Você está na página 1de 3

1 Química da Madeira-20 de Abril de 2011

1-INTRODUÇÃO

A madeira é constituída por celulose, lignina e hemiceluloses como componentes


estruturais e por diversos compostos não pertencentes à parede celular, denominados de
extrativos (SJÖSTRÖM e ALÉN, 1998; GULLICHSEN e PAULAPURO, 2000). Esse
termo se refere a substâncias de baixa ou média massa molecular, que podem ser
extraídas em água ou solventes orgânicos.
Os constituintes da madeira solúveis em água são principalmente alguns sais ou
minerais inorgânicos, açúcares e polissacarídeos. Os compostos solúveis em solventes
orgânicos pertencem às classes dos ácidos e ésteres graxos, álcoois de cadeia longa,
esteróides, compostos fenólicos e glicosídeos (SJÖSTRÖM e ALÉN, 1998;
GULLICHSEN e PAULAPURO, 2000; FREIRE et al., 2002; SUN e TOMKINSON,
2003; MORAIS et al., 2005).
Ambas as determinações de solubilidades da madeira fazem parte de um conjunto
de avaliações preliminares que se costuma fazer para identificar as potencialidades de
uma matéria-prima fibrosa para fabricação de celulose e papel. Como os processos de
produção de celulose atualmente são em sua maioria feitos a quente e em base aquosa e
alcalina, se a madeira se "solubilizar" parcialmente (ou tiver frações de seus compostos
dissolvidos ou extraídos) em água quente ou em soda cáustica, ela perderá rendimento
na fabricação de celulose. Normalmente, a extração em água quente é mais branda,
dissolve sais minerais, açúcares, amido, e até mesmo algumas cadeias de hemiceluloses.
Uma madeira com teor elevado de hemiceluloses, ou que tenha sofrido
degradação microbiológica por apodrecimento, tem valores altos para essa solubilidade.
2-OBJETIVO

Esta pratica teve por objetivo avaliar a solubilidade da madeira em água quente
e fria, quando reduzida em serragem.

3-METODOLOGIA

No dia 19 de abril de 2011 foi realizado no laboratório de Química na campus da


Universidade Federal de Mato Grosso, a aula prática de Química da Madeira ministrada
pelo professor Diego Martins Stangerlin, onde foi avaliado a solubilidade em agua
quente e fria do Cumaru (Dipteryx odorata Aubl), Jequitibá (Cariniana micrantha
Ducke) e do Marupá (Simarouba amara (Aubl) Wild) que foram coletadas no Distrito
industrial de Brasilia-DF.
2 Química da Madeira-20 de Abril de 2011

Solubilidade em água fria

Foi pesado em balança analítica, 2 gramas secos da amostra. Para obter a


quantidade exata a ser atingida na balança, foi dividido o A.S. por 2 e anotado o valor
‘’Pas’’. O material foi transferido para um Becker de 400 ml e adicionado 300 ml de
água destilada, onde foi mantido durante 48 horas a temperatura ambiente, agitando
freqüentemente.
Em balança analítica foi pesado o cadinho filtrante e anotado o valor “Pc”.
Depois de passado o período, o material foi transferido (serragem + água) para o
cadinho filtrante removendo a água com auxilio da bomba de vácuo, filtrando a
amostra.
Em seguida o cadinho foi levado para estufa, durante 24 horas – ate atingir peso
constante.
O cadinho foi retirado da estufa, com pinça e luvas, colocando-o em dessecador
para esfriar.
Em seguida o cadinho foi pesado em balança analítica, anotando o valor “Pac”.
Solubilidade em água quente
Foi pesado em balança analítica, 2 gramas secos da amostra. Para obter a
quantidade exata a ser atingida na balança foi dividido o A.S. por 2 e anotado o valor
‘’Pas’’. O material foi transferido para um Erlenmeyer de 250 ml e adicionado 100 ml
de água destilada e colocado em banho Maria a 100ºC com um vidro de relógio em
cima do erlenmeyer durante 3 horas.
Na balança analítica foi pesado o cadinho filtrante e anotado o valor “Pc”.
Depois de passado o período, transferiu-se o material (serragem + água) para o cadinho
filtrante removendo a água com auxilio da bomba de vácuo, filtrando a amostra.
O cadinho foi levado para estufa, durante 24 horas – ate atingir peso constante.
Em seguida o cadinho foi retirado da estufa, com pinça e luvas, colocando-o em
dessecador para esfriar.
Em seguida o cadinho foi pesado em balança analítica, anotando o valor “Pac”.
3-RESULTADOS

Através dos cálculos aplicados foram encontrados os seguintes valores de Teor


de extrativos:

Tabela 1: Valores de Pa (peso da amostra em gramas), Pff (peso do funil filtrante em


gramas), Paf (Peso da amostra mais funil em gramas) e TE (Teor de extrativo em
porcentagem.
3 Química da Madeira-20 de Abril de 2011

Espécie Pa Pff Paf TE


Cumaru 2,166 65,21 67,061 14,54
Jequetibá 2,16 63,33 65,187 14,17
Marupá 2,167 65,435 67,325 12,78
Marupá II 2,161 68,694 64,58

Os valores dos teores de extrativos variaram em todos as amostras, sendo que a


espécie Cumaru (Dipteryx odorata Aubl) apresentou maior valor de teor de extrativo
14,54% e o Marupá (Simarouba amara (Aubl) Wild) apresentou menor valor 12,78%.
Esse fato justifica o porque a madeira de Cambaru tem maior massa específica em
relação a madeira de Marupá.

4-CONCLUSÃO

Através dos valores dos teores de extrativos apresentados foi possível observa
que nas madeiras mais escuras, como o jequitibar e o cumaru, o teor de extrativos teve
um maior percentual do que o marupá que é uma madeira clara. Isso se explica devido
as madeiras mais escuras apresentarem maiores percentuais de extrativos.

5-REFERÊNCIAS

FREIRE, C. S. R. et al. Lipophilic extractives of the inner and outer barks of Eucalyptus
globulus. Holzforschung, v. 56, p. 372-379, 2002.
GULLICHSEN, J.; PAULAPURO, H. Forest products chemistry. OyHelsinki: Fapet
Oy, 2000. Book 3. 350 p.
MORAIS, S. A. L.; NASCIMENTO, E. A.; MELO, D. C. Análise da madeira de Pinus
oocarpa Parte 1 – Estudo dos constituintes macromoleculares e extrativos voláteis.
Revista Árvore, v. 29, n. 3, p. 461-470, 2005.
SJÖSTRÖM, E.; ALÉN, R. Analytical methods in wood chemistry, pulping, and
papermaking. Berlin: Springer-Verlag, 1998. 316 p.
SUN, R. C.; TOMKINSON, J. Comparative study of organic solvent and water-soluble
lipophilics
extractives from whear straw I: yield and chemical composition. Journal of Wood
Science, v. 49, p. 47-52, 2003.

Você também pode gostar