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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS


CURSO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL MADEIREIRA

DISCIPLINA: QUÍMICA DA MADEIRA EXPERIMENTAL

Solubilidade da madeira em água fria e quente na madeira de Pinus spp.

Data da realização do Experimento:


Grupo:
Nome dos componentes do grupo:
Introdução:
No Brasil o processamento de Pinus spp., na indústria madeireira aumentou nos
últimos anos em razão aumento de florestas plantadas, as estimativas indicam que o
volume de madeira serrada produzida no país ultrapassada 18m³, atualmente existe
um número significativo de plantações do gênero Pinus para o fornecimento de
matéria-prima nas Regiões Sul e Sudeste do país (MAZIERO, 2014).
Sabemos que com esse aumento da demanda do uso do Pinus spp., precisamos
estudá-lo para utilizá-lo da melhor forma e gerando um número mínimo de resíduos,
gerando assim uma maior produtividade por m³ de madeira e diminuindo o custo.
Segundo Gonçalves (2011) a madeira de Pinus spp. é composta por de uma série
de substâncias lipofílicas, fenólicas e de alta polaridade as quais possuem
significativa influência na solubilidade da madeira.
A madeira é um material higroscópico capaz de absorver ou perder água para o
meio ambiente (BORGES, 2004), e nesse processo de hidratação e desidratação da
madeira ocorre perda ou oxidação de extrativos. Celulose, hemicelulose e lignina
são polímeros de baixa solubilidade em água. Em soluções os polímeros
movimentam-se restritamente.
A insolubilidade da madeira pode ser explicada pela existência de ligações cruzadas
entre os seus polímeros. De uma forma geral as substâncias solúveis da madeira
são tratadas como extrativos, apresentando substâncias que possuem baixo peso
molecular e alta solubilidade em solventes orgânicos neutros. (HORVATH, 1982,
1992; Gonçalvez, 2011).
Objetivo:
Este relatório, tem por objetivo a quantificação de extrativos solúveis em água
quente e em água fria presentes na amostra de madeira de Pinus spp. para a
caracterização química persente na madeira.
Material e Método:
Material

 Amostra de serragem de madeira da espécie Pinus spp.


 Água destilada;
 Balança analítica;
 Béquer;
 Erlenmeyer;
 Bastão de vidro;
 Vidro de relógio;
 Manta térmica;
 Sistema de filtração a vácuo;
 Cadinho sinterizado;
 Estufa;
 Tenaz;
 Dessecador.

Método
Solubilidade da madeira em água fria:
Para determinar a quantidade aproximada que se deve pesar para obter 2 gramas
de amostra seca foi utilizado a seguinte equação:
Eps = 2g*(1-Tu)
Sendo: Eps (g): Estipulação de peso seco da amostra;
Tu (%): Percentagem do teor de umidade presente na amostra.
Após calculado, foi pesado em uma balança analítica o Eps (aproximadamente 2
gramas de amostra seca) em um béquer de 400 mL. Com isso pode-se calcular o
peso absolutamente seco da amostra, que se dá ela seguinte equação:
Pas = (Pu*Tu)-Pu
Sendo: Pas: Peso da amostra absolutamente seco;
Pu: Peso da amostra úmida;
Tu: Percentagem do teor de umidade presente na amostra;
Foi adicionado 300mL de água destilada na amostra, que foi mantida nesta condição
por 48 horas em temperatura ambiente. Depois de 48 horas, a amostra (serragem e
água) foi transferida para um cadinho já pesado com filtro. O processo de filtragem
ocorreu a vácuo. Depois de filtrado, o cadinho com a amostra foram levados para a
estufa durante 24 horas. Após o peso permanecer constante, usando tenaz e luvas,
foi retirado o cadinho da estufa que foi posto no dessecador para o esfriamento.
Sequentemente, após de esfriado, foi pesado o cadinho juntamente da amostra em
uma balança analítica.
Solubilidade da madeira em água quente:
Para o experimento da madeira em água quente, os processos de calcular a
quantidade aproximada de amostra seca (Eps) e o peso absolutamente seco (Pas)
foram os mesmos. E após calculado, foi pesado aproximadamente 2 gramas de
amostra seca em um balão de 250 mL. Depois, foi adicionado 100 mL de água
destilada que foi aquecida juntamente da amostra em uma manta térmica a 100°C
por 3 horas mantendo o volume de água constante usando um condensador de
refluxo. Um cadinho com filtro foi pesado, e logo após a amostra (serragem e água)
foi transferida para o cadinho e a amostra foi filtrada através do processo de filtração
a vácuo. Depois, o cadinho juntamente da amostra foi levado para a estufa,
permanecendo 24 horas. Após estabilizar o peso, o cadinho foi retirado com tenaz e
levado para o dessecador até esfriar. Assim, foi novamente pesado o cadinho e a
serragem em uma balança analítica.
Resultado e Discussão:
Resultado:
Tabela 1: Resultados de solubilidade da madeira em água fria e quente

Valor em água Valor em água


Dados da amostra Fórmula
fria quente
Peso da amostra úmida
Pu 2,1775 2,3187
(g)
Peso da amostra seca (g) Pas=(Pu*Tu)-Pu 2,001 2,1309
Peso do cadinho (g) Pc 39,5046 38,2622
Peso da amostra seca +
Pac 41,4416 40,2436
cadinho (g)
Teor de extrativos em Eaf=Pas-(Pac-
3,2 7,0
água (%) Pc)/Pas*100
Teor de umidade (%) =
8,1%

Discussão:
Foi analisado que o teor de extrativos que foi retirado da amostra em água fria foi de
3,2%, enquanto em água quente foi 7,0%. Segundo os autores Fengel e Wegener
(1984), o teor de extrativos da madeira de Pinus spp. está ente 2-10%, logo o valor
obtido por este experimento está em uma faixa aceitável. E como pode ser visto, a
solubilidade em água quente mostra-se ser melhor para a extração dos extrativos,
visto que o teor de extrativos extraídos por água fria foi quase duas vezes menor em
relação a água quente.
Conclusão:
Conclui-se então que os resultados obtidos de teor de extrativos extraídos por
solubilidade em água quente e fria condiz com a literatura, sendo assim pode-se ser
validada a análise feita neste experimento.
Referêcias:
BORGES, L. M. & QUIRINO, W. F. Higroscopicidade da madeira de pinus
caribaeavar. Hondurensis tratado termicamente. Revista Biomassa & Energia,
2004
FENGEL, D.; WEGENER, O. Wood: chemistry, ultrastructure, reactions. New
York: Walter de Gruyter, 1984.
GONÇALVES.C.H.R. Solubilidade e absorção de água de partículas da madeira
de Corymbia (Hook.) K.D. Hill & L.A.S. Johnson e Pinus sp.UFRRJ SEROPÉDICA-
2011.
MAZIERO.R. Caracterização química dos resíduos de pinu spp.para a
fabricação de compósitos plástico-madeira. Congresso Brasileiro de Engenharia
e Ciência dos Materiais 09 de Novembro de 2014, Cuiabá.
HORVATH, A. L. Halogenated hydrocarbons. Solubility-miscibility with water.
New York, 1982.

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