dentro de um motor ou estrutura por exemplo. Os metais ferrosos ainda
representavam na década de 1990, com 67,5% do peso de um automóvel médio contra
7,7% dos plásticos de engenharia e de 5,8% do alumínio. (ABIPLAST. 2014).
20
Entre 1978 a 1990, ocorreu uma crescente substituição de metais ferrosos por
plástico, aço, por exemplo, com isso, ocorreu uma redução no peso médio de um veículo
médio de 1.588 Kg para 1.316 Kg, isto é, quase 20% de redução somente na troca de
materiais. (ABIPLAST. 2014). Este fator tende a se manter nos próximos 10 anos
aproximadamente, mas vale a pena observar que nos últimos 30 anos, a substituição de
materiais ferrosos por plásticos foi realmente assustadora, contudo, plásticos são de fato
uma denominação genérica de uma gama de variedades muito diversificada, onde o
Polipropileno (PP) se tornou sem dúvida o mais importante.
Na Figura 8, podemos ter uma ideia de como se comportou a como se
comportará a participação dos plásticos nos veículos divididos entre as décadas de 1970 a
2020.
21
Densidade (associada à economia de peso no veículo).
Temperatura de deflexão ao calor (associada ao comportamento mecânico sob
altas e baixas temperaturas).
Temperatura de transição vítrea e coeficiente de expansão térmica
(característica intrínseca dos plásticos, vinculada à conservação de propriedades
sob o calor).
Resistência química geral (suscetibilidade à corrosão).
Propriedades dielétricas e UL 94 (associada ao isolamento elétrico).
Propriedades ópticas (associadas ao grau de transparência).
Facilidade ou não de processabilidade (associada aos processos convencionais e
à liberdade de design).
Custo do produto final (preços mais custos agregados – relativos à facilidade ou
não para operações secundárias como, pintura, decoração, ultrassom, etc.).
22
Por outro lado e de maneira diferente, os termorrígidos ou termofixos quando
submetidos a variações de temperatura, uma vez que ao serem aquecidos eles também se
fundem, mas em sua estrutura química ocorrem reações que os transformam em uma
estrutura reticulada, infusível e insolúvel e com isso sua estrutura não volta às condições
iniciais, fazendo com que não possam ser reaproveitados, tendo como exemplo a baquelite.
23
5.2 Aplicações na área Automotiva
O polipropileno pode ser utilizado tanto no interior dos veículos, quanto no exterior
dentro do capô. Entre as aplicações no interior dos carros estão os painéis de instrumentos,
painéis das portas, revestimentos e consoles, No exterior dos veículos pode ser utilizado
nos para-choques, grades e entre outros. Também é utilizado nas caixas das baterias,
reservatórios de água e proteções embaixo do carro contra impactos de pedras e rochas.
Na Figura 10, mostra a projeção da participação de componentes plásticos na linha
automotiva até 2020 comparado a outros componentes:
24
Atualmente há um grande apelo mundial na reciclagem dos produtos, o que
representa um grande desafio para o setor automobilístico, pois este utiliza vários tipos de
resinas. Além do polipropileno são utilizados, por exemplo, o ABS (acrilonitrila-
butadieno-estireno) policarbonato e a poliamida.
O PP apresenta versatilidade suficiente para assumir um grande número das
aplicações do plástico nesse setor.
Por exemplo, o painel dianteiro de muitos carros é construído utilizando três
diferentes resinas plásticas, uma com elevada dureza que serve de esqueleto, outra para
fazer o painel de 19 instrumentos mais atrativo e uma terceira de um material mais macio,
para promover aos passageiros um toque mais agradável. O polipropileno pode ser
produzido para executar essas três funções sem perda de desempenho.
Versatilidade de propriedades, baixa densidade, facilidade de processamento e
reciclagem constituem vantagens decisivas a favor do PP. A preferência por materiais que
absorvem o impacto, protegendo o passageiro no caso de uma eventual colisão, também é
uma vantagem do PP frente o metal. (ABIPLAST 2014).
Podemos observar que a substituição de plásticos de engenharia por compostos de
polipropileno estão ocorrendo de forma rápida, sendo possível citar vários exemplos de
aplicações no mercado europeu, asiático e no brasileiro. Entre elas, o coletor de admissão
de ar, uma peça de grande massa e com bastante complexidade técnica, típica do portfólio
de aplicações da poliamida e que vem sendo fabricado em Polipropileno (PP), exemplo de
aplicação no novo motor da Volkswagen EA 211. Ainda existem certas restrições para o
emprego do Polipropileno (PP), em aplicações como no motor e espaço interno sob o capô,
quanto maior a pressão e temperatura a que está submetido o coletor de admissão de ar,
menores as chances de o Polipropileno (PP) de satisfazer às demandas técnicas citada peça.
Em via de regra, carros com motorização até 1.6 podem ter coletores de polipropileno.
Outras peças também apresentam concorrência com a poliamida como os filtros de ar e os
suportes das ventoinhas.
Apesar das substituições ocorrerem à velocidade com que elas acontecem no
mercado brasileiro não depende apenas dos fornecedores de Polipropileno (PP), pois é
preciso equalizar outras questões, como os investimentos dos fabricantes dos equipamentos
25
originais, principalmente quando sai de cena um metal para a entrada do plástico. Se a
troca é de um polímero por outro, seria normal esperar-se ao menos a troca de molde, em
virtude de comportamentos diferentes durante a injeção dos materiais. (ANFAVEA 2014).
26
Com o processo de redução da cilindrada de motores e o foco permanente da
indústria na redução de peso total no veículo (em busca de economia de combustível), o
plástico de engenharia à base de poliamida vem encontrando cada vez mais serventia. Em
linhas gerais, o alumínio pesa 30% menos que o aço, e o plástico pesam outros 30% menos
que o alumínio. E a vantagem não fica só na redução de peso das peças. O plástico também
oferece imunidade à corrosão, melhor isolamento acústico e maior liberdade no design.
As Figuras 12 a 16 apresentam exemplos de aplicações de peças de plástico em
automóveis, segundo a Revista 4 Rodas.
TAMPA DO CABEÇOTE
O plástico está por cima da situação, o material serve para confecção de suportes
das bobinas de ignição e em alguns motores, como o 2.0 do novo Ford Focus, para a tampa
inteira do cabeçote, onde a temperatura pode passar dos 120 °C
MOTOR
TRANSMISSÃO
COLETOR DE ADMISSÃO
28
Por trabalharem sob condições críticas (alta pressão de combustível e de
compressão da mistura), motores a diesel tradicionalmente utilizam materiais mais
robustos, Mesmo assim, o plástico chegou lá, a bordo no coletor da picape Ford Ranger.
CÁRTER
Aplicar plástico no cárter é a mais recente ousadia dos engenheiros, pois nesse
componente o material fica submetido a vários tipos de agressão mecânica, térmica e
química. A Ford é uma das primeiras a ter um cárter de plástico, instalado na picape Ford
F-250 americana.
29
6. MÉTODO TEÓRICO DE TESTE DO PP-GF35 NO MOTOR
30
Alguns fatores chave que influenciam na utilização do coletor em polímero são:
• Melhor funcionalidade técnica (Fluxo de ar otimizado).
• Maior liberdade de design (Funções integradas).
• Redução de peso.
• Redução de custo.
Na questão custos:
Figura 17: Redução de Custos utilizando o Polipropileno PPGF35 (TECNOPRENE AK7 HCT).
(Fonte: arquivo próprio).
31
Em uma breve comparação de redução de custos, podemos notar que alguns fatores econômicos
também influenciam na utilização do coletor em plástico utilizando o Polipropileno
32
Como podemos observar nos quadros abaixo:
33
6.2 Características Químicas do PP
34
Figura 21: Etapas estéreo-regulares no processo de polimerização do Polipropileno.
(Fonte: Livro Polypropylene Handbook 2E - Pasquini).
35
Vantagens do Polipropileno PPGF35 (TECNOPRENE AK7 HCT):
36
A absorção de água provoca um aumento no volume e na dimensão e isso deve ser
considerado ao projetar peças em Poliamida (PA).
Com o aumento da distância entre os grupos amida (aumentando o número de grupos
CH2), a força das ligações intermoleculares diminui, bem como a taxa de absorção de
água, como pode se observar no gráfico de absorção de água da Figura 23, já na Figura 24
mostra a absorção de água e o condicionamento de corpos de prova em poliamida.
Figura 23: Gráfico mostra a absorção de água e condicionamento de corpos de prova com poliamida
(Fonte: Empresa SO.F.TER).
Figura 24: Gráfico mostra a absorção de água e condicionamento de corpos de prova com poliamida.
(Fonte: Empresa SO.F.TER).
37
Características da Poliamida PA6:
38
Figura 26: Etapa de composição da poliamida 66.
(Fonte: Livro Polypropylene Handbook 2E - Pasquini).
39
6.3. Requisitos para um projeto de Coletor de admissão em Polipropileno
(PP)
Alta cristalinidade.
Peso molecular elevado.
Estabilização térmica alta.
Tendo como base estas características, o projeto do coletor de admissão que é uma
peça de extrema exigência dentro das várias que fazem parte de um motor de combustão
ciclo Otto / Flex Fuel, demonstrou a possibilidade de fazer deste projeto, um projeto com
alta probabilidade de sucesso, sendo assim, poderá observar as seguintes propriedades do
PPGF35 (TECNOPRENE AK7 HCT) a serem desenvolvidas.
A primeira propriedade foi a identificação da alta cristalinidade, sendo que o
Polipropileno (PPGF35) de alta cristalinidade é uma resina termoplástica produzida da
polimerização de propileno e conhecida por sua alta rigidez, alta resistência ao calor e boa
processabilidade.
40
Esta estrutura altamente ordenada aumenta as resistências térmica e química do
polímero.
A taxa de cristalização é dependente da temperatura: Tm acima e abaixo da Tg do
polímero pode não nucleada ou cristalizar. A taxa mais rápida de cristalização é entre Tg e
Tm. Quanto mais tempo um polímero permanece entre os dois, maior será a quantidade de
cristalização, como pode se observar na Figura 27.
Figura 28: Forma da curva de taxa de cristalização por temperatura de um polímero linear cristalino.
(Fonte: Livro Polypropylene Handbook 2E - Pasquini).
41
Sendo que:
Tg = Temperatura de transição vítrea.
Tm = Temperatura de fusão.
42
Figura 29: Exemplo de duas cadeias poliméricas emaranhadas.
(Fonte: Livro Polypropylene Handbook 2E - Pasquini).
43
6.4 Estudos de comparação do PP Standard versus o PP HC
44
Conforme mostrado na Tabela 3, pode se identificar vários pontos comparativos de
vários testes realizados e que realmente indicam que o novo Polipropileno PP HC,
alcançou propriedades face ao Polipropileno PP GF 35 suficientes para uma aplicação em
coletores de admissão:
45
7. TESTES FÍSCOS EM AMOSTRAS
Para realizar este Teste de Módulo de Flexão, a metodologia aplicada foi conforme
Norma de Propriedades de flexão da ASTM D790. O Módulo de Flexão foi realizado em
uma amostra de PP Standard e em PP de Alta Cristalinidade.
Método para medir comportamento de materiais submetidos a carregamento de viga
simples. Também é chamado de teste de viga transversal para alguns materiais. O corpo de
prova é apoiado em dois pontos como uma viga simples e a carga são aplicadas em seu
ponto médio. A tensão máxima das fibras e a deformação máxima são calculadas para
incrementos de carga. Os resultados são traçados em um diagrama de tensão-deformação, e
a tensão máxima das fibras no colapso é a resistência à flexão.
Os procedimentos padrão para testes são dados na ASTM D-790 (plásticos) e
ASTM D-797 (elastômeros).
Dois procedimentos são usados para testes de flexão conforme pode se observar na
Tabela 4 e Figura 30 (1º procedimento) e na Tabela 5 e Figura 31 (2º procedimento):
46
Figura 30: Ensaio de módulo de flexão, configuração do teste.
(Fonte: www.ides.com - acessado em 06 de Maio de 2015)
Tabela 5: Procedimentos do ensaio de módulo de flexão, ponto máxima tensão / deformação das fibras laterais.
(Fonte: www.ides.com - acessado em 06 de Maio de 2015)
Figura 31: Ensaio de módulo de flexão, ponto de máxima tensão de flexão/deformação das fibras laterais.
(Fonte: www.ides.com - acessado em 06 de Maio de 2015)
47
Figura 32: Foto do ensaio de módulo de flexão em máquina.
(Fonte: www.ides.com - acessado em 06 de Maio de 2015)
Figura 33: Gráfico resultante mostra uma tabela comparativa de módulo de flexão entre as porcentagens
de fibra de vidro entre o PP standard versus o novo PPGF35.
(Fonte: Empresa SO.F.TER).
48
7.2 Testes Resistência a Tração
Para realizar este Teste de Tração, a metodologia aplicada foi conforme Norma de
Teste de Tração da ASTM D638.
Método para determinar o comportamento de materiais sob uma carga de
estiramento axial. Os dados obtidos no teste são usados para determinar o limite elástico,
alongamento, módulo de elasticidade, limite proporcional, redução na área, resistência à
tração, ponto de estricção, resistência à estricção e outras propriedades de tração. Os testes
de tensão em temperaturas elevadas fornecem dados sobre a extensão gradual.
Os métodos para testes de tensão de plásticos são explicados na norma ASTM D-
638, ASTM D-2289 (altas taxas de deformação), e ASTM D-882 (folhas finas), enquanto a
norma ASTM D-2343 descreve um método para testes de tensão de fibra de vidro; a
ASTM D-897, adesivos; a ASTM D-412, borracha vulcanizada. Também é conhecido
como teste de tração. (CRAWFORD, 2001).
49
Levando em consideração que a aplicação de um coletor de admissão se dá a
temperaturas próximas à casa dos 100 °C, não somente devido à temperatura do cofre do
motor, mas também devido ao fato de que o Brasil é um país tropical com temperaturas
altas no verão em cidades costeiras, se fez necessário à realização de testes comparativos
de tensão baseados em temperatura controlada, como podemos observar no gráfico de
Teste de Tração a várias temperaturas conforme Figura 35:
Figura 36: Ilustração do teste de tração com temperatura controlada em forno conforme ASTM D638
no novo PPGF35.
(Fonte: Empresa SO.F.TER).
50
8. ESTUDOS COMPARATIVOS
Tabela 6: Tabela comparativa entre as propriedades do PA6 GF30 standard versus o novo PPGF35.
(Fonte: Empresa SO.F.TER).
51
Na Figura 37, pode se identificar a diferença no quesito da resistência à tração e
tensão de tração na ruptura entre o novo Polipropileno PP HC e a Poliamida PA 6 GF30,
concluiu se que a Poliamida PA 6 GF30, apresentou 170 Mpa de resistência à tração ao
mesmo tempo em que o novo material Polipropileno PP HC, alcançou 110 Mpa, isto é,
55% a menor em relação ao PA6 GF30, com isso, verifica se que o PA6 GF30 continua
sendo tecnicamente superior ao novo material.
Figura 37: Gráfico comparativo do ensaio de tração na ruptura entre o PA6 GF30 standard versus
o novo PPGF35.
(Fonte: Empresa SO.F.TER).
52
No outro gráfico da Figura 38, pode se verificar que o módulo de elasticidade foi
influenciado diretamente pela porcentagem de fibra (%) e que ocorreu no novo
Polipropileno PP HC uma baixa no índice do módulo de flexão em torno que 5000 MPa
enquanto a Poliamida PA6 GF30 se estabilizou em torno de 3500 MPa em 100° C de
temperatura.
Figura 38: Figura comparativa do ensaio de módulo de flexão entre o PA6 GF30 standard versus o
novo PPGF35.
(Fonte: Empresa SO.F.TER).
Este novo PPGF35 representa uma nova família de polipropileno copolímero homo
e com talco e com carbonato de cálcio, este produto foi desenvolvido para aplicação
técnica de envelhecimento em diferentes condições térmicas.
A estabilidade dimensional e esperam características combinadas para melhorar as
propriedades mecânicas a fim de se obter uma melhor solução para aplicações estéticas e
técnicas para o setor automotivo.
53
8.2 Testes de Impacto
Figura 39: Padrão de corpo de ensaio em mm (milímetro) para corpo de prova teste Izod (ASTM D-256).
(Fonte: www.ides.com - acessado em 19 de Maio de 2015)
54
Os testes de resistência ao impacto são eminentemente comparativos e, portanto
muito úteis neste caso que estamos comparando dois materiais, porém é importante
salientar que o método de resistência ao impacto Izod não deve ser isolado como único
indicador da tenacidade dos materiais testados, pois cada polímero se comporta de forma
diferente e sensíveis ao entalhe no corpo de prova, portanto é necessário uma repetitividade
dos testes pelo menos com 6 corpos de prova para se buscar uma leitura correta dos
resultados dos testes.
As fibras de vidro têm de ser revestidas para ter uma boa adesão à matriz do
polímero.
55
PP é do Grupo dos Poliolefinas e são os materiais não polares, por esta
razão, uma combinação de fibras de vidro adequado ao dimensionamento e
a adição de um acoplamento químico promotor foi necessária. Um número
de monómeros é tipicamente usado para funcionalizar as poliolefinas, por
exemplo, ácido acrílico, anidrido maleico, ácido fumárico, etc. Enxertado
com anidrido maleico compatibilizantes ao PP constituem a maioria dos
compostos quimicamente acoplados produzidos hoje.
9. TESTES COMPUTACIONAIS
56
Para este modelo em 3D foi utilizado o software PRO_E, (Pro-Engineer) de um
coletor de um motor três cilindros em fase de projeto conforme Figuras 41 e 42.
Figura 41: Tela do PRO-E do modelo matemático do coletor de admissão três cilindros.
(Fonte: acervo próprio).
57
A Teoria do Contínuo fundamenta a conceituação teórica que justifica a maior parte
das análises em CFD. O fluido, um meio contínuo, é discretizado com base no modelo das
partículas fluidas. Esta abstração conceitua um elemento representativo de volume REV
(Representative Element of Volume).
Neste elemento de volume, de micro ou nano dimensões, uma propriedade ou
quantidade física mantem um valor médio, sob as mesmas condições, passível de
reprodução em laboratório, sob as mesmas solicitações externas ao fluido. Assim uma
partícula representativa de um volume de fluido, o REV, é o menor volume em que as
propriedades do fluido se mantêm. As moléculas de um contínuo vibram constantemente,
cessando esta vibração somente no estado de repouso termodinâmico, o zero absoluto.
Fisicamente em um REV o caminho médio percorrido pelas moléculas do fluido entre duas
sucessivas é no mínimo da ordem de grandeza das próprias moléculas deste fluido.
(HEYWOOD, 1998).
Uma vez fechado o projeto no quesito volume interno do coletor de admissão,
espessura de parede mínima de 3 mm e por fim, o design externo, a necessidade da
simulação CDF para este modelo, passou a ser focada utilizando-se informações de
comportamento químico/físico/mecânico do motor em questão, e estes dados de entrada
são fornecidos através de Softwares de simulação de motores de ultima geração, neste caso
o GT-Power.
58
Como o comportamento dos materiais (PA6GF30 VS PPGF35) é relativamente
diferentes, isto traz a necessidade de se alterar a geometria e como consequência avaliar as
mesmas com simulações utilizando-se de software tais como GT-Power, Nastran, etc.
Com isto, foram realizadas as seguintes simulações:
Figura 43: Modelo matemático do coletor de admissão, durante a simulação CDF estrutural.
(Fonte: acervo próprio).
59
9.4 Análises de Fluxo do Material (Mold Flow)
Figura 44: Tela do Moldflow que mostra a análise do fluxo do material e regiões críticas
durante a injeção do coletor de admissão.
(Fonte: acervo próprio).
60
9.5 Simulações do Fluxo de Ar
Figura 45: Modelo matemático que mostra a análise CFD (fluxo de ar)
(Fonte: acervo próprio).
61
9.6 Simulações Acústicas e de Performance Acústica
62
Figura 47: Forma esquemática da simulação acústica do coletor de admissão 3 cilindros com
curva de performance e radiação de ruídos.
(Fonte: acervo próprio).
63
9.7 Pré-desenvolvimento do Coletor de admissão em PP
64
10. TESTES EM PROTÓTIPOS FÍSICOS
65
O principal equipamento do laboratório de ensaio de motores é o dinamômetro. Os
motores são submetidos a testes ou ensaios para que se possa assegurar da sua potência e
demais características construtivas. O teste de potência é o principal e é feito para todos os
motores novos ainda em fase de projeto ou que saem da linha de montagem nas fábricas.
Há muitas versões, tipos e modelos de dinamômetros disponíveis atualmente,
porém todos se baseiam nos princípios físicos adotados no primeiro dispositivo do gênero,
conhecido como FREIO DE PRONY, inventado em 1821 pelo engenheiro francês Gaspard
de Prony. Dentre os diversos tipos de dinamômetros, os do tipo hidráulico se destacam por
sua simplicidade e menor custo. Para informações detalhadas, veja as páginas ao lado.
(PRONY, 1821).
Testes de motores em fase de pesquisa e desenvolvimento nas montadoras de
automóveis exigem testes sofisticados em motores e as mesmas montadoras estão
geralmente interessadas em desenvolver motores que atendem aos seguintes objetivos:
66
Determinar o cumprimento de legislações de emissões relevantes por meio
de ensaios de emissões volumétricos e de massa mais ciclos de testes de
emissão estabelecidos.
67
Tabela 7: Tabela de torque e potência do motor.
(Fonte: acervo próprio).
Com isso, pode-se observar que o novo motor é bem econômico e nem por ser um
motor 1.0l de três cilindros possui uma velocidade e desempenho menor que os motores
1.0l de quatro cilindros.
68
10.3 Avaliações de teste de estouro (Backfire) em laboratório
69
Causas Relacionadas para Abastecer Sistemas:
70
Como pode se verificar, a primeira amostra alcançou 4,3 bar em 20 segundos, a
segunda amostra alcançou 4,4 bar em 30 segundos, a quarta amostra alcançou 5 bar em 24
segundos e por fim após todas as melhorias, a sétima amostra alcançou 4,8 bar em 73
segundos.
Levando se em consideração que o fenômeno Backfire ocorre em algo próximo de
3 bar, por a pressão interna do sistema de combustível é controlado pelo regulador de
pressão em torno de 3 a 3,5 bar, concluiu se que não é necessário ter um coletor de
Poliamida PA6 que suporte 8 bar.
Após esta análise, observou se que o Polipropileno PPGF35(TECNOPRENE AK7
HCT), pode ter capacidade de menor que a Poliamida PA6 GF35 em relação ao teste de
estouro, pois a Poliamida PA6, mas o mesmo suporta 5 bar de pressão de estouro e, que é
mais do que suficiente para aplica-lo em um coletor de admissão, pois o mesmo suporta 5
bar em 24 segundos, lembrando que o fenômeno Backfire ocorre no máximo em 3
segundos.
71
10.4 Avaliações Acústicas
72
Para realizar se a avaliação acústica, utilização do programa GT-POWER que
utilizam a simulação para guiar o desenvolvimento de sistemas de admissão e escape,
especialmente com respeito ao desempenho acústico de admissão e sistema de escape.
Com isso, o GT-POWER intrinsecamente capta a dinâmica de ondas de pressão dentro do
sistema simulado e essas dinâmicas de onda de pressão resultam em ruído sendo propagado
a partir das aberturas de admissão e de escape do motor, e GT-POWER é capaz de
computar ambos os níveis e qualidade (teor de frequência) do ruído propagação do escape
tubo de escape e tubo de aspiração de ar e consequentemente do coletor de admissão.
Para a medição de toda essa dinâmica, este teste é realizado dentre de uma câmara
anecóica que quer dizer sem eco, que se trata de um laboratório totalmente acústico livre de
ruídos externos, é uma sala projetada para conter reflexões, tanto de ondas sonoras quanto
eletromagnéticas. Elas também são isoladas de fontes externas de ruído. A combinação de
ambos os aspectos significa que elas simulam um espaço aberto de dimensão infinita, que é
uma característica útil quando influências externas podem interferir nos resultados. O
termo câmara anecoica foi originalmente utilizado no contexto de acústica (ondas sonoras)
para minimizar as reflexões em uma sala. (CLARENCE 1999).
Figura 53: Foto do teste de avaliação acústica em câmera anecóica para medição de ruído.
(Fonte: acervo próprio).
73
Câmaras anecoicas podem variar desde pequenos compartimentos do tamanho de
um forno de microondas doméstico até o tamanho de grandes hangares para aeronaves. O
tamanho da câmara depende do tamanho do objeto a ser testado e do espectro de
frequência dos sinais utilizados, apesar de modelos em escala poderem ser utilizados
algumas vezes para testar comprimentos de onda menores. (CLARENCE 1999).
No nosso caso foi utilizada uma camara anecóica com capacidade de montar um
dinamômetro de motor incluindo, microfones para a previsão de ruído irradiado de
ingestão de abertura / escape, software CAD 3D para leitura e interpretação dos dados
resultantes para a geração do gráfico da Figura 54.
Figura 54: Gráfico de simulação acústica para medição de ruído do Software GT-Power.
(Fonte:
( acervo próprio).
74
O baseline inicial determinado pela norma NBR 362 (1998) foi de 80dB a 1000rpm
e o baseline final foi de 100dB a 6000rpm. Todas as quatro amostras utilizadas ficaram
abaixo do baseline, isto é, com níveis de ruídos iniciais em torno de 75dB a 1000rpm e
níveis finais em torno de 90dB a 6000rpm.
Isto é em baixa rotação ocorreu um resultado de quase 7% a menor e em alta
rotação, ocorreu um resultado de quase 11% a menor dos valores estipulados pela norma,
com isso, este motor resultou em um bom desempenho no quesito ruído.
Coletor em série.
Marcha lenta.
Aceleração lenta.
Aceleração rápida.
75
Em ambos os coletores, foram realizados testes com e sem o filtro de ar:
Figura 55: Foto mostra a montagem dos microfones em veículo para medição acústica
(Fonte: acervo próprio).
Figura 56: Foto mostra a montagem dos microfones em veículo para medição acústica.
(Fonte: acervo próprio).
76
Na Tabela 8, mostram os resultados obtidos nas medições das Figuras 55 e 56:
Tabela 8: Resultados obtidos com a medição acústica veicular através da montagem de microfones.
(Fonte: acervo próprio).
Figura 57: Resultados obtidos com a medição acústica veicular através da montagem de microfones.
(Fonte: acervo próprio).
77
Figura 58: Resultados obtidos com a medição acústica veicular através da montagem de microfones.
(Fonte: acervo próprio).
Figura 59: Resultados obtidos com a medição acústica veicular através da montagem de microfones.
(Fonte: acervo próprio).
78
Figura 60: Resultados obtidos com a medição acústica veicular através da montagem de microfones.
(Fonte: acervo próprio).
Figura 61: Resultados obtidos com a medição acústica veicular através da montagem de microfones.
(Fonte: acervo próprio).
79
Conclusões das medições acústicas:
80
Para se ter uma avaliação mais coerente e adequada aos fins que se destinam a
presente comparação, torna-se necessária a repetição destas medidas com maior rigor
experimental, devendo-se:
81
11. TESTES DE APARAFUSAMENTO
Para este novo desenvolvimento, a ideia era não utilizar a fixação de componentes
no coletor de admissão através de fixação em insertos metálicos roscados e sim, utilizar a
montagem de um componente como o do corpo de borboleta através de parafusos auto-
atarraxantes.
Com isso, o novo material Polipropileno PPGF35(TECNOPRENE AK7 HCT),
deveria ser aprovado no teste de aparafusamento, pois se faz necessário reavaliar os pontos
aonde será feitas as fixações, porque principalmente são feitas diretamente no novo
material em desenvolvimento.
Baseando-se na Teoria de Aparafusamento, que verifica as funções básicas dos
parafusos, insertos e porcas, lembrando sempre que estes prendedores rosqueados são
utilizados na indústria para proteger os produtos alinhados e montadoras entre si e que sua
função principal é criar uma força de fixação através desta junção e que necessita ser capaz
de sustentar as condições de operação sem afrouxar.
Parafusos apertados corretamente fazem uso de suas propriedades elásticas, para
trabalhar bem, eles devem se comportar como molas. Quando a carga é aplicada, o
parafuso se distende e tenta voltar a seu comprimento original, e isto cria força
compressiva através das partes, que neste caso não era mais um inserto metálico e sim, um
material plástico.
Esta elasticidade é definida pela Lei de Física de Hooke, isto é, a tensão em um
parafuso é diretamente proporcional à sua força, a força de tensão em um parafuso é uma
amplitude de elasticidade e uma amplitude de plasticidade, na amplitude de elasticidade, a
Lei de Hooke é verdadeira. (ENERPAC, 2015).
82
Figura 62: Ilustração da Lei de Física de Hooke.
(Fonte: Site Enerpac http://www.enerpac.com/pt/teoria-de-aparafusamento acessado em 19 de Maio de 2015).
.
Figura 63: Ilustração do aparafusamento do suporte da válvula purga do canister por parafuso autoatarraxante
diretamente no coletor de admissão.
(Fonte: Empresa Böllhoff).
84
Figura 64: Teste de aparafusamento direto no coletor de admissão em plástico.
(Fonte: Empresa Böllhoff).
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Torque é o produto da força de aperto e a distância perpendicular entre a linha da
força e o centro do parafuso, conforme equação seguinte:
T=FxR
Onde:
T = Torque
F = Força aplicada
R = Distância entre a Força aplicada e o centro do parafuso
Tal conceito, pode se observar na Figura 66, onde é conclusivo que quanto maior à
distância para a mesma força aplicada, maior será o torque produzido no eixo:
86
12. ENSAIOS VIBRACIONAIS EM BANCADA
+∞
𝑋 (𝜔) = ∫−∞ 𝑋(𝑡)𝑒 −𝑖𝜔 dt
Para medir o nível vibratório em equipamentos de uma maneira mais básica, existe
a medida do Valor Global de Vibração (overall), que consiste em expor através de um
único número a quantificação das excitações em todas as faixas de frequência (banda
larga). A determinação desse parâmetro emprega a medição e compilação da intensidade
total de vibração presente nos espectros coletados. O Valor Global poderá ser obtido para
quaisquer grandezas que se desejem avaliar (deslocamento, velocidade ou aceleração).
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De maneira prática, pode se afirmar que consiste em realizar o somatório das
influências de cada frequência na energia total de vibração atuando sobre o equipamento
(ALMEIDA, 2003).
Para fechar este novo desenvolvimento com certeza que o novo material
Polipropileno PPGF35(TECNOPRENE AK7 HCT) poderia ser aprovado para uma
aplicação tão crítica como um coletor de admissão, foi realizado o teste de vibração, que
serve para sinalizar uma possível quebra do componente em um tempo bem menor que o
de uma durabilidade veicular, pois normalmente podemos aplicar as frequências mais
criticas.
A vantagem é diagnosticar um módulo de falha ainda em uma fase do projeto que
haja tempo de corrigir qualquer anomalia sem que haja uma perda de todo o
desenvolvimento feito até então.
Em um ensaio e posterior análise de vibração em um motor de combustão interna,
observa se que as maiores fontes de vibrações são produzidas pelas forças devido à
combustão e explosão interna e também devido às forças mecânicas resultantes, tais forças
ocorrem numa ampla faixa de frequência e são transmitidas para a superfície externa do
motor através de diversos caminhos, sendo que um deles é através do mecanismo pistão -
biela - virabrequim - bloco do motor. (BRUNETTI, 2012).
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Como resultado da atuação destas forças, as superfícies externas do motor ficam
sujeitas a vibrações de diversas amplitudes.
O controle de vibrações do motor através da modificação de sua estrutura (bloco do
motor e cabeçote) é uma tarefa complexa e requer considerações de diversos aspectos da
engenharia, tais como a análise modal, análise de amortecimento, análise de serie de
tempo, entre outros.
O objetivo desse trabalho é a aplicação dos novos métodos para serem aplicados a
problema típicos de vibrações e ruídos em motores, que consiste da aplicação conjunta de
técnicas analíticas e experimentais, para estudos de estruturas submetidas a altas
amplitudes de vibrações.
A vibração é uma resposta repetitiva, periódica ou oscilatória de um sistema
mecânico e a taxa dos ciclos de vibração é chamada de "frequência", sendo movimentos
repetitivos que são um tanto limpa e regular, e que ocorrem em frequências relativamente
baixas, são comumente chamados de oscilações, enquanto qualquer movimento repetitivo,
mesmo em altas frequências, com amplitudes baixas, ter um comportamento irregular e
aleatório cai na classe geral de vibração.
Vibrações podem ocorrem naturalmente em um sistema de engenharia e pode ser
representante de sua livre e comportamento dinâmico natural. Além disso, as vibrações
podem ser forçadas em um sistema através de alguma forma de excitação. As forças de
excitação podem ser geradas internamente dentro do sistema dinâmico, ou transmitida ao
sistema através de uma fonte externa.
Quando a frequência da excitação coincide com a do movimento natural, o sistema
irá responder de forma mais vigorosa, com aumento de amplitude. Esta condição é
conhecida como ressonância, e a frequência associada, e chamada de frequência de
ressonância. (CLARENCE, 1999).
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Há "boas vibrações", que servem a um propósito útil, mas, além disso, existem
"más vibrações", que podem ser desagradáveis ou prejudiciais, para muitos sistemas de
engenharia, operação de ressonância seria indesejável e pode ser destrutivo, sendo que a
supressão ou eliminação de vibrações ruins e geração de formas desejadas e os níveis de
vibração boa são os objetivos gerais da engenharia de vibração (CLARENCE, 1999).
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11. CONCLUSÕES
Para fechar este desenvolvimento, foi verificado que o novo material Polipropileno
PPGF35(TECNOPRENE AK7 HCT) possui excelentes propriedades físico-mecânicas para
ser aplicado em uma peça tão importante como um Coletor de Admissão.
Com a adição de 35% de Fibra de Vidro neste Polipropileno de Alta Cristalinidade,
pode se verificar que este novo material este específico, pode chegar bem próximo à
aplicabilidade da Poliamida PA 6 com 35% de Fibra de Vidro em Coletores de Admissão.
A redução de 9 bar para 6 bar que este novo material possui em relação á Poliamida
PA 6, não impacta de forma de redução de segurança / teste de estouro, uma vez que a
pressão de injeção chega ao máximo de 5 bar, isto é, mesmo assim, temos 20% de teor de
segurança, mesmo assim, este novo material gerou uma redução na ordem de quase 15% de
peso e também quase 15% em redução de preço peça, devido à diferença de densidade
entre o Polipropileno e a Poliamida.
Com isso, concluiu se que este novo material pode e deve ser aplicado em
Coletores de Admissão para Motores Ciclo Otto / Bi-Combustível (Gasolina + Álcool)
desde que sejam Motores Aspirados.
Figura 70: Produto Final - Coletor de Admissão três cilindros em Polipropileno PPGF35(TECNOPRENE AK7 HCT).
(Fonte: Empresa SO.F.TER).
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REFERÊNCIAS
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resistance of plastics – method A. American Society for Testing and Materials,
Philadelphia, 2000.
ASTM D412-06a. Standard Test Methods for Vulcanized Rubber and Thermoplastic
Elastomers—Tension. American Society for Testing and Materials, Philadelphia, 2013.
ASTM D638-90. Standard test method for tensile properties of plastics. American Society
for Testing and Materials, Philadelphia, 1990.
ASTM D882-12. Standard Test Method for Tensile Properties of Thin Plastic Sheeting.
American Society for Testing and Materials, Philadelphia, 2012.
ASTM D897-08. Standard Test Method for Tensile Properties of Adhesive Bonds.
American Society for Testing and Materials, Philadelphia, 2008.
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ASTM D2289-84. Method of Test for Tensile Properties of Plastics at High Speeds.
American Society for Testing and Materials, Philadelphia, 1990.
ASTM D2343-09. Standard Test Method for Tensile Properties of Glass Fiber Strands,
Yarns, and Rovings Used in Reinforced Plastics. American Society for Testing and
Materials, Philadelphia, 2009.
BRUNETTI, F. Motores de combustão interna. V.1. São Paulo, Edgard Blucher, 2012.
DIN 7728-1TM D2343-09. Plastics - Symbols and Codes for Polymers and their Special
Characteristics. Deutsches Institut für Normung e.V., 1988-01.
ISO 5393:94. Rotary tools for threaded fasteners - Performance test method.
International Organization for Standardization, Geneva, Switzerland, 1994.
MALLOY, R. A.; Plastic Part Design for Injection Molding. Cincinnati, OH:
Hanser/Gardner Publications, Inc., 1994.
PETER, B.; GOSMAN, A.D.; Numerical simulation of unsteady flow in engine intake
manifolds. Detroit: SAE International, 1993. (SAE Paper Nº 930609).
PLASTICS PROPERTIES & TESTS METHODS LYBRARY (ASTM, ISO and IEC)
2006. US. Disponível em: www.ides.com/property_descriptions. Acesso em: 21 de Março
de 2015.
REVISTA 4 RODAS. O plástico chegou ao motor, 1997, por Hairton Ponciano Voz de
23 de Dezembro de 2013, São Paulo, Editora Abril S.A., 2013.
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