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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ


PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
DIVISÃO DE APOIO AO ENSINO
COLEGIADO DE ENGENHARIA QUÍMICA

DARISSA CALDAS BARBOSA DA SILVA

AVALIAÇÃO DO ÓLEO RESIDUAL DE FRITURA COMO AGENTE DE


ACOPLAMENTO NA MADEIRA PLÁSTICA DE POLIPROPILENO
RECICLADO E FIBRAS DE AÇAÍ (Euterpe Oleracea M.)

MACAPÁ-AP
2022
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DARISSA CALDAS BARBOSA DA SILVA

AVALIAÇÃO DO ÓLEO RESIDUAL DE FRITURA COMO AGENTE DE


ACOPLAMENTO NA MADEIRA PLÁSTICA DE POLIPROPILENO
RECICLADO E FIBRAS DE AÇAÍ (Euterpe Oleracea M.)

Monografia apresentada ao Colegiado de


Engenharia Química da Universidade do
Estado do Amapá (UEAP) como parte dos
requisitos para a obtenção do Título de
Bacharel em Engenharia Química.

Orientador:
Prof. Dr. Felipe Fernando da Costa Tavares
Professor do Colegiado de Engenharia Química

Macapá-AP
2022
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4
5

AGRADECIMENTOS

Ao Poderoso Deus, ao Senhor Jesus Cristo pelo sustento de todos os dias, sem
essa força divina é difícil se manter de pé. Deus, tem sido o meu Pai celestial, meu amigo,
meu companheiro de todas as noites e madrugadas estudando neste TCC.
Aos meus queridos pais, Mateus Pires Barbosa e Teresa Caldas Riba por me
terem feito essa pessoa brilhante, cheia de luz, uma pessoa forte que me tornei. Meu muito
obrigado.
Às minhas queridas irmãs Emanuele Caldas Pires Barbosa e Lucila Caldas Pires
Barbosa por me ajudarem a revisar o trabalho com mais atenção.
Ao meu marido Jeovan da Silva e Silva por me apoiar nos meus estudos e me
ajudar em todos os momentos que precisei.
À minha querida sogra Alcemira Ramos da Silva, por me ajudar e me incentivar
a lutar pelos meus estudos e alcançar meus objetivos.
Ao meu professor e orientador Felipe Fernando da Costa Tavares por sua
dedicação, não mediu esforços para me ajudar na finalização deste TCC, é um excelente
profissional, dedicado, de muito conhecimento para contribuir na sociedade científica e
demais áreas de seu conhecimento, sempre disposto a ajudar e ensinar. Sou extremame nte
grata.
Aos técnicos do laboratório Robson Thiago do Nascimento e Nyzar Augusto dos
Santos Pereira, que me ajudaram a desenvolver minhas atividades laboratoriais durante
essa fase tão difícil vivida durante a pandemia, onde o acesso aos laboratórios era restrito,
não mediram esforços para me auxiliar neste trabalho.
À minha amiga Dalila Suelem de Moraes Costa por ter sido uma pessoa incríve l
na minha vida, por me ajudar nos momentos mais difíceis que surgiram durante essa fase
final de ciclo de curso.
Ao meu grande amigo Otoniel Barbosa de Matos pela sua amizade, parceria e
por me incentivar a terminar este TCC.
Aos meus colegas e amigos do curso que me ajudaram e contribuíram de alguma
forma a concluir esse trabalho.
À todos os professores do curso de Engenharia Química que ajudaram na minha
formação e me incentivaram a vencer essa etapa de conclusão de curso tão importante na
minha vida.
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“As raízes do estudo são amargas, mas seus frutos são doces.”
(Aristóteles)
7

SILVA, Darissa Caldas Barbosa da. Avaliação do óleo residual de fritura como agente de
acoplamento na madeira plástica de polipropileno reciclado e fibras de açaí (Euterpe
oleracea M.). 2022. 63 f. Monografia (Graduação). Universidade do Estado do Amapá,
Macapá, 2022.

RESUMO

O aproveitamento dos resíduos aplicados na formulação de produtos de alto valor


renovável contribui com a natureza, pois desvia a destinação inadequada destes materiais
e em certos casos, como na produção da madeira plástica ou sintética, favorece a redução
do desmatamento. Neste foco, a aplicação de fibras de açaí (Euterpe oleracea Mart), um
resíduo proveniente da extração de polpa, torna-se uma matéria-prima interessante, haja
vista que sua aquisição provém de fonte renovável. No entanto, o estudo da conformação
de uma madeira plástica com polipropileno e fibras de açaí tratadas termicamente via
panela de pressão e lavadas com água destilada, e aditivada com óleo residual de fritura
nos mostraria se seria um produto de valor agregado. Para isso, foram realizadas misturas
e conformação dos compósitos, testes de resistência a tração e avaliamos as propriedades
mecânicas dos compósitos, como os dados de tensão máxima, módulo de elasticidade e
alongamento na ruptura, avaliando-se a influência do teor de óleo no compósito e o
tratamento térmico com lavagem na fibra. Os resultados analisados mostraram que o
agente de acoplamento utilizado para acoplar a fibra e fazer com que esta tivesse uma boa
adesão interfacial fibra/matriz, apresentou dados inferiores aos encontrados na literatura ,
sugerindo que o óleo não atuou como esperado. Já o tratamento térmico em panela de
pressão conseguiu proporcionar alterações na estrutura da fibra comparáveis a literatura.

PALAVRAS-CHAVE: polipropileno, açaí, óleo residual, madeira plástica.


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SILVA, Darissa Caldas Barbosa da. Evaluation of residual frying oil as coupling agent
in wood-plastic of recycled polypropylene and açaí fibers (Euterpe oleracea M.). 2022.
Monography (Graduation). Universidade do Estado do Amapá, Macapá, 2022.

ABSTRACT

The use of waste applied in the formulation of products with a high renewable value
contributes to nature, as it diverts the inappropriate disposal of these materials and in
certain cases, such as in the production of plastic or synthetic wood, favors the reduction
of deforestation. In this focus, the application of açaí fibers (Euterpe oleracea Mart), a
residue from pulp extraction, becomes an interesting raw material, given that its
acquisition comes from a renewable source. However, the study of the conformation of a
plastic wood with polypropylene and açaí fibers heat-treated via a pressure cooker and
washed with distilled water, and added with residual frying oil would show us whether it
would be a value-added product. For this, mixtures and conformation of the composites,
tensile strength tests were carried out and we evaluated the mechanical properties of the
composites, such as the data of maximum tension, modulus of elasticity and elongatio n
at rupture, evaluating the influence of the oil content in the composite and thermal
treatment with fiber washing. The analyzed results showed that the coupling agent used
to couple the fiber and make it have a good interfacial fiber/matrix adhesion, presented
lower data than those found in the literature, suggesting that the oil did not act as expected.
The heat treatment in a pressure cooker, on the other hand, managed to provide changes
in the fiber structure comparable to the literature.

KEYWORDS: polypropylene, açaí, residual oil, wood-plastic.


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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 16
1.1 OBJETIVOS.............................................................................................. 17
1.1.1 Objetivo geral........................................................................................... 17
1.1.2 Objetivos específicos................................................................................ 17
2 REVISÃO DA LITERATURA............................................................... 18
2.1 POLÍMEROS............................................................................................. 18
2.1.1 Temperaturas de transformação características dos polímeros........... 18
2.1.2 Propriedades mecânicas dos polímeros.................................................. 19
2.1.3 O polipropileno......................................................................................... 19
2.2 FIBRAS LIGNOCELULÓSICAS............................................................. 22
2.2.1 O açaí (Euterpe oleracea M.): uma fonte de fibras lignocelulósica...... 24
2.3 COMPÓSITOS.......................................................................................... 28
2.3.1 Compósitos reforçados com fibras descontínuas curtas e orientados
aleatoriamente.......................................................................................... 29
2.3.2 Métodos para otimização do acoplamento interfacial fibra / matriz.... 30
2.4 ÓLEO RESIDUAL DE FRITURA E SUA APLICAÇÃO COMO
AGENTE DE ACOPLAMENTO.............................................................. 32
3 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................... 36
3.1 MATERIAIS............................................................................................. 36
3.2 MÉTODOS................................................................................................ 38
3.2.1 Coleta e tratamento das matérias-primas............................................. 38
3.2.1.1 Fibras de Açaí............................................................................................ 38
3.2.1.2 Polipropileno............................................................................................. 39
3.2.1.3 Óleo residual de fritura.............................................................................. 40
3.2.2 Composições............................................................................................. 41
3.2.3 Mistura e conformação dos corpos de prova.......................................... 42
3.2.4 Ensaios de caracterização físico-química das matérias-primas............ 42
3.2.4.1 Densidade das fibras.................................................................................. 42
3.2.4.2 Espectroscopia na região de Infravermelho com Transformada de
Fourier (FTIR)........................................................................................... 43
3.2.4.3 Análise de Difração de Raio X (DRX) das fibras........................................ 43
3.2.5 Análise de Difração de Raio X (DRX) do Polipropileno........................ 44
10

3.2.5.1 Tratamento estatístico dos resultados dos corpos de prova......................... 44


3.2.6 Ensaio mecânico dos corpos de prova..................................................... 44
4 ANÁLISE E DISCUSSÕES.................................................................... 46
4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS FIBRAS....................................................... 46
4.1.1 Densidade................................................................................................. 46
4.1.2 Difração de Raios-X (DRX)..................................................................... 47
4.1.3 Espectroscopia no Infravermelho por Transformada de Fourie r
(FTIR)....................................................................................................... 47
4.2 CARACTERIZAÇÃO DO POLIPROPILENO......................................... 49
4.2.1 Difração de Raio X (DRX)....................................................................... 49
4.3 PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS COMPÓSITOS.......................... 50
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................. 51
6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................. 52
7 REFERÊNCIAS....................................................................................... 53
APÊNDICE A – Premiação de 1° Lugar no X CONAIC....................... 63
11

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Curvas tensão x deformação dos polímeros................................................... 19


Figura 2 - Unidade estrutural de repetição química do PP ............................................. 20
Figura 3 - Difratograma do PP isotático ......................................................................... 21
Figura 4 - Difratogramas de raios X do PP atático, sindiotático e isotático ................... 21
Figura 5 - Estrutura da celulose. ..................................................................................... 22
Figura 6 - Representação de uma hemicelulose ............................................................. 23
Figura 7 - Representação de uma lignina. ...................................................................... 23
Figura 8 - Açaizeiros ...................................................................................................... 24
Figura 9 - Frutos do Açaí ................................................................................................ 25
Figura 10 - Quantidade de Açaí produzido por UF (Toneladas) .................................... 25
Figura 11 - Produção Nacional de Açaí extrativo (PEVS & PAM) ............................... 26
Figura 12 - Fibras do Açaí .............................................................................................. 27
Figura 13 - Classificação dos compósitos de acordo com comprimento da fibra .......... 29
Figura 14 - Modelo hipotético de acoplamento entre PPAM e fibra lignocelulósica .... 30
Figura 15 - Configuração hipotética do acoplamento fibra / matriz pelo ácido octanóico
........................................................................................................................................ 31
Figura 16 - Micrografias das fibras de açaí: (A) não tratadas em autoclave, (B) Tratadas
em autoclave ................................................................................................................... 32
Figura 17 - Decomposição dos ácidos oleico e linoléico pela autoxidação catalisada pelo
aquecimento .................................................................................................................... 34
Figura 18 - Espectro de FTIR para o: (A) óleo virgem e (B) óleo usado ....................... 35
Figura 19 – Fluxograma metodológico abordado neste trabalho ................................... 36
Figura 20 - (a) Recipiente para o tratamento térmico das fibras; (b) Fibras confinadas
para o tratamento e (c) Recipiente aberto após o tratamento. ......................................... 38
Figura 21 - (a) Símbolo para o polipropileno e (b) Fragmentos de PP ........................... 39
Figura 22 - Extrusora monorosca ................................................................................... 39
Figura 23- (a) Blocos extrusados de PPr e (b) Pellets de PPr......................................... 40
Figura 24 - (a) Purificação do Óleo e (b) Evaporação da água ...................................... 40
Figura 25 - Conformação do compósito: (a) Blocos poliméricos; (b) Moinho de facas;
(c) Termo injetora acoplada a uma prensa manual e (d) Confecção dos corpos
poliméricos. .................................................................................................................... 42
Figura 26 - Determinação da densidade das fibras ......................................................... 43
12

Figura 27 - Imagem do Espectrômetro de Infravermelho .............................................. 43


Figura 28 - (a) Madeira Plástica formato gravata e (b) Máquina de ensaios mecânicos 45
Figura 29 - Comparação da densidade das fibras de açaí com outras fibras vegetais .... 46
Figura 30 - Difratograma da FT...................................................................................... 47
Figura 31 - Espectro de infravermelho da Fibra de açaí tratada lavada ......................... 47
Figura 32 - FTIR para fibras tratadas (FT) e não tratadas (FNT) em autoclave ............. 49
Figura 33 - Difratograma do PPr .................................................................................... 49
Figura 34 - Tensão Máxima do PP e dos compósitos PP/FT/ORF ................................. 50
Figura 35 - Módulo de Elasticidade do PP e dos compósitos PP/FT/ORF .................... 51
Figura 36 - Alongamento na ruptura do PP e dos compósitos PP/FT/ORF ................... 52
Figura 37 - Microscopia óptica na superfície de fratura do compósito .......................... 52
13

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Aa Fase amorfa
Ac Picos de cristais
AM Anidrido maleico
A1 massa do balão
A2 massa do balão + amostra
A3 massa do balão + mostra + álcool
A4 massa do balão + álcool
ATR análise de flexão total atenuada
ANOVA Análise de variância (Analysis of variance)
ASTM American Society For Testing And Materials
abpe/M001 Plásticos - Determinação da densidade por deslocamento - Método de
ensaio
Cu Cobre
cm Centímetro
CPs Corpos-de-prova
DRX Difração de raios-x
Ds Densidade
EPI Equipamento de proteção individual
FTIR Espectroscopia no Infravermelho com transformada de Fourier
FT Fibra tratada
FNT Fibra não tratada
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INPM Instituto de Pesos e Medidas
iPP Polipropileno Isotático
kV Quilovolt
LAMAT Laboratório de tecnologia dos mateiais
LAI Laboratório de Análise Instrumental
MEV Microscopia eletrônica de varredura
mm Milímetros
Ni Níquel
NTEP Núcleo Tecnológico de Engenharia de Produçaão
ORF Óleo residual de fritura
14

OSU Óleo de soja usado


OSV Óleo de soja virgem
OSVM Óleo de soja virgem graftizado com anidrido maleico
OSUM Óleo de soja usado graftizado com anidrido maleico
PPgAM Polipropileno graftizado anidrido maleico
PP Polipropileno
PPr Polipropileno reciclado
PEVS Produção da Extração vegetal e da Silvicultura
PAM Produção Agrícola Municipal
POLITEC Polícia Técnica Científica do Amapá
TG Análise termogravimétrica
Tg Temperatura de transição vítrea
Tm Temperatura de fusão
Tc Temperatura de cristalização
UF Unidade federativa
UEAP Universidade do Estado do Amapá
µm Micrômetro
CONAIC Congresso Nacional de Iniciação Científica
15

LISTA DE SÍMBOLOS

% Porcentagem
°C Graus celsius
°F Graus Fahrenheit
Θ Teta
α Alfa
λ Lambda
Å Ångström
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1 INTRODUÇÃO

Segundo Hunt, Zhang, Anzalone e Pearce (2015) o crescimento populacional e o


avanço da tecnologia resultaram no aumento global de 500 % de plásticos nos últimos 30
anos e espera-se um crescimento de 850 milhões de toneladas por ano até 2050.
Infelizmente, os descartes desses resíduos quando lançados na natureza de forma
inadequada causam sérios problemas no meio ambiente, nos rios e mares afetando os
seres aquáticos, trazendo riscos à saúde pública, principalmente por não ser um resíduo
biodegradável, permanecendo por várias décadas no solo (GU; OZBAKKALOGLU,
2016).

Um programa realizado pela Braskem, o Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico


(PICPlast), apontou que em 2020 foram reciclados 23,1 % dos resíduos plásticos pós-
consumo no Brasil, sendo um milhão de toneladas de material descartado em domicílios
residenciais, estabelecimentos comerciais, shoppings centers, entre outros, e 368 mil
toneladas são de sobras de processos petroquímicos (ABIPLAST, 2021).

No contexto, no Estado do Amapá, a realização da coleta seletiva para minimizar


impactos ambientais promovidos pela geração de resíduos sólidos são desprezíveis. Tal
condição é agravada pelos baixos indicadores de saneamento básico. Barbosa et al (2020)
descreveu que a cidade de Macapá-AP necessita avançar na coleta seletiva de resíduos,
bem como na educação ambiental, sugerindo, então, que além de políticas públicas, a
população precisa ser conscientizada e sensibilizada pela importância da coleta seletiva e
os benefícios para o meio ambiente.
Dentro do quadro agravante da geração de resíduos em Macapá-AP, estão as
sementes despolpadas do açaí (resíduo que é habitualmente destinado de forma incorreta).
O consumo da polpa de açaí no Norte do país é notório para quem reside na região, tanto
que em 2020 o IBGE divulgou dados da produção de açaí no Amapá igual a 3.067
toneladas, classificando o estado em 5º lugar no ranking de produção nacional. Já o Pará,
1º do ranking, apresentou uma produção de 149.671 toneladas. Como a produção de açaí
é proporcional a geração de resíduos, cabe ressaltar que considerável parte deste resíduo
é descartado sem os devidos tratamentos, ou aplicado na geração de energia em fornos
cerâmicos, os quais acabam emitindo poluentes atmosféricos, ou seja, apenas transfere -
se um problema.
17

Na busca de tecnologias limpas e sustentáveis, estudos científicos aproveitam


resíduos vegetais para reuso, um exemplo é o trabalho realizado por Tavares (2020) que
estudou a aplicação de fibras de açaí em matriz de polipropileno, comparando agentes de
acoplamentos sintético de polipropileno graftizado anidrido maleico com óleos naturais
(Carapa guianensis e Pentaclethara macroloba Wild). Neste sentido, este trabalho
avaliou a aplicação do óleo residual de fritura (com familiar retrospecto ambienta l
negativo) como possível agente de acoplamento na formulação da madeira plástica de
polipropileno reciclado (PPr) e fibras de açaí.
Este trabalho consta de uma revisão sobre polímeros e o polipropileno, bem
como o açaí e suas fibras, sobre compósitos de matriz termoplástica com adição de fibras.
Além disso, a metodologia utilizada foi realizada a partir de experimentos normatizados
e com seus resultados tratados estatisticamente.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Testar a viabilidade da formulação de uma madeira plástica, usando óleo natural


de fritura como agente de acoplamento das fases polipropileno reciclado (matriz) e fibras
lignocelulósicas do açaí tratadas termicamente.

1.1.2 Objetivos Específicos

1- Caracterizar as fibras tratadas de açaí e comparar com os resultados de Tavares


(2020);
2- Avaliar os efeitos da aplicação de óleo residual de fritura (nos teores de 1%,
2% e 3%) como agentes de acoplamentos por meio do ensaio de resistência a
tração.
18

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 POLÍMEROS

Os polímeros são formados pela união de unidades moleculares chamadas meros


que se repetem formando uma longa cadeia molecular, uma macromolécula. A palavra
tem origem grega, onde poli significa muitos e mero unidade de repetição, formando
muitas unidades de repetição (MANO, 2001, LUCAS et al, 2001, CANEVAROLO Jr.,
2006, MARINHO, 2005).
As propriedades físicas dos materiais poliméricos são influenciadas pelo
comprimento da molécula, pelo peso molecular e pela cristalinidade. Por exemplo, quanto
maior a molécula menor será a variação nas propriedades do material (CANEVAROLO
Jr., 2006).
Os polímeros podem ser classificados quanto a estrutura como: linear - quando
a cadeia não possui ramificações; ramificada - quando a cadeia possui ramificações ou
prolongamentos e reticulada - quando as cadeias estão unidas formando uma rede
(MANO, 2001).

2.1.1 Temperaturas de transformação características dos polímeros

A mobilidade de uma cadeia polimérica é função do grau de agitação dos átomos


proporcionada por uma determinada temperatura, pois a agitação varia diretamente com
a temperatura do material. Assim, nos polímeros, as temperaturas de transição mais
importantes são: de transição vítrea, de fusão cristalina e de cristalização.
A temperatura de transição vítrea (Tg) é aquela em que apenas as cadeias da fase
amorfa adquirem mobilidade, ou seja, inferior a Tg as moléculas encontram-se inertes. Já
a temperatura de fusão (Tm) só ocorre nas regiões cristalinas, aqui, cabe descrever que
não existem polímeros totalmente cristalinos, apenas semi-cristalinos. Por fim, a
temperatura de cristalização (Tc), que ocorre com o resfriamento controlado e lento do
material, permitindo alguma organização molecular (CANEVAROLO Jr., 2006).
19

2.1.2 Propriedades mecânicas dos polímeros

O comportamento mecânico dos materiais poliméricos pode ser avaliado em


função de testes padronizados, como a tensão máxima, alongamento na fratura e módulo
de elasticidade. Na Figura 1 são apresentados modelos de curvas características tensão-
deformação dos polímeros, onde: A é típico de um polímero frágil; B é o desempenho de
um material plástico e C, uma característica dos elastômeros.

Figura 1 - Curvas tensão x deformação dos polímeros

Fonte: Callister (2016)

2.1.3 O polipropileno

Segundo Callister (2002), polímeros termoplásticos como o polipropileno são


aqueles mais suscetíveis a reciclagem, uma vez que podem ser conformados novamente
com o seu aquecimento. Para tal finalidade é executada uma classificação por tipo e por
cor e principalmente pelo uso de um código de identificação numérico, por exemplo, o
"5" representa o polipropileno (PP) – polímero que foi usado neste trabalho.

De acordo com Fornari Jr. (2017), o PP é um homopolímero derivado do


propeno, também chamado de propileno, o qual, por sua vez, é originário do
craqueamento do petróleo. O PP é uma poliolefina, pois é formado a partir da união de
monômeros alifáticos que possuem uma ligação dupla (olefina). É um termoplástico
commoditie utilizado em larga escala em aplicações diversas como tanques, sacos para
grãos (rafia), embalagens, fibras, seringas, cadeiras, eletrodomésticos, entre outros.
20

Nascimento et al (2013) descrevem que a disponibilidade do polipropileno atrai o


setor industrial realizando uma variedade de aplicações, visto que este é um termoplástico
de fácil moldagem, atóxico, abrasivo e flexível, existindo vários tipos destes, como: PP
homopolímero, PP copolímero heterofásico e PP copolímero randômico. O PP
homopolímero, geralmente isotático, está classificado em terceiro lugar em vendas, o seu
mero pode ser visto na Figura 2.

Figura 2 - Unidade estrutural de repetição química do PP

Fonte: Michaeli (1995)

A estrutura química do mero do polipropileno que substitui um hidrogênio por um


metil permite um aumento de temperatura de transição vítrea (Tg), apresentando alto
ponto de fusão e deflexão de calor quando se comparado ao polietileno. O polipropile no
isotático pode ser submetido a temperatura de aproximadamente 120 °C (250 °F) sem
sofrer deformação, este possui baixa densidade (0,900 a 0,910 g/cm3 ), boa dureza
superficial, resistência química a umidade e ao calor, possui aplicações diversas que vão
desde utensílios domésticos a produtos industriais (SMITH; HASHEMI, 2010).

De acordo com Canevarolo (2006) as propriedades mecânicas dos polímeros são


caracterizadas pelo modo como estes materiais respondem às solicitações mecânicas
aplicadas, podendo estas ser do tipo tensão ou deformação. A natureza desta resposta
depende da estrutura química, temperatura, tempo e da história (condições) de
processamento do polímero. Neste aspecto o PP se enquadra como um termoplástico com
boas propriedades mecânicas e por isso é um polímero frequentemente utilizado como
matriz em compósitos de fibras naturais (LEE et al, 2008). De acordo com Tavares (2020)
e Ishizaki et al (2006), o polipropileno pode ser utilizado em várias aplicações devido a
sua disponibilidade e custo, cristalinidade (60 a 70 %), ponto de fusão (165 a 175 °C),
baixa densidade (0,9) e alta rigidez.
Segundo Magalhães (2017) para se determinar a cristalinidade do polipropile no
realiza-se o ensaio de difração de raio-x (DRX) a qual mensura-se a fase amorfa e/ou
cristalina do material. Esta é uma técnica muito usada, por exemplo, a Figura 3 exibe o
21

difratograma realizado no polipropileno isotático, onde a área pontilhada “Aa” indica a


fase amorfa do material e as identificadas como “Ac” são picos indicativos de cristais.

Figura 3 - Difratograma do PP isotático

Fonte: Adaptado de Roe (1985)

A cristalinidade do PP é fortemente condicionada a taticidade. Nas cadeias


sindiotáticas e atáticas, a cristalinidade fica entre 40 % e 70 %, requerendo maior
taticidade para o PP isotático. A Figura 4 mostra um difractograma comparativo do grau
de cristalinidade, em função da taticidade do PP.

Figura 4 - Difratogramas de raios X do PP atático, sindiotático e isotático

Fonte: Moore (1996) apud Tokumoto (2003).

Montagna (2010) cita que a difração de raios X do polipropileno isotático (iPP)


pode apresentar picos característicos em 2θ = 14; 17; 18,5; 21,3 e 21,8°.
22

2.2 FIBRAS LIGNOCELULÓSICAS

De acordo com Scatena e Dias (p.117, 2006) as fibras vegetais são “células
longas, de paredes celulares secundárias grossas, geralmente lignificadas, e com as
extremidades afiladas”.
Conforme Faruk et al (2012), as fibras são compostas por uma série de
componentes químicos, os principais são: a água, e açúcares (celulose e hemicelulose)
combinados com lignina e frações de proteínas, amidos e inorgânicos. Desta destacam-se
a celulose, hemicelulose e lignina, as quais serão tratadas resumidamente a seguir.
Segundo os autores Albinante; Pacheco; Visconte (2013); Mesquita (2013) e
Fornari Jr. (2017), a celulose é responsável pela formação da parede celular das plantas,
estando responsável por 40 a 90 % em massa de fibra. É um homopolímero natural que
apresenta na unidade de glicose, três grupos hidroxilas (conforme Figura 5) que conferem
o caráter hidrofílico e ainda são responsáveis por ligações de hidrogênio intramolecular e
intermolecular, sendo esta última, principal responsável pela cristalinidade da molécula e
assim, resistência mecânica.

Figura 5 - Estrutura da celulose.

Fonte: Albinante; Pacheco; Visconte (2013).

Conforme Fornari Jr. (2017), outra estrutura importante na composição vegetal


é a hemicelulose, pois é semelhante a celulose, mas com uma estrutura mais simples
(conforme apresentada na Figura 6). Sua principal função é atuar na união dos feixes
cristalinos de celulose, regulando e organizando a molécula como uma argamassa unindo
blocos cerâmicos.
23

Figura 6 - Representação de uma hemicelulose.

Fonte: Santos et al (2012).

Santos et al (2012) e Fornari Jr. (2017) relatam que a lignina possui um arranjo
complexo de entrelaçamento globular amorfo e compacto, conferindo, desta forma,
rigidez à parede celular vegetal. A lignina também atua encapsulando e protegendo a
parede celular, pois boa parte desta complexa molécula encontra-se na superfíc ie
envolvendo e protegendo o conjunto. A Figura 7 esquematiza uma molécula de lignina.

Figura 7 - Representação de uma lignina.

Fonte: Santos et al (2012)


24

2.2.1 O açaí (Euterpe oleracea M.): uma fonte de fibras lignocelulósica

Segundo Yamaguchi et al (2015) há 28 espécies do gênero Euterpe como E.


oleracea, E. precatória e Euterpe edulis localizadas nas regiões Central e América do Sul
e distribuída por toda a bacia amazônica, no entanto, os frutos comercializados são
somente das espécies E. oleracea e E. precatória.
O clima adequado para o cultivo do açaí é tropical, quente e úmido. A E.
precatória, principalmente a E. oleracea (Figura 8), tem maior capacidade de adaptação
às condições climáticas de alta pluviosidade, alta temperatura e luz solar (VIEIRA et al,
2018). Possui touceira com cerca de 13 plantas, o tronco sem espinhos de cor clara alcança
de 15 a 20 metros de altura com 12 a 18 centímetros de diâmetro, sustenta um capitel de
12 a 14 folhas pinadas, com longas bainhas superpostas, formando uma região colunar de
cor verde-oliva, no extremo do estipe (FURLANETO et al, 2020).

Figura 8 - Açaizeiros

Fonte: Patro (2017)

De acordo com Rogez et al (2011) a cor do fruto do açaí é função do seu


amadurecimento, iniciando na coloração verde até preta (semelhante à Figura 9). Os
frutos são recobertos por uma camada fina de polpa de 1 à 2 mm, contendo sementes com
aproximadamente 85 % da fruta.
25

Figura 9 - Frutos do Açaí

Fonte: Patro (2017)

Quanto a produção, a região norte do Brasil se destaca com o Estado do Pará como
o maior produtor e exportador de açaí, seguido pelo Amazonas, os quais abrangem 87,5
% do total de produção regional (SERRA; GONZAGA, 2019). Segundo Serra e Santos
(2020) cerca de 92,1 % de extração concentra-se nos estados da região Norte. Para
exemplificar melhor, observa-se com os dados apresentado na Figura 10, dados da PEVS
- Produção da Extração vegetal e da Silvicultura realizada pelo IBGE (2020), que nas
produções de 2015 à 2019, o estado do Pará se destaca com êxito na produção. Já para os
demais Estados brasileiros verifica-se uma oscilação de valores que podem ser explicado
por causa da seca, dificultando o escoamento do fruto em algumas regiões. Já o estado do
Amazonas mostra-se em segundo lugar como produtor Nacional.

Figura 10 - Quantidade de Açaí produzido por UF (Toneladas)

Fonte: IBGE/PAM & PEVS (2020)


26

Na Figura 11, os dados expostos por Serra e Gonzaga (2019) exibem a produção
de açaí no Brasil em toneladas e o valor por quilo ao longo dos anos de 2000 a 2019, nota-
se que a partir de 2015 há um salto no volume e produção, haja vista que a partir desse
ano, a Produção Agrícola Municipal – PAM foi contabilizada juntamente com a Produção
da Extração Vegetal e da Silvicultura - PEVS, incluindo assim a produção manejada e de
plantio. O aumento da produção pode ser explicado pelo aumento de áreas cultivadas,
plantadas e técnicas de manejo que possibilitam o avanço da produção.

Figura 11 - Produção Nacional de Açaí extrativo (PEVS & PAM)

Fonte: IBGE/PAM & PEVS (2019)

Cedrim, Barros, Nascimento (2018) apud Darnet et al (2011) e Yamaguchi et al


(2015) apontam que, no mercado brasileiro, o açaí é utilizado como bebida energética,
mas existem múltiplas formas de consumo. Por exemplo, na forma de compota, vinho,
polpa congelada, xarope, pó, natas e gelados. Esse fruto da região amazônica, além de ser
uma fonte alimentícia para muitas famílias que residem próximas ao rio, contribui para a
geração de renda com a venda do fruto (BASTOS et al, 2021).
Para o Amapá, embora a quantidade produzida de açaí seja inferior àquelas
mensuradas para o Pará e Amazonas, o consumo é significativo, pois parte do que é
produzido no Pará é comercializado no Amapá. Para exemplificar melhor, vejamos o
trabalho de Bezerra, Silva e Damasceno (2016) que relata um consumo per capita de 24,4
L açaí na capital Macapá (onde concentra-se boa parte da população do Estado) frente aos
17,8 L de açaí do Pará. De tal forma, se há um consumo de polpa, em paralelo existirá a
geração de resíduos lignocelulósicos.
Tratando-se do resíduo do açaí (um dos focos deste trabalho) Mesquita (2013)
detalha que após a extração da polpa que recobre o fruto de açaí, sobram as sementes
cobertas com fibras (semelhante a imagem da Figura 12), que podem ser facilme nte
27

removidas à mão após secagem natural. Braga (2019) apud (Bufalino et al, 2018;
Maranho; Paiva, 2012) descrevem que as fibras e sementes são diariamente descartadas
na natureza, atividade que potencializa a poluição do meio ambiente, principalme nte
quando são descartados em rios causando a redução de oxigênio e morte aos seres
aquáticos.

Figura 12 - Fibras do Açaí

Fonte: Jéssica Alves (2017)

Tavares (2020) descreve que 68 % do açaí produzido é descartado em forma de


fibras e sementes e por isso, é de fundamental importância a investigação por tecnologias
sustentáveis, limpas e economicamente viáveis, visando a redução do descarte
inadequado no meio ambiente.

De tal modo, para diminuir ou extinguir o descarte incorreto das sementes de açaí
como resíduos, alguns trabalhos já discutiram a caracterização e métodos tecnológicos
para a aplicação do resíduo de açaí e serão citados a seguir.
Para análise de difração de raio x (DRX) das fibras de açaí, os autores Rambo,
Shmidt, Ferreira (2015) identificaram picos característicos para a celulose em 2 θ = 34,7°
e 35°.
Gehlen (2014) realizou em fibras de açaí a análise de espectroscopia na região do
infravermelho pela transformada de Fourier (FTIR) e observou bandas nas regiões: 3330
cm-1 indicando o estiramento dos grupos hidroxílicos (-OH) na celulose, 1729 cm -1 para
estiramento dos grupos carbonílicos (C=O) presentes na hemicelulose, 1030 cm-1 para o
estiramento da ligação C-O-C presentes na celulose, hemicelulose e na lignina.

Segundo Gehlen (2014) e Martins, Mattoso, Pessoa (2009) as propriedades


térmicas das fibras do mesocarpo do açaí são semelhantes às fibras naturais já utilizadas
28

na indústria de produtos lignocelulósicos, além disso, possui uma superfície irregular a


qual, se utilizada como reforço, facilita uma boa interação com a matriz polimérica por
permitir ancoragem mecânica, o que contribui para a produção de novos materiais
compósitos.

A estabilidade térmica das fibras de açaí por termogravimetria apresentam


características equivalentes às de outras fibras naturais aplicadas em matrizes
poliméricas, com decomposição entre 180 à 200 °C, sugerindo que as fibras de açaí
podem ser processadas por extrusão, produzindo madeira plásticas (MARTINS;
MATTOSO; PESSOA, 2009).
Martins, Mattoso, Pessoa (2009) realizaram a análise termogravimétrica das fibras
de açaí em atmosfera de N 2 e descrevem três perdas de massa: inicialmente de 5 % em
100 °C por redução de umidade, em seguida reduziu-se 65 % de massa numa variação de
230 °C indicando decomposição da hemicelulose e em 370 °C houve a decomposição
final de celulose e lignina. Já em atmosfera termo-oxidativa ocorreu quatro etapas de
degradação: 280 °C e 320 °C (decomposição da hemicelulose, celulose e lignina), 460 °C
(degradação final do material), e 590 °C (degradação dos resíduos finais). Resultados
estes que de acordo com os autores foram comparados com outras fibras naturais usadas
industrialmente, possibilitando seu uso para novos trabalhos.

2.3 COMPÓSITOS

Tavares (2020) descreve que os compósitos podem ser abordados como o


resultado da união de dois ou mais materiais de composição química e propriedades
distintas, capazes de gerar um novo material com características tecnológicas
aprimoradas, onde suas fases são macroscopicamente delimitadas por suas interfaces.
De acordo com Callister Jr e Rethwisch (2016) os compósitos são classificados
conforme o tipo de reforço em: compósitos reforçados com partículas; compósitos
reforçados com fibras (ambos sempre envolvidos por uma matriz que os protege) e os
compósitos estruturais. Ainda existem duas subdivisões para cada uma, como
esquematizado na Figura 13 – a qual ainda indica, em detalhe (azul) o tipo de compósito
conformado neste trabalho.
29

Figura 13 - Classificação dos compósitos de acordo com comprimento da fibra

Fonte: Callister Jr e Rethwisch (2016)

2.3.1 Compósitos reforçados com fibras descontínuas curtas e orientados


aleatoriamente

Como o presente trabalho avaliou a formulação de compósitos reforçados com


fibras descontínuas curtas e orientados aleatoriamente, será abordada, a seguir, uma
revisão da literatura com os pontos específicos e importantes para a discussão dos
resultados sobre a aplicação de fibras de açaí e os métodos (aplicação de agentes de
acoplamento e tratamento térmico em fibras) para aprimoramento da união interfacial das
fases fibras / matriz.
Segundo Correa et al (2003), acrescentar 20 % de fibra como reforço em matriz
polimérica podem proporcionar aumento de 30 % no módulo de flexão. Do mesmo modo,
Bourmaud et al (2013), relatam que em matrizes poliméricas, a rigidez aumenta com a
adição de fibras, ao passo que o alongamento à ruptura diminui.
Tavares (2020) descreveu que adições de fibras de açaí nas frações 10 %, 20 %
e 30 % proporcionam aumento de propriedades no ensaio de tração, tanto na resistência
máxima, quanto do módulo elástico. De forma geral, referências sobre a adição de reforço
natural em matrizes termoplásticas, por exemplo, Poletto, Zattera, Santana, (2014a);
Santos et al, (2010); Wong et al (2012); Lopes, Sousa (1999); Borsoi et al (2011);
Kaewkuk, Sutapun, Jarukumjorn (2013), recomendam que adições de 30 % de fibra são
ideais para a conformação.
Para que fibras naturais e matrizes poliméricas termoplásticas trabalhem de
forma otimizada em uma determinada aplicação é importante que haja compatibilidade
30

na interface fibra / matriz. De certo modo, a modificação da superfície das fibras reduz
seu caráter hidrofílico e na maioria das vezes, aumenta a adesão com a matriz polimér ica
hidrofóbica.
Como as fibras lignocelulósicas são polares, a compatibilidade entre elas e a
matriz termoplástica que é apolar fica comprometida. Portanto, precisa-se de um aditivo
que contenha ambos os sítios (polar e apolar), que atue aumentando a molhabilidade das
fibras pela matriz, aprimorando a agregação interfacial, os agentes de acoplamento
(ALBINANTE et al, 2013). Correa et al (2003) descrevem duas características a serem
analisadas na escolha de um compatibilizante: (1) quantidade suficiente de grupos
funcionais e (2) o comprimento das cadeias do compatibilizante.

2.3.2 Métodos para otimização do acoplamento interfacial fibra / matriz

A. Aplicação de agentes de acoplamento

Como já abordado, para otimizar a união das fibras / matriz é comum o uso de
agentes de acoplamento derivados do petróleo, onde, para o PP, aplica-se o polipropile no
enxertado com anidrido maleico (PPAM), o qual, embora seja um agente proveniente de
recurso não renovável, ainda é um dos mais utilizados pela indústria (CATTO et al, 2014;
POLETTO et al, 2014b). Esses compatibilizantes aprimoram a adesão entre a fibra
lignocelulósica (naturalmente polar) e a matriz (apolar), já que “melhora a molhabilidade
da fibra, promovendo maior adesão interfacial” (ALBINANTE; PACHECO;
VISCONTE, 2013, p.119). Um modelo hipotético do mecanismo de acoplagem é
exemplificado na Figura 14.

Figura 14 - Modelo hipotético de acoplamento entre PPAM e fibra lignocelulósica

Fonte: Becker et al (2011).

Dentro do viés da sustentabilidade, Poletto, Zattera e Santana (2014b) descrevem


que é possível aplicar óleos naturais como agente de acoplamento substitutos do PPgAM,
31

pois melhoram a estabilidade termal do compósito, aprimorando a adesão interfacial. Este


aprimoramento é devido a formação de ligações hidrogenadas as quais conduzem à
diminuição das reações de esterificação entre os grupos hidroxilas da fibra e os grupos
carboxilas dos óleos naturais. Os autores ainda apontam um modelo hipotético, exposto
na Figura 15, do acoplamento promovido por óleo natural, o ácido octanóico, na interface
fibra / matriz.

Figura 15 - Configuração hipotética do acoplamento fibra / matriz pelo ácido


octanóico

Fonte: Poletto, Zattera, Santana (2014b)

Tavares (2020) aplicou os óleos naturais de andiroba e pracaxi como substitutos


do PPgAM em compósitos PP e fibras de açaí tratadas e não tratadas em autoclave. O
autor descreve que os óleos atuaram reduzindo o caráter polar das fibras, melhorando as
propriedades mecânicas de resistência a tração máxima, onde o mesmo descreve que esta
é a análise ideal para avaliar o reforço interfacial.
Já Campos et al (2019) avaliaram a impregnação de nano e micro emulsões de
cera de Carnaúba (Copernicia prinifera) em folhas de celulose e narraram que o método
pode contribuir com o aumento da hidrofobicidade das fibras, tendo em vista o caráter
hidrofóbico das ceras, podendo assim, melhorar a compatibilidade.
Em contrapartida, Poletto et al (2011) testaram óleos de mamona, soja e ácido
esteárico como agentes de acoplamento de fibras de Pinus (Pinus elliottii) em uma matriz
de PP e narraram que os óleos vegetais promoveram a redução da resistência à tração dos
compósitos, indicando que os mesmos apenas agiram como plastificantes e não como
compatibilizantes.
De tal modo, a aplicação de óleos naturais como agentes de acoplamento é pouco
usada, pois a complexidade da química molecular das fases envolvidas, ainda não
permitiu definir um modelo que explique a eficiência do acoplamento.

B. Tratamento térmico de fibras lignocelulósicas em autoclave


32

Para aprimorar a adesão interfacial fibra / matriz é conveniente, além da


aplicação de agentes de acoplamentos, realizar tratamentos capazes de aperfeiçoar a
adesão interfacial proporcionada pelo agente. Por exemplo, Tavares (2020) que comparou
fibras de açaí (tratadas e não tratadas em autoclave) numa matriz de PP, avaliando a ação
do PPAM versos óleos naturais como agentes de acoplamento. O autor narrou que após
o tratamento, as fibras tornaram-se rugosas, com reentrâncias (pois o tratamento removeu
extrativos vegetais e estruturas globulares de sílica, deixando a superfície com
reentrâncias) – como indicado na Figura 16 – permitindo, então, tanto o intertravame nto
mecânico pela matriz, quanto a otimização da atividade dos agentes de acoplamento
testados. Conforme o autor, cabe destacar que intertravamentos interfaciais intensifica m
as interações, dificultando o escoamento das moléculas poliméricas durante o
cisalhamento molecular, conferindo, de tal modo, maior resistência ao compósito.

Figura 16 - Micrografias das fibras de açaí: (A) não tratadas em autoclave, (B)
Tratadas em autoclave

Fonte: Tavares (2020)

Um outro trabalho, Balla et al (2019) e Carada, Fujii e Okubo (2016)


descreveram que o tratamento térmico em autoclave das fibras de Sisal e Kenaf, levam
ao aumento da cristalinidade da celulose e a remoção de impurezas das fibras.

2.4 ÓLEO RESIDUAL DE FRITURA E SUA APLICAÇÃO COMO AGENTE DE


ACOPLAMENTO

Fazendo inicialmente uma breve explanação sobre óleos vegetais, Rodacoski,


Oliveira, Andrade (2014) e Jorge (2009) expõem que estes são formados principalme nte
por uma mistura de triglicerídeos e ácidos graxos, possuindo ainda quantidades inferiores
33

de diglicerídeos, monoglicerídeos, tocoferol, proteínas, esteróis e vitaminas, mistura


insolúvel em água (hidrofóbicos) e solúveis em solventes orgânicos. Segundo Statista
(2014) os principais óleos para consumo humano somam-se 85,7 % sendo os óleos de
palma, soja, canola e vegetal.
É comum a aplicação dos óleos vegetais para a produção de alimentos pela
técnica da fritura em altas temperaturas, onde gera-se um resíduo de composição variável
fruto reações intricadas. Este subproduto do óleo vegetal é produzido diariamente nas
residências, comércios e indústrias. No Brasil, estima-se que são produzidos por ano cerca
de 3 bilhões de litros de óleo vegetal para consumo humano, sendo que apenas 1 % dessa
quantidade é descartada adequadamente, o restante é eliminado de maneira inadequada
no meio ambiente prejudicando a saúde humana e dos seres aquáticos (SOUSA et al
2021).
Martinelli, Souza, Silva (2022); Júnior e Araújo (2018) descrevem que o
aumento da população traz mudanças negativas nos hábitos alimentares, pois há um
aumento no consumo de óleo de fritura nos alimentos, gerando uma grande quantidade
de resíduos que são descartados sem destinação adequada.
Costa, Gonzaga, Magalhães (2020) explicam que no Brasil há um crescente
incentivo para o descarte correto dos óleos após seu uso, o que contribui na educação
ambiental para aqueles que usam desse óleo para fins alimentícios. Conforme o autor, o
óleo residual de fritura é tão poluente que para cada litro de óleo são contaminados vinte
e cinco mil litros de água.
Costa, Gonzaga, Magalhães (2020) e Dorbaganes, Márquez-Ruiz (2015)
descrevem que o óleo quando aquecido a altas temperaturas para produção de alime ntos
gera-se uma série de modificações químicas como oxidação, reação de Mailard, acúmulo
de compostos voláteis, hidrólise, além de produtos poliméricos e monométricos que são
prejudiciais a saúde. A hidrólise advém quando há umidade no alimento, desencadeando
quebra de um éster, liberando ácidos graxos, monoacilgliceróis e diacilgliceró is .
Especificamente, Dorbaganes e Márquez-Ruiz (2015), relatam que as alterações térmicas
no ácido graxo insaturado ocorrem devido a altas temperaturas do óleo em presença do
ar, por meio de reações em cadeia de radicais livres. A Figura 17 exibe uma das reações
que são formadas quando o ácido graxo linoleico é aquecido por longo tempo.
34

Figura 17 - Decomposição dos ácidos oleico e linoléico pela autoxidação catalisada pelo
aquecimento

Fonte: Costa, Gonzaga, Magalhães (2020)

A busca por técnicas que possam reutilizar o óleo residual de fritura


transformando em outro produto que mitigue o descarte e danos no meio ambiente é
popularmente conhecido, por exemplo, aplicações na produção de sabões e biodiesel.
No entanto, a literatura apresenta outro método menos usual e ainda em estudo,
por exemplo, a aplicação como agente de acoplamento na produção compósitos de matriz
termoplástica. Vejamos a seguir.
Poletto (2020) avaliou a aplicação do anidrido maleico (mesmo composto
aplicado no PPAM) modificando os óleos vegetais virgem (OSV) e usado (OSU). O autor
descreve que é possível realizar a inserção do anidrido maleico (AM) nos óleos,
principalmente no virgem (pois para este as ligações duplas C=C em 1640 cm-1
desapareceram no espectro de FTIR indicando a modificação química desejada,
Conforme Figura 18).
Ainda na análise comparativa, Poletto (2020) explica que a presença de grupos
oxigenados na estrutura do óleo residual, possivelmente oriundo da cisão de cadeia
durante a fritura, tornou mais complexa a incorporação do grupamento anidrido maleico,
Neste caso Poletto descreve que foram observadas bandas típicas de grupamentos -CO-
O-CO- do anidrido maleico em 1850 cm-1 e 1781 cm-1 (conforme apresentado na Figura
18). O autor ainda relata que provavelmente o anidrido maleico se ligou a cadeia do óleo
na forma cíclica, fato que ele descreve ser explicado pela banda 3400 cm-1 que não
apresentou grandes alterações, pois se tivesse rompido haveria formado hidroxilas e seria
observado o alargamento da banda em 3400 cm-1 .
35

Figura 18 - Espectro de FTIR para o: (A) óleo virgem e (B) óleo usado

Legenda: AM= anidrido maleico; OSV = óleo de soja virgem; OSVM = óleo de soja virgem
graftizado com anidrido maleico; OSU = óleo de soja usado e OSUM = óleo de soja usado
graftizado com anidrido maleico
Fonte: Adaptado de Poletto (2020)

Por fim, Poletto (2020) conclui a viabilidade da aplicação dos novos compostos
de ambos os óleos como lubrificantes, plastificantes e agentes de acoplamento.
36

3 MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia utilizada neste trabalho é exibida no fluxograma na Figura 19.

Figura 19 – Fluxograma metodológico abordado neste trabalho

Sementes de açaí Copos de Óleo residual de


Polipropileno Fritura

Lavagem
Corte Filtragem
Secagem (80ºC) Manual
Extrusão Evaporação da água
Extração das fibras
(Moagem) Moagem Óleo tratado

Tratamento térmico Pellet


na panela de Mistura por extrusão
pressão
Caracterização:
DRX Conformação dos
Lavagem com água Corpos de Prova
destilada
Caracterização:
Densidade, DRX,
FTIR Caracterização:
Secagem (80 °C) Ensaio de
resistência à tração

Fibras tratadas

Fonte: Elaborado pelo autor

3.1 MATERIAIS

Neste estudo foram utilizados os seguintes materiais e equipamentos:

• Sementes de açaí coletadas em pontos comerciais específicos;

• Copos e recipientes de polipropileno;

• Óleo residual de fritura doado por fritadores de alimentos;

• Água destilada obtida na UEAP;


37

• Equipamentos de proteção individual – EPI: Luvas clínicas descartáveis,


óculos, máscara, abafador e jaleco (do Laboratório de Tecnologia dos
Materiais – do LAMAT/UEAP);

• Peneiras de malhas com abertura de: 4,5 mm, 500 µm, 250 µm, 63 µm
(LAMAT/UEAP);

• Panela de pressão, marca EIRILAR, 4,05 L (do LAMAT/UEAP);

• Balança de precisão 3000 g modelo WTB 3000, marca RADWAG (do


LAMAT/UEAP);

• Moinho de martelo, modelo SL-033, marca SOLAB (do LAMAT/UEAP);

• Espectômetro PerkinElmer, modelo Espectrum Two-Ft-IR, com detector de


tantalato de lítio (análise realizada na Polícia Técnica Científica do Amapá -
POLITEC);

• Difratômetro D2Phaser da Bruker (no Laboratório de Análise Instrumental –


LAI/UEAP);

• Moinho de facas SL-32, marca SOLAB (do LAMAT/UEAP);

• Prensa hidráulica manual TE-098, marca Tecnal (do LAMAT/UEAP);

• Extrusora monorosca em escala de bancada para polímeros (Modelo 1,


dimensionamento e confecção acadêmica UEAP - (no LAMAT/UEAP));

• Máquina de ensaios mecânicos marca EMIC modelo DL 30000 (do


LAMAT/UEAP);

• Molde para corpos de prova 63 mm x 12 mm x 3 mm (do LAMAT/UEAP);

• Estufa modelo 402/3n (do LAMAT/UEAP).


38

3.2 MÉTODOS

3.2.1 Coleta e tratamento das matérias-primas

3.2.1.1 Fibras de Açaí

Baseando-se na metodologia de Tavares (2020) as sementes coletadas foram


lavadas com água corrente disponibilizada no LAMAT/NTEP, com a finalidade de
remover o resquício da polpa. Em seguida, as amostras passaram por secagem em estufa
a 80 °C até que não existisse variação da massa. As sementes secas foram alimentadas
em moinho de martelo para a extração das fibras que foram segregadas por peneirame nto
com malha de abertura 4,5 mm.

Como Tavares (2020) descreveu que as fibras de açaí tratadas termicamente em


autoclave conferem condições de acoplamento aprimoradas em relação as não tratadas,
optou-se em usar fibras adaptando-se a metodologia acima citada. Usou-se um recipiente
de pressão de 4,05 L conforme apresentado na Figura 20a, onde as fibras foram
armazenadas em uma sacola de algodão e imersas em 2,5 L de água como exibidas na
Figura 20b. Após 1h de operação a 120 °C como indicado na Figura 20c, a pressão foi
aliviada e as fibras extraídas. Após essa etapa, as fibras tratadas foram dispostas em uma
peneira de 250 m para serem lavadas com água destilada até que não houvesse
impurezas macroscópicas que pudessem atrapalhar no acoplamento fibra / matriz, e por
fim, as fibras tratadas foram encaminhadas a estufa à 80 ºC para secagem.

Figura 20 - (a) Recipiente para o tratamento térmico das fibras; (b) Fibras confinadas
para o tratamento e (c) Recipiente aberto após o tratamento.
a b c

Fonte: A autora (2022)


39

3.2.1.2 Polipropileno

Para o presente estudo os recipientes descartáveis utilizados foram de


polipropileno que continham o símbolo indicado na Figura 21a. Estes foram
primeiramente cortados manualmente com auxílio de uma tesoura, obtendo fragme ntos
com dimensões aproximadas de 3x3 mm como mostra a Figura 21b. Tal operação facilita
a mistura com outras fases.

Figura 21 - (a) Símbolo para o polipropileno e (b) Fragmentos de PP

a b

Fonte: Arquivo particular (2022)

Após o corte dos copos de PP, estes foram alimentados na extrusora monorosca
(Figura 22) à temperatura de 195 °C para transformá-los em blocos extrusados (Figura
23a), em seguida encaminhados ao moinho de facas para obtenção dos pellets (ou areia)
(Figura 23b). Os fragmentos poliméricos passaram por secagem em estufa a 80 °C, até
que não existisse variação de massa. Toda a metodologia foi fundamentada nos trabalhos
de Tavares (2020).

Figura 22 - Extrusora monorosca

Fonte: Arquivo particular (2022)


40

Figura 23- (a) Blocos extrusados de PPr e (b) Pellets de PPr


a b

Fonte: Arquivo particular (2022)

3.2.1.3 Óleo residual de fritura

Após coleta o ORF foi encaminhado ao laboratório de Materiais (LAMAT) onde


realizou-se a filtração para remoção das impurezas (principalmente sólidas) usando o
sistema com suporte universal, funil com algodão e um béquer, como pode ser visto na
(Figura 24a). No óleo filtrado foi realizado a evaporação de água por meio de
aquecimento em banho-maria por 1h até a menor variação de massa (como mostra a
Figura 24b) tentando-se remover o máximo de água e diminuir efeitos danosos de
degradação que esta causa na extrusora.

Figura 24 - (a) Purificação do Óleo e (b) Evaporação da água

a b

Fonte: Arquivo particular (2022)


41

3.2.2 Composições

A Tabela 1 exibe as composições que foram produzidas neste trabalho. Ao todo


foram testadas 4 (quatro) variações percentuais mássicas indicadas na Tabela 1. Para cada
composição foram produzidos 3 corpos de provas (quantidade limitada pois foram
conformada durante o período inicial da pandemia do COVID-19), obtendo, então, a
média para as propriedades estudadas. Os teores de fibras fixados em 30 %, bem como os
teores de óleos avaliados variações de 0, 1, 2 e 3 % seguiram as recomendações de Tavares
(2020) e Poletto, Zattera, Santana (2014b).

Tabela 1 - Percentuais mássicos e nomenclaturas das composições.


PPr FT ORF Composições
(% massa) (% massa) (% massa) (PPr/FT/ORF)
100 0 0 100/0/0 - controle
70 30 0 70/30/0
69 30 1 69/30/1

68 30 2 68/30/2

67 30 3 67/30/3
FT- fibras tratadas; ORF- óleo residual de fritura; PPr – polipropileno reciclado

3.2.3 Mistura e conformação dos corpos de prova

Inicialmente uma pré-mistura de pellets de PPr com as demais fases (fibras e


óleo) foi realizada em um béquer seguindo as composições descritas na Tabela 1. Em
seguida, na extrusora monorosca, os compósitos foram preparados a 194 °C na forma de
blocos (ver Figura 25a) que foram moídos em um moinho de facas (Figura 25b),
resultando em pellets em uma termo injetora acoplada a uma prensa manual (como a
Figura 25c), foram conformados em CPs, semelhante como a figura 25d. Metodologia
realizada conforme Tavares (2020).
42

Figura 25 - Conformação do compósito: (a) Blocos poliméricos; (b) Moinho de facas; (c)
Termo injetora acoplada a uma prensa manual e (d) Confecção dos corpos poliméricos.
a b c d

Fonte: Arquivo particular (2022)

3.2.4 Ensaios de caracterização físico-química das matérias-primas

3.2.4.1 Densidade das fibras

A determinação da densidade das fibras tratadas e lavadas com água destilada


adaptou-se as recomendações da norma abpe/M001 Plásticos. Assim, foram utilizados 3
(três) balões volumétricos com volume de 100 mL a 200 mL (ver Figura 26) e álcool
etílico hidratado: 46,3 °INPM 24 °C, com densidade 0,914133 g/ml. Para este
procedimento utilizou-se a equação (01) abaixo, usando valores em triplicata.

( 𝐴2) −(𝐴1)
ds = [(𝐴4)+(𝐴2) −(𝐴1)+ (𝐴3)] Eq. (01)

onde:
A1= massa do balão
A2= massa do balão + amostra
A3= massa do balão + mostra + álcool
A4= massa do balão + álcool
43

Figura 26 - Determinação da densidade das fibras

Fonte: A Autora (2022)

3.2.4.2 Espectroscopia na região de Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR)

Para a realização da análise de FTIR das fibras pós tratamento foi utilizado o
espectrômetro apresentado na Figura 27. O ensaio foi realizado com detector com
tantalato de lítio, utilizando o modo de análise de flexão total atenuada (ATR), interva lo
de onda de 4000 à 450 cm-1 e resolução de 4 cm-1 .

Figura 27 - Imagem do Espectrômetro de Infravermelho

Fonte: Arquivo particular (2022)

3.2.4.3 Análise de Difração de Raio X (DRX) das fibras

A análise de difração de raios-x das amostras foram realizadas usado um filtro de


Ni e radiação Cu-α (λ = 1,54 Å) a 30kV com varredura de 2 θ = 5° à 80°. A cristalinidade
foi determinada a partir do próprio equipamento. É importante enfatizar que para a
realização da análise, as fibras foram cortadas manualmente com auxílio de uma tesoura
para se obter granulometria passante a malha 200 m, similar a tecnologia do pó.
44

3.2.5 Análise de Difração de Raio X (DRX) do Polipropileno

A análise de difração de raios-x das amostras foram realizadas usado um filtro de


Ni e radiação Cu-α (λ = 1,54 Å) a 30kV com varredura de 2 θ = 5° à 45 ° - seguindo a
varredura 2 θ de Roe (1985) e Montagna (2010). A cristalinidade foi determinada a partir
do próprio equipamento. É importante enfatizar que para a realização da análise, os pellets
foram classificados com granulometria inferior a 200 m, similar a tecnologia do pó.

3.2.5.1 Tratamento estatístico dos resultados dos corpos de prova

O tratamento de dados estatístico foi realizado por meio do Suplemento para


Microsoft Excel Action Stat, usando a ANOVA e Teste de Tukey.

3.2.6 Ensaio mecânico dos corpos de prova

Conforme Tavares (2020) e Fornari Jr (2017) o ensaio de resistência à tração é


o teste mecânico mais recomendado para se determinar a ação de um agente de
acoplamento na interface fibra / matriz. De tal modo, os CPs de todas as composições
(com perfil inicial exposto na Figura 25d) foram retificados para o formato gravata
(conforme Figura 28a) nas dimensões descriminadas na norma ASTM D 638. Os ensaios
de resistência à tração seguiram a norma citada e foram realizados em uma máquina de
ensaios mecânicos (exposta na Figura 28b); usando-se uma célula de carga de 5000 N;
incremento de força de 5 mm / min e deformação até a fratura. Foram analisados 3 corpos
de prova para cada composição. E para esta finalidade foram analisadas as propriedades
mecânicas de tensão máxima, módulo de elasticidade e alongamento na ruptura.
45

Figura 28 - (a) Madeira Plástica formato gravata e (b) Máquina de ensaios


mecânicos
a b

Fonte: Arquivo particular (2022)


46

4 ANÁLISE E DISCUSSÕES

4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS FIBRAS

4.1.1 Densidade

A Tabela 2 exibe os resultados obtidos experimentalmente para a densidade. O


valor médio 1,3789±0,05 g/cm3 converge como os descritos por De Paoli (2002); Kleba
& Zabold (2018); Joseph, Medeiros, Laura (1999) para outras fibras, valor este que se
aproxima da densidade da fibra vegetal de Curauá (1,4 g/cm3 ), que podem ser vistas na
Figura 29, indicando que as fibras de açaí são equiparáveis as demais com uso industr ia l.
Tabela 2 - Ensaio de densidade das fibras
Ensaio Densidade (g/cm3 )
1 1,3286
2 1,4321
3 1,3760
Média 1,3789
Desvio Padrão 0,0517
Fonte: Arquivo particular (2022)

Figura 29 - Comparação da densidade das fibras de açaí com outras fibras vegetais
1,8 1,6
1,6 1,5 1,5 1,5
1,4 1,38
1,4 1,3
1,2
g/cm3

1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
Algodão Juta Linho Sisal Fibra de Curauá Açaí
Coco
Fibras

Fonte: Adaptado de De Paoli (2002)


47

4.1.2 Difração de Raio X (DRX)

A Figura 30 exibe o difratograma das fibras tratadas do açaí. Foram detectados


picos cristalinos em 2 θ = 17°, 22° e 35°, valores similares ao encontrado por Rambo,
Shmidt, Ferreira (2015) e Tavares (2020), onde descrevem que são típicos de celulose.
No equipamento foi determinado que a fibra possui 49,1 % de cristalinidade, valor
superior ao encontrado por Tavares (2020), onde apresentou cristalinidade de 35,3 %.

Figura 30 - Difratograma da FT
45000 C
40000 C - celulose
35000 C
Intensidade

30000
25000
20000
15000 C
10000
5000
0

0 20 40 60 80

Fonte: Elaborado pelo autor (2022)

4.1.3 Espectroscopia no Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR)

A espectroscopia de infravermelho da fibra tratada de açaí com os grupos


funcionais identificados é apresentada na Figura 31. Na Tabela 3 são expostos os grupos
funcionais e compostos aos quais estão relacionados.

Figura 31 - Espectro de infravermelho da Fibra de açaí tratada lavada


110
Transmitância (%)

90
70
1640 1430
3300 2850 875
1200 50
1722 1230
30
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
Comprimento de onda (cm-1)
Fonte: Elaborado pelo autor.
48

Tabela 3 - Descrição dos grupos funcionais presentes na fibra de açaí


Comprimento Grupo
Composto Fonte
de onda (cm-1 ) funcional
celulose, hemicelulose,
3700 - 2930
OH lignina e provenientes da Fornari Jr (2017);
água Gehlen (2014)

moléculas alifáticas e à
2850 – 2936 CH elongação da ligação C-
Fornari Jr (2017)
H de cadeias alifáticas

elongação da
ligação Si-CH2
no alcano ou
celulose e lignina Fornari Jr (2017)
1200 – 1250 elongação da
ligação C-C; C-
O
(Huang et al., 2016,
1722 Kim; Netravali,
C=O lignina e hemicelulose
2010; Maslowski et
al., 2018)
elongação da
ligação C=O do
1621 – 1515 grupo amida Fornari Jr (2017);
lignina
ligado ao N-H e Ogata (2013)
C-N, e anel
aromático
deformação do Huang et al., 2016,
1453 C-H de metil e lignina Rashid,Kait;
metileno Murugesan (2016)

Os dados encontrados podem ser comparados aos abordados por Tavares (2020)
(expostos na Figura 32) onde ele realizou tratamento em autoclave nas fibras de açaí,
constatando a redução das bandas, indicando remoção de extrativos. Assim, como as
bandas encontradas no presente trabalho, via panela de pressão, proporcionou redução
ainda menor, propõem-se que o dispositivo foi eficiente.
49

Figura 32 - FTIR para fibras tratadas (FT) e não tratadas (FNT) em autoclave

Fonte: Tavares (2020)

4.2 CARACTERIZAÇÃO DO POLIPROPILENO

4.2.1 Difração de Raio X (DRX)

A Figura 33 exibe o difratograma do polipropileno reciclado. Foram detectados


picos cristalinos em 2 θ = 13,8°, 16,8°, 18,5°, 21,2° e 25,2°, valores próximos aos
encontrados por Roe (1985) e Montagna (2010). No equipamento foi determinando que
o polipropileno possui 65,6 % de cristalinidade similiar, ao encontrado por Ishizaki et al
(2006) e Tavares (2020) no qual em sua propriedade o PP apresenta cristalinidade entre
60 e 70 %.

Figura 33 - Difratograma do PPr

PP - Polipropileno
PP
PP
PP
Intencidade

PP

PP

5 10 15 20 25 30 35 40
2Q

Fonte: Elaborado pelo Autor.


50

4.3 PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS COMPÓSITOS

A figura 34 exibe os resultados médios da tensão máxima. Observa-se que a


composição 100/0/0 apresentou valor superior as demais composições. Conforme
Tavares (2020) tal resultado pode ser relacionado a falta de agente de acoplamento, pois
a composição 70/30/0 já apresentou redução na propriedade avaliada, um comportamento
típico nestas condições. Deve-se apontar que os óleos não apresentam a atividade de
acoplamento esperada, pois apresentaram médias estatisticamente iguais a composição
70/30/0.
Figura 34 - Tensão Máxima do PP e dos compósitos PP/FT/ORF

(*) Letras iguais indicam valores médios estatisticamente iguais.


Fonte: Elaborado pelo autor (2022)

A Figura 35 exibe para cada composição os valores médios para o módulo de


elasticidade. Foi notado um comportamento análogo dos compósitos em relação ao PP
puro, semelhante ao observado para a tensão máxima. Porém, destaca-se que a
composição 67/30/3 apresentou uma rigidez 33 % inferior a média das composições
68/30/2; 69/30/1 e 70/30/0, indicando que o óleo além de não realizar o acoplamento
ainda pode plastificar o compósito, semelhante exposto por Poletto (2020).
51

Figura 35 - Módulo de Elasticidade do PP e dos compósitos PP/FT/ORF

(*) Letras iguais indicam valores médios estatisticamente iguais.


Fonte: Elaborado pelo autor.

A Figura 36 exibe para cada composição, os valores médios de alongamento na


ruptura. Foi possível observar que quando foram adicionado fibras ao PP (na composição
70/30/0) houve um acréscimo no alongamento, sugerindo que as fibras atrapalharam na
organização molecular e consecutiva formação de cristais que proporcionariam a redução
de rigidez (TAVARES, 2020). Tal fenômeno conferiria menor alongamento para 70/30/0
comparado a 100/0/0 (supostamente mais semicristalino 1 ). Continuando, observa-se que
a composição 100/0/0 apresentou alongamento estatisticamente equivalente aos
compósitos aditivados com óleo, condição um tanto quanto contraditória, devido a
presença do aditivo que hipoteticamente deveriam colaborar no maior alongamento, em
função das propriedades de plastificantes sugeridas anteriormente. No entanto, com a
análise da superfície de fratura dos corpos de prova (ver Figura 37), observou-se a
presença de bolhas nos compósitos, que por sua vez acumulam tensão e geram fratura
catastrófica com baixo alongamento (CALLISTER, 2017) ou seja, tanto a menor rigidez
(outrora discutida no módulo de elasticidade), quanto o menor alongamento, podem ser
frutos da geração de bolhas (formadas durante a mistura e conformação de operações que

1 (A análise de DRX seria uma ferramenta para a comparação e comprovação, porém, desde o a no de 2020
ainda se encontra inviabilizada na UEAP).
52

ocorreram em temperaturas elevadas) decorrentes de produtos voláteis presentes no óleo


de fritura.
Figura 36 - Alongamento na ruptura do PP e dos compósitos PP/FT/ORF

(*) Letras iguais indicam valores médios estatisticamente iguais.


Fonte: Elaborado pelo autor.

Assim, bons acoplamentos em compósitos em comparação ao polímero puro são


caracterizados pelo aumento da tensão máxima e na redução do alongamento na fratura
(TAVARES, 2020). Como neste trabalho, foi observado o oposto, sugere-se que o óleo
atuou negativamente no objetivo proposto.

Figura 37 - Microscopia óptica na superfície de fratura do compósito

Fonte: A Autora (2022)


53

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tratamento térmico das fibras em panela de pressão evidenciou características


(baixa transmitância e cristalinidade) via análise de DRX e FTIR, comparáveis as
descritas por Tavares (2020), indicando a viabilidade na adaptação proposta.
O óleo residual de fritura não atuou como agente de acoplamento, mas
possivelmente como um agente de degradação formando bolhas durante as etapas de
mistura por extrusão e conformação na injetora.
54

6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Para trabalhos futuros sugere-se:

1- Caracterizar o óleo de fritura para detectar: o teor de triglicerídeos,


monoglicerídeos, diglicerídeos; ácidos graxos e demais substâncias para
avaliar a viabilidade de separação de compostos que sejam agentes de
acoplamento ou de degradação térmica.
2- Realizar análise termogravimétrica (TG) dos compósitos para avaliar a
estabilidade térmica.
3- Realizar TG do óleo de fritura para avaliar a temperatura de decomposição
térmica e demais transformações em função da temperatura.
4- Realizar a microscopia eletrônica de varredura (MEV) das fibras após o
tratamento;
5- Realizar a MEV na superfície de fratura dos CPs fraturados;
6- Realizar os testes de absorção de água e densidade de todas as amostras.
55

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APÊNDICE A – PREMIAÇÃO DE 1° LUGAR NO X CONAIC

Este trabalho de TCC teve início em 2020 seguindo então em um projeto de


iniciação científica em 2020 e foi apresentado no X Congresso Amapaense de Iniciação
Científica (CONAIC). Na oportunidade, a autora recebeu o prêmio de Menção Honrosa
de 1° Lugar do melhor trabalho apresentado.

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